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24/08/10 - 00:00 > TELECOMUNICAÇÕES
Operadoras farão aporte de R$ 80 bi até a Copa de 2014
SÃO PAULO - As operadoras de telefonia fixa e móvel deverão aportar mais de R$ 80 bilhões na melhoria
da infraestrutura das redes e tecnologia até 2014 no País. A cifra é quase 50% dos R$ 182,1 bilhões já
investidos pelas operadoras desde a privatização, em 1998 (excluindo os R$ 37,6 bilhões aplicados de 1997
a 2008, na aquisição de outorgas para prestação de serviços). Levando em conta a média de investimento
das teles para 2010 (acima a R$ 10 bilhões), a cifra representa um adiantamento de um ano do volume
normal das operadoras, de acordo com especialistas ouvidos pelo DCI.
Segundo a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), o volume maior deve-se à previsão do
setor de atender a 100 milhões de novos contratos da telefonia no período. Além disso, existe a previsão
de que o setor tenha uma demanda extra até 2014, gerada principalmente pela Copa e pelas Olimpíadas.
Na visão do engenheiro em telecomunicações Eduardo Tude, da consultoria Teleco, o crescimento da base
de assinantes das operadoras, principalmente na telefonia celular é o que vai demandar mais
investimentos das companhias telefônicas.
A previsão, segundo ele, é que em quatro ou cinco anos as teles vejam, ao menos 100 milhões de novos
contratos em suas bases de assinantes. Atualmente o setor tem 247,4 milhões de assinantes de serviços
como: telefonia, internet, e televisão paga. "A maior parte deste crescimento virá da telefonia móvel,
porque é ela quem está apresentando o melhor crescimento do mercado."
Neste ano, nos seis primeiros meses do ano, o setor teve a entrada de 13 milhões de novos clientes. "A
Copa é apenas mais um episódio que vai acelerar os investimentos em telecomunicações. Na verdade eles
vão acelerar um pouco algo que precisaria ser feito de qualquer forma", afirmou.
O especialista, porém, acredita que grande parte dos aportes será destinada às redes, por conta da
consolidação do mercado, com a união dos serviços de telefonia fixa, celular, banda larga e televisão
paga. "É algo que vai ajudar a expansão da banda larga na unificação dos serviços, por isso as empresas
terão de investir mesmo", disse Tude.
Direcionamento
Para o presidente da gigante Telefônica, Antônio Carlos Valente, os investimentos previstos para o
crescimento das teles dará conta da maior parte da demanda gerada pelos eventos esportivos, mas haverá
necessidade de aportes em segmentos específicos, como a banda larga. "Não vejo necessidade de um
aporte extra muito grande, pois as teles já têm investido bastante. Acho que para atender à demanda da
Copa, talvez seja uma coisa mais pontual", disse ele, depois do anúncio de que o Speedy, banda larga da
Telefônica, chegou a três milhões de clientes em São Paulo. Hoje a estratégia da operadora de telefonia
fixa e banda larga é ampliar a cobertura da sua rede de fibra ótica, que atualmente atende a 22 bairros
na capital paulistana. Com a tecnologia, será possível oferecer banda larga a velocidades superiores a 100
gigabytes por segundo. Segundo a empresa, a intenção é de chegar à marca de 10 mil clientes do serviço
até o fim deste ano.
A visão do presidente da Telefônica é semelhante à do analista João Paulo Bruder, da consultoria
International Data Corporation (IDC), que vê na disputa por mercado o principal motivo do aumento dos
aportes em redes por parte das operadoras. "O fator mercado e o crescimento da concorrência ainda é
mais importante para as teles."
De acordo com Bruder, a maior parte dos investimentos previstos pelas operadoras será na troca de
equipamentos das centrais, na implantação de fibra ótica em regiões estratégicas. "A tendência é de que
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24/8/2010
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os aportes sigam a demanda dos grandes centros ou localidades onde haverá um retorno maior sobre o
investimento", explica o consultor.
Balanço
Apenas nos primeiros seis meses de 2010, os investimentos das teles somaram mais de R$ 5,1 bilhões, na
expansão, modernização e melhoria da qualidade dos serviços. Levando em consideração a previsão
divulgada pelas teles, o volume investido no primeiro semestre deve ser mantido pelas operadoras até
dezembro.
A Oi, por exemplo, deve empregar recursos na ordem de R$ 3 bilhões até dezembro, segundo o diretor de
Relações com Investidores da empresa, Alex Zornig. "Vamos investir os R$ 3 bilhões que estão faltando na
mesma proporção que investimos nos últimos dois semestres", afirmou o executivo, durante a
apresentação dos resultados do segundo trimestre de 2010.
No caso da Oi, o valor a ser empregado poderá contar com ajuda da entrada da Portugal Telecom no
capital da operadora (hoje a empresa detém 22,4% da operadora de celular brasileira), fato que
recentemente reforçou o caixa da empresa.
Wilian Miron
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