Faculdade de Tecnologia Pastor Dohms GUARDA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE/RS – SEGURANÇA URBANA E PROFISSIONALIZAÇÃO. Carina Ribas Furstenau* INTRODUÇÃO BASE TEÓRICA A temática relacionada aos atuais debates acerca de formas alternativas e cidadãs que visam à construção de soluções para a segurança urbana, através da elaboração de políticas públicas, em especial ao sistema de segurança pública municipal, norteia este estudo. O foco está no emprego das Guardas Municipais na segurança urbana trazendo como objeto de investigação a Guarda Municipal de Porto Alegre (GM POA). Em relação à profissionalização, considerase o pressuposto de que uma profissão deve apresentar as seguintes características: possuir um sistema de educação e formação próprio e contínuo; envolver mecanismos de recrutamento e de remuneração que a configurem em uma carreira profissional diferenciada; ter requisitos cognitivos específicos, métodos, conteúdos ou fins diferenciados para a atividade de busca do conhecimento; gerar internamente uma deontologia própria, um código de ética próprio (CEPIK; ANTUNES, 2002). Este trabalho se estrutura em dois eixos fundamentais: segurança pública – urbana e municipal (contextualização) e profissionalização, incluindo a análise da identidade com o trabalho. Busca-se articular três perspectivas: (1) a externa (influência do Estado); (2) a interna (o processo de profissionalização e de identidade) e (3) a histórica. O conceito de identidade foi baseado na identidade do sujeito sociológico. Segunda esta concepção, a identidade se forma ao longo do tempo, através de processos inconscientes, não sendo algo inato. Assim, ela sempre se encontra incompleta, permanentemente “em processo”, em formação (HALL, 2004). PROBLEMA, OBJETIVOS E METODOLOGIA RESULTADOS / CONSIDERAÇÕES FINAIS O problema de pesquisa foi constituído através dos indicadores de análise (formação, carreira, requisitos cognitivos, requisitos éticos e identidade), ou seja, pode-se definir a Guarda Municipal como uma profissão ou uma ocupação? Os agentes que compõem a GM POA possuem uma identidade, definida e reconhecida, com o seu trabalho? Os programas e projetos de segurança urbana de Porto Alegre visam a transpor o papel do guarda municipal como vigilante dos próprios municipais para um agente integrante do sistema de segurança pública, ampliando suas funções em ações preventivas. O objetivo geral foi o de definir parâmetros conceituais que possibilitassem avaliar o grau de profissionalização da atividade exercida pela Guarda Municipal. Os objetivos específicos visavam (1) compreender o referencial identitário dos agentes em estudo em relação à execução do seu trabalho e (2) verificar a composição sociodemográfica do quadro funcional e as questões históricas que envolvem a GM POA. Na coleta de dados, a pesquisa se baseou em técnicas qualitativas (entrevistas semiestruturadas) e quantitativas (base de dados GM POA). Realizou-se também uma análise documental em relação a questões referentes a exigências de formação, ao desenvolvimento da carreira e do código de ética em vigor. * Professora Adjunto da Faculdade de Tecnologia Pastor Dohms. No que se refere à formação, observa-se que a organização está muito aquém de possuir um sistema próprio de qualificação; na carreira, não possui atividades exclusivas e a ascensão é limitada pela inexistência de um plano de carreira. Os requisitos cognitivos existentes se referem muito mais a uma concepção geral do que a um saber técnico; não possui um código próprio de conduta e de ética e existe baixo nível de identificação dos guardas com a execução do seu trabalho. Portanto, pode-se afirmar que a GM POA não possui aspectos verdadeiramente consolidados para se constituir em uma profissão. Ou, então, vive em uma ausência de profissionalização. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E ELETRÔNICAS CEPIK, Marco; ANTUNES, Priscila. Profissionalização da Atividade de Inteligência no Brasil: Critérios, Evidências e Desafios Restantes. Brasília, 2002. Disponível em: http://www.inteligenciatotal.cl/imagenes/pdf/cap3.pdf Acesso em: 22 jul. 2004. HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. 9. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.