Encontram-se abertas as inscrições para a peregrinação
a Santiago de Compostela em BTT
O CLUBE ANA AEROPORTO DE FARO, vem por este meio convidar todos
os interessados a participar na PEREGRINAÇÃO A SANTIAGO DE
COMPOSTELA EM BTT a partir da Sé Catedral do Porto, na extensão de
230 Km e recebendo á chegada a Santiago de Compostela um certificado
de Peregrino, desde que cumpra todas as normas estabelecidas para o
efeito, as quais serão entregues a cada inscrito na altura da inscrição e
respectivo pagamento .
PEDIDOS E RECOMENDAÇÕES
1 – O Clube Ana Aeroporto de Faro, recomenda a todos os participantes
que façam uma consulta no seu médico de família, no sentido de se
assegurarem que se encontram em condições físicas de fazer este
percurso .
2 – Todos os participantes devem fazer um seguro de acidentes pessoais,
aconselhamos que se inscrevam na Federação Portuguesa de Ciclismo ou
na Federação Portuguesa de Ciclo Turismo e Utilizadores de bicicleta .
3 – Todos os participantes devem estar devidamente preparados e ou
treinados para fazerem este percurso em perfeitas condições, o Clube
Ana Aeroporto de Faro, não se responsabiliza por qualquer acidente
durante o percurso .
4 – Pedimos a quem estiver disponível, com carta de condução
(eventualmente duas pessoas) nesta data que nos contacte, no sentido
de fazer o apoio durante e no final das etapas entre o Porto e Santiago
de Compostela, a estas pessoas o Clube Ana Aeroporto de Faro, paga
todas as despesas com alojamento e alimentação .
INSCRIÇÕES/INFORMAÇÕES
A inscrição é de 50,00 € para Sócios do Clube Ana Aeroporto de Faro, de
100,00 € para não Sócios e terá que ser efectuada até ás 17,00 horas do
dia 10/09/2010 ,
As inscrições são efectuadas através do e- mail: [email protected]
Deverão pagar a inscrição através do Nib do clube: 0036 0032
99100369597 50 e enviar o comprovativo do pagamento também por email.
É da responsabilidade do Clube Ana Aeroporto de Faro, o pagamento e
marcação da dormida no Porto e em Santiago de Compostela, o
pagamento do transporte em carrinhas ida e volta (Faro/Porto e
Santiago de Compostela/Faro) dos Peregrinos e do seu equipamento
(bagagem e bicicletas) .
É da responsabilidade dos inscritos/Peregrinos todas as outras despesas,
nomeadamente dormida (pode ser nos diversos Albergues ao longo do
Caminho), alimentação e assistência durante o percurso da Peregrinação
(entre a Sé Catedral do Porto e a Catedral de Santiago de Compostela) .
Para qualquer esclarecimento é favor contactar : Manuel Gonçalves 918
190 883, Ricardo Ramos 965 625 483, Fernando Pinto 967 836 378 ou
Luis Gonçalves 916 503 865
PROGRAMA
1 – Partida de Faro no dia 24/09/2010 ás 09,00 horas, junto ao
Polidesportivo do Aeroporto de Faro .
2 – Partida do Porto para a 1ª Etapa no dia 25/09/2010 ás 09,00 horas,
junto á Sé Catedral e chegada da primeira Etapa a Barcelos, 51 Km .
3 – Partida de Barcelos para a 2ª Etapa no dia 26/09/2010 ás 09,00 horas
e chegada a Valença, 67 Km .
4 – Partida de Valença para a 3ª Etapa no dia 27/09/2010 ás 09,00 horas
e chegada a Pontevedra, 51 Km .
5 – Partida de Pontevedra para a 4ª Etapa no dia 28/09/2010 ás 09,00
horas e chegada a Santiago de Compostela, 61 Km .
6 – Dia livre 29/09/2010 .
5 – Partida para Faro no dia 30/09/2010 ás 10,00 horas .
ANO XACOBEO
(Ano em que coincide o dia 24 de Julho com um
Domingo)
E
HISTÓRIA DO CAMINHO PORTUGUÊS DE SANTIAGO DE
COMPOSTELA
A cidade de Santiago de Compostela nasceu no século IX em torno do recémdescoberto Sepulcro de Santiago . Foi inicialmente um simples Santuário e logo de
seguida uma cidade, ante o rápido dinamismo gerado pelas peregrinações . Com o
tempo, converteu-se numa das três grandes cidades Santas do Cristianismo, a par de
Jerusalém e Roma . É à sua directa relação com o mundo XACOBEO que deve o seu
actual esplendor monumental e simbólico . É uma das grandes cidades históricas
Europeias, facto reconhecido em 1985 com a sua declaração de Património da
Humanidade .
O coração vital de Compostela bate em torno da Catedral, onde repousam os restos
mortais do Apóstolo Santiago . É um dos grandes templos românicos da história, ainda
que posteriormente o elemento barroco alcançou também uma forte presença na sua
estrutura, tanto exterior como interior . O principal rito XACOBEO da Catedral continua
a ser o “abraço ao Apostolo”, simbolizado na estatua medieval de Santiago situada no
Altar . Não menos relevante para os crentes é o acesso á Basílica pela Porta Santa em
cada Ano Jubilar, único período em que se abre, à qual se acede pela praça de A
Quintana .
O único documento que acredita do Caminho de Santiago é a COMPOSTELA, concedida
pela Catedral de Santiago, na Oficina do Peregrino, a todos os Peregrinos que provem,
através da validação da credencial correspondente aos diversos pontos do seu
caminho (carimbos ou assinaturas de Paróquias, Albergues, Refúgios, etc. …), que
realizaram a rota XACOBEA com espírito cristão . É necessário percorrer pelo menos os
últimos 100 Km de qualquer um dos itinerários históricos . Se o caminho for feito em
bicicleta esta exigência é de 200 Km . Compostela foi atribuída, desde os finais dos
anos oitenta do século XX até 2009, a um milhão e meio de peregrinos de todo o
mundo .
Um dos elementos que melhor definem a singularidade e o histórico espírito aberto e
solidário do Caminho de Santiago á a sua rede de albergues, com origem nos hospitais
medievais de assistência ao Peregrino . Na Galiza funcionam 63 albergues públicos
nas distintas rotas XACOBEAS . Nos últimos anos surgiu também uma rede privada
complementar . Nos albergues públicos paga-se um preço simbólico pela estadia
(3,00€ por noite) e tem prioridade os Peregrinos que realizam a rota a pé, seguidos
pelos que chegam a cavalo e, por último, os que o fazem em bicicleta .
Em Santiago de Compostela celebra-se este ano o segundo Ano Santo Jubilar do
terceiro milénio . E uma celebração de origem religiosa que chama á Capital Galega
milhões de pessoas de todo o mundo . É também um proposta que, no âmbito Civil,
através do plano XACOBEO 2010 (www.xacobeo.se), converte a Galiza num ponto de
encontro para as mais diversas e inovadoras iniciativas culturais e sociais . A
espiritualidade, a cultura, a natureza e a gastronomia são os temas que definem esta
programação, inspirada, por sua vez, na dimensão histórica europeísta do mundo
XACOBEO .
O Ano Santo Compostelano ou Ano Jubilar celebra-se desde a idade média quando o
feriado do apóstolo Santiago el Mayor, cujo sepulcro se encontra na Catedral
compostelana, coincide com um Domingo . Isto sucede em cada 6, 5, 6 e 11 anos . Não
voltará a ser Ano Santo até 2021 . Assim, 2010 é uma ocasião única para viver uma
celebração que nas última décadas se converteu em algo mais que um notável
acontecimento religioso . O sentido aberto e plural do Caminho de Santiago, a histórica
senda de peregrinação que une Compostela com a Europa, conferiu-lhe uma dimensão
singular .
Como o reconheceu o Conselho da Europa em 1987 ao declara-lo o primeiro itinerário
Cultural Europeu, e a UNESCO em 1993, distinguindo-o como Património da
Humanidade, o Caminho de Santiago é um itinerário histórico de dimensões Europeias
que se estendo por quase todo o continente, agrupando as suas rotas á medida que se
aproxima de Compostela . as principais vias entram pelo Pirinéus, a partir de Rança .
Também se revelaram muito dinâmicas as rotas procedentes de Levante e do
Mediterrâneo, os itinerários marítimos desde o Norte da Europa ou os caminhos a
partir sul peninsular . Nestes últimos, destacam-se as sendas que cruzam Portugal de
Norte a Sul .
O Português é o caminho XACOBEO mais concorrido, depois da rota Francesa . Segue
distintas vias desde o sul deste País até Lisboa, onde começam a perfilar-se dois
itinerários, um próximo á costa e outro pelo interior . Na região Norte, estas rotas,
assinaladas e bem documentadas através dos relatos de diversos Peregrinos históricos,
são um continuo compêndio de arte e cultura partilhada entre Portugal e a Galiza . As
cidades do Porto, Barcelos, Ponte de Lima, Valença do Minho ou Chaves, esta última
na rota do interior, são origens deste caminho.
O principal caminho português entra na Galiza pela cidade de Tui . A sua Catedral
oferece ao peregrino um espaço, tão grandioso como reservado, para a reflexão .
Seguindo a rota, as Gándaras de Budiño (o Porriño) reclamam o seu grande valor
ambiental . Em Pontevedra é o património histórico que é o protagonista . E no Padrón
o que se impõe são as origens da tradição XACOBEO, aqui tão intensa em lendas como
em espaços concretos . É o caso de Santiaguiño do Monte (onde pregaria Santiago) ou
de Iria Flavia, residência do Bispo Teodomiro, descobridor do Sepulcro Apostólico .
DICAS PARA A 1ª ETAPA 51 Km
INÍCIO NO PORTO (Sé Catedral), PASSANDO POR VILARINHO (Vila do
Conde) E CHEGADA A BARCELOS
Numa Peregrinação a partir do Porto, o local a escolher para o seu início deverá ser,
naturalmente, a Sé Catedral . Embora a jornada não seja longa, farás muito
quilómetros em áreas urbanas, atravessando as cidades do Porto e Maia, com tráfego
intenso e, em alguns locais, até com algum perigo .
Do largo da Sé Catedral, desces uma escadaria até á Rua Escura e á Rua da Banharia,
dois estreitos arruamentos do burgo medieval, atravessas a movimentada Rua
Mouzinho da Silveira e das Flores e pela Rua dos Caldeireiros alcanças o Campo dos
Mártires da Pátria, a antiga Cordoaria, extra-muros da cidade . Á tua direita, a pouca
distância, verás a Torre dos Clérigos, o ex-libris da cidade invicta (poderás descer até S.
Bento e subir os Clérigos até á Cordoaria, mas não conhecerás a parte medieval da
cidade) . Atravessa o Campo, paras junto á igreja do Carmo e entras na Rua de
Cedofeita, uma das principais artérias comerciais do Porto e que percorrerás na
totalidade até à ramada Alta .
Daí, pelo Carvalhido e com a Quinta da Prelada à tua mão esquerda (Parque de
Campismo, já desactivado), passas por baixo da Via de Cintura Interna e vais até ao
Monte de Burgos, onde atravessas a Via da Circunvalação (mesmo com semáforos,
cautela com o trânsito !) . Mantém sempre esta direcção até ao Padrão da Légua e a
Araújo, já subúrbios da cidade do Porto e aqui deverás optar por uma das duas
alternativas que o caminho tem para atravessar o tio Leça : 1ª Alternativa é pela ponte
Romana de Barreiros e a 2ª Alternativa é pela ponte Romana de Moreira . A 1ª
Alternativa é a mais antiga, apresentando, contudo, o óbice do atravessamento da
Nacional 13, uma via rápida de intenso tráfego, e em local perigoso . É um percurso
interessante até á proximidade da cidade da Maia, perdendo depois com a passagem
pela Zona Industrial até Vilar do Pinheiro, onde reencontra aquela .
A partir daqui o traçado volta a ser um só, ganhando com a progressiva transição do
meio urbano para o rural . Vais encontrar Mosteiró e um Largo, depois vem Gião e a
seguir Vairão, onde a envolvência é caracterizada por intensa actividade agrícola que
marca profundamente a paisagem . E assim chegas à pequena povoação de Vilarinho,
tendo percorrido 25 Km, na sua maior parte atravessando a cidade do Porto e a sua
periferia .
Alojamento : Senhor do Padrão
Pontos de Interesse : Calçada, Capela da Ramada Alta, Igreja da Misericórdia,
Monumento, Pelourinho do Porto, Rua de Cedofeita
Monumentos : Torre dos Clérigos
Igrejas : Igreja do Carvalhido, Sé Catedral do Porto
De passagem vê e visita esta localidade, pára um pouco e descansa, alimenta-te e bebe
água se for caso disso e tiveres vontade, segue porque ainda tens alguns quilómetros
pela frente :
Esta jornada não é dura . Partindo de Vilarinho pela Nacional 306, sais dela pouco
adiante e em pouco tempo estarás na ponte do Ave, uma magnifica ponte Medieval
sobre o rio do mesmo nome . Tomas de novo a Nacional 306 , que corre entre muros
de extensas propriedades agrícolas a acabarás por chegar á Junqueira, passando ao
longo do muro de vedação da mata do Mosteiro de S. Simão . Darás por ela quando
chegares ao lugar da Boavista e aí perguntarás onde era a antiga Estalagem das Pulgas,
um posto da Mala-Posta que acolhia os viajantes e, naturalmente, os Peregrinos que
percorriam este trajecto . Esperamos uma oportunidade para que as suas ruínas,
convenientemente recuperadas, cumpram de novo a função, transformando-se no
primeiro Albergue do Caminho Português de Santiago depois do Porto .
Depois da Junqueira, o trajecto mantém o seu encanto, correndo entre campos e
bouças até Arcos, onde vences o rio Este numa belíssima ponde Medieval ainda de
origem Romana . E em pouco mais de meia hora estarás em Rates . Podes aí almoçar e
perder algum tempo a apreciar a magnifica igreja de um extinto convento, há muito
desaparecido, um dos mais representativos exemplares da nossa arquitectura
Românica .
Sem grandes alterações de paisagem, mas com maior predominância de floresta,
passas a Freguesia de Courel e Pedra Furada e entrarás de novo na Nacional 306 . A
partir daqui, a construção marginal vai ser uma constante do caminho até Barcelos,
pois acabas de entrar nos seus subúrbios . Pereira e Carvalhal são as duas Freguesias
que percorrerás no sopé do mente da Franqueira, o palco da patriótica lenda do
Alcaide do Castelo de Faria . Se optares pelo traçado primitivo do caminho, desviandote em Pereira na Nacional 306 mas se te mantiveres nesta estrada, vais pela variante
criada após a construção da ponte de Barcelos, em 1325 e que passa junta á forca
onde teve lugar o célebre milagre do galo . Pela inconveniência do trânsito é
aconselhável vivamente a versão primitiva, que te levará com maior sossego até
Barcelinhos, onde transporás o Cávado para entrar em Barcelos .
Termina aqui a 1ª Etapa, procura onde descansar, tomar um banho, comer qualquer
coisa e aprecia bem o local, amanhã é outro dia, outra jornada .
Não se justificando já a barca que primitivamente te levava ao Cais Velho, atravessa a
Ponte Medieval e ainda terás tempo de visitar os principais monumentos desta cidade
.
Pontos de interesse : Ruínas da antiga Estalagem das Pulgas, Ruínas do Moinho
Pontes : Ponte do Ave, Ponte Medieval
Paisagens : Caminho de Milho
Igrejas : Igreja Romântica de Rates
Troços/Caminhos : Caminho em pedra, Rua de S. Mamede (Bagunte), Santagões .
DICAS PARA A 2ª ETAPA 67 Km
INÍCIO EM BARCELOS, PASSANDO POR PONTE DE LIMA E CHEGADA A
VALENÇA
Sai da Colegiada de Santa Maria Maior, mas tem em conta que te desvia do caminho
que te propomos . Passas junto á Torre de Menagem da Porta Nova e à igreja do
Senhor Bom Jesus da Cruz, atravessas o Campo da Feira e tomas a Nacional 103 para
Viana, passando por cima da circular de Barcelos . Antes de chegares a Abade de Neiva
sais á direita, para Ponte de Lima e abandonas a Estrada Nacional porque o itinerário,
agora, apoia-se apenas em caminhos rurais . No Espírito santo, na Freguesia de Vila
Boa, terás que fazer um pequeno desvio para cruzares a linha féria do Minho, mas
depois segues de novo o caminho original até á portela de S. Fins do Tamel, por onde
entras no Vale do Neiva .
È aqui no Vale do Neiva que o caminho, embora perfeitamente conhecido, apresenta
mais constrangimentos pontuais, que impõem o recurso a troços alternativos . E um
deles é já no seguimento da Capela da Senhora da Portela, pelo que tomarás de novo a
Nacional 306 durante 600 metros, virando depois à esquerda para a igreja Nova de
Aborim .
Descendo sempre chegas ao rio Neiva, que interessas na Ponte das Tábuas e logo a
seguir à Vila de Balugães, no sopé da Senhora da Aparecida, concorrida romaria do
Alto Minho . Ainda será cedo para almoçares, mas podes descansar um pouco e
aprovisionar comida para uma refeição ligeira, pois não terás mais lojas disponíveis até
Ponte de Lima .
A partir de Balugães farás uns 6 km até à Portela da Facha, entrando e saindo na
estrada Nacional em busca de alternativas aos troços já comprometidos . E é nesta
Portela que tens a transmutação para o Vale do Lima . Num magnífico percurso
correrás a Facha, a Seara e a Correlhã e ficarás maravilhado quando entrares em Ponte
de Lima pela Avenida dos Plátanos, junto ao crepúsculo do ocaso .
Pontos de interesse : Passeio junto á Câmara, Ruínas num campo de milho
Cruzeiros : Cruzeiro, Cruzeiro do Espírito Santo
Igrejas : Capela,. Igreja de Santa Maria Maior, Igreja do Senhor da Cruz
Troços : Caminho de terra, Caminho para Lijó, Rua da cidade
De passagem visita esta localidade, alimenta-te e bebe água de for caso disso e tiveres
vontade, segue ainda tens alguns quilómetros pela frente :
Sem querer alarmar, devo dizer-te que esta jornada é a mais dura do caminho, quer
pela irregularidade, quer pela sua extensão . Sai da igreja Matriz, dirige-te pelas vielas
do Burgo Medieval até ao Largo de Camões, onde desemboca a formidável ponte
Romana/gótica de 22 Arcos . Por ela transporás o rio Lima . Entre os dois tramos da
ponte, ao passares junto á igreja de Santo António da Torre Velha, repara numa
pequena Capela Medieval aberta, que é dedicada ao Anjo da Guarda . Nos seus sete
séculos de existência já viu passar, como a ti, muitos e muito milhares de Peregrinos .
Chegado a Além da Ponte viras à esquerda e entras de novo no mundo rural . Primeiro
a Freguesia de Arcozelo, de feição marcadamente agrícola, mas a partir de Labruja
começa a escassear a lavoura com a pendente da serra, que se cobre de arvoredo até à
Portela Pequena . São este dois quilómetros da vertente da Labruja os mais
extenuantes de todo o caminho, justificando uma alternativa para os ciclistas que
não queiram transportar a bicicleta ás costas . A meia encosta recupera o fôlego junto
á Cruz dos Franceses, que assinala o local onde a população emboscou os retardatários
do exército de Napoleão, na invasão de 1809 . E depois trepa o que falta até à casa da
Guarda Florestal, onde acharás uma bica de fresquíssima água .
Por esta portela entras na Bacia do rio Minho pelo Vale de Coura, seu afluente em
Caminha . Vais portanto começar a descer, o que farás por Agualonga e Rubiães, que
facilmente identificas pela sua bela igreja Românica . É um bom local para descansares
e comer qualquer coisa . Depois, continuas a descer até á ponte Romana e desde já te
previno que dificilmente lá chegarás de pé enxuto, porque a água, até no verão, corre
a rodos pelo caminho .
Passado o Coura sobes de novo, mas agora suavemente, até Assourado . Descansa um
pouco antes de iniciares a descida para Fontoura . Na passagem por Cerdal e,
sobretudo, quando entrares na Nacional 13, varrida por intenso tráfego, vais-te
ressentir, muito provavelmente do cansaço da jornada, mas anima-te, que estás
apenas a 3 quilómetros de Valença e do fim desta jornada .
Termina aqui a 2ª Etapa, procura onde descasar, tomar um banho, comer qualquer
coisa e aprecia o local, amanhã é outro dia, outra jornada .
Há quem ande mais 2 quilómetros e vá pernoitar a Tui no Albergue de Peregrinos atrás
da Catedral .
Pontos de interesse : Portão de Sabadão
Cruzeiros : Cruzeiro
Paisagens : Arco de Geia
Pontes : Cruzado do rio Lima, Pequena Ponte, Ponte Romano-Gótica de Ponte de Lima
Igrejas : Capela do Anjo da Guarda
Troços/Caminhos : Caminho, Caminho entre o mato .
DICAS PARA A 3ª ETAPA
INÍCIO EM VALENÇA, PASSANDO POR REDONDELA E CHEGADA A
PONTEVEDRA 51 Km
Se ontem decidiste ficar em Valença, atravessas agora o rio Minho na ponte metálica
(antes de haver ponte os Peregrinos atravessavam o rio de barco entre o cais do
Arinho de Lavacuncas, o que ainda hoje pode ser feito) e dirige-te à Sé Catedral, onde
se inicia esta jornada .
Vais passar pelo túnel do Convento das Clarissas e, já fora de muros, pelas igrejas de
Santo Domingo (da pérola do jardim tens a mais bonita vista sobre Valença e Tui) e San
Bartolomé . Desces depois á ponte da Veiga, mas não a passas, sais á esquerda por um
caminho de terra, atravessas a linha férrea e a autovia, passas a Capela de Virxen do
Camino e chegarás a um dos troços mais bonitos do caminho, o Vale do Louro . È tão
bonito que nem te apercebes que este rio é o fétido afluente das indústrias
transformadoras de Porriño . Aqui, remanso da ponte das Febres morreu com peste há
750 anos o Bispo de Tui, San Telmo, no regresso de uma peregrinação a Santiago .
Depois deste bucólico percurso tem início, à saída de Orbenlle, o mais árduo troço de
todo o caminho, travessia do Polígono Industrial e a entrada de Porriño pela estrada
Nacional, que representa 5 Km em via asfaltada com intenso tráfego de pesados . É
portanto bem vinda uma pausa nesta cidade, onde podes retemperar o ânimo para a
segunda parte da jornada .
Pela mesma estrada por onde entraste sairás agora da cidade, rumo ao norte . Trata-se
da Nacional 550, que anda sempre paralela ao caminho e te servirá de referência até
Santiago de Compostela .
Vais passar junto ao rio Pazo de Mos e aí respira fundo, porque terás que subir a
íngreme Rua dos Cavaleiros, continuando depois para Santiaguiño de ntas (marco
milenário Romano de Via Militar XIX Braga – Astorga) e Chan das Pipas . Aqui, ficarás
surpreendido com uma larga panorâmica sobre a Ria de Vigo . Tens um fonte á
disposição . Mata a sede e descansa uns minutos porque a descida que se aproxima é
violenta . Mas não desanimes, estás muito perto de Redondela .
Pontos de interesse : Fortificação de Fronteira em Tui, Tui, Túnel das Clarissas
Cruzeiros : Cruzeiro
Pontes : Ponte da Veiga, Ponte Internacional de Valença/Tui
Paisagens : Rio Minho em Valença
Igrejas : Catedral em Tui
De passagem visita esta localidade, alimenta-te e bebe água se for caso disso e tiveres
vontade, segue ainda tens alguns Km pela frente :
A jornada é curta, com facilidade a fazes, contudo antes de deixares Pontevedra faz
uma visita á igreja Românica de Santiago, a primeira matriz do caminho Português
dedicada ao Apóstolo .
Sai agora da Nacional 550, que deixas, ainda nos subúrbios da cidade para tomar a
poente um caminho secundário que passa sobre a linha férrea e que cruzará de novo
com a Nacional levando-te, depois de uma pequena subida, a uma área de repouso
com uma boa fonte em Outeiro de Penas . Subirás ainda mais um pouco até ao Alto da
Lomba, um local dominante com uma excelente vista sobre a Ria de Vigo, voltando a
descer até á já tua conhecida Nacional 550, que te levará até Arcade, onde há-de um
dia voltar para comeres as melhores ostras da Galiza .
Entre Arcade e Pontesampayo, desagua o rio Verdugo na ria de Vigo . Para o vencer
vais percorrer uma extensa ponte Medieval, que foi palco de uma das mais sangrentas
batalhas da campanha de 1809, contra as divisões de Napoleão comandadas pelo
Marechal Ney e que se dirigiam para Portugal . Foi tal a ferocidade que ainda hoje a
população local põe aos cães os nomes dos generais Franceses .
Chegado a Pontesampayo é tempo e lugar para um merecido descanso . Procura um
bar à boca da ponte e pede uma cidra de caña . Animado com o descanso, vais ter
agora oportunidade de percorrer um dos troços mais bonitos do caminho . Mas
primeiro terás que atravessar o labirinto de ruelas do aglomerado de Pontesampayo .
Desces então, até ao rio Ullo, que passarás sobre o extradorso de um arco de volta
inteira, com um cenário natural de rara exuberância, voltando a subir, agora, uma
velhíssima calçada que trepa a encosta da Canicouba até Cacheiro.
Passada a área montanhosa o caminho alarga-se de novo, correndo campos, vinhas e
pomares até á periferia de Pontevedra, que se adivinha já com multiplicação de casas e
a agitação urbana .
À entrada da cidade, junto a estação dos caminhos de ferro (RENFE), tens o Albergue à
tua espera e tempo de sobra para te alimentares e percorrer durante a tarde o
belíssimo centro histórico de Pontevedra .
Termina aqui a 3ª Etapa, procura onde descansar, tomar um banho, comer qualquer
coisa e aprecia o local, amanhã é outro dia e outra jornada .
Alojamento : Albergue de Redondela
Pontos de interesse : outeiro de Penas
Paisagens : Acesso á Ria de Vigo
Igrejas : Igreja de Santiago de Redondela .
DICAS DA 4ª JORNADA 61 Km
INÍCIO EM PONTEVEDRA, PASSANDO POR CALDAS DE REIS, PADRON e
CHEGADA A SANTIAGO DE COMPOSTELA
A jornada de hoje também não é difícil, depois de saíres passas pela igreja da Virxen
Peregrina, uma das grandes referências do caminho Português . Atravessas depois a
cidade velha até á milenária ponte de O Burgo, por onde atravessas o rio Lérez quando
este se lança na ria de Pontevedra .
Alcançada a margem norte entras na Rua da Santinha, que se continua por um carreiro
ao longo de todo o vale do rio da Granda . percorrendo no início áreas palustres da
Xunqueira de Alba e obrigando-te a molhares os pés nos troços atolados do Castrado e
Pozo Negro .
Mais depressa chegarás a San Mauro, onde poderás fazer uma pausa junto à fonte . a
partir daqui o caminho é geralmente largo e de piso fácil, mas liberto de tráfego e
embalado numa paz conventual . Começarão a surgir cruzeiros de cantaria lavrada,
alguns preciosamente esculpidos, que provarão estares no caminho certo de Santiago .
E acabarás por voltar de novo á Nacional 550, para dela saíres e tornar a entrar várias
vezes, até à povoação de Tivo, onde tens uma boa fonte á tua espera . Vais entrar em
Caldas de Reis pela igreja de Santa Maria, directo á ponte de Umia, local de eleição
desta cidade termal . Aqui se concentram algumas unidades hoteleiras antigas,
reminiscências de uma actividade termal florescente e onde poderás encontrar
alojamento quando não estiver disponível o Albergue de Peregrinos .
Pontos de interesse : Xunqueira
Igrejas : Igreja da Virgem Peregrina, Igreja de S. Francisco
Troços/Caminhos : Caminho do mato, O Castrado
De passagem terás ainda tempo de conhecer a cidade, tira uns momentos de
descontracção tentando molhar os pés cansados na água quente da fonte das Burgas,
alimenta-te e bebe água se for caso disso e tiveres vontade e segue ainda tens alguns
Km pela frente :
Mais uma jornada sem muitas dificuldades e com alguns troços cheios de encanto .
Vais deixar Caldas de Reis percorrendo a calle Real até á ponte Medieval do Bermaña,
uma das áreas mais interessantes desta cidade . Depois, por escassos momentos
tornarás a pisar a Nacional 550 para entrares no vale daquele rio, que subirás durante
algum tempo até á povoação de cruceiro, num percurso inesquecível entre prados e
bosques .
Em cruceiro estás outra vez na Nacional 550, que atravessas para passar junto á igreja
de Santa Maria de Carrecedo voltando, pouco mais adiante a atravessar a Nacional 550
para nascente. E mais uma vez te encontrarás entregue à pródiga natureza,
particularmente luxuriante ao longo da vertente do rio Valga, que te deixará perdido
no tempo, dando sentido e vida às histórias fabulosas do imaginário da tua infância .
Acordarás para a realidade em S. Miguel de Valga, onde inicias a lenta descida para
Pontecesures, para passar o rio Ulla . Quer a lenda que tenha sido por este rio, que
aqui se pode considerar ainda um braço da ria Arosa, que subiu a barca com o corpo
de S. Tiago aportando em Padrón . E Padrón fica, de facto, em frente de Pontecesures
na margem oposta do rio Ulla . Junto ao Convento do Carmo, vais passar junto á igreja
de S. Tiago . Se a essa hora ainda estiver aberta, não deixes de a visitar para veres o
padrão onde foi amarrada a barca do Apóstolo e que deu nome a esta cidade .
Pontes : Ponte sobre o Bermaña (Caldas de Resis)
Paisagens : Floresta no vale da Bermaña, Vale da Bermaña
Igrejas : Capela de San Roque, Igreja
Troços/Caminhos : Caminho de chegada a Outeiro, Caminho para Carracelo, Saída da
Caldas de Reis
De passagem visita esta localidade, alimenta-te e bebe água se for caso disso e tiveres
vontade e segue, ainda tens alguns Km a fazer :
Deixas a cidade dirigindo-te para norte até á Colegiade de Santa Maria da Iria Flavia,
sede episcopal antes da sua transferência para Santiago de Compostela .
Curiosamente, associa-se a este local os dois maiores expoentes das Igrejas Galegas, a
poetisa Rosália de Castro, aqui sepultada e o Nobel Camillo José Cela aqui nascido
junto à Basílica .
Passa Iria Flavia segues mais uma vez a Nacional 550, ao longo de um quilómetro
saindo depois para poente para percorreres o curioso enfiamento de Aldeias, Romaris,
Rueiro, Cambelas, Anteportas, Tarrío, e Vilar, até chegares, de novo, junto á Nacional
550, ao magnífico Santuário da Nosa Señora da Escravitude .
A partir daqui, por estradões e atalhos chegas á pequena povoação de Angueira de
Suso e desces novamente as Nacional 550 para percorreres a suaberma durante cerca
de um quilómetro . É a última vez que encontras esta via na tua Peregrinação, que
deixas a estrada, a pouca distância do Albergue de Teo, que podia ter sido uma
alternativa ao de Padrón . Sais à esquerda para a Rua de Francos, atravessas num
pontão a linha férrea e por um caminho variado, ora árido, ora frondoso, sentirás
progressivamente a aproximação de uma grande cidade, primeiro na diluição dos
subúrbios, depois na descaracterização da periferia .
Assim chegas a Milladoiro, arrabalde urbano de Santiago e local escolhido por muitos
Peregrinos para concluir a penúltima jornada, a fim de poderem, no dia seguinte,
entrar na atedral . Daqui sobes ao Agro dos Mosteiros, de onde desfrutas, se o dia não
estiver encoberto, uma boa panorâmica da cidade . É um local de referência do
caminho por ser aqui que, pela primeira vez, consegues ver as torres da Catedral .
Terás ainda que descer a encosta para passar a linha férrea (CUIDADO!) e o rio Sar e
entras, na cidade, pela árdua subida da Choupana . Depois, as Avenidas Rosália de
Castro e Juan Carlos I, e estás na Alameda da Ferradura, onde fica a porta Faxeira,
entrada tradicional do Caminho Português na cidade velha . no apertado labirinto de
uma malha Medieval também não há razão para engano . A Rua de Franco conduz-te
directamente à Praça do Obradoiro e à Catedral, onde agradecerás ao Apóstolo .
Pontos de interesse : Centro de Padrón, Rio Sar
Cruzeiros : cruzeiro (Rueiro)
Igrejas : Colegiada de Santa Maria de Iria Flavia, Colegiada de santa Maria de Iria Flavia,
Convento do Carmo, Igreja de Santiago de Padrón
Troços/Caminhos : Entre Rueiro e Vilar, Rueiro
Termina aqui a 4ª Etapa, assim como a peregrinação, descansa um pouco e aprecia o
local, vais então descansar finalmente .
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PEREGRINAÇÃO A SANTIAGO DE COMPOSTELA _5_