Crescimento Populacional e Exploração de Recursos Naturais: Aplicação de Políticas Alternativas de Exploração Emanuelle Arantes Paixão¹, Mariana Aline Silva Artur², Arina Pacheco Magalhães Lopes³ e Lucas Del Bianco Faria4 1 [email protected], Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras ²[email protected] ,Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras ³[email protected], Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras 4 [email protected], Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras O consumo de recursos naturais vem aumentando e a maneira como são explorados é um dos fatores que influencia as suas dinâmicas populacionais. Apesar da exploração de recursos naturais acarretar sérios prejuízos, ela é indispensável para a sobrevivência humana. Portanto, torna-se necessário um manejo sustentável, que concilie a exploração de recursos com a preservação dos mesmos. Três políticas de exploração alternativas são empregadas para o manejo de populações naturais, quota fixa, proporção fixa e limiar fixo [1]. O objetivo deste trabalho foi analisar, através de Bifurcações de Holf, a influência das políticas de quota fixa e proporção fixa nas dinâmicas das populações frente três forças de captura, i.e. baixa (quota fixa 160 indivíduos e proporção fixa 20%), intermediária (quota fixa 400 indivíduos e proporção fixa 50%) e elevada (quota fixa 640 indivíduos e proporção fixa 80%). Nas simulações foi utilizado o modelo de Ricker de crescimento populacional dependente da densidade, variando a taxa intrínseca de crescimento populacional de 0.00 a 4.00, com intervalos de 0.01. A condição inicial assumida em todas as simulações foi de 800 indivíduos e a capacidade de suporte do ambiente de 1000 indivíduos. O termo complexidade foi utilizado significando todos os tipos de dinâmicas, exceto as estáveis [2]. Um dos padrões observados foi que aumentando os valores da taxa intrínseca de crescimento, aumenta-se a complexidade dos sistemas de acordo com o modelo aqui empregado. Isto sugere elevada importância das forças intrínsecas de cada população na dinâmica gerada. Esses comportamentos mais complexos, principalmente o caótico, leva a uma grande dificuldade ou até mesmo incapacidade de predição do comportamento de populações a longo prazo. Aplicando-se o modelo de Ricker sem incorporação das políticas de exploração, observou-se que a primeira bifurcação ocorreu em uma taxa de crescimento de 2.00, resultando em ciclo limite de dois pontos. Com o emprego da quota fixa, quando aplicada em intensidade baixa, a primeira bifurcação ocorreu em 2.40 e em intensidade intermediária em 3.64. Entretanto, quando considerada a proporção fixa com intensidade baixa tal fato ocorreu em 2.23, com intensidade intermediária em 2.70 e com elevada em 3.61. Portanto, a intensificação dos níveis de captura pode gerar um aumento no risco de extinção das populações, principalmente na política de quota fixa. A quota fixa foi a política que acarretou maiores intervalos de extinção, quando aplicada com intensidade baixa, a extinção ocorreu nos intervalos de 0.01 a 0.76 e de 3.2 a 4.00, já na intensidade intermediária, a população foi extinta no intervalo de 0.01 a 2.72. Entretanto, quando foi aplicada a maior intensidade de captura, a população foi a extinção em todos os valores de taxas de crescimento. Quando empregada a proporção fixa os intervalos de extinção foram de 0.01 a 0.22 (intensidade baixa de captura), de 0.00 a 0.69 (intermediária) e de 0.01 a 1.60 (elevada). Os resultados obtidos sugerem que a política de proporção fixa foi menos impactante que a política de quota fixa. Este fato indicou que a política de exploração mais empregada historicamente, i.e. quota fixa [1][3], resulta em maior variabilidade da população e maior risco de extinção. Portanto, a partir de uma escolha correta sobre o método de exploração e sua intensidade de captura é possível evitar prejuízos financeiros e conservar os recursos naturais, garantindo a sua persistência e possível exploração pelas gerações futuras. [1] FRYXELL, J.M.; SMITH, I.M.; LYNN, D.H. Evaluation of alternate harvesting strategies using experimental microcosms. Oikos, v.111, p.143-149, 2005. [2] FARIA, L.D.B.; UMBANHOWAR, J.; MCCANN, K.S. The long-term and transient implications of multiples predators in biocontrol. Theor. Ecol. v.1, 45-53, 2008. [3] MAY, R.M.; BEDDINGTON, J.R.; HORWOOD, J.W. et al. Exploiting natural populations in an uncertain world. Math. Biosci. v.42, p.219-215, 1978.