XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (Maio de 2013 a Junho de 2015) PRESIDÊNCIA PORTUGUESA XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA Índice Anexos .............................................................................................................................. 3 Introdução ....................................................................................................................... 4 Enquadramento .............................................................................................................. 5 Análise ............................................................................................................................. 7 a) Execução Material ................................................................................................. 7 b) Execução Financeira ............................................................................................ 16 Conclusões ..................................................................................................................... 19 2 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA Anexos I Principais Linhas de Atuação da Presidência Portuguesa 21 II Sistema de Quotizações Mistas da CMJPLOP 28 III Contribuições da Conferência dos Ministros da Justiça dos Países de Língua Oficial Portuguesa (2011-2019) 29 IV Extrato bancário a 04 de junho de 2015 30 3 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA Introdução O presente Relatório visa apresentar aos Estados-membros da Conferência dos Ministros da Justiça dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CMJPLOP) os resultados alcançados durante o período em que Portugal assegurou a Presidência da Conferência. O Relatório reporta-se ao período entre a XIII CMJPLOP, realizada em Lisboa, nos dias 29 e 30 de maio de 2013, e a XIV Conferência, que terá lugar em Díli, nos dias 22 e 23 de junho de 2015, data em que se inicia a Presidência timorense da CMJPLOP. Este documento apresenta, em primeiro lugar, o quadro no qual se inscreve a atividade da CMJPLOP e, posteriormente procede à análise detalhada de cada um dos pontos constantes do programa da Presidência portuguesa e seu respetivo grau de cumprimento. Por último, são apresentadas as conclusões que decorrem da atividade desenvolvida no período em causa. 4 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA Enquadramento A CMJPLOP é uma organização internacional, formalmente constituída em 1992, e atualmente composta por oito Estados-membros (Angola, Brasil, Cabo Verde, GuinéBissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste), os quais têm em comum a utilização do Português como língua oficial. A Presidência da Conferência é rotativa, o que possibilita a todos os Estados-membros assumirem, por um determinado período, os destinos desta importante organização. Ao longo dos anos, a CMJPLOP foi desenvolvendo um conjunto de atividades que têm nas reuniões periódicas (bienais) dos Ministros da Justiça dos Países de Língua Oficial Portuguesa o seu corolário. Nestas Conferências efetua-se a aprovação de diversos documentos elaborados no âmbito do que foi previamente estabelecido como linhas de trabalho da CMJPLOP. Por outro lado, estas reuniões permitem, de igual modo, a tomada de decisões sobre diversos assuntos relevantes para o futuro da Conferência e que têm reflexos no seio de cada um dos seus Estados-membros. Durante as mencionadas Conferências são ainda apresentados os pontos de situação relativos aos resultados alcançados face às linhas de atuação previamente aprovadas. É neste contexto que o presente Relatório se insere. O artigo 3.º do Acordo de Cooperação que estabelece o Regimento da Conferência dos Ministros da Justiça dos Países de Língua Oficial Portuguesa determina que a Conferência tem como objetivo “promover o desenvolvimento das relações de cooperação entre os diversos Estados, nos domínios da justiça, nomeadamente através de: a) Reflexão conjunta sobre temas de interesse comum aos diversos sistemas jurídicos e judiciários; b) Avaliação das relações de cooperação bilateral e multilateral existentes; c) Identificação de novas áreas de cooperação; 5 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA d) Promoção da celebração de novos acordos de cooperação jurídica e judiciária e acompanhamento de execução dos que já se encontram em vigor.” Foi neste quadro que a Presidência Portuguesa da Conferência se propôs desenvolver um programa ambicioso e exigente, tendo por base os quatro eixos supra mencionados (vd. anexo I). O presente relatório visa efetuar um ponto de situação e um balanço das atividades desenvolvidas por Portugal nos mais de dois anos em que assumiu a Presidência da CMJPLOP. Durante o período que medeia a realização das Conferências são realizadas reuniões de Correspondentes Nacionais. O propósito destas reuniões é o de se proceder a uma análise intercalar acerca do desenvolvimento das atividades, bem como definir um conjunto de procedimentos e tarefas a executar, tendo em vista a agilização dos mecanismos, tendo por fim último a realização integral dos objetivos definidos. Na última reunião de Correspondentes Nacionais, que se realizou em Lisboa, nos dias 28 e 29 de agosto de 2014, estiveram presentes os representantes de Angola, do Brasil, de Moçambique, de Portugal e de Timor-Leste. Por motivos justificados, não foi possível contar com a presença dos representantes de Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Na referida reunião de Correspondentes Nacionais foram analisadas as atividades em curso, em particular, os trabalhos em desenvolvimento pelas Comissões de Trabalho constituídas no seio da CMJPLOP. Para além das atividades em curso, foram também partilhadas informações relativas a diligências efetuadas junto de outras Organizações Internacionais, com vista à globalização da Conferência. Na reunião discutiram-se ainda outras informações julgadas pertinentes sobre o futuro da CMJPLOP, assim como se definiram os prazos a cumprir por forma a serem atingidas as metas definidas. A este respeito, sublinhe-se que nalguns casos se previu a necessidade de obtenção de informação que carecia de anuência de S. Exas. os Ministros da Justiça, pelo que se procedeu, posteriormente, por via eletrónica, ao envio de toda a informação considerada relevante, mesmo junto dos Estados-membros que não estiveram presentes na aludida reunião de Coordenadores Nacionais. 6 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA Análise Neste capítulo, tendo por base as linhas de trabalho previamente acordadas, procederse-á à análise de cada um dos pontos que a Presidência Portuguesa se comprometeu realizar. Deste modo, efetuar-se-á uma apreciação focada no ponto de vista das atividades previstas, i.e. a execução material, mantendo igualmente a preocupação no que se refere à execução financeira. a) Execução Material De acordo com o Plano de Ação para a Presidência Portuguesa da CMJPLOP, identifica-se o grau de execução de cada uma das atividades enumeradas. 1. Reflexão conjunta sobre temas de interesse comum aos diversos sistemas Jurídicos e Judiciários 1.1. Relançar Boletim da CMJPLOP CUMPRIDA A decisão de relançar o Boletim da CMJPLOP, FORUM, Justiça e Cooperação teve por base a consciência de que a participação de vários especialistas dos respetivos Estadosmembros poderia contribuir para uma mais profunda e profícua partilha de conhecimentos na área da Justiça. Neste sentido, procedeu-se à edição de dois números do referido Boletim, nos quais foram integrados artigos de juristas de todos os Estados da lusofonia, permitindo, assim, a troca de ideias e de soluções e conferindo uma maior visibilidade ao espaço jurídico comum que fala Português. 7 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA O primeiro Boletim, editado em julho de 2014, teve como tema central a Proteção Internacional das Crianças no Espaço da CPLP. Já o segundo Boletim, publicado em junho de 2015, debruçou-se sobre os temas do Acesso à Justiça e da Resolução Alternativa de Litígios (RAL). Ambos os Boletins encontram-se disponíveis em formato eletrónico no recentíssimo sítio da CMJPLOP. 1.2. Organizar um workshop em torno de um tema de interesse comum CUMPRIDA A realização do workshop subordinado ao tema “Desafios do Combate ao Tráfico de Seres Humanos no Espaço da CPLP” resultou do Plano de Ação anexo à Declaração de Lisboa Sobre a Instituição de Medidas Comuns de Prevenção e de Combate ao Tráfico de Seres Humanos, no qual se encontrava prevista a “realização de uma reunião anual conjunta sobre esse tema num dos Estados da CPLP”. O workshop teve lugar em Lisboa, no dia 12 de setembro de 2014, em complemento à II Reunião da Comissão de Trabalho dedicada à Prevenção e Combate ao Tráfico de Seres Humanos. O evento contou com a presença de oradores nacionais e internacionais e com um vasto público que contribuiu para enriquecer os debates. 2. Avaliação das relações de Cooperação Bilateral e Multilaterais existentes 2.1. Organizar a reunião intercalar dos Correspondentes Nacionais CUMPRIDA Nos dias 28 e 29 de agosto realizou-se, em Lisboa, a reunião de Correspondentes Nacionais. No âmbito desta reunião intercalar, o Secretariado Permanente apresentou um balanço dos trabalhos em curso em sede das quatro comissões de trabalho 8 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA especializadas, bem como da Rede Lusófona. Efetuou-se, igualmente, um ponto de situação sobre o pagamento das quotas e realizou-se uma prestação intercalar de contas. A estrutura prevista do sítio da CMJPLOP foi submetida à apreciação de todos os correspondentes nacionais e foi apresentado o merchandising adquirido para conferir maior visibilidade à Conferência. Durante a reunião houve ainda lugar à apreciação de questões relativas à Rede Lusófona e ao esclarecimento sobre o entendimento relativo ao relacionamento com a CPLP. Por fim, foram prestadas informações por parte do representante de Timor-Leste, sobre os preparativos que se encontravam em curso para a organização da XIV CMJPLOP. 2.2. Dinamizar a Execução dos Planos de Ação das Declarações de Lisboa CUMPRIDA Por forma a assegurar os compromissos assumidos pelos Estados-membros no âmbito dos Planos de Ação anexos à Declaração de Lisboa Sobre a Instituição de Medidas Comuns de Prevenção e de Combate ao Tráfico de Seres Humanos e à Declaração de Lisboa Sobre a Instituição de medidas Comuns de Prevenção e de Combate à Corrupção de Agentes Públicos nas Transações Comerciais Internacionais, realizaramse em Lisboa, nos dias 10 e 11 de setembro de 2014, as segundas reuniões de ambas as Comissões de Trabalho, tendo por objetivo efetuar uma monitorização/avaliação do seu grau de execução. Nas aludidas Comissões de Trabalho estabeleceram-se métodos e calendários de trabalho, com vista à elaboração dos respetivos relatórios que cada Comissão submeteria à consideração de S. Exas. os Ministros da Justiça aquando da XIV CMJPLOP. 9 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA 3. Identificação de novas áreas de Cooperação 3.1. Promover a 1ª reunião da Comissão de Trabalho dedicada ao “Manual Prático para aplicação da Convenção sobre a Transferência de Pessoas Condenadas Entre os Estados membros da CPLP” CUMPRIDA Nos dias 2 e 3 de abril de 2014, realizou-se, em Lisboa, a primeira reunião da Comissão de Trabalho dedicada ao “Manual Prático para aplicação da Convenção sobre a Transferência de Pessoas Condenadas Entre os Estados membros da CPLP”. Na reunião procedeu-se à discussão e definição dos objetivos e metodologia dos trabalhos a desenvolver, bem como a calendarização a fixar. Foram ainda eleitos o Coordenador Relator e o Coordenador Relator Adjunto. No âmbito desta reunião cada representante expôs a situação no seu Estado face a cada uma das questões que compunham um questionário previamente circulado, que serviu de base à troca de impressões durante a reunião. No seguimento desta primeira reunião, a maioria dos Estados remeteu ao Coordenador Relator os seus contributos, o que permitiu redigir o Manual. Depois de um longo trabalho, o referido Manual será submetido a aprovação dos Senhores Ministros da Justiça, como resultado do trabalho desenvolvido pela Presidência Portuguesa da CMJPLOP. 3.2. Promover a 1ª reunião da Comissão de CUMPRIDA Trabalho dedicada à “Proteção Internacional das Crianças no Espaço da CPLP” A primeira reunião da Comissão de Trabalho dedicada à “Proteção Internacional das Crianças no Espaço da CPLP” teve lugar, em Lisboa, nos dias 2 e 3 de abril de 2014. 10 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA No âmbito desta reunião foram discutidas as respostas ao questionário, previamente circulado, e partilhadas as experiências de cada País. Foram, igualmente, apresentados os sistemas jurídicos existentes em cada Estado e efetuada uma reflexão sobre os mecanismos específicos e a necessidade de ser estabelecido um quadro de cooperação entre as várias autoridades nacionais competentes. De entre as várias questões abordadas, foram identificadas como mais relevantes, as relativas à responsabilidade parental, ao rapto parental e à cobrança de alimentos. Acordou-se que as questões que não ficaram esgotadas na reunião deveriam merecer uma particular atenção no âmbito do futuro Plano de Ação a ser submetido em sede da XIV Conferência. No seguimento dessa reunião, os Estados remeteram ao Coordenador Relator os seus contributos, o que permitiu redigir a proposta de Declaração, assim como o seu Plano de Ação, que serão submetidos a aprovação de S. Exas os Senhores Ministros da Justiça, como resultado do trabalho desenvolvido pela Presidência Portuguesa da CMJPLOP. 3.3. Preparar ao nível técnico as propostas tendentes a aprofundar o relacionamento da CMJPLOP na CPLP PARCIALMENTE CUMPRIDA Visando dar cumprimento à deliberação n. º 3 da Ata Final da XIII CMJPLOP “mandatar a presidência para iniciar um processo de consultas, com vista a concluir, até 2014, o alinhamento da Conferência com a CPLP (…) ”, em fevereiro de 2014 foram efetuadas diligências junto dos Estados-membros, via correspondentes nacionais, no sentido de aferir da necessidade de densificar as condições em que o relacionamento iria ser efetuado, não tendo havido, por parte de qualquer Estado a indicação de especificações adicionais às elencadas em sede da XIII CMJPLOP. Por haver dúvidas quanto ao que era efetivamente pretendido, a questão do aprofundamento do relacionamento entre a CMJPLOP e a CPLP foi retomada no quadro da reunião de correspondentes nacionais, realizada em agosto de 2014. Precisamente por haver dúvidas fortes e não haver uma orientação política absolutamente definida, Portugal e a futura Presidência decidiram dever a questão ser, de novo, colocada, à consideração dos Senhores Ministros, na XIV Conferência. 11 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA No entretanto, foi acautelado que as atividades desenvolvidas durante a Presidência portuguesa da CMJPLOP fossem levadas ao conhecimento do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Secretariado Executivo da CPLP, para efeitos de referência e inclusão na Declaração final da X Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que teve lugar em Díli, no dia 23 de julho de 2014. Assim, a Presidência Portuguesa desenvolveu as atividades possíveis no contexto da indefinição existente, competindo à Presidência timorense prosseguir este trabalho, definidas que sejam, ao nível político, no contexto da XIV Conferência, as diretrizes de relacionamento com a CPLP. 3.4. Dinamizar a «globalização» da Conferência, inaugurando ou estreitando os laços com relevantes organizações internacionais CUMPRIDA Uma das principais preocupações da Presidência Portuguesa consistiu em dinamizar a vertente internacional e a visibilidade externa da CMJPLOP. Era importante que a Conferência passasse a estabelecer pontes de contato com outras organizações internacionais e, deste modo, aproveitasse as sinergias, evitando assim, a duplicação de esforços e o dispêndio desnecessário de recursos. Neste domínio, a Presidência Portuguesa procurou incentivar o relacionamento bilateral entre a CMJPLOP e outras instâncias internacionais. São disso exemplo, o encontro mantido entre S. Exa. a Ministra da Justiça de Portugal, Presidente em exercício da CMJPLOP, com Exmo. Sr. Secretário-Geral da COMJIB/IberRed, no dia 5 de maio de 2014. Ainda neste contexto, nos dias 19 e 20 de maio, a Presidente e a Secretária-Geral da CMJPLOP participaram na IV Reunião das Instituições Públicas de Assistência Jurídica dos Países de Língua Portuguesa, que se realizou em Luanda. Acresce que se mantiveram os contatos encetados aquando da XIII Conferência com a Conferência da Haia de Direito Internacional Privado. Importa ainda referir que, uma 12 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA parte sítio da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado já se encontra traduzido para Português e espera-se que, muito em breve, a quase totalidade dos conteúdos seja disponibilizada em língua portuguesa. 3.5. Melhorar a imagem da Conferência através da CUMPRIDA criação de um sítio eletrónico e da conceção de produtos de divulgação da Conferência Entre maio e novembro de 2013 foi preparada uma proposta de estrutura para o futuro sítio da CMJPLOP, a ser submetida à apreciação dos correspondentes nacionais, aquando da reunião intercalar de 28 e 29 de agosto. Com base na estrutura aprovada, o Secretariado Permanente lançou um concurso no sentido de identificar e contratar uma empresa para a conceção e elaboração do sítio, tendo o trabalho sido posteriormente adjudicado. O sítio encontra-se em funcionamento, sendo apresentado formalmente no dia 22 de junho, coincidindo com a data de inauguração da XIV CMJPLOP. Aquisição de produtos de divulgação da CMJPLOP CUMPRIDA A CMPLOP dispõe agora de um acervo considerável de material promocional e de divulgação, outrora inexistente. Com efeito, o Secretariado Permanente adquiriu, entre outros, pastas, canetas, porta-cartões, pins, chapéus-de-chuva e dispositivos de armazenamento informático. 13 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA 4. Promoção da celebração de novos Acordos de Cooperação Jurídica e Judiciária e acompanhamento de execução dos que já se encontram em vigor 4.1. Apoiar a Rede de Cooperação Jurídica e Judiciária Internacional CUMPRIDA A I Reunião de Pontos de Contato da Rede Lusófona teve lugar em Luanda, no dia 9 de abril, tendo estado representados Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, S. Tomé e Príncipe e Timor Leste. No âmbito desta reunião foram analisados os principais constrangimentos que têm dificultado o funcionamento da Rede e apresentadas propostas/soluções para obviar aos mesmos. Esta reunião foi organizada pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos de Angola, com o apoio do Secretariado da Rede e integrou-se numa Conferência de âmbito mais lato, subordinada ao tema da Cooperação Jurídica e Judiciária Internacional. No seguimento da supra mencionada Reunião de Pontos de Contato da Rede foi debatida a questão relativa à substituição da atual Secretária-Geral da Rede, por motivo de término do seu mandato, uma vez que os documentos existentes são omissos relativamente ao perfil do Secretário-Geral e forma como o mesmo deve ser escolhido. Em sede da reunião de correspondentes nacionais, foi identificada uma proposta possível para o formato a adotar para a indicação da figura do Secretário-Geral, que será submetida à decisão dos Senhores Ministros na XIV Conferência. Por outro lado, o sítio da Rede Lusófona foi integrado no novo sítio da Conferência, com novos e atualizados conteúdos. 14 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA 4.2. Apelar aos Estados que ainda não concluíram o processo de vinculação às três Convenções no seio da CMJPLOP a que o façam CUMPRIDA No seguimento das diligências efetuadas pelo Secretariado Permanente, foi com muito agrado que recebemos a notícia, na 1.ª Reunião da Comissão de Trabalho dedicada à elaboração do Manual Prático para aplicação da Convenção sobre a Transferência de Pessoas Condenadas entre os Estados membros da CPLP, de que Cabo Verde já havia concluído as formalidades internas necessárias à vinculação à referida Convenção. 4.3. Analisar e debater a eventual celebração de novos instrumentos que permitam facilitar o relacionamento mútuo CUMPRIDA Após apreciação técnica efetuada pelos correspondentes nacionais do ponto de situação dos trabalhos, na reunião ocorrida em Lisboa, em agosto de 2014, não foi identificada a necessidade de celebração de novos instrumentos, antes tendo sido referida a conveniência de se consolidar os já existentes. 15 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA b) Execução Financeira Aquando do início da Presidência portuguesa, o Secretariado Permanente da CMJPLOP dispunha de um saldo positivo de 66.000,00 Euros. A referida verba resultou das contribuições de Portugal (obrigatória de 2011 e obrigatórias e voluntárias de 2012 e 2013) e de Moçambique (contribuições obrigatórias de 2011 e 2012), tendo por base os valores que haviam sido aprovados na XII Conferência dos Ministros da Justiça dos Países de Língua Oficial Portuguesa, que teve lugar em Maputo, em julho de 2010 (vd. anexo II). Durante a Presidência Portuguesa foram depositados na conta bancária da CMJPLOP os seguintes montantes: DATA DE PAGAMENTO DE MONTANTE (EM EUROS) ESTADO-MEMBRO CONTRIBUIÇÕES julho de 2013 4.000 €, Moçambique agosto e novembro de 2013 17.975,92 €1, Timor Leste dezembro de 2013 27.000 €, Portugal fevereiro de 2014 36.000 €2, Angola outubro de 2014 6.112,29 €3 Timor Leste dezembro de 2014 – 3.998,50 €4, Moçambique dezembro de 2014 27.000€, Portugal Há um desfasamento de 24,08 € por flutuação cambial do USD para o Euro. Por indicação de Angola este montante destina-se ao pagamento das quotas obrigatórias no valor de 4.000 €, desde 2011 até 2019 (um total de nove anos). 3 Há um desfasamento, para mais, de 112,29 €. 4 Há um desfasamento de 1,50€ por flutuação cambial para o Euro. 1 2 16 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA Neste enquadramento, o montante total das quotas pagas totalizou 188.086,71 Euros (vd. anexo III). Ou seja, as receitas da CMJPLOP resultam integralmente das contribuições dos Estados-membros. O gráfico n.º 1 ilustra a situação das receitas durante a Presidência Portuguesa. Gráfico nº 1 Receitas Presidência Portuguesa 2013/2015 Saldo Inicial 35% Quotizações recebidas 65% Fonte: CMJPLOP Durante a Presidência foi necessário efetuar despesas num total de 27.414,43 Euros, as quais se destinaram, sobretudo, ao desenvolvimento dos trabalhos realizados pelas quatro Comissões específicas criadas, à regularização da atividade da CMJPLOP junto da Autoridade Tributária e Aduaneira Portuguesa, a custear o encargo com a criação do sítio eletrónico e o material de informação e divulgação e as despesas de deslocação e alojamento da Secretária-Geral no exercício das suas atividades. Em resumo, atendendo às receitas disponíveis e após suportadas todas as despesas necessárias, verifica-se que a CMJPLOP dispunha, no dia 1 de junho de 2015, dois anos depois do início da Presidência Portuguesa, de um saldo positivo de 160.677,28 Euros (vd. gráfico n.º 2). 17 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA Gráfico nº 2 Contas da CMJPLOP Presidência Portuguesa 2013/2015 Saldo Inicial 66 000,00 € Total de Receitas 122 086,71 € Total de Despesas 27 414,43 € Saldo a 04 de junho/2015 160 672,28 € - € 20 000,00 € 40 000,00 € 60 000,00 € 80 000,00 € 100 000,00 € 120 000,00 € 140 000,00 € 160 000,00 € 180 000,00 € Fonte: CMJPLOP 18 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA Conclusões Portugal assumiu, entre 30 de maio de 2013 e 23 de junho de 2015, a Presidência da CMJPLOP, tendo procurado executar a totalidade das Linhas de Atuação definidas para a sua Presidência, no que logrou ter êxito. Com efeito, através da constituição de quatro Comissões de Trabalho e de uma reflexão conjunta sistemática, deu-se sequência ao aprofundamento do conhecimento das realidades dos sistemas jurídicos e judiciários dos Estados que constituem a CMJPLOP. A partilha de experiências, bem como a relevância dos documentos elaborados pelas respetivas Comissões de Trabalho são a prova de que a existência de um ambiente propício potencia, não só o desenvolvimento de trabalhos com elevada qualidade, mas também o envolvimento de todos os Estados-membros. Deste modo, é possível chegarse a patamares mais elevados de conhecimento, permitindo reflexões sobre novas perspetivas para a Justiça lusófona. Por outro lado, o relançamento do Boletim da CMJPLOP, FÓRUM, Justiça e Cooperação, e a sua divulgação através de formato eletrónico, assim como a criação do sítio da CMJPLOP permitem dar uma dimensão, verdadeiramente global, ao trabalho que tem vindo a ser realizado pela CMJPLOP. Neste quadro destaca-se, particularmente, os assuntos abordados nas duas edições do Boletim, cuja importância é incontornável para os vários Estados-membros. O sítio eletrónico, por seu turno, afigura-se como uma ferramenta crucial para conferir uma maior visibilidade do trabalho que foi já realizado pela CMJPLOP. No que respeita à globalização e melhoria da imagem da Conferência, importa igualmente referir que se procurou, simultaneamente, alcançar um equilíbrio entre a obtenção de resultados ao nível técnico e a gestão criteriosa dos recursos financeiros da CMJPLOP. Na perspetiva financeira, importa salientar que cerca de dois terços das receitas disponíveis foram obtidos durante o mandato da Presidência Portuguesa. Já no que se refere às despesas, estas cifraram-se em valores que rondam as três dezenas de milhares de Euros, permitindo apresentar, à data de 1 de junho de 2014, um saldo bancário positivo no valor de 160.672,28 Euros. 19 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA Numa visão retrospetiva, pode afirmar-se, com confiança, que a Presidência Portuguesa cumpriu as atividades a que se propôs. Portugal passa, com a consciência do dever cumprido, o testemunho para Timor-Leste, certo que a sua Presidência dará continuidade ao trabalho que ao longo de mais duas décadas tem vindo a ser realizado por todos os Estados-membros no seio desta importante organização da Justiça lusófona. 20 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA ANEXO I PRINCIPAIS LINHAS DE ATUAÇÃO DA PRESIDÊNCIA PORTUGUESA O artigo 3.º do Acordo de Cooperação que estabelece o Regimento da Conferência dos Ministros da Justiça dos Países de Língua Oficial Portuguesa determina que a Conferência tem como objetivo “promover o desenvolvimento das relações de cooperação entre os diversos Estados, nos domínios da justiça, nomeadamente através de: a) Reflexão conjunta sobre temas de interesse comum aos diversos sistemas jurídicos e judiciários; b) Avaliação das relações de cooperação bilateral e multilateral existentes; c) Identificação de novas áreas de cooperação; d) Promoção da celebração de novos acordos de cooperação jurídica e judiciária e acompanhamento de execução dos que já se encontram em vigor.” A Presidência Portuguesa da Conferência propõe-se desenvolver o programa que ora se apresenta, desdobrando-o nestes quatro eixos principais que o referido artigo 3.º do Acordo exemplifica. i. Reflexão conjunta sobre temas de interesse comum aos diversos sistemas jurídicos e judiciários A Conferência de Ministros da Justiça da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa deve promover a reflexão conjunta sobre temas que interessem a todos os Estados e sejam relevantes para os seus ordenamentos jurídicos. 21 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA Face aos momentos difíceis que a Justiça atravessa em todas as latitudes quer seja por força da crise económica mundial e pela instabilidade político-social que esta acarreta, quer seja pela ausência de recursos, impõe-se que todos os Estados reflitam conjuntamente sobre as formas de superação das dificuldades dos seus sistemas jurídicos e judiciários, partilhando experiências e resultados. Conscientes da necessidade de manter o equilíbrio entre níveis sustentados de despesa pública e a prestação de um serviço de justiça com qualidade e eficiência, os Estados estão hoje obrigados a repensar os seus paradigmas tradicionais de oferta da Justiça, o que implica que sejam criativos e estejam abertos a novas experiências. Este é, portanto, o ambiente propício a que países que partilham uma matriz jurídica e que têm laços de afinidade tão fortes quanto os Estados da Conferência, promovam o intercâmbio de ideias, de projetos e de iniciativas na área da Justiça. Portugal tem, até pela situação que atravessa, uma vasta experiência que pode partilhar com os outros Estados da Conferência e, simultaneamente, está totalmente recetivo a apreender as práticas de sucesso vividas pelos ordenamentos jurídicos de cada um dos outros Estados da Conferência. Assim, durante a sua Presidência, Portugal pretende lançar uma ampla reflexão sobre as reformas dos sistemas de Justiça, como modo de adaptação às novas realidades. Para tanto, conta com a experiência vivida nestes últimos tempos, fruto das alterações legislativas e orgânicas que tem levado a cabo. Com efeito, Portugal encontra-se em acelerado processo de reforma judiciária, que inclui a criação de um novo Código de Processo Civil, a conceção de um novo sistema de informação para os tribunais e a reorganização da rede de tribunais de primeira instância, acompanhada de um ajustamento dos tribunais de segunda instância. A reforma do Código de Processo Civil prevê medidas de simplificação processual e o reforço dos instrumentos de combate a atuações processuais dilatórias. Concomitantemente, esta reforma reforça o poder de direção do processo pelo juiz e o princípio do inquisitório, mantendo e ampliando o princípio da adequação formal e introduzindo, ainda, o princípio da gestão processual. 22 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA Igualmente foi adotado o Plano de Ação para a Justiça na Sociedade de Informação que assenta em dois pilares, a saber: a criação de um sistema único e seguro de gestão processual em todas as jurisdições e a criação do Portal da Justiça, que permitirá o relacionamento dos cidadãos com a Justiça e integrará ferramentas específicas para cada uma das profissões jurídicas. A estas funcionalidades, acresce um centro de formação à distância. A reforma da organização judiciária em curso alicerça-se em três vetores fundamentais: primeiro, na introdução de mecanismos de gestão processual associados a métodos de controlo da produtividade do sistema; segundo, na aposta numa maior especialização dos tribunais, com vista à obtenção de ganhos de eficiência; por fim, na simplificação da oferta judiciária. Face aos desafios que atualmente se colocam no domínio da Justiça, a Presidência Portuguesa propõe-se dinamizar a reflexão conjunta dos temas enunciados, bem como do tema central desta reunião, utilizando para o efeito as estruturas da Conferência já existentes, isto é, o Secretariado-Permanente e a rede de Correspondentes Nacionais. Uma outra via para o fazer consistirá no relançamento do Boletim semestral (que permitirá promover o intercâmbio de ideias e a divulgação de melhores práticas) e na organização de um «workshop». Ao Boletim serão associados especialistas de todos os países, mas preferencialmente dos países da Conferência, que serão convidados a publicar artigos. ii. Avaliação das relações de cooperação bilateral e multilaterais existentes No domínio da avaliação das relações de cooperação bilateral e multilaterais existentes, a Presidência Portuguesa gostaria de lançar à discussão a ideia de uma plataforma conjunta de proteção das crianças no espaço da Conferência, ou seja, uma concertação política e técnica a este respeito nos fóruns da Justiça adequados, por forma a, com base no reforço das atuais relações, potenciar a adoção de posições conjuntas e, por essa via, fomentar a afirmação da Justiça lusófona, a nível multilateral e global. 23 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA O estreitamento dos laços numa plataforma desta natureza poderá, inclusive, auxiliarnos nas respostas que nos compete dar na discussão em curso em torno da reformulação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. Neste importante contexto em que se analisam as relações mantidas entre os Estados lusófonos, num quadro de bilateralidade e, em que se equacionam as relações da Conferência com outras entidades, a Presidência Portuguesa entende realizar uma reunião dos correspondentes nacionais para avaliação intercalar da execução do seu Programa, bem como dos Planos de Ação referentes às Declarações de Lisboa. Nesta avaliação de meio-termo poder-se-á diagnosticar os pontos fortes e fracos das estratégias adotadas e, quanto a estes, corrigir os desequilíbrios verificados durante a sua execução. iii. Identificação de novas áreas de cooperação A terceira vertente sobre a qual a Presidência Portuguesa se pretende debruçar incide sobre a identificação de novas áreas de cooperação. A este propósito, a Presidência acredita que é importante fomentar o trabalho em torno do tema central da Conferência de Lisboa - A Proteção Internacional das Crianças no espaço da CPLP (nas Vertentes Civil e Penal) -, encetando-o como uma nova frente de cooperação entre os Estados que integram a Conferência. No mesmo sentido, e fruto das intervenções a efetuar, é propósito da Presidência iniciar uma fase de «globalização» da Conferência, inaugurando ou estreitando os laços com relevantes organizações internacionais. Com efeito, na atualidade, nenhuma organização pode trabalhar isoladamente, devendo tirar partido das sinergias que podem surgir da cooperação com outras instâncias internacionais, beneficiando de estratégias e experiências já adquiridas ou aproveitando o conhecimento especializado por estas desenvolvido. 24 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA Assim, prevê-se estabelecer pontes, nomeadamente, com a Conferência da Haia de Direito Internacional Privado e com a Conferência dos Ministros da Justiça dos Países Ibero-Americanos, dando cumprimento ao enunciado desiderato. A Presidência Portuguesa propõe, ainda, a criação de uma Comissão de Trabalho cujo mandato consistirá no desenvolvimento de um manual relativo à aplicação e ao funcionamento prático da Convenção sobre a Transferência de Pessoas Condenadas. Pela extrema relevância que assume a divulgação institucional da Conferência e dos seus trabalhos, a Presidência de Portugal irá trabalhar para melhorar a imagem da Conferência, designadamente através da conceção e, havendo disponibilidade financeira, da realização de um sítio eletrónico da Conferência, contendo informações sobre a organização e atividades, assim como do sistema da Justiça dos Estados que a compõem. A par desta iniciativa, a Presidência Portuguesa promoverá a aquisição de produtos de divulgação próprios da Conferência. iv. Promoção da celebração de novos acordos de cooperação jurídica e judiciária e acompanhamento de execução dos que já se encontram em vigor Já quanto à promoção da celebração de novos acordos de cooperação jurídica e judiciária e acompanhamento de execução dos que já se encontram em vigor, o Plano de Trabalhos da Presidência Portuguesa reputa como fundamental, a par da consolidação dos instrumentos jurídicos já existentes, isto é, das três Convenções assinadas sob a égide da Conferência e das duas Declarações de Lisboa, a análise e debate com vista à conclusão de novos instrumentos que permitam facilitar o relacionamento mútuo, sobretudo no âmbito da proteção das crianças. Tal como indicado anteriormente, a reunião de correspondentes nacionais efetuará uma avaliação intercalar da aplicação das Declarações de Lisboa e dos respetivos Planos de Ação, diagnosticando as oportunidades e as ameaças que a sua execução coloca. Cumprir-se-á, desta forma, o propósito central da Conferência de Lisboa, ou seja, dar destaque aos problemas que afetam as crianças, sobretudo nas relações transfronteiriças, 25 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA salientando-se os campos que mais relevam no quotidiano dos cidadãos, isto é, as questões da guarda dos menores, de alimentos e os aspetos civis da subtração de menores. Do mesmo modo e por considerar essencial o trabalho da Rede de Cooperação Jurídica e Judiciária Internacional dos Países de Língua Portuguesa, Portugal entende ser necessário proceder a uma avaliação dos problemas com os quais esta Rede se depara, a fim de os procurar resolver, revitalizando-a, com o objetivo de colocar no seu merecido lugar este tão importante instrumento de cooperação jurídica e judiciária, tal como foi idealizada por esta Conferência. 26 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) XIV CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA ANEXO II Sistema de Quotizações Mistas da CMJPLOP ESTADO CONTRIB. OBRIGATORIA CONTRIB. VOLUNTARIA CONTRIB. TOTAL/ANUAL ANGOLA 4.000,00€ 14.000,00€ 18.000,00€ BRASIL 4.000,00€ 23.000,00€ 27.000,00€ CABO VERDE 4.000,00€ 2.000,00€ 6.000,00€ GUINÉ-BISSAU 4.000,00€ 1.000,00€ 5.000,00€ MOÇAMBIQUE 4.000,00€ 2.000,00€ 6.000,00€ PORTUGAL 4.000,00€ 23.000,00€ 27.000,00€ S. TOMÉ E PRÍNCIPE 4.000,00€ 1.000,00€ 5.000,00€ TIMOR LESTE 4.000,00€ 2.000,00€ 6.000,00€ 27 RELATÓRIO DA SECRETÁRIA-GERAL DA CMJPLOP (2013-2015) ANEXO III Contribuições da Conferência dos Ministros da Justiça dos Países de Língua Oficial Portuguesa (2011-2019) TOTAL ESTADOS-MEMBROS 2011 2012 2013 2014 2015 ANGOLA 4 000 € 4 000 € 4 000 € 4 000 € 4 000 € 2016-2019 Saldo Inicial 16 000 € 36 000 € TOTAL Acumulado 36 000 € 2013-2015 BRASIL 0 0 0€ CABO VERDE 0 0 0€ GUINÉ-BISSAU 0 0 0€ 8 000 € 7 999 € 15 999 € 58 000 € 54 000 € 112 000 € 0 0 0€ 24 088,21 € 24 088 € MOÇAMBIQUE 4 000 € 4 000 € 4 000 € 3 999 € PORTUGAL 4 000 € 27 000 € 27 000 € 27 000 € 27 000 € S. TOME E PRINCIPE TIMOR-LESTE TOTAL 6 000 € 18 000 € 6 000 € 41 000 € 5 976 € 40 976 € 6 112 € 41 111 € 31 000 € 16 000 € 66 000,00 € 122 086,71 € 188 086,71 € ANEXO IV Extrato bancário a 1 de junho de 2015