ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO FLEXÍVEIS FLÁVIO DE MARCO FILHO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA POLI/UFRJ - 2009 SUMÁRIO INTRODUÇÃO, 4 1. CORREIAS, 6 1. INTRODUÇÃO, 6 2. CARACTERÍSTICAS, APLICAÇÕES E MATERIAIS DE FABRICAÇÃO, 8 3. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO, 11 4. RELAÇÕES PRINCIPAIS, NOMENCLATURA, DEFINIÇÕES E SIMBOLOGIAS, 12 5. ANÁLISE E DETERMINAÇÃO DAS CARGAS, 13 6. ESPECIFICAÇÃO DE CORREIAS TRAPEZOIDAIS, 18 7. ESTIMATIVA DE VIDA DA CORREIA, 25 8. RECOMENDAÇÕES E ORIENTAÇÕES DE PROJETO, 27 9. POLIAS, 29 EXEMPLO, 40 EXERCÍCIOS PROPOSTOS, 45 BIBLIOGRAFIA, NORMAS E CATÁLOGOS, 46 ANEXOS, 48 2. CORRENTES, 57 1. INTRODUÇÃO, 57 2. MATERIAIS DE FABRICAÇÃO E TIPOS DE CORRENTE, 59 3. NOMENCLATURA E COMPONENTES DAS CORRENTES DE ROLOS, 62 4. AÇÃO POLIGONAL OU CORDAL, 66 5. DIMENSIONAMENTO E ESPECIFICAÇÃO, 68 6. ESTIMATIVA DE VIDA, 72 7. EFICIÊNCIA DAS CORRENTES, 73 8. LUBRIFICAÇÃO DE CORRENTES, 74 9. .LIMITES DE UTILIZAÇÃO E RECOMENDAÇÕES DE PROJETO, 80 10. ENGRENAGENS DE CORRENTES, 83 EXEMPLO, 89 EXERCÍCIOS PROPOSTOS, 91 BIBLIOGRAFIA, NORMAS E CATÁLOGOS, 92 3. CABOS DE AÇO, 94 1. INTRODUÇÃO, 94 2. CARACTERÍSTICAS, APLICAÇÕES E PROCESSO DE FABRICAÇÃO, 95 3. COMPOSIÇÃO BÁSICA E MATERIAIS, 99 4. MEDIDAS, ESPECIFICAÇÃO E PRINCIPAIS SIMBOLOGIAS, 105 5. CLASSIFICAÇÃO DE CABOS E NOMENCLATURA, 107 6. ANÁLISE DE CARGAS, 108 7. FLEXIBILIDADE E RESISTÊNCIA Á ABRASÃO, 112 8. DIMENSIONAMENTO, 113 9. MANUTENÇÃO E LUBRIFICAÇÃO, 119 10. ACESSÓRIOS DE CABOS DE AÇO, 121 11. COMENTÁRIOS FINAIS, 126 EXEMPLO, 129 BIBLIOGRAFIA E NORMAS PRINCIPAIS, 132 APÊNDICES, 134 ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO FLEXÍVEIS INTRODUÇÃO A elaboração de um livro didático é sempre um processo árduo, longo e muitas vezes cansativo. Um livro didático sobre assuntos tecnológicos é uma tarefa um pouco mais difícil. Os avanços tecnológicos são tão velozes; a evolução dos materiais caminha tão rápida que provavelmente muito cedo este material estará obsoleto. Mas não é razão para não fazê-lo. É sim mais um motivo para uma permanente atualização. Para preparar um curso sobre os elementos de transmissão flexíveis mais utilizados em projetos de engenharia, foi necessária uma longa e aprofundada pesquisa. O motivo foi a ausência de uma literatura específica, única, abrangente e atualizada. Durante esse processo foram feitas duas constatações: • O conhecimento e o material sobre o assunto estão disponíveis, porém bastante dispersos e espalhados nos livros, catálogos de fabricantes, artigos científicos, sites e etc., • Ensaios mecânicos com resultados muito dispersos, impossibilitando, assim, um dimensionamento mais preciso e implicando na utilização de altos coeficientes de segurança, principalmente em cabos de aço. Assim, o objetivo desta apostila foi tentar reunir em um único texto, parte deste conhecimento espalhado e disponibilizá-lo para os estudantes de Engenharia. O público alvo deste livro são estudantes de Engenharia Mecânica. Pode ser utilizado também por engenheiros e profissionais da área, que possuam os principais requisitos, que são obviamente a Matemática e a Física, além de Mecânica dos Sólidos e Ciência dos Materiais. Este material didático é apenas um dos componentes do curso de Elementos de Máquinas II. Para o completo aproveitamento, deve ser acompanhado de aulas expositivas, dos exercícios de treinamento e de avaliações periódicas. Todos eles são importantes e complementares. Este material didático está disponível para todos os alunos do Departamento de Engenharia Mecânica da UFRJ. O www.mecanica.ufrj.br, no blog do autor. download pode ser feito no endereço 1 - CORREIAS 1.1. INTRODUÇÃO As correias, juntamente com as polias são um dos meios mais antigos de transmissão de movimento. É um elemento flexível, normalmente utilizado para transmissão de potência entre dois eixos paralelos distantes. Elas são fabricadas em várias formas e com diversos materiais. Os tipos mais comuns estão apresentados na figura 1.1. a) correia plana b) correia trapezoidal ou em “V” c) correias sincronizadas ou dentadas d) correia dupla e) correia hex f) correia ranhuradas Figura 1.1 – Tipos de correias. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 7 São largamente utilizadas nas indústrias de máquinas operatrizes e automotiva; são encontradas em diversos equipamentos, desde pequenos aparelhos eletrônicos até equipamentos industriais de grande porte. O grande sucesso na utilização das correias é devido, principalmente, às seguintes razões: a boa economia proporcionada por esta transmissão, sua grande versatilidade e a segurança. Razões econômicas • padronização, • facilidade de montagem e manutenção (a disposição é simples e o acoplamento e o desacoplamento são de fácil execução), • ausência de lubrificantes e • durabilidade, quando adequadamente projetadas e instaladas. Razões de segurança • reduzem significativamente choques e vibrações devido à sua flexibilidade e ao material que proporciona uma melhor absorção de choques e amortecimento, evitando a sua propagação, • limitam sobrecargas pela ação do deslizamento (podem funcionar como “fusível mecânico”). • funcionamento silencioso, Razões de versatilidade • permitem grandes variações de velocidade (i recomendado ≤ 6) • possibilitam rotações no mesmo sentido (correia aberta) ou em sentidos opostos (correia fechada) – Figura 1.6. • facilidade de variação de velocidade: - contínuo (figura 1.2.a) - descontínuo (polias escalonadas - figura 1.2.b) DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 8 (b) (a) (c) Figura 1.2 – Transmissões variáveis contínuas - com correia em “V” (a) e (b) e escalonada (cone de polias) com correia plana (c). 1.2. CARACTERÍSTICAS, APLICAÇÕES e MATERIAIS DE FABRICAÇÃO 1.2.1. Características As principais características das transmissões por correias são: • é uma transmissão essencialmente por atrito e este é resultante de uma compressão inicial entre a correia e a polia, através de uma carga inicial quando estacionária. • é adequada para grandes distâncias entre eixos. 1.2.2. Aplicações As aplicações são as mais diversas. Alguns exemplos são apresentados abaixo. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 9 Variadores escalonados de velocidade Transmissões por correia com relação de multiplicação variável em degraus. Diâmetros das polias devem ser feitos de tal maneira que o comprimento necessário da correia seja suficiente para todos os degraus (Figura 1.2 (b)) Figura 1.4 – Exemplo de aplicação de correias (Cortesia da Wabeco Lathe). Figura 1.5 – Transmissão por correia com variação contínua (CVT) na relação de multiplicação através do deslocamento da correia sobre a polia em movimento. Variadores contínuos São normalmente utilizados para relação de transmissão (i) entre 0,8 e 1,2, com graduação através do deslocamento axial dos discos cônicos, onde os diâmetros úteis (dm) das polias acionadora e acionada variam opostamente, de tal forma que se conserva a tensão sem a variação da distância entre os eixos (Figura 1.5). 1.2.3. Composição Básica e Materiais de Fabricação DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 10 As correias mais antigas eram fabricadas em couro. Atualmente este material está em desuso e se utilizado o é apenas para correias planas. A composição das correias modernas é de material compósito. É uma mistura de polímeros (borracha) com fibras vegetais (algodão ou cânhamo) ou materiais metálicos (arames ou cabos de aço). A composição mínima das correias trapezoidais e planas está mostrada na figura 1.6 (a) e (b). Figura 1.6 – Composição mínima das correias trapezoidais e planas. Os elementos de tração por sua vez podem ser compostos de cordas de nylon ou fibra sintética, ou arames de aço ou mesmo cabos de aço, conforme mostra a figura 1.7. Este elemento é diretamente responsável pela capacidade de transmissão das correias. Porém, quanto maior a resistência destes elementos menor é a flexibilidade da correia. Figura 1.7 – Seção das correias. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 11 A capacidade de carga de uma correia depende dos elementos internos de tração (fios de nylon ou arames ou cabos de aço, etc.), das condições de trabalho e da velocidade. 1.3. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Como foi exposto anteriormente é uma transmissão por atrito que é resultante de uma compressão inicial entre a correia e a polia, através de uma carga inicial (Fi) ou pré-carga na correia quando estacionária (figura 1.8.a.), ficando ambos os lados da correia submetidos ao mesmo esforço. Quando a transmissão está em funcionamento, observa-se que os lados da correia não estão mais submetidos à mesma tensão; isso ocorre uma vez que a polia motora tensiona mais a correria em um lado (ramo tenso) do que do outro (ramo frouxo), conforme pode se observar na figura 1.8.b. Essa diferença de tensões entre os lados tenso e frouxo da correia é causadora de uma deformação na correia denominada creep. Parada - com carga inicial -Fi motora movida Transmissão Lado froux o n motora n Lado tens o movida Figura 1.8 – Transmissão por correias Na polia motora, a correia entra tensa devido ao esforço de girar a polia movida, e sai frouxa; assim, à medida que a correia passa em torno da polia, a tensão gradualmente diminui de F1 para F2 e a correia sofre uma contração também gradual. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 12 Em conseqüência disso, a correia deixa a polia motora mais contraída, uma vez que perde um pouco do seu alongamento ao mover-se em torno da polia. Na polia movida, o fenômeno se repete, mas inversamente. Outro fenômeno que pode acontecer em transmissões por correias é o deslizamento, sendo este conseqüência de uma tensão inicial insuficiente ou de uma sobrecarga excessiva no eixo resistente, o que causa uma compressão insuficiente da correia sobre a polia, não desenvolvendo o atrito necessário entre elas. Ambos os efeitos diminuem o rendimento da transmissão. O creep é inevitável, pois é conseqüência da elasticidade do material da correia, porém a perda decorrente é pequena e não afeta de modo sensível a transmissão. O deslize, quando excessivo, além de diminuir apreciavelmente o rendimento da transmissão, gerar calor capaz de danificar a superfície da correia. O deslizamento é evitado com a aplicação de uma tensão inicial adequada. 1.4. RELAÇÕES PRINCIPAIS, NOMENCLATURA, DEFINIÇÕES E SIMBOLOGIAS A figura 1.9 mostra transmissões por correia aberta e fechada. As principais relações, definições, simbologias e nomenclaturas adotadas neste trabalho são mostradas a seguir. l 2 1 d D 1 2 motora movida c Correia aberta Correia fechada Figura 1.9 – Transmissão com correia aberta e fechada ⎛D−d ⎞ ⎟ ⎝ 2.c ⎠ −1 θ1,2 = ângulo de abraçamento ⇒ θ 1,2 = π ± 2. sen ⎜ c = distância entre centros ⇒ onde: DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II [ k + k 2 − 32 ⋅ ( D − d ) 2 c= 16 ] .5 k = 4 ⋅ L − 2 ⋅ π ⋅ (D + d ) Prof. Flávio de Marco 13 L = comprimento da correia ⇒ D = diâmetro maior L = 2⋅c + π 2 (D + d ) + ( D − d ) 2 [1] 4.c ⎫ D+d ⎪ (correias em “V”) ⎬ Dmédio = 2 ⎪ ⎭ d = diâmetro menor l = 4 ⋅ c − (D − d ) + 2 1 (Dθ L + dθ S ) 2 n1,2 = rotações das polias motora (1) e movida (2) Definição: Relação de transmissão → rotação da motora = i = n1 rotação da movida n2 ⎧se n 2 > n1 ⇒ multiplicação i < 1 Ex. i = 0,25 = 1/4 ou mult 4 : 1 ou 1 : 4 ⎨ Ex. i = 3 = 1/4 ou redução 3 : 1 ou 1 : 3 ⎩se n 2 < n1 ⇒ redução i > 1 n1 d 2 = =i n2 d 1 [2] 1.5. ANÁLISE DAS CARGAS E DETERMINAÇÃO DAS CARGAS As correias estão submetidas basicamente a dois tipos de tensões: tensão devido ao tracionamento e tensão devido à flexão da correia em torno da polia. A figura 1.10 mostra a configuração da força normal (N) resultante do tracionamento inicial, que origina a força de atrito (μ.N) necessária à transmissão, tanto para correias planas (figura 1.10a) como para trapezoidais (figura 1.10b). F F N dN (a) dN (b) Figura 1.10 – Força de atrito entre a correia e a polia (a) plana e (b) trapezoidal. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 14 Algumas análises e definições, baseadas na figura 1.11, serão agora feitas. Fi = carga inicial ou pré-carga F1 = força no ramo tenso F2 = força no ramo frouxo R = resultante na correia - carga útil, carga transmitida ⇒ R = F1 − F2 1.5.1 – Carga Inicial - Fi Se T = 0 (parado) ⇒ R = 0 ⇒ Fi = F1 - F2 Se T > 0 (transmissão) ⇒ ⎧⎨ F1 = Fi + ΔF ⎩ F2 = Fi − ΔF R ⎧ ⎪ F1 = Fi + 2 ⎪ Se R↑(limite) ⇒ ⎨ ⎪F = F − R i ⎪⎩ 2 2 F1 - F2 = R = 2.ΔF ⇒ ΔF = R T Fr = 2 2 F1 + F2 = R = 2.Fi F + F2 ⎧ F2 min = 0 ( não há compressão) como F2 > 0 ⇒ Fi = 1 ⎨ 2 ⎩ F1 ma´ x = R = 2 Fi ⇒ Fi máx = R / 2 Assim, o único modo de transmitir potência é aumentar a força inicial (Fi) d 2 Fc F+ F dN dN d 2 d F R F2 n F1 Figura 1.11 – Cargas atuantes em correias planas. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 15 1.5.2 - Análise da Relação Entre as Cargas nos Ramos da Correia (F1 e F2) dθ dθ + F ⋅ sen − dN = 0 2 2 dθ dθ ∑ FH = 0 ⇒ (F + dF) ⋅ cos 2 − F ⋅ cos 2 − μ ⋅ dN = 0 ∑F v = 0 ⇒ (F + dF) ⋅ sen porém, cos dθ dθ = 1; sen = dθ 2 2 Fsen dθ dθ dθ + dFsen + Fsen − dN ⇒ Fdθ = dN 2 2 2 [3] F + dF − F − μdN ⇒ dF = μdN [4] substituindo (4) em (3), vem: dF = μ.F.dθ ⇒ dF/F=μdθ integrando: ∫ F2 F1 F1 = e μθ ⇒ correias planas F2 θ F dF = μ ∫ dθ ⇒ ln 1 = μθ ⇒ 0 F F2 [5] A equação [4] é denominada equação fundamental das correias. Essa equação representa, considerando os demais parâmetros constantes, a relação máxima entre as forças F1 e F2 que a correia pode operar sem deslizamento. Para correias trapezoidais a equação [4] torna-se: μθ F1 = e sen (ϕ / 2 ) ⇒ correias em “V” F2 [6] 1.5.3 - Análise da Força Centrífuga - Fc Fc = mv2 f .b.t.r.d.v 2 f .b.t.v 2 dθ = = r gr g ⇒ aplicando na eq.(3), tem - se : F1 − Fc = e μθ F2 − Fc ⇒ aplicando na eq.(4), tem - se : F1 − Fc = e senϕ / 2 F2 − Fc μθ DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 16 A figura 1.12 mostra a relação entre F1 xθ para correias planas. F2 Figura 1.12 – Relação entre as cargas na correia e o ângulo de abraçamento. 1.5.4 - Carga Devido à Flexão da Correia As cargas provenientes da flexão da correia em torno da polia, apesar de apresentarem baixos valores, são cíclicas, podendo causar a ruptura da correia por fadiga. Quanto menor a polia, maior a carga. A figura 1.13 apresenta a distribuição de tensões ao longo da correia em uma volta. B A D C F1 máx F2 F1 F2 ÚTIL Centrífuga Inicial D ciclo A B C Figura 1.13 – Distribuição de tensões ao longo da correia. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 17 σc ⇒ tensão devido à força centrífuga - Fc σ1 ⇒ tensão devido à força F1 (ramo tenso) σu ⇒ tensão útil σ2 ⇒ tensão devido à força F2 (ramo frouxo) σF1 ⇒ tensão de flexão na polia 1 αG ⇒ ângulo de deslizamento σF2 ⇒ tensão de flexão na polia 2 A influência do diâmetro da polia menor sobre a vida da correia é alta. A tabela 1 apresenta o resultado de um estudo sobre este efeito. Pode-se observar que um decréscimo de cerca de 20 % no diâmetro recomendado da polia menor implica na redução da vida da correia na ordem de 70 %. Tabela 1 – Influência do diâmetro da polia menor sobre a vida da correia. Perfil C Diâmetro da polia menor - d (drecomendado = 254 mm) mm in 305 280 254 230 203 178 12 11 10 9 8 7 VIDA DA CORREIA (%) 260 165 100 59 30 15 Tensão nas correias: • Sub-tracionamento provoca deslizamento e geração de calor devido ao atrito entre a correia e a polia. • Super-tracionamento diminui a vida das correias e mancais. 1.5.5. Determinação das Cargas As cargas atuantes nesta transmissão são determinadas a partir da potência ou torque transmitidos e na equação fundamental das correias. 1. Potência: T[N.m] P.K1 P = T ⋅ n ⇒ (F1 - F2 ) = r[m] r.n n[rpm] DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II ⎫ ⎪ ⎬ ⎪ ⎭ ⎧ P[kW]⇒ K1 = 9550 ⎪ ⎨ P[HP]⇒ K1 = 7120 ⎪ P[CV] ⇒ K = 7026 1 ⎩ Prof. Flávio de Marco 18 2. Equações [5] ou [6] F1 = eK2 F2 onde: K2 = μ.θ K2 = μ ⋅θ ⎛ϕ ⎞ - para correias planas - para correias em “V” sen⎜ ⎟ ⎝2⎠ 1.6. ESPECIFICAÇÃO DE CORREIAS TRAPEZOIDAIS 1.6.1. Padronização As correias industriais trapezoidais são fabricadas basicamente com dois conjuntos de perfis: o perfil Hi-Power (A, B, C, D e E) e o perfil PW (3V, 5V e 8 V), conforme mostra a figura 1.13. As diferenças entre os perfis são dimensionais e estas dimensões são apresentadas na tabela 2. Figura 1.13 – Padronização de correias trapezoidais. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 19 Tabela 2 – Dimensões principais das correias trapezoidais. HI-POWER Seção b [mm] t [mm] A B C D E 3V 5V 8V 13 8 76 127 710 17 11 127 188 1000 22 14 188 330 1600 32 19 330 432 2000 38 23 432 710 2500 9.5 8 68 304 _ 16 13.5 180 406 _ 25.4 22 320 570 _ b A t PW 3V Faixa recomendada de diâmetros para a polia menor [mm] dmín dmáx dlimite t ϕ = ângulo da correia “V”(34º a 42º) 1.6.2. Seleção de Correias Trapezoidais O procedimento para a seleção da correia mais adequada segue a seguinte seqüência ou passos: 1º) Determinação da potência de projeto 2º) Escolha da seção mais adequada 3º) Cálculo da potência transmitida por 1 correia 4º) Determinação do número de correias 5º) Determinação do comprimento e especificação da correia 1º) Potência de Projeto - PHP Normalmente, em uma transmissão, é conhecida a potência da máquina condutora (P). Esta deve ser multiplicada por um fator de serviço que levará em consideração certas condições de funcionamento, tais como o arranque, o tempo de funcionamento, a carga (intermitente ou contínua), o tipo de choque e etc.. Quando a potência da máquina conduzida for conhecida esta pode ser utilizada como potência de projeto (PHP). PHP = P ⋅ FS onde: P = potência do motor. FS = fator de serviço. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 20 Tabela 3 - Fator de Serviço – FS. TIPO DE TRABALHO FATOR DE SERVIÇO LEVE Utilização: uso intermitente, menos de 6 h/dia Sem sobrecarga. 1.0 NORMAL 1.2 MÉDIO 1.4 PESADO 1.6 EXTRA-PESADO CONDIÇÃO DE TRABALHO Utilização: 6 a 16 h/dia Sobrecarga momentânea, < 150 % da carga nominal. Utilização: 16 a 24 h por dia. Sobrecarga momentânea, < 200 % da carga nominal. Utilização: 16 a 24 h/dia Sobrecarga momentânea, < 250 % da carga nominal. 1.8 – 2.0 Utilização: 24 h/dia, 7dias/semana. Sobrecarga freqüente, < 250 % da carga nominal. O ANEXO 1 apresenta uma tabela com fatores de serviço que devem ser utilizados quando se tem conhecimento exato das máquinas motora e movidas. Caso a transmissão não se encontre entre as listadas, a tabela 3 e 4 abaixo podem ser utilizadas. Tabela 4 - Fator Adicional a ser aplicado ao Fator de Serviço. CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO ADICIONAR AO FATOR DE SERVIÇO - FS Ambiente poeirento Ambiente úmido Ramo frouxo Polias tensoras Ramo tenso internamente externamente internamente externamente Polia motora maior do que a conduzida 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.2 0.2 2º) Escolha do perfil (seção) da correia A determinação da seção mais adequada à transmissão é feita utilizando-se os gráficos mostrados nas figuras 1.14 (a) e (b). Deve-se decidir previamente o tipo de correia a ser utilizado (Hi-Power ou PW). Em seguida deve-se encontrar a interseção entre a rotação da polia menor (ou eixo mais rápido) e a potência de projeto (PHP), calculada no 1º passo. A região onde estiver a interseção mostrará o perfil de correia mais indicado. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 21 Figura 1.14 (a) - Gráficos para determinação da seção das correias 3V, 5V e 8V. PHP x rpm do eixo mais rápido (polia menor). Figura 1.14 (b) - Gráficos para determinação da seção das correias A, B, C, D e E. PHP x rpm do eixo mais rápido (polia menor). DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 22 3º) Potências por Correias (Pcorr) A próxima etapa consiste na determinação da potência que uma correia com o perfil determinado no passo anterior, pode transmitir naquela velocidade. Esta potência é determinada pelo fabricante, através de ensaio realizado com polias de canais iguais (arco de contato igual a 180º), comprimentos médios e fator de operação igual a 1.0. Ela é normalmente fornecida em forma de tabelas, coeficientes a serem aplicados em fórmulas ou gráficos e varia de acordo com o fabricante, em função dos materiais componentes da correia. O segundo método consiste em determinar-se a potência que 1 correia pode transmitir, porém através de equações, tabelas e gráficos fornecidos nos catálogos dos fabricantes. A seguir será apresentado o processo de seleção baseado no catálogo da Goodyear. Determina-se a potência que 1 correia pode transmitir através da equação [7], abaixo. Pcorr = (HPbásico + HPadicional ) × FL [7] onde: HPbásico t a capacidade de transmissão da correia caso as polias possuam o mesmo diâmetro. HPadicional t fator de correção aplicado devido a diferença entre os diâmetros das polias; depende da relação de transmissão (i). Assim, HPbásico = f(perfil, d, rpm) e HPadicional = f(perfil, d, rpm, i). Ambos os valores são obtidos na mesma tabela, que se encontra no ANEXO 3. Na equação [7], FL é um fator de correção para o comprimento da correia e seu perfil. Seu valor é obtido da seguinte forma: • Determina-se o comprimento ideal da correia através da equação [1]; • Especifica-se seu comprimento real utilizando a tabela do ANEXO 1; O valor de FL é então obtido na tabela 5, abaixo. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 23 Tabela 5 - Fator de correção para o comprimento - FL Designação do tamanho 26 31 35 38 42 46 51 55 60 68 75 80 81 85 90 96 97 105 112 120 128 144 158 173 180 195 210 240 270 300 330 360 390 420 480 540 600 660 A 0.78 0.82 0.85 0.87 0.89 0.91 0.93 0.95 0.97 1.00 1.02 1.04 1.045 1.05 1.07 1.08 1.09 1.10 1.12 1.13 1.15 Fator de correção - FL B C D 0.80 0,82 0.84 0.86 0.88 0.89 0.91 0.94 0.96 0.97 0.98 0.99 1.00 1.01 1.02 1.03 1.05 1.06 1.08 1.10 1.12 1.14 1.15 1.17 1.18 1.22 1.24 1.27 0.80 0.81 0.83 0.85 0.87 0.88 0.89 0.90 0.91 0.92 0.93 0.94 0.95 0.96 0.98 1.00 1.02 1.04 1.05 1.06 1.07 1.10 1.13 1.15 1.17 1.18 1.20 1.21 0.86 0.89 0.91 0.93 0.94 0.95 0.96 0.98 1.00 1.02 1.04 1.06 1.07 1.09 1.10 1.13 1.15 1.17 1.18 E 0.92 0.93 0.95 0.97 0.99 1.01 1.03 1.04 1.06 1.07 1.09 1.11 1.13 1.15 4º) No de Correias (N) Assim, o no de correias (N) mais adequado à transmissão é determinado através da relação entre a potência a ser transmitida (PHP) e a capacidade de transmissão da correia escolhida (Pcorr). Esta relação é expressa pela equação [8] N= PHP (Pcorr ⋅ Ca ) DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II [8] Prof. Flávio de Marco 24 onde: Ca t fator de correção para o arco de contato = f(dimensões (D, d e c), tipo de polias (V-V ou V-plana) – tabela 6. Tabela 6 - Fator de correção para o arco de contato - Ca (D − d ) c Ângulo de contato [o] 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 180 174 169 163 157 151 145 139 133 127 120 113 106 99 91 83 Fator de correção - Ca V-V V-plana 1.00 0.99 0.97 0.96 0.94 0.93 0.91 0.89 0.87 0.85 0.82 0.80 0.77 0.73 0.70 0.65 0.75 0.76 0.78 0.79 0.80 0.81 0.83 0.84 0.85 0.86 0.82 0.80 0.77 0.73 0.70 0.65 5º) Comprimento da Correia (L) Para finalizar a especificação da correia basta determinar seu comprimento. É necessário conhecer previamente a distância entre os centros (c). Caso esta seja desconhecida a seguinte relação pode ser utilizada: i<3⇒ c= (D + d ) +d 2 i≥3⇒ c=D Calcula-se o comprimento através da equação [1], reproduzida abaixo, e então procura-se na tabela de comprimentos standard de correias (ANEXO 2), o comprimento real mais próximo do calculado. Lcalculado = 2 ⋅ c + π 2 (D + d ) + ( D − d ) 2 4.c Lcalculado→ ANEXO 2 → Lreal DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 25 Algumas vezes pode ser necessário recalcular a distância entre centros (creal) em função do comprimento real da correia (Lreal → creal). Substituindo o valor de Lreal na equação [1], vem: c real K + K 2 − 32 ⋅ (D − d ) = 16 2 onde: K = 4 ⋅ Lreal − 2 ⋅ π ⋅ ( D + d ) O procedimento descrito acima (passos 1 a 5) está incluído no software Correias.exe, utilizado neste curso, desenvolvido no LEPAC/DEM/UFRJ e apresentado no trabalho “Sistemas Especialistas - Especificação de Correias Trapezoidais” [09] e está disponível para os alunos para download. 1.7. ESTIMATIVA DE VIDA DA CORREIA Após a especificação, uma estimativa da vida desta correia pode ser feita. O enfoque importante é a análise da ordem de grandeza desta vida. Se ela não atender os critérios projeto existem parâmetros que podem ser alterados a fim de se obter uma alternativa possível. Os fatores que influenciam a vida de uma correia são: as cargas de tração e de flexão, o número de picos de carga e os efeitos centrífugos. Baseado nestes conhecimentos, algumas observações podem ser feitas: quanto menor o diâmetro da polia e o comprimento e quanto maior a velocidade, mais severa é a transmissão e menor é a vida da correia. Estes fatores normalmente estão embutidos na capacidade de transmissão das correias, porém uma estimativa mais acurada é necessária. Observando os pontos críticos C e D, no gráfico de distribuição de carga por ciclo na Carga correia, na figura 1.13, aqui repetida, pode-se determinar a intensidade dos picos de carga. F1 F2 T2 F2 T1 F1 FÚtil FCentrífuga FInicial A DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II B C D A Prof. Flávio de Marco ciclo 26 No ponto D: T1 = FC+ F1 + FFlex1 No ponto C: T2 = FC + F2 + FFlex2 ⇒ forças de tração nos ramos tenso e frouxo, respectivamente. onde: F1 e F2 FFlex1 e FFlex2 ⇒ cargas devido à flexão em torno da polia. FC ⇒ carga gerada pelos efeitos centrífugos. Spotts, M.F. [06] propõe que o cálculo das cargas devido à flexão e efeitos centrífugos seja executado da seguinte forma: ⎫ ⎪ ⎪ 2 ⎪ ⎪ ⎛ V ⎞ FC = K C ⋅ ⎜ ⎟ ⎬ ⎝ 1000 ⎠ ⎪ x x⎪ ⎛Q⎞ ⎛Q⎞ M 1 = ⎜⎜ ⎟⎟ e M 2 = ⎜⎜ ⎟⎟ ⎪ ⎝ F1 ⎠ ⎝ F2 ⎠ ⎪⎭ FFlex1 = Kb d e FFlex1 = Kb d [09] M1 e M2 correspondem ao número de picos de carga F1 e F2 que a correia é capaz de suportar. Os valores de Kb, Kc, Q e x estão listados na tabela 7, abaixo. Tabela 7 – Valores de Kb, Kc, Q e x. SEÇÃO Kb Kc Q* x* A B C D 24.87 96610.8 674 11.089 65.11 166184.4 1193 10.924 180.85 295515.4 2038 11.173 642.01 2378262.5 4208 11.105 * Para o cálculo de M1 e M2 utilizando os valores de Q e x da tabela 7, as cargas F1 e F2 deverão estar em [lbf]. Assim, a vida da correia é determinada utilizando-se o método de Minner [02], que prediz que o número de ciclos que a correia pode suportar é: M ⋅M2 1 1 1 = + ⇒N= 1 ciclos de aplicação de carga. M1 + M 2 N M1 M 2 A vida da correia pode ser estimada ainda em: DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 27 Nh = N ⋅L (12 ⋅ V ⋅ 60) [horas] Nm = Nh , em meses de 20 dias úteis com 8 horas de trabalho. 160 ou 1.8. RECOMENDAÇÕES E ORIENTAÇÕES DE PROJETO 1. Para garantir tensão suficiente e/ou aumentar o arco de contato, pode-se recorrer a dispositivos de estiramento (figura 1.16.a) ou polias tensoras, estiradores, fixas ou oscilantes (figura 1.16.b). (a) Figura 1.16 – Dispositivos de estiramento de correias. (b) 2. O ângulo de abraçamento deve ser maior que 120o na polia menor. 3. No caso de ruptura de uma correia em uma transmissão múltipla, deve ser feita a substituição de todas as correias, para evitar que as correias já estiradas, trabalhem conjuntamente com novas. 4. Sempre que possível, o ramo frouxo da carreira deve estar para cima, para aumentar o arco de contato. 5. A tabela 8 mostra os resultados do estudo da influência do número de correias na vida das correias de transmissão. Observa-se que o acréscimo de uma correia na transmissão aumenta a vida do conjunto cerca de 40 %, enquanto que a diminuição de uma correia diminui a vida na ordem de 35 %. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 28 Tabela 8 – Influência do número de correias sobre a vida da correia. Número de correias VIDA DA CORREIA (%) (Nrecomendado = 10) 12 11 10 9 8 7 6 200 145 100 65 41 23 13 6. A força centrífuga afeta a vida das correias. Isto limita a velocidade de trabalho da correia. Até 10 m/s a força resultante é aceitável, porém acima de 20 m/s é considerado crítico. 7. A influência da temperatura na vida de correias é sentida a partir de 70º C conforme mostra a figura 1.17, abaixo. Uma temperatura de trabalho de 80º C reduz a vida da correia em cerca de 50 %. Vida da correia [%] 200 150 100 50 0 50 60 70 80 o 90 100 110 120 Temperatura [ C] Figura 1.17 – Influência da temperatura na vida das correias. 8. Variação do comprimento da correia e do coeficiente de atrito: - alongamento permanente devido ao desgaste – deve-se utilizar estiradores. - alongamento devido a temperatura e umidade – deve-se utilizar uma proteção. - alongamento relativo entre a correia e a polia, devido à variação de tensão (creep). - o escorregamento devido ao creep não deve ultrapassar 2% da velocidade da correia. 9. A transmissão por correias terá maiores dimensões e menor capacidade de carga quando comparada a transmissões por correntes e engrenagens. 10. Os rendimentos das correias são na ordem de: - correia plana → 95 a 98 % - correia em“V”→ 70 a 96 % DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 29 11. As polias utilizadas para correias planas devem ser abauladas para se manterem centradas; a norma ABNT PB 30 padroniza estas polias. 12. Na utilização de sistemas mistos (polias lisas e ranhuradas) a polia maior deve ser lisa com acabamento superficial não muito bom, p/ aumentar o atrito. 13. Seguir sempre as recomendações do fabricante. 1.9. POLIAS As polias são os elementos de máquinas rígidos que, juntamente com as correias completam este tipo de transmissão. Não necessitam de um dimensionamento especial, sendo sua geometria e dimensões bastante conhecidas e bem descritas nas normas. Serão abordados aqui apenas os tipos principais para correias em V, planas e escalonadas, os materiais de fabricação mais comuns e algumas recomendações de utilização e montagem. 1.9.1. Materiais de Fabricação e Geometria As polias são normalmente fabricadas com materiais ferrosos como ferro fundido ou aço, podendo ser, para grandes diâmetros, de estrutura soldada, que são normalmente utilizadas para diâmetros a partir de 500 mm. Materiais poliméricos, como plásticos, com alto coeficiente de atrito e baixa densidade, também podem ser utilizados. São fabricadas por processo de fundição ou de usinagem. Para pequenos diâmetros (até 300 mm) as polias podem ser sólidas ou com furos (figura 1.20.a e 1.22.a) para redução de peso e para facilitar o acoplamento em M.Opt. (torno), durante a sua fabricação. Polias com grandes diâmetros devem utilizar hastes ou braços e devem ser projetadas seguindo as recomendações da tabela 9. Tabela 9 – Recomendações para projeto de polias. Largura - B [mm] no de fileiras de hastes no de hastes ≤ 300 300 < B ≤ 500 > 500 até 1600 1 2 2 3 ou 4 4 6 As hastes são normalmente de seção elíptica, variável ao longo do comprimento e com razão de raios 0.4 ou 0.5 (figura 1.18). DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 30 1.9.2. Polias Para Correias Planas A tabela 10, abaixo, fornece as dimensões recomendadas para o projeto de polias planas. As dimensões d1 e L podem ser utilizadas também em polias para correias S trapezoidais. e m S h d 1 B L B Figura 1.18 - Polias para correias planas. Figura 1.19 – Dimensões recomendadas para polias planas. As polias devem ser projetadas com um abaulamento em sua superfície, a fim de manter a correia centrada durante o funcionamento. Pode-se utilizar também uma proteção lateral para prevenir a fuga da correia. Ambos os casos estão apresentados na figura 1.19 e as dimensões recomendadas se encontram na tabela 10. Tabela 10 – Recomendações para a geometria da polia. DIMENSÕES DAS POLIAS (Planas ou Trapezoidais) Dimensão [mm] Largura da polia Diâmetro externo do cubo Comprimento do cubo Altura da coroa Altura do abaulamento Largura da proteção lateral Altura da proteção lateral DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Simbologia Valor recomendado Observações B 1.1(b) + 10 b = largura da correia d1 1.7d ≤ d1 ≤ 2d d = diâmetro do eixo L 1.5d ≤ L ≤ 2d e também deve ser ≤ B S 1.0 1.5 2.0 2.5 030 < B < 060 060 < B < 100 100 < B < 150 150 < B < 225 h 0.01B ≤ h ≤ 0.05B h ≤ 4 mm B = largura da polia e e ≤ 4 mm - m e ≤ m ≤ 2e - Prof. Flávio de Marco 31 Figura 1.20 – Exemplos de polias planas. 1.9.3. Polias Para Correias em V As polias para correias em V são especificadas nas normas NBR 8319 [18] e PB-479 [15]. Estas normas padronizam as formas e dimensões principais das polias entre eixos paralelos e horizontais. A tabela 11 apresenta as dimensões dos perfis dos canais bem como sua posição na polia. Tabela 11 – Dimensões dos perfis dos canais. DIMENSÃO PADRÃO DOS CANAIS SEÇÃO A B C D dp ϕ [mm] [mm] ls 3 5 ≥ 75 125 34 ±0.5 5 > 125 38 ±0.5 13.3 5 8 ≥ 125 200 34 ±0.5 16.6 +−00.2 8 > 200 38 ±0.5 16.9 +−00.2 8 12 ≥ 200 300 36 ±0.5 22.7 +−00.3 + 0 .3 −0 13+−00.2 > 300 38 ±0.5 22.9 14 20 ≥ 355 500 36 ±0.5 32.3+−00.4 38 ±0.5 +0.4 −0 > 500 E 32.6 38.2 +−00.4 38.6 DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II e f b profundidade 11 15 ± 0.3 10 +−12 3.3 12 14 19 ± 0.4 12.5 +−12 4.2 15 19 25.5 ± 0.5 17 +−12 5.7 20 27 37 ± 0.6 24 +−13 8.1 28 32 44.5 ± 0.7 29 +−14 9.6 33 (h + b) +0.2 −0 12 20 lp + 0 .4 −0 Prof. Flávio de Marco 32 A figura 1.21 apresenta o perfil de uma polia com a correia alojada na canaleta e a respectiva simbologia adotada. f e ls h b lp dp Figura 1.21 – Padronização de polias. f – distância entre a linha de centro do primeiro canal e a face mais próxima da polia. e – distância entre as linhas de centros de dois canais consecutivos. h – profundidade do canal abaixo da linha do diâmetro primitivo. b – profundidade do canal acima da linha do diâmetro primitivo. lp – largura do canal na linha do diâmetro primitivo. dp – diâmetro primitivo da polia. ϕ - ângulo do canal. ls – largura superior do canal. (a) (b) (c) Figura 1.22 – Polias para correia em V. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 33 1.9.4. Polias Tensoras ou Estiradores São polias utilizadas para tracionar a correia. Devem ser empregadas quando a distância entre centros é muito pequena ou a correia utilizada é muito comprida. Estas polias são rolam normalmente livres sobre rolamentos ou esferas, isto é, são “loucas”. O tensionamento da correia é produzido através de peso, controlado pela extensão do braço de alavanca. Existem dois tipos: a polia tensora interna e a externa, apresentadas na figura 1.23. Polia tensora interna Polia tensora externa Figura 1.23 – Polias tensoras. Algumas recomendações para a utilização de polias tensoras. Polia tensora interna: - O diâmetro deve ser maior ou igual ao da menor polia do acionamento. - Sempre que possível, posicionar a polia no centro do acionamento, para não diminuir muito o arco de contato entre a polia motora e a correia. - Utilize sempre a polia tensora adequada à correia. (correia V com polia em V; correia sincronizadora com polia sincronizadora e etc.) - Alinhar corretamente a polia para não comprometer sua vida útil. Polia tensora externa: - O diâmetro deve ser pelo menos 50 % maior do que o da menor polia do acionamento. - Devem ser sempre lisas, pois atuarão nas costas da correia. - Sempre que possível, posicionar a polia próxima à polia motora, para aumentar o arco de contato. - Alinhar corretamente a polia para não comprometer sua vida útil. 1.9.5. Polias Escalonadas ou Cone de Polias Cones de polias escalonadas são utilizados como mecanismo variador de velocidade em M.Opt, conforme o esquema apresentado na figura 1.24. Estas polias são projetadas com DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 34 vários diâmetros diferentes, que são acoplados através de correia, plana ou em V, em qualquer posição, obtendo-se assim, diversas rotações de saída. São projetados normalmente com 2, 3 ou 4 escalonamentos. O número de escalonamentos é limitado apenas pelo espaço disponível. Para que a tensão se mantenha a mesma em todas as posições da correia, duas condições devem ser satisfeitas: (1) o afastamento entre eixos (distância entre centros) deve ser: .c > 10.(D – d). e (2) como a correia é a mesma em todas as posições, então a soma dos diâmetros correspondentes deve ser a mesma. .(D1 + d3) = (D2 + d2) = (D3 + d1) = ..... D4 D3 D2 D1 Rotação de saída n4 n3 n2 n1 c IV I II III Rotação de entrada (ne ou ncm ) d1 d2 d3 d4 Figura 1.24 – Variador de velocidades escalonado tipo cone de polias com 4 rotações de saída. Observando a figura 1.24 e utilizando a equação [2], os diâmetros das polias podem ser calculados; basta apenas conhecer a rotação de entrada e as rotações de saída. Normalmente são conhecidos o diâmetro maior ou o menor do cone de polias, através das características construtivas da máquina ou da correia selecionada. Assim sendo, as seguintes relações podem ser obtidas: - Correia na posição I: d1 n1 d = 1 ⇒ n1 = n cm ⋅ D4 n cm D 4 DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 35 - Correia na posição II: d2 n2 d = 2 ⇒ n 2 = n cm ⋅ D n cm D3 3 - Correia na posição III: d3 n3 d = 3 ⇒ n3 = n cm ⋅ D n cm D 2 2 - Correia na posição IV: d4 n4 d = 4 ⇒ n 4 = n cm ⋅ D1 n cm D1 Na faixa de variação de rotação entre as relações de transmissão 1:3 e 3:1 em escalonamento geométrico, a diferença entre os diâmetros vizinhos é muito pequena. Deve-se utilizar, então, escalonamento aritmético (figura 1.25). Sempre que possível os cones devem ser fabricados iguais, devido ao menor custo. 56 40 80 20 20 28 28 36 26 32 Série Aritmétrica Série Geométrica = 4 mm = 1.41 (a) (b) Figura 1.25 – Escalonamento em série aritmética (a) e geométrica (b). 1.9.6. Cone de polias com engrenagens de dobramento ou mecanismo redutor As engrenagens de dobramento compõem um mecanismo que é utilizado para duplicar o número de rotações de saída da M.Opt, seja para redução, mais usado, ou para multiplicação. A figura 1.26 mostra um cone de polias e o mecanismo de dobramento ou redutor. No eixo de saída (árvore de trabalho - V) são obtidas 6 rotações; as 3 menores (n1 a n3) com as engrenagens de dobramento acopladas e, sem elas, as 3 maiores (n4 a n6). Este mecanismo é composto de dois pares de engrenagens (c-d e e-f). Na posição mostrada na figura 1.26, a rotação do motor é triplicada pelo cone. Acoplando-se a engrenagem 4 ao eixo III (pontilhada), desacopla-se o redutor, obtendo-se mais 3 rotações de saída. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 36 2 3 IV D1 D2 D3 III V nsaída 1 c II 4 III I dcm II Contra-marcha ncm d3 d2 d1 dm; nm I Figura 1.26 – Variador de velocidades escalonado tipo cone de polias com engrenagens de dobramento ou mecanismo redutor. Assim, de acordo com a figura 1.26, as rotações obtidas são: ⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ com redutor: ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ n1 = n m ⋅ d m d 3 z1 z 3 ⋅ ⋅ ⋅ d cm D1 z 2 z 4 n2 = nm ⋅ d m d 2 z1 z 3 ⋅ ⋅ ⋅ d cm D 2 z 2 z 4 n3 = n m ⋅ d m d 1 z1 z 3 ⋅ ⋅ ⋅ d cm D3 z 2 z 4 124 3 Re dutor ⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ sem redutor: ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ n4 = nm ⋅ dm d3 ⋅ d cm D1 n5 = n m ⋅ dm d2 ⋅ d cm D 2 n6 = n m ⋅ d m d1 ⋅ d cm D3 A relação de transmissão do redutor é determinada da seguinte forma: i red = z1 z 3 n1 → rotação com redutor ⎫⎪ n1 1 = 3 ⇒ ⋅ = ⎬⇒ 3 z 2 z 4 n 4 → rotação sem redutor ⎪⎭ n1 ⋅ ϕ ϕ fórmula geral: i red = 1 ϕ m 2 onde m = número de rotações de saída da M.Opt. As equações acima juntamente com as características do projeto (geométricas, funcionais e etc.) são suficientes para a determinação dos diâmetros escalonados do cone de polias, bem como o número de dentes das engrenagens de dobramento. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 37 Abaixo, as figuras 1.27 e 1.28 apresentam algumas sugestões de projeto de cone de polias e mecanismo redutor. (c) Figura 1.27 – Cone de polias com 3 e 4 escalonamentos (a e c) e com 3 escalonamentos, com engrenagens de dobramento (b). Figura 1.28 – Esquema de acoplamento das engrenagens de dobramento. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 38 Figura 1.29 – Diversos tipos de Polias. Figura 1.30 – Projeto de polias para correias trapezoidais. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 39 Figura 1.31 – Polias para correias trapezoidais. Figura 1.32 – Polias de paredes finas – estampadas. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 40 EXEMPLOS 1. Para o acionamento mostrado abaixo, pede-se: a) Especifique a correia em “V” mais adequada. b) A distância real entre centros c) O diâmetro do eixo da contra-marcha para que a deflexão não ultrapasse 0.3 mm. d) A carga inicial na correia. Dados: - relação de transmissão: i = 4 (1:4) - coeficiente de atrito correia/polia: μ = 0.3 - uso intermitente, ambiente úmido e poeirento, ausência de sobrecarga. Multiplicador 3 2 250 dcm M. Opt. ncm Contra-marcha nsaída 4 Acoplamento 1 Motor elétrico - CA gaiola de esquilo e partida normal. nm dm 1800 rpm - 10 HP SOLUÇÃO: a) Especificação da correia: 1º Passo: Potência de Projeto: PHP = P ⋅ FS PHP Tabela 4 64 4 744 8 = 10 ⋅ ( 1{ .0 + 0{ .1 + 0{ .1 ) ⇒ Tabela 3 amb.úmido .PHP = 12 HP. poeira 2º Passo: Escolha da seção mais adequada: DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 41 ⎧ P = 12 Figura 1.14(b) ⎨ HP ⇒ SEÇÃO B ⎩rpm = 1800 3º Passo: Capacidade de transmissão de 1 correia de seção B, nas condições especificadas: PB = (HPbásico + HPadicional ) × FL HPbásico → ANEXO 3.2 → n = 1800 rpm → .HPbásico = 4.40 HP. → dmín = 5” = 127 mm HPadicional → ANEXO 3.2 (mesma linha) i = 4 → .HPadicional = 0.63. Fator de correção para o comprimento – FL: - i = 4 (recomendação: i > 3) ⇒ c = D = 508 mm - Lcalculado = 2 ⋅ c + π 2 (D + d ) + ( D − d ) 4.c 2 = (2 ⋅ 508) + ⎡ (508 − 127 )2 ⎤ ⋅ (508 + 127 ) + ⎢ ⎥ 2 ⎣ 4 ⋅ 508 ⎦ π - Lcalculado = 2085 mm ⇒ ANEXO 2 → Lreal = 2105 mm = B-81 → tabela 5 → FL = 0.98 Assim: PB = (4.40 + 0.63) x 0.98 => .PB = 4.93 HP. 4º Passo: Determinação do número de correias de seção B: NB = PHP 12 = (PB ⋅ Ca ) (4.93 × 0.88) = 2.76 ⇒ .3 correias B-81. Fator de correção para o arco de contato – Ca; (D − d ) = (508 − 127 ) = 0.75 ⇒ tabela 6 → .Ca c 508 DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II v-v = 0.88. Prof. Flávio de Marco 42 b) distância efetiva entre centros: ⎧c1 = 518.8 ⎪ ⇒ .creal = 518.8 mm. ⎨ ⎪c = 34.6 ⎩ 2 K + K 2 − 32 ⋅ (D − d ) 16 2 c real = K = 4 ⋅ Lreal − 2 ⋅ π ⋅ ( D + d ) = (4 ⋅ 2105) − 2 ⋅ π ⋅ (508 + 127) ⇒ K = 4432,2 c) diâmetro mínimo do eixo: dcm = ( ? ) → ymáx = 0.3 mm y máx ⎡⎛ 64 ⎞ ⎛ F ⋅ l 3 F ⋅ l3 =− ⇒ d = ⎢⎜ ⎟ ⋅ ⎜⎜ 48 ⋅ E ⋅ I 48 π ⋅ ⎠ ⎝ E aço ⋅ y máx ⎢⎣⎝ ⎞⎤ ⎟⎥ ⎟ ⎠⎥⎦ 1 4 F2 d D 1 2 F motora F1 R movida c .F = (F1 + F2 + 2.F1.F2.cos(γ))½. - cálculo de F: γ = 2.β = θ2 – 180º ⇒ γ = 43.09º = 0.752 rd θ 1,2 R = F1 − F2 = ⎧θ 1 = 136.8 o = 2.389rd ⎛D−d ⎞ ⎪ = π ± 2. sen ⎜ ⎟⇒ ⎨ 2 . c ⎠ ⎝ ⎪θ = 223.1o = 3.894rd ⎩ 2 −1 P⋅K 10 × 7.120 = ⇒ F1 − F2 = 623 N ( (1) r ⋅ n ⎛ 508 ⎞ ⎜ ⎟ ⋅ 450 ⎝ 2 ⎠ F1 F1 = 7.4 = e K2 ⇒ F2 F2 k1 = (2) μ ⋅ θ1 0.3 × 2.389 ⇒ k1 = 2 = ⎛ 42 ⎞ ⎛φ ⎞ sin ⎜ ⎟ ⎝2⎠ sin ⎜ ⎟ ⎝ 2 ⎠ Substituindo (1) em (2), tem-se que: F1 = 720 N e F2 = 97.3 N DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 43 Assim, F = (7202 + 97.32 + 2.(720).(97.3).cos(43.09º))½ ⇒ .F = 794 N. Eaço = 207000 MPa, vem: ⎡⎛ 64 ⎞ ⎛ 794 ⋅ 250 3 ⎞⎤ ⎟⎟⎥ d = ⎢⎜ ⎟ ⋅ ⎜⎜ ⎣⎝ 48 ⋅ π ⎠ ⎝ 207000 ⋅ 0.3 ⎠⎦ 1 4 ⇒ .dmín = 17 mm. d) Carga inicial - Fi: Fi = F1 + F2 720 + 97.3 = ⇒ .Fi = 408.5 N. 2 2 2. Uma polia de aço de diâmetro 2032 mm (80 polegadas) com 6 braços de seção elíptica com os eixos maior e menor na proporção 3:1 é usada para transmitir 260 kW (350 HP) do eixo de uma turbina hidráulica que gira a 200 rpm. Se a tensão admissível é 21 MPa (3000 psi), encontre as dimensões de cada eixo da elipse perto do cubo. SOLUÇÃO: F1 b A a A Seção A-A O torque agindo na polia é dado por: T= P (9550) ⋅ 260 = 12.415 N.m ⇒T = n 200 A força F, correspondente ao torque é: F= T 12415 ⇒F= = 12.220 N r 1,016 DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 44 Em qualquer instante, apenas a metade do total de braços ajudam a resistir à força F. Para uma polia de 6 braços, 3 dividiriam a força a qualquer instante. Considerando que todos os 3 braços dividem F igualmente então, a força, F1, no fim de cada braço é: F1 = 12220 = 4073,33 N 3 Cada braço é tratado como uma viga engastada suportando uma carga concentrada de F1 na distancia r como mostrada na figura. Assim, o momento próximo ao cubo é, M = F1 x r = 4073,33 x 1,016 = 4138,5 N.m A tensão de flexão da barra é: σ= M ⋅c I onde: M = momento de tensão máxima σ = tensão de flexão atuante na barra I/c = módulo da seção da barra Para uma seção elíptica, o valor do módulo (I/c) é dado por: I π ⋅ a ⋅ h3 2 π ⋅ a ⋅ b 2 = × = ≅ 0,0982 ab2 64 32 c b onde: a = eixo menor da elipse b = eixo maior da elipse como no problema a razão b:a é 3:1, tem-se que b = 3a ⇒ b2 = 9a2 I = 0.0982 ⋅ a ⋅ 9a 2 = 0.883 ⋅ a 3 c ⇒ M σ = 0,883 ⋅ a 3 como M = 4138,5 [N.m] = 4138500 [N.mm] e σ = 21 [MPa], tem-se: a=3 4138500 M =3 ⇒ a = 66.67 mm σ ⋅ 0,883 21 ⋅ 0,883 b = 3.a = 3 x 66,66 ⇒ b = 200 mm Concluindo, eixo maior: .b = 200 mm. eixo menor: .a = 67 mm. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 45 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1. Para o acondicionamento com as características abaixo, pede-se: - motor diesel 600 rpm - bomba centrífuga 900 rpm e18HP - ambiente úmido, 24 horas/dia; μ = 0,3; η = 0,85; ℓm = 50 mm a) especificar a correia em “V” mais adequada, b) calcular a distância efetivamente entre os centros, c) determinar a carga atuante no eixo, d) calcular o diâmetro do eixo para uma deformação máxima (ymáx) de 0,5 mm. 2. Um motor elétrico com anéis coletores transmite a potência de 14 HP a 1420 rpm para a árvore de trabalho de uma M.Opt. As características da transmissão são: - relação de transmissão: 0.2, - utilização contínua, ambiente úmido e choque moderado, - coeficiente de atrito entre a correia e a polia: 0.5, - ângulo de inclinação: 40º Especifique a correia adequada à transmissão e determine a carga inicial a ser aplicada e a distância efetiva entre eixos. 3. Determine o número de correias tipo 3V, de comprimento 2600 mm, necessário para transmitir uma potência de 70 HP através de polias iguais, com 150 mm diâmetro e rotação de 2000 rpm.. A vida máxima da correia deve ser 15000 h. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 46 BIBLIOGRAFIA LIVROS, MANUAIS E ARTIGOS [01] V.M. Faires, “Elementos Orgânicos de Máquinas”, vol. I e II, 2a edição, LTC Editora S.A., Rio de Janeiro, RJ, 1971. [02] Shigley J.E. and Mitchell, L.D., “Mechanical Engineering Design” , McGraw Hill Inc., 6th edition, NY, USA, 2001. [03] Pires de Albuquerque, O.L.A., “Elementos de Máquinas”, Editora Guanabara Dois S.A., 1ª edição, Rio de Janeiro, 1980. [04] Green, Robert E., “Machinery's Handbook”, 24th ed., Industrial Press, Inc., New York, NY,1992. [05] Reshetov, D.N.., “Machine Design”, 1st edition., Mir Publisher, Moscow,1978. [06] Spotts, M.F., “Design of Machine Elements”, 6th edition., Prentice Hall Inc.,1985. [07] Vallance, A. and Doughttie, V.L., “Design of Machine Memberss”, 3rd edition., McGraw Hill Book Company Inc., Tokyo, Japan,1951. [08] Green, Robert E., “Machinery's Handbook”, 24th ed., Industrial Press, Inc., New York, NY,1992. [09] Sandim, C.L., de Marco, F.F., SCIESZKO, J.L. - “Sistemas Especialistas - Especificação de Correias Trapezoidais”, Anais do COBEM-CIDIM/95, Belo Horizonte, MG, 1995. CATÁLOGOS [10] Goodyear – Cálculos e Recomendações para Correias MULTI-V 3-T. [11] Goodyaer – Correias de Transmissão de Potência – Guia de Instalação, Manutenção e Solução de Problemas. [12] Manual Orion/Gates para Projetar Transmissões Industriais de Correias em “V”. [13] Manual Orion/Gates de Transmissões por Correias em “V” - 1983. NORMAS PRINCIPAIS [14] ABNT P-PB 133/71 – Comprimentos de Correias em V – 1971. [15] ABNT PB 479/78 – Correias em V Industrial Clássicas – 1978. [16] ABNT PB 321/79 – Correias em V para Veículos Automotores – 1979. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 47 [17] ABNT NBR 6389/80 – Polias de Transmissão – 1980. [18] ABNT NBR 8319 – Polias Acaneladas para Transmissão com Correias V – Seção A, B, C, D, E – Formas e Dimensões –1983. [19] SAE J637 FEB89 – Automotive V-Belt Drives – 1989. [20] SAE J636 MAY92 – Surface Vehicle Standard V-Belts and Pulleys – 1992. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 48 ANEXO 01 – FATORES DE SERVIÇO DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 49 DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 50 ANEXO 2 – COMPRIMENTOS STANDARD DAS CORREIAS DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 51 ANEXO 3.1 – Classificação de HP por Correia Rotação do eixo mais rápido Perfil A HP ADICIONAL POR CORREIA COM POTÊNCIA POR CORREIA [HPBÁSICO] Diâmetro nominal da polia menor [mm] Rotação RELAÇÃO Á VELOCIDADES (i) do eixo 1.00 1.02 1.05 1.08 1.11 1.15 1.21 1.28 1.40 1.65 mais a a a a a a a a a e rápido 66 71 75 81 86 91 97 102 107 112 117 122 127 575 690 725 870 950 0.46 0.56 0.55 0.63 0.67 0.55 0.63 0.65 0.75 0.80 0.63 0.73 0.76 0.87 0.93 0.72 0.83 0.86 0.99 1.07 0.80 0.93 0.96 1.12 1.20 0.88 1.02 1.07 1.24 1.33 0.97 1.12 1.17 1.36 1.45 1.05 1.22 1.27 1.47 1.58 1.13 1.32 1.37 1.59 1.71 1.21 1.41 1.47 1.71 1.84 1.29 1.51 1.57 1.82 1.96 1.37 1.60 1.67 1.94 2.09 1.45 1.70 1.77 2.06 2.21 575 690 725 870 950 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.02 0.02 0.02 0.03 0.03 0.03 0.03 0.03 0.04 0.04 0.03 0.04 0.04 0.05 0.06 0.04 0.05 0.05 0.06 0.07 0.05 0.06 0.06 0.08 0.08 0.06 0.07 0.08 0.09 0.10 0.07 0.08 0.09 0.10 0.11 0.08 0.09 0.10 0.12 0.13 1160 1425 1750 2850 3450 0.77 0.88 1.01 1.31 1.40 0.93 1.07 1.23 1.64 1.78 1.08 1.26 1.46 1.97 2.15 1.24 1.45 1.68 2.29 2.51 1.40 1.63 1.90 2.50 2.86 1.55 1.82 2.11 2.91 3.20 1.70 2.00 2.20 3.21 3.52 1.86 2.18 2.54 3.50 3.84 2.01 2.36 2.75 3.78 1.14 2.16 2.53 2.96 4.06 4.43 2.30 2.71 3.16 4.33 4.71 2.45 2.38 3.38 4.59 4.97 2.60 3.05 3.52 4.84 5.22 1160 1425 1750 2850 3450 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 0.02 0.03 0.04 0.05 0.03 0.04 0.05 0.08 0.10 0.05 0.06 0.08 0.13 0.15 0.07 0.08 0.10 0.17 0.20 0.09 0.11 0.13 0.21 0.25 0.10 0.13 0.16 0.25 0.31 0.12 0.15 0.18 0.30 0.36 0.14 0.17 0.21 0.34 0.41 0.16 0.19 0.23 0.38 0.46 200 400 600 800 1000 0.20 0.35 0.43 0.59 0.69 0.23 1.07 1.23 1.64 1.78 0.27 1.26 1.46 1.97 2.15 0.30 1.45 1.68 2.29 2.51 0.33 1.63 1.90 2.50 2.86 0.36 1.82 2.11 2.91 3.20 0.40 2.00 2.20 3.21 3.52 0.43 2.18 2.54 3.50 3.84 0.46 2.36 2.75 3.78 1.14 0.49 2.53 2.96 4.06 4.43 0.52 2.71 3.16 4.33 4.71 0.55 2.38 3.38 4.59 4.97 0.59 3.05 3.52 4.84 5.22 200 400 600 800 1000 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 0.02 0.03 0.04 0.05 0.03 0.04 0.05 0.08 0.10 0.05 0.06 0.08 0.13 0.15 0.07 0.08 0.10 0.17 0.20 0.09 0.11 0.13 0.21 0.25 0.10 0.13 0.16 0.25 0.31 0.12 0.15 0.18 0.30 0.36 0.14 0.17 0.21 0.34 0.41 0.16 0.19 0.23 0.38 0.46 1200 1400 1600 1800 2000 0.78 0.87 0.95 1.02 1.09 0.95 1.06 1.16 1.64 1.34 1.11 1.25 1.37 1.97 1.69 1.27 1.43 1.58 2.29 1.84 1.43 1.61 1.78 2.50 2.08 1.59 1.79 1.96 2.91 2.32 1.75 1.97 2.18 3.21 2.56 1.91 2.15 2.38 3.50 2.79 2.06 2.32 2.57 3.78 3.02 2.21 2.50 2.77 4.06 3.25 2.37 2.67 2.96 4.33 3.47 2.52 2.84 3.14 4.59 3.69 2.67 3.01 3.33 3.63 3.91 1200 1400 1600 1800 2000 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 0.02 0.02 0.03 0.03 0.04 0.04 0.05 0.05 0.06 0.05 0.06 0.07 0.08 0.09 0.07 0.08 0.10 0.11 0.12 0.09 0.10 0.12 0.13 0.15 0.11 0.12 0.14 0.16 0.18 0.12 0.15 0.17 0.19 0.21 0.14 0.17 0.19 0.21 0.24 0.16 0.19 0.21 0.24 0.27 2200 2400 2600 2800 3000 1.15 1.21 1.25 1.30 1.34 1.42 1.50 1.57 1.63 1.68 1.69 1.79 1.87 1.95 2.02 1.96 1.07 2.17 2.27 2.35 2.22 2.35 2.47 2.58 2.68 2.48 2.62 2.76 2.88 2.99 2.73 2.89 3.04 3.18 3.30 2.98 3.16 3.32 3.47 3.60 3.23 3.42 3.59 3.75 3.89 3.47 3.67 3.86 4.02 4.17 3.71 3.92 4.12 4.29 4.44 3.94 4.16 4.37 4.55 4.71 4.17 4.40 4.61 4.80 4.96 2200 2400 2600 2800 3000 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 0.04 0.04 0.04 0.04 0.07 0.07 0.08 0.08 0.09 0.10 0.11 0.12 0.12 0.13 0.13 0.14 0.15 0.17 0.18 0.16 0.18 0.19 0.21 0.22 0.20 0.21 0.23 0.25 0.27 0.23 0.25 0.27 0.29 0.31 0.26 0.29 0.31 0.33 0.36 0.29 0.32 0.35 0.37 0.40 3200 3400 3600 3800 4000 1.37 1.73 1.40 1.77 1.42 1.81 1.43 1.83 1.44 11.86 2.08 2.14 2.19 2.23 2.26 2.43 2.50 2.55 2.60 2.61 2.76 2.84 2.91 2.97 3.01 3.09 3.16 3.25 3.32 3.33 3.41 3.50 3.58 3.65 3.70 3.71 3.82 3.90 3.97 4.02 4.01 4.12 4.20 4.27 4.32 4.30 4.41 4.49 4.56 4.60 4.57 4.68 4.77 4.83 4.87 4.84 4.95 5.03 5.09 5.11 5.09 5.20 5.28 5.32 5.34 3200 3400 3600 3800 4000 0.00 00.00 0.00 0.00 0.00 0.05 0.05 0.05 0.06 0.06 0.09 0.10 0.11 0.11 0.12 0.14 0.15 0.16 0.17 0.18 0.19 0.20 0.21 0.23 0.24 0.24 0.25 0.27 0.28 0.30 0.29 0.30 0.32 0.34 0.36 0.33 0.35 0.37 0.40 0.42 0.38 0.40 0.43 0.45 0.48 0.43 0.45 0.48 0.51 0.53 4200 4400 4600 4800 5000 1.44 1.44 1.43 1.42 1.39 1.87 1.88 1.87 1.86 1.85 2.28 2.29 2.30 2.29 2.28 2.67 2.69 2.70 2.69 2.68 3.04 3.07 3.07 3.07 3.05 3.40 3.42 3.43 3.42 3.40 3.74 3.76 3.76 3.74 3.71 4.05 4.07 4.06 4.04 3.99 4.35 4.36 4.34 4.30 4.24 4.63 4.62 4.59 4.54 4.46 4.88 4.86 4.82 4.74 4.64 5.11 5.32 5.08 5.26 5.01 5.18 4.91 4200 4400 4600 4800 5000 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.06 0.07 0.07 0.07 0.07 0.12 0.13 0.14 0.14 0.15 0.19 0.20 0.21 0.21 0.22 0.25 0.26 0.27 0.29 0.30 0.31 0.33 0.34 0.36 0.37 0.37 0.39 0.41 0.43 0.45 0.44 0.46 0.48 0.50 0.52 0.50 0.52 0.55 0.57 0.59 0.56 0.59 0.61 0.64 0.67 5200 5400 5600 5800 6000 1.36 1.33 1.29 1.24 1.18 1.82 1.79 1.75 1.70 1.64 2.25 2.22 3.17 2.12 2.06 2.65 2.62 2.57 2.50 2.43 3.02 2.98 2.92 2.64 2.76 3.36 3.30 3.23 3.14 3.04 3.66 3.59 3.50 3.39 3.26 3.93 4.16 4.35 3.84 4.05 3.73 3.60 5200 5400 5600 5800 6000 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 0.08 0.08 0.09 0.09 0.15 0.16 0.17 0.17 0.18 0.23 0.24 0.25 0.26 0.27 0.31 0.32 0.33 0.34 0.36 0.39 0.40 0.42 -.43 0.45 0.46 0.48 0.50 0.52 0.53 0.54 0.56 0.58 0.60 0.62 0.62 0.64 0.67 0.69 0.71 0.69 0.72 0.75 0.78 0.80 6200 6400 6600 6800 7000 1.11 1.04 0.96 0.87 0.78 1.57 1.49 1.40 1.31 1.20 1.98 1.89 1.79 1.68 1.56 2.34 2.24 2.12 1.99 1.85 2.65 2.91 2.53 2.77 2.40 2.24 6200 6400 6600 6800 7000 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.09 0.10 0.10 0.10 0.10 0.18 0.19 0.20 0.20 0.21 0.28 0.29 0.29 0.30 0.31 0.37 0.38 0.39 0.40 0.42 0.46 0.48 0.49 0.51 0.52 0.55 0.57 0.59 0.61 0.62 0.64 0.67 0.69 0.71 0.73 0.74 0.76 0.78 0.81 0.83 0.83 0.85 0.88 0.91 0.94 7200 7400 7600 7800 0.67 0.56 0.44 0.31 1.08 1.42 0.96 1.28 0.82 1.12 0.67 7200 7400 7600 7800 0.00 0.00 0.00 0.00 0.11 0.11 0.11 0.12 0.21 0.22 0.23 0.23 0.32 0.33 0.34 0.35 0.43 0.44 0.45 0.46 0.53 0.55 0.56 0.58 0.64 0.66 0.68 0.69 0.75 0.77 0.79 0.81 0.86 0.88 0.90 0.93 0.96 0.99 1.02 1.04 DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 1.01 1.04 1.07 1.10 1.14 1.20 1.27 1.39 1.64 acima 52 ANEXO 3.2 – Classificação de HP por Correia Perfil POTÊNCIA POR CORREIA [HPBÁSICO] B HP ADICIONAL POR CORREIA COM RELAÇÃO Á VELOCIDADES (i) Rotação do eixo mais rápido 117 122 127 132 137 142 147 152 158 163 168 173 178 183 188 193 198 203 Rotação do eixo mais rápido 575 690 725 870 950 1.62 1.87 1.94 2.23 2.38 1.77 2.04 2.12 2.44 2.60 1.91 2.21 2.29 2.64 2.82 2.05 2.37 2.47 2.84 3.04 2.19 2.54 2.64 3.04 3.26 2.33 2.70 2.81 3.24 3.47 2.47 2.86 2.98 3.44 3.69 2.61 3.03 3.15 3.64 3.90 2.75 3.19 3.32 3.84 4.11 2.89 3.35 3.49 4.03 4.32 3.02 3.51 3.65 4.23 4.53 3.16 3.67 3.82 4.42 4.74 3.30 3.83 3.99 4.61 4.84 3.43 3.99 4.15 4.81 5.15 3.57 4.15 4.32 5.00 5.35 3.70 4.30 4.48 5.18 5.55 3.84 4.46 4.04 5.37 5.70 3.97 4.61 4.80 5.56 5.96 575 690 725 870 950 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 0.03 0.03 0.03 0.04 0.04 0.05 0.06 0.07 0.07 0.07 0.08 0.08 0.10 0.11 0.09 0.11 0.11 0.14 0.15 0.11 0.13 0.14 0.17 0.19 0.13 0.16 0.17 0.20 0.22 0.16 0.19 0.20 0.24 0.26 0.18 0.22 0.23 0.27 0.30 0.20 0.24 0.25 0.30 0.33 1160 1425 1750 2850 3450 2.75 3.17 3.61 4.47 4.50 3.01 3.48 3.97 4.94 4.97 3.27 3.78 4.32 5.40 5.43 3.53 4.08 4.67 5.84 5.86 3.78 4.38 5.02 6.26 6.27 4.04 4.68 5.36 6.67 6.65 4.29 4.97 5.69 7.07 7.00 4.54 5.26 6.02 7.44 7.33 4.79 5.55 6.35 7.81 7.63 5.03 5.83 6.67 8.15 7.90 5.27 6.12 6.99 8.48 8.14 5.52 6.39 7.30 8.79 8.35 5.76 6.67 7.61 9.09 5.99 6.94 7.91 9.36 6.23 7.21 8.21 9.61 6.46 7.48 8.50 9.85 6.70 7.74 8.79 10.1 6.93 8.00 9.07 10.3 1160 1425 1750 2850 3450 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 0.06 0.07 0.11 0.13 0.03 0.11 0.14 0.22 0.27 0.14 0.17 0.20 0.33 0.40 0.18 0.22 0.27 0.44 0.54 0.23 0.28 0.34 0.56 0.67 0.27 0.33 0.41 0.67 0.81 0.32 0.39 0.48 0.78 0.94 0.36 0.44 0.55 0.89 1.08 0.41 0.50 0.61 1.00 1.21 200 400 600 800 1000 0.69 1.22 1.68 2.19 2.47 0.75 1.32 1.83 2.29 2.70 0.80 1.42 1.98 2.48 2.93 0.86 1.53 2.12 2.66 3.16 0.91 1.63 2.27 2.85 3.39 0.97 1.73 2.41 3.04 3.61 1.02 1.83 2.66 3.22 3.84 1.07 1.93 2.70 3.41 4.06 1.13 2.03 2.85 3.59 4.28 1.18 2.13 2.99 3.77 4.50 1.24 2.23 3.13 3.96 4.71 1.29 2.33 3.27 4.14 4.93 1.34 2.43 3.41 4.32 5.14 1.40 2.53 3.56 4.49 5.36 1.45 2.63 3.70 4.67 5.57 1.50 2.73 3.83 4.85 5.78 1.56 2.83 3.97 5.03 5.99 1.61 2.92 4.11 5.20 6.20 200 400 600 800 1000 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01 0.02 0.02 0.03 0.04 0.02 0.03 0.05 0.06 0.08 0.02 0.05 0.07 0.09 0.12 0.03 0.06 0.09 0.12 0.16 0.04 0.08 0.12 0.16 0.19 0.05 0.09 0.14 0.19 0.23 0.05 0.11 0.16 0.22 0.27 0.06 0.12 0.19 0.25 0.31 0.07 0.14 0.21 0.28 0.35 1200 1400 1600 1800 2000 2.82 3.13 3.41 3.67 3.89 3.09 3.44 3.75 4.03 4.28 3.35 3.74 4.08 4.40 4.67 3.61 4.03 4.41 4.75 5.05 3.88 4.33 4.74 5.10 5.43 4.14 4.62 5.06 5.45 5.79 4.40 4.91 5.36 5.79 6.16 4.65 5.20 5.69 6.13 6.51 4.91 5.48 6.00 6.46 6.86 5.16 5.76 6.31 6.79 7.20 5.41 6.04 6.61 7.11 7.54 5.66 6.32 6.91 7.43 7.87 5.90 6.59 7.20 7.74 8.19 6.15 6.86 7.49 8.04 8.51 6.39 7.12 7.78 8.34 8.81 6.63 7.39 8.06 8.64 9.11 6.86 7.65 8.34 8.93 9.41 7.10 7.91 8.61 9.21 9.69 1200 1400 1600 1800 2000 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 0.05 0.06 0.07 0.08 0.09 0.11 0.12 0.14 0.16 0.14 0.16 0.19 0.21 0.23 0.19 0.22 0.25 0.28 0.31 0.23 0.27 0.31 0.35 0.39 0.28 0.33 0.37 0.42 0.47 0.33 0.38 0.44 0.49 0.55 0.37 0.44 0.50 0.56 0.62 0.42 0.49 0.56 0.63 0.70 2200 2400 2600 2800 3000 4.08 4.24 4.36 4.46 4.51 4.50 4.68 4.82 4.92 4.99 4.91 5.10 5.26 5.37 5.44 5.31 5.52 5.69 5.81 5.89 5.70 5.93 6.11 6.24 6.31 6.08 6.33 6.52 6.65 6.72 6.47 6.72 6.91 7.04 7.11 6.84 7.10 7.29 7.42 7.48 7.20 7.47 7.66 7.79 7.83 7.55 7.82 8.02 8.14 8.17 7.89 8.17 8.36 8.47 8.48 8.23 8.51 8.69 8.78 8.77 8.56 8.83 9.10 9.08 9.04 8.87 9.14 9.31 9.36 9.30 9.18 9.45 9.60 9.62 9.53 9.40 9.74 9.87 9.87 9.73 9.77 10.0 10.1 10.1 9.92 10.1 10.3 10.4 10.3 2200 2400 2600 2800 3000 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.09 0.09 0.10 0.11 0.12 0.17 0.19 0.20 0.22 0.23 0.26 0.28 0.30 0.33 0.35 0.34 0.37 0.40 0.44 0.47 0.43 0.47 0.51 0.55 0.58 0.51 0.56 0.61 0.65 0.70 0.60 0.65 0.71 0.76 0.82 0.69 0.75 0.81 0.87 0.94 0.77 0.84 0.91 0.98 1.05 3200 3400 3600 3800 4000 4.53 4.51 4.45 4.34 4.20 5.01 4.99 4.92 4.81 4.65 5.47 5.44 5.37 5.24 5.06 5.91 5.88 5.79 5.64 5.44 6.33 6.29 6.18 6.01 5.78 6.73 6.67 6.55 6.35 6.08 7.11 7.03 6.88 6.65 6.34 7.46 7.80 8.11 8.39 8.65 8.89 9.11 9.29 7.36 7.67 7.95 8.20 8.43 7.18 7.46 7.70 6.92 3200 3400 3600 3800 4000 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.12 0.13 0.14 0.15 0.16 0.25 0.26 0.28 0.30 0.31 0.37 0.40 0.42 0.44 0.47 0.50 0.53 0.56 0.59 0.62 0.62 0.66 0.70 0.74 0.78 0.75 0.79 0.84 0.89 0.93 0.87 0.93 0.98 1.04 1.09 1.00 1.06 1.12 1.18 1.25 1.12 1.19 1.26 1.33 1.40 4200 4400 4600 4800 5000 4.01 3.77 3.48 3.15 2.76 4.43 4.82 5.17 5.47 4.17 4.52 4.83 3.85 4.16 3.47 4200 4400 4600 4800 5000 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.16 0.17 0.18 0.19 0.19 0.33 0.34 0.36 0.37 0.39 0.49 0.52 0.54 0.58 0.59 0.65 0.69 0.72 0.75 0.78 0.82 0.86 0.90 0.94 0.97 0.98 1.03 1.07 1.12 1.17 1.15 1.20 1.25 1.31 1.36 1.31 1.37 1.43 1.50 1.56 1.47 1.54 1.61 1.68 1.75 Diâmetro nominal da polia menor [mm] DEM/UFRJ – EEK 444-Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 53 1.00 1.02 1.05 1.08 1.11 1.15 1.21 1.28 1.40 1.65 a a a a a a a a a e 1.01 1.04 1.07 1.10 1.14 1.20 1.27 1.39 1.64 acima ANEXO 3.3 – Classificação de HP por Correia Perfil POTÊNCIA POR CORREIA [HPBÁSICO] Rotação do eixo Diâmetro nominal da polia menor [mm] mais rápido 178 191 203 216 229 241 254 267 279 292 305 318 330 C HP ADICIONAL POR CORREIA COM Rotação RELAÇÃO Á VELOCIDADE (i) do eixo 1.00 1.02 1.05 1.08 1.11 1.15 1.21 1.28 1.40 1.65 mais a a a a a a a a a e rápido 1.01 1.04 1.07 1.10 1.14 1.20 1.27 1.39 1.64 acima 435 485 575 585 690 3.44 3.74 4.27 4.32 4.90 3.93 4.29 4.90 4.97 5.63 4.42 4.83 5.53 5.60 6.36 4.91 5.36 6.15 6.23 7.09 5.39 5.90 6.76 6.85 7.80 5.87 6.42 7.37 7.47 8.51 6.35 6.95 7.97 8.08 9.21 6.83 7.46 8.57 8.69 9.90 7.30 7.98 9.16 9.29 10.6 7.76 8.23 8.49 9.00 9.75 10.3 9.89 10.5 11.26 11.9 8.69 9.50 10.9 11.1 12.6 9.14 10.0 11.5 11.6 13.2 435 485 575 585 690 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 0.05 0.06 0.06 0.07 0.09 0.10 0.12 0.13 0.15 0.14 0.16 0.19 0.19 0.22 0.19 0.21 0.25 0.25 0.30 0.24 0.26 0.31 0.32 0.37 0.28 0.32 0.37 0.38 0.45 0.33 0.37 0.44 0.44 0.52 0.38 0.42 0.50 0.51 0.60 0.42 0.47 0.56 0.57 0.67 725 870 950 1160 1425 5.08 5.79 6.16 7.02 7.91 5.85 6.68 7.11 8.13 9.18 6.61 7.57 8.06 9.22 10.4 7.36 8.43 8.99 10.3 11.6 8.10 9.29 9.90 11.3 12.8 8.84 10.1 10.8 12.4 13.9 9.57 11.0 11.7 13.4 15.0 10.3 11.8 12.6 14.3 16.1 11.0 12.6 13.4 15.3 17.1 11.7 13.4 14.3 16.2 18.1 12.4 14.2 15.1 17.1 19.0 13.1 15.0 15.8 18.0 19.9 13.8 15.7 16.7 16.8 20.7 725 870 950 1160 1425 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 0.09 0.10 0.13 0.15 0.16 0.19 0.21 0.25 0.31 0.24 0.28 0.31 0.38 0.46 0.31 0.38 0.41 0.50 0.62 0.39 0.47 0.51 0.63 0.77 0.47 0.57 0.62 0.75 0.93 0.55 0.66 0.72 0.88 1.08 0.63 0.75 0.82 1.01 1.24 0.71 0.85 0.93 1.13 1.39 1750 100 200 300 400 8.68 1.03 1.83 2.55 3.22 10.1 1.16 2.06 2.91 3.68 11.5 1.29 2.33 3.26 4.13 12.8 1.42 2.57 3.62 4.59 14.0 1.55 2.81 3.96 5.04 15.2 1.68 3.05 4.31 5.48 16.3 1.81 3.29 4.66 5.93 17.3 1.93 3.53 5.00 6.37 18.3 2.06 3.77 5.34 6.80 19.2 2.19 4.01 5.68 7.24 20.0 2.31 4.24 6.01 7.67 20.7 2.44 4.48 6.35 8.10 21.4 2.56 4.71 6.68 8.53 1750 100 200 300 400 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.19 0.01 0.02 0.03 0.04 0.38 0.02 0.04 0.06 0.09 0.57 0.03 0.07 0.10 0.13 0.76 0.04 0.09 0.13 0.17 0.95 0.05 0.11 0.16 0.22 1.14 0.06 0.13 0.19 0.26 1.33 0.08 0.15 0.23 0.30 1.52 0.09 0.17 0.26 0.35 1.71 0.10 0.19 0.29 0.39 500 600 700 800 900 3.83 4.41 4.95 5.46 5.93 4.39 5.06 5.70 6.29 6.85 4.95 5.71 6.43 7.11 7.75 5.50 6.36 7.17 7.93 8.65 6.04 6.99 7.89 8.73 9.52 6.58 7.62 8.60 9.53 10.4 7.12 8.25 9.31 10.3 11.2 7.65 6.87 10.0 11.1 12.1 8.18 9.48 10.7 11.8 12.9 8.71 10.1 11.4 12.6 13.7 9.23 10.7 12.1 13.3 14.5 9.74 11.3 12.8 14.1 15.3 10.3 11.9 13.4 14.8 16.1 500 600 700 800 900 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 0.07 0.08 0.09 0.10 0.11 0.13 0.15 0.17 0.19 0.16 0.20 0.25 0.26 0.29 0.22 0.26 0.30 0.35 0.39 0.27 0.33 0.38 0.43 0.49 0.32 0.39 0.45 0.52 0.58 0.38 0.46 0.53 0.61 0.68 0.43 0.52 0.61 0.69 0.78 0.49 0.58 0.68 0.78 0.88 1000 1100 1200 1300 1400 6.37 6.79 7.17 7.52 7.83 7.37 7.86 8.31 8.72 9.10 8.35 8.91 9.42 9.90 10.3 9.32 9.94 10.5 11.0 11.5 10.3 11.0 11.6 12.2 12.7 11.2 12.0 12.6 13.3 13.8 12.1 12.9 13.7 14.3 14.9 13.0 13.9 14.6 15.3 16.0 13.9 14.8 15.6 16.3 17.0 14.8 15.7 16.5 17.3 17.9 15.6 16.6 17.5 18.2 18.8 16.4 17.4 18.4 19.1 19.7 17.2 18.3 19.2 19.9 20.6 1000 1100 1200 1300 1400 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.11 0.12 0.13 0.14 0.15 0.22 0.24 0.26 0.28 0.30 0.33 0.36 0.39 0.42 0.46 0.43 0.48 0.52 0.56 0.61 0.54 0.60 0.65 0.70 0.76 0.65 0.71 0.78 0.84 0.91 0.76 0.83 0.91 0.99 1.06 0.87 0.95 1.04 1.13 1.21 0.97 1.07 1.17 1.27 1.36 1500 1600 1700 1800 1900 8.12 8.37 8.58 8.76 8.91 9.43 9.73 9.99 10.2 10.4 10.7 11.1 11.3 11.6 11.8 12.0 12.3 12.6 12.9 13.1 13.1 13.5 13.9 14.1 14.3 14.3 14.7 15.0 15.3 15.5 15.4 15.8 16.2 16.4 16.6 16.5 16.9 17.2 17.4 17.5 17.5 17.9 18.2 18.4 18.4 18.4 18.8 19.1 19.2 19.2 19.3 19.7 19.9 20.0 19.9 20.2 20.5 20.7 20.7 20.5 21.0 21.3 21.4 21.3 1500 1600 1700 1800 1900 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.16 0.17 0.18 0.20 0.21 0.32 0.35 0.37 0.39 0.41 0.49 0.52 0.55 0.59 0.62 0.65 0.69 0.74 0.78 0.82 0.81 0.87 0.92 0.98 1.03 0.97 1.04 1.10 1.17 1.23 1.14 1.21 1.29 1.37 1.44 1.30 1.30 1.47 1.56 1.65 1.46 1.46 1.66 1.75 1.85 2000 2100 2200 2300 2400 9.01 9.08 9.11 9.10 9.04 10.5 10.6 10.6 10.6 10.5 11.9 12.0 12.0 12.0 11.9 13.2 13.3 13.3 13.2 13.1 14.4 14.5 14.5 14.3 14.1 15.6 15.6 15.5 15.3 15.0 16.6 17.5 18.4 19.1 19.7 16.6 17.4 18.2 16.4 17.2 16.2 2000 2100 2200 2300 2400 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.22 0.23 0.24 0.25 0.26 0.43 0.45 0.48 0.50 0.52 0.65 0.68 0.72 0.75 0.78 0.87 0.91 0.95 1.00 1.04 1.08 1.14 1.19 1.25 1.30 1.30 1.35 1.43 1.49 1.56 1.52 1.59 1.67 1.74 1.82 1.73 1.82 1.91 1.99 2.08 1.95 2.05 2.14 2.24 2.34 2500 2600 2700 2800 2900 8.94 8.80 3.61 8.38 8.09 10.4 10.2 10.0 9.71 9.37 11.7 12.9 11.5 12.6 11.2 12.2 10.9 10.4 2500 2600 2700 2800 2900 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.27 0.28 0.29 0.30 0.31 0.54 0.56 0.58 0.61 0.63 0.81 0.85 0.88 0.91 0.94 1.08 1.13 1.17 1.21 1.26 1.35 1.41 1.46 1.52 1.57 1.62 1.69 1.76 1.82 1.88 1.90 1.97 2.05 2.12 2.20 2.17 2.25 2.34 2.43 2.51 2.44 2.53 2.63 2.73 2.83 3000 3100 3200 3300 7.76 8.96 7.37 8.49 6.93 6.44 3000 3100 3200 3300 0.00 0.00 0.00 0.00 0.33 0.34 0.35 0.36 0.65 0.67 0.69 0.71 0.98 1.01 1.04 1.07 1.30 1.34 1.39 1.43 1.63 1.68 1.73 1.79 1.95 2.01 2.08 2.14 2.28 2.35 2.43 2.50 2.60 2.69 2.77 2.86 2.92 3.02 3.12 3.22 13.9 14.7 13.5 DEM/UFRJ – EEK 444-Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 54 ANEXO 3.4 – Classificação de HP por Correia Rotação do eixo mais rápido Perfil POTÊNCIA POR CORREIA [HPBÁSICO] Diâmetro nominal da polia menor [mm] 12.00 12.50 13.00 13.50 14.00 14.50 15.00 15.50 16.00 16.50 17.00 17.50 18.00 18.50 19.00 19.50 20.00 20.50 21.00 21.50 22.00 22.50 23.00 23.50 24.00 30.25 32.83 37.03 37.47 41.54 31.11 33.76 38.05 38.49 42.61 31.97 34.68 39.05 39.50 43.67 32.83 35.59 40.04 40.50 44.71 1.00 1.02 1.05 1.08 1.11 1.15 1.21 1.28 1.40 1.65 a a a a a a a a a e 1.01 1.04 1.07 1.10 1.14 1.20 1.27 1.39 1.64 acima 11.61 12.59 14.24 14.41 16.13 12.60 13.68 15.43 15.58 17.56 13.58 14.75 16.72 16.93 18.97 14.56 15.82 17.94 18.17 20.37 15.53 16.88 19.16 19.40 21.75 16.50 17.94 20.36 20.61 23.12 17.46 16.99 21.55 21.82 24.47 18.41 20.03 22.73 23.01 25.81 19.36 21.05 23.90 24.20 27.12 20.30 22.08 25.06 25.37 28.42 21.24 23.10 26.20 26.53 29.71 22.17 24.11 27.34 27.68 30.97 23.09 25.11 28.46 28.82 32.22 24.01 26.10 29.58 29.94 37.45 24.92 27.08 30.68 31.05 34.66 25.82 28.06 31.77 32.15 35.86 26.72 29.03 32.85 33.74 37.03 27.61 29.99 33.91 34.37 38.19 33.67 36.49 41.02 41.48 45.72 435 485 575 585 690 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.17 0.19 0.22 0.22 0.27 0.33 0.37 0.44 0.45 0.53 0.50 0.56 0.66 0.68 0.80 0.67 0.75 0.88 0.90 0.06 0.84 0.93 1.11 1.12 1.33 1.00 1.12 1.33 1.35 1.59 1.17 1.30 1.56 1.57 1.86 1.34 49 1.77 1.80 2.12 1.50 1.68 1.99 2.02 2.39 725 870 950 1160 1425 16.65 18.57 19.45 21.12 21.75 18.13 20.25 21.21 23.04 23.70 19.60 21.89 22.94 24.90 25.58 21.05 23.51 24.63 26.71 27.33 22.46 25.10 26.29 28.46 28.99 23.89 26.57 27.92 30.15 30.55 25.28 28.20 29.51 31.78 32.00 26.65 29.71 31.06 33.35 33.34 28.01 31.18 32.57 34.85 34.58 29.35 32.63 34.05 36.29 35.67 30.66 34.04 35.48 37.67 31.96 35.43 36.88 38.97 33.24 36.78 38.24 40.20 34.49 38.10 39.55 41.36 35.73 39.38 40.83 42.45 36.95 40.63 42.06 43.47 38.14 41.85 43.24 44.49 39.31 40.46 41.59 42.70 43.78 44.84 45.87 46.89 43.03 44.18 45.29 46.36 47.40 48.39 49.35 50.27 44.39 45.48 46.53 47.53 48.49 49.39 50.25 51.06 45.26 725 870 950 1160 1425 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.28 0.33 0.37 0.45 0.55 0.56 0.67 0.71 0.89 1.09 0.84 1.00 1.10 1.04 1.65 1.11 1.34 1.45 1.78 2.19 1.39 1.67 1.83 2.23 2.74 1.67 2.01 2.19 2.67 3.28 1.95 2.34 2.56 3.12 3.83 2.23 2.68 2.92 3.57 4.38 2.51 3.01 3.28 4.01 4.93 50 100 150 200 250 1.96 3.53 4.95 6.28 7.52 2.10 3.80 5.34 6.78 8.13 2.24 4.07 5.73 7.28 8.74 2.38 4.33 6.11 7.78 9.35 2.52 2.66 2.80 2.94 3.08 3.22 3.36 3.50 3.64 3.77 3.91 4.05 4.18 4.32 4.46 4.59 4.73 4.86 5.00 5.13 5.27 4.60 4.86 5.12 5.39 5.05 5.91 6.17 6.43 6.69 6.95 7.21 7.46 7.72 7.97 8.23 8.48 8.79 8.99 9.24 9.50 9.75 6.49 6.88 7.26 7.64 8.01 8.39 8.76 9.14 9.51 9.89 10.26 10.63 10.99 11.36 11.73 12.09 12.46 12.82 13.19 13.55 13.91 8.27 8.76 9.26 9.75 10.24 10.72 11.21 11.69 12.17 12.65 13.13 13.61 14.08 14.56 15.03 15.50 15.97 16.44 16.91 17.37 17.83 9.96 10.56 11.16 11.75 12.35 12.94 13.53 14.12 14.70 15.29 15.87 16.44 17.02 17.60 18.17 18.74 19.31 19.87 20.43 21.00 21.56 50 100 150 200 250 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 0.04 0.08 0.12 0.15 0.19 0.06 0.12 0.17 0.23 0.29 0.08 0.15 0.23 0.31 0.38 0.10 0.19 0.29 0.38 0.48 0.12 0.23 0.35 0.46 0.58 0.13 0.27 0.40 0.54 0.67 0.15 0.31 0.46 0.62 0.77 0.17 0.35 0.52 0.69 0.86 300 350 400 450 500 8.70 9.82 10.89 11.91 12.88 9.42 10.65 11.81 12.93 13.99 10.14 11.40 12.73 13.94 15.09 10.85 12.28 13.01 14.95 16.19 11.56 13.09 14.55 15.95 17.28 12.26 13.89 15.45 16.94 18.36 12.97 14.70 16.35 17.93 19.43 13.67 15.49 17.24 18.91 20.49 14.36 16.29 18.12 19.88 21.55 15.05 17.07 19.00 20.85 22.60 15.74 17.86 19.88 21.81 23.64 16.43 18.64 20.75 22.76 24.67 17.12 19.42 21.61 23.71 25.69 17.80 20.19 22.47 24.65 26.71 18.47 20.96 23.33 25.58 27.71 19.15 21.72 24.18 26.51 28.71 19.82 22.49 25.02 27.43 29.70 20.49 23.24 25.86 28.34 30.68 21.15 24.00 26.69 29.25 31.05 21.82 24.74 27.52 30.15 32.01 22.48 25.49 28.35 31.04 33.57 21.13 26.23 29.16 31.93 34.51 23.79 26.97 29.57 32.80 35.45 24.44 27.70 30.78 33.68 36.78 25.09 28.43 31.50 34.94 37.29 300 350 400 450 500 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.12 0.13 0.15 0.17 0.19 0.21 0.21 0.31 0.35 0.38 0.35 0.40 0.46 0.52 0.58 0.46 0.54 0.61 0.69 0.77 0.58 0.67 0.77 0.86 0.96 0.69 0.81 0.97 1.04 1.15 0.81 0.94 1.08 1.21 1.35 0.92 1.08 1.21 1.38 1.54 1.04 1.21 1.38 1.56 1.73 550 600 650 700 750 13.80 14.67 15.56 16.28 17.01 15.00 15.97 16.87 17.72 18.53 16.19 17.23 18.22 19.15 20.03 17.37 18.50 19.56 20.57 21.51 18.55 19.75 20.89 21.96 22.97 19.71 20.99 22.20 23.34 24.41 20.85 22.22 23.50 24.71 25.83 22.00 23.44 24.79 26.05 27.23 23.14 24.64 26.05 27.38 28.61 24 26 25.83 27.31 28.69 29.97 25.37 27.01 28.55 29.98 31.31 26.46 28.18 29.77 31.26 32.63 27.57 29.33 30.98 32.52 33.93 28.65 30.47 32.18 33.75 35.20 29.72 31.60 33.36 34.97 36.45 30.78 32.72 34.52 36.17 37.68 31.83 33.82 35.67 37.35 38.88 32.87 34.91 36.80 38.52 40.06 33.00 35.99 37.91 39.66 41.22 34.92 37.05 39.01 40.78 42.35 35.92 38.10 40.09 41.88 43.46 36.92 39.13 41.15 42.96 44.54 37.90 40.15 42.20 44.02 45.60 38.87 41.16 43.22 45.05 46.63 39.84 42.15 44.23 46.07 47.64 550 600 650 700 750 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.21 0.23 0.25 0.27 0.29 0.42 0.46 0.50 0.54 0.58 0.64 0.69 0.75 0.81 0.87 0.85 0.92 1.00 1.08 1.15 1.06 1.15 1.25 1.35 1.44 1.27 1.38 1.50 1.61 1.73 1.48 1.61 1.75 1.88 2.02 1.69 1.85 2.00 2.15 2.31 1.90 2.07 2.25 2.42 2.59 800 850 900 950 1000 17.70 18.33 18.92 19.45 19.93 19.23 19.93 20.63 21.21 21.74 20.85 21.61 22.30 22.94 23.55 22.39 23.20 23.95 24.63 25.25 23.91 24.78 25.57 26.29 26.94 25.41 26.32 27.16 27.92 28.59 26.88 27.84 28.72 29.51 30.20 28.33 29.33 30.24 31.06 31.77 29.75 30.80 31.74 32.57 33.30 31.16 32.23 33.20 34.05 34.78 32.53 33.64 34.62 35.48 36.22 33.88 35.01 36.01 36.88 37.61 35.21 36.36 37.37 38.24 38.96 36.51 37.67 38.69 39.55 40.26 37.78 38.96 39.97 40.83 41.51 39.03 40.21 41.22 42.06 42.71 40.24 41.43 42.43 43.24 43.86 41.43 42.61 43.60 44.39 44.96 42.59 43.77 44.73 45.48 46.00 43.73 44.89 45.82 46.52 47.00 44.83 45.97 46.88 47.53 47.93 45.90 47.02 47.89 48.49 48.82 46.95 48.03 48.85 49.39 49.64 47.96 49.01 49.78 50.25 50.41 48.91 49.95 50.66 51.06 51.12 800 850 900 950 1000 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.31 0.33 0.35 0.37 0.38 0.61 0.65 0.69 0.73 0.77 0.92 0.98 1.04 1.10 1.15 1.23 1.31 1.38 1.46 1.54 1.54 1.63 1.73 1.83 1.92 1.84 1.96 2.07 2.19 2.30 2.15 2.29 2.42 2.56 2.69 2.46 2.61 2.77 2.92 3.08 2.77 2.94 3.11 3.28 3.46 1050 1100 1150 1200 1250 20.36 20.74 21.06 21.32 21.52 22.21 22.53 22.97 23.26 23.46 24.02 24.46 24.84 25.14 25.37 25.79 26.25 26.64 26.95 27.18 27.50 27.99 28.39 28.71 28.93 29.18 29.68 30.08 30.39 30.61 30.81 31.31 31.71 32.01 32.21 32.38 32.89 33.28 33.57 33.73 33.91 34.41 34.79 35.05 35.18 35.39 35.88 36.24 36.46 36.54 36.82 37.29 37.62 37.80 37.83 38.20 38.64 38.93 39.06 39.02 39.53 39.93 40.17 40.24 40.14 40.80 41.16 41.35 41.35 41.16 42.01 42.33 42.45 42.38 42.10 43.17 43.43 43.48 43.32 44.27 45.31 46.29 47.21 48.07 48.86 49.59 44.46 45.44 46.33 47.16 44.44 45.31 44.18 1050 1100 1150 1200 1250 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.40 0.42 0.44 0.46 0.48 0.81 0.84 0.88 0.92 0.96 1.21 1.27 1.33 1.39 1.44 1.61 1.69 1.77 1.84 1.92 2.02 2.11 2.21 2.31 2.40 2.42 2.54 2.65 2.77 2.88 2.83 2.96 3.09 3.23 3.36 3.23 3.38 3.54 3.69 3.84 3.63 3.80 3.98 4.15 4.32 1300 1350 1400 1450 1500 21.67 21.75 21.76 21.71 21.60 23.63 23.71 23.72 23.66 23.53 25.52 25.60 25.60 25.51 25.35 27.33 27.40 27.37 27.26 27.05 29.07 29.11 29.05 28.90 28.64 30.72 30.73 30.64 30.43 30.11 32.29 32.26 32.12 31.85 31.46 33.78 33.70 33.49 33.15 32.61 35.17 35.04 34.76 34.33 36.48 37.70 38.82 39.85 36.27 37.41 38.44 35.91 36.96 35.40 1300 1350 1400 1450 1500 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.50 0.52 0.54 0.56 0.58 1.00 1.04 1.07 1.11 1.15 1.50 1.56 1.62 1.67 1.73 2.00 2.07 2.15 2.23 2.30 2.50 2.59 2.69 2.79 2.88 3.00 3.11 3.23 3.34 3.46 3.50 3.63 3.77 3.90 4.04 4.00 4.15 4.31 4.46 4.61 4.49 4.67 4.84 5.01 5.19 1550 1600 1650 1700 1750 21.42 21.16 20.84 20.44 19.96 23.32 23.03 22.66 22.20 21.66 25.10 24.76 24.33 23.81 23.20 26.75 26.36 25.86 25.26 24.56 28.28 29.68 30.94 27.81 29.13 27.23 26.54 1550 1600 1650 1700 1750 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.60 0.62 0.63 0.65 0.67 1.19 1.23 1.27 1.30 1.34 1.79 1.85 1.91 1.96 2.02 2.38 2.46 2.54 2.61 2.69 2.98 3.08 3.17 3.27 3.36 3.57 3.69 3.80 3.92 4.03 4.17 4.30 4.44 4.57 4.71 4.77 4.92 5.08 5.23 5.38 5.36 5.53 5.71 5.88 6.05 1800 1850 1900 1950 19.41 21.04 22.49 18.78 20.33 18.07 17.28 1800 1850 1900 1950 0.00 0.00 0.00 0.00 0.69 0.71 0.73 0.75 1.38 1.42 1.46 1.50 2.08 2.14 2.19 2.25 2.77 2.84 2.92 3.00 3.46 3.56 3.65 3.75 4.15 4.26 4.38 4.49 4.84 4.98 5.11 5.25 5.54 5.69 5.84 6.00 6.22 6.40 6.57 6.74 Prof. Flávio de Marco 29.38 31.89 36.01 38.43 40.44 HP ADICIONAL POR CORREIA COM RELAÇÃO Á VELOCIDADE (i) 435 485 575 585 690 DEM/UFRJ – EEK 444-Elementos de Máquinas II 28.50 30.95 34.96 35.38 39.32 Rotação do eixo mais rápido D 55 ANEXO 3.5 – Classificação de HP por Correia Rotação do eixo mais rápido Perfil HP ADICIONAL POR CORREIA COM POTÊNCIA POR CORREIA [HPBÁSICO] Diâmetro nominal da polia menor [mm] 450 460 475 500 520 525 560 575 600 625 630 650 675 700 25.8 27.7 30.8 31.1 34.0 27.7 29.8 33.1 33.4 36.5 28.2 30.3 33.7 34.0 37.1 31.5 33.9 37.6 38.0 41.4 32.9 35.4 39.3 39.6 43.1 35.2 37.5 37.9 40.3 41.9 44.6 42.3 45.0 45.9 48.6 38.0 40.8 45.1 45.5 49.1 39.8 42.7 47.1 47.5 51.1 E 42.0 45.0 49.6 50.0 53.6 Rotação RELAÇÃO Á VELOCIDADE (i) do eixo mais 1.00 1.02 1.05 1.09 1.13 1.19 1.25 1.35 1.52 2.00 a a a a a a a a e rápido a 1.01 1.04 1.08 1.12 1.18 1.24 1.34 1.51 1.99 acima 435 485 575 585 700 20.9 22.4 24.8 25.1 27.4 21.8 23.5 26.0 26.3 28.7 23.3 25.1 27.8 28.1 30.7 44.1 47.3 52.0 52.4 55.9 435 485 575 585 700 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.41 0.46 0.55 0.56 0.67 0.83 0.92 1.10 1.12 1.33 1.24 1.38 1.63 1.66 1.99 1.66 1.85 2.19 2.23 2.67 2.07 2.31 2.74 2.78 3.33 2.48 2.77 3.28 3.34 4.00 2.90 3.23 3.83 3.90 4.66 3.31 3.69 4.38 4.45 5.33 3.73 4.16 4.93 5.01 6.00 725 870 950 1160 27.8 29.2 29.3 27.1 29.2 30.7 30.8 28.4 31.2 34.5 37.0 37.7 41.9 43.6 46.4 49.1 49.6 51.6 54.0 56.3 32.8 36.1 38.7 39.3 43.5 45.1 47.7 50.0 50.5 52.2 32.9 36.2 38.7 39.2 43.1 44.6 46.9 30.2 725 870 950 1160 1450 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.69 0.83 0.90 1.10 1.38 1.38 1.66 1.81 2.21 2.76 2.06 2.47 2.70 3.30 4.12 2.76 3.31 3.62 4.42 5.52 3.45 4.14 4.52 5.52 6.90 4.14 4.97 5.42 6.62 8.28 4.83 5.80 6.33 7.73 9.66 5.52 6.62 7.23 8.83 11.0 6.21 7.45 8.14 9.94 12.4 50 100 150 200 250 3.82 6.73 9.33 11.7 13.9 3.96 7.01 9.73 12.2 14.6 4.19 7.43 10.3 13.0 15.5 4.56 8.12 11.3 14.3 17.1 4.85 8.67 12.1 15.3 18.3 4.92 8.81 12.3 15.6 18.6 5.44 9.77 13.7 17.3 20.8 5.65 10.2 14.3 18.1 21.7 6.02 10.9 15.3 19.4 23.2 6.38 6.45 6.74 7.10 7.46 11.5 11.7 12.2 12.9 13.5 16.2 16.4 17.2 18.2 19.1 20.6 20.9 21.9 23.1 24.3 24.7 25.0 26.2 27.7 29.2 50 100 150 200 250 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 0.10 0.14 0.19 0.24 0.10 0.19 0.29 0.38 0.48 0.14 0.28 0.43 0.57 0.71 0.19 0.38 0.57 0.76 0.95 0.24 0.48 0.71 0.95 1.19 0.29 0.57 0.86 1.14 1.43 0.33 0.67 1.00 1.33 1.67 0.38 0.76 1.14 1.52 1.90 0.43 0.86 1.29 1.71 2.14 300 350 400 450 500 16.0 17.9 19.7 21.3 22.8 16.7 18.7 20.6 22.4 23.9 17.8 20.0 22.0 23.9 25.6 19.6 22.1 24.3 26.4 28.3 21.1 23.7 26.1 28.4 30.4 21.5 24.1 26.6 28.9 30.9 24.0 26.9 29.7 32.3 34.6 25.0 28.1 31.0 33.7 36.1 26.8 30.1 33.2 36.1 38.6 28.5 32.1 35.4 38.4 41.1 28.9 32.5 35.8 38.9 41.6 30.3 34.0 37.5 40.7 43.5 32.0 36.0 39.6 42.9 45.9 33.7 37.9 41.7 45.1 48.2 300 350 400 450 500 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.29 0.33 0.38 0.43 0.48 0.57 0.67 0.76 0.86 0.95 0.85 0.99 1.14 1.28 1.42 1.14 1.33 1.52 1.71 1.90 1.43 1.67 1.90 2.14 2.38 1.71 2.00 2.28 2.57 2.85 2.00 2.33 2.66 3.00 3.33 2.28 2.67 3.05 3.43 3.81 2.57 3.00 3.43 3.86 4.28 550 600 650 700 750 24.2 25.4 26.5 27.4 28.1 25.4 26.7 27.8 28.7 29.5 27.1 28.5 29.7 30.7 31.6 30.0 31.5 32.9 34.0 34.9 32.3 33.9 35.3 36.5 37.5 32.8 34.5 35.9 37.1 38.1 36.7 38.5 40.1 41.4 42.4 38.3 40.2 41.8 43.1 44.1 40.9 42.9 44.6 45.9 46.9 43.5 45.5 47.3 48.6 49.5 44.0 46.1 47.8 49.1 50.0 46.0 48.1 49.8 51.1 52.0 48.4 50.6 52.3 53.6 54.4 50.8 53.0 54.7 55.9 56.5 550 600 650 700 750 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.52 0.57 0.62 0.67 0.71 1.05 1.14 1.24 1.33 1.43 1.56 1.70 1.85 1.99 2.13 2.09 2.28 2.48 2.67 2.86 2.62 2.86 3.09 3.33 3.57 3.14 3.43 3.71 4.00 4.28 3.66 4.00 4.33 4.66 5.00 4.19 4.57 4.95 5.33 5.71 4.71 5.14 5.57 6.00 6.43 800 850 900 950 1000 28.7 29.1 29.3 29.3 29.1 30.1 30.5 30.8 30.8 30.6 32.2 32.7 32.9 32.9 32.6 35.6 36.0 36.2 36.2 35.9 38.2 38.6 38.8 38.7 38.2 38.8 39.2 39.4 39.2 38.8 43.0 43.4 43.4 43.1 42.4 44.8 45.1 45.0 44.6 47.5 50.0 50.5 52.4 54.6 56.6 47.7 50.1 50.6 52.3 47.5 49.8 50.2 46.9 800 850 900 950 1000 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.76 0.81 0.86 0.90 0.95 1.52 1.62 1.72 1.81 1.91 2.27 2.41 2.56 2.70 2.84 3.05 3.24 3.43 3.62 3.81 3.81 4.05 4.28 4.52 4.76 4.57 4.85 5.14 5.42 5.71 5.33 5.66 6.00 6.33 6.66 6.09 6.47 6.85 7.23 7.61 6.85 7.28 7.71 8.14 8.57 1050 1100 1150 1200 1250 28.7 28.1 27.3 26.2 24.9 30.1 29.5 28.6 27.5 32.2 35.2 37.5 38.0 31.4 34.3 36.4 30.4 29.2 1050 1100 1150 1200 1250 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.00 1.05 1.09 1.14 1.19 2.00 2.10 2.19 2.29 2.38 2.98 3.12 3.27 3.41 3.55 4.00 4.19 4.38 4.57 4.76 5.00 5.24 5.47 5.71 5.95 6.00 6.28 6.57 6.85 7.14 6.99 7.33 7.66 7.99 8.33 8.00 8.38 8.76 9.14 9.52 9.00 9.42 9.85 10.3 10.7 - Velocidade da correia acima de 30 m/s – poderá ser necessária polia especial. DEM/UFRJ – EEK 444-Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 56 ANEXO 4 O primeiro é mais conservativo e só é utilizado para correias Hi-Power (A, B, C, D e E). Determina-se a potência que 1 correia pode transmitir através da eq. [6], abaixo. Os valores de a, c e e, para correias de seção A, B, C, D e E, são encontrados na tabela 12. Pcorr ⎛ c e ⋅ v2 ⎞ ⎜⎜ a − − ⎟⋅v d 10 6 ⎟⎠ ⎝ = 10 3 [6] ⎧d [in] ⎪ onde: ⎪⎨v.⎡ ft ⎤ = π ⋅ d ⋅ n ⎢ ⎥ 12 ⎪ ⎣ min ⎦ ⎪⎩a, c, e → tabela.12 Tabela 12 – Valores de a, c e e para o cálculo da potência transmitida por 1 correia. (seção A, B, C, D e E) PERFIL A B C D E COEFICIENTES a c 1.589 2.702 2.822 7.725 5.882 26.971 12.628 96.991 26.220 285.32 DEM/UFRJ – EEK 444-Elementos de Máquinas II dmin e 0.0146 0.0251 0.0397 0.0815 0.1250 Prof. Flávio de Marco dmáx [mm] [mm] 76 137 230 330 534 127 188 330 432 710 57 2 - CORRENTES 2.1. INTRODUÇÃO As correntes são elementos de máquinas flexíveis utilizadas para a transmissão de potência ou transporte/movimentação de carga. Neste capítulo serão abordadas apenas as correntes de transmissão, devido a sua grande utilização. Serão apresentados os tipos mais comuns, suas principais aplicações, a padronização e a terminologia utilizada, o processo de seleção e recomendações de projeto. A seleção o tipo de transmissão mais adequado depende dos requerimentos específicos. As correntes, apesar de possuírem características comuns a outros tipos de transmissão (correias e engrenagens), têm também características únicas, devendo o projetista analisá-las e considerá-las como uma interessante opção e decidir sobre sua utilização. Figura 2.1 – Corrente de rolos dupla. Elas são largamente utilizadas na indústria mecânica, onde as aplicações abrangem diversas áreas, como M.Opt., automobilística (automóveis, motocicletas e bicicletas), naval, aeronáutica e etc. São também utilizadas na indústria nuclear, de mineração e máquinas transportadoras. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 58 A CORRENTE DE ROLOS OU ROLETES Desenhos de Leonardo da Vinci datados do século 16 mostram o que aparenta ser a primeira corrente de aço para transmissão. Porém, os créditos desta invenção são dados a Hans Renold que apresentou a patente da corrente de rolos (ou roletes) em 1880. Até então, as correntes utilizavam apenas pinos e placas. A figura 2.1 mostra uma moderna corrente de rolos dupla e a figura 2.2 apresenta o projeto original de Hans Renold para a patente britânica. Figura 2.2 - Projeto original de Hans Renold para a patente britânica -1880. Desde então as correntes de rolos vêm sendo largamente empregadas na indústria mecânica. Por este motivo o engenheiro projetista deve utilizar um criterioso processo de seleção desde os primeiros passos do projeto. A seleção da corrente mais adequada a certa aplicação implica em maior eficiência e menor custo. Assim o projetista deve considerar alguns parâmetros e critérios orientadores para a correta seleção de correntes. Os principais são: • potência transmitida, • relação de transmissão (i) ou as velocidades dos eixos motor e movido, • características da máquina movida e da motora, • espaço disponível (distância entre os eixos), • vida e confiabilidade requerida, • condições de operação (presença de poeira ou sujeiras, temperatura e etc.), • custo. As características principais desse tipo de transmissão são: • adequada para grandes distâncias entre eixos (tornando impraticável a utilização de engrenagens), DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 59 • transmissão de maior potência (quando comparada com correias), • permite a variação do comprimento, com a remoção ou adição de elos, • menor carga nos mancais, já que não necessita de uma carga inicial, • não há perigo de deslizamento, • bons rendimentos e eficiência (98 a 99 %, em condições ideais) • longa vida, • permite grandes reduções (i < 7), • são mais tolerantes em relação ao desalinhamento de centros, • transmissão sincronizada, • condições severas de operação (correias são inadequadas sob umidade, alta temperatura ou ambiente agressivo) • são articuladas apenas em um plano, • sofrem desgaste devido a fadiga e a tensão superficial • ruídos, choques e vibrações • necessidade de lubrificações • necessidade de proteção contra poeira e sujeiras • menor velocidade 2.2. MATERIAIS DE FABRICAÇÃO E TIPOS DE CORRENTE Os materiais de fabricação das correntes devem atender aos requerimentos de carga elevada, alta resistência, alta suscetibilidade ao tratamento térmico, alta resistência aos esforços de fadiga, baixa temperatura de transição dúctil-frágil, baixa sensitividade ao impacto, excelentes possibilidades de usinagem, conformação, corte e solda. As correntes são normalmente fabricadas em aços especiais, (aço cromo-níquel), tratados termicamente (têmpera e revenido), com superfícies de apoio (pinos e buchas), endurecidos, para aumentar a resistência à fadiga, ao desgaste e à corrosão. Aços inox também são utilizados, bem como ferro e ferro fundido. 2.2.1. TIPOS DE CORRENTE 1) Galle São correntes sem roletes, compostas apenas por placas laterais e pinos maciços (figura 2.3). Aumentando-se o número de placas laterais pode-se obter maiores DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 60 capacidades de carga. Normalmente são utilizadas para elevar ou abaixar pequenas cargas, tais como: máquinas de elevação até 20 T e com pequena altura, portões e transmissão de pequenas potências em baixas rotações. A relação de transmissão máxima recomendada é de 1:10 e a velocidade máxima recomendada de 0,5 m/s, devido b1 L b2 ao grande desgaste das placas laterais. passo (b) (a) Figura 2.3 – (a) Corrente tipo GALLE com dupla placa lateral e (b) simples. 2) Zobel ou Lamelar (Leaf Chain) Este tipo de corrente é empregado em transmissão de potência em médias velocidades (até 3,5 m/s) e relação de transmissão máxima recomendada de 1:10. São mais resistentes ao desgaste do que as correntes do tipo Galle, pois possuem maior superfície de contato. Possuem as buchas fixas às placas internas e os pinos fixos às placas externas. Os pinos podem ser ocos, resultando em uma corrente com menor peso. Figura 2.4 – Corrente tipo ZOBEL. 3) Fleyer São semelhantes às correntes Galle e não possuem roletes (figura 2.5). Não são utilizadas em transmissão de movimento. São empregadas para elevação de carga, tracionamento, máquinas siderúrgicas de pequeno porte e etc.. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 61 t d b passo Figura 2.5 – Corrente tipo FLEYER. 4) Correntes Silenciosas: (Dentes Invertidos) Este tipo de corrente tem as placas laterais fabricadas em forma de dentes invertidos que se acoplam com os dentes da engrenagem. O perfil dos dentes da corrente e do pinhão é normalmente reto. Devido a esta geometria o acoplamento é feito com um perfil equivalente aos dentes de engrenagem (maior distância entre centros) proporcionado um engrenamento gradual, com melhor distribuição da carga ao longo do “dente”, diminuindo, assim, o impacto, o desgaste, o efeito cordal e o ruído em altas velocidades (7 a 16 m/s). Algumas correntes silenciosas são fabricadas com placas com perfil envolvental, o que permite a transmissão de maior potência e velocidade. Com lubrificação adequada correntes silenciosas operam com eficiência entre 95 % e 99%. (a) (b) (d) (c) Figure 2.6 - Correntes silenciosas - (a) com juntas de deslizamento – (b) com juntas de rolamento – (c) e (d) exemplos de correntes silenciosas. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 62 5) Corrente de rolos (Roller Chain) – Renold (Hans), 1880. As correntes de rolos são as mais utilizadas, tanto para transmissão de potência como para esteira transportadora. São fabricadas com diversos elos sendo cada um deles composto de placas, roletes, grampos ou anéis e pinos (figura 2.7). A corrente se acopla à engrenagens motora (pinhão) e movida (coroa) que transmitem o movimento. Os dentes das engrenagens se acoplam com os roletes rotativos, onde o desgaste é reduzido, pois acontecem contatos do tipo deslizante e rolante. Estas correntes estão disponíveis em diversas formas padronizadas e materiais, tais como aço, aço inox, plásticos (para autolubrificação). Permitem velocidade de até 11 m/s, porém a faixa recomendada é de 3 a 5 m/s. (b) (a) Figura 2.7 – (a) Correntes de rolos dupla e (b) corrente de rolos simples. 2.3. NOMENCLATURA E COMPONENTES DE CORRENTES DE ROLOS A figura 2.8, abaixo, apresenta a vista lateral e a seção de uma corrente de rolos, sua geometria e a respectiva nomenclatura, bem como algumas definições. Figura 2.8 – Nomenclatura e componentes das correntes de rolos. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 63 p → passo [mm] l → largura [mm] d → diâmetro do rolete [mm] Lm → distância entre as correntes em correntes múltiplas [mm] A corrente de rolo é composta de por partes simétricas com elos internos e externos montados alternadamente. Um elo é composto de quatro partes: duas placas laterais e dois pinos. Nas correntes do tipo contra-pino, estes são prensados em uma placa e atravessam a outra com pouca folga para serem contra-pinados. No tipo rebitado os pinos são prensados e rebitados em ambas as placas. O elo interno é constituído de 6 partes: 2 rolos com giro livre sobre duas buchas, que são prensadas em ambos os lados sobre as duas placas. (a) (b) (c) Figura 2.9 – Componentes das correntes de rolos. A tabela 2.1 abaixo apresenta os componentes das correntes de rolos, suas funções e os esforços aos quais estão submetidos. A figura 2.10 mostra a montagem das correntes de rolos. Tabela 2.1 – Funções e esforços dos Componentes das correntes de rolos. COMPONENTES DAS CORRENTES DE ROLOS Pinos FUNÇÃO ESFORÇO Suportar esforços da transmissão Tração, cisalhamento, flexão e fadiga Buchas Envolver o pino protegendo-o contra o impacto do engrenamento Fadiga e desgaste Roletes Amortecer o impacto do engrenamento Impacto, fadiga e desgaste Placas laterais - externa - interna Fixar os pinos e buchas em suas posições e suportar a carga do conjunto Tração, fadiga e choque. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 64 Figura 2.10 – Montagem dos componentes das correntes de rolos. A nomenclatura utilizada na transmissão por correntes de rolos, bem como algumas simbologias e definições é mostrada na figura 2.11, abaixo. passo 2 r d Figura 2.11 – Nomenclatura das transmissões por correntes. γ → ângulo de articulação γ = 2 ⋅ π 360 = z z [1] zp,c → número de dentes do pinhão e da coroa n1,2 → rotação do pinhão e da coroa dp,c → diâmetro primitivo do pinhão e da coroa c → distância entre centros F → carga na corrente P → potência transmitida i → relação de transmissão θ → ângulo de contato (abraçamento) da corrente e pinhão. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 65 i= sen γ 2 v= = n1 d c = n2 d p ( p / 2) ⇒ d = p ⇒ (d / 2) sen(γ / 2) (π ⋅ d ) ⋅ n ⇒ v = (z ⋅ p ) ⋅ n 60 60 d= p ⎛ 180 ⎞ sen⎜ ⎟ ⎝ z ⎠ [2] [m/s] [3] Simples Dupla Tripla Quádrupla Figura 2.12 – Configuração das correntes de rolos. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 66 Figura 2.12.a – Correntes simples, dupla, tripla e óctupla. 2.4. AÇÃO POLIGONAL OU CORDAL O apoio da corrente sobre o pinhão/coroa é sob forma de polígono. Devido a esse efeito aparecem oscilações na velocidade e força da corrente, provocando atrito e choque e, consequentemente, menor eficiência da transmissão. passo Variação cordal r - rc rc r r Figura 2.13 – Efeito poligonal ou cordal. Variação de velocidade devido ao efeito cordal: ⎡ ⎛ 180 ⎞ ⎤⎛ ⎛ 180 ⎞ ⎞ Δv ⎛ v −v ⎞ = 100 ⋅ ⎜ máx mín ⎟ = 100 ⎢sec⎜ ⎟ − 1⎥⎜⎜ cos⎜ ⎟ ⎟⎟ [%] v v ⎝ ⎠ ⎣ ⎝ z ⎠ ⎦⎝ ⎝ z ⎠ ⎠ DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco [4] 67 p Vmáx V Vmin = Vmáx Vmáx d0 . cos d0 2 s =0 I = 2 II tempo Variação do deslocamento - s v Vmáx tempo Vmín Variação da velocidade - v a = dv dt tempo I II I II Aceleração - a I Figura 2.14 – Variação do deslocamento, velocidade e aceleração na corrente. A figura 2.14, acima, mostra os gráficos de deslocamento, velocidade e aceleração, devido ao efeito poligonal sobre a movimentação da corrente com rotação constante no pinhão, representado por um hexágono, em relação ao ângulo de rotação ϕ. VCH V= .r 2 2 2 V= .r 1 1 VCH r2 1 r1 1 2 c Figura 2.15 – Análise das velocidades. onde: VCH → velocidade com que a corrente entra na roda dentada. Pinhão: VCHp = V.cos β = ω1.r1.cosβ VCHp máx (β ≠ 0) = ω1.r1 VCHp min (β = γ1/2) = ω1.r1.cos γ2/2 = ω.1r1.cos [180o/zp] DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 68 Coroa: VCHc = V.cos ϕ = ω2.r2.cosϕ VCHc máx (ϕ ≠ 0) = ω2.r2 VCHc min (ϕ = γ2/2)= ω2.r2.cos[180o/zc] ω2= VCHc /r2.cosϕ r1cosβ ω r cos ϕ ⇒i= 1 = 2 r2 cosϕ ω 2 r1 cos β v Variação de velocidade - v - [%] ω 2 = ω1 VCHc = VCHp , então: se ω1 = cte e ω2 ≠ cte 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 Número de dentes - z 50 Figura 2.16 – Gráfico de No de Dentes do Pinhão x Variação da Velocidade (%) (zp x Δv/v) 2.5. DIMENSIONAMENTO E ESPECIFICAÇÃO 2.5.1 ANÁLISES DE TENSÕES As tensões a que uma corrente esta submetida durante sua utilização são: - tração na placa lateral (Figura 2.17.a) - flexão e cisalhamento do pino (Figura 2.17.b) Locais de ruptura l F F x T 2 n i=1 y T 2 ei 2 (b) (a) Figura 2.17 – (a) Locais de ruptura da placa lateral da corrente e (b) tensão atuante no pino. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 69 - desgaste do rolete, pino e dentes, devido ao atrito entre as partes - carga devido ao efeito poligonal - força centrífugas e inerciais 2.5.2 ESPECIFICAÇÃO DE CORRENTES Para a especificação da corrente de rolos mais adequada, o projetista deve determinar: o número ANSI, que informa o tamanho da corrente, o número de correntes (simples, dupla, tripla, quádrupla e etc.), o número de elos (comprimento). A tabela 2.2 fornece as dimensões padronizadas das correntes de rolos. Tabela 2.2 – Padronização das dimensões das correntes de rolos. Número da corrente AISI 25 35 41 40 50 60 80 100 120 140 160 180 200 240 Passo [mm] Largura [mm] 6.35 9.52 12.70 12.70 15.88 19.05 25.40 31.75 38.10 44.45 50.80 57.15 63.50 76.70 3.18 4.76 6.35 7.94 9.52 12.70 15.88 19.05 25.40 25.40 31.75 35.71 38.10 47.63 Resistência mínima à tração [N] 3470 7830 6670 13920 21700 31300 55600 86700 124500 169000 222000 280000 347000 498000 Peso médio [N/m] 1.31 3.06 3.65 6.13 10.1 14.6 25.0 37.7 56.5 72.2 96.5 132.2 160 239 Diâmetro do rolete [mm] 3.30 5.08 7.77 7.92 10.16 11.91 15.87 19.05 22.22 25.40 28.57 35.71 39.67 47.62 Distância entre correntes múltiplas [mm] 6.40 10.13 14.38 18.11 22.78 29.29 35.76 45.44 48.87 58.55 65.84 71.55 87.83 Inicialmente deve ser determinada a potência transmitida por correntes simples (passo médio e largo) baseado em pinhão de 17 dentes. A tabela 2.3 fornece a potência nominal por correntes de rolos em função da rotação do pinhão e da serie da corrente. P[kW] = f(np, série da corrente) Os valores nela contidos são obtidos experimentalmente e são normalmente fornecidos pelos fabricantes. Os ensaios são executados baseados nas seguintes condições: DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 70 15000 horas ⇒ L10 Corrente simples Fator de serviço unitário Comprimento de 100 passos Lubrificação adequada Alongação máxima de 3 % Eixos horizontais Pinhão e coroa com 17 dentes Rotação do pinhão [rpm] Tabela 2.3 – Capacidade de transmissão de carga das correntes de rolos de acordo com o número da corrente ANSI [HP]. 25 35 40 41 50 60 80 100 120 140 160 180 200 240 50 100 150 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2500 3000 0.05 0.09 0.13 0.16 0.23 0.30 0.37 0.44 0.50 0.56 0.62 0.68 0.81 0.93 1.05 1.16 1.27 1.56 1.84 0.16 0.29 0.41 0.54 0.78 1.01 1.24 1.46 1.68 1.89 2.10 2.31 2.73 3.13 3.53 3.93 4.32 5.28 5.64 0.37 0.69 0.99 1.29 1.85 2.40 2.93 3.45 3.97 4.48 4.98 5.48 6.45 7.41 8.36 8.96 7.72 5.51 4.17 0.20 0.38 0.55 0.71 1.02 1.32 1.61 1.90 2.18 2.46 2.74 3.01 3.29 2.61 2.14 1.79 1.52 1.10 0.83 0.72 1.34 1.92 2.50 3.61 4.67 5.71 6.72 7.73 8.71 9.69 10.7 12.6 14.4 12.8 10.7 9.23 6.58 4.98 1.24 2.31 3.32 4.30 6.20 8.03 9.81 11.6 13.3 15.0 16.7 18.3 21.6 18.1 14.8 12.4 10.6 7.57 5.76 2.88 5.38 7.75 10.0 14.5 18.7 22.9 27.0 31.0 35.0 39.9 37.7 28.7 22.7 18.6 15.6 13.3 9.56 7.25 5.52 10.3 14.8 19.2 27.7 35.9 43.9 51.7 59.4 63.0 52.8 45.0 34.3 27.2 22.3 18.7 15.9 0.40 9.33 17.4 25.1 32.5 46.8 60.6 74.1 87.3 89.0 72.8 61.0 52.1 39.6 31.5 25.8 21.6 14.4 26.9 38.8 50.3 72.4 93.8 115 127 101 82.4 69.1 59.0 44.9 35.6 20.9 39.1 56.3 72.9 105 136 166 141 112 91.7 76.8 65.6 49.9 28.9 54.0 77.7 101 145 188 204 155 123 101 84.4 72.1 38.4 71.6 103 134 193 249 222 169 61.8 115 166 215 310 359 Tipo B Tipo A Observação: Tipo C Tipo C’ Tipo A → Lubrificação manual ou gotejamento. Tipo B → Lubrificação de disco ou banho. Tipo C → Lubrificação de óleo corrente. Tipo C’→ Lubrificação idêntica a do tipo C, porém de mais difícil acesso; recomendase procurar o fabricante. As condições de operação, como o tipo de máquina movida e motora, a temperatura de trabalho, vibrações e choques, as condições ambientais e a severidade da transmissão influenciam a capacidade de carga das correntes. O fator que corrige estes problemas e denominado Fator de Serviço (KS) e seu valor se encontra na tabela 2.4. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 71 Tabela 2.4 – Fator de serviço – Ks. Máquina Movida Motor de combustão interna com acionamento hidráulico Motor elétrico ou turbina Motor de combustão interna com acionamento mecânico suave 1.0 1.0 1.2 moderado 1.2 1.3 1.4 pesado 1.4 1.5 1.7 Máquina Motora (*) *(severidade do acionamento - choque) 1º) Potência do projeto – Pproj Pproj = K S ⋅ P [5] KS → fator de serviço – Tabela 2.4 → Ks = f(máquina motora, tipo de choque) 2º) Capacidade de transmissão de corrente simples (possíveis) Pcorr = k1 × k 2 × Psimples [6] onde: Psimples → capacidade de carga de uma corrente simples de uma série específica. k1 → fator de correção para o número de dentes do pinhão - k1 = f(zp) – Tabela 2.5. k2 → fator de correção para o número de correntes – Tabela 2.6. Tabela 2.5 - Fator de correção para o número de dentes do pinhão - k1. Número de dentes do pinhão (zp) Fator de correção do número de dentes (k1) Número de dentes do pinhão (zp) Fator de correção do número de dentes (k1) 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 0.53 0.62 0.70 0.78 0.85 0.92 1.00 1.05 1.11 1.18 1.26 22 23 24 25 30 35 40 45 50 55 60 1.29 1.35 1.41 1.46 1.73 1.95 2.15 2.37 2.51 2.66 2.80 DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 72 Tabela 2.6 - Fator de correção para o número de correntes – k2. Número de correntes Fator de correção - k2 1 - simples 2 - dupla 3 - tripla 4 - quádrupla 5 - quíntupla 6 - sextupla 8 - óctupla 1.0 1.7 2.5 3.3 3.9 4.6 6.0 3º) Escolha da corrente (no de séries e no de correntes) mais adequada Devem ser calculadas as potências de projeto (Pproj) e as potências transmitidas (Pcorr) pelas quatro configurações (simples, dupla, tripla e quádrupla). A corrente mais adequada será aquela que possua a capacidade de carga mais próxima e maior do que a potência de projeto. Pc ≥ Pproj 4º) Determinação de número de elos (L/p) Para a especificação completa da corrente resta determinar o número de elos adequado. Este é calculado através da equação [07] abaixo. L 2 ⋅ c z1 + z 2 ( z 2 − z1 ) ⋅ p = + + p p 2 4 ⋅π 2 ⋅ c 2 [7] onde: z1 e z2 → número de dentes do pinhão e da coroa, L/p → número de elos da corrente, c → distância entre centros. 2.6. ESTIMATIVA DA VIDA Após a especificação, uma estimativa da vida desta corrente pode ser feita. O ponto essencial é a análise da ordem de grandeza desta vida. Caso ela não atenda aos critérios de projeto, existem parâmetros que podem ser alterados para a obtenção de uma alternativa mais adequada. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 73 Os fatores que influenciam a vida de uma corrente são: a carga de tração, o efeito cordal, o desgaste devido ao atrito e os efeitos centrífugos. Baseado nestes conhecimentos, algumas observações podem ser feitas: quanto menor o número de dentes do pinhão e quanto maior a velocidade da corrente, mais severa é a transmissão e, consequentemente menor é a sua vida. A vida da corrente é determinada estatisticamente e estimada em 15.000 h, correspondendo a uma confiabilidade de 90 % (R = 0.9). O cálculo da vida e da confiabilidade é feito de acordo com a equação [8], abaixo. 10 onde: C → Capacidade de carga ⎛C ⎞ 3 L10 = ⎜ ⎟ ⎝P⎠ P → Carga aplicada [8] A equação [09] determina a confiabilidade da corrente para uma vida diferente de L10. 1.17 ⎧⎪⎡ ⎤ ⎫⎪ L R = exp⎨⎢ ⎥ ⎬ ⎪⎩⎣ 6.97 ⋅ L10 ⎦ ⎪⎭ onde: L → vida requerida correspondente à R → confiabilidade [9] 2.7. EFICIÊNCIA DAS CORRENTES A eficiência da transmissão (η) é alta, na ordem de 97 a 99%. Dobrovolsky [01] propõe que o cálculo da eficiência das correntes seja feito da seguinte forma: η= P P +δ δ = 4.902 ⋅ P ⋅ μ ⋅ [10] Drol D pin [11] onde: P → potência transmitida [kW] δ → perdas por atrito das articulações [kW] Drol → diâmetro do rolete [mm] Dpin → diâmetro do pinhão [mm] η → eficiência da corrente ⎧μ wet = 0.005 μ → coeficiente de atrito ⎨ ⎩μ dry = 0.150 DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 74 A eficiência da corrente acoplada à eficiência dos mancais, resultará na eficiência da transmissão. 2.8. LUBRIFICAÇÃO DE CORRENTES Lubrificação e armaduras de proteção contra sujeiras e poeiras (figura 2.18) são essenciais para prevenir o desgaste e prolongar a vida da corrente. Sua performance é bastante melhorada através de lubrificação adequada nas articulações e nos dentes das engrenagens. A lubrificação reduz o atrito entre as partes e conseqüentemente o desgaste e ainda atua como refrigerante, retirando o calor gerado pelo atrito aumentando, assim, a eficiência da transmissão. Óleos pesados ou graxas não são recomendados, pois são muito viscosos e não conseguem penetrar as folgas das peças de uma corrente. Entretanto, óleos com viscosidade muito baixa são incapazes de manter uma camada de lubrificante adequada capaz de resistir às pressões de contato atuantes na transmissão. O método adequado de lubrificação depende de vários fatores: número de dentes da engrenagem menor, potência transmitida, velocidade, temperatura, etc.. Existem 5 métodos básicos para a lubrificação: Manual, Gotejamento, Banho de óleo, Disco rotativo e Lubrificação forçada ou spray sob pressão. Cada um se diferencia pela efetividade, instalação e custos de manutenção. Figura 2.18 – Exemplo de caixas de proteção para correntes [11]. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 75 Figura 2.19 –Locais onde a lubrificação de correntes deve ser efetuada. 1. Lubrificação Manual Este método não necessita de equipamentos especiais para sua implementação. O óleo pode ser aplicado periodicamente com pincel, aerosol (spray) ou almotolia (lata de óleo), diretamente nos pontos de lubrificação da corrente. A freqüência deve ser tal que mantenha a corrente sempre lubrificada, o que implica na utilização de um lubrificante de baixa viscosidade para que penetre nas juntas. Porém se a viscosidade for baixa demais o lubrificante poderá ejetado para fora da corrente em velocidades muito altas. Figura 2.20 – Lubrificação manual. 2. Gotejamento Este método requer um sistema composto de um reservatório e dutos que garantam que uma regular e controlada quantidade de óleo pingue sobre a corrente. A recomendação é um fluxo de 5 a 20 gotas por minuto DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 76 Reservatório de óleo Figura 2.21 – Lubrificação por gotejamento. 3. Banho de óleo Este tipo de lubrificação é normalmente utilizado quando a corrente é protegida por uma armadura, na qual normalmente está contido na parte inferior um reservatório de óleo, apenas o suficiente para cobrir a corrente (aproximadamente 10 mm de profundidade). A cada rotação a corrente passa através deste óleo, sendo lubrificada e também refrigerada. Figura 2.22 – Lubrificação por banho de óleo [11]. 4. Disco Rotativo A lubrificação da corrente é feita através da circulação do óleo através de um disco rotativo adicional, imerso aproximadamente 20 mm no óleo. A velocidade deve ser superior a 200 m/mm. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 77 Figura 2.23 – Lubrificação por disco rotativo [11]. 5. Lubrificação forçada ou spray sob pressão. O óleo armazenado em uma caixa de proteção vedada (armadura) é injetado continuamente sobre os pontos de lubrificação da corrente depois de impulsionado por um sistema de bombeamento em circuito fechado, conforme mostra a figura 2.24 e 2.25. Figura 2.24 – Esquema de lubrificação forçada ou spray DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 78 O spray deve ser direcionado, sempre que possível, para a parte interna da corrente, perto do engrenamento para diminuir o impacto entre o rolete e o dente. Os efeitos centrífugos sobre o óleo quando ele é forçado em vota da engrenagem ajudam a penetração através dos elementos da corrente e também melhoram a taxa de refrigeração. Figura 2.25 – Projeto de lubrificação forçada ou spray [11]. Os métodos de lubrificação variam em efetividade o que afeta a performance da corrente em termos de eficiência ( potência e velocidade) A tabela 2.7 contém valores recomendados de viscosidade para os óleos de acordo com a velocidade da corrente e com a temperatura (tabela 2.8). Tabela 2.7 – Viscosidade recomendada para os óleos utilizados para a lubrificação de correntes [oE50]. Pressão na junta da corrente [MPa] Sistema de lubrificação manual ou Banho de óleo gotejamento Velocidade da corrente [m/s] <1 1-5 >5 <5 >5 < 10 3 4–5 5–7 3 4–5 10 - 20 4-5 5–7 7–9 4–5 5–7 20 - 30 5-7 7-9 10 - 11 5-7 7-9 DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 79 Tabela 2.8 – Viscosidade recomendada para os óleos utilizados para a lubrificação de correntes de acordo com a temperatura [oC]. Tabela 2.9 – Viscosidades recomendadas para os óleos de acordo com a temperatura. Grau SAE recomendado Faixa de Temperatura [ C] [oF] -50 a 50 -20 a 80 10 a 110 20 a 130 30 a 140 40 a 150 o SAE 5 SAE 10 SAE 20 SAE 30 SAE 40 SAE 50 Figura 2.26 – Corrente de rolos lubrificada. Para transmissões de altas cargas em altas velocidades normalmente é requerido certo volume de lubrificante. O óleo precisa evitar (ou diminuir) o contato entre as superfícies (lubrificação), dissipar o calor gerado (refrigeração) e levar impurezas e poeiras acumuladas (limpeza). Tudo isto requer certa quantidade de lubrificante. A tabela 2.10 fornece o fluxo de óleo mínimo necessário para uma lubrificação estável, em função da potência transmitida. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 80 Tabela 2.10 – Fluxo de óleo recomendado x Potência transmitida Potência transmitida [HP] 50 100 150 200 250 300 400 500 600 700 800 900 1000 1500 2000 [CV] 50,7 101,4 152,1 202,8 253,6 304,3 405,7 507,1 608,5 710 811,4 912,8 1014,2 1521,3 2028,4 [kW] 36,8 73,6 110 147 184 221 294 368 442 515 589 662 736 1014 1472 Fluxo de óleo [gal/min] 0.25 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 2.00 2.25 3.00 3.25 3.75 4.25 4.75 7.00 10.00 2.9. LIMITES DE UTILIZAÇÃO E RECOMENDAÇÕES DE PROJETO 1) A relação de transmissão, sempre que possível, não deve ultrapassar 7 (i ≤ 7). Para relações maiores é recomendado o dobramento. 2) O no de dentes do pinhão deve, sempre que possível, ser maior do que (zp ≥ 17), para minimizar o efeito poligonal. A soma do no de dentes de ambas as engrenagens não deve ser menor do que 50. O no de dentes máximo não deve ultrapassar 120. 3) O no de elos da corrente não deve ser múltiplo do no de dentes pinhão nem da coroa, para evitar que um determinado dente e um rolete específico se encontrem com freqüência, prevenindo, assim, o desgaste. 4) Caso a distância entre centros (c) não seja conhecida a recomendação indicada é: .30 p ≤ c ≤ 50 p. Não deve ser nunca maior que 80 p, para evitar uma flecha excessiva devido ao peso da corrente e conseqüente perda de eficiência. Outra recomendação para a distância mínima entre centros é dada pela equação 12. c min = (d p + dc ) [12] 2 DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 81 5) A vida de uma corrente é determinada estatisticamente e estimada em 15000 h, correspondente a confiabilidade de 90% (R(t) = 0.9). 6) As principais falhas nas correntes são: - alongamento da corrente, proveniente do aumento do passo causado pelo desgaste das articulações. Para que o alongamento não ultrapasse 3 % (Δℓ/ℓmáx = 3%) devese utilizar velocidades até 6 m/s. - falha das articulações (rolete, pino e dentes) são minimizadas através de lubrificação. - falhas de fabricação e montagem → são minimizadas através de controle de qualidade. Figura 2.27 – Exemplo de defeito em um rolete de corente. 7) A limpeza da corrente deve ser feita em dois estágios: - limpeza com querosene para a retirada de óleo e sujeiras e - imersão em óleo para restaurar a lubrificação interna. 8) Podem ser utilizados estiradores, tensores para compensar o alongamento e/ou a diminuição do espaço, mas nunca no ramo tenso da corrente. 9) As folgas recomendas para as correntes são: - transmissão horizontal: 2% - transmissão vertical: 1% 10) A utilização de corrente simples com passo grande ou múltipla com passo pequeno depende de considerações econômicas e do espaço disponível. As transmissões mais econômicas normalmente utilizam correntes simples com os menores passos possíveis, porém se o espaço limitar o tamanho da transmissão, a utilização de correntes múltiplas permitirá um maior número de dentes do pinhão, reduzindo, assim, o efeito cordal. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 82 De uma forma geral pode-se utilizar a seguinte relação para a escolha do passo: - passo pequeno ⇒ pequenas cargas em altas velocidades. - passos grandes ⇒ cargas maiores em baixas velocidades. 11) A disposição da corrente de transmissão e suas engrenagens não devem ser negligenciadas. O lado frouxo, sempre que possível, deve estar para baixo. A figura 2.28 mostra algumas configurações classificadas como recomendada, aceitável ou não recomendada. Recomendado Aceitável Não recomendado Figura 2.28 – Configurações de transmissão. 12) Armaduras e proteção são frequentemente utilizados e fortemente recomendados. Os principais motivos são: DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 83 • lubrificação: - reservatório para armazenamento de óleo; - armazenar o excesso de óleo contaminado proveniente da lubrificação permitindo sua troca. • segurança: - proteger pessoal e equipamento contra eventuais rupturas das correntes. As armaduras e proteções são geralmente fabricadas com chapas ou telas de aço; possuem portas de acesso para manutenção e inspeção. 2.10. ENGRENAGENS DE CORRENTES As engrenagens utilizadas nas transmissões por correntes são fabricadas em aço com tratamento térmico específico. O procedimento para seu dimensionamento deve ser o mesmo das engrenagens cilíndricas de dentes retos, utilizando critérios de tensão e desgaste quando necessário. A figura 2.29 mostra algumas destas engrenagens. Figura 2.29 – Exemplos de engrenagens para correntes. A figura 2.30 mostra o perfil das engrenagens das correntes e as simbologias das dimensões necessárias para seu projeto. A tabela 2.8 apresenta o valor destas dimensões. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 84 Figura 2.30 – Perfil dos dentes de engrenagens das correntes. As engrenagens das correntes são fabricadas com precisão e dimensionadas pelos mesmos processos utilizados para as engrenagens cilíndricas de dentes retos. A engrenagem motora transmite torque e movimento para a corrente que, por sua vez, transmite para a engrenagem movida. Tabela 2.8 – Dimensões das engrenagens das correntes (figura 2.29) DADOS DA CORRENTE h Série passo Rc Q c drolete LARGURA DA CORRENTE - T simples Dupla e tripla M2 M3 M4 M5 M6 Quád. e acima 40 12.7 7.92 6.4 13.5 7.0 14.4 7.2 7.0 6.5 21.4 35.8 49.7 64.1 78.5 50 15.875 10.16 7.9 16.9 8.8 18.1 8.7 8.4 7.9 26.5 44.6 62.2 80.3 98.4 60 19.05 11.91 9.5 20.3 10.6 22.8 11.7 11.3 10.6 34.1 56.9 79.0 101.8 124.6 80 25.4 15.88 12.7 27.0 14.1 29.3 14.6 14.1 13.3 43.4 72.7 101.2 130.5 159.8 100 31.75 19.05 15.9 33.8 17.6 35.8 17.6 17.0 16.1 52.8 88.6 123.5 159.3 195.1 120 38.1 22.23 19.1 40.5 21.1 45.4 23.5 22.7 21.5 68.1 113.5 157.7 203.1 248.5 140 44.45 25.40 22.2 47.3 24.7 48.9 23.5 22.7 21.5 71.6 120.5 168.2 217.1 266.0 160 50.8 28.58 25.4 54.0 28.2 58.5 29.4 28.4 27.0 86.9 145.4 202.5 261.0 319.5 200 63.5 39.68 31.8 67.5 35.2 71.6 35.3 34.1 32.5 105.7 177.3 247.3 318.9 390.5 240 76.2 47.63 38.1 81.0 42.3 87.8 44.1 42.7 40.7 130.5 218.3 304.1 391.9 479.7 A figura 2.31 mostra as diversas configurações e tipos de cubos de engrenagens de correntes de rolos. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 85 TIPO A L B A B A TIPO B L D B A B A TIPO C L B A D D L B A D L1 L L B A L D B A D D B A B A D L1 TIPO D L L B A L1 L1 TIPO E L D B A D TIPO F Figura 2.31 – Tipos de cubos de engrenagens de correntes. A – furo piloto. B – furo máximo recomendado. D – diâmetro do cubo. Tipo A – Ambos os lados planos. Tipo B – Cubo em um lado. Tipo C – Cubo em ambos os lados. Tipo D – Cubo removível em um lado. Tipo E – Cubo removível em ambos os lados. Tipo F – Cubo vazado. A figura 2.31 mostra uma engrenagem de corrente de rolos e suas respectivas dimensões principais. As fórmulas utilizadas para os cálculos, em função do passo da corrente e do número de dentes, são mostradas abaixo. • • Diâmetro primitivo: D p = Diâmetro externo: DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II p ⎛ 180 o sen⎜⎜ ⎝ z ⎞ ⎟⎟ ⎠ ⎡ ⎛ 180 o D Ext = p ⋅ ⎢0.6 + cot ⎜⎜ ⎝ z ⎣ ⎞⎤ ⎟⎟⎥ ⎠⎦ Prof. Flávio de Marco 86 • D B = D p − Drol Diâmetro da base: ⎧ DB ⎪ DC = ⎨ ⎛ 90 o ⎜⎜ D ⋅ cos ⎪ p ⎝ z ⎩ ● Diâmetro caliper: • → z = par ⎞ ⎟⎟ − Drol ⎠ ⎛ ⎛ 180 o Diâmetro máximo do cubo: D H = p ⋅ ⎜⎜ cot ⎜⎜ ⎝ ⎝ z → z = ímpar ⎞ ⎞ ⎟⎟ − 1⎟ − 0.76 ⎟ ⎠ ⎠ onde: p – passo da corrente. z – número de dentes. Drol = diâmetro do rolete A medição de verificação das engrenagens (diâmetro caliper - DC) é feita sobre dois roletes encaixados em dois intervalos diametralmente opostos, caso o número de dentes seja par (figura 2.32 (b)); no caso de número de dentes ímpar a medição deve ser feita sobre dois roletes colocados nos intervalos mais próximo possíveis da posição diametralmente oposta (figura 2.32 (a)). Diâme Diâmetro caliper - D C tro cali per - D C l D ro z = par z = ímpar Diâmetro máx. do cubo Diâmetro da base - D B Diâmetro primitivo - D p Diâmetro externo - DE (a) (b) Figura 2.32 - dimensões principais das engrenagens de corrente de rolos. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 87 A tabela 2.9, abaixo, apresenta as dimensões já determinadas para as correntes de rolos normalizadas ANSI. Tabela 2.9 – Dimensões normalizadas das engrenagens para as correntes de rolos ANSI. A figura 2.33 abaixo apresenta um projeto de um redutor de correntes. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 88 Figura 2.33 – Projeto de um redutor de correntes [11] DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 89 EXEMPLO 1. Especifique a corrente adequada para o acionamento abaixo. 700 n coroa = 200 rpm Motor de combustão interna com acionamento hidráulico e choque pesado P = 3.73 kW e 300 rpm n pinhão = 300 rpm z pinhão = 20 SOLUÇÃO: 1º) Potência de Projeto: 3.73 kW = (3.73/0,746) = 5 HP Pproj = K S ⋅ P = 1{ .4 × 5 ⇒ Pproj = 7.0 HP Tabela 2.4 2o) Correntes possíveis: .Pcorr = k1 x k2 x Psimples. zp = 20 => Tabela 2.5 ⇒ k1 = 1.18 Série rpm 300 40 50 60 1.85 3.61 6.2 - Tabela 2.3 - Simples ⇒ k2 = 1.0 s60 ⇒ P60 = 1.18 x 1.0 x 6.20 ⇒ P60 = 7.32 HP - Dupla ⇒ k2 = 1.7 s50 ⇒ P50 = 1.18 x 1.7 x 3.61 ⇒ P50 = 7.24 HP - Tripla ⇒ k2 = 2.5 s40 ⇒ P40 = 1.18 x 2.5 x 1.85 ⇒ P40 = 5.46 HP - Quádrupla ⇒ k2 = 3.3 s40 ⇒ P40 = 1.18 x 3.3 x 1.85 ⇒ .P40 = 7.20 HP. (acima e mais próxima) 3º) Corrente quádrupla série 40: Tabela 2.2 → p = 12.7 mm ℓ = 7.94 mm d = 7.92 mm DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 90 L = 14.38 mm Fut = 13920 N m = 6.13 kg 4º) Determinação do no de elos: da equação [07], vem: [c/p = (700/12.7) = 55.12] L 2 ⋅ c z1 + z 2 ( z 2 − z1 ) ⋅ p 2 ⋅ 700 (20 + 30 ) (30 − 20 )2 ⋅ 12.7 = + + = + + ⇒ p p 2 4 ⋅π 2 ⋅ c 12.7 2 4 ⋅ π 2 ⋅ 700 2 ⎧L ⎪ p = 135 L L ⎪ ⇒ = 135,4 → ⎨ (não são múltiplos de zp nem de zc) ⇒ = 136 elos p p ⎪ L = 136 ⎪⎩ p 5º) Verificação da distância entre centros: (30.p ≤ c ≤ 50.p) 30 ≤ 55.12 ≤ 50 ⇒ não recomendado! (Porém o limite superior é 80.p ⇒ aceitável.) 6º) Cálculo dos diâmetros do pinhão e da coroa: Dp = Dc = 7º) v = p ⎛ 180 ⎞ ⎟ sen⎜ ⎜ z ⎟ ⎝ p ⎠ p ⎛ 180 ⎞ ⎟⎟ sen⎜⎜ z ⎝ c ⎠ π ⋅d ⋅n 60 = = = 12.7 ⇒ Dp = 81.2 mm ⎛ 180 ⎞ sen⎜ ⎟ ⎝ 20 ⎠ 12.7 ⇒ Dc = 121.5 mm ⎛ 180 ⎞ sen⎜ ⎟ ⎝ 30 ⎠ p⋅z⋅n ⇒ v1 = 1.27 m/s 60 ⎡ ⎛ 180 ⎞ ⎤ ⎡ ⎛ 180 ⎞⎤ Δv ⎟⎥ ⇒ Δv = 1.23 % ⎟ − 1⎥ ⋅ ⎢cos⎜ = 100 ⋅ ⎢sec⎜ v v ⎢⎣ ⎜⎝ z p ⎟⎠ ⎥⎦ ⎢⎣ ⎜⎝ z p ⎟⎠⎥⎦ Δv = 0.02 m/s Resposta: - Corrente quádrupla série 40 – 136 elos. - Dp = 81.2 mm. - Dc = 121.5 mm. - Δv = 0.025 m/s. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 91 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1) Um pinhão de 23 dentes, girando a 400 rpm, acoplado a um motor de combustão interna com acionamento hidráulico, transmite, através de correntes padronizadas, a potência de 16.4 kW, com choque moderado e relação de transmissão 2:1. Pede-se: a) especifique a corrente mais adequada à transmissão b) os diâmetros do pinhão e coroa c) a variação da velocidade devido ao efeito poligonal DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 92 BIBLIOGRAFIA LIVROS E ARTIGOS [01] Dobrovolsky, V., and others, “Machine Elements – A textbook” – 1st edition, Mir Publishers, Moscow, 1965. [02] Reshetov, D.N., “Machine Design”, 1st edition, Mir Publishers, Moscow, 1978. [03] Deutschman, A D., Michels W.J., and Wilson C.E., “Machine Design - Theory and Practice”, pp 660 - 675 Collier-Macmillan (London) 1975 [04] Shigley J.E. and Mischke C.R.- “Mechanical Engineering Design” - 5th Edition, McGraw-Hill Book Co. (Singapore) 1989 [05] Stephenson J. and Callander, R. A., “Engineering Design” - John Wiley & Sons Ltd., Australia, 1974 [06] Juvinall R.C., “Fundamentals of Machine Component Design” - John Wiley & Sons Ltd., Singapore, 1983 [07] Moxon, C.J., “Transmission Chains - a New Dimension” - New Horizons in Power Transmission 1984/85 Publisher High Technology Communications. [08] Spotts, M.F., “Design of Machine Elements”, 6th edition, Prentice Hall Inc.,1985. [09] Green, Robert E., “Machinery's Handbook”, 24th ed., Industrial Press, Inc., New York, NY, 1992. [10] Sandin, C.L., de Marco, F.F. “Sistemas Especialistas - Especificação de Correntes de Rolos”, Anais do COBEM/97, Ilha Solteira, PR, 1997. [11] Reshetov, D.N., “Atlas de Construção de Máquinas”, Hemus Editora ltda., São Paulo, 1979. [12] Shigley J.E. and Mischke C.R.- “Standard Handbook Of Machine Design” – 2nd Edition, McGraw-Hill Book Co. – USA - 1996. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 93 NORMAS Obs.: As normas britânicas (BS 228) e americanas (AS B.29.1) não são intercambiáveis. Sendo assim a ISO combinou ambas as normalizações em uma recomendação, a ISO R606, que lista ambos os tipos de correntes. Para unidades SI a norma alemã DIN 8187/1 normaliza as correntes. [01] BS 228: 1984 Short Pitch Transmission Precision Roller Chains and Chain Wheels ISO 606: 1982 [02] BS 4687: 1984 Extended Pitch Precision Roller Chains and Chain Wheels ISO 1275: 1984 [03] BS 6592: 1985 Drive Sprocket Assemblies for Chain Conveyors for Mining ISO 5613: 1984 [04] BS 2947 1985 Steel Roller Chains, Attachments and Chain Wheels for Agricultural and Similar Machinery ISO 487: 1984 [05] BS 2969 1980 High Tensile Steel Chains for Chain Conveyors and Coal Ploughs ISO 610: 1979 [06] BS 5801: 1979 Flat Top Chains and Associated Chain Wheels for Conveyors ISO 4348: 1978 [07] ABNT NBR 6391 (EB 385) – Correntes de rolos de aço Tipo S 32 ate S 88, com suas respectivas rodas dentadas – 1973. [08] ABNT NBR 6390 (EB 384) – Correntes de transmissão, de precisão, de rolos e com passo curto e rodas dentadas correspondentes - Dimensões – 1995. [09] ABNT-PB 479/78 – Correntes de Rolos Industriais Clássicas – 1983. CATÁLOGOS [01] DAIDO Industrial e Comercial Ltda. [02] KAISHIN Indústria e Comércio Ltda. [03] CATENA Indústria e Comércio ltda. DEM/UFRJ – Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco 94 3. CABOS DE AÇO 3.1. INTRODUÇÃO Os cabos de aço são elementos mecânicos utilizados para transmissões entre grandes distâncias. São também empregados para fins estruturais. É um tipo de transmissão bastante econômica levando em consideração a relação entre grandes distâncias e altas potências. O cabo de aço é composto, basicamente, por um conjunto de arames de aço, reunidos em um feixe helicoidal, constituindo uma corda de metal resistente aos esforços de tração e com a característica de possuir uma flexibilidade bastante acentuada. Inicialmente, os cabos de aço eram utilizados para transmissão de energia elétrica em grandes distâncias. Atualmente, o domínio de novas tecnologias e novas formas de transmissão e distribuição, os tornou praticamente obsoletos para este fim. Porém, para transmissões mecânicas e também para fins estruturais, os cabos de aço são ainda bastantes utilizados. Figura 1 - A primeira máquina de fabricação de cabos de aço patenteada. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 95 No Brasil o cabo de aço foi fabricado pela primeira vez em 1953 pela Companhia Industrial e Mercantil de Artefatos de Ferro – CIMAF, que já atuava na produção de parafusos. O objetivo era abastecer a demanda da construção civil, indústria mecânica, siderúrgica, mineração, bem como a automotiva e transporte. Os primeiros cabos de aço fabricados utilizaram arames da Companhia Belgo-Mineira e foram destinados a tratores e uso geral. A evolução dos cabos de aço no Brasil através dos anos é apresentada na figura 3, abaixo. Figura 2 – Evolução da fabricação do cabo de aço no Brasil. (Revista CNews no 13 - 2003 - Cimaf ) Atualmente máquinas modernas, como a apresentada na figura 4, possibilitam a fabricação de cabos com alta tecnologia no Brasil. Figura 3 – Fabricação dos primeiros cabos de aço – década de 50. Figura 4 – Máquina planetária gigante. 3.2. CARACTERÍSTICAS, APLICAÇÕES E PROCESSO DE FABRICAÇÃO 3.2.1. CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 96 Sua característica principal é a alta resistência combinada com grande flexibilidade. Algumas de suas aplicações mais importantes são: elevadores de carga e de passageiros, teleféricos, gruas e guindastes, ponte pênsil e rolante e etc.. São utilizados também na indústria automobilística (acionamento de freios de mão e algumas caixas de velocidades), na indústria aeronáutica (acionamento de flap de aviões) e mesmo com linha de pesca esportiva. Devido às características especiais de resistência (não homogeneidade dos materiais componentes do cabo, da seção dos arames, do atrito entre os elementos componentes do cabo, etc.) dos cabos, alguns valores empíricos, aliados a altos coeficientes de segurança, são utilizados para seu dimensionamento. Figura 5 – Exemplo de utilização de cabos de aço. (cortesia de Cabos de Aço SIVA) DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 97 Tabela 1 - Tipos de cabos de aço. (cortesia de Cabos de Aço SIVA) 6x7+AF 6x19+AF 6X19+AF 6X19+AF 6x25+AF Seale Warrington Filler 1+6 1+6+12 1+9+9 1+6+(6+6) 1+6+6+12 6X37+AF 1+6/12/18 6X37+AACI 6X41+AACI 6X41+AACI Warrington Warrington Filler Seale 1+6+(6+6)/18 1+8+8+8+16 1+8+(8+8)+16 3.2.2. PROCESSO DE FABRICAÇÃO A matéria-prima é o fio-máquina, que é um produto de laminação a quente, de aço sem ligas, de alto teor carbono que é recebido em bobinas. Antes de entrar no processo de trefilação, o fio-máquina passa por uma decapagem (sucessivos banhos químicos para limpá-lo e prepará-lo para a trefilação). A trefilação é um processo a frio, no qual o fio-máquina é forçado a atravessar uma matriz (trefila) onde é esticado, obtendo um arame de diâmetro menor. A tolerância de saída dos arames trefilados é bastante rígida. A trefilação “grossa” produz um arame de diâmetros médio, seguida da trefilação “fina” para obtenção do arame com o diâmetro final. Por causa do próprio processo de deformação plástica, o arame adquire a resistência à tração exigida pelo cabo de aço a ser produzido. Entre as duas etapas da trefilação se faz o patentamento, um processo chave para a qualidade final do cabo de aço. O patenteamento é um tratamento térmico efetuado sobre os arames com diâmetro intermediário (antes da trefilação fina). Sua característica diferencial é uma fase isotérmica, efetuada por imersão num banho de chumbo fundido. Os arames a serem patenteados são esquentados acima do ponto crítico (915 ºC) para depois serem resfriados até aproximadamente 550 ºC e permanecer nessa temperatura alguns segundos antes do seu resfriamento final. Esse tratamento condiciona a estrutura molecular do aço, levando-a a um estado de órbita extremamente fina e uniforme, quase invisível ao metalógrafo. Assim, o aço está preparado para a última trefilação, que permite atingir as características definitivas. A galvanização é feita por imersão em zinco fundido, geralmente em linha contínua com o patenteamento. Em certos produtos, a zincagem é feita após a última trefilação (especialmente em pernas galvanizadas). Os arames que não são galvanizados são levados a um banho de fosfato prévio à trefilação. O controle da qualidade do arame é fundamental para garantir a qualidade do cabo DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 98 de aço. É realizada a amostragem de cada bobina fabricada, para realizar testes laboratoriais de: - diâmetro e ovalização, - estado superficial, - resistência à tração, - ductilidade, - espessura e centralização da camada de zinco nos arames galvanizados e - aderência da camada de zinco nos arames galvanizados. Testes metalográficos são realizados para monitorar o andamento dos processos e arrecadar dados para o desenvolvimento e melhoramento do produto. Depois de ter sido obtido o arame, ele é levado ao setor de produção de cabos, cujo esquema é exibido no quadro: Arames ⇒ Máquinas de Encordoado ⇒ Máquinas de Cabo Fechado ⇒ CABO DE AÇO As máquinas de encordoamento fazem a torção helicoidal dos arames para formar as pernas. Durante esse processo, todos os arames são lubrificados com o lubrificante adequado para cada caso. Estas máquinas são basicamente de dois tipos: - tubulares, mais tradicional e divulgado. - de dupla torção, mais moderno e de alta produtividade. As máquinas para produção de cabos fechado fazem a torção helicoidal das pernas, ou seja, utilizam um conceito semelhante ao das de encordoamento; porém, geralmente são maiores. Um aspecto fundamental no processo de produção de cabos é o pré-formado, cujo ajuste perfeito é extremamente importante durante a fabricação. Realiza-se um controle visual e dimensional no produto acabado, bem como um teste de resistência, segundo a norma aplicável no caso. É verificada automaticamente a quantidade, controlando, através de uma balança digital, os dados do contador de metros. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 99 Também são realizados numerosos testes de ruptura total e de envelhecimento artificial por fadiga, que fornecem dados para o desenvolvimento e aprimoramento de produtos, apesar de não serem exigidos pelas normas em vigor. 3.3. COMPOSIÇÃO BÁSICA E MATERIAIS Os arames são as unidades básicas para a construção do cabo de aço. A montagem dos cabos a partir dos arames é feita da seguinte forma: • Torcedura dos arames ao redor de um elemento central, de modo específico, em uma ou mais camadas, formando a denominada perna. • As pernas são, então, torcidas ao redor de outro elemento central, que recebe a denominação de alma, constituindo, assim, o cabo de aço, conforme mostra a figura 6 (a). Conhecendo essa nomenclatura, o modo mais simples e comum de se representar um cabo de aço é através de sua seção transversal, apresentada na figura 6 (b). 6 x 19 - SEALE Figura 6 (a) – Elementos componentes dos cabos de aço. Figura 6 (b) – Seção transversal de um cabo de aço 6 x 19 – Seale. Os componentes principais dos cabos de aço são: arames, pernas ou toros e a alma. 3.3.1. ARAMES Os arames utilizados em cabos de aço são fios de aço estirados a frio, de alta resistência mecânica, fabricados com técnicas específicas para obtenção das seguintes propriedades: DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 100 • resistência à tração • ductibilidade • resistência ao desgaste • pequena variação dimensional devido à variação de temperatura • resistência à corrosão Possuem a seguinte composição básica: %C 0,3 a 0,8 % Si máx 0,3 % Mn 0,4 a 0,8 P+S máx 0.04 Outros materiais também utilizados são o aço inox, o bronze fosforoso, o cobre, o latão e o alumínio. O acabamento superficial dos arames está relacionado com a resistência à corrosão do cabo. Os cabos de aço podem ser lubrificados, zincados ou galvanizados. • galvanizados t apropriado para cabos estáticos ou relativamente estáticos, submetidos à ação de um meio agressivo, como umidade, ácidos, etc. • lubrificados t recomendado para a maioria das outras aplicações, pois combina as propriedades da lubrificação, que são: proteção contra corrosão e diminuição do atrito entre os arames. Existem diferentes tipos de lubrificação, adequadas para diferentes utilizações do cabo de aço. 3.3.2. PERNAS ou TOROS 3.3.2.1. Torceduras As pernas são compostas de arames torcidos em torno de um núcleo. A torcedura pode ser das seguintes formas: • TORCEDURA REGULAR, DIAGONAL ou CRUZADA (à direita, figura 7-A e à esquerda, figura 7-B) - os fios de arame e as pernas são torcidos em sentidos opostos; não tendem a torcer; são mais fáceis de manusear e são mais flexíveis, porém menos resistentes à tração e ao desgaste. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 101 • TORCEDURA PLANA, LANG ou PARALELA (à direita, figura 7-C e à esquerda, fig. 7-D) - os arames e as pernas são torcidas no mesmo sentido; porém menos flexíveis e mais difíceis de manusear. • TORCEDURA ALTERNADA (Regular e Lang). Figura 7 – Aparência dos diversos tipos de torcedura de Cabos de Aço. 3.3.2.2. Tipos de pernas A - Perna SEALE: Caracteriza-se por possuir uma configuração em que, na última camada, são dispostos arames de grande diâmetro, possibilitando assim grande resistência à abrasão. A composição mais comum é 9 + 9 + 1 = 19 (figura 8.A). B – Perna FILLER Caracteriza-se por ter fios mais finos entre duas camadas de arames, ocupando o espaço existente entre elas. Esse tipo de perna é utilizado quando são necessários cabos com uma seção metálica maior e boa resistência ao esmagamento. A composição mais comum é: 12 + 6 / 6 + 1 = 25 (figura 8.B). C - Perna WARRINGTON: Caracteriza-se por ter a camada exterior formada por arames de diâmetros diferentes, alternando a sua colocação. O cabo é torcido com pernas de fios de vários diâmetros. Os fios da camada adjacentes não se interceptam e cada fio se aloja no sulco formado por dois fios DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 102 internos. Isto reduz as pressões específicas entre dois fios e aumenta a flexibilidade e a vida desses cabos. O tipo de perna mais usado é: 6 / 6 + 6 + 1 = 19 (figura 8.C). D - Perna WARRINGTON SEALE: Existem composições que são formadas pela aglutinação de duas das acima citadas. A composição Warrington-Seale possui as principais características de cada composição, proporcionando ao cabo alta resistência à abrasão conjugado com alta resistência à fadiga de flexão (figura 8.D). A – Perna SEALE B – Perna FILLER C – Perna WARRINGTON D - Perna WARRINGTON-SEALE Figura 8 - Tipos mais comuns de pernas de cabos de aço. 3.3.3. NÚCLEO OU ALMA O núcleo dos cabos de aço serve de suporte para os arames e pernas. Podem ser fabricado com diferentes materiais e por isso recebem as seguintes denominações: • ALMA DE FIBRA – AF: o núcleo é composto por fibras vegetais naturais, tais como sisal, rami, cânhamo ou juta, embebidos em óleo para redução do desgaste produzido pelo atrito entre os fios e para proteção contra corrosão e desgaste (figura 9A). • ALMA DE FIBRAS ARTIFICIAIS – AFA: o núcleo é composto de fibras artificiais, geralmente de polipropileno, que não se deterioram em contato com a água ou substâncias corrosivas e agressivas. Porém são de preço mais elevado, sendo utilizados apenas em cabos de aço especiais. • ALMA DE AÇO, que pode ser de dois tipos: - ALMA DE AÇO – AA, formada por uma perna do próprio cabo de aço, (figura 9C) - ALMA DE AÇO DE CABO INDEPENDENTE – AACI, formada por um cabo de aço independente, sendo esta a mais utilizada, pois combina as características de flexibilidade e resistência à tração, (fig. 9B). DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 103 ALMA ou NÚCLEO Arame Perna Cabo de Aço 6x7 A – Alma de fibra - AF B – Alma de aço formada por cabo independente – AACI C – Alma de aço formada por uma perna do cabo - AA Figura 9 – Tipos de almas de cabos de aço. 3.3.4. OUTROS TIPOS DE CABOS DE AÇO 3.3.4.1. Cabos de aço pré-formado Nesses cabos, cada fio individual e cada perna, antes de serem torcidos, são préformados para corresponderem à sua disposição no cabo. Disto resultam fios descarregados não estão sujeitos a tensões internas. Estes cabos não tendem a se distorcer se as amarras em torno das suas extremidades forem desapertadas. Isso facilita as emendas nos cabos. Cabos pré-formados têm as seguintes vantagens sobre o cabo de aço usual: • distribuição uniforme da carga sobre os fios individuais, o que reduz as tensões internas; • maior flexibilidade; • menor desgaste dos cabos ao passar sobre a polia ou se enrolar sobre um tambor porque os fios e pernas não se projetam do contorno do cabo e os fios, mais externos, se desgastam uniformemente; os fios quebrados permanecem nas suas posições iniciais e não saem do cabo aumentando a vida; • maior segurança operacional. 3.3.4.2. Cabos de aço com pernas lisas São utilizados onde estejam sujeitos à abrasão e desgaste intensivo. São, usualmente, feitos de cinco pernas lisas e um núcleo de fio liso; as pernas são torcidas sobre um núcleo de cânhamo. Têm maior área de contato com a polia ou tambor do que os cabos de pernas circulares. Por isso, suportam pressões mais uniformes e se desgastam menos. A garganta da polia em roldana deve ser projetada de tal modo que o cabo entre em contato com 1 3 de sua circunferência. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 104 3.3.4.3. Cabos de aço fechados O cabo fechado é fabricado com uma camada externa de fios de forma especial (não esférica) e um cabo interno redondos, de torção simples em espiral. São utilizados em transportadores aéreos e guindastes. Têm a vantagem de possuir a superfície lisa, fios fortemente enrolados e de apresentar boa resistência ao desgaste. Porém apresentam uma flexibilidade insuficiente. 3.3.4.4. Cabos de aço Não Rotativos O cabo de aço submetido à ação de uma carga gira sobre o seu eixo. Isso acontece devido ao enrolamento em hélice dos arames e das pernas. O sentido do giro é inverso ao enrolamento do cabo, fazendo com que o cabo sempre procure se desenrolar. Quando a altura do levantamento é considerável (dependendo do diâmetro do cabo e outros fatores), esse problema começa a adquirir importância e nos sistemas com duas ou mais linhas, é quase certo o enroscamento dos cabos. Isso gera uma condição altamente prejudicial e perigosa para o cabo e para a segurança em geral. Na maioria dos casos a solução consiste no uso de cabos de aço não rotativos. Estes cabos devem ser empregados para o levantamento de cargas não guiadas (ou seja, que podem rotar livremente), com alturas de levantamento consideráveis. O projeto desse tipo de cabo baseia-se em reunir elementos cujos momentos de torção sejam equilibrados entre si, produzindo uma resultante praticamente nula. Esses cabos têm numerosas pernas dispostas em duas ou mais camadas. O mais popular é o 18 x 7 + 1 x 7, geralmente denominado "19 x 7". Nesse desenho são dispostas duas camadas de 6 e 12 pernas, respectivamente, sobre uma alma de uma perna, sendo todas as pernas praticamente iguais, de 7 fios cada uma. O resultado é um cabo de propriedade altamente não rotativa, com excelente resistência à tração, porém com níveis médios de flexibilidade e resistência ao esmagamento. Existem outras construções possíveis, todas elas baseadas no mesmo princípio. A construção 34 x 7 é mais flexível e mais eficiente como anti-giratório, porém a estabilidade é levemente menor. Recomenda-se não utilizar cabos não-rotativos quando a carga for guiada (quando a rotação não for possível). O cabo não rotativo deve ser mantido sempre condicionado em bobinas e não em rolos. Estes cabos podem facilmente produzir nós, esmagamento e sofrerem DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 105 desbalanceamento. Devem ser consideradas as mesmas recomendações dadas para os cabos comuns. (A) - direção de rotação das camadas do cabo não-rotacional. (B) – Camadas alternadamente sobrepostas. Figura 10 - Construções não rotativas mais usuais. Por causa do desenho particular, os cabos anti-giratórios apresentam muitas diferenças em relação aos cabos de 6 pernas. O comportamento quanto ao desgaste e a ruptura desses cabos são diferentes dos apresentados pelos cabos convencionais. Esse fato acarreta a necessidade de utilizar critérios específicos de manuseio, uso e inspeção. Para a configuração 19 x 7, o diâmetro mínimo de enrolamento deveria ser entre 30 e 40 vezes o diâmetro do cabo, no entanto de fato, muitos equipamentos são fabricados com relações menores. Nas instalações com diâmetros menores, é preferível utilizar um cabo de construção 34 x 7 ou verificar a possibilidade de utilizar um cabo convencional. Os cabos não-rotativos sempre devem estar sob tensão. Não deve ser induzida rotação alguma sobre a carga. Essa rotação poderia produzir um desbalanceamento dos momentos de torção das pernas de hélices contrapostas, produzindo deformações no cabo. A livre rotação do cabo produzirá uma redução da resistência, desequilíbrio da carga e possível desbalanceamento do torque do cabo. 3.4. MEDIDAS, ESPECIFICAÇÃO E PRINCIPAIS SIMBOLOGIAS 3.4.1. DIÂMETRO NOMINAL/REAL O diâmetro nominal de um cabo de aço, que é aquele que se encontra nas tabelas normalizadas com a correspondente tolerância, é medido pela circunferência que o circunscreve. Assim sendo, o diâmetro dos cabos de aço deve ser medido conforme é monstrado na figura 11. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 106 Figura 11 - Medição correta do diâmetro do cabo de aço. 3.4.2. ESPECIFICAÇÃO DE CABOS DE AÇO E PRINCIPAIS SIMBOLOGIAS E ABREVIATURAS Os cabos de aço são especificados da seguinte forma: Dcabo x no de Pernas x no de Arames por perna + tipo de cabo ou alma Exemplo: Cabo de aço 22 x 6 x 7 – AF t diâmetro = 22 mm; t número de pernas = 6; t fios/perna = 7; t com alma de fibra. As principais simbologias utilizadas na especificação de cabos de aço são apresentadas na tabela 2, abaixo. Tabela 2 – Principais abreviaturas utilizadas em cabos de aço. ABREVIATURA DESCRIÇÃO S W F WS AF AA AACI Seale Warrington Filler Warrington-Seale Alma de fibra Alma de Aço Alma de aço cabo independente DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 107 3.5. CLASSIFICAÇÃO DE CABOS E NOMENCLATURA Os cabos de aço são classificados, quanto à resistência em 6 categorias, conforme apresentado na tabela 3. Tabela 3 – Categorias dos cabos de aço. TIPO SIGLA Ferro (IRON) Aço de tração (TRACTION IRON) Mild Plow Steel Plow Steel Improved Plow Steel Extra Improved Steel MPS PS IPS EIPS RESISTÊNCIA À TRAÇÃO [MPa] 600 1200-1400 1400-1600 1600-1800 1800-2000 2000-2300 A seguir são mostradas a nomenclatura usual, algumas relações úteis para a seleção dos cabos e valores do módulo de elasticidade dos cabos (Ec) e de algumas constantes utilizadas nas fórmulas (Tabela 4 – F e K). Dc t diâmetro do cabo [mm] (medido de acordo com a figura 7) Da t diâmetro do arame [mm] Ds – diâmetro da polia [mm] Am – área metálica [mm2] F e K – fatores de multiplicação em função do cabo Ec – módulo de elasticidade do cabo [GPa] (Ec < Eaço) w – peso por unidade de comprimento [kg/m] Ft – carga atuante no cabo – tração [kgf] ou [N] Fu – carga efetiva mínima de ruptura [kgf] ou [N] Da ≅ K .Dc (1) Am = F .Dc2 (2) ( ) (3) w = F ⋅ D c2 ⋅ 10 −2 DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 108 Tabela 4 – Valores do módulo de elasticidade dos cabos e das constantes F e K. Cabo 6x7 6 x 19 6 x 37 F 0.38 0.395 0.4 Ec [GPa] K 0,111 0,067 0,048 AF AA 90-100 85-95 75-85 105-115 100-110 95-105 3.6. ANÁLISE DE CARGAS As situações mais comuns de carregamento em cabos de aço podem ser resumidas em: • tração simples; • tração dinâmica; • tensão de flexão devido ao dobramento em torno da polia; • verificação de fadiga em cabos de aço • alongamento. 3.6.1. Cabos submetidos à tração simples estática Analisando-se a figura 12 abaixo, observa-se que a carga de tração total atuante no cabo de aço pode ser determinada pela seguinte expressão: w.L L Ft e = P + Pcabo ⇒ Ft e = P + w. l (4) P Figura 12 – Cabo de aço tracionado. Como exemplo de cabos submetidos apenas a esforços de tração, pode-se citar cabos tracionados por cargas penduradas, estais (figura 13), etc. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 109 Figura 13 - Cabo tracionado em torre estaiada (a) (b) Figura 14 – (a) elevador de carga e (b) elevador de passageiros. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 110 3.6.2. Cabos submetidos à tração dinâmica – carga devido à aceleração: ∑ F = m.a Ds m 647 4 8 F 647 4∑ 48 4 ⎡ w. l + P ⎤ F − w. l − P = ⎢ .a 1te42 4 43 4 ⎣ g ⎥⎦ F Ftração td L F ⎡ w. l + P ⎤ Ftd = ⎢ l +3 P ⎥.a + w 1. 2 ⎣ g ⎦ Ft e w.L (5) P Obs.: Se v = c te ⇒ a = 0 ⇒ Ftd = Fte g = 9.81 m/s2 Figura 15 – Tração dinâmica. 3.6.3. Tensão de flexão devido ao dobramento em torno da polia A deformação do cabo é dada por: εx = − Onde y ⎛ D s + Dc ⎞ ⎟ 2 ⎝ ⎠ ρ =⎜ y máx = (6) ρ Da 2 t raio de curvatura; t deformação máxima. Assim, substituindo os valores acima em [6], tem-se: ε máx = Da (Ds + Dc ) (7) A tensão máxima é dada por: σ máx = E ⋅ ε máx (8) Substituindo a equação [7] em [8], tem-se: DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 111 σ máx = E c ⋅ Da (Ds + Dc ) Como o diâmetro do cabo é bem menor do que o da polia, então Dc = 0. σ máx = onde: E c ⋅ Da Ds (9) Da t diâmetro do arame Ds t diâmetro da polia A carga de flexão do cabo em torno da polia é dada por: Fb = σ máx ⋅ Am 3.6.4. Fadiga em cabos de aço Pressão de apoio: p = 2 ⋅ Ft 2F 4 2 Ft F ⇒ p= = 2 t = 2 Dc .Ds A π DS Dc π DS .Dc 4 (10) Diâmetro do Cabo Diâmetro da Polia p p F F Figura 16 – Flexão do cabo de aço em torno da polia. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 112 k 0.008 0.006 0.004 0.002 6 x 37 0.0015 6 x 24 0.0010 0 6 x 19 6 x 12 N 0 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 Figura 17 - Diagrama k x N para diversos tipos de cabos de aço. 3.6.5. Alongamento Todos os cabos de aço sofrem alongamento quando tracionados. Seu tamanho depende da elasticidade do aço empregado e da interação entre os arames e pernas no cabo. O alongamento pode ser dividido em dois tipos: • alongamento elástico: é transitório, desaparece ao cessar a ação da carga que o produzia e pode ser calculado conhecendo o módulo de elasticidade do cabo. • alongamento de assentamento (posta em serviço): é permanente e também pode ser calculado. Dependendo do tipo de cabo e da sua construção, o alongamento inicial é de 2% a 4% do comprimento total. Esse alongamento continua até atingir valores entre 5% e 8%, quando o cabo deve ser substituído. Normalmente o alongamento de entrada em serviço é atingido após 3 ou 4 meses. Em instalações fixas (como estais, tirante para concreto protendido, etc. deve-se procurar utilizar cabos de elevado módulo de elasticidade aparente, para se obter o menor alongamento possível, quando for exercida uma carga . 3.7. FLEXIBILIDADE E RESISTÊNCIA Á ABRASÃO A flexibilidade de um cabo de aço é inversamente proporcional ao diâmetro dos arames externos do mesmo, enquanto que a resistência à abrasão é diretamente proporcional a este diâmetro. Em conseqüência, devem-se fazer as seguintes opções: • uma composição com arames externos mais finos quando prevalecer o esforço de fadiga de dobramento; DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 113 • uma composição de arames externos mais grossos quando as condições de trabalho exigirem grande desistência à abrasão. A tabela 5, abaixo, mostra que a classificação 6 x 19 possui maior resistência à abrasão e a classificação 6 x 37 possui maior resistência à fadiga. Essa resistência à fadiga é obtida devido ao maior número de arames em cada perna, distribuindo melhor a tensão de flexão. Tabela 5 – Resistência dos fios de cabos de aço. RESISTÊNCIA DOS ARAMES DOS CABOS DE AÇO Construção 6x7 6 x 19 6 x 19 - Seale 6 x 25 - Filler 6 x 36 - Warrington - Seale 6 x 37 6 x 41 - Warrington - Seale Flexibilidade mín. Resistência à abrasão máx. máx. mín. Quando o diâmetro do cabo aumenta, é possível utilizar um maior número de arames para adquirir uma melhor resistência à fadiga e esses arames terão ainda a grossura suficiente para fornecer uma resistência à abrasão adequada. Pela tabela 5 acima, o cabo 6 x 41 é o mais flexível, graças ao menor diâmetro dos seus arames externos, porém é o menos resistente à abrasão. O oposto ocorre com o cabo 6 x 7. Apesar de existirem exceções para aplicações especiais, os cabos convencionais são basicamente desenhados para apresentarem a máxima eficiência em cada diâmetro do cabo. 3.8. DIMENSIONAMENTO 3.8.1. COEFICIENTE DE SEGURANÇA Os coeficientes de segurança utilizados para cabos de aço baseiam-se em segurança de operação (ruptura), durabilidade e confiabilidade. Estes coeficientes são normalizados e, em alguns casos, como elevadores de passageiros, são legalizados. A tabela 6 fornece alguns valores didáticos para os coeficientes de segurança de cabos de aço. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 114 Tabela 6 – Coeficientes de Segurança para Cabos de Aço. TIPO DE EQUIPAMENTO Coeficiente de Segurança – CS Cabos e cordoalhas estáticas (tração) Cabos e tração no sentido horizontal Tirantes e estais Guinchos, escavadeiras, pés Pontes rolantes Talhas elétricas Guindastes e Gruas Laços (slings) Elevadores manuais Elevadores mecânicos v[m/s] Morsing Catálogo CIMAF Recomendado 3a 4 4,5 a 5,5 4,5 a 5,5 6a8 6a8 5a8 - 3,2 4,5 5 7 7 6 5 5 3a 4 4a5 3,5 5 6a8 7 6a8 5a6 6 3,5 5 4 5 7 7 7 6 5,5 Carga Passa 0,25 1,5 4,00 6,00 7,50 7 a 9 12 Carga Pass. Carga 6,7 7,6 8,2 9,2 8 10 a 12 10,6 11,9 10 11,3 a 10,5 11,8 10 10,6 11,9 Pass. Carga Passag. 6,7 7,6 8,2 9,2 10 11,3 10,5 11,8 Observe que os valores dos CS são bastante elevados. As principais razões para isto são: a própria utilização de cabos de aço que normalmente envolve riscos para pessoas ou cargas e a grande dispersão dos valores de carga de ruptura obtidos nos ensaios de tração. Os motivos para esta dispersão são: (1) a diferente acomodação dos arames e pernas quando tracionados; (2) tensões de contato devido ao atrito interno entre os arames e entre as pernas, o que provoca grandes e diferentes alongamentos entre os cabos e (3) a não homogeneidade dos materiais componentes do cabo. 3.8.2. EQUAÇÕES BÁSICAS DE PROJETO a) Tração simples Fu = CS Ft e (10) b) Tração dinâmica Fu = CS Ft d DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II (11) Prof. Flávio de Marco Filho 115 c) Flexão Fu − Fb = CS Ft ou Fu = CS .Ft + Fb (12) d) Fadiga K 67 8 ⎧ 2 Ft ⎪ p < 0,0015.Su ⇒ N > 10 6 ciclos ⇒ vida infinita p= ⇒⎨ D c .D s ⎪⎩ p > 0,0015.Su ⇒ N < 10 6 ciclos ⇒ vida finita (13) e) Alongamento ΔL = F .l Ec . Am (14) 3.9. MANUTENÇÃO E LUBRIFICAÇÃO 3.9.1. FATORES QUE INFLUENCIAM A VIDA ÚTIL DO CABO DE AÇO Para avaliar e melhorar a vida de um cabo de aço, seu desempenho e suas condições de segurança, é necessário levar em consideração, além de fatores dimensionais e geométricos, fatores relativos ao meio ambiente, bem como respeitar um programa de manutenção previamente determinado. Para isso é necessário o conhecimento dos valores e condições das seguintes variáveis: Variáveis relacionadas com o projeto do equipamento: • relação entre o diâmetro da polia/tambor e o diâmetro do cabo (D/d) • localização do ponto morto do tambor em relação ao sentido de torção do cabo. • ângulos de desvio entre as polias e entre o tambor e a polia. • desenho das canaletas das polias e do tambor e respectiva concordância com o diâmetro do cabo. Os cabos e as polias devem estar corretamente ajustados. Utilizar sempre o tamanho adequado de canaleta na polia do cabo de aço (figura 18.a) a fim de evitar esmagamento DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 116 lateral (pinçamento – figura 18.b), que ocorre quando esta é pequena em relação ao diâmetro do cabo, ou achatamento (figura 18.c), no caso de canaletas grandes. (a) Cabo e polia ajustados corretamente. (b) Cabo maior do que a polia. (pinçamento) (c) Cabo menor do que a polia. (achatamento) Figura 18 – Ajuste do cabo de aço à polia. Variáveis relacionadas com o meio ambiente e a operação: • condições do meio ambiente. • condições desfavoráveis, próprias da operação. Variáveis relacionadas com o estado de manutenção: • estado das polias e tambores. • vibrações anormais. Os procedimentos para preservar e aumentar a vida do cabo de aço podem ser divididos em três categorias: • especificidade na seleção do tipo de cabo; • adoção de fatores de segurança altos; • freqüência e rigorosidade nas inspeções. 3.9.2. INSPEÇÃO E RETIRADA DE SERVIÇO Nos cabos de aço os fios externos, sujeitos a desgastes mais intensos, rompem-se antes dos fios internos. Como resultado, os cabos de aço tornam-se esfiapados muito antes da ruptura e devem ser imediatamente trocados. Como todo elemento mecânico, a resistência inicial do cabo vai diminuindo em com o tempo, decorrência dos processos de desgaste e fadiga. Portanto, é necessário examiná-lo DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 117 periodicamente, observando cuidadosamente as modificações externas para avaliar o seu estado interior e a capacidade de carga remanescente. Existem diversas normas que determinam os tipos e a freqüência de inspeção, bem como os critérios para a retirada do serviço. Algumas destas normas para inspeção são: NBR 13543, IRAM 3923, ISO 4903, DIN 15020, ANSI A.17.2 e ANSI B.30. A tabela 7 abaixo apresenta algumas recomendações para os níveis de inspeções que devem ser executadas em cabos de aço. Tabela 7 – Tipos de Inspeção para Cabos de Aço. TIPO DE INSPEÇÃO RESPONSÁVEL OBSERVAR PRINCIPALMENTE REGISTRO ESCRITO Freqüente Operador Anomalias Localizadas Não Periódica Inspetor qualificado Anomalias Localizadas e deterioração geral Sim Especializada Empresa especializada com equipamentos específicos Ensaios não destrutivos Sim Os critérios para retirada de serviço dos cabos de aço são: 1. Por anomalias localizadas: • esmagamento, • diminuição grande do diâmetro (máximo admissível ⇒ 6 a 8 %), - se o diâmetro original estiver diminuído de 7% ou mais. (compare com uma parte não utilizada do cabo - no tambor, por exemplo; meça com paquímetro). Normalmente logo após a instalação o diâmetro do cabo diminui. Este diâmetro diminuído pode ser utilizado como o original para os cálculos. • quebras de arames concentrada em uma pequena região ou perna, • deformações, • colapso da alma, • evidências de queimadura ou solda ou de dano causado por excesso de temperatura ou mesmo se houver qualquer contato com linhas de alta voltagem. 2. Por quantidade de arames quebrados (ASME): DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 118 Tabela 8 – Critérios para Retirada de Serviço Recomendados para Cabos de Aço. MÁXIMO ADMISSÍVEL TIPOS DE CABOS 6 pernas antigiratórios estáticos 6 arames quebrados numa longitude de 6 diâmetros. 2 arames quebrados em uma longitude de 6 diâmetros ou 4 arames quebrados em uma longitude de 30 diâmetros 3 arames quebrados em uma longitude de 6 diâmetros ou 2 arames quebrados nas proximidades do terminal Os critérios apresentados na tabela 8 são apenas ilustrativos e orientadores. A implementação de um plano de inspeção deve ter todos os critérios de uma norma específica cuidadosamente estudada. Figura 19 – Falhas típicas em cabos de aço. Figura 20 – Danos na extremidade ou conexão de cabos de aço. Caso haja mais de um arame rompido em uma conexão de extremidade do cabo, conforme mostram as figuras 19 e 20, este deve ser retirado de serviço. 3. se 1/3 do diâmetro original de um arame externo individual estiver desgastado. 4. se o diâmetro original do cabo não-rotacional diminuir 3% ou mais. Diminuição do diâmetro normalmente indica falha no núcleo. 5. se houver qualquer dano que distorça a estrutura do cabo tais como: ondulações, ruptura de um fio ou extrusão do arame, enroscamento ou estreitamento nas voltas (loops), esmagamento, “engaiolamento”, flexão excessiva e etc. 6. se houver severa corrosão ou pitting. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 119 3.9.3. LUBRIFICAÇÃO Os cabos de aço são lubrificados internamente durante a sua fabricação. As razões principais para a lubrificação são diminuir o atrito interno entre os arames e pernas e prevenir a corrosão e assim, evitar alguns dos problemas normalmente encontrados que são: a abrasão, a corrosão, o desgaste por atrito, o cross-nicking e conseqüentemente, a fadiga. O lubrificante original de fábrica começa a ser dissipado logo após o cabo ser colocado em operação, pelo uso e também por exposição ao tempo. O núcleo precisa estar constantemente lubrificado para prevenir o desgaste por atrito. Uma lubrificação adequada protege o cabo contra essas ações. A reposição do lubrificante perdido chama-se relubrificação. Para isso deve-se utilizar um lubrificante apropriado. Lubrificação protege o cabo de aço contra umidade e ferrugem. Mesmo se a parte externa do cabo aparentar boas condições, o interior pode estar enferrujado. Esta é a razão pela qual se deve utilizar um lubrificante de alta penetração (baixa viscosidade), que chegue até o núcleo, realimentando-o e preenchendo os espaços. O núcleo de fibra natural atua como um reservatório, mantendo cada perna e arames lubrificados durante a operação. Deve também aderir aos arames formando um filme com resistência adequada para prevenir o atrito proveniente do contato entre eles. São os arames internos do cabo que determinam sua vida. 3.9.3.1. Métodos de aplicação O lubrificante pode ser aplicado de diversas formas: pincel, pulverizador, vertendo ou gotejando óleo até dispositivos de aplicação forçada, ou ainda banho de lubrificante. 1. Pincel ou Recipiente É o método menos eficaz em termos de desperdício de lubrificante, porém o mais fácil e barato. O lubrificante deve ser aplicado no ponto em que o cabo entra em contato com a polia e o deslocamento deve ser lento para uma melhor distribuição, conforme mostra a figura 21. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 120 Figura 21 – Limpeza com mecha absorvente (esfregão) e lubrificação por gotejamento. 2. Por imersão Este método é utilizado em cabos horizontais ou com pequena inclinação. O cabo é imerso através de roldanas em um recipiente com lubrificante, conforme mostra a figura 22, que pode ser aquecido por resistências elétricas ou forno, dependendo da viscosidade desejada. Figura 22 – Lubrificação por imersão. 3. Lubrificador Conta-Gotas Este processo é adequado para locais de difícil acesso, onde não seja possível um controle, ou quando não é desejável uma parada da máquina. O processo utiliza um dispositivo lubrificante gotejador com controle remoto de fluxo através de uma válvula solenóide e também com controle de temperatura. A figura 23 mostra um esquema do dispositivo. O lubrificante deve gotejar no ponto extremo da roldana para aproveitar a deformação ocorrente para facilitar a penetração do lubrificante. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 121 Figura 23 – Lubrificador Conta-Gotas. 4. Lubrificador Mecânico É um dispositivo também utilizado somente em cabos horizontais. É econômico, pois o lubrificador funciona somente durante o deslocamento do cabo. A figura 24 apresenta um esquema deste dispositivo. Figura 24 – Lubrificador Mecânico. Em todos os processos o cabo de aço deve estar limpo e seco antes da lubrificação. Utilize uma escova de aço ou ar comprimido com um solvente recomendado para remover resíduos de lubrificantes antigos. 3.10. ACESSÓRIOS DE CABOS DE AÇO 3.10.1. TRACIONADORES, TAMBORES, FIXADORES E ETC.. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 122 Os acessórios de cabos de aço são normalmente utilizados para a fixação, levantamento de cargas, enrolamento e dispositivos tracionadores. Alem disso, são também utilizados para aumentar a sua vida útil. A figura 25 apresenta alguns dispositivos de tracionamento e fixação de cabos de aço. Figura 25 – Acessórios de fixação e tracionamento. Figura 26 – Dispositivos de fixação e proteção. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 123 A figura 26 apresenta cabos de aço com grampos de fixação e equipados com dispositivos de proteção contra a compressão, flexão e corrosão. Observa-se na figura, nas extremidades dos cabos, uma cobertura de plástico (thimble) cujo propósito é formar uma superfície que resista ao desgaste melhor do que simplesmente os arames. Um anel de compressão ou manga (sleeve) prende o cabo. Também são utilizados grampos mecânicos, especialmente em cabos de grande diâmetro. Figura 27 – Dispositivos de fixação de cabos de aço. Figura 28 – Tambor de enrolamento. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 124 A figura 27 apresenta diversos dispositivos de fixação. A figura 28 mostra o tambor para enrolamento de cabos de aço. Tambores para cabo de aço são normalmente fabricados em ferro fundido; muito raramente em aço fundido ou soldado. O diâmetro do tambor depende do diâmetro do cabo. Tambores acionados por motor devem ser sempre providos de ranhuras helicoidais, para permitir que o cabo se enrole uniformemente e fique menos sujeito a desgaste. A fixação do cabo no tambor pode ser feita por meio de parafusos, por meio de cunha ou por meio de placas. A fixação com ajuda de placas é o método mais difundido, seguro e conveniente. Uma placa de aço é provida, na parte interna, de duas ranhuras para o cabo e, entre elas, de um furo para um parafuso ou prisioneiro. A crista da ranhura para os parafusos de fixação é transferida meia circunferência. O cabo é preso por duas placas. Tambores de atrito são aqueles cujo movimento é transmitido ao cabo pelo atrito entre este e o tambor. Tem a vantagem de elevar cargas a grandes alturas. Estes tambores são providos de ranhuras helicoidais para o cabo, que se enrola em seu redor em uma ou mais espirais. No acionamento a dois tambores o cabo, usualmente, se assenta em ranhuras anulares, sendo o cabo enrolado várias vezes em torno de dois tambores paralelos girando no mesmo sentido, e impulsionado por um só motor. Em um tambor simples, de atrito, o cabo desloca-se ao longo do eixo do tambor. O número de ranhuras e, portanto, a largura do tambor deve corresponder ao deslocamento axial do cabo. Tambores simples são empregados para acionamento de carros em guindastes rotativos com raio variável, em pontes de transferência de carga, guindastes de cabos e etc.. Tabela 9 – Relação entre o diâmetro da polia ou tambor e o diâmetro do cabo. Tipo de Construção do Cabo Diâmetro da polia ou tambor ( x Diâmetro do cabo - D) Recomendado Mínimo 6x7 72 42 6 x 19 45 30 6 x 19 S 51 34 6 x 21 F 45 30 6 x 25 F 39 26 6 x 36 F 34 26 6 x 37 27 18 6 x 41 F ou WS 31 21 6 x 43 F 27 18 8 x 19 S 39 26 8 x 25 F 31 21 DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 125 Para evitar problemas de fadiga devido à flexão do cabo em torno da polia, deve-se utilizar para estes valores normalizados. A tabela 9 apresenta as proporções mínimas e as recomendadas entre o diâmetro de alguns cabos de aço e o diâmetro da polia ou do tambor. 3.10.2. DISTORCEDORES A aplicação de distorcedores em cabos de aço é um assunto polêmico, pois muitas pessoas não sabem aplicá-los corretamente. Obviamente existem restrições para a sua aplicação, logo, em certos momentos é vantajoso aplica-lo e em outros pode até causar acidentes desastrosos. Quando o cabo se encontra sob tensão, são gerados momentos internos, assim, tanto as pernas externas como as da alma do cabo sofrem este efeito. Em cabos não-rotativos esses momentos gerados são compensados uns com os outros por causa da construção do cabo. Desta maneira este tipo de cabo pode trabalhar com uma ponta fixa e a outra livre, ou seja, ele pode trabalhar com um distorcedor. Já nos casos onde o cabo é do tipo rotativo, estes momentos internos gerados não irão se compensar e como conseqüência o cabo tem a tendência de girar em torno do seu próprio eixo. Ao girar, as pernas externas, por serem mais longas, irão se afastar da alma do cabo e assim toda a carga que estava antes sobre o cabo, como um todo, ficará apenas sobre a alma. Com isso o cabo perde consideravelmente a sua carga de ruptura mínima e, como conseqüência, o fator de segurança cai vertiginosamente. Baseado na explicação acima, concluí-se que nunca se deve aplicar um distorcedor em um cabo que não tenha características não-rotativas suficientes, pois assim uma das pontas estaria livre permitindo ao cabo girar. Figura 29 – Distorcedores. Para saber identificar qual cabo tem características não rotativas suficientes para receber um distorcedor em certo tipo de aplicação, o usuário deve sempre consultar o fabricante do equipamento ou do respectivo cabo, ou recorrer às normas. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 126 3.10.3. DETECTORES DE DANO EM CABOS DE AÇO Estes instrumentos indicam a ocorrência de defeitos internos nos cabos de aço. São capazes de detectar defeitos como arames rompidos e corrosão localizada. O princípio de funcionamento é baseado em imã permanente. Durante a passagem do cabo pelo detector o defeito é assinalado por um sinal sonoro (beep) e/ou sinal luminoso (LED). Figura 30 – Detectores de defeitos em cabos de aço. 3.11. COMENTÁRIOS FINAIS Os cabos de aço são extensamente utilizados nas Engenharias Mecânica, Elétrica e Civil. Pode-se encontrá-los em diversos equipamentos bastante comuns, tais como: elevadores (de carga e passageiros), máquinas elevadoras e de transporte de carga (guindastes, gruas e etc.), automóveis, aeroplanos, navios e plataformas, pontes e estruturas, e em mais um grande número de aplicações. Estes elementos mecânicos continuam em desenvolvimento e as pesquisas atuais envolvem a busca de novos materiais, através da adição de materiais poliméricos, novas configurações e geometria e novos e mais econômicos processos de fabricação. Estes estudos visam aumentar a resistência mecânica e a resistência aos fatores danosos do meio em que o cabo estiver trabalhando, como por exemplo, cabos submersos para a indústria de extração de petróleo em águas profundas, e também a diminuição dos custos. No campo de pesquisas alguns estudos estão sendo desenvolvidos, procurando determinar a distribuição e intensidade das tensões de contato entre os arames e pernas de cabos de aço. A figura 31 mostra um modelo computacional elaborado simulando esta situação. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 127 Figura 31 - Tensão de contato em um modelo de cabo de aço. No campo tecnológico, grandes desenvolvimentos na área de fabricação e produção estão sendo obtidos. Cabos de aço com material polimérico especial para preenchimento dos espaços internos, já estão disponíveis no mercado. O revestimento plástico é aplicado fundido (para obter maior penetração) sobre a alma do cabo. Forma-se, desta maneira, um revestimento, sobre o qual as pernas externas se acomodam. Esta técnica confere ao cabo estabilidade estrutural, proteção contra atrito entre as pernas externas e internas, vedação contra a penetração de sujeira e perda de lubrificante (lifetime lubricated) , aumentando assim a resistência à corrosão. A figura 32 mostra diversas configurações destes cabos. 1-Duroplast 2-Stratoplast 3-Paraplast 4-Shovelplast 5-Superplast 6-Powerplast 7-Parafit 8-Starfit 9-Turboplast 10-Ultrafit Figura 32 – Diversas configurações de Cabos de aço com preenchimento. Cabo de elevação de carga, não rotativo, com todas as pernas compactadas, com excelente comportamento antigiratório. Intensamente lubrificado em todas as fases de fabricação. Possui vedação plástica entre a alma e as pernas externas, providenciando alta DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 128 estabilidade estrutural e proteção da alma contra ambiente corrosivo, conservando de maneira eficiente o lubrificante no interior do cabo (lifetime lubricated). A carga de ruptura mínima efetiva é excepcionalmente alta. Um exemplo de aplicação de um cabo de aço Powerplast (figura 32-6): cabo de elevação em guindastes de navio, guindastes de plataforma offshore, guinchos sistema Pullin/Pull-out em plataforma offshore de produção, talhas elétricas, poços de mineração (KoepeHoist-Rope + Balance Rope), bote de resgate (acima de 20 mmØ) e similar. Outra modificação importante que vem sendo empregada é na geometria dos arames. Eles são trefilados com um perfil não circular de modo que ao se ajustarem formam pernas e posteriormente cabos com uma melhor configuração. Isto pode ser observado em quase todos os cabos da figura 32. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 129 EXERCÍCIOS 1. Um elevador pesando 0,5 T deve elevar uma carga de 1,5 T de uma profundidade de 850 m. A velocidade de 1,5 m/s é atingida em 0,5 s. Pede-se: a) calcular o diâmetro do cabo de aço 6 x 19 PS-AF a ser utilizado; b) calcular o coeficiente de segurança real; c) verificar a possibilidade de falha na fadiga; d) determinar o alongamento do cabo quando a carga é colocada no interior do elevador, no fundo da mina. SOLUÇÃO: a) Cabo de aço _ ? _ x 6 x 19 – AF- PS - determinação das cargas atuantes: - tração dinâmica e flexão em torno da polia → Fu = CS .Ft + Fb -Tabela 6 – elevador de carga → v = 1.5 m/s → (equação 12) CS = 8,2 (a) ⎡ w.l + P ⎤ Ftd = ⎢ ⎥ ⋅ a + w.l + P ⎣ g ⎦ w.l = F .Dc2 .10 −2.l = 0,395.10 −2.850.Dc2 = 3.3575 ⋅ Dc2 kgf P = Pelev + Pc arg a = 0.5 + 1.5 = 2T = 2000kgf a= dv 1.5 = = 3m / s 2 ; dt 0.5 g = 9,81m / s 2 ⎡ (3.3575 ⋅ Dc2 + 2000) ⎤ ⎡ w.l + P ⎤ 2 = Ftd = ⎢ ⋅ a + w . l + P ⎢ ⎥ ⋅ 3,0 + 3,3575 ⋅ Dc + 2000 ⎥ 9.81 ⎣ g ⎦ ⎣ ⎦ Ftd = 4.384Dc2 + 2611,62 DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II (b) Prof. Flávio de Marco Filho 130 Fb = σ . Am Eqação (1) ⎧ 6 4 74 8 ⎪ E c .Da 9000 ⋅ 0.067 Dc = = 13.4kgf / mm 2 ⎪σ = DS 45.Dc ⎨ ⎪ Am = F ⋅ D 2 = 0.395 D 2 c ⎪ 1 424 3c equação ( 2) ⎩ Fb = σ . Am = 13.4 x 0,395 Dc2 ⇒ Fb = 5,293 Dc2 (c) - determinação da carga total [Fu = f(D)]: Substituindo (a), (b) e (c) na equação (12), tem-se: Fu = 8,2 ⋅ ( 4.384 ⋅ Dc2 + 2611,62) + 5.293 ⋅ Dc2 ⇒ Fu = 41,242 ⋅ Dc2 + 21415,3 (d) Dc [substituir na eq.(d)] Fu real Fu necessária AVALIAÇÃO Apêndice 2 - Tabela 2 26 37.900 49.294,9 Cargas de Ruptura de 32 58.600 63.647,1 Cabo de Aço 35 70.500 71.936,8 6 x 19 – AF - PS 38 83.500 80.968,8 Fu real < Fu necess → ñ “ →ñ “ →ñ Fu real > Fu nes → ok!! (Apêndice 2 - Tabela 2) eq. (d) b) Cálculo de CS real: w.l = 5,625 x850 = 4.781.25kgf CS real = (Fu − Fb ) Ft = ⇒ Ft = 8855kgf ; 83500 − 7643,1 ⇒ 8855 Fb = 76431kgf CS real = 8,57 c) Verificação de falha por fadiga: 2 ⋅ Ft p p 2 × 8855 = = ⇒ = 181,7 kgf/mm2 2 K Dc ⋅ Ds ⋅ K K 38 × 45 { × 0,0015 Tabela 9 Su1 = Fu 83500 = Am (0,395 ⋅ 38 2 ) Su2 = Tabela 3 (180 – 200 kgf/mm2) DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II ⇒ S u1 = 146,4 kgf/mm2 ⇒ S u2 = 180 kgf/mm2 Prof. Flávio de Marco Filho 131 p < Su1 = 181,7 >146,4 ⇒ vida finita (falha por fadiga) K p < Su2 = 181,7 >180 K ⇒ vida finita (falha por fadiga) ⎧0,0015 x S u1 = 0,2196 ⇒ falha por fadiga p = 0,2726 ⎨ 6 ⎩0,0015 x S u2 = 0,2700 ⇒ vida ≅ 10 ciclos d) Cálculo do alongamento: Δl = Respostas: F .l 1500 x 850 x 10 3 = ⇒ 248 ,37 mm = 0 ,25 m Am.Ec 0 ,395 x 38 2 x 9000 a) Cabo de aço 38 x 6 x 19 – AF- PS b) CSreal = 8,57 c) Vida finita (falha por fadiga) d) Δl = 0,25 m DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 132 BIBLIOGRAFIA LIVROS, MANUAIS E ARTIGOS [01] V.M. Faires, “Elementos Orgânicos de Máquinas”, vol. I e II, 2a edição, LTC Editora S.A., Rio de Janeiro, RJ, 1971. [02] Shigley J.E. and Mitchell, L.D., “Mechanical Engineering Design” , McGraw Hill Inc., 6th edition, NY, USA, 2001. [03] Pires de Albuquerque, O.L.A., “Elementos de Máquinas”, Editora Guanabara Dois S.A., 1ª edição, Rio de Janeiro, 1980. [04] Done, A.B., “Steel Wire Handbook” Vol. 1 a 4, Wire Association Int., USA, 1987. [05] Ritzmann, Raul, “Cabos de Aço – Manual Prático”, 13ª edição, São Paulo, 2000. [06] Shapiro, Howard I., P.E. “Cranes and Derricks” – Mc Graw-Hill Book Company, New York, 1980. [07] Green, Robert E., “Machinery's Handbook”, 24th ed., Industrial Press, Inc., New York, NY,1992. [08] Ling, Frederick F., “Theory of Wire Rope” – Mechanical Engineering Series, 2nd edition, Springer Verlag New York Inc., NY, USA, 1997. [09] Newberry, W. G., “Handbook for Riggers”, Revised edition, Canada, 1967. [10] Revista CNews números 12 e 13 – CIMAF – 2003. [11] Catálogo da MORSING – Cabos de Aço. [12] Catálogo C-11 da CIMAF – Empresa Belgo-Mineira. NORMAS PRINCIPAIS [13] - NBR 6327 - Cabos de aço para uso geral – ABNT – 2004. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 133 [14] - NBR 6890 - Cabos de aço galvanizados para uso naval – ABNT – 19xx. [15] - NBR ISO4309 - Guindastes - Cabo de aço - Critérios de inspeção e descarte. [16] - NBR8330 - Roldana para cabo de aço com bucha – Dimensões. [17] - NBR11375 - Tambor para cabo de aço. DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 134 APÊNDICE 1 – Cabos de aço mais comuns. 1x7 3x7 4x7 19 x 7 17 x 7 7 x 19 7 x 37 18 x 7 7x7x7 6x7 6 x 12 6 x 19 6 x 24 6 x 30 6 x 37 6 x 19 - S 6 x 19 - W 6 x 21 - F 6 x 25 - F 6 x 29 - F 6 x 37 - SeS 6 x 26 - WS 6 x 31 - WS 6 x 36 - WS 8 x 25 - F 8 x 19 - S 8 x 19 - W 6 x 19 AACI 6 x 37 AACI 6 x 25 - F AACI 6 x 29 - F AACI 6 x 41 - F AACI 6 x 19 - S AACI 6 x 37 - SeS 6 x 19 - W AACI 6 x 26 - WS AACI 6 x 31 - WS AACI 6 x 36 - WS AACI 7 x 7 x 19 - S 8 x 19 - W AACI 8 x 25 - F AACI 8 x 19 - S AACI 6 x 3 x 19 6x3x7 6 x 3 x 19 - S DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II 1 x 19 1 x 37 Prof. Flávio de Marco Filho 7x7 135 APÊNDICE 2 – Carga de Ruptura dos Cabos de Aço. [11] 1. Cabo de Aço polido de classificação 6 x 7 - AF 6 x 7 – AF (1 + 6) Diâmetro Diâmetro [mm] [in] Peso aproximado [kg/m] Carga de Ruptura mínima efetiva – Fu [kgf] Plow Steel Improved Plow Steel 160-180 kgf/mm2 180-200 kgf/mm2 2 5/64 0,013 208 236 2,4 3/32 0,019 300 340 3,2 1/8 0,034 520 600 4,8 3/16 0,078 1180 1350 6,4 1/4 0,140 2090 2390 8 5/16 0,220 3230 3720 9,5 3/8 0,310 4630 5320 11,5 7/16 0,430 6260 7190 13 1/2 0,560 8130 9340 14,5 9/16 0,710 10200 11800 16 5/8 0,880 12600 14400 19 3/4 1,250 18000 20600 22 7/8 1,710 24200 27800 26 1 2,230 31300 36000 29 1 1/8 2,830 39300 45200 32 1 1/4 3,480 48100 55300 35 1 3/8 4,230 57700 66300 38 1 1/2 5,030 68000 78200 Obs.: Cabo de aço 6 x 7 – AA ⇒ FuAA = 1,075 x FuAF PesoAA = 1,1 x PesoAF DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Prof. Flávio de Marco Filho 136 2. Cabo de Aço polido de classificação 6 x 19 – AF 6 x 19 (1 + 6/12) 6 x 19 W (1 + 6 + (6 + 6)) 6 x 19 S (1 + 9 + 9) 6 x 21 F (1 + 5 + 5 + 10) 6 x 25 F (1 + 6 + 6 +12) 6 x 26 WS (1 + 5 + (5 + 5) + 10 Diâmetro [mm] Diâmetro [in] 3,2 4,8 6,4 8 9,5 11,5 13 14,5 16 19 22 26 29 32 35 38 42 45 48 52 54 58 60 1/8 3/16 1/4 5/16 3/8 7/16 1/2 9/16 5/8 3/4 7/8 1 1 1/8 1 1/4 1 3/8 1 1/2 1 5/8 1 3/4 1 7/8 2 2 1/8 2¼ 2 3/8 DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Peso aproximado [kg/m] 0,039 0,088 0,156 0,244 0,351 0,476 0,625 0,188 0,982 1,413 1,919 2,500 3,169 3,913 4,732 5,625 6,607 7,664 8,795 10,000 11,295 12,664 14,107 Carga de Ruptura mínima efetiva – Fu [kgf] Mild Plow Steel 140-160 kgf/mm2 11400 16300 22000 Plow Steel 160-180 kgf/mm2 620 1400 2480 3860 5530 7500 9710 12200 15100 21600 29200 37900 47700 58600 70500 83500 97100 112000 128000 145000 162000 181000 195000 Prof. Flávio de Marco Filho Improved Plow Steel 180-200 kgf/mm2 660 1480 2630 4090 5860 7950 10290 12990 16000 22900 30950 40170 50600 62110 74900 88500 137 3. Cabo de Aço polido de classificação 6 x 19 – AACI 6 x 19 (1 + 6 + 12) 6 x 19 W (1 + 6 + (6 + 6)) 6 x 19 S (1 + 9 + 9) 6 x 21 F (1 + 5 + 5 +10) 6 x 25 F (1 + 6 + 6 +12) 6 x 26 WS (1 + 5 + (5 + 5) + 10 Diâmetro Diâmetro [mm] [in] 3,2 4,8 6,4 8 9,5 11,5 13 14,5 16 19 22 26 29 32 35 38 42 45 48 52 54 58 60 64 1/8 3/16 1/4 5/16 3/8 7/16 1/2 9/16 5/8 3/4 7/8 1 1 1/8 1 1/4 1 3/8 1 1/2 1 5/8 1 3/4 1 7/8 2 2 1/8 2 1/4 2 3/8 2 1/2 DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Peso aproximado [kg/m] 0,043 0,096 0,171 0,267 0,382 0,528 0,684 0,878 1,071 1,548 2,113 2,753 3,482 4,300 5,208 6,190 7,251 8,428 9,653 11,005 12,425 13,928 15,515 17,193 Carga de Ruptura mínima efetiva – Fu [kgf] Improved Plow Steel 180-200 kgf/mm2 Extra Improved Plow Steel 200-230 kgf/mm2 660 1500 2660 4150 5940 8060 10410 13110 16230 23220 31390 40740 51280 62990 75790 89760 104400 120400 137600 155870 174150 194570 217000 238000 Prof. Flávio de Marco Filho 770 1730 3080 4780 6845 9250 12065 15240 18685 26670 36105 46900 58965 72485 87090 103420 119750 138800 157850 179625 200485 224070 249000 274000 138 4. Cabo de Aço polido de classificação 6 x 37 – AF 6x31 WS (1+6+(6+6)+12) 6x36 WS (1+7+(7+7)+14) 6x41 F (1+8+8+8+16) 6x41 WS (1+8+(8+ 8)+16) 6x37 W (1+6+(6+6)/18) 6x46 F (1+9+9+9+18) 6x47 WS (1+6/8+(8+8)+16) 6x49 FS (1+8+8+16+16) Diâmetro [mm] 4,8 6,4 8 9,5 11,5 13 14,5 16 19 22 26 29 32 35 38 42 45 48 52 54 58 60 64 Diâmetro [in] 3/16 1/4 5/16 3/8 7/16 1/2 9/16 5/8 3/4 7/8 1 1 1/8 1 1/4 1 3/8 1 1/2 1 5/8 1 3/4 1 7/8 2 2 1/8 2 1/4 2 3/8 2 1/2 DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Peso aproximado [kg/m] 0,088 0,156 0,244 0,351 0,476 0,625 0,188 0,982 1,413 1,919 2,500 3,169 3,913 4,732 5,625 6,607 7,664 8,795 10,000 11,295 12,664 14,107 15,633 Carga de Ruptura mínima efetiva – Fu [kgf] Improved Plow Steel 180-200 kgf/mm2 1400 2480 3860 5530 7500 9710 12200 15100 21600 29200 37900 47700 58600 70500 83500 97100 112000 128000 145000 162000 181000 195000 216000 Prof. Flávio de Marco Filho 139 5. Cabo de Aço polido de classificação 6 x 37 – AACI 6x31 WS (1+6+(6+6)+12) 6x36 WS (1+7+(7+7)+14) 6x41 F (1+8+8+8+16) 6x41 WS (1+8+(8+8)+16) 6x37 W (1+6+(6+6)/18) 6x46 F (1+9+9+9+18) 6x47 WS (1+6/8+(8+8)+16) 6x49 FS (1+8+8+16+16) Diâmetro [mm] Diâmetro [in] 4,8 6,4 8 9,5 11,5 13 14,5 16 19 22 26 29 32 35 38 42 45 48 52 54 58 60 64 67 71 74 77 80 83 87 90 96 103 3/16 1/4 5/16 3/8 7/16 1/2 9/16 5/8 3/4 7/8 1 1 1/8 1 1/4 1 3/8 1 1/2 1 5/8 1 3/4 1 7/8 2 2 1/8 2 1/4 2 3/8 2 1/2 2 5/8 2 3/4 2 7/8 3 3 1/8 3 1/4 3 3/8 3 1/2 3 3/4 4 DEM/UFRJ - Elementos de Máquinas II Peso aproximado [kg/m] 0,096 0,171 0,267 0,382 0,528 0,684 0,878 1,071 1,548 2,113 2,753 3,482 4,300 5,208 6,190 7,251 8,428 9,653 11,005 12,425 13,928 15,500 17,300 19,000 20,800 22,800 24,700 26,800 29,000 31,300 33,800 38,700 44,000 Carga de Ruptura mínima efetiva – Fu [kgf] Improved Plow Steel Extra Improved Plow Steel 180-200 kgf/mm2 200-230 kgf/mm2 1500 1730 2660 3080 4150 4780 5940 6845 8060 9250 10410 12065 13110 15240 16230 18685 23220 26670 31390 36105 40740 46900 51280 58965 62990 72485 75790 87090 89760 103420 104400 119750 120400 138800 137600 157850 155870 179625 174150 200485 194570 224070 217000 249000 238000 274000 261000 299000 285000 333000 309000 361000 336000 389000 362000 417000 389000 447000 416000 487000 445000 519000 505000 585000 569000 665000 Prof. Flávio de Marco Filho 140 DADOS DO AUTOR Flávio de Marco Filho – Engenheiro Mecânico, D.Sc. COPPE/UFRJ- 2002; Professor do Departamento de Engenharia Mecânica do Setor de Projeto de Máquinas e Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica - POLI/UFRJ.