MEMORIAL DE CALCULO 021012 / 1 - 0 GUINCHO MOTORIZADO MODELO RG E 500 . 1 FABRICANTE: Metalúrgica Rodolfo Glaus Ltda ENDEREÇO: Av. Torquato Severo, 262 – Bairro Anchieta 90200 – 210 - Porto alegre - RS TELEFONE: (51) 3371-2988 CNPJ: 92.670.322 / 0001 - 66 INSCRIÇÃO ESTADUAL: 096 / 0086889 Elaborado por: Jose Sergio Menegaz Engº Mecânico CREA 23991 1. OBJETIVO O presente memorial de cálculo objetiva demonstrar as condições de segurança do equipamento em análise, do ponto de vista de seu princípio operacional e de seu dimensionamento mecânico. O dimensionamento não inclui o conjunto motorredutor, uma vez que produzidos por empresas com Departamento de Engenharia próprios. O guincho é particularmente utilizado para movimentação de andaimes suspensos destinados a trabalhos em fachadas de edificações. 2. PRINCIPAIS COMPONENTES DO GUINCHO 5 6 3 1 2 4 6 3 4 1 – Motofreio com desbloqueio manual 2 - Redutor de velocidade tipo coroa e rosca sem fim 3 – Polia de tração do cabo de aço 4 – Engrenagem motora da polia de tração do cabo de aço 5 – Sistema pressor do cabo de aço 6 – Cabo de aço 2 3. DADOS TÉCNICOS DO GUINCHO - Modelo..............................................................................................RG E 500.1 - Capacidade de tração(inclui pesos proprios)..........................................500 Kgf - Capacidade de carga..............................................................................400 Kgf - Velocidade (rede 60 Hz)..................................................................9,50 m / min - Rotação do motor.................................................................................1750 rpm - Peso próprio..............................................................................................40 Kgf - Diametro do cabo de aço...........................................................................8 mm 4. PRINCIPIO OPERACIONAL DO GUINCHO 5 6 3 4 O guincho é acionado pelo motofreio, através do redutor de velocidade tipo coroa e sem fim que transmite o movimento de rotação até o pinhão (4), o qual por sua vez aciona a engrenagem interna executada na polia de tração do cabo de aço (3). O cabo de aço passa através de um canal em V executado na polia, o qual determina uma maior capacidade de tração em função do atrito, conforme demonstrado no item (5.2). Um sistema constituído de dois roletes pressores acionados por mola (5) atua sobre o cabo de aço na região final do arco de abraçamento do mesmo sobre a polia, de modo a obter a força de atrito necessária para garantir a capacidade de tração do guincho. Após o sistema pressor, o cabo de aço é defletido por meio de um sistema guia (6) que o direciona para a posição de saída na parte inferior do guincho. 3 5. ESQUEMA CONSTRUTIVO DA POLIA DE TRAÇÃO DO CABO A polia possui uma engrenagem interna com características conforme abaixo: - Módulo..................................................................................................3 - Numero de dentes Z2.........................................................................60 - Diametro primitivo Dp2............................................................180 mm O pinhão de acionamento da polia, montado no eixo de saída do redutor, possui características conforme abaixo: - Módulo...................................................................................................3 - Numero de dentes Z1..........................................................................14 - Diametro primitivo Dp1................................................................42 mm 4 5.1 Diâmetro efetivo de contato do cabo de tração com a polia Tendo em vista a forma construtiva do canal, o diâmetro efetivo em que ocorre o contato do cabo com o rolo é definido conforme segue: X = R. cos 80º X = 4 . cos 80º ⇒ X = 0,6945mm A corda do circulo, definida pelos pontos de contato do cabo de aço com a polia é dada por: C = 2 . R . cos 10° C = 2 .4. cos 10° ⇒ C = 7,878 mm 5 5.1.1 Triangulo que define o canal de passagem do cabo: B 8,43 A altura do triangulo é dada por: L = 8,43 / 2 . tg 10 ⇒ φ220 A L C L = 23,90 mm A altura A, correspondente ao ponto de contato do cabo com o canal é dada por: A = ( C / 2 ) / tg 10° A = (7,878 / 2 ) / tg 10° ⇒ A = 22,34 mm A altura B, correspondente à distancia entre o diametro externo da polia e o ponto de contato do cabo de aço com o canal é dada por: B=L–A B = 23,90 – 22,34 ⇒ B = 1,56 mm O diâmetro D, correspondente ao ponto de contato do cabo de aço com o canal é definido portanto por: D = 220 – 2 . B D = 220 – 2 . 1,56 ⇒ D = 216,88 mm Em função da capacidade de deformação do cabo, pode-se adotar para efeitos práticos D = 216 mm. 6 5.2 Efeito do canal executado em “V” P P 10 º FN FN2 FN1 A força da atrito é dada por Fa = FN . µ , onde: - FN é a força normal - µ o coeficiente de atrito Para uma superfície plana ou levemente cônica , a força normal FN é igual à carga P atuante. No caso de canais executados em forma de “V”, a força P se decompõe em duas componentes FN1 e FN2 normais aos planos inclinados. Para ângulos iguais nos dois planos inclinados, as forças FN1 e FN2 serão iguais, com valor dado por: FN = P / 2 . sen θ Neste caso, a força de atrito é dada por: Fa = 2 . FN . µ Fa = 2 . (P / 2 . sen θ) . µ ⇒ Fa = P . µ / sen θ Tudo se passa portanto, como se houvesse um incremento do valor do coeficiente de atrito, uma vez que sen θ é sempre menor do que 1. 7 6. ANGULO DE ABRAÇAMENTO DO CABO SOBRE AS POLIAS Saida do cabo da polia Entrada do cabo na polia A figura acima mostra as posições de entrada e de saída do cabo do canal da polia tracionadora, correspondente a um arco igual a 270° ou 4,71 radianos, conforme indicado pela seta. 8 7. FORÇAS ATUANTES NO GUINCHO F2 Fo Fm2 F1 Fm1 7.1 Força de tração no cabo A força de tração F1 depende das forças F2 e Fo, bem como do ângulo de abraçamento total do cabo sobre as polias, e do coeficiente de atrito entre o cabo de aço e polias, segundo a relação definida pela lei de Euler: F1 = F2 . eµα1 F2 = Fo . eµα2 ou ou F2 = F1 / eµα1 Fo = F2 / eµα2 As equações acima podem ser escritas conforme segue: F1 = F2 . eµα1 F1 = Fo . eµα2. eµα1 F1 = Fo . e( µα2 + µα1 ) F1 = Fo . eµ (α2 +α1 ) ⇒ F1 = Fo . e µ . 4,71 9 7.2 Determinação da força F1 A força F1, corresponde à máxima capacidade de tração especificada pelo fabricante, igual à 500 Kgf. OBS: Para prevenir o escorregamento, a carga é considerada como igual à 1,5 F1,, ou seja 750 Kgf, conforme Norma EN 1808 ( item 8.5.1). 7.3 Determinação da força Fo A força Fo é determinada pela relação de Euler dada por: F2 = F1 / eµ . 4,71 O coeficiente de atrito entre o cabo de aço e o canal da polia é igual à 0,15 o que nos leva, de acordo com (5.2), a um coeficiente de atrito dado por: µ = µa / sen θ µ = 0,15 / sen 10 ⇒ µ = 0,8638 Temos então: Fo = 750 / e0,8638 . 4,71 Fo = 750 / 58,46 ⇒ Fo = 13 Kgf A força residual Fo = 13 Kgf é garantida pela força de atrito entre o cabo de tração e apolia, a qual surge pela ação dos roletes pressores. 7.4 Determinação da força de aperto das molas Fm Para que seja possível elevar a carga é necessária a obtenção da força de atrito inicial mediante aperto dos rolos pressores sobre o cabo de aço, definida como força normal Fm. Temos então: Fm1 + Fm2 = Fo / µ Fm1 + Fm2 = 13 / 0,8638 ⇒ Fm1 + Fm2 = 15 Kgf O valor supra definido representa o menor valor a ser exercido pelos rolos pressores sobre o cabo de aço. 10 8. OBTENÇÃO DAS FORÇAS Fm Conforme demonstrado no item 7.4, a soma das forças Fm deve ser igual a 15 Kgf, sendo obtidas por meio da ação de mola helicoidal disposta em um mecanismo articulado, conforme esquema abaixo: 8.1 Força efetiva exercida pela mola - Comprimento inicial da mola..................................................160,00 mm - Comprimento da mola em operação......................................145,00 mm - Diâmetro externo da mola .......................................................20,00 mm - Diâmetro do arame.....................................................................3,80 mm - Diâmetro médio da mola............................................................16,2 mm 8.1.1 Força máxima da mola: P = π . d³ . τ / 16 . r P = π . 3,8³ . 40 / 16 . 8,1 ⇒ P = 53 Kgf 8.1.2 Deflexão máxima da mola f = 64 . n . r³ . P / d4 . G f = 64 . 31 . 8,1³ . 53 / 3,84 . 8500 ⇒ f = 31 mm Nas condições de montagem, a mola apresenta um comprimento igual a 145 mm, com uma deflexão igual a 15 mm. Nesta condição a força da mola é dada por: Fa = (15 / 31) . 53 ⇒ Fa = 25 Kgf 11 8.2 Determinação das forças Fm 8.2.1 Reações verticais nos rolos pressores Somatório das forças segundo o eixo Y: Ra + Fa – R1 – R2 = 0 Ra + 25 – R1 – R2 = 0 Ra - R1 - R2 = - 25 (equação 1) Somatorio dos momentos em relação a Ra: Fa . 25,2 – R1 . 6 – R2 . 12 = 0 25. 25,2 – R1 . 6 – R2. 12 = 0 R1 . 6 + R2 . 12 = 630 (equação 2) 12 Somatorio dos momentos em relação a R1: Fa . 19,2 – Ra . 6 – R2 . 6 = 0 25. 19,2 – Ra . 6 – R2 . 6 = 0 Ra . 6 + R2 . 6 = 480 (equação 3) Para o sistema de três equações e três incógnitas temos: 1 – 1 - 1 = - 25 0 + 6 + 12 = 630 6 + 0 + 6 = 480 Resolvendo o sistema acima temos: Ra = 31,66 Kgf R1 = 8,33 Kgf R2 = 48,33 Kgf OBSERVAÇÃO: Os roletes pressores são montados em uma estrutura articulada, de modo que as reações R1 e R2 se equilibram. Dessa forma, as reações são iguais e dadas pela media da sua soma, ou seja: R1 = 28,33 Kgf R2 = 28,33 Kgf 8.2.2 Forças normais sobre o cabo de tração Fm1 Fm2 13 As forças normais atuantes sobre o cabo de aço de tração são dadas por: Fm1 = R1 / cos 22 Fm1 = 28,33 / cos 22 ⇒ Fm1 = 30,55 Kgf Fm2 = R2 / cos 11 Fm2 = 28,33 / cos 11 ⇒ Fm2 = 28,86 Kgf 8.3 Força Fm equivalente sobre o cabo As duas forças pressoras Fm1 e Fm2 podem ser substituídas por uma única força equivalente definida conforme segue: Fm1 Fm2 R Fm2 α O ângulo φ entre as forças Fm1 e Fm2 é dado por: φ = 180 - 22 – 11 ⇒ φ = 147° O valor da força resultante R é dado por: R² = (Fm1)² + (Fm2)² - 2(Fm1) (Fm2) cos (φ ) R² = 30,55² + 28,86² - 2 . 30,55 . 28,86 . cos 147 R² = 933,30 + 832,39 + 1478,86 ⇒ R = 56,96 Kgf O valor do ângulo entre Fm1 e R é dado por: sen A / Fm2 = sen φ / R sen A / 28,86 = sen 147 / 56,96 ⇒ A = 16º O valor do ângulo α é dado por: α = 22 – 16 α = 6º ⇒ 14 8.4 Ação da força resultante R A força pressora equivalente R, possui valor igual a 56,96 Kgf, a qual provoca uma força de atrito entre o cabo e o rolete dada conforme item 5.2 por: Fa = R . µ / sen θ Fa = 56,96 . 0,15 / sen 10° ⇒ Fa = 49,20 Kgf A força de atrito supra definida é maior do que a força de cauda Fo definida no item 7.3, de modo que a condição de tração capaz da atingir o valor máximo igual a 750 Kgf é superada e Fo = 0 15 9. AÇÕES E REAÇÕES ESTÁTICAS NA POLIA A força F1 possui um valor máximo igual à 500 Kgf, e a força Fo é nula, de acordo com o item 8.4. Conforme estabelecido no item 6, o valor do ângulo de abraçamento do cabo na polia é igual a 270° e a força Fm (força equivalente exercida pelos roletes pressores do cabo de aço) atua num ângulo igual a 6°, com valor igual a 56,96 Kgf conforme esquema abaixo: Fo Fm F1 O valor do ângulo φ entre F1 e Fm é igual a 6°, de modo que a resultante R1 entre as duas forças é dada por: (R1)² = ( F1)² + (Fm)² - 2(F1) (Fm) cos (φ ) (R1)² = 500² + 56,96² - 2 . 500. 56,96. cos 6 (R1)² = 250000 + 3244,44 - 56647,96 ⇒ R1 = 444 Kgf Conforme se verifica, o valor do ângulo de inclinação da força Fm não exerce nenhuma influencia de ordem prática, podendo ser desprezado. Nesta condição a força Fm é considerada como atuante na vertical. 16 Tendo em vista que a tração de cauda Fo é nula, a reação estática total na polia é dada por R1, conforme esquema abaixo: R1 = 444 Kgf 17 10. MOMENTO TORÇOR NA POLIA O valor da carga de trabalho é igual à 500 Kgf. As forças atuantes na polia são dadas conforme segue: - Força F1.......................................................................500 Kgf - Força de cauda Fo...........................................................0 Kgf O momento torçor na polia é dado em função da diferença entre as forças de entrada e saida, multiplicado pelo raio efetivo de contato do cabo de aço com a polia. Sendo assim temos: M = (F1 – Fo) R M = (500 – 0) . 0,108 ⇒ M = 54 Kgfm 18 11. FORÇAS NORMAIS NAS ENGRENAGENS A roda dentada motora transmite o torque atuante na polia através da força normal nos flancos dos dentes, a qual atua inclinada em relação à reta que une os centros das rodas dentadas, com ângulo de inclinação igual ao ângulo de flanco dos dentes, que neste caso é igual à 20º (DIN 867). Dessa forma, o ângulo entre a reta de ação das forças normais e a reta que une os centros das engrenagens é igual à 70º. As forças normais definem, em conjunto com a reação estática definida no ítem 9, uma nova força resultante total sobre a polia, conforme abaixo demonstrado. Engr. movida Z2 = 60 m=3 Dp = 180 mm Engr. motora Z1 = 14 m=3 Dp = 42 mm Fp Fp 20° 11.1 Força periférica Fp A força periférica Fp se origina do momento transmitido pela roda dentada motora Z1, cujo valor é igual ao momento resistente imposto pela polia. O valor do momento total é igual à 54 Kgfm, conforme estabelecido no item 10, para carga igual à 500 Kgf. O diâmetro primitivo da engrenagem movida é igual à 180 mm, com raio igual à 90 mm, o que conduz à uma força periférica dada por: Fp = M / Rp Fp = 54 / 0,09 ⇒ Fp = 600 Kgf 19 12. RESULTANTE TOTAL (ESTÁTICA + DINÂMICA) NOS COMPONENTES 12.1 Resultante total na engrenagem motora A resultante total na engrenagem motora é igual à sua resultante estática, uma vez que a força no dente para elevar a plataforma é a mesma força necessária para mante-la parada em altura. A engrenagem motora está submetida somente à força normal Fp, conforme esquema abaixo: Rd1 Fp A reação dinâmica Rd1 é igual à força periférica Fp, ou seja: Rd1 = Fp = 600 Kgf ( conforme item 11.1 ) 20 12.2 Resultante total na polia A engrenagem solidária à polia está sujeita à força Fp, além da resultante estática R1 definida no item 9, conforme esquema abaixo: R1 θ Rd2 R1 Fp O ângulo φ entre as forças R1 e Fp é dado por: φ = 20° O valor da força resultante Rd2 é dado por: (Rd2)² = ( R1)² + (Fp)² - 2(R1) (Fp) cos (φ ) (Rd2)² = 444² + 600² - 2 . 444 . 600 . cos 20 ⇒ O valor do ângulo entre R1 e Rd2 é dado por: sen A / Fp = sen φ / Rd2 sen A / 600 = sen 20 / 238 ⇒ A = 60º ⇒ θ = 30º Rd2 = 238 Kgf O valor do ângulo θ é dado por: θ = 90 – 60 21 13. RESULTANTES TOTAIS EM CADA COMPONENTE 13.1 Resultantes estáticas 444 Kgf 600 Kgf 20° 13.2 Resultantes dinâmicas 600 Kgf 238 Kgf 15° 20° 22 14. VELOCIDADE LINEAR E ROTAÇÃO DAS POLIAS O guincho é acionado por meio de motor quatro pólos, com rotação nominal igual à 1750 rpm, através de redutor de velocidade com relação de transmissão igual à 1: 30 e redução por engrenagens com relação de numero de dentes igual à 14 e 60. Dessa forma a velocidade de rotação da polia de tração do cabo de elevação da plataforma é dada por: np = 1750 / ( 30 . (60 / 14)) ⇒ np = 13,61 rpm Para um diametro efetivo de contato do cabo de aço com a polia igual a 216 mm, a velocidade de rotação supra estabelecida conduz à um valor da velocidade linear dada por: v=π.D.n v = π . 0,216 . 13,61 v = 9,23 m / min (0,153 m / s ) ⇒ 15. POTENCIA DO MOTOR DE ACIONAMENTO Para uma capacidade de carga igual a 500 Kgf e velocidade de deslocamento igual a 9,23 m / min , a potencia nominal é dada por: Nn = P . v / 60 . 75 . µg Nn = 500 . 9,23 / 60 . 75 . 0,70 ⇒ Nn = 1,46 CV O motor utilizado possui potencia igual a 1,5 CV , superior à potencia supra definida. 23 16. REAÇÕES NOS ROLAMENTOS 16.1 Reação dinâmica A reação dinâmica na polia, igual a 238 Kgf, resulta da soma vetorial das reações R1 e Fp. A cota x define a distancia do plano de atuação de Rd2 ao centro do rolamento sujeito à reação R1, e é dado por: X = (444 . 24 + 600 . 48) / (444 + 600) ⇒ X= 38 mm Somatório das forças segundo o eixo Y: 238 = R1d + R2d (equação 1) Somatório dos momentos em relação à R1: 238 . 38 - R2d . 52 = 0 ⇒ R2d = 174 Kgf Substituindo na equação 1 temos: 238= R1d + R2d 238 = R1d + 174 ⇒ R1d = 64 Kgf 24 16.2 Reação estática 444 R2e R1e Somatório das forças segundo o eixo Y: 444 = R1e + R2e (equação 1) Somatório dos momentos em relação à R1: 444. 24 - R2e . 52 = 0 ⇒ R2e = 205 Kgf Substituindo na equação 1 temos: 444 = R1e + R2e 444 = R1e + 205 ⇒ R1e = 239 Kgf 25 17 VERIFICAÇÃO DOS ROLAMENTOS DA POLIA A polia é montada sobre rolamentos de esfera tipo 6004 2RS1, sustentando as reações R1 e R2 respectivamente. As capacidades de carga dos rolamentos são dadas conforme segue: - Capacidade de carga estática............................................405 Kgf - Capacidade de carga dinâmica..........................................689 Kgf Com a plataforma de trabalho parada, os rolamentos estão sujeitos às resultantes estáticas, cujo valor máximo é igual a 239 Kgf. O coeficiente de segurança em relação à esta carga é dado por: n = 405 / 239 ⇒ n = 2,88 Com a plataforma de trabalho em movimento, os rolamentos estão sujeitos às resultantes dinamicas, cujo valor máximo é igual a 174 Kgf. O coeficiente de segurança em relação à esta carga é dado por: n = 689 / 174 ⇒ n = 3,95 17.1 Vida dos rolamentos A vida dos rolamentos é de difícil determinação, já que depende da rotação do guincho. O regime de trabalho do guincho determina que após cada movimentação, onde os rolamentos estão sujeitos à carga dinâmica, o mesmo permaneça um tempo relativamente longo em repouso, submetendo os rolamentos somente à carga estática. Da mesma forma, a carga dinâmica à que o rolamento está submetido é variável, uma vez que depende da carga à qual o guincho estará submetido. Sendo assim, admitimos que o rolamento mais carregado (menor coeficiente de segurança) esteja sujeito à 100% da carga dinâmica máxima (174 Kgf) e à máxima rotação, hipótese em que a vida dos rolamentos é dada por: Lh = 1000000 . ( C / P )3 / 60 . n Lh = 1000000 . ( 689 / 174 )3 / 60 . 13,61 ⇒ Lh = 76032 horas 26 18 VERIFICAÇÃO DO EIXO DA POLIA Em função da montagem, pode-se admitir que o eixo da polia esteja submetido somente à tensão de cisalhamento. O eixo possui diâmetro 20 mm, com área da seção transversal igual a 3,14 cm². O maior valor da carga no eixo é igual a 239 Kgf (R1e), de modo que a tensão de cisalhamento é dada por: τ=F/A τ = 239 / 3,14 ⇒ τ = 76 Kgf / cm² 18.1 Coeficiente de segurança Adotando-se o critério segundo o qual a tensão máxima a que um componente possa estar submetido é igual à tensão de escoamento do material deste componente, dividido por 1,5, e para o eixo executado em material SAE 1010 com tensão de escoamento igual à 1800 Kgf / cm², a tensão admissível é dada por: σadm = σe / 1,5 σadm = 1800 / 1,5 ⇒ σadm = 1200 Kgf / cm² A tensão máxima no eixo é igual à 82 Kgf / cm², de modo que apresenta um fator de segurança em relação à tensão máxima admissível dado por: n = σadm / σ n = 1200 / 76 ⇒ n = 15 27 19. VERIFICAÇÃO DO ACIONAMENTO PINHÃO - POLIA Tanto o pinhão como a coroa interna à polia são executados em material SAE 8620, termicamente tratado, com especificação de dureza igual a 55 HRC (aprox. 5550 HB). Para cálculo da pressão nos flancos dos dentes, admitimos inicialmente uma vida útil igual a 5000 horas. O eixo motor gira com rotação igual a 58,33 rpm, igual à rotação de saída do redutor que apresenta relação de transmissão 1 :30. 19.1 Verificação do engrenamento quanto à pressão no flanco do dente 19.1.1 Torque no pinhão T = 30000 . N / 3,14 . n T = 30000 . (1,50 . 0,736 . 0,7) / 3,14 . 58,33 T = 126,58 Nm (126580 Nmm) 19.1.2 Relação de transmissão I = Z2 / Z1 I = 60 / 14 ⇒ i = 4,28 19.1.3 Pressão admissivel 19.1.3.1 Fator de durabilidade Para uma vida útil igual a 5000 horas de trabalho, o fator de durabilidade é dado por: W = 60 . n1 . h / 106 ⇒ W = 17,499 W = 60 . 58,33 . 5000 / 106 W 1/ 6 = 17,499 1 / 6 ⇒ W 1 / 6 = 1,611 19.1.3.2 Pressão admissivel A dureza do material é da ordem de 6550 HB (N/mm²), de modo que a pressão admissível é dada por: σadm = 0,487 . HB / W 1 / 6 σadm = 0,487 . 5550 / 1,611 ⇒ σadm = 1677 N / mm² 19.1.3.3 Fator de serviço De acordo com tabela AGMA, para carga uniforme, até dez horas de operação por dia o fator de serviço ϕ é igual a 1. 19.1.3.4 Volume mínimo do pinhão b1 . do1² = 5,72 . 105 . (T / σadm² ) (( i – 1) / (i – 0,14)) . ϕ b1 . do1² = 5,72 . 105 . (126580 / 1677² ) ((4,28 –1) / (4,28 – 0,14)) . 1 b1 . do1² = 5,72 . 105 . (0,04500 ) ((3,28) / (4,14)) . 1 b1 . do1² = 5,72 . 105 . (0,04500) (0,7922) . 1 b1 . do1² = 20391 mm³ 28 O pinhão possui diâmetro primitivo igual a 42 mm e largura efetiva de contato do dente igual a 24 mm, de modo que o volume mínimo é dado por: b1 . do1² = 24 . 42² ⇒ b1 . do1² = 42336 mm³ . A condição quanto ao volume mínimo é atendida com folga, para 5000 horas de operação. O numero de horas de vida exato é definido através do cálculo inverso conforme segue: 19.1.3.5 Recálculo do numero de horas de operação Fazendo o volume mínimo igual a 43467 mm³ (correspondente ao pinhão existente) e mantendo σadm como incógnita temos: b1 . do1² = 5,72 . 105 . (T / σadm² ) (( i – 1) / (i – 0,14)) . ϕ 42336 = 5,72 . 105 . (126580 / σadm² ) ((4,28 –1) / (4,28 – 0,14)) . 1 42336 = ( 7,240376 . 1010 / σadm² ) ((3,28) / (4,14)) . 1 42336 = (7,240376 . 1010 / σadm² ) (0,7922)) . 1 42336 = 5,735825 . 1010 / σadm² ⇒ σadm = 1355 N / mm² Substituindo o valor de σadm e mantendo W como incógnita temos: σadm = 0,487 . HB / W 1 / 6 1355 = 0,487 . 5550 / W 1 / 6 W 1 / 6 = 0,487 . 5550 / 1355 W 1 / 6 = 1,994 ⇒ W = 62,99 Substituindo o valor de W e mantendo numero de horas de vida útil como incógnita, temos: W = 60 . n1 . h / 106 62,99 = 60 . 58,33 . h / 106 ⇒ h = 17998 horas O valor supra definido se refere à vida útil do pinhão de acionamento da polia, operando permanentemente com o torque máximo, equivalente à operação permanente com carga máxima igual a 500 Kgf. 19.2 Verificação do engrenamento quanto à flexão no pé do dente 19.2.1 Força tangencial no dente Conforme definido no item 11.1 a força tangencial Fp é igual a 600 Kgf ou 6000 N. 19.2.2 Fator de forma Conforme tabelas AGMA, o fator de forma é dado em função do numero de dentes. Para o pinhão com 14 dentes, o fator de forma q é igual a 4,1. 19.2.3 Fator de serviço De acordo com tabela AGMA, para carga uniforme, até tres horas de operação por dia o fator de serviço ϕ é igual a 0,5. 29 19.2.4 Tensão máxima atuante no pé do dente O valor da tensão máxima é dado por: σmax = Fp . q . ϕ / b . mn σmax = 6000 . 4,1 . 0,5 / 24 . 3 ⇒ σmax = 171 N / mm² A tensão de flexão admissível no pé do dente, para material SAE 8620 termicamente tratado é igual a 200 N / mm². Conforme se verifica, o valor da tensão de flexão no pé do dente apresenta valor inferior à tensão máxima admissível. 30 20. VERIFICAÇÃO DO EIXO DO PINHÃO O eixo suporte do pinhão de acionamento da polia de tração do cabo é montado no eixo de saída do redutor de velocidades, execução vazado, estando sujeito à tensão de cisalhamento devido ao momento torçor, e à tensão de flexão provocada pela força Fp. 31 20.1 Tensões no eixo do pinhão 20.1.1 Tensão de cisalhamento Na seção considerada o diâmetro externo do eixo é igual a 28 mm, de modo que o momento de inércia polar é dado por: Jp = π . D4 / 32 ⇒ Jp = 6,031 cm4 Jp = π . 2,84 / 32 O momento torçor no eixo é igual a 1265,8 Kgfcm (conforme item 19.1.1), de modo que a tensão de cisalhamento é dada por: τ = Mt . R / Jp τ = 1265,8. 1,4 / 6,031 ⇒ τ = 294 Kgf / cm² 20.1.2 Tensão de flexão Na seção considerada o diâmetro externo do eixo é igual a 28 mm, de modo que o momento de inércia é dado por: J = π . D4 / 64 J = π . 2,84 / 64 ⇒ Jp = 3,015 cm4 O momento fletor no eixo é igual à força Fp multiplicada pela distancia 7 cm resultando em 4200 Kgfcm. A tensão de flexão é dada por: σ = M . ymax / J σ = 4200. 1,4 / 3,015 ⇒ σ = 1950 Kgf / cm² 20.1.3 Tensão de comparação no eixo do pinhão A tensão de comparação para a seção A do eixo é dada por: σCP = ( σ² + 3 τ² )0,5 σCP = (1950² + 3 . 294² )0,5 ⇒ σCP = 2015 Kgf / cm² 20.1.4 Coeficiente de segurança Adotando-se o critério segundo o qual a tensão máxima a que um componente possa estar submetido é igual à tensão de escoamento do material deste componente, dividido por 1,5, e para o eixo executado em material SAE 8620 beneficiado com tensão de escoamento igual à 6000 Kgf / cm², a tensão admissível é dada por: σadm = σe / 1,5 σadm = 6000 / 1,5 ⇒ σadm = 4000 Kgf / cm² A tensão máxima no eixo é igual à 1286 Kgf / cm², de modo que apresenta um fator de segurança em relação à tensão máxima admissível dado por: n = σadm / σ n = 4000 / 2015 ⇒ n = 1,98 32 21. CONCLUSÃO Conforme demonstrado, o guincho de tração motorizado modelo RG E 500.1 produzido pela empresa Rodolfo Glaus apresenta condições de segurança para operação dentro dos parâmetros de cálculo estabelecidos, com carga nominal máxima igual à 400 Kgf. Porto Alegre, 20 de Fevereiro de 2012 José Sergio Menegaz Engº Mecánico CREA 23991 33