Título: RELATO DE EXPERIÊNCIA: OFICINA PSICOPEDAGÓGICA
Tema: Outros
Autor responsável por apresentar o Trabalho: SHEILA QUEIROGA PIRES
Financiador: Resumo: Durante a Oficina Psicopedagógica da I Feira de Saúde organizada pela equipe do
Centro de Estudos da Criança em parceria com a Sub-Prefeitura do Grande Méier, foi
realizada uma atividade chamada “Era uma vez... histórias e contos com crianças e
adolescentes”. A atividade foi realizada pelas coordenações dos cursos de Psicologia e de
Fisioterapia da Sociedade Educacional Fluminense, tendo como finalidade resgatar as
histórias infantis e os contos de fadas no imaginário infanto-juvenil como maneira de
intervir na qualidade do desenvolvimento humano.
Para tanto, foi construída uma casa de João e Maria em tamanho real, que traduzia as
imagens lúdicas e encantadoras deste conto. Do lado de fora da casa, assim como do lado
de dentro, estavam pendurados doces como pirulitos, balas, biscoitos, maçãs, além de
outros objetos como varinhas de condão, vassourinhas, sapatinho de cristal, luas, sóis, o
capuz da Chapeuzinho Vermelho. Todos esses objetos funcionavam como atrativos e
estímulos para que as crianças e os adolescentes pudessem “entrar” no espaço
lúdico/literário. A porta era feita com estrelas presas em linhas finas, que pareciam flutuar.
Ao lado da casa, havia também uma bruxa em tamanho grande. Dentro da casa, também
existiam diversos livros de histórias infantis e um contador era o mediador entre as crianças
e jovens e o que era narrado de forma interpretativa e lúdica. Após ouvirem as histórias,
cada um registrava através do desenho como tinha sentido e vivido aquela narrativa e saía
dali com uma vassourinha ou uma varinha mágica, além de um pirulito.
O público atingido era formado por crianças e até mesmo alguns jovens e adultos que
demonstraram curiosidade pela casa. Foi um trabalho de contação de histórias permeado
com intervenções psicopedagógicas que pudessem despertar o aprendizado DE VIDA e NA
VIDA, além de despertar o interesse pela leitura e pela fantasia como forma de BRINCAR.
Segundo Bruno Bettelheim, a história de João e Maria encoraja a criança a explorar por sua
conta as meras invenções de sua imaginação ansiosa, porque este tipo de conto transmitelhe a confiança de que poderá controlar não apenas os perigos reais de que os pais lhe
falam, bem como os outros, intensamente exagerados, que ela teme que existam.
Na atualidade, percebe-se um percentual bastante significativo de casais que se separam,
muitas vezes com brigas, discussões e agressões na frente dos filhos, sem nenhum respeito.
Vemos também crianças tendo que assumir responsabilidades dos adultos e pais que não
têm tempo para as crianças devido ao excesso de trabalho. Tais fatores podem contribuir
para o surgimento de conflitos afetivo-emocionais em crianças e jovens que, como
conseqüência, prejudicam seu desenvolvimento e sua aprendizagem. Medo, desespero... O
que fazer com alguns sentimentos que nunca foram sentidos e hoje aparecem com tanta
facilidade em cada um? A utilização de histórias infantis e contos de fadas como
instrumentos de mediação para a elaboração e possível resolução destes conflitos pode ser
um caminho psicopedagógico. Um bom conto de fadas traz fantasia, recuperação, escape,
consolo, além de recuperação de um desespero profundo e escape de algum grande perigo
(Bruno Bettelheim).
Através dos contos, a criança consegue inconscientemente se identificar com a história
ouvida. Se, em algum momento, ela estiver vivenciando algo parecido, a história chegará
para lhe trazer tranqüilidade e apontar caminhos e possíveis respostas ou até mesmo um
final feliz ou adequado. O objetivo maior é perceber as crianças como crianças, com
características específicas em relação ao seu desenvolvimento e assumir a posição de
mediadores positivos. Isso ocorre quando favorecemos atividades que valorizam a fantasia
e a imaginação. Através destas oficinas psicopedagógicas pode-se explorar a potencialidade
de cada ser humano, Criança sem histórias é criança sem raiz, que acha que está crescendo,
mas na verdade está vulnerável a qualquer tipo de situação sem base para defender-se.
Criança com histórias é criança de pé firme, com vontade de viver e externalizar tudo o que
sente. É criança feliz e que dá frutos.
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Título: RELATO DE EXPERIÊNCIA: OFICINA - CRP-RJ