AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO
8,5
A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Andreia Cristina Pontaroulo Lindoino
Email: [email protected]
ORIENTADOR: Prof. Ilso Fernandes do Carmo
ALTA FLORESTA/2012
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO
A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Andreia Cristina Pontaroulo Lindoino
Email: [email protected]
ORIENTADOR: Prof. Ilso Fernandes do Carmo
“Trabalho apresentado como exigência
parcial para a obtenção do título de
Especialização em Educação Infantil e
Alfabetização”.
ALTA FLORESTA/2012
Dedico a Deus, que me deu força em mais
uma batalha.
AGRADECIMENTO
Agradeço
participaram
a
todas
direta
as
e
conclusão deste trabalho.
pessoas
indiretamente
que
na
RESUMO
Na presente pesquisa de cunho bibliográfico, tem-se como objetivo mostrar
a importância da literatura infantil e conscientizar o professor do enorme
compromisso que tem ao iniciar seus alunos na literatura. Através de autores como:
COELHO, ZILBERMAN, FRANTZ, ABRAMOVICH e outros, percebeu-se que a
literatura infantil nas práticas pedagógicas é um importante instrumento para se
obter uma boa aprendizagem, sendo que o professor precisa sensibilizar o aluno
para a literatura. Assim, não se pode negar que a literatura infantil, com seus contos
clássicos, poesias e lendas, é uma grande aliada do educador no processo de
socialização e aprendizagem do aluno, e que deve estar presente na rotina diária da
escola, pois é um momento mágico, que permite não só à criança, mas também ao
professor voar para longe nas páginas de um livro.
Palavras Chave: Literatura Infantil, Contos, Poesias, Lendas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................06
1 LITERATURA INFANTIL NO BRASIL...................................................................08
1.1 HISTÓRIA DA LITERATURA INFANTIL.............................................................09
1.2 AS RELAÇÕES LEITOR, TEXTO E MUNDO.....................................................10
2 A LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.........................................................12
2.1 A NATUREZA DO TEXTO LITERÁRIO...............................................................12
2.2 A LITERATURA INFANTIL CLÁSSICA: OS CONTOS DE FADAS.....................13
2.3 POESIA PARA CRIANÇAS .................................................................................14
2.4 FOLCLORE: PRIMEIROS PASSOS LITERÁRIOS .............................................14
2.5 A LITERATURA INFANTIL DE MONTEIRO LOBATO.........................................16
3 A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA FORMAÇÃO DO SUJEITO..................19
3.1 A IMPORTÂNCIA DE OUVIR E CONTAR HISTÓRIAS......................................21
3.2 O HUMOR NA LITERATURA INFANTIL............................................................ 22
3.3 SE INTEIRANDO DE VERDADES............................................................ .........22
4 LITERATURA INFANTIL NA ESCOLA..................................................................24
4.1 HÁBITOS DE LEITURA E A BIBLIOTECA NA ESCOLA....................................27
CONCLUSÃO............................................................................................................29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................31
INTRODUÇÃO
A principal função da escola hoje é formar leitores. Todas as suas propostas
pedagógicas são unânimes em afirmar que querem uma educação transformadora,
criativa e libertadora.
Assim, para abrir os caminhos que dão acesso ao mundo da literatura e tudo
que ela pode proporcionar, a literatura infantil, é a chave mágica, pois apresenta um
caráter lúdico, mágico, é o caminho natural.
O presente trabalho foi desenvolvido através de fontes bibliográficas, com o
objetivo de mostrar a importância da literatura infantil e conscientizar o professor do
enorme compromisso que tem ao iniciar seus alunos na literatura. A apresentação
do trabalho foi disposta em capítulos que explanam sobre a importância da literatura
nas séries iniciais.
No primeiro capítulo apresenta-se o histórico da literatura infantil discorrendo
sobre os primórdios até os dias atuais. Apresenta também a literatura infantil no
Brasil, bem como o primeiro autor da literatura infantil.
No segundo capítulo apresenta-se a literatura nas séries inicias, a natureza
do texto literário, a literatura infantil clássica: os contos de fadas, poesia para
crianças e folclore: primeiros passos literários.
No terceiro capítulo apresenta-se a importância da literatura na formação do
sujeito explanando também sobre a importância de ouvir e contar histórias. No
quarto capítulo discorre-se a literatura infantil na escola, como também, o hábito de
leitura e a biblioteca na escola.
Deseja-se que este trabalho aponte alguns enfoques que venham a
contribuir para que educadores de uma forma geral reflitam sobre suas práticas, pois
a Literatura Infantil só tem a acrescentar nas séries iniciais.
É na escola que a literatura tem o poder de construir para a criança, um elo
lúdico entre o mundo da imaginação, dos símbolos subjetivos e o mundo da escrita,
dos signos convencionalizados e impostos pela cultura. A partir do momento em que
a criança passa a ter acesso ao mundo da leitura, ela passa a buscar novos textos
literários, novas descobertas, ampliação de compreensão de si e do mundo, do
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desenvolvimento pessoal e do mundo que a cerca, pois o momento de ouvir ou
inventar uma história representa um dos momentos mais significativos para a criança
e para as atividades pedagógicas, porque proporciona um momento mágico para ela
com um valor educativo sem igual.
1 LITERATURA INFANTIL NO BRASIL
Somente no início do Século XX começa a reação a este estado de
dominação cultural (a dominação da educação por estrangeiros, pelos educadores
europeus). E cada vez mais autores passam a se dedicar a literatura infantil, dentre
esses autores consagrados na literatura adulta como José de Alencar e Olavo Bilac.
Este último enfocando principalmente as virtudes cívicas em seu papel de educador.
Suas obras “visavam em primeiro lugar informar, transmitir conhecimentos e
comportamentos exemplares segundo os valores da ideologia dominante.”
(SANDRONI; MACHADO, 1987, p. 55)
A primeira manifestação literária infantil no Brasil, segundo SANDRONI e
MACHADO (1987), surgiu com o educador europeu, Carl Jansen, que atuando como
mestre no colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, traduziu e adaptou clássicos
para a juventude como: As mil e uma noites, Dom Quixote, Robson Crusoé, entre
outros.
O fato de a educação ser dominada por estrangeiros, , segundo SANDRONI
e MACHADO (1987), contribuiu bastante para o atraso na produção de livros infantis
brasileiros: a principal fonte de demanda, a educação via-se suprida por livros
originários dos países dos mestres.
O maior escritor de Literatura Infantil no Brasil, segundo, segundo
SANDRONI e MACHADO (1987), foi Monteiro Lobato despertando o imaginário
infantil com a criação de um mundo de fantasia que agradava até os adultos.
Revoluciona a literatura infantil brasileira, introduzindo uma série de novos
elementos, tanto formal quanto em conteúdo, é o precursor de uma literatura infantil
crítica. Seu melhor trabalho foi no sítio do Pica-pau Amarelo. Para SANDRONI e
MACHADO (1987), o diferencial de Monteiro Lobato foi a forma sutil de trabalhar o
certo e o errado, por exemplo, a figura da „Emília” em Sítio do Pica-pau Amarelo,
que desmistifica uma série de pseudoverdades, se procurando em debater temas
públicos, normalmente circunscritos ao mundo adulto, de forma a serem facilmente
apreendidos pelas crianças, ajudando na formação do caráter, sem deixar de incitar
o imaginário, a curiosidade infantil e a delicadeza do sonho que toda criança adora.
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Monteiro Lobato, segundo SANDRONI e MACHADO (1987), utiliza o humor
e também o folclore brasileiro com um trabalho em, cima da relação fantasia e
realidade utilizando uma linguagem coloquial bem característica da infância.
1.1 HISTÓRIA DA LITERATURA INFANTIL
Ao iniciar o estudo da literatura infantil e sua prática na escola precisa-se
buscar no passado subsídios que nos dão o entendimento do presente para projetarse o futuro. O que é ser criança hoje é diferente do passado. Tal compreensão
possibilita ver como e onde podem ocorrer mudanças necessárias para o presente.
O conceito de infância começa a surgir, na Europa entre os séculos XVII e XVIII,
com ascensão da burguesia quando passa a ver a criança como o futuro da nação
(ZILBERMANN, 1985).
Antes, a criança era ignorada pela sociedade dos adultos, não havendo
nenhuma atenção ou cuidados específicos para com ela, era visto como um adulto
em miniatura, podendo desta maneira participar das atividades apropriadas aos
adultos; eram elas: esportivas ou intelectuais, não existia leitura destinada somente
a criança, já que, esta perante a sociedade não tinha características próprias da
infância, a educação atribuída a criança era a mesma oferecida ao adulto. A única
educação diferenciada, era a educação dos filhos da nobreza e os filhos da classe
desprivilegiada, os pequenos nobres deliciavam-se na leitura em grande clássicos; já
os filhos dos pobres, a esses lhe restavam ouvir histórias de cavalaria, heróis
desconhecidos, lendas ou contos, que eram contadas e recontadas oralmente pelo
povo, essas histórias tinham como características uma linguagem simples formando
assim as primeiras literaturas de Cordel.
Surge então uma nova noção de família, centrada não na relação de
parentesco, mas no núcleo familiar preocupado em manter uma privacidade
impedindo a intervenção de parentes em seu negócio interno e estimula o afeto
entre os seus membros. (ZILBERMANN, 1985)
Com o declínio do Feudalismo, segundo ZILBERMANN (1985), surge, na
Europa, grandes transformações sociais e econômicas em que a classe burguesa
buscava espaço social e estabilidade por meio da intelectualizarão. A educação é
reorganizada, surge a concepção de infância baseado na ideia cristã de inocência e
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a literatura infantil floresce, igualmente com a dominação do jovem e o controle do
que aprender para formar o adulto que a sociedade almejava, assim a literatura
infantil assume um caratê pedagógico, para transmitir normas que influenciam na
formação moral dos futuros adultos. Com isso a pedagogia assume a criação da
literatura infantil, e o desenvolvimento intelectual da criança e alimenta a ideologia
da classe dominante. “O livro passa a ser o elo da criança com o mundo, um espelho
da realidade que não a reflete direito; antes disso, retrata a realidade de forma
obtusa, superficial e maniqueísta”. (GABRIEL, 2003, p. 45)
1.2 AS RELAÇÕES LEITOR, TEXTO E MUNDO
A partir do que ensina FREIRE (1986), vê-se quê a leitura do mundo se faz
na vivência, no dia a dia. Pode-se, porém, viver diferentes experiências sem que se
consiga apreender seus diversos significados, a abrangência de suas implicações,
ou seja, sem que se estabeleçam as relações entre as experiências de vida do leitor
e o todo maior de que essas fazem parte. Dessa forma, a leitura de mundo de que
fala FREIRE (1986), fica prejudicada. A limitação da visão de mundo do sujeito
impede, também, um desempenho mais satisfatório nas suas relações interpessoais,
bem como uma atuação mais significativa na transformação social.
Por outro lado, aprende-se também que a partir da leitura da palavra podese ampliar e aprofundar a leitura de mundo. É essa dialética entre palavra e mundo
que se deve preocupar enquanto educadores. Dentro dessa perspectiva, segundo
FLORES (1988), a leitura assume um papel relevante à medida que pode se tomar
a principal intermediária entre o leitor e o mundo.
Todo texto possui uma intenção e através dele o autor “busca atingir
determinados objetivos, sendo esse o instrumento mediante o qual atua sobre a
realidade, criando e modificando situações”. (FLORES, 1988, p. 5)
Ao dizer a sua palavra o escritor escolhe a forma que julga mais adequada
para dizer o que quer e atingir o seu leitor de maneira mais eficaz. "O tipo de
interação estabelecida se traduz na seleção de um registro, com marcas típicas em
todos os níveis estruturais de análise fonética, sintática, semântica e pragmática"
(FLORES,1988, p. 6). Consequentemente, a partir da determinação do seu autor
tem-se diferentes tipos de textos, com diferentes intenções, e que precisam ser
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conhecidos a fim de que fique mais clara a relação leitor, texto e mundo de que se
fala. Assim, a partir do desvelamento das intenções escondidas (ou manifestas) nas
diferentes formas de texto, estará proporcionando ao leitor um instrumento valioso
para ampliar e aprofundar a sua leitura de mundo por meio da leitura da palavra.
Os especialistas da língua, segundo FLORES (1988), têm se utilizado das
mais variadas formas para classificar os diferentes tipos de texto. Bastante interessante é a tipologia apresentada por professores da Faculdade Porto Alegre, FAPA,
que divide os textos em: informativos, persuasivos e literários. Essa tipologia tem
como referência a relação autor, texto e leitor e se define a partir dos objetivos
perseguidos pelo seu autor, objetivos esses que, por sua vez, irão definir a escolha
de determinado tipo de texto.
Acredita-se que é muito importante para o aluno a convivência com os mais
variados tipos de texto, pois cada um revelará ao leitor uma faceta diferente da
relação texto - mundo. Entretanto, para o aluno das séries iniciais é a leitura do texto
literário a que deve predominar sobre as demais, por ser esse o texto que maiores
afinidades tem com o leitor infantil, por ser um texto que envolve o leitor por inteiro,
apelando para as suas emoções, a sua fantasia, o seu intelecto, e por apresentar o
mundo a partir de uma perspectiva lúdico estética, aspecto esse que não se pode
desconsiderar, principalmente se tratando do leitor criança.
Isso é possível graças à natureza da literatura e de sua linguagem ambígua,
simbólica, carregada de sentidos, aberta o suficiente para permitir ao seu leitor o
máximo de liberdade para fazer a sua leitura.
2 A LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A principal função da escola hoje é formar leitores. Todas as propostas
pedagógicas das escolas são unânimes em afirmar que querem uma educação
transformadora criativa e libertadora. A escola sabe que tipo de educação quer fazer,
mas muitas vezes não sabe como fazer. A melhora na qualidade de ensino que
tanto se busca só vai ser alcançada quando a escola formar de fato, leitores.
A literatura infantil é também ludismo, é fantasia, é questionamento, e dessa
forma consegue ajudar a encontrar respostas para as inúmeras indagações
do mundo infantil, enriquecendo no leitor a capacidade de percepção das
coisas (FRANTZ, 2001, p. 54).
O professor deverá ter o cuidado de fazer das experiências de leitura algo
que seja prazeroso para os alunos, gratificante. As crianças das fases iniciais vivem
a fase do pensamento mágico e lúdico. Elas utilizam as brincadeiras, a fantasia para
construir os seus conhecimentos, explorando e conhecendo assim sua realidade.
2.1 A NATUREZA DO TEXTO LITERÁRIO
A obra literária, segundo FRANTZ (2001), é um objeto social, o que equivale
dizer que sua existência supõe no mínimo um autor e um leitor, onde o processo de
inteiração se constitui o sentido do texto, onde é de fundamental importância a
participação do leitor.
Por sua natureza, é a literatura que tem a mais rica, eficaz e gratificante
contribuição a dar na busca do objetivo da formação do sujeito. Os textos, segundo
FRANTZ (2001) adquirem uma função única, aliando-se à informação e ao prazer do
jogo, envolvem a razão e emoções numa atividade integrativa, conquistando o leitor.
O campo da literatura é o mais amplo possível, pois esta voltada para o
conhecimento do mundo e do ser, por meio da ficção e da realidade.
O que pode ser observado é que quanto maior for o valor literário de um
texto, menores serão as delimitações de faixa etária. A literatura infantil é toda a
literatura que pode ser lida também pelo adulto. Não se pode esquecer que, assim
como a criança, a literatura é também um jogo, fantasia, beleza e emoção.
Os interesses de leitura das crianças e dos jovens variam de acordo com a
idade, sexo, escolaridade, elas se encontram em algumas fases: as idades dos livros
de gravuras dos contos de fadas, histórias ambientais, histórias de aventura. O
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interesse se modifica. O que se deve exigir na literatura infantil é que ela seja de fato
literatura. Por ser infantil, não significa que deva ser uma produção menor, de
qualidade inferior.
[...] os critérios que permitem o discernimento entre o bom e o mal texto
para crianças não destoam daqueles que distinguem a qualidade de
qualquer outra modalidade de criação literária. Seu aspecto inovador
merece destaque, na medida em que é o ponto de partida para a revelação
de uma visão original da realidade, atraindo seu beneficiário para o mundo
com o qual convivia diariamente, mas que desconhecia. Neste sentido, o
índice de renovação de uma obra ficcional esta na ração direta de sua
oferta de conhecimento de uma circunstância da qual de algum modo o
leitor faz parte (FRANTZ, 2001, p. 58).
A função do educador não é apenas a de ensinar a ler, mas a de dar
condições para o aluno realizar a sua própria aprendizagem, conforme seus
interesses, fantasias e dúvidas. O professor estimula seu aluno através de diversos
recursos ou técnicas.
2.2 A LITERATURA INFANTIL CLÁSSICA: OS CONTOS DE FADAS
Os contos não perdem a sua atualidade porque tratam da essência humana,
que é a mesma desde que o homem existe. Falam de coisas profundas, essenciais,
que habitam dentro de cada um, falam de medos, sonhos, desejos, esperanças, os
mesmos sentimentos que inquietam as crianças e os jovens de hoje. É importante
que o professor, ao selecionar esses contos, dê preferência ao texto integral,
traduzido do original, sem adaptações.
Quando as crianças já tiverem ouvido e lido vários desses contos
tradicionais, o professor selecionará outros contos contemporâneos
baseados naqueles antigos. Como exemplo pode-se citar A Verdadeira
História de Chapeuzinho Vermelho e Chapeuzinho Amarelo. Depois de ler
essas histórias o professor chamará a atenção das crianças para as
semelhanças e diferenças desses em relação às tradicionais, de maneira a
fazê-las perceber que o autor serviu-se de texto antigo, porém introduzindo
elementos novos característicos de nossa época e que atualizam o
significado daqueles contos ou simplesmente mudam a proposta de leitura
original. (FRANTZ, 2001, p.70).
Ele deve estimular as crianças para que busquem e leiam também outros
contos. A literatura infantil de hoje é muito rica, muito variada. A maior preocupação
é no auxílio dos educadores para que saibam se orientar em meio a tantos livros. É
preciso saber avaliar esse material para saber escolher uma boa literatura para
oferecer aos alunos, esse passo é de grande importância para o sucesso do
trabalho com a leitura.
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2.3 POESIA PARA CRIANÇAS
A poesia é um gênero literário que sofre os maiores preconceitos editoriais.
Tem quem ache que a poesia infantil tem que ser moralizada, falar de costumes, de
como organizar o dia-a-dia, descrever bons hábitos; ou tem que ser pequenininha,
bobinha, que deve contar como as plantinhas crescem como a chuvinha. Toda a
poesia tem que ter uma surpresa, se não tiver não é poesia. Há poetas que brincam
com s palavras de uma maneira que as crianças gostam de ouvir e ler. Há também
outros, que sabem usar o anagrama (palavra ou frase obtida pela mudança de
posição de letras de outras palavras ou frases). (ABRAMOVICH, 1989).
As rimas são outros recursos da poesia, são muito gostosas de ler e ouvir
quando bem escolhidas. Não podem ser regras postas sem nenhum critério, pois há
regra dentro da poesia que as definem, podendo ser rimando, a primeira e a
segunda linha, intercaladas, dependendo do tipo de versificação em cada poeta
escolher para utilizar em cada poema que faz.
O fato de a rima ser simpática e lúdica não significa que seja obrigatória e
que não existem versos livres. É buscar o fácil, o rápido, o que resulta numa
grande bobagem, sem significado algum. E isso não é trabalhar com as
palavras, não é rabiscar mil vezes até conseguir, a surpresa nas rimas, o
efeito mágico é belo (ABRAMOVICH, 1989, p. 47).
O ritmo, segundo ABRAMOVICH (1989), é outra marca da poesia, é o que
possibilita o acompanhamento musical ao que é lido ou ouvido. Um soneto ou uma
trova podem ser tão válidos e belos quanto um poema concreto. O que vale é a boa
escolha para serem lidos. Há também as poesias narrativas, contadas sob a forma
de versos. Há uma variedade de poesias para adultos, onde se encontram muitos
escritos bonitos e estimulantes que as crianças gostariam de ouvir.
Se o professor for ler um poema para a classe ele deve conhecê-lo bem, que
o tenha lido várias vezes antes, que o tenha sentido, percebido, saboreado, para
que passe a emoção verdadeira, o ritmo, que faça pausas para que cada criança
possa descobrir cada estrofe, cada mudança.
2.4 FOLCLORE: PRIMEIROS PASSOS LITERÁRIOS
O primeiro contato com a linguagem poética se dá muito cedo, já nos
primeiros dias de vida. Ele acontece suavemente, numa voz afinada ou não, mas
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carregada de emoção e carinho: Boi, boi, boi, boi da cara preta. E a cantiga de ninar
embala, acalma e em contato com a mãe o bebê adormece tranqüilo.
O tempo vai passando e então surge o Dedo minguinho, seu vizinho, pai de
todos, fura bolo, mata piolho. E o piolhinho vai por aqui, por aqui, e
enquanto se brinca com a linguagem as mãos da mãe vão fazendo
coceguinha e provocando o riso gostoso. "Cadê o toucinho daqui? O gato
comeu" E assim, as parlendas, as mnemônias passam também a integrar o
nosso cotidiano. (COELHO, 1987, p. 52).
E como é gostoso perceber o ritmo, a melodia, a rima, as imagens singelas
do pequeno poema. E que vitória, que emoção quando se consegue memorizar o
"versinho", como se diz popularmente, e arrancar os aplausos orgulhosos dos
familiares.
E num certo dia, assim de repente, descobre-se com o maior entusiasmo as
primeiras adivinhas: "O que é, o que é que tem bico e não bica, tem asas e não
voa”? (COELHO, 1987, p. 52). São pequenas charadas ou grandes enigmas que
desafiam e deliciam. Jogam com a ambigüidade da linguagem, exigem atenção,
raciocínio e divertem. É um jogo de esconder/camuflar os sentidos para depois
descobri-los. E aí vem a surpresa e com ela a alegria, a beleza, a magia da
linguagem.
Depois, é a vez da linguagem se tornar movimento, melodia e mão na mão
girar e cantar: "Ciranda, cirandinha vamos todos cirandar “(...) Música e movimento
nos dão asas, nos soltam no espaço, no tempo (...) e no mundo da imaginação: "Se
essa rua, se essa rua fosse minha (...).” (COELHO, 1987, p. 53).
Aos poucos, essas brincadeiras com a linguagem ficam mais complicadas e,
exigindo um esforço maior, nos desafiam a falar sem enrolar a língua: "Num ninho
de mafagafos há sete mafagafinhos (...)." (COELHO, 1987, p. 53). A cada desafio
vencido, uma nova alegria, maior confiança e maior intimidade com os sons da
nossa língua.
Com o passar do tempo, um conto vai tomando o lugar da cantiga de ninar
para encantar e relaxar a criança na espera do sono. São contos de fadas, contos
maravilhosos, lendas, fábulas, mitos. E, assim, através da voz materna (maioria das
vezes) essa herança cultural vai sendo transmitida de geração a geração. O contato
físico, o carinho, o texto folclórico criam um elo afetivo muito forte entre a criança e o
adulto e isso estará sempre associado a momentos de ludismo, prazer, emoção e
carinho que essas vivências proporcionaram. Esses textos irão se alternando com
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outros textos que continuarão alimentando nossa fantasia, mexendo com nossas
emoções e nos mostrando o mundo, a vida de uma forma lúdica, mágica e
emocionada.
Essa vivência do folclore, tem na família, na comunidade, um espaço
privilegiado. É um conhecimento que a criança traz na sua bagagem cultural quando
chega à escola. É a cultura viva do seu grupo social. Cabe à escola dar continuidade
e ampliar essas vivências.
Sabe-se que a palavra folclore possui uma ampla abrangência e que
envolve, literatura oral, brinquedos infantis, brincadeiras infantis, trabalhos artísticos
(trabalhos com argila, sementes, sucata) e festas infantis.
Este riquíssimo material está ao alcance de todos nós e acredita-se que eles
têm uma importante contribuição a dar no processo ensino aprendizagem na
educação infantil e nas séries iniciais, principalmente.
Professores e alunos encontrarão no material folclórico uma fonte riquíssima
de conhecimento, de ludismo, fantasiam, emoção e poesia que
oportunizarão uma maior aproximação com nossas raízes culturais.
(COELHO, 1987, p. 55).
Considera-se também que, nas famílias, os pais dispõem cada vez de
menos tempo para transmitirem esta herança cultural aos seus filhos. O novo ritmo
de vida imposta aos pais trabalhadores deixa muito pouco tempo para dedicar a esta
experiência. Os brinquedos eletrônicos prontos nada mais reservam à criança do
que observá-los em funcionamento. As brincadeiras de roda são substituídas por
danças de grupos da moda. À noite; ao invés da história lida na cama, a criança
adormece no sofá em frente à televisão, assistindo à novela. Os próprios pais da
geração mais jovem já pouco sabem do folclore. Em função disso, este espaço cada
vez mais reduzido na família precisa ser compensado com um espaço cada vez
maior na escola, para assegurar a continuidade junto às futuras gerações de toda
essa riqueza que herdou-se dos antepassados. Isso, com certeza, ainda é muito
válido nos dias de hoje. Especialmente no que se refere à literatura esse primeiro
contato lúdico, prazeroso, gratuito com a linguagem é fundamental para iniciar a
criança na linguagem lúdica, mágica, poética da Literatura.
2.5 A LITERATURA INFANTIL DE MONTEIRO LOBATO
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Monteiro Lobato, segundo FRANTZ (2001), foi o pioneiro, o primeiro que
escreveu para as crianças brasileiras histórias com qualidades literárias. Os seus
personagens são curiosos, inquietos, leitores sempre bem informados, cultos. É uma
literatura nova, que propõe ao seu leitor uma reflexão sobre a realidade que a cerca,
a fim de capacitá-lo a uma ação mais eficaz. Há sempre uma preocupação dos
professores em relação ao que fazer depois de lido o livro. Em primeiro lugar é
sempre bom lembra que uma literatura tem valor em si mesmo.
Monteiro Lobato (1882-1948) começa escrevendo para adultos. Com Urpês
(livros de contos) é apontado como um dos maiores escritores brasileiros.
Em 1921 publica A Menina do Narizinho Arrebitado, obra que inaugura a
literatura infantil brasileira. (FRANTZ, 2001, p.75)
Homem inteligente, dinâmico, batalhador, atua em diversas áreas, tendo sido
inclusive adido comercial nos Estados Unidos (1927). Regressa daquele país cheio
de entusiasmo pelo progresso e pelo desenvolvimento americano, mas sente-se
incompreendido pela sociedade (foi preso durante o governo de Vargas) e desiludese amargamente com o mundo adulto. Dá-se conta, então, que para transformar a
sociedade era preciso investir na formação da criança e se atira de corpo e alma a
essa tarefa. “Começa, assim, a escrever para as crianças e imprime novos rumos à
literatura que era dirigida a elas.” (FRANTZ, 2001, 75).
Mais perigoso do que não propor nada é propor atividades maçantes e
repetitivas depois de cada leitura. Mas também é valido ampliar o prazer que uma
leitura dá e aprofundar a sua compreensão desenvolvendo atividades que explorem
aqueles aspectos mais marcantes do texto.
Antigamente a poesia que se dava às crianças na escola não fugia à regra
que dominava a literatura feita para elas, era uma visão utilitária da literatura e da
poesia. Assim, toda aquela ludicidade, sonoridade, beleza que caracterizava a
primeira experiência poética trazida de casa era esquecida. O poema se tornava
assunto sem graça e sem poesia.
Hoje esse conceito de poesia está superado para a alegria e felicidade de
todos. A poesia fala de coisas do mundo infantil sem preconceitos, sem querer
nenhuma outra intenção que não seja brincar com as palavras e mostrar o mundo
por meio de uma linguagem lúcida e poética.
Acredita-se que a criança deva começar lendo, vivenciando em grande
número de poemas de diferentes formas e de diferentes autores.
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A iniciação poética infantil começa em casa com a mãe cantando cantigas
de ninar para o bebê dormir. Depois vêm as parlendas, as quadrilhas, as
cantigas de roda, as adivinhas, os trava-línguas que são passados
oralmente de geração a geração. È por isso que se diz que „a poesia é a
linguagem materna da humanidade‟ (Cassirer). (FRANTZ, 2001, p.80)
Muitos são autores que se destacam na poesia infantil e cujo trabalho é
muito reconhecido. A professora poderá escolher poemas e ter a criatividade para
trabalhar com as crianças explorando seus conhecimentos.
3 A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA FORMAÇÃO DO SUJEITO
Acredita-se que uma educação transformadora e humanizante passa
necessariamente pela prática da leitura e tem nela seu objetivo maior. Acredita-se
ainda que, por sua natureza, é a literatura que tem a mais rica, eficaz e gratificante
contribuição a dar na busca desse objetivo. Os textos literários, conforme explica
BORDINI (1985, p. 27),
adquirem no cenário educacional, uma função única, singular: aliam à
informação o prazer do jogo, envolvem razão e emoções numa atividade
integrativa, conquistando o leitor por inteiro e não apenas na sua esfera
cognitiva.
O campo da literatura é o mais amplo possível, pois ela está voltada para o
conhecimento do mundo e do ser. Por meio da sua capacidade de sintetizar e
condensar a realidade por meio dos recursos da ficção, a leitura faz com que o leitor
se reconheça e se descubra na observação de outras vidas, de outras realidades,
que possuem muitos pontos que se aproximam e ao mesmo tempo se diferenciam
da sua própria vida, de suas experiências cotidianas. A literatura mostra o mundo
por dentro, pois a ela o que interessa "não é apenas o fato sobre o qual se escreve,
mas as formas de o homem pensar e sentir esse fato que o identifica com outros
homens de tempos e lugares diversos." (AGUIAR, 1988, p. 14). Em virtude disso
pode-se afirmar que a literatura como leitura é a mais rica, a mais completa e a mais
gratificante para o seu leitor.
Ao considerar o leitor infantil, principal objeto neste estudo, vê-se então que
aqui a literatura desempenha um papel fundamental, decisivo e intransferível. Considerando que é por meio da fantasia, da imaginação, da emoção e do ludismo que a
criança apreende a sua realidade, atribuindo-lhe um significado, vê-se que o mundo
da arte é o que mais se aproxima do universo infantil, à medida que ambos falam a
mesma linguagem simbólica e criativa. O mundo para ambos é do tamanho da
fantasia e alcança até onde vai a imaginação criadora da criança e do artista.
A pergunta “O que é literatura?” tem suscitado desde a antiguidade as mais
variadas tentativas de respostas. Essas, segundo CUNHA (1985), vão desde uma
concepção de literatura como simples forma de deleite sem maiores conseqüências,
até uma concepção de literatura como documento fiel da realidade. Quando se trata
então de responder à mesma pergunta, acrescentando-lhe o adjetivo "infantil", as
20
respostas podem ser ainda mais controvertidas. Existe uma literatura estritamente
infantil? Acreditam alguns até mesmo que haja uma oposição quase que natural e
inconciliável no binômio literário infantil. Na verdade o que se observa é que quanto
maior for o valor literário de um texto, menores serão as delimitações de faixa etária.
Um bom livro dito para crianças pode ser lido com o mesmo gosto e proveito
também por adultos. “Veja-se como exemplo: Lygia Bojunga Nunes (A Bolsa
Amarela), Bartolomeu Campos Queirós (Onde Tem Bruxa um Fada), Ziraldo (A Bela
Borboleta) e Ruth Rocha (O Que os Olhos Não Vêem), dentre muitos outros”
(CUNHA, 1985, p. 23).
O que há, portanto, é apenas literatura, isto é, arte literária. Isso leva a
concluir que literatura infantil é toda a literatura que pode ser lida também pela
criança
Na realidade, toda obra literária para crianças pode ser lida (e reconhecida
como obra de arte, embora eventualmente não agrade, como ocorre com
qualquer obra) pelo adulto: ela é também para crianças. A literatura para
adultos, ao contrário, só serve a eles. É, portanto, menos abrangente do
que a infantil (CUNHA, 1985, p. 24).
Acontece, todavia, que com a autodenominação de literatura para crianças,
muitos livros sem nenhum valor literário têm sido publicados.
Estes, no entanto, não passam de simples livrinhos de histórias na maioria
das vezes infantilóides, sendo que o único aspecto que possuem em
comum com a literatura é o uso do código lingüístico. (WORNICOV, 1986, p.
6).
Pode-se verificar que sempre, quando o substantivo "literatura" é
subordinado pelo adjetivo "infantil", tem-se cometido, ao longo dos tempos, sérios
equívocos. O maior deles é a sua preocupação pedagógica, que acaba por reduzi-lo
à condição de mero subsidiário da educação formal, relegando-o à simples condição
de livro paradidático. Espera-se, nesse caso, que a criança lendo aprenda a
escrever corretamente, a partir da internalização das estruturas da língua, ao mesmo
tempo em que se aproveita para lhe passar ensinamentos morais de toda ordem.
Outros textos menos pretensiosos pecam pelo lugar comum, pelo linguajar
infantilóide, pelo simplismo, numa total demonstração de descrédito na capacidade
da criança. Na maioria das vezes esses textos, convencidos de que a criança é um
ser deficiente e que precisa ser introduzido nos valores do mundo adulto, carregam
suas páginas de moralismo, pretendendo indicar à criança a maneira mais correta de
ser. Nesse caso, o que se mostra à criança é um universo fechado, de valores
21
absolutos e inquestionáveis, em que a submissão, a obediência é a única forma
possível de relacionamento dela com o mundo.
3.1 A IMPORTÂNCIA DE OUVIR E CONTAR HISTÓRIAS
As histórias contadas ou ouvidas é uma terapia tanto para quem conta como
para quem ouve. “Dizem que contar histórias é um ato de amor (...) Alimento puro
para nossas almas. Inspiração para nossa criação.” (STEFANI, 1997: 22).
Às vezes se tem resultado rápido após contar um conto, através de
comentários. Mas normalmente não se sabe o que acontece com ela depois de
contada, porque cada um fará dela o que quis ás vezes as crianças se recordam de
histórias contadas uma só vez.
A arte de contar história depende de cada contador. Mas algumas técnicas
podem melhorar: Usar as ilustrações do próprio livro; Alterar o som da voz
ao contar; Contar histórias que você tenha gostado; Histórias diferentes,
engraçadas, de aventuras, de fadas. (STEFANI, 1997, p. 23).
Através da história se desenvolve o gosto pela leitura. Quando se dá
continuidade
ao
trabalho do conto através de
dramatizações,
desenhos,
construções, escritas a se produzir.
Além de a criança viajar no mundo oferecido pela história, ela poderá
elaborar e expressar sentimentos e pensamentos a partir desse momento. Pode-se
enriquecer muito esse trabalho através da contextualização do conto, mas isso
depende da idade e do interesse despertado na criança através do mesmo.
Contam-se histórias para os menores para distraí-los, muitas vezes sem
importância. Na verdade essa é uma atividade para a alma, comparável ao oxigênio
para o corpo.
O gosto pela poesia é despertado na criança quando nasce através da
cantiga de ninar que ouve num ato de amor e aconchego. È importante que a
escola, segundo STEFANI (1997), dê continuidade a essas descobertas lúdicas com
palavras, sons, e ritmos. Um adulto que lê poemas para criança esta estimulando a
gostar de poesias. Os próprios pais se acreditassem, o quanto é importante contar
histórias, dedicaria mais tempo para isso. Às vezes um momento desses teria mais
valor para as crianças do que certos tipos de brinquedos.
22
3.2 O HUMOR NA LITERATURA INFANTIL
Há livros onde o autor parte para uma idéia engraçada, divertida. Há livros
que contam histórias alegres que fazem as crianças sorrirem e gostarem das
leituras. Alguns autores mostram o modo irônico, gozado, quem disse que bruxa não
tem rotina doméstica, que não se cansa ou não se aborrece com os tumultos de um
dia nada favorável. Também mostra a irritação, o mau humor a raiva.
Ao descrever o Borororo, por exemplo, vai falando dos ímpetos assassinos
que alguns seres provocam, pelo tanto que irritam os que com eles tem que
conviver, mesmo que por pouco tempo. O Borororo é uma espécie muito
mixa, não tem nada, é apenas uma coisinha redonda e pelada, com dois
olhos saltados da testa. Ele é um tipo de desenho horroroso, o que também
faz parte dos livros, mostrar o que é bom, ruim, bonito, feio, o que é
assustador e o que é alegre. (ABRAMOVICH, 1989, p. 45)
Existem autores com humor na nossa literatura infantil e juvenil, outros
demonstram capacidade de fazer rir, se divertir perante um acontecimento; outros
tem idéias melhores, com mais divertimentos e com coisas mais engraçadas. O
humor não é contar piada, fazer graça ou um comentário boboca, é muito mais que
completa é apaixonante. A expressão mais completa do prazer de viver e a
compreensão mais inteligente do saber viver, para valer realmente a pena.
3.3 SE INTEIRANDO DE VERDADES
Querer saber de todo o processo que acontece do nascimento até a morte,
faz parte da curiosidade natural da criança. A criança, dependendo de seu momento,
de sua experiência, de sua vivência, de suas dúvidas, pode estar interessada em ler
sobre qualquer assunto. A questão, segundo ABRAMOVICH (1989), é saber como o
tema é abordado, sem medo, reservas, sem fugir do assunto, qualquer livro,
qualquer assunto pode ter uma linguagem, um tratamento, um caminho mais
envolvente e mais pessoal. Depende da postura e da crença do autor.
A morte é um tema pouco explorado, como se as pessoas temessem tocar
nele, como se a morte não fizesse pare da vida, como se a criança não se
defrontasse com ela. O que acontece no mundo, ela é informada o tempo todo, de
que há guerras, acidentes, atentados, falecimento de pessoas, até da família. No
entanto, poucos autores em poucas histórias abordam o assunto da morte.
(ABRAMOVICH, 1989)
23
Há tantas verdades para a criança se inteirar de modo bonito, poético crítico,
a questão parece não encobri-las, não disfarça-las ou diminuir sua importância.
Os contos de fadas estão envolvidos no maravilhoso, um universo de
fantasia, partindo sempre duma situação real, concreta, lidando com
emoções que qualquer criança já viveu; pois se passam num lugar fora dos
limites do tempo e do espaço, mas onde qualquer um pode caminhar. Os
personagens são simples e colocados em inúmeras situações diferentes,
onde tem que buscar e encontrar uma resposta importante, chamando a
criança a percorrer e achar junto uma resposta para o conflito porque todo
esse processo é vivido através da fantasia, do imaginário, com intervenção
de entidades fantásticas (bruxas, fadas, duendes, animais falantes, plantas
sábias). (ABRAMOVICH, 1989, p. 52).
A magia não esta no fato de haver uma fada já anunciada no título, mas na
sua forma de ação, de aparição, de comportamento, entre outros. Os contos de
fadas, segundo ABRAMOVICH (1989), são tão ricos que tem sido fonte de estudos
para psicanalistas, sociólogos, cada qual dando sua interpretação e se
aprofundando no seu eixo de interesse. Os psicanalistas encontram nos contos de
fadas uma fonte muito rica para estudos e interpretações do comportamento e
anseios humanos.
Explicar para uma criança por que um conto de fadas é tão cativante para
ela. As interpretações adultas, por mais corretas, roubam da criança a oportunidade
de sentir que ela, por sua conta própria, enfrentou com êxito uma situação difícil. As
histórias falam de descobertas da própria identidade, o que é fundamental para o
crescimento. Falam também de abandonos, de esquecimentos, de quem um dia foi
marcante, mas que por várias razões (até mesmo a morte), já não toca ou comove.
Falam de tristezas, de revelações, sexualidade; falam-nos da vida e da morte, de
ciclos que se iniciam e que se fecham nos falam da dificuldade de ser criança ou
jovem, de como é preciso provar a capacidade a cada instante, de como é preciso
se firmar como pessoa; falam de fantasia, do poder de sonhar, desejar, do quere o
próximo. (ABRAMOVICH, 1989).
Pois imaginar é também recriar realidades. É só estar atento ao processo
pessoal, às relações com os outros e com o mundo, à memória e aos projetos, para
compreender que a fantasia é uma das formas de ler, de perceber, de detalhar, de
raciocinar, de sentir o quanto à realidade é um impulsionador para desencadear as
fantasias.
4 LITERATURA INFANTIL E A ESCOLA
Com a valorização da infância no decorrer dos séculos, segundo ANDRE
(2004), gerou-se meios de controlar o desenvolvimento intelectual da criança, e com
isso, a manipulação de suas emoções, inventando-se a literatura e reformando-se a
escola.
A infância proporcionou tratados de pedagogia, por ser considerada uma
etapa etária de conceito demarcado, propondo assim, que esta fase da vida seja
diferente da fase adulta. Com esta nova visão de infância, da criança como ser que
necessita de cuidados e improdutiva, a escola passa a assumir um duplo papel – o
de introduzir a criança na vida adulta e ao mesmo tempo protegê-la das agressões
do mundo exterior. Desta forma, os primeiros textos infantis foram escritos por
pedagogos e professores para que houvesse conotação educativa, porém, a obra
literária também pode reproduzir o mundo adulto, seja através do narrador, através
dos padrões comportamentais explícitos ou implícitos na história e de sua
linguagem, a qual se pretende que a criança aprenda – tudo sofre interferência do
adulto, que pode usar a realidade imaginária para expor sua ideologia. “O que
demonstra a falsa inocência do gênero, pois quando se percebe sua intenção
moralizante, o texto se revela um manual de instrução.” (ZILBERMAN, 1985 : 21).
Mas a educação e os educadores passaram por grandes mudanças no
decorrer dos tempos, várias linhas pedagógicas surgiram para que a escola
crescesse e, assim, mudasse sua perspectiva de educação e de aluno, a criança
conquistou seu real valor e, hoje, por ela e para ela são feitas as aulas. Hoje,
professores são unânimes em afirmar que o fato de ouvir histórias na idade préescolar é muito importante para o desenvolvimento da criança, iniciando-a como um
aprendiz de leitor, porque, pelo simples fato de escutar uma história, a criança
desenvolve um esquema de texto narrativo, percebendo que em todas elas há início,
meio e fim, e se envolvem de tal maneira que, ao contá-las, têm a certeza de que
realmente aconteceram, mesmo que seja de faz-de-conta, desenvolvendo sua
memória e sua imaginação.
“É papel da escola auxiliar na formação de leitores que produzam sentido
por meio de diálogo com diversos gêneros literários.” (ANDRE, 2004 : 19).
25
Apesar desta grande conquista, segundo ANDRE (2004), o educador luta
ainda contra outro fator que acomete o hábito da leitura: a tecnologia. Hoje as
crianças passam muito tempo em frente a televisão, no vídeo game, no computador,
já que este proporciona efeitos sedutores ao público infantil. Cabe ao professor
oferecer a estas crianças a literatura de forma prazerosa e atraente.
A Literatura Infantil, segundo ANDRE (2004), auxilia na aquisição do gosto
pela leitura e contribui para o desenvolvimento infantil, pois resgata o lúdico na
aprendizagem e, proporciona um prazeroso contato com a linguagem escrita,
tornando-se uma importante ferramenta para a alfabetização, o conhecimento de
mundo e o autoconhecimento.
Ao contar histórias, segundo ANDRE (2004),o professor propicia à criança,
seu primeiro contato com a linguagem escrita padrão, que é diferente da linguagem
oral que utilizamos para conversar, além de aumentar o vocabulário do aluno, já que
muitas das palavras que não conhecem, escutam-na pela primeira vez ao narrar de
uma história, e, ao praticar esta atividade, o professor estará promovendo o
desenvolvimento de estratégias de processamento e linguagem, importante para o
sucesso posterior na escola. É muito importante que esta atividade seja rotina para
crianças das séries iniciais, por que a Literatura Infantil permite que a criança
preencha algumas lacunas presentes em sua pequena vida. Através dos livros
ilustrados e com pequenos textos, da história oral, da leitura de histórias e poesias a
criança entra em mundos diferentes ao da sua realidade.
A ampliação do universo discursivo da criança também se dá por meio do
conhecimento da variedade de textos e manifestações culturais que
expressam modos e formas próprias de ver o mundo, de viver, de pensar
[...] músicas, poemas e histórias são um rico material para isso (BRASIL,
1998, p. 139).
A narração do professor, segundo ANDRE (2004), é o meio pelo qual a
criança pré-escolar interage com o mundo da fantasia proposto pelo livro. Na prática
diária, utiliza-se a rodinha para apresentar os livros às crianças, pois assim, a
criança aprenderá a narrar através de jogos de contar histórias e através de
brincadeiras, como a dramatização, nas quais reproduzem textos variados que já
lhes são conhecidos e utilizando termos característicos do faz-de-conta, como "Era
uma vez..." e "Foram felizes para sempre.", tudo enquadrado no contar histórias feito
diariamente.
26
A criança tem seu jeito próprio de ler e contar histórias, pois a leitura
compreende muito mais do que decodificar letras e sílabas, implicando em um
conjunto de ações como a interpretação de desenhos e figuras.
“A criança que ainda não sabe ler convencionalmente pode fazê-lo por meio
da escuta da leitura do professor, ainda que não possa decifrar todas e cada uma
das palavras. Ouvir um texto já é uma forma de leitura.” (BRASIL, 1998, p. 141).
Nesta fase, a criança que tem acesso a materiais de leitura e um professor
que conta histórias de forma prazerosa, desenvolverá apreciação pela literatura e
terá no professor um modelo a seguir.
A relação com o livro antes de aprender a ler auxilia a criança a torná-lo
significativo como um objeto que proporciona satisfação. Isto ocorre porque,
ao tocar, manusear, olhar, alisar o livro e brincar com suas folhas e
gravuras, a criança sente um prazer similar ao proporcionado por um
brinquedo (ANDRÉ, 2004, p. 18).
As histórias podem ser apresentadas, não apenas pela leitura de livros, mas,
de diversas maneiras, contudo, deve-se levar em conta a disponibilidade de tempo
do educador e a faixa etária a ser trabalhada. Deve-se procurar diversificar as
dinâmicas utilizadas para contar histórias, para que a cada dia haja mais interesse
por este momento. Pode-se explorar a leitura oral utilizando-se de gravuras de
apoio, da leitura simples, da história espontânea, das dramatizações com as
crianças, com fantoches, com os dedos, através de discos infantis, história sem texto
e muitos outros recursos.
A partir destas modalidades de leitura, pode-se desenvolver várias
atividades como: construção de fantoches com sucata, com papel, pano; realização
de desenhos, colagens, pinturas; atividades de expressão corporal, mímicas,
dramatizações; criação coletiva de novos finais para a trama; novas ilustrações para
a confecção de livros; construção de um texto coletivo; confecção de jogos da
memória, dominó, etc; e, é deixar a criatividade levar-nos a explorar este vasto
caminho literário.
Nas séries inicias o professor tem várias formas de trabalhar a literatura
infantil utilizando um material textual diversificado, ampliando o conhecimento de
mundo da criança.
27
4.1 HÁBITO DE LEITURA E A BIBLIOTECA NA ESCOLA
Considerado um tesouro, o livro pode enriquecer o ambiente escolar, mas
para que isso aconteça, é preciso torná-lo parte da vida de todos.
Para as crianças que ainda não sabem ler (pré-alfabetização) e para os que
estão aprendendo a ler (alfabetização) é importante que se tenha contato com tal
tesouro, pois, apresentando o livro desde cedo ao indivíduo, estará lhe fazendo um
bem e propondo-lhe uma fonte inesgotável de prazer, diversão e informação.
A leitura pelo seu próprio mecanismo de reflexão e percepção, influencia na
formação do indivíduo. Como possibilidade reflexiva, age na ativação da
memória e da criatividade, na expressão oral e escrita, ou seja, os
resultados da leitura como prática diária são cada vez melhores em
qualidade e quantidade. (ROCHA, 1987, p. 40).
Nas séries iniciais, uma atividade é desenvolvida diariamente e é muito
importante para as crianças: a Hora da História, onde o educador conta histórias
para as crianças. Este é um momento valioso para as crianças fantasiarem sobre o
mundo mágico que o livro propicia. Este hábito pode ser conquistado mesmo antes
da criança entrar para escola, em casa, esta afinidade começa com as leituras que
os pais fazem para os filhos. Por ser um hábito que se adquire gradativamente, é
importante que a criança, desde bebê, tenha a oportunidade de estar com os livros.
Pais que já possuem o hábito da leitura e lêem rotineiramente para seus filhos
podem ficar tranqüilos quanto a estes serem bons leitores. “O ideal que pais e filhos,
mesmo nos de colo, possam compartilhar uma experiência gostosa, na descoberta
do mundo dos livros.” (SANDRONI; MACHADO, 1987, p. 12 ).
Assim como ao conversar com os filhos os pais os preparam para explorar
verbalmente o mundo, lendo, incentivarão os filhos a adquirir tão precioso hábito: o
da leitura.
Além de casa, a escola e a creche também são ambientes propagadores
deste hábito, sendo que, na creche, a criança entra em contato com os livros mais
cedo que as crianças da escola, já que entram na instituição aos 4 meses de idade,
enquanto na escola ingressam com 4 anos. Tornam-se então um meio importante de
disseminação do hábito de leitura, já que no Brasil, os pais que lêem para os filhos
são a minoria, e a biblioteca, juntamente com o professor, podem auxiliar nesta
perspectiva.
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Pensando nas crianças é que foram criadas as Bibliotecas Infantis, hoje, são
várias espalhadas por todo país. A primeira, segundo SANDRONI e MACHADO
(1987), foi fundada em 1935 e recebeu o nome de Biblioteca Monteiro Lobato e,
tinha por objetivo, acolher crianças que não tinham condições de comprar livros e
possuíam grande potencial a ser desenvolvido, ou seja, foi criado com perspectiva
social. Em 1978, segundo SANDRONI e MACHADO (1987), foi criado o Fundo
Nacional do Livro Infantil e Juvenil, preocupado com a questão do hábito de leitura
em crianças e adolescentes. Se antes a preocupação era filantrópica, agora passava
a ser pedagógica. Com esta mesma preocupação, foi criado o Centro de Estudos de
Literatura Infanto-Juvenil, com apoio de técnicos e estudiosos da área. Nesta época,
formou-se um novo pensamento acerca do livro e da literatura: a assimilação da
linguagem ligada à universalidade e um saber que tradicionalmente esteve excluído
da questão do hábito de leitura, ganhando assim, uma conotação universitária.
Ainda hoje, a biblioteca cultiva esta preocupação pedagógica e, é por isso
que cada vez mais, profissionais da educação estão dispostos a levá-la para dentro
da escola, para dentro da sala de aula, pois a biblioteca escolar tem funções a
serem desempenhadas, como a função educativa, que incentiva os alunos a
buscarem conhecimento, auxilia-os na formação de hábitos e quanto aos cuidados
do manuseio; e a função cultural, pois complementa a educação formal, ampliando o
conhecimento do aluno acerca do mundo e das culturas existentes nele, já que cada
livro proporciona uma viagem ao leito.
CONCLUSÃO
A literatura infantil é muito importante nas práticas pedagógicas e um
instrumento valioso para se obter uma boa aprendizagem. A criança tem sede de
informações e a melhor maneira de repassá-las é através da brincadeira,
fantasiando, pois as histórias infantis têm muito mais do que princesas e bruxas,
trazem lições implícitas em suas páginas, em meio ao faz-de-conta, e servem de
ferramentas para abordar diversos temas, como a pluralidade cultural, problemas
sociais, discriminação, ou seja, uma gama infinita de conhecimento.
Se o costume de contar histórias está nos primórdios da civilização, em volta
de fogueiras, deve-se levá-lo para dentro das salas de aula, com o intuito não
apenas de distração, mas com a consciência de que se for bem trabalhada,
crianças, aprenderão, mesmo que inconscientemente, conceitos fundamentais para
um amadurecimento saudável de seu conhecimento, seja ele de mundo ou de
convivência.
É através das histórias que o professor trabalha as emoções importantes,
como: a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a
insegurança, a tranqüilidade, a angústia, a ansiedade, e muitas outras, alem de viver
profundamente tudo o que cada uma das histórias provoca em quem as ouve, pois
se torna necessário sentir, ouvir e enxergar com os olhos da imaginação. É através
das histórias que a criança pode descobrir outros lugares, outros jeitos de agir e de
ser, outra realidade, uma nova compreensão de mundo.
Percebe-se, cada vez mais a necessidade de valorizar a importância do
trabalho da literatura, pois esta é uma das formas de estimular nas crianças, além do
gosto pelas histórias e as fantasias, também as relações entre o real e o imaginário,
desenvolvendo o senso crítico e a transformação do saber, sendo a literatura de
histórias o momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir
o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em
outros tempos e lugares diferentes do seu.
Assim, a importância fundamental da literatura é permitir a evolução e a
formação da personalidade do futuro adulto, pois a literatura infantil foi redescoberta
para servir e enriquecer as bases das experiências sociais e culturais, fundamentais
30
ao desenvolvimento da criança. Sendo assim, a literatura foi criada com objetivo de
valorizar a fantasia do maravilhoso e da magia.
Cabe ao professor a tarefa de utilizar a literatura infantil no seu dia a dia,
fazendo com que os alunos possam ter maior interesse e acesso aos livros e
também fazendo com que as crianças venham a ter, futuramente, uma visão mais
crítica.
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SANDRONI, Laura C.; MACHADO, Luiz P. Guia prático de estímulo a leitura: a
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STEFANI, Rosaly. Leitura: que espaço è esse?: uma conversa com educadores.
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WARNICOV, Ruth. Criança, leitura e livro. São Paulo: Nobel, 1986.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 1985.
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