O PLANO DE CUIDADOS
EM SAÚDE MENTAL
Coordenação Estadual de Saúde Mental
Março 2014
O PLANO DE CUIDADOS EM SAÚDE MENTAL
Em busca da atenção integral, a Atenção Primária
como ordenadora da rede deve “coordenar o
cuidado elaborando, acompanhando e criando
projetos terapêuticos singulares, bem como
acompanhando e organizando o fluxo dos
usuários entre os pontos de atenção das Redes
de Atenção à Saúde, assim como as outras
estruturas das redes de saúde e intersetoriais,
públicas, comunitárias e sociais”
(Brasil, 2013)
Acolhimento na APS - Princípios
•
Ouvir as queixas apresentadas sem
menosprezá-las, compreendendo que os
sintomas estão presentes no usuário;
•
Se mostrar disponível para conversar com o
usuário sobre sua vida naquele momento,
exercitando a empatia;
•
Proporcionar ao usuário um momento de
reflexão sobre suas queixas e no que está
implicando em sua vida;
•
Discutir com o usuário/familiares sobre os
recursos que poderiam ser acionados para o
enfrentamento
de
suas
queixas
apresentadas, lembrando-o(s) de sua coresponsabilidade no processo.
Plano de Cuidados
Deve ser elaborado a partir da
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
em conjunto com o
usuário e familiares
considerando a
REDE DE APOIO EXISTENTE NA
COMUNIDADE
Considerar que:
1.
2.
3.
Não existe modelo único para a saúde mental
na APS. O programa certo é aquele desenvolvido
de acordo com as necessidades e prioridades da
comunidade a qual ele deve servir;
Todos os envolvidos devem ser considerados
na organização do serviço (usuários, familiares,
profissionais da APS, profissionais de saúde
mental e gestores);
A educação continuada
(treinamento/supervisão) é amplamente
recomendada, mas a natureza e a extensão
podem variar muito, de acordo com a relevância e
a organização do serviço.
(Garcia e Santana, 2012)
Propostas de Ações
A APS desempenha papel importante no diagnóstico
precoce, no início rápido do tratamento com
intervenções rápidas e efetivas na crise, na manutenção
do tratamento farmacológico e nos programas de
reabilitação psicossocial para os quadros psicóticos
crônicos estáveis.
Propostas de Ações
Transtorno Mental
• Baixo risco – A estratégia recomendada é
iniciar com cuidados de baixa intensidade
(atividade física em grupo, panfletos de
autoajuda, grupos de apoio); passando por
grupos psicoeducacionais e de apoio que
explorem questões como autoestima ou
resiliência; evoluindo para o uso de terapia
medicamentosa
com
supervisão
especializada e psicoterapia em grupo ou
individual, caso necessário.
Propostas de Ações
Transtorno Mental
• Médio a Alto risco - Atendimentos em domicílio,
capacitação, supervisão e apoio matricial de
profissionais do NASF, cuidado compartilhado com
os pontos de atenção secundária, como os CAPS. O
usuário continuará vinculado a APS de referência em
seu território.
• Pacote mínimo de cuidados: intervenções
psicoeducacionais simples, intermediação de ações
intersetoriais (moradia, trabalho, educação, cultura),
cuidado para as comorbidades clínicas frequentes ,
não se limitar ao fornecimento de medicação.
Propostas de Ações
Transtorno Mental
Problemas de SM da infância
e/ou Adolescência
•
Basear as intervenções na
promoção do desenvolvimento
físico e psicológico saudável,
pautado no apoio ao
aleitamento materno, na
orientação para os cuidados
maternos primários, no reforço
e estabelecimento dos
vínculos familiares, escolares
e comunitários e no estímulo a
prática de atividade física e
alimentação saudável.
Propostas de Ações
Transtorno Mental
Problemas de SM da infância e/ou Adolescência
• Identificar os fatores de risco e proteção da saúde
infanto-juvenil como o contato precoce com
substâncias químicas e álcool e suas complicações,
as doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez
precoce.
Propostas de Ações
Dependência a Álcool e Outras Drogas
•
Identificação do padrão de consumo da bebida alcoólica e
outras drogas e detecção precoce dos problemas
relacionados.
• Sempre
abordar
as
consequências
clínicas, psicológicas e sociais, discutir o
risco envolvido, encaminhar para serviços
especializados quando necessário, para
grupos de mútua ajuda, promoção de
ações intersetoriais para redução de danos,
manutenção da abstinência e prevenção de
recaídas.
Aspectos importantes
• As práticas em Saúde Mental na APS podem e
devem ser realizadas por todos os profissionais de
saúde.
• Qualquer intervenção proposta deve ter a aceitação
e envolver todos os integrantes das equipes da
atenção primária em papéis diversos.
• Qualquer encaminhamento deve ser implicado, ou
seja, a APS deve sempre se responsabilizar, além do
encaminhamento, pelo estabelecimento de um
endereço para a demanda, pelo cadastramento e
acompanhamento de cada caso.
FICHA DE APOIO PLANO DE CUIDADOS
EM SAÚDE MENTAL
-Está no final do Caderno
-Auxiliar no planejamentos das atividades
UM COLIBRI
Anatilde Julião
Hoje, encontrei respeito e paciência.
Fui ouvida e alguém libertou os meus temores.
Hoje, um gesto, pequeno, um gesto colibri,
acordou o meu silêncio (esse silêncio
absurdo povoado de fantasmas).
E transformou o
desânimo, entendeu a
incoerência, desteceu a raiva (aquela, teimosa,
que fareja mundos na minha lucidez).
Hoje, o dia invadiu a
minha dor quando esse
sorriso desencantou-me
a solidão.
Desejamos que, no nosso caminho,
tenhamos muitos gestos colibris que
possibilitem a construção de lugares e
espaços produtores e promotores de
saúde mental, de Sujeitos, de
conquistas, de alegrias, de paz, de
cidadania... de VIDA.
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