Página 3 Teresina, Quarta, 9 de maio de 2012 Divulgação Editora (Interina) :Aline Rodrigues // email: [email protected] // Fale conosco: 86 2106.9924 Crianças Escolas e família são responsáveis pelo desenvolvimento da leitura Maria Helena Braga explica que os professores precisam ser bons leitores para entusiasmar os estudantes De acordo com especialistas, as crianças que possuem contato com a leitura desde cedo desenvolvem melhor alguns tipos de atividades Aline Rodrigues Editora Interina Crianças que lêem e têm contato com a leitura desde cedo estão em vantagem em relação às demais. É o que apontam pesquisas realizadas em diversos países e que reforçam a necessidade a necessidade da participação cada vez maior dos pais no processo de leitura. Incentivadas desde cedo, essas crianças aprendem melhor, pronunciam bem as palavras e se comunicam melhor de forma geral. A leitura, no entanto, não faz parte do cotidiano de muitas delas, independente da classe social. É nesse contexto, de acordo com a supervisora pedagógica de programas do Instituto de Qualidade no Ensino (IQE), Maria Helena Braga, que a escola deve se adiantar. “Não é muito comum ouvirmos as pessoas dizerem que gostam de ler; outros valores são incentivados pela mídia que não a leitura. Então, pode-se esperar que as famílias sejam responsáveis pelo desenvolvimento dessa competência? Não. A escola deve se adiantar a isso, seja incentivando a lei- tura com as crianças, seja explicando aos familiares a importância da leitura na vida presente e futura dos filhos”, explicou. Maria Helena Braga afirma que os professores, acima de tudo, precisam ser bom leitores. Na sua avaliação, não há como provocar entusiasmo por uma coisa de que não gostamos. “Os sistemas, as escolas, precisam incentivar e criar condições para que os professores leiam, troquem ideias sobre livros, troquem experiências em sala de aula”, destacou, lembrando que é preciso saber ler para conhecer. “Precisamos saber ler para conhecer histórias, para entender as leis, para nos informarmos sobre conquistas e acontecimentos, para aprender a realizar determinadas ações, enfim, para uma infinidade de objetivos que vão muito além das avaliações da escola”, completa. A supervisora reforça que outros meios deveriam assumir a co-responsabilidade pela formação na leitura e compreensão do que se lê. “Os meios de comunicação, em especial a televisão, deveriam dar o mesmo peso à leitura de boa qualidade que dão a outros assuntos. Falar sobre livros, apresentar autores, revelar estilos e gêneros, seriam formas de desenvolvimento da competência leitora, desde o ato de escolha dos livros a serem lidos, pelas próprias crianças. Da mesma forma como as crianças se sentem pertencentes a um grupo por compartilharem brinquedos e brincadeiras, deveriam ser incentivadas a fazê-lo com livros.”, relatou. O IQE, organização nãogovernamental que atua em mais de 100 municípios do Piauí, trabalha na formação de professores seja na rede estadual ou municipal de ensino. São 559 escolas públicas envolvidas em programas de formação de 200 educadores que já se transformaram em pró-formadores, ou seja, são multiplicadores que levam as novas metodologias para outros professores que aplicam em sala de aula.