ROSIELLI SANTOS ARAÚJO INDICADORES DE QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS: análise das linhas do Corredor Estrutural João Naves de Ávila Uberlândia - MG 2008 Rosielli Santos Araújo INDICADORES DE QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS: análise das linhas do Corredor Estrutural João Naves de Ávila Monografia apresentada ao Curso de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia como requisito para obtenção do título de Bacharel em Geografia. Orientadora: Profª. Dra. Denise Labrea Ferreira Uberlândia - MG 2008 Rosielli Santos Araújo INDICADORES DE QUALIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS: análise das linhas do Corredor Estrutural João Naves de Ávila. ______________________________________________________________________ Profª. Dra. Denise Labrea Ferreira (Orientadora) ______________________________________________________________________ Profª. Dra. Beatriz Ribeiro Soares (UFU - IG) ______________________________________________________________________ Profº. Drº. William Rodrigues Ferreira (UFU - IG) Data: 15/12/2008 Resultado: 100,0 Aos meus pais, Hélio e Rosângela, pelo amor incomparável e às minhas irmãs, Kátia e Juliana, pela convivência impar. AGRADECIMENTOS Um punhado de gente reunida faz parte dessa conquista, pois cada pessoa, na sua individualidade, descobrindo-se, acrescentou à minha vida pessoal e profissional. Com certeza, existe um pouco de cada um de vocês nesse trabalho! Agradeço a Deus pelo dom da vida e por me dar forças para concluir mais essa etapa. À Ti, todo o meu amor e agradecimento, Senhor! Serei sempre grata aos meus pais, Hélio e Rosângela, pelo amor incondicional e por muitas vezes tornar os meus sonhos objetivo de vida deles. Às minhas irmãs, Juliana e Kátia, por tantos anos compartilhando juntas sorrisos, festas, o mesmo quarto, roupas, sapatos, livros, momentos.... A presença de vocês contribui muito para o meu enriquecimento. Adoro tê-las como irmãs e fazer parte dessa família! Sou particularmente grata pelo especial privilégio de ter sido orientada pela Profª. Drª. Denise Labrea Ferreira e agradeço a ela pelas oportunidades, por acreditar em mim e pelas contribuições para essa monografia. Obrigada pela amizade, pelo carinho, incentivo, cuidado e atenção! Não poderia deixar de mencionar meus agradecimentos à Shirley, ao Tieskin (in memorian), à Camila (Camilá), ao Gustavo (Menininho) e à Isabela pela constante presença e folia na casa. Ainda existem vizinhos como os de antigamente! E aos meus cunhados William e Éder, por fazerem minhas irmãs mais felizes. Agradeço aos meus amigos de infância, verdadeiros parceiros de sonhos, farras, confissões e partilhas, Sesimara (Sé) e Carlos Vinícius (Branco). Ah! Como é bom ter vocês para me ouvir e relembrar estórias! Obrigado a todos da 48ª turma de Geografia pelas histórias que dificilmente serão esquecidas, como o surf do Diogo e a macacada reunida, pelas viagens que sempre serão lembradas, como o Pico da Bandeira e Pirapora, e por diversas outras ocasiões compartilhadas juntas. Foi muito bom estar ao lado de vocês nesses quatro anos de curso! Valeu a pena! Em especial, agradeço às amizades construídas ao longo do curso, que deram mais significado e um colorido diferente a momentos únicos: Flávia (Flavinha), Adriana (Mamii), Alécio (Rei!), Tiago Brunêto (meu fotógrafo predileto!), Mônica (Monikita) e Matteus. E ainda, a diversos geógrafos que não eram da minha turma, mas foram grandes parceiros em viagens, trabalhos do curso, bares, festas da Geo, shows e sambas na UFU. “A minha escola não tem personagem, a minha escola tem gente de verdade (...) minha turma é legal, vamos fazer um filme?” – Renato Russo Agradeço a todos que são ou foram companheiros na Vertran, pessoas que tenho um carinho todo especial: Cecília, Marcinha, Deolinda, Gustavo, Fabinho, Sérgio, Claudinho, Lorenna, Cris, Guedes, Paulo Vitor, Marília (agregada), Luiz Fernando, Leandro, Priscilla, Jade (agregada 2), Márcia, Matteus, Felipe, Meiriene, Carioca, Matheus, Miramaya e Fernanda. Reconheço também o trabalho de todos os pesquisadores que já me socorreram em diversas pesquisas. Em especial, minha gratidão ao Sr. Francisco, por sempre manter as portas da empresa abertas para mim, disponibilizando os dados para essa pesquisa, tempo para concluíla e a infra-estrutura do local. Conviver com vocês todos os dias torna meu ambiente de trabalho, sem dúvidas, mais feliz! Obrigada por tudo! Minha gratidão também se estende a todos que trabalham na Vermax, principalmente ao Bruno, Lucas e Dorival, pela disposição em sempre auxiliar no que estivesse ao alcance. Obrigada! Também não posso esquecer-me do pessoal da fiscalização que sempre me atenderam com maior prontidão, em particular ao “menino” Bira. Vocês facilitaram o meu trabalho! Muito obrigada! Algumas pessoas gentilmente contribuíram para a concretização desse trabalho e sem elas esta pesquisa não teria a qualidade apresentada. Devo à Flávia sua ajuda para deixar o trabalho de acordo com as normas da ABNT. À Juliane, por tornar o texto mais claro a partir da leitura e revisão do português. Ao Gustavo, por ajudar com o mapa, e ao meu primo Claiton, por ajudar nos cálculos matemáticos. Aos funcionários do Instituto de Geografia, em especial à Mizmar que sempre me atendeu com eficiência, gentileza e paciência. Aos professores do Curso de Geografia, por compartilhar de conhecimento, idéias e profundos debates, especialmente William Rodrigues, Beatriz Ribeiro, Adriano Rodrigues, Vânia Vlach, Adriany de Ávila, Washington Assunção e Luiz Nishiyama. A algumas mulheres que admiro e escolhi para serem minhas amigas: Amanda (Mandinha), Marcela (Balakubaka), Suzane (Índia), Mariana (Mary), Luciana (Soneca) e Ariane (AriaIne). Como me divirto com vocês! A toda família Pereira, em especial ao Osmando, através do qual os conheci, à Sônia e à Vó Rosa, mulheres admiráveis! Obrigada por acrescentarem tanto ao meu crescimento pessoal, sendo cada encontro marcado pelo simples prazer em estar juntos! Também quero aproveitar a oportunidade e agradecer a alguns grupos que fizeram a diferença em minha vida, principalmente pelas pessoas que conheci através deles. Ao JAM (Juventude a Ação Mariana), ao Maanain, ao Materdei e ao Grupo Amigos da Alegria. E ainda, ao meu GAM (Grupo de Amigos Mesmo): Roberta (Bertinha), Íris (Tia Íris), Geraldos (G1 e G2), Felipe (Felps), Suzana, Camila, Érica Tatiana (Tati) e Ellen (Elinha). Obrigada pelas experiências sempre agradáveis e por tudo que já passamos juntos! “Quem me dará um ombro amigo quando eu precisar, e se eu cair se eu vacilar quem vai me levantar? (...) Amigos pra sempre, amigos que nasceram pela fé. Amigos pra sempre, para sempre amigos sim se Deus quiser” – Anjos de Resgate Por fim, agradeço aos demais amigos e familiares que compreenderam a minha renúncia a preciosos momentos de convivência. Ainda bem que existe abraço apertado, sorriso de criança, um beijo de mãe, o cheiro de pai, manga madura no pé, cheiro de terra molhada, pão-de-queijo com café, uma viola e um bando de amigo pra junto a gente cantar (Adolfo – Projeto Emcantar). Do meu telescópio, eu via Deus caminhar! A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta. O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano. Isaac Newton RESUMO O objetivo deste trabalho é avaliar a operação das linhas do Corredor de Ônibus Estrutural João Naves a partir dos indicadores de qualidade definidos no Edital de Transportes de Uberlândia, no período de 20 à 26 de outubro de 2008. Leituras bibliográficas que abordam diversas definições sobre qualidade, bem como o uso de indicadores nos transportes públicos por ônibus, além da coleta de dados no banco da VERMAX, com o núcleo da fiscalização e pesquisa com os usuários, possibilitaram o alcance do objetivo proposto. O trabalho está organizado em três capítulos, sendo que o primeiro avalia as diferentes linhas de abordagem dos autores que estudam qualidade e discorre sobre o uso de indicadores de qualidade no transporte coletivo; o segundo apresenta as características operacionais do Sistema Integrado de Transporte (SIT) e do objeto de estudo dessa pesquisa, o Corredor Estrutural João Naves de Ávila e o terceiro demonstra os resultados dos cálculos dos índices e a pesquisa de opinião realizada com os usuários. A pesquisa possibilitou concluir que o desempenho operacional do corredor, na semana pesquisada, comparando o programado com o realizado esteve sempre acima de 80%, além disso, o usuário demonstra satisfação ao utilizar o sistema. Palavras-chave: Indicadores de Qualidade. Ávila.Transporte. Programado. Realizado. Corredor Estrutural João Naves de LISTA DE ILUSTRAÇÕES Mapa 1 - Uberlândia (MG): localização, área do município e perímetro urbano (2007) ...... 31 Figura 1: Esquema de distribuição dos terminais .................................................................. 33 Figura 2 - Esquema Sistema Tronco Alimentador ................................................................. 33 Quadro 1- Distribuição das linhas do SIT no município de Uberlândia ................................ 34 Mapa 2 - Uberlândia (MG): localização do Corredor Estrutural João Naves de Ávila ......... 42 Foto 1 – Uberlândia (MG): Rampa e plataforma 6 (Nicodemos ) com trincas e buracos – 2005 .................................................................................................................................................. 43 Foto 2 – Uberlândia (MG): Rampas de acesso à plataforma 5 (UFU) totalmente esburacadas 2005 ......................................................................................................................................... 44 Foto 3 – Uberlândia (MG): Cantos e quinas da plataforma 4 (Prefeitura/ Shopping) quebrados comprometendo a estrutura - 2005 .......................................................................................... 44 Foto 4 – Uberlândia (MG): Ponto de ônibus na Av. João Naves de Ávila antes da implantação do corredor (2005) .................................................................................................................. 45 Foto 5 – Uberlândia (MG): Ponto de ônibus na Av. João Naves de Ávila antes da implantação do corredor (2005) .................................................................................................................. 46 Foto 6 – Uberlândia (MG): Ponto de ônibus na Av. João Naves de Ávila antes da implantação do corredor (2005) .................................................................................................................. 46 Foto 7 – Uberlândia (MG): Ponto de ônibus na Av. João Naves de Ávila antes da implantação do corredor (2005) .................................................................................................................. 47 Foto 8 – Uberlândia (MG): Comboios no ponto em frente ao Center Shopping (2005) ........ 48 Foto 9 – Uberlândia (MG): Comboios no ponto em frente ao Center Shopping (2005) ........ 48 Mapa 3 - Uberlândia (MG): localização das estações do Corredor Estrutural João Naves de Ávila (2006) ............................................................................................................................ 50 Figura 3 – Uberlândia (MG): Ponto do shopping antes e depois do corredor (2006) ............. 51 Quadro 2 – Uberlândia (MG): Linhas das estações de transferência e usuários por dia (2006) .................................................................................................................................................. 52 Figura 4 – Corredor Estrutural João Naves: ICV semanal por linha (2008) ......................... 59 Figura 5 – Corredor Estrutural João Naves: ICV por dia (2008) ........................................... 60 Figura 6 – Corredor Estrutural João Naves : ICF por dia (2008) .......................................... 63 Figura 7 – Corredor Estrutural João Naves: ICH semanal por linha (2008) ......................... 66 Figura 8 - Corredor Estrutural João Naves: ICH por dia (2008) ........................................... 67 Figura 9 – Corredor Estrutural João Naves: ICI semanal por linha (2008) ........................... 70 Figura 10 – Corredor Estrutural João Naves: ICI por dia (2008) .......................................... 71 Figura 11 - Corredor Estrutural João Naves: IQV semanal por linha (2008) ........................ 74 Figura 12 - Corredor Estrutural João Naves: IQV por dia (2008) ......................................... 75 Quadro 3 - Escala de envolvimento das empresas concessionárias ...................................... 81 Figura 13 - Corredor Estrutural João Naves: IIF por linha (2008) ........................................ 83 Figura 14 - Corredor Estrutural João Naves: IDO semanal por linha (2008) ........................ 89 Figura 15 – Corredor Estrutural João Naves: avaliação do Corredor pelos usuários (2006) .................................................................................................................................................. 92 Figura 16 – Corredor Estrutural João Naves: tempo de espera no ponto de parada pelo ônibus (2006) ...................................................................................................................................... 95 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Uberlândia (MG): Demanda dos terminais do SIT (2000 – 2005) ...................... 35 Tabela 2 – Uberlândia (MG): Demanda anual de passageiros pagantes do SIT (2000-2005) .................................................................................................................................................. 36 Tabela 3 – Uberlândia (MG): Características Operacionais do Sistema de Transporte Coletivo Público – Empresa Auto Viação Triângulo (2008) ................................................................. 38 Tabela 4 - Uberlândia (MG): Uberlândia (MG): Características Operacionais do Sistema de Transporte Coletivo Público – Empresa Transcol (2008) ....................................................... 39 Tabela 5 - Uberlândia (MG): Características Operacionais do Sistema de Transporte Coletivo Público – Empresa Cidade Sorriso (2008) .............................................................................. 40 Tabela 6 – Uberlândia (MG): Características das linhas do Corredor Estrutural João Naves de Ávila (2008) ............................................................................................................................ 52 Tabela 7 – Uberlândia (MG): Cálculo do Índice de Cumprimento de Viagem (ICV) – 2008 .................................................................................................................................................. 58 Tabela 8 – Corredor Estrutural João Naves: ICV semanal por Linha (2008) ........................ 59 Tabela 9 – Corredor Estrutural João Naves: ICV por dia (2008) .......................................... 60 Tabela 10 – Uberlândia (MG): Cálculo do Índice de Cumprimento de Frota (ICF) – 2008 .................................................................................................................................................. 62 Tabela 11 – Corredor Estrutural João Naves : ICF por dia (2008) ........................................ 63 Tabela 12 – Uberlândia (MG): Cálculo do Índice de Cumprimento de Horário (ICH) – 2008 .................................................................................................................................................. 65 Tabela 13 – Corredor Estrutural João Naves: ICH semanal por linha (2008) ....................... 66 Tabela 14 – Corredor Estrutural João Naves: ICH por dia (2008) ........................................ 67 Tabela 15 – Uberlândia (MG): Cálculo do Índice de Cumprimento de Itinerário (ICI) – 2008 .................................................................................................................................................. 69 Tabela 16 – Corredor Estrutural João Naves: ICI semanal por linha (2008) ......................... 70 Tabela 17– Corredor Estrutural João Naves: ICI por dia (2008) ........................................... 71 Tabela 18 – Uberlândia (MG): cálculo do Índice de Quebra de Veículos (IQV) – 2008 ...... 73 Tabela 19 – Corredor Estrutural João Naves: IQV semanal por linha (2008) ....................... 74 Tabela 20 - Corredor Estrutural João Naves: IQV por dia (2008) ......................................... 75 Tabela 21 – Corredor Estrutural João Naves: relação de pendências nos veículos (2º. semestre, 2008) ....................................................................................................................... 76 Tabela 22 - Uberlândia (MG): Cálculo do Índice de Inspeção de Frota (IIF) – 2008 ........... 82 Tabela 23 – Corredor Estrutural João Naves: IIF por linha (2008) ....................................... 83 Tabela 24 – Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 20/10/08 (2008) .......................... 84 Tabela 25 – Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 21/10/08 (2008) .......................... 85 Tabela 26 – Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 22/10/08 (2008) .......................... 85 Tabela 27 – Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 23/10/08 (2008) .......................... 86 Tabela 28 – Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 24/10/08 (2008) .......................... 86 Tabela 29– Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 25/10/08 (2008) ........................... 87 Tabela 30 – Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 26/10/08 (2008) .......................... 87 Tabela 31 – Corredor Estrutural João Naves: IDO semanal e os demais índices (2008) .......88 Tabela 32– Corredor Estrutural João Naves: IDO semanal por linha (2008) ........................ 88 Tabela 33 – Corredor Estrutural João Naves: avaliação do Corredor pelos usuários (2006) .................................................................................................................................................. 92 Tabela 34 – Corredor Estrutural João Naves: aspectos importantes para o usuário (2006) .................................................................................................................................................. 93 Tabela 35 - Corredor Estrutural João Naves: principais problemas para os usuários (2006) .................................................................................................................................................. 94 Tabela 36 – Corredor Estrutural João Naves: tempo de espera pelo ônibus (2006) .............. 94 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos AVL– Automatic Vehicle Location (Localização Automática de Veículo) BRT – Bus Rapid Transit (Sistema de Transporte Rápido) DMAE – Departamento de Água e Esgoto EMTU/SP – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo GEIPOT – Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes GEOSIT – Sistema de Informação ao Usuário GESP – Governo do Estado de São Paulo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICF = Índice de Cumprimento de Frota ICH = Índice de Cumprimento de Horário ICI = Índice de Cumprimento de Itinerário ICV = Índice de Cumprimento de Viagens IDO – Índice de Desempenho Operacional IIF – Índice de Inspeção de Frota IQT – Índice de Qualidade no Transporte IQV – Índice de Quebra de Veículo ISO – International Organization for Standardization (Organização Internacional para Padronização) ISU – Índice de Satisfação ao Usuário OSL – Ordem de Serviço das Linhas PDU – Plano Diretor de Uberlândia PMU – Prefeitura Municipal de Uberlândia SETTRAN – Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes SIT – Sistema Integrado de Transporte UFU – Universidade Federal de Uberlândia SUMÁRIO Introdução .......................................................................................................................... 15 1 - Indicadores de Qualidade: definições e antecedentes ............................................... 19 1.1 - Afinal, o que é qualidade? Breve descrição dos vários enfoques apresentados....... 19 1.2 - Controle de Qualidade: contexto histórico .............................................................. 23 1.3 - Qualidade no transporte público urbano no Brasil e o uso de indicadores ............. 26 2 - Sistema de Transporte Coletivo Urbano em Uberlândia e Corredor Estrutural João Naves de Ávila..................................................................................................................... 30 2.1 - Caracterização do Sistema Integrado de Transporte (SIT) ...................................... 31 2.2 - Demanda e Características Operacionais ................................................................. 35 2.3 - Corredor Estrutural João Naves de Ávila: estrutura e características ...................... 40 3 - Análise das Linhas do Corredor Estrutural João Naves de Ávila............................ 54 3.1 - Metodologia ............................................................................................................. 54 3.2 - Índice de Desempenho Operacional - IDO .............................................................. 56 3.2.1 - Índice de Cumprimento de Viagens - ICV .................................................. 57 3.2.2 - Índice de Cumprimento de Frota - ICF ........................................................ 61 3.2.3 - Índice de Cumprimento de Horário - ICH ................................................... 64 3.2.4 - Índice de Cumprimento de Itinerário - ICI .................................................. 68 3.2.5 - Índice de Quebra de Veículo - IQV ............................................................. 72 3.2.6 - Índice de Inspeção de Frota - IIF ................................................................. 76 3.3 - Avaliação dos serviços operacionais do Corredor Estrutural da Av. João Naves de Ávila. ................................................................................................................................ 84 3.4 - Pesquisa de Opinião com os usuários do Corredor Estrutural João Naves de Ávila 91 Considerações Finais .......................................................................................................... 96 Referências .......................................................................................................................... 98 Anexos ............................................................................................................................... 101 Modelo de relatório de viagens .......................................................................................... 102 Modelo de relatório de quadro de horário por viagem ....................................................... 106 Modelo de OSL .................................................................................................................. 109 Exemplos de desvios de itinerário, linhas A105, A116 e T101 ......................................... 114 Introdução O processo de urbanização no Brasil ocorreu de forma acelerada e desordenada, principalmente a partir de 1950 com a intensificação da industrialização, e na década de 1960 com aumento do êxodo rural. Esta realidade resultou em cidades com baixo nível de qualidade de vida, onde a configuração urbana não atende às necessidades estruturais de serviços essenciais, como condições mínimas de segurança, saneamento básico, educação, saúde, lazer e atendimento ao transporte coletivo. A criação de espaços urbanos cada vez mais caóticos é um fato preocupante que atinge o cenário nacional. Essa realidade, junto com as diferenciações internas e a vocação própria da região, é oriunda de um processo de produção no qual o mundo se inseriu, com caráter de totalidade, especificamente após a Revolução Industrial no século XVIII. Isso exigiu e resultou na implantação de programas que modernizassem diversos setores, principalmente o transporte, devido à sua relevância e urgência. No Brasil, o processo de redemocratização vivido pela sociedade a partir da década de 1980 possibilitou espaços para a discussão de tais assuntos, sobretudo em cidades de médio e grande porte. Porém, esse momento também foi marcado no país pelo incentivo e priorização do transporte particular, em detrimento do público, com políticas voltadas para o uso desse meio, colaborando significativamente para aumentar a frota urbana. Como conseqüências, surgem os congestionamentos das vias, desestímulo pelo deslocamento em transportes coletivos, e aumento dos conflitos urbanos. Em Uberlândia, a crescente urbanização e a forma de ocupação não fogem à regra geral. A ausência de planejamento e as características fortes de desconcentração geográfica das atividades econômicas resultam na formação de vazios demográficos e a ampliação do perímetro urbano. Estes vazios, além de distanciarem as moradias da população de baixa renda, contribuem para o aumento dos custos do transporte, uma vez que as linhas que atendem a estes lugares percorrerão quilometragens mais longas. Apesar da crise que envolveu os transportes, no final da década de 1980 e início de 1990, as cidades de Curitiba, São Paulo e Porto Alegre surgem no cenário nacional com propostas de interesse em modernizar o setor, e melhorar a operação dos serviços. Nestes municípios, o Poder Público apresenta sistemas inovadores, compatibilizando os altos custos do setor com o baixo nível de renda da comunidade. 16 A acepção de qualidade para o funcionamento do sistema de transporte coletivo em qualquer cidade pode apresentar-se como uma tarefa fácil. Entretanto, a forma e o ritmo de crescimento das cidades grandes e médias no Brasil provocaram constantes alterações no tipo de demanda para transportes coletivos, tornando necessária a constante revisão daquilo que se projetou como modelo para determinado local. O cenário precário atual do transporte coletivo urbano se exprime de maneira mais intensa e duradoura nos sistemas de ônibus. As ameaças exigem dos poderes concedentes órgãos gestores e empresas operadoras de novas e ampliadas técnicas na formulação e gestão das redes de transporte. Atualmente, a maior preocupação do Ministério das Cidades diz respeito à mobilidade urbana e ao transporte sustentável. Por isso, tem tentado valorizar e promover um transporte público de qualidade. Este tem sofrido uma significante redução do número de usuários, devido à adesão ao transporte individual e aos deslocamentos a pé. Essa preocupação também se dá pelo fato de que o Brasil já foi pioneiro na concepção do sistema BRT - Bus Rapid Transit (Sistema de Transporte Rápido), há cerca de 40 anos atrás 1972, quando Curitiba desenvolveu e implantou um sistema de transportes por ônibus que operava de forma planejada, integrada e em harmonia com o uso do espaço urbano. Um sistema de transporte eficiente é elemento crucial para a qualidade de vida dos cidadãos. Por isso é importante que gestores e operadores tenham percepção dos elementos de avaliação do serviço prestado, para possíveis intervenções e melhorias. A implantação de indicadores de qualidade permite aumentar a eficiência dos transportes coletivos urbanos e assegurar uma melhor rentabilidade do sistema. Diante do pressuposto de que é fundamental avaliar os transportes, especialmente a partir dos indicadores de qualidade, surgiu o interesse de estudar as linhas do Corredor Estrutural João Naves de Ávila, observando os indicadores de desempenho operacional. O aspecto motivador deste estudo foi acreditar ser possível detectar distorções de funcionamento e contribuir com o aumento da eficiência do transporte, diminuindo a diferença entre o que foi planejado e o que acontece na prática. Um conjunto de atributos faz com que um determinado sistema de transporte seja melhor ou pior que outro, do ponto de vista dos usuários. O conceito de qualidade tem diferentes aspectos, sendo o nível de serviço, uma combinação dos atributos que podem ser aplicados a diferentes áreas urbanas com suas características particulares e necessidades próprias de transporte urbano. Cada meio de transporte tem uma relação diferente de 17 características físicas, mas todos os modos têm características de serviço comuns que afetam diretamente os usuários. Dessa forma, na perspectiva de se compreender e conhecer a qualidade das linhas do Corredor citado surgiu questionamentos que são norteadores desta pesquisa. Ao longo do trabalho será possível observar questões como: será que as linhas desse corredor de ônibus realmente atendem com qualidade os seus usuários? E quais são os valores dos indicadores operacionais dessas linhas? Seriam considerados bons ou ruins? Perante a temática apresentada, este trabalho tem como objetivo geral avaliar a operação das linhas do Corredor Estrutural João Naves de Ávila, a partir dos indicadores de qualidade. Tem como outros objetivos espacializar o corredor no perímetro urbano de Uberlândia, identificar todas as linhas que operam no Corredor Estrutural João Naves de Ávila, fazer um breve levantamento do estado atual de infra-estrutura, bem como do seu histórico, calcular os Índices de Desempenho Operacional (IDO) do Corredor, e apresentar os resultados da Pesquisa de Opinião realizada com os usuários ao utilizar o serviço prestado. Assim, considerou-se importante fazer uma análise quantitativa e qualitativa. Na primeira, observando os Índices de Desempenho Operacional, que são os Índices de Cumprimento de Viagens, de Cumprimento de Frota, de Cumprimento de Horário, de Cumprimento de Itinerário, de Quebra de Veículo e de Inspeção de Frota. Na segunda, observou-se a opinião do usuário ao utilizar o corredor, a partir da pesquisa realizada com os mesmos em outubro de 2006. Dessa maneira, espera-se colaborar para identificar as falhas e os acertos operacionais do sistema, além de contribuir com o aumento da eficiência do transporte. Pretende-se também agregar características ao corredor de ônibus em questão, procurando servir de apoio aos órgãos gestores para melhorar a qualidade do serviço . O trabalho contará com um embasamento teórico, adquirido por meio de pesquisas bibliográficas, consultas aos acervos da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SETTRAN) da Prefeitura de Uberlândia e também de empresas que trabalharam no projeto do Corredor Estrutural João Naves de Ávila. Consultar-se-ão também trabalhos científicos realizados por alunos e professores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Quanto à metodologia utilizada na análise quantitativa para calcular alguns dos Índices de Desempenho Operacional (IDO), aproveitou-se o banco de dados do servidor que monitora o sistema de transporte da cidade. Foi preciso acompanhar o desempenho destes fatores no Corredor durante uma semana, para tornar possível a análise e, posteriormente, o cálculo dos índices. Além disso, para calcular os Índices de Quebra de Veículo (IQV) e Inspeção de Frota 18 (IIF), teve-se que recorrer aos dados do Núcleo de Fiscalização, a partir de relatórios que eles elaboram nas inspeções realizadas. Na análise qualitativa, foi adotado como base a Pesquisa de Opinião com os Usuários do Corredor Estrutural João Naves de Ávila, realizada pela SETTRAN, alguns meses depois da implantação do mesmo. Foram coletadas informações referentes aos principais atributos de qualidade dos serviços de transporte prestados, tais como, segurança, rapidez, limpeza, e tempos de espera de viagem. Na tentativa de atingir os objetivos descritos e esclarecer, na medida do possível, os questionamentos realizados, estruturar-se-á o trabalho em três capítulos. No primeiro capítulo, a partir de uma revisão bibliográfica, será realizada uma busca dos antecedentes históricos. Serão descritas características e definições dos indicadores de qualidade, desde seu surgimento, na área das ciências econômicas, até seu uso nos sistemas de transportes. O objetivo dessa discussão é conhecer a ferramenta utilizada por essa pesquisa para avaliar as linhas do Corredor Estrutural João Naves de Ávila, através dos indicadores de qualidade ou índices de avaliação da qualidade dos serviços. O segundo capítulo está voltado para o Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Uberlândia, discorrendo sobre suas características operacionais, sua demanda, seus problemas e inovações no mercado nacional, com ênfase no Corredor. Aqui considerou-se importante reconhecer a estrutura de transportes da cidade na qual ele está inserido. No terceiro capítulo, pretende-se discutir os resultados da pesquisa. Será apresentado o detalhamento dos cálculos de cada índice de qualidade, e as análises feitas das linhas que atuam no Corredor, procurando mostrar como está o desempenho das mesmas, uma vez que é o objetivo central do presente estudo. AVALIAÇÃO DO CORREDOR ESTRUTURAL JOÃO NAVES 2% 2% 24% 14% 58% Bom Regular Ótimo Ruim Péssimo CAPÍTULO I ICH semanal por linha 90,00% Indicadores de Qualidade: definições e antecedentes 80,00% 78,59% 74,00% 72,44% 70,00% 69,28% 71,43% 64,81% 60,00% H 50,00% C I 40,00% ICH 38,67% 30,00% 20,00% 10,00% 17,29% 5 0 1 A 5 1 1 A 6 1 1 A 7 1 1 A 8 1 1 A 1 1 1 E 1 3 1 E 1 0 8 E Linhas do Corredor Fonte: Banco de Dados Vertran 82,62% 87,11% 76,67% 71,60% 1 0 1 T 3 0 1 T 1 3 1 T 2 3 1 T 19 1 - Indicadores de Qualidade: definições e antecedentes Neste capítulo pretende-se fazer uma descrição do processo histórico e das diferentes abordagens dos Indicadores de Qualidade, desde seu surgimento até seu emprego na aferição da qualidade dos transportes. Acredita-se também ser necessário discorrer sobre o conceito de qualidade, uma vez que é a chave central do trabalho em questão, pois foi pensando na melhoria dos serviços de transporte prestados aos usuários do Corredor Estrutural João Naves de Ávila, que este trabalho se fundamenta. Dessa forma, foi realizado um levantamento dos principais autores que estudam essa temática, mostrando as diferenças das linhas de abordagem, preocupando-se em contextualizar o assunto. 1.1 - Afinal, o que é qualidade? Breve descrição dos vários enfoques apresentados. Considerando as diversas abordagens e definições que o conceito de qualidade pode abranger, bem como seu extenso uso na linguagem informal (popularização do termo) e a freqüente utilização na publicidade, a acepção desse termo não é muito simples. Entre pesquisadores sobre o assunto, percebe-se a variedade de opiniões e atribuições ao seu significado. Cotidianamente, trata-se a qualidade como quesito importante para, por exemplo, escolher um produto em um supermercado (quase sempre ela vem associada ao custo). A complexidade do termo qualidade é percebida também no dicionário, que a define da seguinte forma: Qualidade (do latim Qualitate): 1. Propriedade, atributo ou condição das coisas ou das pessoas capaz de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza. 2. Numa escala de valores, qualidade (1) que permite avaliar e, conseqüentemente, aprovar, aceitar ou recusar, qualquer coisa. 5. Posição, condição, função. Qualidade primária – Característica geométrica ou mecânica das coisas (p. ex. a extensão, a forma, o movimento), que é considerado inseparável quer seja do conceito, quer seja da materialidade delas; Qualidade secundária – qualidade relacionada à percepção sensorial imediata de uma coisa (cor, sabor, cheiro, temperatura, textura) cuja objetividade é, por isso, problemática (AURÉLIO, 1999, p. 1675). Ainda que a qualidade comporte vários sentidos em sua estruturação, Paladini (1954, p. 21) é enfático ao afirmar que “a qualidade é um termo essencialmente técnico, que envolve elementos básicos de um processo produtivo – como equipamentos ou mão-de-obra -, e estratégias gerais da empresa – como a definição da faixa de mercado onde atuar”. Esse autor comenta sobre equívocos comuns que são cometidos ao tentar colocar em prática determinadas definições, como confundir qualidade com perfeição. Estes equívocos 20 provocam comportamentos que levam à situações nas quais o esforço pela qualidade é considerado dispensável, ineficiente ou até mesmo desnecessário. Isso fica mais claro com as palavras do próprio autor, ao afirmar que a) Pensa-se em qualidade como algo abstrato, sem vida própria, indefinido. Neste sentido ela seria algo intangível, um estado ideal sem contato com a realidade. Não pode ser confundida, esta posição, com abordagens que defendem que a qualidade não pode ser definida com precisão, tratando-se de um aspecto relevante do produto ou serviço, sentida e observável, mas não claramente descrita. b) Supõe-se que a qualidade seja algo subjetivo, sem meios de ser conceituada com clareza por falta de condições de se organizarem todos os pontos de vista e opiniões sobre a questão, ou, seja, de serem listadas as diferentes maneiras como a qualidade é encarada. c) Identifica-se qualidade com perfeição, imaginando-se que seja um conceito definitivo, imutável. d) Existe quem ache qualidade seja o pré-requisito mínimo de funcionamento, ou seja, que, se um produto está funcionando, então está bom. e) Confunde-se, ainda, qualidade com classes ou categorias de um produto. f) Há quem veja a questão de forma restrita, identificando qualidade com a capacidade que um produto ou um serviço tenha de sair conforme seu projeto, sem sequer verificar se existe relação real entre o projeto e possíveis usuários daquilo que se projetou. g) E há quem pense em qualidade, na empresa, como um departamento que cuida do assunto (PALADINI, 1954, p. 22). Nessa perspectiva, o autor diz que a qualidade pode ser mensurável e avaliada a partir de critérios definidos, sendo possível atingí-la e sempre melhorá-la com constante revisão de seu conceito. Outras abordagens importantes na busca de conceituar qualidade são apresentadas nos trabalhos de Cardoso (1995), Lima Júnior (1995) e Camargo (2000), que destacamos os autores mais respeitáveis que trabalham com o tema, nos quais se percebe convergência de opiniões. Assim, consideramos importante para este estudo citar resumidamente o enfoque de cada autor. Crosby apud Camargo (2000, p. 22) defende a idéia de que a qualidade deve estar de acordo com requisitos, ou seja, é preciso manter um compromisso real com aquilo que foi programado e está sendo realizado. “Um sistema de qualidade deve atuar de forma a prevenir defeitos”. A partir desse enfoque, busca-se atingir a qualidade com produtos que não apresentem defeitos e com custos satisfatórios ao consumidor, acreditando que fazer certo da primeira vez, evita gastos de manutenção, assim como, o descontentamento do consumidor. Ishikawa apud Camargo (2000, p. 20) diz que qualidade é “rápida percepção e satisfação das necessidades do mercado e adequação ao uso dos produtos e homogeneidade dos resultados do processo”. Sua proposta é importante, pois afirma que a empresa, de forma rápida, deve estar atenta e perceber as necessidades do mercado. 21 Feigenbaum apud Camargo (2000, p. 19) diz que qualidade é “um conjunto de características incorporadas ao produto através de projeto e manufatura que determina o grau de satisfação do cliente”. A principal contribuição desse autor diz respeito à criação do conceito de controle total da qualidade além dos limites da produção, como um sistema que seja eficaz e responsável por diversos grupos de uma organização. Juran apud Camargo (2000, p. 21) propõe o planejamento, controle e aperfeiçoamento da qualidade a partir de regras, metodologias e envolvimento da alta gerência. Assim, determina que “qualidade é adequação do produto ou serviço ao uso, ou seja, à necessidade do consumidor, além de ser a ausência de deficiências e o desempenho do produto”. Parasuraman apud Lima Júnior (1995, p. 45), acredita que a qualidade deve estar voltada especificamente para serviços, “como a diferença entre as expectativas do cliente e suas percepções do serviço prestado”. Assim como Parasuraman, Gronroos apud Lima Júnior (1995, p. 45), acredita que a qualidade “deve ser utilizada também para serviços”, porém, não apenas de forma a comparar às expectativas dos clientes, mas como resultado da composição entre aspectos técnicos e funcionais. Teboul apud Lima Júnior (1995, p. 45), defende que o serviço ou produto deve ser oferecido ao consumidor ou usuário com menor preço possível, com capacidade de satisfazer as necessidades, tanto na hora da compra, quanto durante a utilização, e melhor do que os concorrentes. Para Deming (1990) a qualidade é o nível de satisfação dos clientes, sendo ela construída, e não apenas inspecionada. Ele afirma que a qualidade só pode ser definida em termos de quem a avalia, e a dificuldade em definí-la está na conversão das necessidades futuras do usuário em características mensuráveis. Isso tem que acontecer de forma que o produto possa ser projetado e modificado para dar satisfação por um preço que o usuário pague. Para ele existe um enfoque da qualidade voltado para a estatística e focalizando as variações ocorridas entre o projeto e o produto e as suas causas. Taguchi apud Cardoso (1995) diz que a falta da qualidade nos produtos acarreta prejuízos não apenas ao cliente, mas a toda a sociedade. Esse autor utiliza o termo “Engenharia da Qualidade” e fundamenta todo seu estudo na relação entre qualidade e preço, sendo necessário um equilíbrio entre eles. Observa-se que a qualidade já foi trabalhada de diversas formas, confirmando quão dinâmico e abrangente pode ser seu conceito. Garvin apud Lima Júnior (1995) compreende que a qualidade, hoje, é encarada como dimensão estratégica e competitiva para as 22 organizações privadas, sendo que para as organizações públicas constitui-se exigência crescente dos diversos interessados e fator de sobrevivência. Nos transportes, os maiores impactos causando uma melhoria da qualidade dos serviços estão associados a mudanças tecnológicas nos veículos, nas vias e nos sistemas modais, pois as preocupações com os aspectos de gestão são recentes no setor (LIMA JÚNIOR, 1995). É importante elucidar que, apesar de muitas vezes os termos produtividade e eficiência serem utilizados como sinônimos de qualidade, há diferenças em suas colocações e uso. Dessa forma, considera-se importante fazer um breve comentário sobre os conceitos desses dois termos, que também são mencionados ao proporem a avaliação de algum serviço ou produto. Segundo Moreira apud Azambuja (2002, p. 75), ao se conceituar produtividade, é importante aliá-la a algum sistema de produção, sendo este entendido como “qualquer conjunto de partes que operam de forma combinada e harmônica para transformar insumos em produtos ou serviços”. Em seu estudo, Azambuja define com suas palavras o que vem a ser produtividade: Vários autores (De Borger, 1984; Kim, 1985; Oum et al., 1992; Lovell, 1993) definem a produtividade de um sistema de produção como relação de transformação comparativa, envolvendo seus insumos e produtos, ou seja, consideram a forma como a relação insumo-produto muda no tempo e/ou difere entre empresas ou indústrias. Lovell (1993) afirma que a produtividade varia devido a diferenças em termos da tecnologia de produção, da eficiência do processo de produção, e do ambiente em que ocorre a produção (AZAMBUJA, 2002, p. 50). Por mais vantagens que os números-índices ou as outras técnicas para análise de eficiência e produtividade de trânsito sejam populares entre os operadores de transporte e legisladores, deve-se tomar cuidado ao utilizá-los, pois deve-se questionar até que ponto esta abordagem permite avaliações confiáveis que identifiquem com segurança, o quão produtiva é determinada empresa ou serviço de transporte (AZAMBUJA, 2002). Entretanto, observa-se que em nenhum momento, ao pensar em produtividade, considera-se a opinião do usuário ou cliente. Isso inviabilizaria a utilização desse termo neste trabalho já que acredita-se que os problemas de transporte ou nível de serviço é sentido primeira, e principalmente, pela população. Apesar do enfoque do trabalho ser a avaliação do Desempenho Operacional, em nenhum momento foi desconsiderado a relevância de utilizar o Índice de Satisfação do Usuário, obtido a partir de pesquisa de opinião e reclamações do setor. Por essa mesma razão, seria incoerente utilizar o termo eficiência, uma vez que tem a função de relacionar a quantidade de insumos utilizados no processo produtivo e o resultado 23 final. Sobre isso, Farrel apud Azambuja (2002, p. 83) escreve que, “quando alguém fala da eficiência de uma empresa, geralmente, se refere ao seu grau de sucesso, no esforço de gerar determinada quantidade de produto, a partir de um dado conjunto de insumos”. Desse modo, em estudos de produtividade de transporte, a eficiência está relacionada com a quantidade real de insumos usados na produção dos serviços de transporte (ex.: trabalho), com a quantidade considerada necessária para obter o nível de produto desejado. No contexto deste trabalho, as definições consideradas são aquelas em que o enfoque da qualidade está voltado para a conformidade com requisitos ou especificações e, que acreditem na possibilidade de mensurar a qualidade a partir de critérios definidos ou indicadores, e que a qualidade é o nível de satisfação dos clientes, buscando-se satisfazer os mesmos através de serviços adequados à necessidades. 1.2 – Controle de Qualidade: contexto histórico A partir do enfoque de gerenciamento dado para a qualidade, os indicadores tornaramse uma ferramenta primordial para assegurar e mensurar os resultados, e atender o planejamento para a qualidade. Porém, as empresas tiveram que percorrer um longo processo até utilizá-los como ferramenta no trabalho diário. Observou-se que a história da qualidade é marcada por inúmeras alterações conceituais, pois sua idéia é dinâmica e acompanha a evolução do pensamento humano. Da mesma forma acontece com os métodos de sua aferição, uma vez que evoluem juntamente com o conceito. Por essa razão, consideramos importante fazer uma síntese da aplicabilidade da qualidade no ramo empresarial, nas diversas épocas da história, baseado em Camargo (2000). Desde a antiguidade, pela beleza das pirâmides e das construções romanas, é possível perceber o esforço para o alcance da qualidade. Depois, na idade média, com o surgimento de pequenas empresas e associações de artesãos, surgem os primeiros operadores de Controle de Qualidade, o que contribuiu para estabelecer as condições gerais do trabalho humano. Mais a frente, no período entre 1900 a 1930, caracterizado pelo advento da industrialização, o crescimento das organizações e o desenvolvimento tecnológico, surgem os supervisores, que avaliam a conformidade aos padrões exigidos pelo patrão. “Neste período, toda a ênfase do Controle da Qualidade esteve voltada para os procedimentos da avaliação da qualidade de produtos e serviços, com a estruturação de técnicas de inspeção.” (CAMARGO, 2000, p. 16) 24 Em seguida, nas décadas de 1930 e 1940, destaca-se a estatística nos processos produtivos e difundindo os conceitos como os gráficos de controle e a aceitação por amostragem, como cita Camargo: Na Inglaterra, são criados padrões a ser seguidos para os produtos e serviços e nos Estados Unidos regulamentados diversos produtos, sobretudo em termos de higiene e segurança. A Segunda Guerra Mundial, pela utilização de mão de obra não especializada nas indústrias de armamentos, acelerou o surgimento de técnicas de inspeção e controle da qualidade. De um modo geral, pode-se afirmar que, ao menos oficialmente, os anos 40 marcaram o nascimento do Controle Estatístico da Qualidade, que formalizou as técnicas desenvolvidas em anos anteriores (CAMARGO, 2000, p. 16) A década de 1950 ficou conhecida “pela solidificação e disseminação das tabelas que formulam os planos de amostragem para a avaliação da qualidade por atributos, e os planos de amostragem para a produção contínua” (CAMARGO, 2000, p. 17). Em 1955, o Japão descobre a importância da qualidade, e consegue se desenvolver e elevar o conceito dos seus produtos, assim como as técnicas de controle dos processos. Apesar das décadas anteriores apontarem inúmeras transformações pelas quais passou o controle da qualidade, foi a partir das décadas de 1960 e 1970 que elas se mostraram mais intensas. Nesse período surge o conceito do Controle da Qualidade Total, a estruturação dos programas “zero-defeito” e o surgimento dos Círculos de Controles da Qualidade, além da expansão de novas técnicas e estratégias, e de serem estabelecidas as primeiras regulamentações legais para a segurança do produto e do usuário. (CAMARGO, 2000) A década de 1980 é marcada pela popularização do conceito de qualidade e pela informática que desenvolve pacotes com foco no seu controle. Também é destacada as leis de proteção ao consumidor, voltadas para a satisfação do cliente. As próximas décadas foram destacadas pela garantia da qualidade do projeto e do produto, com preocupação quanto ao impacto ambiental. Foram marcadas também, pelas auditorias técnicas, pelo uso do computador em todas as etapas da produção e, principalmente, pelo interesse do consumidor pela qualidade. Assim, as indústrias estão procurando produzir em menor custo e tempo, maior qualidade e escala, atendendo aos interesses do consumidor. Nesse contexto, surgem os indicadores como ferramentas extremamente importantes para avaliar e controlar a qualidade de um serviço ou produto, desde o processo de planejamento até o alcance do resultado final. Takashina afirma que os indicadores são essenciais ao planejamento e controle dos processos das Organizações. São essenciais ao planejamento porque possibilitam o 25 estabelecimento de metas quantificadas e o seu desdobramento na Organização, e essenciais ao controle porque os resultados apresentados através dos indicadores são fundamentais para a análise crítica do desempenho da organização, para a tomada de decisões e para o replanejamento (TAKASHINA apud CAMARGO, 2000, p. 33). Sobre a elaboração desses indicadores de qualidade, Camargo afirma que O conhecimento das necessidades e expectativas do consumidor, cliente ou usuário, é o ponto fundamental para a obtenção de um produto ou serviço de qualidade. Para se conhecer as necessidades e expectativas do consumidor, cliente ou usuário, é necessário levantar e determinar os fatores que são responsáveis pela adequação do produto ou serviço às necessidades, expectativas e ambições do consumidor, como uma forma de agregar valor ao que será produzido ou oferecido com menor custo. Estes fatores, após selecionados e priorizados em grau de relevância, transformamse em indicadores da qualidade, para auxiliar a organização no dia-a-dia, bem como na definição de seu plano estratégico de gestão pela qualidade. (CAMARGO, 2000, p. 31) A partir disso, pode-se inferir que os indicadores são instrumentos que ajudam na condução da Organização, captando dinamicamente todas as alterações que possam estar ocorrendo, assim como velocímetros, termômetros e outros indicadores ajudam no funcionamento de um veículo. Como exemplo desses indicadores tem-se o sistema ISO (International Organization for Standardization ou Organização Internacional para Padronização), que é um conjunto de normas técnicas estabelecidas para um modelo de gestão da qualidade, destinado a organizações em geral, independente do seu tipo ou dimensão. A preocupação com a padronização e a qualidade de processos e produtos acontece desde o início da industrialização, porém, apenas em 1946, em Genebra após a Segunda Guerra Mundial, que foi criada a ISO, que, hoje, presente em cerca de 140 países. Essa organização deu continuidade a trabalhos anteriores de padronização internacional, com estrutura idêntica à norma britânica BS 5750 e influências de outras normas existentes nos Estados Unidos da América. Desde sua criação, todos os anos a ISO elabora ou reformula normas acerca de práticas que uma organização deve buscar, com o fim de conquistar a implementação da qualidade total. No Brasil, o sistema de normas foi cancelado e substituído pela série de normas ABNT NBR ISO 9000:2000. Nem sempre empresas são fiscalizadas quanto ao cumprimento das normas ISO, porém ter a certificação dessa organização valoriza o serviço e facilita agregar valores à ele. Como exemplo, cita-se a Empresa Avitril que opera no transporte coletivo de ônibus de 26 Uberlândia que possui o certificado ISO 9001, buscando manter e melhorar a qualidade do serviço prestado na cidade. Sobre esse assunto, Ribeiro (2004, p. 1) descreve que A certificação ISO atesta que determinado produto ou serviço obedece rigorosamente às normas e procedimentos de padronização. Isso significa que os produtos ou serviços de determinada linha de produção são exatamente iguais, e mostra ao mercado que a empresa em questão mantém um Sistema de Garantia da Qualidade, o que significa que seus produtos (bens ou serviços) carregam consigo um nível muito baixo de risco associado com a não-qualidade, relativamente às especificações técnicas. Analisando a trajetória histórica vista até agora, conhecemos o que já foi aplicado no contexto do controle da qualidade, bem como o que não se aplica mais, dada a constante evolução ocorrida nesta abordagem. A avaliação da qualidade deve ser muito bem elaborada, pois é a partir dela que as empresas ou os órgãos gestores ficam sabendo o nível de satisfação de seus consumidores ou usuários. 1.3 – Qualidade no transporte público urbano no Brasil e o uso de indicadores A garantia da mobilidade urbana é fundamental para o funcionamento e crescimento da cidade. Entretanto, o que observamos hoje, no Brasil, são crescentes congestionamentos em vias públicas dificultar o deslocamento de inúmeras pessoas, devido, principalmente, à diminuição do uso do transporte público e o aumento da frota de veículos particulares nas cidades brasileiras. Essa situação força os órgãos gestores e empresas a buscar melhorias no transporte público e uma melhor racionalização do trânsito. Sobre esse assunto, Azambuja apresenta dados interessantes sobre a quantidade de viagens motorizadas realizadas por dia nos municípios brasileiros na década de 1980: Nas cidades brasileiras com mais de 100.000 habitantes, ocorrem em torno de 90 milhões de viagens motorizadas por dia. Destas viagens, o GEIPOT (Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes – vinculada ao Ministério dos Transportes) estima que 56% são deslocamentos por ônibus, cerca de 5,5% por trens e metrôs, 32,1% por carros particulares, restando 6,4% para outros modos de transporte. A taxa de mobilidade (viagens/pessoa/dia) calculada por este órgão, nas regiões metropolitanas, é de 1,3 viagens/pessoa/dia. Nas demais capitais, que não possuem regiões metropolitanas, é 1,5 viagens/pessoa/dia e nas cidades de porte médio, de 1,8 viagens/pessoa/dia, proporcionando uma média nacional de 1,4 viagens/pessoa/dia. A expectativa de acréscimo na taxa de mobilidade para o ano 2000, em relação à década de 80 é de aproximadamente 28,5% (CAMPOS & SZASZ apud AZAMBUJA, 2002, p. 28-29). Em relação às perdas sofridas pelo transporte público urbano, intensificadas a partir dos anos 1990, devido à competição no mercado com o transporte clandestino, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo – EMTU/SP, empresa do Governo do 27 Estado de São Paulo (GESP), considera no artigo sobre os Índice de Qualidade no Transporte (IQT) que O cenário de crises e de perdas crônicas e agudas vivido pelos transportes coletivos urbanos, se manifesta de maneira mais intensa e duradoura nos sistemas de ônibus. As ameaças requerem dos poderes concedentes, órgãos gestores e empresas operadoras novos e ampliados métodos na formulação e na gestão das redes de transporte. Maior criatividade na proposição de serviços, produtos e marketing dirigidos, gestão atenta ao produto e ao seu público consumidor fazem parte deste leque de inadiáveis ações (EMTU, 2005, p. 1). Diante dessa realidade e da intrínseca relação entre o transporte coletivo urbano e a qualidade de vida de seus usuários, acompanhar o desempenho e qualidade dos serviços tornou-se imprescindível para garantir aos seus usuários melhoria de performance e qualidade, por mais difícil e complexa que seja essa tarefa. O emprego de técnicas de avaliações empresariais da qualidade, como os indicadores, por exemplo, podem e devem ser utilizadas pelos órgãos gestores do transporte público pois alcançam ótimos resultados. Abordando esse assunto em seu trabalho, Lima Júnior afirma que No caso dos serviços de transportes, as dimensões identificadas para os serviços em geral são perfeitamente aplicáveis. Na literatura, diversos trabalhos abordam as dimensões dos níveis de serviço de transporte, explorando bastante as dimensões técnicas e tangíveis dos processos. (NOVAES (1986), WAISMAN (1983), MANHEIM (1978)), associadas a confiabilidade, responsividade e aspectos tangíveis conforme a classificação de PARASURAMAN et al. (1986), no entanto, aspectos relativos as pessoas participantes do processo e a imagem da empresa com empatia e confiança não são considerados nessas abordagens (JÚNIOR, 1995, p. 56). Porém, o que se observa no Brasil, apesar dos avanços significativos na área nos últimos anos, é que o transporte público ainda deixa a desejar e precisa de um controle mais efetivo para obter resultados mais eficazes no aspecto operacional. Travassos apud Azambuja (2002, p. 30) lista os aspectos que apresentam os principais avanços observados nestes anos no setor: - Quanto à Tecnologia dos Veículos: a modernização de equipamentos, a redução da idade média da frota e avanços nos procedimentos de manutenção, assegurando menores índices de quebras e, assim, menos interrupções das viagens. - Quanto à Infra-estrutura Viária: a modernização de abrigos, a construção de terminais de integração e a implementação de faixas e vias exclusivas para o ônibus; a implantação de sistemas tronco-alimentados e de integrações com outros modais, que possibilitam maior acessibilidade e mobilidade para os usuários. Em relação aos Instrumentos de Gestão utilizados pelo Poder Público, ocorreram importantes avanços nas regulamentações dos sistemas e nos instrumentos de controle da demanda e das operações, onde as rotinas de cadastros, vistorias e fiscalização começam a ser 28 associadas à implantação de equipamentos informatizados, a exemplo de sensores e catracas eletrônicas. Os órgãos gestores também vêm realizando trabalho intensivo junto às comunidades, recebendo e avaliando as reivindicações dos usuários. Houve um aperfeiçoamento das planilhas de custos, tentando fazer que as melhorias introduzidas nos serviços não se refletissem em tarifas abusivas. No que diz respeito às Empresas Operadoras, com o apoio dos órgãos gestores, essas adotaram estruturas e procedimentos gerenciais modernos e profissionalizados, abandonando o modelo tradicional de gestão familiar que tornou-se inadequado para o mercado. Porém, os modelos arcaicos de gestão empresarial, ainda se encontram presentes em algumas cidades brasileiras, principalmente as de pequeno porte (TRAVASSOS apud AZAMBUJA, 2002). No entanto, apesar desses progressos, nas décadas de 1970 e 1980, a avaliação do transporte ainda estava associada a níveis de serviços e a variáveis econômicas do sistema. Isso significa que a qualidade nesse período expressou somente os anseios das operadoras do sistema de transporte público e seus órgãos gerenciadores. Apenas a partir da década de 90 que a qualidade nesses serviços começa a agregar parâmetros definidos pela visão do usuário, abrangendo seus desejos e suas necessidades. As concessões realizadas pelos órgãos gestores também vêm passando por mudanças, permitindo avaliar a qualidade com sistemas amplos, como os indicadores, que incluem remuneração por desempenho operacional, qualidade e satisfação do usuário (BERTOZZI e LIMA JÚNIOR apud AZAMBUJA, 2002). Tendo esta percepção e reconhecendo a importância dos indicadores no transporte, por exemplo, em Uberlândia, a SETTRAN instalou um sistema de monitoramento através de tecnologias de AVL - Automatic Vehicle Location (Localização Automática de Veículo) em toda a frota de ônibus do transporte coletivo urbano, captando dinamicamente ações ocorridas em tempo real no sistema, que podem alterar os indicadores de qualidade. Assim, foi possível estabelecer um sistema de informação de permanente fiscalização, que a partir da busca e tratamento dos dados, fornece à equipe de planejamento da cidade o Índice de Cumprimento de Viagem (ICV). Nessa perspectiva, quando é oferecido um serviço de transporte público urbano confiável, seguro, cômodo, rápido e de tarifa acessível, o usuário não tem motivos para não utilizá-lo, possibilitando a manutenção do serviço. Para Lima Júnior (1995), a composição de serviços de transportes é de características associadas a diversos aspectos, tais como o resultado obtido; o processo realizado e à interação com os clientes. Sua importância para o serviço e determinação para a diferenciação referente à concorrência são inegáveis e, de acordo com o tipo de transporte, eles podem ser modificados. 29 Em relação aos fatores que interferem na qualidade do transporte público, Ferraz e Torres, consideram que na visão dos usuários, São doze os principais fatores que influem na qualidade do transporte público urbano: acessibilidade, freqüência de atendimento, tempo de viagem, lotação, confiabilidade, segurança, características dos veículos, características dos locais de parada, sistema de informações, transbordabilidade, comportamento dos operadores e estado das vias (FERRAZ e TORRES, 2001, p. 99). Conforme foi mencionado anteriormente, a avaliação da qualidade é realizada a partir do confronto do projeto com o produto, averiguando se o que foi planejado está de acordo com o que está sendo oferecido. Este paralelo pode ser acompanhado através de indicadores da organização, que oferecerá a medida de satisfação de seus clientes e de adequação de seus produtos e serviços ao uso. No caso deste estudo, o projeto é a programação da operação das linhas do Corredor e o produto é o cumprimento ou não da mesma. Os indicadores demonstram a relação entre a quantidade de viagens, frota, horários e itinerários programados pelo cumprimento dos mesmos. Além disso, a pesquisa de opinião demonstra o contentamento dos usuários com a operação das linhas. Nessa perspectiva, entendemos que, no transporte, o modelo de gestão estratégica voltada para a qualidade, utilizando-se dos indicadores operacionais e satisfação do usuário, (mecanismos de avaliação mensuráveis), possibilita ao órgão gestor um acompanhamento de suas atividades e a avaliação da realização das metas estabelecidas, na forma de feedback. Isso viabiliza a redefinição de metas e estratégias, estabelecendo o ciclo do planejamento, programação, operação e avaliação. CAPÍTULO II SISTEMA DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO EM UBERLÂNDIA E CORREDOR ESTRUTURAL JOÃO NAVES DE ÁVILA Fonte: Banco de Dados Vertran 30 2 - Sistema de Transporte Coletivo Urbano em Uberlândia e Corredor Estrutural João Naves de Ávila Neste capítulo, apresenta-se uma caracterização do sistema de transporte coletivo em Uberlândia, o Sistema Integrado de Transporte (SIT), além de detalhar o funcionamento e operação do Corredor Estrutural Av. João Naves de Ávila. Entende-se ser fundamental conhecer a realidade do sistema de transporte da cidade, uma vez que o objeto de estudo está inserido no SIT, oferecendo destaque e importância ao município. Além disso, faz-se também um apanhado dos antecedentes históricos do Corredor em questão. 2.1 - Caracterização do Sistema Integrado de Transporte (SIT) A cidade de Uberlândia localiza-se na Região Nordeste do Triângulo Mineiro e é considerada a maior cidade do interior de Minas Gerais (Mapa 1), em uma área com mais de 4.115,09 Km2, sendo 135 Km2 correspondente à área urbana. Possui uma população de 608.369 habitantes (com apenas 3,1 % na zona rural), em 2007, e estimativa de 622.000 mil para o ano de 2008 (IBGE, 2000). É considerada uma grande cidade média, sendo sua história não muito diferente das outras cidades médias do Brasil, que tiveram o seu crescimento econômico e populacional principalmente a partir da década de 1970 através da modernização do campo e da cidade. No dizer de Soares (1995), em função da variedade de suas atividades econômicas, principalmente dos serviços financeiros, informática, ensino de nível superior e saúde, a área de influência de Uberlândia ultrapassa os limites do estado de Minas Gerais. De acordo com a autora [...] todos esses componentes tornam Uberlândia um centro regional de expressão no contexto mineiro, goiano e moto-grossense. Num raio de aproximadamente 150 quilômetros a partir de Uberlândia, milhares de pessoas utilizam-se de suas estruturas, para transações momentâneas ou para fixação definitiva (SOARES, 1995, p. 75). 31 Mapa 1 - Uberlândia (MG): localização, área do município e perímetro urbano (2007) Fonte: OLIVEIRA, 2008, 134. Considerando essa realidade, Uberlândia precisa de um sistema de transporte urbano eficiente, que atenda as necessidades de deslocamento da população, garantindo o direito de ir e vir para utilização dos diversos serviços citados. Ao pensar e reorganizar o espaço, levando em consideração o elevado índice de adensamento urbano - que é um fator mundial - e os graves problemas que vem gerando ao longo do tempo, principalmente nas regiões mais desenvolvidas onde a população urbana está acima de 80% do total (LOPES, 1998), foi implantado em julho de 1997 o Sistema Integrado de Transportes (SIT). O SIT estava previsto no Plano Diretor de Uberlândia 1991-2006 (PDU), elaborado em 1991, pela equipe do Escritório de Planejamento Urbano Jaime Lerner juntamente com técnicos e profissionais da Prefeitura Municipal de Uberlândia (PMU). Porém, mesmo com urgência de implantação, o SIT só veio se concretizar em julho de 1997. Além do PDU e do Plano de Transporte, também foram elaborados nesse período os planos setoriais de trânsito, de estruturação urbana e de obras. É importante colocar que o PDU foi aprovado pela Câmara Municipal apenas em 1994. Com a implantação e solidificação do novo sistema de transporte, foram beneficiados cerca de 205 mil passageiros por dia, reduzindo o número de transbordos e garantindo ao 32 usuário o direito de se deslocar por todo o sistema, utilizando somente uma tarifa. Com esse sistema de transporte na cidade, houve uma melhora na estruturação urbana, já que este era um dos objetivos centrais do Plano. Segundo Ferreira, a proposta básica consistia em [...] operar parte do transporte coletivo no esquema tronco-alimentador. As linhas troncais seriam implantadas ao longo dos eixos estruturais e dotados de sinalização adequada, objetivando conferir prioridade ao transporte de massa, com pontos de parada espaçados a cada 300 metros (em média) para aumentar a velocidade de operação, e Terminais de Integração nos principais entrocamentos viários e nas extremidades dos corredores. As linhas alimentadoras terão como função trazer os passageiros que residem na periferia para os Terminais de Integração, onde, mediante transbordo, passariam para um sistema rápido, com boa freqüência, com veículos espaçosos e confortáveis, sem pagar outra tarifa. Além disso, pretende-se implantar linhas que atenderão aos desejos de deslocamentos sem a necessidade de cruzar as áreas mais solicitadas do centro da cidade, reduzindo tempos de viagem e transbordos desnecessários. A solução proposta reduzirá o tráfego excessivo de ônibus na área central, permitirá racionalizar os itinerários superpostos, melhorando a freqüência das linhas que atendem os bairros mais afastados, possibilitando a economia de combustível e como conseqüência, o barateamento da tarifa. O Sistema Integrado de Transportes tem como objetivo beneficiar o usuário do transporte coletivo, através da melhoria dos níveis de serviço, com maior confiabilidade e regularidade (SIT apud FERREIRA, 2000, p. 74) O SIT é composto por cinco terminais fechados de integração, conforme descritos a seguir e na Figura 1. Foram elaborados para oferecer conforto aos usuários em seu deslocamento pelas diversas linhas do sistema, com serviços de farmácia, lanchonete, caixa rápido e diversas outras lojas, são esses terminais: • Terminal Central – Terminal Paulo Ferolla da Silva • Terminal Umuarama – Terminal José Rodrigues da Cunha • Terminal Santa Luzia – Terminal Genésio de Mello Pereira • Terminal Planalto – Terminal Bráz Cardoso de Oliveira Filho • Terminal Industrial - Terminal Fábio Pereira 33 Figura 1: Esquema de distribuição dos terminais Fonte: SETTRAN, Ago. 2008. O sistema é caracterizado por ser tronco-alimentador (Figura 2), ou seja, as linhas alimentadoras levam os usuários dos bairros até os terminais periféricos, de onde podem embarcar em linhas troncais, que vão direto ao centro, ou nas linhas interbairros, que, na maioria das vezes não passam pelo centro. Algumas linhas alimentadoras passam pelo terminal central devido a localização dos bairros estar entre os terminais (FERREIRA, 2000). Tarifa única Residência Terminal bairro Tarifa única Terminal Central Trechos de maior Figura 2: Esquema Sistema Tronco Alimentador Fonte: FERREIRA, 2000, p. 75. Terminal bairro Trechos de maior Residênci a 34 Sobre a função do sistema, a mesma autora escreve que O sistema tronco alimentador tem a função de ser o norteador da reestruturação urbana, por meio da criação dos corredores estruturais operado pelas linhas troncais, com concentração da oferta de transporte nos corredores e da criação de subcentros junto aos terminais de integração (FERREIRA, 2000, p. 75). Tendo como referência o mês de agosto de 2008, existem hoje 66 linhas alimentadoras (identificadas pela cor verde), 14 linhas troncais (identificadas pela cor amarela) e que faz ligação entre os terminais periféricos e o terminal central, seis linhas interbairros (identificadas pela cor vermelha), três linhas distritais e duas linhas expressos. Três empresas trabalham na operação do sistema, sendo elas Transcol – Transportes Coletivo Uberlândia Ltda.; Avitril - Auto Viação Triângulo Ltda.; e Viacidade – Viação Cidade Sorriso Ltda.. A frota que opera no sistema é composta por ônibus piso-baixo (possibilita o embarque/ desembarque em nível e facilita o acesso dos cadeirantes), articulados com três portas e duas portas. Uma porcentagem da frota é adaptada para deficientes físicos em cadeiras de rodas, conforme o Quadro 1. Características das linhas Linhas Transcol Linhas Avitril Linhas Viacidade Total Alimentadoras (2 e 3 portas) 25 22 19 66 Troncais (3 portas e articulados) 4 5 5 14 Interbairros (3 portas) 2 3 1 6 Distritais (2 e 3 portas) 2 1 - 3 Expresso (3 portas) 0 2 0 2 Total 33 33 25 91 Quadro 1- Distribuição das linhas do SIT no município de Uberlândia. Fonte: SETTRAN, Ago. 2008. Org: ARAÚJO, R.S. Além do SIT, o sistema de transporte público por ônibus da cidade conta também com três corredores de prioridade ao transporte coletivo localizados na Av. João Pinheiro, na Av. Monsenhor Eduardo e na Av. João Naves de Ávila. Ao longo dos anos observamos que, tanto em Uberlândia como em outras cidades do Brasil, as ferramentas de controle e fiscalização apresentam-se frágeis e com pouca eficiência. A partir disso, para resolver esse problema, desde de 2001 a SETTRAN tem buscado fornecer 35 maior apoio aos agentes fiscalizadores. Dessa forma, no começo de 2003 inicio-se em Uberlândia a operação do monitoramento da frota. Atualmente, todos os ônibus do transporte coletivo da cidade são monitorados via satélite, fornecendo informações em tempo real para os fiscais, apoiando os órgãos gestores em decisões importantes, como detalha Mesquita e Silva (2006, p. 165): [...] Em dezembro de 2003, iniciou a operação do monitoramento da frota, sendo implantados os primeiros equipamentos nos veículos do sistema Passe Livre e portaa- porta, atingindo a totalidade dos veículos do sistema ao final de fevereiro de 2004. O sistema compõe-se de equipamentos que coletam a posição geográfica do veículo em determinado momento e a transmite através de módulos de telefonia celular (GPRS) para uma central computadorizada, onde os dados são comparados aos programados para aquele veículo em em sua linha e são utilizados para tomada de decisões operacionais pela SETTRAN [...]. Considera-se também importante mencionar o projeto Porta a Porta, que é um trabalho desenvolvido pela SETTRAN para atender as pessoas com dificuldades de locomoção, abrangendo indivíduos que fazem hemodiálise ou algum outro tratamento médico que dificulte o deslocamento do mesmo. A infra-estrutura desse trabalho conta com 50 vans adaptadas, que buscam e levam os usuários em suas casas, a partir de agendamento prévio, Em média são atendidos por mês 700 usuários, entre fixos e temporários. 2.2 - Demanda e Características Operacionais Com a infra-estrutura apresentada no item anterior, o SIT atende um total de 3.998.279 usuários por mês, de forma que os passageiros pagantes são 13,3 % estudantes, 45,83 % inteiras e 40,86% vales. Quanto a importância em relação a demanda de passageiros, observase na tabela 1, que o Terminal Central apresenta a maior demanda e o Terminal Industrial a menor. Tabela 1 – Uberlândia (MG): Demanda dos terminais do SIT (2000 – 2005) Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Central 4.049.694 4.028.693 4.478.892 4.245.711 4.430.853 4.396.418 Planalto 191.391 237.638 296.766 251.179 263.964 294.786 Fonte: SETTRAN, Ago. 2008 Org.: ARAÚJO, R.S. Terminais Umuarama 425.059 400.870 462.837 448.541 436.136 426.631 Santa Luzia 418.665 406.000 433.039 411.985 428.740 434.981 Industrial 76.694 98.322 180.007 157.942 181.756 201.770 Total 5.161.503 5.171.523 5.851.541 5.515.358 5.741.449 5.754.586 36 As linhas do transporte público em Uberlândia, desde a implantação do SIT, atendem à população das 05:00 às 24:00 horas. Conforme Ferreira (2000, p. 85): As linhas operam no período de 05:00 às 24:00 horas, com horários diferenciados nos dias úteis, sábados, domingos e feriados. São oferecidos 17.000 lugares por hora e por sentido nas horas de maior demanda (hora-pico), fora dos horários de pico, a oferta é bastante superior à demanda. Mesmo com os investimentos no sistema há uma queda no número de usuários do transporte público. Desde o ano de 2002 percebe-se essa redução do número de passageiros, conforme pode ser observado na tabela 2. Tabela 2 – Uberlândia (MG): Demanda anual de passageiros pagantes do SIT (2000-2005) Ano Passageiros de 2000 a 2005 Total de Passageiros 2000 49.699.198 2001 51.823.874 2002 59.625.255 2003 55.694.462 2004 54.733.131 2005 Fonte: SETTRAN, Ago. 2008. Org.: ARAÚJO, R.S. 53.317.611 Os usuários que possuem deficiência física têm acesso a todos os pontos da cidade por linhas definidas, a partir de pesquisas de origem e destino com os mesmos. Elas são operadas, como já citado anteriormente, por ônibus adaptados com elevadores para cadeira de rodas. Com relação às características operacionais, o SIT é composto por 91 linhas operadas por ônibus, que cobrem 1.807,08 Km da malha viária. São distribuídas entre três empresas, de forma que as viagens programadas busquem cobrir a necessidade de deslocamento dos usuários. As linhas são planejadas para realizarem viagens percorrendo extensões de acordo com os diferentes dias da semana, assim como a distribuição da frota também varia de acordo com os dias úteis e fins de semana. A frota útil do município é composta por 340 ônibus. Essas informações podem ser vistas com maior detalhe nas Tabelas 3,4 e 5. Além do SIT, o Sistema de Transporte Coletivo Público do Município de Uberlândia é composto também pelas oito linhas do Sistema Convencional, chamados os Beija-flores e pelas duas linhas do Sistema Suplementar (Tabelas 3, 4 e 5) operado por ônibus e 37 microônibus das empresas concessionárias. Eles não fazem a integração com nenhum terminal de ônibus, recolhendo os usuários nos bairros e levando até ao centro da cidade. A proposta inicial do Sistema Convencional, quando foi implantado, era de oferecer um serviço diferenciado, com microônibus, ar condicionado e bancos confortáveis, não permitindo o transporte de pessoas em pé. Porém, como não houve uma tarifa diferenciada, com o tempo o sistema foi onerado e descaracterizado. Além dos sistemas já citados, ainda existe o Serviço de Fretamento, inclusive Escolar, operados com ônibus, vans e microônibus, com autorização do Poder Público Municipal (pessoas física e jurídica). 38 Tabela 3 – Uberlândia (MG): Características Operacionais do Sistema de Transporte Coletivo Público – Empresa Auto Viação Triângulo (2008) Nº de Linhas Ordem 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 A105 A113 A114 A115 A116 A117 A118 A230 A236 A237 A315 A324 A326 A327 A328 A330 A335 A339 Descrição Santa Mônica - T. Central Tibery - T. Central "Adap" Tibery - T. Central "Adap" T. Central - Saraiva "Adap" Santa Mônica - T. Central Griff Shop - T. Central T. Central - Pampulha Dom Almir - T. Umuarama T. Umuarama - Morumbi "Adap" T. Umuarama - Morumbi T. Sta. Luzia - Morumbi "Adap" T. Santa Luzia - Granada "Adap" T. Santa Luzia - São Jorge "Adap" T. Santa Luzia - Seringueiras "Adap" T. Santa Luzia - Paineiras T. Santa Luzia - Dom Almir T. Santa Luzia - Aurora "Adap" T. Santa luzia - São Gabriel "Adap" T. Santa Luzia - Águas do A361 Vale/Penitenciária A381 T. Santa Luzia - Tenda dos Morenos B905 São Jorge - Centro B909 São Gabriel - Centro B910 Santa Mônica - Centro B911 Laranjeiras - Centro D282 T. Umuarama - Tapuirama E111 Granada - Estação UAI E131 T. Santa Luzia - T. Central "Exp. Adeq" E323 T. Santa Luzia - T. Umuarama "Exp" E801 Setor Universitário - Est. São Francisco I231 T. Sta Luzia - T. Umuarama "Adap" I232 T. Sta Luzia - T. Umuarama "Adap" I341 T. Sta Luzia - T. Planalto "Adap" S710 Santa Luzia - Floresta do lobo T101 Morumbi - T. Central "Adap" T103 Morumbí - T. Central "Adap" T131 T. Santa Luzia - T. Central - Piso Baixo T. Santa Luzia - T. Central "Adap. T132 Adeq" T151 T. Industrial - T. Central "Adap. Adeq" Total Fonte: SETTRAN, Ago. 2008. Org.: ARAÚJO, R.S. Viagens Frota Km Linha Útil Sab Dom Útil Sab Dom 18,1 51 43 33 3 3 2 14 54 45 34 3 3 2 14,2 54 44 35 3 3 2 11,4 54 38 24 3 2 1 19,4 24 18 18 2 1 1 7,2 26,5 20,5 1 1 0 18,5 24,5 24 18 2 2 1 16,3 22 21 19 1 1 1 23,1 47,5 43,5 36 4 3 2 24,6 43,5 19 19 3 1 1 19,2 40,5 32,5 22,5 2 2 1 7,4 39 39 37 1 1 1 10,4 67 63,5 60 2 2 2 10 98 81 68,5 4 3 2 10,7 72,5 69 57 3 3 2 18,4 21 20 18 1 1 1 10,9 104,5 82,5 56,5 4 3 2 10,1 118 83 59 6 3 2 17,4 23 23 15 1 1 1 24,1 24,5 21 17,6 21,8 92,8 9,4 13,7 17,5 15,2 22,2 23,3 34,3 60 26 25,5 15,3 8 40 32 14 36 9 45 126 27 23,5 52 52 38,5 2 62,5 61 204 5 20 18 8 15 6 39 68 0 18 47 46 34,5 0 50,5 49 141 4 0 0 0 0 4 36 0 0 0 33 32 28 0 46 45 128 1 4 3 1 4 2 1 6 2 1 4 4 4 1 5 5 12 1 3 3 1 2 1 1 5 0 1 4 4 3 0 4 4 8 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 2 2 2 0 3 3 6 16,8 149 100 89 10 6 5 13,7 776 82 73 67 4 2048 1548 1141,5 123 3 93 3 56 39 Tabela 4 - Uberlândia (MG): Uberlândia (MG): Características Operacionais do Sistema de Transporte Coletivo Público – Empresa Transcol (2008) Nº de Linhas Ordem 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 A104 A106 A107 A108 A109 A110 A122 A123 A126 A127 A128 Descrição Roosevelt - T. Central Roosevelt - T. Central "Adap" Pacaembu - T. Central "Adap" Pacaembu - T. Central Marta Helena - T. Central "Adap" São José - T. Central Guarani - T. Central "Adap" Maravilha - T. Central "Adap" Tocantins - T. Central "Adap" Jardim Patrícia - T. Central "Adap" Guarani - T. Central/Via Martins "Adap" Tocantins - T. Central (Via Martins) A129 "Adap" A143 Taiamam - Terminal Central A144 Jd. Brasília - T. Central "Adap" A145 Maravilha - T. Central A146 Liberdade -T. Central "Adap" A208 Cruzeiro - T. Umuarama "Adap" A211 Aclimação - T. Umuarama "Adap" A212 Custódio Pereira - T. Umuarama A214 T. Umuarama - Mansões Aeroporto A229 Ipanema - T. Umuarama A234 Minas Gerais - T. Umuarama A510 T. Industrial - Cargill A526 T. Industrial - Tocantins A531 T. Industrial - Ciminas B904 Ipanema - Centro B906 Minas gerais - Centro B907 Aclimação - Centro B908 Cruzeiro - Centro D280 T. Umuarama - Cruzeiro/Martinésia D281 T. Umuarama - Escola Agrotécnica I251 T. Industrial - T. Umuarama I252 T. Industrial - T. Umuarama S711 Tocantins/Guarani - UAI Luizote T120 T. Umuarama - Luizote "Adap. Adeq." T121 T. Umuarama - Luizote "Adap. Adeq" T122 T. Umuarama - T. Central "Adap. Adeq" T. Umuarama - T. Central/ Call Center T123 "Adap" Total Fonte: SETTRAN, Ago. 2008. Org.: ARAÚJO, R.S. Viagens Frota Km Linha Útil Sab Dom Útil Sab Dom 11,9 9,2 12,4 10,3 14,3 21,2 20,9 18,7 23,1 18,7 20,2 28 28 55 53 56,5 41,5 23 21 53 42 31 21 68 54 67,5 54 82,5 58 19 19 31 26 28 32 35 19 39 17 50 47 51 19 17 1 2 3 1 3 2 5 6 8 1 2 1 2 2 1 2 2 3 4 4 1 2 1 1 2 1 2 1 3 3 3 1 1 22 19,4 20,6 17,7 15,1 14,2 17 7,4 18,7 14,5 15,4 16,6 16,3 18,3 26,4 19,8 28 20,1 66,6 48,4 14,2 20,6 20 29,9 30,3 10,3 37 33 70,5 71 58 63,5 46,5 63,5 26 55 35 41,5 25 22 30 11 22 33 5 12 70,5 70 14 123 123 87,5 17 18 42 41 44 40,5 43 36 19 40 24 21,5 3 2 6 5 3 3 2 2 1 3 2 2 1 1 3 1 2 3 1 4 3 5 1 13 13 4 2 1 5 4 3 3 2 2 1 2 1 1 1 1 3 1 2 3 1 1 3 4 1 7 7 3 1 1 3 3 2 2 2 1 1 2 1 1 0 1 0 0 0 0 1 1 2 2 0 6 6 2 13 762 110 84,5 0 5 1873 1458 1029 128 5 94 0 60 26 19 68 61 53 50,5 44 51,5 22 45 25 26,5 23 19 18 7 12 18 5 5 55,5 54 14 79,5 79 75 17 0 0 0 0 4 5 34 40,5 0 67,5 67 54 40 Tabela 5 - Uberlândia (MG): Características Operacionais do Sistema de Transporte Coletivo Público – Empresa Cidade Sorriso (2008) Nº de Linhas Ordem 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 A100 A119 A120 A121 Descrição Rodoviária - T. Central "Adap" Patrimônio - T. Central "Adap" Jardim das Palmeiras - T. Central "Adap" Cidade Jardim - T. Central "Adap" Campus Uniminas - Terminal Central A130 "Adap" A131 FPU/ Uniessa - T. Central "Adap" A141 Shopping Park - T. Central "Adap" A142 Campus Unitri - T. Central "Adap" A150 Martins - T. Central - Rodoviária "Adap" A160 Jaraguá - T. Central "Adap" A161 Caça e pesca - T. Central "Adap" A170 Tubalina - T. Central "Adap" A174 T. Planalto - Ed. Física "Adap" A401 T. Planalto - Luizote "Adap" A403 Jardim Europa - T. Planalto "Adap" A433 T. Planalto - Morada Nova "Adap" A434 T. Planalto - Nova Tangará "Adap" A435 Douradinho - T. Planalto "Adap" A438 T. Planalto - Canãa "Adap" I451 T. Planalto - T. Industrial "Adap" T102 Canaã - T. Central "Adap" Luizote - Mansour/Via Martins - T. T105 Central T140 T. Planalto - T. Central "Adap" T141 T. Planalto - T. Central "Adap" T142 T. Planalto - T. Central "Adap" Total Viagens Frota Km Linha Útil Sab Dom Útil Sab Dom 4,1 19 22,2 17,9 79 32 80 41,5 76 26 63 36 57 19 44 18 2 2 7 3 2 2 5 2 2 1 3 1 10,4 38,5 16 0 4 1 0 11,6 23,2 10,6 12,9 19 18 18,1 16,4 11,6 9,6 24,1 109 24,8 17,6 19 25,5 27,5 40 106 40 50 0 54 15,5 31 32,5 42,5 3 11 52,5 50,5 112 3 2 6 2 4 0 4 1 1 1 3 1 1 3 4 11 0 2 2 2 3 0 3 1 1 1 3 1 1 3 2 7 0 2 0 1 3 1 2 0 1 1 3 1 1 2 1 5 27,1 72,5 69,5 61 6 5 4 15,3 13,2 16,2 516 109 72 62 127 109 104 71 68 50 1319 1005 791 7 7 4 89 4 5 4 62 3 5 3 46 0 0 33 33 32 0 33 22 44 41 0 8 45 37 13,5 31 29,5 32,5 27 32,5 36 2 3 5 3 49 42,5 34,5 22 82 72 Fonte: SETTRAN, Ago. 2008. Org.: ARAÚJO, R.S. 2.3. Corredor Estrutural João Naves de Ávila: estrutura e características Para existir boa qualidade de vida em uma cidade, é fundamental o bom desempenho do transporte coletivo. O SIT, em dezembro de 1998, foi escolhido como modelo nacional para promoção do desenvolvimento urbano e qualidade de vida nas cidades brasileiras, e foi indicado ao prêmio internacional de Dubai, em 2000, sobre melhores práticas para a melhoria da condição de vida. No entanto, depois de dez anos da conquista desse prêmio, percebe-se 41 um sistema com superlotação dos ônibus, principalmente nos horários de pico. Há também insatisfação dos usuários e terminais que não suportam mais a demanda diária e em precário estado de conservação, principalmente o Terminal Central. Com o objetivo de solucionar esses problemas, surgiu a proposta de implantação de corredores de ônibus na cidade. Nas vias de grande fluxo de veículos precisavam ser implementadas medidas de priorização para a circulação de ônibus, com o objetivo de agilizar os deslocamentos destes veículos no trânsito. Isso promoveria a integração entre as funções e os serviços urbanos, priorizando o usuário do transporte público, tornando a viagem mais rápida, segura e cômoda. Segundo a Agência Nacional de Transportes (ANTP) (1997, p. 110): [...] as medidas de tratamento prioritário para a circulação de ônibus constituem-se usualmente em ações de engenharia de tráfego, que possibilitam que os ônibus circulem com maior fluidez, livre de congestionamentos e da disputa do espaço viário com o tráfego geral. São medidas vinculadas ao suporte viário das linhas de ônibus e envolvem basicamente as seguintes situações típicas: faixa exclusiva para ônibus no fluxo da calçada; faixa exclusiva para o ônibus no fluxo junto ao canteiro central; faixa exclusiva para ônibus no contra fluxo; canaleta para ônibus ou busway e rua exclusiva para ônibus. Existem sistemas que priorizam o transporte coletivo de uma cidade. Alguns desses, e importantes, se encontram na América Latina, em que podemos citar Bogotá, Goiânia, Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre. Tendo como modelo esses sistemas, no dia 09 de setembro de 2006, foi implantado o Corredor de Ônibus da Av. João Naves de Ávila, localizado na região sudeste de Uberlândia (Mapa 2), que assegura a faixa da direita da via, junto ao canteiro central, para circulação exclusiva dos ônibus no mesmo sentido de circulação dos demais veículos. UBERLÂNDIA - MG Av .J os é An dr sG as nio Th o ma i sF .R ez 5 ntô sa n 36 Av .A Mapa 2 - Localização do Corredor Estrutural João Naves de Ávila (2008) au Ed u ra do BR 05 0\ en de oto Av .F lor ai n oP exi Pe n so fo n 2 Parque do Sabiá ch Pa n UFU Av. S e do Ol eg ári on a a ta eg os M ae ons .C eF Sivl sd e nt os 45 o co piar ac gism Av .R éF 0\ ec ar As R. oM i el undo Pere ira Av .J os 05 1 a Vilel ndo te erna rzi on Av. F o Ho l e Av.B .M Av Av. ec Av .A 65 Av. M o éxic oa R. M P ss ão e Av.oJ BR 3 a enh or BR Naves de Áv ila Av .G etú loi V a rg as Av. Jo ão 497 Av.N ico me desA . dos S ano t s BR - 3 Legenda Terminal de Integração do SIT nº Terminais Existentes 1 Terminal Centra 3 Terminal Santa Luzial Corredor Estrutural de Ônibus Corredor Implantado Data: Dezembro 2008 Org: Gustavo Eugênio de Freitas Faria 43 Apesar desse corredor ter sido implantado apenas em 2006, sua construção teve início no ano de 2000, com estações a 90 cm de altura, no nível do ônibus e que possibilitavam a parada apenas de um veículo por vez, pintura das faixas exclusivas para os ônibus, alterações na geometria viária e a arborização urbana. No entanto, a gestão do prefeito Zaire Rezende (2001-2004) optou por ampliar o projeto, ao invés de concluí-lo, elaborando o “Projeto Prémetrô”, que tinha como proposta interligar a Avenida João Naves de Ávila à Avenida Monsenhor Eduardo, ou seja, o bairro Santa Luzia ao Marta Helena (FARIA, 2007, p. 35). Porém, este projeto não foi implantado e, segundo Faria (2007), as infra-estruturas investidas na Avenida João Naves tornaram-se inoperantes. Após cinco anos da construção dessa obra, houve desgaste das plataformas de embarque/ desembarque no canteiro central e da sinalização da faixa exclusiva de ônibus (Fotos 1, 2 e ). Foto 1 – Uberlândia (MG): Rampa e plataforma 6 (Nicodemos ) com trincas e buracos - 2005 Fonte: Banco de dados Vertran, 2005. 44 Foto 2 – Uberlândia (MG): Rampas de acesso à plataforma 5 (UFU) totalmente esburacadas 2005 Fonte: Banco de dados Vertran, 2005. Foto 3 – Uberlândia (MG): Cantos e quinas da plataforma 4 (Prefeitura/ Shopping) quebrados comprometendo a estrutura - 2005 Fonte: Banco de dados Vertran, 2005. 45 Além desses problemas citados, devido ao crescimento populacional e urbano de Uberlândia, esse projeto não atendia a nova configuração da cidade e, não acompanhava essas mudanças (fotos 4, 5, 6 e 7). Faria descreve que Decorridos cinco anos da construção parcial das plataformas o cenário urbano alterou-se significativamente e a operacionalização deste Corredor exigiu uma nova concepção dos pontos de parada e da circulação na área de influência do corredor. Acrescente-se a este fato a nova tendência mundial dos planejadores urbanos com relação ao tratamento de ciclovias e a nova legislação sobre acessibilidade. No caso das ciclovias, a recomendação é implantá-la em vias coletoras ou de apoio ao sistema principal, ao invés de correrem junto as vias arteriais (FARIA, 2007, p. 36). As más condições dos antigos pontos de parada verifica-se nas fotos 4, 5, 6 e 7: Foto 4 – Uberlândia (MG): Ponto de ônibus na Av. João Naves de Ávila antes da implantação do corredor (2005) Fonte: Banco de dados Vertran, 2005. 46 Foto 5 – Uberlândia (MG): Ponto de ônibus na Av. João Naves de Ávila antes da implantação do corredor (2005) Fonte: Banco de dados Vertran, 2005. Foto 6 – Uberlândia (MG): Ponto de ônibus na Av. João Naves de Ávila antes da implantação do corredor (2005) Fonte: Banco de dados Vertran, 2005. 47 Foto 7 – Uberlândia (MG): Ponto de ônibus na Av. João Naves de Ávila antes da implantação do corredor (2005) Fonte: Banco de dados Vertran, 2005. Dessa forma, não bastou apenas adequar o sistema viário para que o ônibus se locomovesse com melhor fluidez. Foi preciso toda uma revitalização das proximidades da via, como calçadas, sinalização do entorno, pequenas praças, melhorando as condições de acesso das pessoas ao transporte coletivo, além da eficiência da cidade. Assim, com a implantação desse corredor, os ônibus deixaram de competir espaço com os veículos particulares em vias congestionadas, diminuindo os “comboios” (fotos 8 e 9) e o tempo de viagem, uma vez que os deslocamentos passaram a ser realizados em menor espaço de tempo. O Corredor Estrutural João Naves de Ávila trouxe a proposta de um novo conceito no atendimento ao transporte, a partir do momento que estabelece como prioridade o pedestre. Além desse ponto fundamental, destacam-se os seguintes pontos, Vertran (2006): - Melhora no desempenho operacional, com a redução do tempo de viagem e melhor aproveitamento da frota com veículos articulados. - Evolução tecnológica, a partir da adoção de veículo articulado na linha T131 (que antes operava apenas com padron) e a aquisição de ônibus piso baixo para atendimento aos cadeirantes. 48 Foto 8 – Uberlândia (MG): Comboios no ponto em frente ao Center Shopping (2005) Fonte: Banco de dados Vertran, 2005. Foto 9 – Uberlândia (MG): Comboios no ponto em frente ao Center Shopping (2005) Fonte: Banco de dados Vertran, 2005. 49 - Estações de transferência, que possibilitam a integração Leste/Sudeste, sem ter que ir ao Terminal Central; e as Estações fechadas que permitem conforto ao usuário, rapidez no embarque (com redução de 75% do tempo de embarque) nos pontos de maior demanda, como o da UFU. - Aperfeiçoamento dos operadores, com a realização de treinamento específico para operação no Corredor trabalhando, dentre vários outros aspectos, a humanização do trabalho dos motoristas e cobradores. - Conforto ambiental, dentro das estações com projeto de paisagismo, conforto térmico do micro-clima, e redução de ruídos. - Humanização do trânsito, com a melhoria da geometria viária, adequação da sinalização estatigráfica, novas tecnologias na sinalização semafórica e transformação cultural, com apoio dos agentes de trânsito e a Polícia Militar. O Corredor possui 13 estações fechadas ao longo da Avenida João Naves de Ávila, sendo três de transferência, ou seja, que permitem a integração Leste/Sudeste sem ter que ir ao Terminal Central, conforme Mapa 3. 50 Mapa 3 - Uberlândia (MG): localização das estações do Corredor Estrutural João Naves de Ávila (2006) Fonte: Banco de dados Vertran, 2008. 51 A substituição dos antigos pontos de ônibus pelas estações foi positiva em diversos aspectos, dentre os quais podemos destacar o aumento da segurança e do conforto ao usuário; a infra-estrutura das estações; rampa para deficientes nas entradas e saídas das mesmas; possibilidade de integração; e redução do tempo de embarque/desembarque (figura 3). Figura 3 – Uberlândia (MG): Ponto do shopping antes e depois do corredor (2006) Fonte: Banco de dados Vertran, 2008. Ao todo, são 12 linhas que operam no Corredor Estrutural João Naves de Ávila, com uma frota de 51 ônibus que realizam 858 viagens nos dias úteis (Tabela 6). 52 Tabela 6 – Uberlândia (MG): Características das linhas do Corredor Estrutural João Naves de Ávila (2008) Nº de Ordem 1 2 3 4 5 6 A105 A115 A116 A117 A118 E111 7 E131 8 9 10 11 12 Linhas E801 T101 T103 T131 T132 Km Frota Viagens Linha Útil Sáb Dom Útil Sáb Dom 18,1 3 3 2 51,0 43,0 33,0 11,4 3 2 1 54,0 38,0 24,0 19,4 2 1 1 24,0 18,0 18,0 8,6 1 1 0 23,5 19,5 0,0 18,5 2 2 1 24,5 24,0 18,0 9,4 1 1 1 45,0 39,0 36,0 Nome Sta Mônica - T. Central T. Central - Saraiva Sta Mônica - T. Central Griff Shop - T. Central T. Central - Pampulha Granada - Estação UAI T.Sta Luzia - T.Central Expresso 13,7 Setor Universitário - Estação São 15,2 Franscisco Morumbi - T.Central 26 Morumbi - T.Central 25,5 T.Sta Luzia - T.Central 15,3 T.Sta Luzia - T.Central 16,8 197,9 Total 6 5 0 127,0 68,0 23,5 18,0 0,0 1 1 0 0,0 5 5 12 10 51 4 4 9 6 39 3 62,5 50,5 46,0 3 61,0 49,0 45,0 7 213,0 148,0 137,0 5 149,0 100,0 89,0 24 858,0 615,0 446,0 Fonte: SETTRAN, Ago. 2008. Org.: ARAÚJO, R. S. Dessas linhas, quatro operam nas estações de transferência e possibilitam a integração, descritas no Quadro 2. Isso possibilitou que a quantidade de usuários de transferência por dia, aumentasse nesses últimos dois anos, devido ao fato de que muitas pessoas ainda não sabiam da possibilidade de integração nestas estações. Linha Estação Nº de Transferência/ dia A118 - Pampulha – T. Central E11 - UAI 100 E111 - Granada – Estação UAI E11 - UAI 835 E801 – Setor Universitário Estação São Franscisco A115 - Saraiva – T. Central – E08 – São Francisco 414 E05 - Prefeitura 143 Quadro 2 – Uberlândia (MG): Linhas das estações de transferência e usuários por dia (2006) Fonte: Pesquisa de Transferência nas Novas Linhas, SETTRAN, Out. 2006. Um dos maiores ganhos com a implantação do Corredor foi a redução do tempo de embarque/desembarque nos pontos de parada e com isso um ganho no tempo de viagem das linhas. De acordo com uma pesquisa sobre o tempo de viagem das linhas do Corredor Estrutural João Naves de Ávila, realizada pela SETTRAN via GPS, em outubro de 2006, no 53 período de pós-implantação das doze linhas que trafegam no corredor, nove passaram a operar com menor tempo de viagem, sendo que cinco a diferença foi superior à 5 min. Dessa forma, foi possível ofertar mais viagens aos usuários, como no caso da linha T131, que realizava 253 viagens antes do corredor, e passou a ofertar 333 após este. Além das vantagens e avanços já descritos, houve também a redução no número de acidentes no cruzamento da Av. João Naves de Ávila com a Av. Rondon Pacheco, em decorrência da retirada da conversão à esquerda no cruzamento. Este local, durante dez anos, esteve entre os cruzamentos com maior índice de acidente da cidade, e após a implantação do corredor, houve uma redução de 67%, conforme demonstra Faria (2007, p. 74): [...] Comparando o primeiro mês da implantação com o mesmo período do ano anterior houve a redução de acidentes em 67%, reduzindo de 12 para 04 acidentes. Com a retirada da conversão à esquerda diminuiu também o tempo de ciclo semafórico do cruzamento, passando de 120 segundos para 100, ou seja, melhorando a fluidez do trânsito. A partir dos aspectos mencionados em relação ao Corredor Estrutural João Naves de Ávila, percebe-se que a implantação do projeto trouxe importantes avanços para o transporte público de Uberlândia, e principalmente, para os usuários que utilizam o eixo Terminal Central – Terminal Santa Luzia. Portanto, nesse corredor será aplicada a metodologia para avaliar seu desempenho operacional, detalhada no próximo capítulo. CAPÍTULO III ANÁLISE DAS LINHAS DO CORREDOR ESTRUTURAL JOÃO NAVES DE ÁVILA Fonte: Banco de Dados Vertran 54 3 - Análise das linhas do Corredor Estrutural João Naves de Ávila Neste último capítulo, apresenta-se detalhadamente os índices de qualidade estudados e aplicados às linhas do corredor, os cruzamentos desses indicadores, e os resultados finais das pesquisas. Através das análises realizadas e dos valores obtidos, aferimos características às linhas do corredor e ao desempenho operacional, com o intuito de contribuir na gestão do sistema e auxiliar os profissionais competentes. Além disso, mostra-se a também a pesquisa de opinião com os usuários do corredor, demonstrando a percepção que os mesmos têm ao utilizar o serviço prestado. 3.1 - Metodologia Esse trabalho foi estruturado a fim de propor a avaliação de um serviço, além de mensurar os aspectos relativos à operação, fabricação, organização e equipamentos. É fundamental, também, levar em consideração a opinião de quem o usa (cliente ou usuário), para se chegar a um resultado mais próximo da realidade. Toda a metodologia utilizada para esse estudo, desde a definição dos indicadores até os procedimentos de avaliação dos serviços prestados no corredor foi retirada do Edital de Transportes Nº 850/2006 do Município de Uberlândia, com o objetivo de garantir a qualidade da operação no sistema de transporte coletivo da cidade, em atendimento ao art. 23 do Decreto Municipal nº180/05. Nesse edital, a proposta de avaliação do transporte estende-se muito além dos índices de avaliação operacional e de opinião do serviço. Isso acontece, pois, ao ponderar sobre todo o sistema de transporte de uma cidade, faz-se necessário requer também a utilização de outros índices, que analise também os aspectos organizacionais e administrativos do sistema, como a formação contínua dos profissionais envolvidos no planejamento, operação e manutenção dos veículos, o poder econômico das empresas operadoras e a quantificação dos passageiros por quilômetro na própria citação do edital diz se que: Procura-se não apenas agir frente às avaliações técnico-operacionais, mas levando-se em conta também elementos da gestão, tais como: processos de manutenção, imagem dos serviços na visão do usuário, condições de operação da frota e infra-estrutura interna das garagens. Os indicadores apresentarão o estado geral do sistema, dando maior conhecimento à SETTRAN, e com isto, quando necessário for, lhe dará respaldo para uma intervenção efetiva, garantindo a qualidade dos serviços ofertados à população. (...) 55 Dentre os índices de avaliação do processo operacional e administrativo descreve-se: • Índice de Desempenho Operacional – IDO; • Índice de Satisfação do Usuário – ISU; • Índices Operacionais Complementares. (Edital de Transportes Nº 850/2006) Para esse estudo, escolheu-se trabalhar apenas com o Índice de Desempenho Operacional (IDO), formado pelos demais índices: ICV = Índice de Cumprimento de Viagens ICF = Índice de Cumprimento de Frota ICH = Índice de Cumprimento de Horário ICI = Índice de Cumprimento de Itinerário IQV = Índice de Quebra de Veículo IIF = Índice de Inspeção de Frota como também, apresentar a Pesquisa de Opinião realizada logo após a implantação do corredor com os seus usuários. Os dados que serviram de subsídios para a pesquisa foram fornecidos pela fiscalização, pela SETTRAN e pela VERMAX. O período escolhido para análise foi a terceira semana de outubro de 2008, do dia 20 ao dia 26, sendo realizadas medições diárias. A coleta dos dados será descrita com maiores detalhes ao abordar cada índice. Para o cálculo do ICV, ICF, ICH e ICI foi utilizado o programa GEOSIT (Sistema de Informação ao Usuário), uma tecnologia destinada ao gerenciamento do transporte público em Uberlândia – MG, instalado no Consórcio VERMAX. Com este programa, pode-se realizar um monitoramento da frota do transporte público da cidade. Em todos os ônibus foi instalado um aparelho de modem, que envia informações de sua posição atual para um satélite, e este envia para uma antena de recepção, que está integrada ao computador da Central de Monitoramento – Consórcio VERMAX, situado no Terminal Central. Este servidor, no qual todas as informações estão armazenadas e disponíveis para que outros usuários possam acessá-las. Para processar tais informações, foi criado um software (Arena Control Center), que disponibiliza as informações enviadas pelo ônibus em um mapa da cidade, conseguindo ver qual é a posição do ônibus no momento em que ele enviou a informação. 56 Já para o cálculo do IQV, foi utilizado o Relatório de Voltas Omitidas, realizado diariamente. E para fazer o IIF, utilizou-se o Relatório da Vistoria do 2º semestre de 2008. Ambos foram elaborados pela fiscalização. 3.2 - Índice de Desempenho Operacional - IDO Ao avaliar o desempenho operacional de um serviço ou empresa, os índices relacionam o comportamento dos processos, e as operações da organização que levam à qualidade esperada pelo cliente. Estes indicadores referem-se ao processo produtivo, também conhecidos como indicadores de produtividade, conforme comenta Camargo. Eles apresentam a qualidade In-line e tem as seguintes características: - Enfatizam o processo produtivo; - Envolvem procedimentos de gestão tática e operacional; - Referem-se às características potenciais da empresa; - Evidenciam fragilidades da empresa; - Avaliam o desempenho do processo. (Camargo, 2000, p. 38) Uma das vantagens destes indicadores operacionais é a possibilidade de serem utilizados na análise de processos de renovação de contratos, remuneração do sistema e outros itens de acompanhamento institucional. Segundo o próprio edital descreve, entende-se que uma operação de qualidade é composta pela regularidade, continuidade, confiabilidade, disponibilidade, segurança e velocidade do serviço de transporte oferecido, impactando positiva ou negativamente sobre os indicadores de conforto e qualidade percebidos pelos passageiros. O IDO foi calculado conforme a fórmula: IDO = 0,25 x ICV + 0,10 x ICF + 0,20 x ICH + 0,20 x ICI + 0,10 x IQV + 0,15 x IIF Em que: ICV = Índice de Cumprimento de Viagens ICF = Índice de Cumprimento de Frota ICH = Índice de Cumprimento de Horário ICI = Índice de Cumprimento de Itinerário IQV = Índice de Quebra de Veículo IIF = Índice de Inspeção de Frota 57 Para o cálculo do IDO, como pode ser observado na fórmula, é necessário calcular os outros índices. Assim, a seguir, apresenta-se o detalhamento de cada índice, sua aplicação e resultados, e o IDO do Corredor Estrutural João Naves de Ávila – analisado por linha e por dia da semana. 3.2.1 - Índice de Cumprimento de Viagens – ICV O objetivo desse índice é indicar o percentual de cumprimento de viagens, frente à programação determinada pela SETTRAN. Para isso, considera-se viagem completa, o deslocamento que o veículo faz ao sair do ponto final, ir ao ponto de retorno e voltar novamente ao ponto final (ida e volta). Apesar do edital estabelecer, para o cálculo do ICV, o período de medição por faixa horária, aqui ele foi calculado por dia, já que a maior parte dos outros índices são medidos dessa forma, porém perde-se a comparação dos picos e entre picos. Os valores do ICV são fornecidos pela equipe da VERMAX, sendo que o número de viagens realizadas é retirado do Relatório de Viagens (Anexo I) gerado pelo programa Arena Control Center, e o número de viagens programadas da Ordem de Serviço das Linhas (OSL), fornecida pela SETTRAN. O cálculo é obtido pela divisão do número de viagens realizadas por período fiscalizado, pelo número de viagens programadas, conforme definido em OSL. O resultado é multiplicado por 100, obtendo-se o valor percentual, conforme fórmula: É definido como valor de referência admitir até 3% do não cumprimento das viagens estabelecidas, exceto para a primeira e a última viagem da linha. Foi calculado o ICV das 12 linhas do corredor em todos os dias da semana de pesquisa, como demonstra a tabela 7. No decorrer dessa etapa do trabalho, observou-se que havia alguns dias apresentando número de viagens realizadas superior ao número de viagens programadas. Neste caso desconsiderou-se as viagens excedentes, já que, assim, o ICV extrapolaria os cem por cento. 58 Tabela 7 – Uberlândia (MG): Cálculo do Índice de Cumprimento de Viagem (ICV) – 2008. Viagens Realizadas - ICV diário por linha Viagens Programadas Nº de Ordem Linha 1 A105 2 A115 3 Empresa Úteis Sab Dom 20/10 (Segunda) ICV 21/10 (Terça) Avitril 51 43 33 51 100,00% Avitril 54 38 24 54 100,00% A116 Avitril 24 18 18 23 4 A117 Avitril 26 20 0 26 5 A118 Avitril 24 24 18 6 E111 Avitril 45 39 36 7 E131 Avitril 126 68 0 8 E801 Avitril 23 18 0 23 100,00% 23 100,00% 23 100,00% 23 100,00% 23 100,00% 18 100,00% 9 T101 Avitril 62 50 46 62 100,00% 62 100,00% 62 100,00% 62 100,00% 62 100,00% 50 100,00% 45 97,83% 10 T103 Avitril 61 49 45 61 100,00% 58 95,08% 60 98,36% 58 95,08% 58 95,08% 46 93,88% 44 97,78% 11 T131 Avitril 204 141 128 202 99,02% 204 100,00% 204 100,00% 201 98,53% 203 99,51% 120 85,11% 125 97,66% 12 T132 Avitril 149 100 89 146 97,99% 146 97,99% 144 96,64% 148 99,33% 149 100,00% 100 100,00% 88 98,88% 849 608 437 842 840 98,94% 837 98,59% 841 99,06% 844 99,41% 582 95,72% 429 98,17% Avitril ICV 22/10 (Quarta) ICV 23/10 (Quinta) ICV 24/10 (Sexta) ICV 49 96,08% 51 100,00% 51 100,00% 51 54 100,00% 54 100,00% 54 100,00% 53 95,83% 24 100,00% 21 87,50% 24 100,00% 100,00% 26 100,00% 26 100,00% 26 23 95,83% 23 95,83% 24 100,00% 45 100,00% 45 100,00% 42 93,33% 126 100,00% 126 100,00% 126 100,00% 99,18% 25/10 (Sábado) ICV 100,00% 43 100,00% 32 96,97% 98,15% 36 94,74% 24 100,00% 24 100,00% 18 100,00% 18 100,00% 100,00% 26 100,00% 20 100,00% 24 100,00% 24 100,00% 24 100,00% 17 94,44% 44 97,78% 45 100,00% 39 100,00% 36 100,00% 126 100,00% 126 100,00% 68 100,00% OBS:*Em verde, as viagens realizadas foram superiores que as programadas, ou seja, na realidade na quarta-feira a Linha T101 realizou 66 viagens e na quinta-feira 64. *As colunas destacadas em amarelo são referentes às programações em Ordem de Serviço da Linha (OSL). Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. 26/10 (Domingo) ICV Não opera Não opera Não opera 59 Conforme se observa na tabela 8 e na figura 4, as linhas do Corredor que mais cumpriram as viagens no período pesquisado, de acordo com o programado em OSL, foram as linhas A117, E131 e E801, ambas atingindo 100%. No entanto, com 96,49%, a linha T103 foi a que menos cumpriu viagens. Constatou-se que todas as linhas tiveram ICV acima de 95%, demonstrando regularidade no cumprimento das viagens. Tabela 8 – Corredor Estrutural João Naves: ICV semanal por Linha (2008) Linha Programado Realizado ICV (%) A105 Santa Mônica - T. Central 331 328 99,09 A115 Saraiva - T. Central 332 329 99,10 A116 Santa Mônica - T. Central 156 152 97,44 A117 Grif Shop - T. Central 150 150 100,00 A118 Pampulha - T. Central 162 159 98,15 E111 Granada - Estação UAI 300 296 98,67 E131 T. Sta. Luzia - T. Central Setor Universitário - Est. São E801 Francisco T101 Morumbi - T. Central 698 698 100,00 133 133 100,00 406 405 99,75 T103 Morumbi - T. Central 399 385 96,49 T131 T. Sta. Luzia - T. Central 1289 1259 97,67 T132 T. Sta. Luzia - T. Central 934 921 98,61 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Figura 4 – Corredor Estrutural João Naves: ICV semanal por linha (2008) ICV semanal por linha 101,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 99,75% 99,09% 99,10% 99,00% 98,67% 98,61% 98,15% ICV 98,00% 97,67% 97,44% 97,00% ICV 96,49% 96,00% 95,00% Linhas do corredor T132 T131 T103 T101 E801 E131 E111 A118 A117 A116 A115 A105 94,00% 60 Ao fazer uma comparação entre os dias pesquisados observou-se que o corredor cumpriu mais viagens no dia 24/10 (Sexta-feira), com 99,41%, e o dia que cumpriu menos viagem foi 25/10 (Sábado), com 95,72%, como pode ser visto no tabela 9 e no figura 5. Assim como na análise do ICV por linha, todos os dias apresentaram cumprimento de viagem acima de 95%. Tabela 9 – Corredor Estrutural João Naves: ICV por dia (2008) Dia da semana Programado Realizado ICV (%) 20/out (Segunda - feira) 849 842 99,18 21/out (Terça - feira) 849 840 98,94 22/out (Quarta - feira) 849 837 98,59 23/out (Quinta - feira) 849 841 99,06 24/out (Sexta - feira) 849 844 99,41 25/out (Sábado) 608 582 95,72 26/out (Domingo) 437 429 98,17 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Figura 5 – Corredor Estrutural João Naves: ICV por dia (2008) ICV por dia 101,00% 100,00% 99,18% 99,06% 99,41% 99,00% 98,59% 98,00% 98,17% 97,00% ICV 96,00% 95,72% 95,00% Dias pesquisados 26/out 25/out 24/out 23/out 22/out 21/out 94,00% 20/out ICV 98,94% 61 3.2.2 - Índice de Cumprimento de Frota – ICF O objetivo desse índice é obter o percentual de frota operacional, comparando o realizado com o programado pela SETTRAN, sendo medido através da identificação e quantificação dos prefixos dos veículos em operação em cada linha. Assim como no cálculo do ICV, ele foi calculado por dia. A quantidade da frota realizada também é fornecida pela empresa VERMAX, retirada do Relatório de Viagens gerado pelo programa Arena Control Center, e o número da frota programada, da Ordem de Serviço das Linhas (OSL). O cálculo é obtido pela divisão do número de veículos em operação por período fiscalizado, pelo número de veículos programados, conforme definido em ordem de serviço. O resultado é multiplicado por 100, obtendo-se o valor percentual, conforme fórmula: No edital é definido como valor de referência, 100% (cem por cento) de cumprimento da frota estabelecida. Nos dias que a frota excedeu o programado (Tabela 10), para tornar possível o cálculo do índice, considerou como 100% de cumprimento da frota, desconsiderando os veículos excedentes. Não aconteceu esse problema apenas nas linhas A105 (Santa Mônica – T. Central), A115 (Saraiva – T. Central), e E111 (Granada – Estação UAI). Quando a frota realizada é maior que frota programada, não é favorável ao sistema, pois significa que a empresa operadora está utilizando veículos que não foram programados para aquela linha, e eles podem estar operando sem programação visual. Além disso, o risco do motorista errar o itinerário é maior, uma vez que ele não conhece e não está acostumado com o percurso da linha. Dessa forma, percebe-se uma fragilidade na abordagem e no cálculo desse índice proposto pelo Edital de Transportes, uma vez que não se prevê e nem se estabelece o que deve ser feito nessa situação, deixando a critério de quem o utiliza fazer a escolha. 62 Tabela 10 – Uberlândia (MG): Cálculo do Índice de Cumprimento de Frota (ICF) – 2008. Nº de Ordem Frota Realizada - ICF diário por linha Frota Programada Linha Empresa Úteis Sab Dom 20/10 (Segunda) ICF 21/10 (Terça) ICF 22/10 (Quarta) ICF 23/10 (Quinta) ICF 24/10 (Sexta) ICF 25/10 (Sábado) ICF 26/10 (Domingo) ICF 1 A105 Avitril 3 3 2 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 2 100,00% 2 A115 Avitril 3 2 1 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 2 100,00% 1 100,00% 3 A116 Avitril 2 1 1 2 100,00% 2 100,00% 2 100,00% 2 100,00% 2 100,00% 1 100,00% 1 4 A117 Avitril 1 1 0 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 5 A118 Avitril 2 2 1 2 100,00% 2 100,00% 2 100,00% 2 100,00% 2 100,00% 2 100,00% 1 6 E111 Avitril 1 1 1 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 7 E131 Avitril 6 5 0 6 100,00% 6 100,00% 6 100,00% 6 100,00% 6 100,00% 5 100,00% 8 E801 Avitril 1 1 0 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 9 T101 Avitril 5 4 3 5 100,00% 5 100,00% 5 100,00% 5 100,00% 5 100,00% 4 100,00% 100,00% Não opera 100,00% 100,00% Não opera Não opera 3 100,00% 10 T103 Avitril 5 4 3 5 100,00% 5 100,00% 5 100,00% 5 100,00% 5 100,00% 4 100,00% 3 100,00% 11 T131 Avitril 12 8 6 12 100,00% 12 100,00% 12 100,00% 11 91,67% 12 100,00% 8 100,00% 6 100,00% 12 T132 Avitril 10 6 5 10 100,00% 10 100,00% 10 100,00% 10 100,00% 10 100,00% 6 100,00% 5 100,00% 51 38 23 Avitril 51 100,00% 51 100,00% 51 100,00% 50 98,04% 51 100,00% 38 100,00% 23 100,00% OBS: Em verde, a frota realizada foi superior à programada. Na realidade a frota que operou nos dias de pesquisa está descrito abaixo: Frota Realizada - ICF diário por linha 20/10 (Segunda) Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. ICF 21/10 (Terça) ICF 22/10 (Quarta) ICF 23/10 (Quinta) ICF 24/10 (Sexta) ICF 25/10 (Sábado) ICF 26/10 (Domingo) ICF 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 2 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 3 100,00% 2 100,00% 1 100,00% 2 100,00% 2 100,00% 3 150,00% 2 100,00% 2 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 2 200,00% 2 200,00% 2 200,00% 2 200,00% 2 200,00% 1 100,00% 1 0 2 100,00% 3 150,00% 2 100,00% 2 100,00% 2 100,00% 3 150,00% 2 200,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 10 166,67% 8 133,33% 9 150,00% 10 166,67% 11 183,33% 6 120,00% 0 0 1 100,00% 2 200,00% 2 200,00% 1 100,00% 1 100,00% 1 100,00% 0 0 5 100,00% 5 100,00% 5 100,00% 7 140,00% 7 140,00% 4 100,00% 4 133,33% 6 120,00% 5 100,00% 5 100,00% 7 140,00% 5 100,00% 4 100,00% 3 100,00% 12 100,00% 13 108,33% 14 116,67% 11 91,67% 13 108,33% 9 112,50% 9 150,00% 12 120,00% 12 120,00% 12 120,00% 11 110,00% 11 110,00% 8 133,33% 6 120,00% 63 Comparando os dias pesquisados constata-se que o corredor apresentou ICF inferior à 100% em um único dia (23/10 - Quinta-feira), com 98,04%. Todos os dias o ICF foi superior à 95%, como pode ser visto na tabela 11 e na figura 6. Tabela 11 – Corredor Estrutural João Naves : ICF por dia (2008) Dia da semana Programado Realizado ICF (%) 20/out (Segunda - feira) 51 51 100,00 21/out (Terça - feira) 51 51 100,00 22/out (Quarta - feira) 51 51 100,00 23/out (Quinta - feira) 51 50 98,04 24/out (Sexta - feira) 51 51 100,00 25/out (Sábado) 38 38 100,00 26/out (Domingo) 23 23 100,00 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Figura 6 – Corredor Estrutural João Naves : ICF por dia (2008) ICF por dia 100,50% 100,00% 100,00% 99,00% 98,50% 98,04% 98,00% ICF 97,50% Dias pesquisados 26/out 25/out 24/out 23/out 22/out 21/out 97,00% 20/out ICF 99,50% 100,00% 100,00% 100,00% 64 3.2.3 - Índice de Cumprimento de Horário – ICH O objetivo desse índice é avaliar a regularidade das viagens, conforme contratação dos serviços, comparando o realizado com o programado pela SETTRAN, sendo medido através dos horários definidos em ordem de serviço, considerando o atraso/ adiantamento médio de cada viagem. O horário realizado é retirado do Relatório de Quadro de Horário por Viagem (Anexo II) gerado pelo programa Arena Control Center, que também fornece essa informação, e o tempo de viagem programado, da OSL (Anexo III). Estabelece-se para o cálculo do ICH o período de medição diário, bem como se define, que o valor de referência será admitir, como cumprimento de horário, as viagens realizadas até com 4 minutos de atraso. Nesse estudo, optou-se por considerar, também, as viagens realizadas com 4 minutos de adiantamento, conforme tabela 12. Porém, mesmo adotando esses 4 minutos de atraso ou adiantamento, o ICH não foi favorável, principalmente quando comparado com os demais índices do corredor. Acredita-se que a dificuldade em cumprir com precisão o horário aconteça devido ao fato que inúmeras variáveis poderem interferir nessa etapa, desde os congestionamentos no trânsito até a quantidade de usuários que embarcam e desembarcam nos pontos de parada. O cálculo é obtido pela divisão do número de horários cumpridos por período fiscalizado, pelo número de horários programados. O resultado é multiplicado por 100, obtendo-se o valor percentual, conforme a fórmula: Todas as meias viagens realizadas no fim do dia foram consideradas como horário cumprido, e os índices propostos pelo Edital de Transportes não propõe nenhuma comparação entre eles. Como por exemplo, no dia 22/10 (Quarta-feira) na linha A105, o carro 1274 ao efetuar a primeira viagem do dia realizou um desvio de itinerário, e pode ter sido por causa disso que conseguiu cumprir a vigem com um tempo bem inferior às demais no decorrer do dia. Esta situação se repete outras vezes em diferentes linhas. Dessa forma, acredita-se ser necessária uma atenção maior por parte dos órgãos gestores com relação ao cumprimento de horário das linhas do corredor, para tentar propor soluções, afinal, é para isso que servem os indicadores para identificar as falhas operacionais do sistema e logo procurar superá-las. 65 Tabela 12 – Uberlândia (MG): Cálculo do Índice de Cumprimento de Horário (ICH) – 2008. Nº de Ordem Horários Cumpridos - ICH diário por linha Horário Programado Linha Empresa Úteis Sab Dom 20/10 (Segunda) ICH 21/10 (Terça) ICH 22/10 (Quarta) ICH 23/10 (Quinta) ICH 24/10 (Sexta) ICH 25/10 (Sábado) ICH 26/10 (Domingo) ICH 1 A105 Avitril 51 43 33 35 68,63% 37 72,55% 40 78,43% 38 74,51% 37 72,55% 33 76,74% 17 51,52% 2 A115 Avitril 54 38 24 38 70,37% 37 68,52% 40 74,07% 38 70,37% 39 72,22% 21 55,26% 17 70,83% 3 A116 Avitril 24 18 18 20 83,33% 15 62,50% 18 75,00% 21 87,50% 22 91,67% 15 83,33% 2 11,11% 4 A117 Avitril 26 20 0 20 76,92% 16 61,54% 20 76,92% 18 69,23% 23 88,46% 18 90,00% 5 A118 Avitril 24 24 18 17 70,83% 13 54,17% 10 41,67% 14 58,33% 17 70,83% 20 83,33% 14 77,78% 6 E111 Avitril 45 39 36 32 71,11% 36 80,00% 31 68,89% 35 77,78% 32 71,11% 28 71,79% 28 77,78% 7 E131 Avitril 126 68 0 110 87,30% 111 88,10% 111 88,10% 107 84,92% 108 85,71% 61 89,71% Não Opera 8 E801 Avitril 23 18 0 2 8,70% 2 8,70% 4 17,39% 3 13,04% 5 21,74% 7 38,89% Não Opera 9 T101 Avitril 62 50 46 24 38,71% 27 43,55% 28 45,16% 26 41,94% 22 35,48% 12 24,00% 10 T103 Avitril 61 49 45 52 85,25% 40 65,57% 48 78,69% 41 67,21% 37 60,66% 31 11 T131 Avitril 204 141 128 167 81,86% 150 73,53% 167 81,86% 177 86,76% 185 90,69% 113 12 T132 Avitril 149 100 89 114 76,51% 110 73,83% 116 77,85% 116 77,85% 119 79,87% 849 608 437 631 74,32% 594 69,96% 633 74,56% 634 74,68% 646 76,09% Avitril Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Não Opera 18 39,13% 63,27% 36 80,00% 80,14% 106 82,81% 85 85,00% 74 83,15% 444 73,03% 312 71,40% 66 Observando a tabela 13 e a figura 7, em relação ao cumprimento de horário das linhas do Corredor, a linha que apresentou maior ICH foi a E131, com 87,11% dos horários cumpridos durante a semana pesquisada. Ao contrário, a linha E801, com 17,29%, foi que menos cumpriu os horários estabelecidos em OSL, pois na maioria das viagens, sai do ponto final adiantada em relação à programação. Tabela 13 – Corredor Estrutural João Naves: ICH semanal por linha (2008) Linha Santa Mônica - T. Central A105 A115 Saraiva - T. Central A116 Santa Mônica - T. Central A117 Grif Shop - T. Central A118 Pampulha - T. Central E111 Granada - Estação UAI E131 T. Sta. Luzia - T. Central Setor Universitário - Est. São E801 Francisco T101 Morumbi - T. Central T103 Morumbi - T. Central T131 T. Sta. Luzia - T. Central T132 T. Sta. Luzia - T. Central Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Programado Cumprido ICH (%) 331 237 71,60 332 230 69,28 156 113 72,44 150 115 76,67 162 105 64,81 300 222 74,00 698 608 87,11 133 23 17,29 406 399 1289 934 157 285 1065 734 38,67 71,43 82,62 78,59 Figura 7 – Corredor Estrutural João Naves: ICH semanal por linha (2008) ICH semanal por linha 90,00% 82,62% 87,11% 80,00% 76,67% 78,59% 71,60% 74,00% 72,44% 70,00% 71,43% 69,28% 64,81% 50,00% 40,00% ICH 38,67% 30,00% 20,00% 17,29% Linhas do Corredor T132 T131 T103 T101 E801 E131 E111 A118 A117 A116 A115 10,00% A105 ICH 60,00% 67 Analisando esses índices por dia, constata-se que o corredor apresentou ICH inferior à 77% em todos os dias, sendo a sexta-feira (24/10) com maior cumprimento de horário, com ICH 76,09%. Já a terça-feira dia 21/10 se apresentou com a menor porcentagem, sendo 69,96%, como pode ser visto na tabela 14 e na figura 8. Tabela 14 – Corredor Estrutural João Naves: ICH por dia (2008) Dia da semana Programado Cumprido ICH (%) 20/out (Segunda - feira) 849 631 74,32 21/out (Terça - feira) 849 594 69,96 22/out (Quarta - feira) 849 633 74,56 23/out (Quinta - feira) 849 634 74,68 24/out (Sexta - feira) 849 646 76,09 25/out (Sábado) 608 444 73,03 26/out (Domingo) 437 312 71,40 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Figura 8 - Corredor Estrutural João Naves: ICH por dia (2008) ICH por dia 77,00% 76,09% 76,00% 75,00% 74,56% 74,32% 73,03% 73,00% 72,00% ICH 71,40% 71,00% 70,00% 69,96% Linhas do Corredor 26/out 25/out 24/out 23/out 22/out 21/out 69,00% 20/out ICH 74,00% 74,68% 68 3.2.4 - Índice de Cumprimento de Itinerário – ICI O objetivo desse índice é mensurar o grau de cumprimento dos percursos, sendo medido através de comparação entre os itinerários efetivamente realizados e os itinerários definidos para cada viagem. Este índice pode ser apurado apenas através de monitoramento eletrônico, com uso de base cartográfica digital. Assim, os desvios dos carros foram constatados a partir do acompanhamento do percurso que o carro fez na linha, sendo consideradas todas as viagens que apresentaram porcentagem inferior a 100% pelo Relatório de Viagens, gerado pelo programa Arena Control Center. Para o cálculo do ICI define-se como valor de referência 100% de cumprimento dos itinerários estabelecidos, sendo diária essa medição. O cálculo é obtido pela divisão do número de desvios realizados pelo número de viagens realizadas no dia, conforme já haviam sido identificadas para o cálculo do ICV. O resultado é multiplicado por 100, obtendo-se o valor percentual, conforme fórmula: É importante esclarecer que se em uma viagem o carro efetuou mais de um desvio, foi considerado apenas um desvio, pois a leitura que deve ser feita é de viagens desviadas, independente da quantidade de desvios ocorridos. Dessa forma, a tabela 15, identifica a quantidade de desvios realizados por dia e por linha, bem como o ICI de cada uma. 69 Tabela 15 – Uberlândia (MG): Cálculo do Índice de Cumprimento de Itinerário (ICI) - 2008. Nº de Ordem Linha Empresa Viagens e Desvios realizados - ICI diário por linha Itinerários Programados Úteis Sab 20/10 (Segunda) Viagens Real. Desvios Real. Dom ICI 21/10 (Terça) Viagens Real. Desvios Real. ICI 22/10 (Quarta) Viagens Real. Desvios Real. ICI 23/10 (Quinta) Viagens Real. Desvios Real. ICI 24/10 (Sexta) Viagens Real. Desvios Real. ICI 25/10 (Sábado) Viagens Real. Desvios Real. ICI 26/10 (Domingo) Viagens Real. Desvios Real. ICI 1 A105 Avitril 51 43 33 51 1 98,04% 49 0 100,00% 51 3 94,12% 51 1 98,04% 51 1 98,04% 43 25 41,86% 32 19 40,63% 2 A115 Avitril 54 38 24 54 0 100,00% 54 0 100,00% 54 0 100,00% 54 0 100,00% 53 0 100,00% 36 2 94,44% 3 A116 Avitril 24 18 18 23 4 82,61% 24 7 70,83% 21 1 95,24% 24 8 66,67% 24 2 91,67% 18 2 88,89% 24 0 100,00% 18 13 27,78% 4 A117 Avitril 26 20 0 26 2 92,31% 26 3 88,46% 26 1 96,15% 26 4 84,62% 26 4 84,62% 20 3 85,00% 0 Não opera 5 A118 Avitril 24 24 18 23 4 82,61% 23 5 78,26% 24 1 95,83% 24 10 58,33% 24 5 79,17% 24 5 79,17% 17 9 47,06% 6 E111 Avitril 45 39 36 45 0 100,00% 45 0 100,00% 42 0 100,00% 44 0 100,00% 45 0 100,00% 39 0 100,00% 36 0 100,00% 7 E131 Avitril 126 68 0 126 0 100,00% 126 0 100,00% 126 0 100,00% 126 0 100,00% 126 0 100,00% 68 0 100,00% 0 Não opera 8 E801 Avitril 23 18 0 23 2 91,30% 23 9 60,87% 23 0 100,00% 23 0 100,00% 23 0 100,00% 18 0 100,00% 0 Não opera 9 T101 Avitril 62 50 46 62 0 100,00% 62 29 53,23% 62 0 100,00% 62 33 46,77% 62 47 24,19% 50 2 96,00% 45 1 97,78% 10 T103 Avitril 61 49 45 61 0 100,00% 58 1 98,28% 60 14 76,67% 58 0 100,00% 58 0 100,00% 46 1 97,83% 44 0 100,00% 11 T131 Avitril 204 141 128 202 0 100,00% 204 0 100,00% 204 0 100,00% 201 0 100,00% 203 0 100,00% 120 0 100,00% 125 0 100,00% 12 T132 Avitril 149 100 89 146 0 100,00% 146 1 99,32% 144 0 100,00% 148 0 100,00% 149 0 100,00% 100 0 100,00% 88 0 100,00% 849 608 437 842 13 98,46% 840 55 93,45% 837 20 97,61% 841 56 93,34% 844 59 93,01% 582 40 93,13% 429 42 90,21% Avitril OBS: É importante lembrar que, foi considerado como desvio, todo itinerário realizado sem cumprir o percurso definido em Ordem de Serviço. Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. 70 Como pode ser observado na tabela 16 e na figura 9, as linhas que apresentaram maior ICI foram a E111, a E131 e a T131, ambas com 100% do itinerário cumprido. Com apenas 72,35% do itinerário cumprido, a linha T101 é a que mais se desvia do itinerário proposto. No Anexo IV, observar exemplos das linhas A105, A116 e T101 realizando desvios. Tabela 16 – Corredor Estrutural João Naves: ICI semanal por linha (2008) Viagens Real. 328 329 152 150 159 296 698 133 405 385 1259 921 Linha A105 Santa Mônica - T. Central A115 Saraiva - T. Central A116 Santa Mônica - T. Central A117 Grif Shop - T. Central A118 Pampulha - T. Central E111 Granada - Estação UAI E131 T. Sta. Luzia - T. Central E801 Setor Universitário - Est. São Francisco T101 Morumbi - T. Central T103 Morumbi - T. Central T131 T. Sta. Luzia - T. Central T132 T. Sta. Luzia - T. Central Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Desvios Real. 50 2 37 17 39 0 0 11 112 16 0 1 ICI (%) 84,76 99,39 75,66 88,67 75,47 100,00 100,00 91,73 72,35 95,84 100,00 99,89 Figura 9 – Corredor Estrutural João Naves: ICI semanal por linha (2008) ICI semanal por linha 110,00% 105,00% 100,00% 100,00% 99,39% 100,00% 100,00% 95,84% 95,00% 88,67% 90,00% 91,73% 85,00% 84,76% 80,00% ICI 75,47% 75,00% 75,66% 70,00% 72,35% 65,00% Linhas do Corredor T132 T131 T103 T101 E801 E131 E111 A118 A117 A116 A115 60,00% A105 ICI 99,89% 71 Na análise do ICI por dia, constatamos que o dia com maior cumprimento de itinerário foi 20/10 (segunda-feira) com 98,46% e o dia com menor ICI foi 26/10 com 90,21% (Tabela 17 e Figura 10). É necessário ressaltar que podem acontecer alterações temporárias no itinerário de uma linha, como exemplo, trabalho do Departamento de Água e Esgoto (DMAE) em uma rua, porém, se não estava previsto em OSL, independente do motivo, é considerado como desvio. Tabela 17– Corredor Estrutural João Naves: ICI por dia (2008) Dia da semana Viagens Real. Desvios Real. ICI (%) 20/out (Segunda - feira) 842 13 98,46 21/out (Terça - feira) 840 55 93,45 22/out (Quarta - feira) 837 20 97,61 23/out (Quinta - feira) 841 56 93,34 24/out (Sexta - feira) 844 59 93,01 25/out (Sábado) 582 40 93,13 26/out (Domingo) 429 42 90,21 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Figura 10 – Corredor Estrutural João Naves: ICI por dia (2008) ICI por dia 100,00% 98,46% 97,61% 98,00% 94,00% 93,01% 93,45% 92,00% 93,13% 93,34% ICI 90,00% 90,21% 88,00% Linhas do Corredor 26/out 25/out 24/out 23/out 22/out 21/out 86,00% 20/out ICI 96,00% 72 3.2.5 - Índice de Quebra de Veículo – IQV Esse índice mostra o grau de problemas na operação ocasionados por manutenção da frota, sendo medido por meio da comparação entre o número de veículos quebrados ocorridos durante o período fiscalizado e o número de veículos programados. O resultado é multiplicado por 100 para obter-se o valor percentual. O número de veículos programados foi retirado da OSL e o número de veículos quebrados do Relatório de Voltas Omitidas fornecido pelo núcleo da fiscalização da SETTRAN. Não houve nenhum veículo quebrado durante os dias pesquisados, mas muitos deles cancelaram viagens por problemas de manutenção, o que não deveria ocorrer uma vez que, os ônibus foram adquiridos em 2006, quando foi implantado o Corredor Estrutural João Naves de Ávila, além disso, a pavimentação da via não apresenta desgastes, bem como a sinalização semafórica prioriza os ônibus na avenida. O Edital estabelece-se para o cálculo do ICI o período de medição diário, em que os veículos envolvidos em acidentes de trânsito não serão considerados. O cálculo é obtido pela divisão do número de veículos quebrados pelo número de veículos programados, conforme fórmula: Como pode ser observado na tabela 18, apenas no domingo não houve cancelamento de viagem por problemas na manutenção da frota. Seria interessante se existisse uma tabela com a descrição dos problemas que se enquadrariam no quesito “problemas na manutenção da frota”, citados no edital, pois além de facilitar no momento do cálculo do índice, o tornaria mais confiável. 73 Tabela 18 – Uberlândia (MG): cálculo do Índice de Quebra de Veículos (IQV) - 2008. Nº de Ordem Linha Empresa Veículos Programados Úteis Sab Dom Veículos quebrados - IQV diário por linha 20/10 (Segunda) Veíc. Quebrados IQV 21/10 (Terça) Veíc. Quebrados IQV 22/10 (Quarta) Veíc. Quebrados IQV 23/10 (Quinta) Veíc. Quebrados IQV 24/10 (Sexta) Veíc. Quebrados IQV 25/10 (Sábado) Veíc. Quebrados ICF 26/10 (Domingo) Veíc. Quebrados IQV 1 A105 Avitril 3 3 2 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 2 A115 Avitril 3 2 1 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 1 50,00% 0 100,00% 3 A116 Avitril 2 1 1 1 50,00% 0 100,00% 1 50,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 4 A117 Avitril 1 1 0 1 0,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% Não Opera 5 A118 Avitril 2 2 1 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 6 E111 Avitril 1 1 1 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 7 E131 Avitril 6 5 0 1 83,33% 3 50,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 1 80,00% Não Opera 8 E801 Avitril 1 1 0 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% Não Opera 9 T101 Avitril 5 4 3 1 80,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 1 80,00% 0 100,00% 0 100,00% 10 T103 Avitril 5 4 3 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 1 80,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 11 T131 Avitril 12 8 6 1 91,67% 1 91,67% 2 83,33% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 0 100,00% 12 T132 Avitril 10 6 5 1 90,00% 1 90,00% 0 100,00% 1 90,00% 0 100,00% 1 83,33% 0 100,00% 51 38 23 6 88,24% 5 90,20% 3 94,12% 2 96,08% 1 98,04% 3 92,11% 0 100,00% Avitril Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. 74 A tabela 19 e a figura 11 demonstram que, durante o período pesquisado, quatro linhas (A105, A118, E111 e E801), apresentaram 100% na manutenção da frota, não cancelando nenhuma viagem. As linhas A116 e A117, ambas com IQV de 83,33%, foram as que apresentaram menores índices. Tabela 19 – Corredor Estrutural João Naves: IQV semanal por linha (2008) Linha A105 A115 A116 A117 A118 E111 E131 E801 T101 T103 T131 T132 Veíc. Quebrados 0 1 2 1 0 0 5 0 2 1 4 4 Veíc. Prog. Santa Mônica - T. Central Saraiva - T. Central Santa Mônica - T. Central Grif Shop - T. Central Pampulha - T. Central Granada - Estação UAI T. Sta. Luzia - T. Central Setor Universitário - Est. São Francisco Morumbi - T. Central Morumbi - T. Central T. Sta. Luzia - T. Central T. Sta. Luzia - T. Central 20 18 12 6 13 7 35 6 32 32 74 61 IQV (%) 100,00 94,44 83,33 83,33 100,00 100,00 85,71 100,00 93,75 96,88 94,59 93,44 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Figura 11 - Corredor Estrutural João Naves: IQV semanal por linha (2008) IQV semanal por linha 105,00% 100,00% 96,88% 94,59% 95,00% 94,44% 93,44% 93,75% 90,00% 85,71% 85,00% IQV 83,33% 83,33% 80,00% Linhas do corredor T132 T131 T103 T101 E801 E131 E111 A118 A117 A116 A115 75,00% A105 IQV 100,00% 100,00% 100,00% 75 Com relação ao Índice de Quebra de Veículos, na análise realizada por dia observa-se que apenas no domingo a frota operou 100%, talvez porque neste dia a frota programada seja inferior aos outros dias da semana. O dia com menor IQV foi domingo (20/10), com 88,24% (Tabela 20 e Figura 12). Tabela 20 - Corredor Estrutural João Naves: IQV por dia (2008) Dia da semana Veíc. Prog. Veíc. Quebrados IQV 20/out (Segunda-feira) 51 6 88,24% 21/out (Terça-feira) 51 5 90,20% 22/out (Quarta-feira) 51 3 94,12% 23/out (Quinta-feira) 51 2 96,08% 24/out (Sexta-feira) 51 1 98,04% 25/out (Sábado) 38 3 92,11% 26/out (Domingo) 23 0 100,00% Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Figura 12 - Corredor Estrutural João Naves: IQV por dia (2008) IQV por dia 100,00% 100,00% 98,04% 96,08% 94,12% 90,20% 92,11% 90,00% 85,00% 88,24% IQV Linhas do corredor 26/out 25/out 24/out 23/out 22/out 21/out 80,00% 20/out IQV 95,00% 76 3.2.6 - Índice de Inspeção de Frota – IIF A manutenção nos veículos é importante porque ela assegura a disponibilidade da frota, garantindo atendimento ao usuário com regularidade, continuidade, conforto, segurança e respeito ao meio ambiente. Por isso, o núcleo de fiscalização da SETTRAN realiza vistorias nos ônibus do transporte público da cidade uma vez por semestre. São feitas instalações, de equipamentos, com métodos e práticas das concessionárias, para fiscalizar e tentar manter a qualidade dos ônibus da cidade. O IIF foi calculado a partir dos defeitos listados no Relatório de Pendências dos Veículos (Tabela 21), vistoriados em 23 de julho à 15 de setembro de 2008. Estas inspeções obedecem procedimentos já consolidados e, no caso da Auto Viação Triângulo, acontecem a partir de agendamento prévio, quando os fiscais chegam para vistoriar todos os veículos cadastrados para os serviços. Nesse procedimento, encontra-se no local uma equipe para tentar solucionar os problemas e defeitos encontrados naquele momento. Tabela 21 – Corredor Estrutural João Naves: relação de pendências nos veículos (2º. semestre, 2008). Nº de Ordem Data Veículo Linha Placa Pendências Sem programação visual na parte de trás, a empresa ter´90 (noventa)dias para solucionar o problema.Ajustar porta dianteira; luz de cortesia 3ª porta L.D.;puxadores da s janelas; itinerário lateral. Sem programação na parte traz do veiculo, a empresa terá 90(noventa )dias para solucionar o problema.Ajustar 1ªporta do lado direito; luz indicativa de parada solicitada. Veiculo sem programação visual na parte de traz do veiculo , a empresa terá 90(noventa)dias para solucionar o problema.Ajustar a 2ªporta lado direito. Sem programação visual na parte traseira do veiculo a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema. Sem programação visual na parte de traz do veiculo, a empresa terá 90 (noventa ) dias para solucionar o problema. Veiculo sem programação visual na parte de traz do veiculo,a partir desta data a empresa terá 90(noventa )dias para solucionar o problema.Puxadores das janelas; ajustar 1ª e 3ªporta lado direito. Sem programação visual na parte traseira a empresa terá, 90 (noventa) dias para solucionar o problema..Ajustar 1ª e 3ª porta; L.D; Suporte do extintor; mal contato no mecanismo que aciona o elevador. 1 29/7/2008 1276-7 A105 HBG7355 2 30/7/2008 1275-6 A105 HBG7354 3 30/7/2008 1273-4 A105 HBG7301 4 31/7/2008 1274-5 A105 HBG7351 5 29/7/2008 1279-0 A115 HBG7311 6 30/7/2008 1277-8 A115 HBG7356 7 31/7/2008 1278-9 A115 HBG7352 8 30/7/2008 1281-2 A116 Sem programação visual na parte de trazeira do veiculo, a HBG7370 empresa terá 90(noventa ) dias para solucionar o problema. 77 Nº de Ordem Data Veículo Linha Placa Pendências 9 12/8/2008 1164-1 A117 Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para GSV7108 solucionar o problema;Luz de ré L.D.; break light; tampa do reservatório de água; catraca girando pros dois lados; braçadeira do feixe de molas L.D. 10 31/7/2008 1283-4 A118 HBG7367 11 31/7/2008 1284-5 A118 12 31/7/2008 1270-1 E111 13 31/7/2008 1230-2 E131 14 1/8/2008 E131 1252-3 Sem programação visual na parte traseira a empresa terá 90 (noventa ) dias para solucionar o problema. Veículo sem a programação visual na parte de trás, a HBG7371 empresa terá 90(noventa) dias para solucionar o problema.Luz de cortesia 2ª porta L.E. Sem programação visual traseira a empresa terá HBG7296 90(noventa) dias para solucionar o problema.Botão da campanhia; ajustar 2ª porta L.D; cirene luz de ré. Sem programação visual na parte traseira do veiculo, a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o CYN7268 problema.Vazamento de ar na válvula do solenóide de transferência do cambio. Veículo sem a programação visual na parte de trás, a empresa terá 90(noventa) dias para solucionar o CYN7593 problema.Luz de seta lado direito; ajustar 1ªporta L.D;luz de cortesia da porta: luz de salão: vazamento no Carter. 15 1/8/2008 1234-5 E131 CVP7306 16 5/8/2008 1254-9 E131 LCO5706 17 12/8/2008 1251-5 E131 CYN7953 18 28/8/2008 1262-3 E131 LCO8618 19 30/7/2008 1272-3 E801 HBG7298 20 14/8/2008 1237-0 T101 CVP7303 Veículo sem programação visual na parte de trás, a empresa terá 90(noventa) dias para regularizar o problema. Break Light; borracha de vedação da 3ª porta L.D; luz de cortesia 1ªporta L.E.;Ajustar 4ªporta L.D. Sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90(noventa) dias para solucionar o problema. 2ª janela L.D. sem pestana; luz de salão; Escapamento furado. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; substituir parabrisas L.D.; sem luz de cortesia L.D.; 2ª e 3ª luzes das respectivas portas L.D.; ajustar 3ª porta do L.D.; Extintor de incêndio com carga vencida: lente da luz do salão.Obs: véiculo aprovado na vistoria, com o parabrisas L.D. trincado na parte inferior.Fato que não compromete a visão do motorista, cobrador e usuários. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Luz de salão; luz de cortesia; pestanas das janelas; puxadores da janela; reforçar piso; itinerário frontal; luz de ré; ajustar 1ª e 2ª portas L.D.; ajustar elevador; tapa coxa. OBS: não foi encontrado laudo de vistoria 1° semestre de 2008. Sem programação visual na parte traseira do veiculo, a empresa terá 90 (noventa ) dias para solucionar o problema.Ajustar 2ªporta lado esquerdo, ajustar 2ª porta lado direito, botão da campanhia. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; break light; guarda pó; ajuste do elevador. 78 Nº de Ordem Data Veículo Linha Placa 21 20/8/2008 1244-2 T101 CVP7314 22 21/8/2008 1187-3 T101 GSV9179 23 25/8/2008 1245-1 T101 CVP7315 24 2/9/2008 1243-4 T101 CVP7313 25 31/7/2008 1248-5 T103 CVP7318 26 4/8/2008 1247-7 T103 CVP7317 27 21/8/2008 1185-7 T103 GSV9181 28 26/8/2008 1249-3 T103 CVP7320 29 29/7/2008 1300-1 T131 HDI9173 30 29/7/2008 1289-0 T131 HDI9061 31 30/7/2008 1291-2 T131 HDI9057 Pendências Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Parabrisas do L.D; limpar lentes da lâmpada de cortesia; botão de campainha; ajustar 1ªporta L.E; pestanas; vazamento na caixa de marcha; cárter. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Pestanas; forro do piso deslocando-se; ajustar 1ª porta L.D. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; ajustar 1ª e 3ª porta L.D.; triangulo de segurança; apertar escapamento. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Vidro vigia trincado; parabrisa L.E. trincado; guarda pó da alavanca de marchas; vazamento do solenóide da caixa de marcha; ajustar porta do L.E. sem luz de ré L.D.; vazamento de gazes do escapamento; pestanas; puxadores de janelas; rebitar assoalho inteiro. Veículo sem a programação visual na parte de trás, a empresa terá 90(noventa) dias de prazo para solucionar o problema.Ajustar 1ª porta L. Esquerdo. Sem programação visual na parte de trás, a empresa a partir desta data terá 90(noventa )dias para solucionar o problema;Ajustar 1ª e 3ª porta L.D.;ajustar a 2ªporta do L.E; luz de seta L.E. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Luz de salão e lente; ajuste nas portas; substituir amortecedor trazeiro L.E; luzes de cortesia L.E. 2ª e 3ª portas; pestanas. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; ajustar a 1ª e 3ª porta L.D.; e 1ª do L.E; substituir amortecedor L.E.traseiro; acento do cobrador rasgado. Veículo adaptado, piso baixo, pendências sem programação visual na parte de trás , a empresa tem 90(noventa )dias para solucionar o problema;luz de cortezia 2ª porta do L.E> Não possui validador, veiculo expresso, catraca lacre de piso e de pescoço idem,Pendências, sem programação visual na parte trazeira, a empresa tem 90(noventa )dias para solucionar o problema; sem luz de ré; sem luz de cortesia da porta do lado direito 3ª porta; ajustar 3ª porta do lado esquerdo. Sem programação visual na parte de traz do veiculo, a empresa terá 90(noventa )dias para solucionar problema.Ajustar primeira, segunda e terceira porta do lado esquerdo, sem luz de vigia dianteira. 79 Nº de Ordem Data Veículo Linha Placa 32 30/7/2008 1290-1 T131 HDI9058 33 6/8/2008 1231-1 T131 CVP7301 34 7/8/2008 1301-2 T131 HDI9172 35 7/8/2008 1288-9 T131 HDI9064 36 8/8/2008 1287-8 T131 HDI9059 37 11/8/2008 1292-3 T131 HDO9002 38 2/9/2008 1232-9 T131 CVP7305 39 1/8/2008 1285-6 T132 HDI9063 40 5/8/2008 1238-8 T132 CVP7307 41 7/8/2008 1241-8 T132 CVP7311 42 7/8/2008 1180-6 T132 GSV9176 Pendências Veículo sem programação visual na parte de trász, a partir desta data a empresa terá 90(noventa )dias para solucionar o problema.Ajustar a 3ªporta L. esquerdo, luz de seta L. direito traseiro. Veículo sem programação visual na parte de trás;a empresa terá 90 (noventa)dias a partir desta data para solucionar o problema.Ajustar 1ª e 2ª porta L.D.; Ajustar 1ª porta L.E.; Brake light não exposto; extintor c/ carga vencida. Veículo sem programação visual na parte de trás,a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Sem suporte do triangulo de segurança; tacógrafo solto. Veículo sem programação visual na parte de trás,a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Mal funcionamento luz de cortesia L.D.; luz de cortesia c/ lâmpada queimada 2ª porta L.D; puxador ultima janela L.E.(fixar); parabrisas trincado em diagonal com ângulo de 135º lado do motorista em sua área de visão. Veículo sem programação visual na parte de trás,a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Limpador de parabrisas do L.D. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Vazamento no motor; puxador de janelas. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Luz de cortesia da 1ª porta L.E.; parabrisas L.D.; vidro da janela inferior do motorista; desobstruir break light; servo da embrenhagem; câmara de suspensão L.D. Veículo sem programação visual na parte de trás, a empresa a partir desta data terá 90(noventa) dias para solucionar o problema.Botões de Campanhia; ajustar 3ª porta L. direito; substituir cortina do cobrador. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Puxador de janelas; brake light; ajustar a 2ª porta do L. E.; luz de cortesia da 3ª porta lado D. Veículo sem programação visual na parte de trás,a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Trocar lâmpada de cortesia da 1ª porta L.D.;lâmpada luz de salão L.E.; luz de cortesia do L.E. com mal funcionamento; ajustar 1ª e 2ª porta do L.D; corte de propaganda p/ visualização brake light; botão de campanhia; suporte do triangulo segurança; vazamento bomba do hidráulico; sem buzina. Veículo sem programação visual na parte de trás,a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Luz alta L.D.; ajustar 1ª,2ª e 3ª porta L.D. luz de cortesia (limpar lentes) 2ª e 3ª porta; ajustar 1ª e 2ª porta L.E; lentes da luz de salão; 2ª mola quebrada L.D;regular elevador; falta botão de campanhia; cinto de segurança do cadeirante; suporte do triangulo de segurança 80 Nº de Ordem Data Veículo Linha Placa 43 8/8/2008 1236-1 T132 CVP7302 44 12/8/2008 1184-9 T132 GSV9178 45 12/8/2008 1240-0 T132 CVP7310 46 26/8/2008 1239-6 T132 CVP7309 47 27/8/2008 1286-7 T132 HDI9062 48 1/9/2008 1235-3 T132 CVP7308 49 2/9/2008 1250-7 T132 CVP7321 Pendências Veículo sem programação visual na parte de trás,a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; puxador de janela; ajustar a 1ªporta do L.D.; Limpar lente Luz de cortesia L.E.; luz de cortesia 2ª e 3ª porta do L.D.; sem triangulo de segurança; apertar assoalho; brake light; protetor alavanca câmbio; lacre pescoço danificado; substituir vidro da janela L.D. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema;Ajustar 1ª,2ª e 3ª porta; sem luz de freio; brake light; luz de ré; luz de cortesia 1ª e 2ª porta L.E.; Luz de salão: sem sinal sonoro na campainha; ajustar tampa do motor; vazamento bomba hidráulica; vazamento ar na válvula do pedal; alinhamento 2ª mola traseira L.D. (mola soldada) Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; sem luzes alta L.D.;L.E;substituir parabrisas L.d.;buzina; ajustar 1ªporta do L.D.; sem luz de ré; brake light obstruído; luz de vista L.E.; janelas sem pestanas; bolsa da suspensão de ar esq. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; sem iluminação frontal; luz de cortesia; 1ª porta do L.E; vidro traseiro quebrado(vigia); vazamento óleo do motor; janelas sem a pestanas. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; 1ª porta do L.D.; proteção inferior C.cabos rasgadas; vazamento de óleo; amortecedor eixo L.E.;botão da campainha; cortina do cobrador; apoio para os braços do cobrador; acabamento interno do veiculo; puxadores de janelas. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Puxadores das janelas; seta L.D.frontal; ajustar 1ª e 2ª porta L.E.; ajustar 1ª porta L.D; pestanas; luz de salão; substituir para brisas L.D. Veículo sem programação visual na parte de trás, a partir desta data a empresa terá 90 (noventa) dias para solucionar o problema; Farol; break light; luz de placa; vazamento generalizado no mecanismo do elevador. * Divisão por linha de ônibus. O cálculo do índice consistiu em computar, de forma sistemática, os “defeitos constatados” e o envolvimento das concessionárias nas inspeções veiculares. Para tanto, o Edital de Transportes estabelece a divisão desses defeitos em dois grupos: A e B. Pertence ao Grupo A os defeitos referentes à segurança e manutenção, tais como freio, suspensão, chassi, transmissão, rodagem e direção. E ao Grupo B, defeitos referentes a conforto e conservação tais como: carroçaria, parte elétrica, cano de descarga, emissão de poluentes, ruídos, limpeza e componentes complementares. 81 Assim, pretendendo avaliar as condições da frota para operação dos serviços, a partir da fórmula a seguir foi calculado o IIF do Corredor Estrutural João Naves na semana de 20 à 26 de outubro de 2008: Em que: GA = número de defeitos referentes ao Grupo A; itens de segurança e manutenção. GB = número de defeitos referentes ao Grupo B; itens de equipamentos, conforto e conservação. EV = avaliação do nível de envolvimento da concessionária com a inspeção. VR = número de veículos reprovados. VA = número de veículos aprovados. FI = número de veículos inspecionados. Para a composição do item EV, estabeleceu-se pontuações variando de 0 a 30 pontos conforme o estabelecido no Edital de Transportes, avaliando o acompanhamento da inspeção, a organização geral dos trabalhos, o manobrista à disposição e o empenho na reparação dos defeitos constatados. O índice EV foi obtido pela média aritmética simples das pontuações obtidas nos quatro quesitos, de acordo com o fiscal que realizou a vistoria na empresa (Quadro 3). Quadro 3 - Escala de envolvimento das empresas concessionárias Escala de Envolvimento Conceito Pontuação Itens Avaliados Pontuação Auto Viação Ótimo 0 Acompanhamento da inspeção 0 Bom 10 Organização geral dos trabalhos 10 Regular 20 Manobrista à disposição 0 Péssimo 30 Empenho na reparação dos defeitos constatados 10 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. A equipe de fiscalização de Uberlândia não trabalha com a aprovação ou reprovação de veículos. Quando é diagnosticado um problema, não sendo possível solucioná-lo naquele momento, a empresa tem até 90 dias para fazê-lo, até o retorno da equipe de fiscais. Por isso, conforme pode ser observado na tabela 22, para o cálculo do IIF adotamos zero para VR e VA, já que não há nenhum veículo nestas condições. 82 Tabela 22 - Uberlândia (MG): Cálculo do Índice de Inspeção de Frota (IIF) – 2008. Linha/ Itens para avaliação A105 A115 A116 A117 A118 E111 Qtde Defeitos Qtde Defeitos Qtde Defeitos Qtde Defeitos Qtde Defeitos Qtde Defeitos E131 Qtde Defeitos E801 T101 Qtde Defeitos Qtde Defeitos T103 Qtde Defeitos T131 T132 Qtde Defeitos Qtde Defeitos GA 0 1 0 5 0 1 11 0 16 4 15 34 GB 9 7 1 1 3 3 25 4 19 12 23 56 EV 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 VR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 VA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 FI 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 IIF (%) 99,45 99,45 99,49 99,43 99,48 99,47 99,22 99,48 99,19 99,38 99,18 98,76 Onde: GA = Número de defeitos referentes ao Grupo A, itens de segurança e manutenção; GB = Número de defeitos referentes ao Grupo B, itens de equipamentos, conforto e conservação; EV = Avaliação do nível de envolvimento da concessionária com a inspeção; VR = Número de veículos reprovados; VA = Número de veículos aprovados; FI = Número de veículos inspecionados. Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. 83 Conforme observa-se na tabela 23 e na figura 13, a linha que apresentou maior IIF foi a A116, com 99,49 %. E com 98,76 %, a linha T 132 apresentou o menor IIF. No caso do IIF, foi possível apenas a análise por linha, pois como a inspeção é semestral, os índices foram mantidos iguais para todos os dias da semana. Tabela 23 – Corredor Estrutural João Naves: IIF por linha (2008) A105 A115 A116 A117 A118 E111 E131 E801 T101 T103 T131 T132 Linha Santa Mônica - T. Central Saraiva - T. Central Santa Mônica - T. Central Grif Shop - T. Central Pampulha - T. Central Granada - Estação UAI T. Sta. Luzia - T. Central Setor Universitário - Est. São Francisco Morumbi - T. Central Morumbi - T. Central T. Sta. Luzia - T. Central T. Sta. Luzia - T. Central IIF (%) 99,45 99,45 99,49 99,43 99,48 99,47 99,22 99,48 99,19 99,38 99,18 98,76 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Figura 13 - Corredor Estrutural João Naves: IIF por linha (2008) Linhas do Corredor T132 T131 T103 T101 E801 E131 E111 A118 A117 A116 A115 120,00 115,00 110,00 99,43 105,00 99,47 99,48 99,38 99,18 99,45 100,00 98,76 99,49 99,48 99,45 99,22 99,19 95,00 90,00 85,00 80,00 75,00 70,00 A105 IIF (%) IIF por linha IIF (%) 84 3.3 - Avaliação dos serviços operacionais do Corredor Estrutural da Av. João Naves de Ávila. Como foi mencionado no início do Capítulo 3, a avaliação dos serviços operacionais do corredor foi realizada a partir do Índice de Desenvolvimento Operacional (IDO) obtido segundo a fórmula: IDO = 0,25 x ICV + 0,10 x ICF + 0,20 x ICH + 0,20 x ICI + 0,10 x IQV + 0,15 x IIF Em que: ICV = Índice de Cumprimento de Viagens ICF = Índice de Cumprimento de Frota ICH = Índice de Cumprimento de Horário ICI = Índice de Cumprimento de Itinerário IQV = Índice de Quebra de Veículo IIF = Índice de Inspeção de Frota Assim, na análise realizada por dia, observa-se no decorrer da semana pesquisada que, na segunda-feira, dia 20 de outubro, o desempenho das linhas do Corredor esteve sempre acima de 75%, cumprindo em média 90,73% da programação proposta pela SETTRAN. A linha T103 apresentou maior IDO, com 96,96%, e a linha E801, o menor IDO, com 79,92% (Tabela 24). Tabela 24 – Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 20/10/08 (2008) Linha A105 A115 A116 A117 A118 E111 E131 E801 T101 T103 T131 T132 ICV (%) 100,00 100,00 95,83 100,00 95,83 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 99,02 97,99 ICF (%) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Dia 20 (Segunda - feira) ICH (%) ICI (%) IQV (%) 68,63 98,04 100,00 70,37 100,00 100,00 83,33 82,61 50,00 76,92 92,31 0,00 70,83 82,61 100,00 71,11 100,00 100,00 87,30 100,00 83,33 8,70 91,30 100,00 38,71 100,00 80,00 85,25 100,00 100,00 81,86 100,00 91,67 76,51 100,00 90,00 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. IIF (%) 99,45 99,45 99,49 99,43 99,48 99,47 99,22 99,48 99,19 99,38 99,18 98,76 IDO (%) 93,25 93,99 87,07 83,76 89,57 94,14 95,68 79,92 85,62 96,96 95,17 93,61 85 Observa-se na tabela 25 que, no dia 21 de outubro (terça-feira), o desempenho das linhas do Corredor esteve acima de 70,00%, cumprindo em média 89,50% da programação proposta pela SETTRAN. A linha E111 apresentou maior IDO, com 95,92%, e a linha E801, menor IDO, com 73,84%. Tabela 25 – Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 21/10/08 (2008) Linha A105 A115 A116 A117 A118 E111 E131 E801 T101 T103 T131 T132 ICV (%) 96,08 100,00 100,00 100,00 95,83 100,00 100,00 100,00 100,00 95,08 100,00 97,99 ICF (%) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Dia 21 (Terça - feira) ICH (%) ICI (%) IQV (%) 72,55 100,00 100,00 68,52 100,00 100,00 62,50 70,83 100,00 61,54 88,46 100,00 54,17 78,26 100,00 80,00 100,00 100,00 88,10 100,00 50,00 8,70 60,87 100,00 43,55 53,23 100,00 65,57 98,28 100,00 73,53 100,00 91,67 73,83 99,32 90,00 IIF (%) 99,45 99,45 99,49 99,43 99,48 99,47 99,22 99,48 99,19 99,38 99,18 98,76 IDO (%) 93,45 93,62 86,59 89,91 85,37 95,92 92,50 73,84 79,23 91,45 93,75 92,94 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. No dia 22 de outubro, o Corredor Estrutural João Naves de Ávila cumpriu em média 91,54% da programação estabelecida pela SETTRAN, com a linha E131 se destacando por apresentar o maior IDO, com 97,50%, e alinha E801, novamente, apresentando o menor IDO, com 83,40% (Tabela 26). Tabela 26 – Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 22/10/08 (2008) Linha A105 A115 A116 A117 A118 E111 E131 E801 T101 T103 T131 T132 ICV (%) 100,00 100,00 87,50 100,00 100,00 93,33 100,00 100,00 100,00 98,36 100,00 96,64 ICF (%) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Dia 22 (Quarta - feira) ICH (%) ICI (%) IQV (%) 78,43 94,12 100,00 74,07 100,00 100,00 75,00 95,24 50,00 76,92 96,15 100,00 41,67 95,83 100,00 68,89 100,00 100,00 88,10 100,00 100,00 17,39 100,00 100,00 45,16 100,00 100,00 78,69 76,67 100,00 81,86 100,00 83,33 77,85 100,00 100,00 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. IIF (%) 99,45 99,45 99,49 99,43 99,48 99,47 99,22 99,48 99,19 99,38 99,18 98,76 IDO (%) 94,43 94,73 85,85 94,53 87,42 92,03 97,50 83,40 88,91 90,57 94,58 94,55 86 A linha E131, com IDO de 96,87%, se destacou no dia 23 de outubro pelo seu desempenho operacional, e a linha T101, com 77,62%, apresentou o menor desempenho nesse dia (Tabela 27). A média de cumprimento da programação da SETTRAN ficou em torno de 90,45% neste dia. Tabela 27 – Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 23/10/08 (2008) Linha A105 A115 A116 A117 A118 E111 E131 E801 T101 T103 T131 T132 ICV (%) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 97,78 100,00 100,00 100,00 95,08 98,53 99,33 ICF (%) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 91,67 100,00 Dia 23 (Quinta - feira) ICH (%) ICI (%) IQV (%) 74,51 98,04 100,00 70,37 100,00 100,00 87,50 66,67 100,00 69,23 84,62 100,00 58,33 58,33 100,00 77,78 100,00 100,00 84,92 100,00 100,00 13,04 100,00 100,00 41,94 46,77 100,00 67,21 100,00 80,00 86,76 100,00 100,00 77,85 100,00 90,00 IIF (%) 99,45 99,45 99,49 99,43 99,48 99,47 99,22 99,48 99,19 99,38 99,18 98,76 IDO (%) 94,43 93,99 90,76 90,68 83,26 94,92 96,87 82,53 77,62 90,12 96,03 94,22 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Na sexta –feira, dia 24 de outubro, a linha que apresentou melhor IDO foi a T131, e linha com menor desempenho foi a T101, com 69,81%. Neste dia, comparando todas as linhas, o Corredor manteve a média de 91,56% de cumprimento da programação (Tabela 28). Tabela 28 – Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 24/10/08 (2008) Linha A105 A115 A116 A117 A118 E111 E131 E801 T101 T103 T131 T132 ICV (%) 100,00 98,15 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 95,08 99,51 100,00 ICF (%) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Dia 24 (Sexta - feira) ICH (%) ICI (%) IQV (%) 72,55 98,04 100,00 72,22 100,00 100,00 91,67 91,67 100,00 88,46 84,62 100,00 70,83 79,17 100,00 71,11 100,00 100,00 85,71 100,00 100,00 21,74 100,00 100,00 35,48 24,19 80,00 60,66 100,00 100,00 90,69 100,00 100,00 79,87 100,00 100,00 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. IIF (%) 99,45 99,45 99,49 99,43 99,48 99,47 99,22 99,48 99,19 99,38 99,18 98,76 IDO (%) 94,04 93,90 96,59 94,53 89,92 94,14 97,03 84,27 69,81 90,81 97,89 95,79 87 No sábado, dia 25 de outubro, observa-se que a linha E131 apresentou o maior IDO, e a linha A115 o menor, com 95,82% e 83,54%, respectivamente. A média da operação do Corredor neste dia foi de 90,71% (Tabela 29). Tabela 29– Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 25/10/08 (2008) Linha A105 A115 A116 A117 A118 E111 E131 E801 T101 T103 T131 T132 ICV (%) 100,00 94,74 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 93,88 85,11 100,00 ICF (%) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Dia 25 (Sábado) ICH (%) ICI (%) IQV (%) 76,74 41,86 100,00 55,26 94,44 50,00 83,33 88,89 100,00 90,00 85,00 100,00 83,33 79,17 100,00 71,79 100,00 100,00 89,71 100,00 80,00 38,89 100,00 100,00 24,00 96,00 100,00 63,27 97,83 100,00 80,14 100,00 100,00 85,00 100,00 83,33 IIF (%) 99,45 99,45 99,49 99,43 99,48 99,47 99,22 99,48 99,19 99,38 99,18 98,76 IDO (%) 83,64 83,54 94,37 94,91 92,42 94,28 95,82 87,70 83,88 90,59 92,18 95,15 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. No dia 26 de outubro, a linha com maior IDO foi a T132, com 96,16% e a linha A116 apresentou menor desempenho neste dia, com 67,70%. A média neste domingo de cumprimento da OSL foi de 88,05%, sendo a menor média da semana pesquisada (Tabela 30). Tabela 30 – Corredor Estrutural João Naves: IDO do dia 26/10/08 (2008) Dia 26 (Domingo) ICH (%) ICI (%) IQV (%) A105 51,52 40,63 100,00 A115 70,83 100,00 100,00 A116 11,11 27,78 100,00 A117 Não Opera A118 94,44 100,00 77,78 47,06 100,00 E111 100,00 100,00 77,78 100,00 100,00 E131 Não Opera E801 Não Opera T101 97,83 100,00 39,13 97,78 100,00 T103 97,78 100,00 80,00 100,00 100,00 T131 97,66 100,00 82,81 100,00 100,00 T132 98,88 100,00 83,15 100,00 100,00 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Linha ICV (%) 96,97 100,00 100,00 ICF (%) 100,00 100,00 100,00 IIF (%) 99,45 99,45 99,49 IDO (%) 77,59 94,08 67,70 99,48 99,47 83,50 95,48 99,19 99,38 99,18 98,76 86,72 95,35 95,85 96,16 Além das análises realizadas por dia, pode-se avaliar também o IDO semanal com os demais índices (ICV, ICF, ICH, ICI, IQV) e o IDO semanal por linha (Tabelas 31 e 32) e o percentual do IDO semanal sempre esteve acima de 80,00% (Figura 14). 88 Na Tabela 31, observa-se que o ICH foi o índice que apresentou as menores porcentagens, seguido pelo ICI, indicando para onde devem convergir as ações do órgão gestor. Percebe-se que prioridade nas decisões devem ser para aumentar o cumprimento de horário e de itinerário das linhas do Corredor. Além disso, o IIF apresentou-se constante para todas as linhas, talvez por não acontecer reprovação de veículos nas vistorias da SETTRAN. Tabela 31 – Corredor Estrutural João Naves: IDO semanal e os demais índices (2008) Linha A105 A115 A116 A117 A118 E111 E131 E801 T101 T103 T131 T132 ICV (%) 99,09 99,10 97,44 100,00 98,15 98,67 100,00 100,00 99,75 96,49 97,67 98,61 ICF (%) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 98,65 100,00 Resumo da semana ICH (%) ICI (%) IQV (%) 71,60 84,76 100,00 69,28 99,39 94,44 72,44 75,66 83,33 76,67 88,67 83,33 64,81 75,47 100,00 74,00 100,00 100,00 87,11 100,00 85,71 17,29 91,73 100,00 38,67 72,35 93,75 71,43 95,84 96,88 82,62 100,00 94,59 78,59 99,89 93,44 IIF (%) 99,45 99,45 99,49 99,43 99,48 99,47 99,22 99,48 99,19 99,38 99,18 98,76 IDO (%) 90,96 92,87 87,23 91,31 87,52 94,39 95,88 81,73 81,40 92,17 95,14 94,51 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Como percebe-se na tabela 32, dos dias pesquisados, o domingo foi que apresentou o menor IDO, dificultando ainda mais os deslocamentos para o usuário nesse dia, que já apresenta uma frota menor que nos dias úteis. Tabela 32– Corredor Estrutural João Naves: IDO semanal por linha (2008) Linha A105 A115 A116 A117 A118 E111 E131 E801 T101 T103 T131 T132 Segunda (%) 93,25 93,99 87,07 83,76 89,57 94,14 95,68 79,92 85,62 96,96 95,17 93,61 Terça (%) 93,45 93,62 86,59 89,91 85,37 95,92 92,50 73,84 79,23 91,45 93,75 92,94 Quarta (%) 94,43 94,73 85,85 94,53 87,42 92,03 97,50 83,40 88,91 90,57 94,58 94,55 Fonte: Banco de dados VERMAX, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Quinta (%) 94,43 93,99 90,76 90,68 83,26 94,92 96,87 82,53 77,62 90,12 96,03 94,22 IDO Sexta (%) 94,04 93,90 96,59 94,53 89,92 94,14 97,03 84,27 69,81 90,81 97,89 95,79 Sábado (%) 83,64 83,54 94,37 94,91 92,42 94,28 95,82 87,70 83,88 90,59 92,18 95,15 Domingo (%) 77,59 94,08 67,70 Não opera 83,50 95,48 Não opera Não opera 86,72 95,35 95,85 96,16 Semanal (%) 90,96 92,87 87,23 91,31 87,52 94,39 95,88 81,73 81,40 92,17 95,14 94,51 89 Figura 14 - Corredor Estrutural João Naves: IDO semanal por linha (2008) IDO semanal por linha 100,00% 94,39% 95,00% IDO 90,00% 92,87% 95,88% 95,14% 94,51% 91,31% 92,17% 90,96% 87,23% 85,00% 87,52% 81,73% 80,00% 81,40% IDO 75,00% T132 T131 T103 T101 E801 E131 E111 A118 A117 A116 A115 A105 70,00% Linhas do Corredor A linha E131 se destacou quanto ao seu desempenho operacional. Na análise realizada por dia pesquisado, ela apresentou melhor IDO em três dias, assim como na avaliação de toda a semana, com 95,88% (Tabelas 31 e 32). Ao avaliar os índices semanais (Tabela 31), apenas no cumprimento de horário e quebra de veículo que o resultado foi inferior a 90,00%, mostrando em que ponto deve ser melhorado o desempenho da linha. Observando o IDO semanal dessa linha por dia (Tabela 32), percebe-se que na terça, em comparação aos outros dias pesquisados, ela apresenta o menor IDO, com 92,50%. Outras linhas que também se destacaram pelo seu desempenho operacional foram as linhas E111, T103, T131 e T132. A linha E131, com relação ao cumprimento de horário, foi a que apresentou o melhor ICH no decorrer da semana, com 87,11% (Tabela 31). De acordo com os resultados obtidos, para elevar o nível da operação do corredor, as linhas que mais necessitam de intervenções, de acordo com o IDO semanal apresentado e os demais índices pesquisados, são as linhas T101 e E801, com IDO semanal de 81,40%, e 81,73%, respectivamente. Essas linhas apresentam um déficit no cumprimento de horário que requer maior atenção por parte do órgão gestor, pois apresentam ICH semanal de 17,29% (E801) e 38,37% (T101). A linha T101, comparada às outras linhas, é a que apresenta o menor ICI, com 72,35%. Seria importante diminuir os desvios no percurso, principalmente 90 porque, ao fazê-lo, o ônibus não passa em determinados pontos de parada, deixando o usuário sem atendimento. Contudo, diante das observações e da nossa avaliação, o desempenho operacional no período pesquisado pode ser considerado bom, já que sempre esteve acima dos 80% de cumprimento da programação estabelecida pela SETTRAN. No entanto, seria interessante quantificar até quanto esse valor representa a realidade, pois, se os problemas detectados (citados ao trabalhar cada índice) fossem solucionados, esses valores talvez se alterariam. 91 3.4 - Pesquisa de Opinião com os usuários do Corredor Estrutural João Naves de Ávila O Edital de Transporte Nº850/2006, ao abordar o Índice de Pesquisa de Opinião, não esclarece como ele será calculado, se limitando a dizer apenas que será obtido pela avaliação dos principais atributos de qualidade dos serviços de transporte, tais como segurança, rapidez, limpeza, tempos de espera e viagem, e comportamento do operador. Por esse motivo e pela falta de tempo para realizar uma pesquisa com os usuários do Corredor Estrutural João Naves de Ávila, considerou-se nesse trabalho a Pesquisa de Opinião desenvolvida pela SETTRAN de 21 a 30 de outubro de 2006. Apesar de toda a pesquisa para o cálculo do IDO ter sido pautada no período de 20 a 26 de outubro de 2008, acredita-se que o mais importante é apresentar de alguma forma a opinião do usuário quanto ao serviço prestado. Assim, a Pesquisa de Opinião no Corredor Estrutural João Naves de Ávila teve o objetivo de ser um dos instrumentos de avaliação da implantação do mesmo. Também se objetivou avaliar a qualidade do serviço prestado pelo SIT e saber o que seus usuários gostariam que melhorasse no mesmo para que se tornasse um transporte mais atrativo e eficiente, e que atendesse às necessidades da população. Para a realização da pesquisa, foi coletada a opinião dos usuários do Sistema Integrado de Transportes que utilizam o Corredor Estrutural, ouvindo avaliações, sugestões para as melhorias, os aspectos que não são satisfatórios e os problemas que os mesmos enfrentam ao utilizar os ônibus nas estações do Corredor. Essa pesquisa foi realizada nos Terminais Santa Luzia e Central (apenas nos pontos de parada das linhas que utilizam Corredor) e nas 13 estações de ônibus da Av. João Naves de Ávila, os questionários foram aplicados entre as 06:30 e as 19:00 horas, de segunda à sexta-feira. O público pesquisado foi formado por uma média de 15.000 passageiros pagantes/dia (novembro/06) em todas as estações, em que foram considerados 400.229 usuários mensais. Pela homogeneidade do universo, definiu-se uma amostragem de 7%, que resultou em 1.050 pesquisas realizadas. Além dessas pesquisas completas, foram utilizadas algumas questões dos questionários incompletos e dos rascunhos, por isso a divergência no total de entrevistados. Para a realização desta pesquisa, foi definida uma planilha padrão para os usuários, e contou-se com o apoio de nove pesquisadores. Eles abordaram as pessoas nas treze estações de forma aleatória, seguindo princípios préestabelecidos. Analisando os dados obtidos com a Pesquisa de Opinião, podemos concluir que há o predomínio do usuário do sexo feminino. 57% dos usuários do Corredor entrevistados são mulheres, e apenas 43% são homens. Isso mostra que os usuários do sexo feminino são os que 92 mais utilizam essa modalidade de transporte e os homens estão migrando para outros modais, assim como ocorreu na pesquisa de opinião do SIT realizada em 2005. Pode-se afirmar também que a faixa etária que mais utiliza o Corredor é a faixa compreendida entre 20 e 50 anos (71,0%), que corresponde aos usuários inseridos no mercado de trabalho. No entanto, destaca-se também a faixa de até 20 anos (14,8%), que são na sua maioria estudantes. Quanto à satisfação das pessoas frente ao Corredor, 96,5% dos usuários disseram ser de ótimo a regular, e apenas 3,5% avaliaram como de ruim a péssimo, como mostra a tabela 33 e a figura 15. Assim, podemos concluir que os usuários estão satisfeitos e, a maior parte, vê de forma positiva a atuação deste projeto. Tabela 33 – Corredor Estrutural João Naves: avaliação do Corredor pelos usuários (2006) AVA LIAÇÃO Nº % Ótimo 327 24,2 Bom 791 58,6 Regular 185 13,7 Ruim 26 1,9 Péssimo 22 1,6 1.351 Total Fonte: Empresa Vertran, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. S eto re s ma is R ep re se n t a t iv o s 96,5 % 3,5 % 100 100 Figura 15 – Corredor Estrutural João Naves: avaliação do Corredor pelos usuários (2006) AVALIAÇÃO DO CORREDOR ESTRUTURAL JOÃO NAVES 2% 2% 24% 14% 58% Bom Regular Ótimo Ruim Péssimo 93 Questionados sobre os principais aspectos que consideram importantes com a implantação do Corredor Estrutural João Naves de Ávila, 1.292 entrevistados participaram da pesquisa, e cada um poderia escolher mais de uma resposta. Assim, 19,5% dos usuários destacaram a segurança como aspecto principal, sendo que, desses, 17,6% responderam essa questão como ótimo e bom, e 1,9 % consideraram regular e ruim. Outro aspecto destacado é a infra-estrutura, com 13,3% das opiniões. Desses entrevistados, 12,0% considerou a estação como ótimo e bom, e 1,3% considerou regular e ruim. Apenas 5,4% dos usuários responderam como aspecto importante travessia com “Traffic Calm”(Tabela 34). Tabela 34 – Corredor Estrutural João Naves: aspectos importantes para o usuário (2006) ASPECTOS I M PO RTANTES ÓTI MO /BOM % REGULAR/RUIM % Segurança 988 17,6 106 1,9 Rampa para deficientes 620 11,0 24 0,4 Escada mais baixa 306 5,5 30 0,5 Veículo Piso Baixo 355 6,3 111 2,0 Ponto com mais infra-estrutura 674 12,0 75 1,3 Ônibus Articulado 367 6,5 35 0,7 Frota Renovada 404 7,2 53 0,9 Possibilidade Integração 548 9,7 23 0,5 Travessia com Semáforo 501 8,9 64 1,1 Travessia com “Traffic Calm” 267 4,7 38 0,7 Outros 31 Total Fonte: Empresa Vetran, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. 5.061 89,4 0,6 559 10,6 Com relação aos principais problemas que os usuários enfrentam no transporte por ônibus, 27,4% dos usuários responderam a superlotação; 16,5% o preço da passagem, dentre outros, como mostra a tabela 35. É importante salientar que 13,3% dos usuários responderam tempo de espera como um dos principais problemas. 94 Tabela 35 - Corredor Estrutural João Naves: principais problemas para os usuários (2006) P RO BL E MA S Nº % Superlotação nos ônibus 907 27,4 Preço da passagem 546 16,5 Tempo de espera 440 13,3 Atraso dos ônibus 282 8,5 Freadas bruscas 256 7,7 Fiscalização pouco atuante 213 6,5 Ônibus sujo e mal conservado 212 6,4 Falta de cordialidade do motorista e cobrador 159 4,8 Excesso de velocidade 136 4,1 Falta de troco 88 2,7 Poucas opções de deslocamento 51 1,6 Outros 15 0,5 3.305 100 Total Fonte: Empresa Vetran, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. Com relação ao tempo de espera, 37,5% dos usuários disseram esperar pelos ônibus de 05 a 10 minutos no ponto de parada, terminal ou estação. Isso pode ser comprovado pela reivindicação dos usuários pelo aumento da quantidade de ônibus, para diminuir o intervalo de tempo entre um ônibus e outro, ou seja, aumentar a oferta. No entanto, 25,7% dos usuários dizem esperar de 03 a 05 minutos, e 20%, de 10 a 15 minutos (Tabela 36 e a Figura 16). Isso mostra que o tempo de espera está de acordo com o intervalo máximo da maioria das linhas do SIT. Tabela 36 – Corredor Estrutural João Naves: tempo de espera pelo ônibus (2006) TEMPO Nº % Menos de 03 minutos 63 5,1 De 03 a 05 minutos 314 25,7 De 05 a 10 minutos 459 37,5 De 10 a 15 minutos 244 20,0 Mais de 15 minutos 143 11,7 1.223 100 Total Fonte: Empresa Vetran, 2008. Org. ARAÚJO, R. S. 95 Figura 16 – Corredor Estrutural João Naves: tempo de espera no ponto de parada pelo ônibus (2006) TEMPO DE ESPERA NO PONTO DE PARADA PELO ÔNIBUS 40,0 30,0 % 20,0 10,0 0,0 Série1 Menos de 3' De 3 a 05' De 05 a 10' De 10 a 15' Mais de 15' 5,1 25,7 37,5 20,0 11,7 INTERVALO DE TEMPO Contudo, na avaliação do usuário, o Corredor Estrutural João Naves de Ávila apresenta um desempenho de bom a ótimo e sua implantação trouxe mais segurança e infraestrutura aos pontos de parada da Av. João Naves de Ávila, no entanto, os usuários continuam encontrando sérios problemas no transporte por ônibus na cidade, como superlotação, tempo de espera e preço na passagem. A opinião do usuário é extremamente importante na avaliação de qualquer serviço de transporte, pois, mesmo que os índices demonstrem bons resultados de nada adianta se os usuários não estiverem satisfeitos, afinal, eles que enfrentam a realidade no dia a dia. 96 Considerações finais A partir da pesquisa realizada no Corredor Estrutural João Naves de Ávila, com os indicadores de qualidade estabelecidos no Edital de Transporte de Uberlândia, foi possível comprovar a necessidade em estabelecer índices que, de fato, mensure aspectos relativos à operação de determinado serviço, bem como da qualidade do mesmo perante seus usuários ou clientes. No transporte público por ônibus são muitos os aspectos e problemas a serem considerados nesse processo, bem como os interesses envolvidos. Em Uberlândia, os problemas vão desde a falta de comunicação entre a equipe do planejamento e da operação, até a falta de capacitação técnica dos profissionais da área. Os Indicadores de Qualidade trabalhados nesta pesquisa são abordados no edital de forma muito resumida, tanto quanto às suas definições, quanto com relação às fórmulas. Ao calcular o índice, as dúvidas que surgem no decorrer do trabalho não são esclarecidas, deixando para outras pessoas poder de decisões importantes, o que acaba por influenciar na precisão do resultado da pesquisa. Como exemplo temos o cálculo do ICF, que não explica qual o melhor procedimento a adotar em casos que a frota utilizada é superior à frota programada. Esses equívocos podem, às vezes, mascarar falhas na operação. Porém, mesmo diante dessas questões, conclui-se que o uso dos indicadores tem muito a contribuir para a gestão dos transportes, pois a partir deles, de forma específica e sucinta, identifica-se os problemas na operação, e direcionam-se as ações do planejamento. A partir do uso dos indicadores no transporte público coletivo, as prefeituras podem se adequar também às especificações da ABNT quanto às normas de empresas prestadoras de serviço, para garantir um melhor atendimento aos seus usuários. Ao trabalhar com os índices do Edital de Transporte de Uberlândia, percebe-se a necessidade de um maior detalhamento dos mesmos e de acrescentar alguns índices na análise, como o índice de análise econômico-financeira da empresa operadora, por acreditar que esse quesito interfere diretamente na qualidade do serviço prestado. Além disso, avaliar a frota desassociada da operação também alcançaria bons resultados, uma vez que esse trabalho é mais cauteloso e com mais etapas que os demais índices do desempenho operacional aqui apresentado (ICV, ICI, ICH e IQV). Algumas cidades que avaliam o transporte público por ônibus ou as empresas operadoras a partir de indicadores, como Fortaleza e São Paulo, apresentam índices relacionados a infrações de trânsito. Seria interessante para a cidade de Uberlândia adotar 97 índices que mensurem não apenas as multas, mas também os acidentes de trânsito ocorridos no município. Diante das baixas porcentagens apresentadas pelo ICH, acredita-se que a prioridade do órgão gestor para melhorar o IDO do Corredor deve ser investir na pontualidade do serviço, aumentando a fiscalização quanto a essa questão, e, principalmente, multando a empresa quando essas ocorrências se tornarem freqüentes em determinada linha. Além disso, é preciso pensar uma forma diferente de mensurar esse índice, pois adotar como parâmetro horário cumprido quando o ônibus sai do ponto final não pode distanciar o índice da realidade. O sistema de avaliação proposto objetiva a classificação do desempenho operacional das linhas, ou de um sistema, bem como a organização do processo e a opinião do usuário. Porém, aconselha-se estabelecer um nível de serviço a ser alcançado pelo sistema, de forma que a avaliação não se limita apenas a uma comparação entre o desempenho das linhas ou entre os dias que obtiveram maior êxito. Uma proposta para os problemas citados, apresentada nesse trabalho, seria a criação de um programa que fornecesse os indicadores de cumprimento de viagens, frota, horário, acidentes, infrações, e quebra de veículos. Esse programa seria alimentado com dados fornecidos pela VERMAX, pelo núcleo de fiscalização e pelas empresas operadoras. O programa deve elaborar relatórios com a opinião dos usuários, obtida com pesquisa de opinião realizada com os mesmos. Isso possibilitaria uma análise do desempenho operacional com relação a esse aspecto. Através desse estudo, espera-se ter contribuído para análise dos indicadores, considerando importante o exercício e a aplicação do processo de avaliação de desempenho e a opinião do usuário, que possibilita uma análise mais profunda do Sistema de Transporte Coletivo e, logo, uma avaliação mais transparente do serviço prestado à população. 98 Referências ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTE PÚBLICO (ANTP). Transporte humano: cidades com qualidade de vida. São Paulo: ANTP, 1997. 275 p. AZAMBUJA, Ana Maria Volkmer. Análise de eficiência na gestão do transporte urbano por ônibus em municípios brasileiros. 2002. 410 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. Disponível em: <http://www.google.com.br/artigosacademicos>. 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Uberlândia, 2006. 101 ANEXOS 102 ANEXO I – MODELO DE RELATÓRIO DE VIAGENS 106 ANEXO II – MODELO DE RELATÓRIO DE QUADRO DE HORÁRIO POR VIAGEM 109 ANEXO III – MODELO DE OSL 114 ANEXO IV – EXEMPLOS DE DESVIOS DE ITINERÁRIO, LINHAS A105, A116 E T101 115 Itinerário da linha A105 116 Carro 1276 cumprindo itinerário na linha A105 no dia 22 de outubro. 117 Carro 1276 desviando itinerário na linha A105 no dia 22 de outubro. 118 Itinerário da linha A116 119 Carro 1281 cumprindo itinerário na linha A116 no dia 23 de outubro. 120 Carro 1281 desviando itinerário na linha A116 no dia 23 de outubro. 121 Itinerário da linha T101 122 Carro 1187 cumprindo itinerário na linha T101 no dia 21 de outubro. 123 Carro 1187 desviando itinerário na linha T101 no dia 21 de outubro.