Editorial O O Laboratório Lenzi de Análises Clínicas, de Jaraguá do Sul, SC, é o assunto de nossa matéria de capa nesta edição. Como boa parte dos laboratórios brasileiros, iniciou suas atividades a partir de uma sociedade familiar e vem prosperando desde o início, em 1988. Sua trajetória, que já completou 25 anos, tem sido marcada pelo investimento em equipamentos e no treinamento da equipe de trabalho, o que lhe garantiu conquistar as mais importantes acreditações e certificações do segmento laboratorial, tornando-se referência em excelência de qualidade na região. Ainda nesta edição, trazemos em nossa seção de Notícias informações relevantes sobre o mercado diagnóstico, como uma pesquisa desenvolvida na Fiocruz Pernambuco, onde o RNA mensageiro do Mycobacterium tuberculosis é avaliado como marcador de cura em pacientes com tuberculose pulmonar, utilizando a técnica molecular de transcrição reversa, seguida de PCR quantitativa em tempo real (RT-qPCR). O resultado de um trabalho de pesquisa conduzida por profissionais do Hemocentro de Ribeirão Preto culminou em um kit de diagnóstico molecular para confirmar a infecção pelo retrovírus HTLV 1 e 2, em casos de resultados positivos de exames feitos na rotina sorológica dos hemocentros e bancos de sangue. @revista_newslab Na nossa coluna Analogias em Medicina, o patologista José de Souza Andrade Filho transcorre sobre Verruma na Doença de Chagas. Para tanto, dá uma verdadeira aula sobre a história da Microbiologia e seu criador, o médico húngaro David Gruby (1810-1898). Algumas das observações microscópicas iniciais de Gruby em morfologia patológica foram incluídas em sua dissertação, que contém observações microscópicas sobre a patologia de líquidos orgânicos e compara achados normais com patológicos. Sua tentativa de diferenciação microscópica do pus de outras substâncias foi uma investigação original e cuidadosa em novo campo da medicina. Gruby demonstrou que cada um dos líquidos orgânicos estudados continham elementos vivos (leucócitos). Os artigos científicos deste número abordam assuntos como “Exame Parcial de Urina: Interferências da Refrigeração no Exame Físico, Químico e Sedimentoscópico” e “Correlação Clínico-Laboratorial entre Métodos para Dosagem de Tiroxina”, entre tantos outros. Isso e muito mais Ciência da Saúde você só encontra aqui, na NewsLab. Boa leitura! <<<<<<<<<<<<<<< Diretor Executivo: Sylvain Kernbaum - (11) 9-8357-9857 - ([email protected]) • Editora: Andrea Manograsso (Mtb 18.120) - (11) 9-8357-9850 - ([email protected]) • Secretaria Publicidade / Redação: Luiza Salomão - (11) 9-8357-9855 - ([email protected]) • Departamento de Assinaturas: Daniela Faria - (11) 9-8357-9843 ([email protected]) • Correspondente Internacional: Brigitte Selbert - (11) 9-8357-9859 - ([email protected]) Conselho Editorial: Luiz Euribel Prestes Carneiro, farmacêutico-bioquímico, Depto. de Imunologia e de Pós-graduação da Universidade do Oeste Paulista, Mestre e Doutor em Imunologia pela USP/SP • Prof. Dr. Carlos A. C. Sannazzaro - Professor Doutor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP • Dr. Amadeo Saéz-Alquézar - Farmacêutico-Bioquímico • Dr. Marco Antonio Abrahão – Biomédico • Prof. Dr. Antenor Henrique Pedrazzi - Prof. Titular e Vice-Diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP • Prof. Dr. José Carlos Barbério - Professor Titular da USP (aposentado) • Dr. Silvano Wendel - Banco de Sangue do Hospital Sírio-Libanês • Dr. Paulo C. Cardoso de Almeida - Doutor em Patologia pela Faculdade de Medicina da USP • Dr. Jacques Elkis - Médico Patologista, Mestre em Análises Clínicas - USP • Dr. Zan Mustacchi - Prof. Adjunto de Genética da Faculdade Objetivo - UNIP • Dr. José Pascoal Simonetti - Biomédico, Pesquisador Titular do Depto de Virologia do Instituto Oswaldo Cruz - FIOCRUZ - RJ • Dr. Sérgio Cimerman - Médico-Assistente do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Responsável Técnico pelo Laboratório Cimerman de Análises Clínicas • Dra. Suely Aparecida Corrêa Antonialli - Farmacêutica-bioquímica-sanitarista. Mestre em Saúde Coletiva • Dra. Gilza Bastos dos Santos - Farmacêutica-bioquímica • Dra. Leda Bassit - Biomédica do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa da Fundação Pró-Sangue Colaboraram nesta edição: José de Souza Andrade Filho, Carla Simone Vasconcelos Pacheco Costa, Ana Maria Guedes de Brito, Renata Rego de Souza, Francine Ferreira Padilha, Malone Santos Pinheiro, Kariny Souza Pinheiro, Luiz Mário da Silva Silveira, Heliana de Araújo Morais, Vanda Maria Furtado Pinheiro, Rosana Maria Costa Rabelo, Odilon Carpes de Fraga, Carlos Augusto Haas, Gustavo Müller Lara, Fábio Alexandre Alff, Adriane Bombassaro, Fernanda Comarú da Silva de Mello, Bruna Cocco Pilar, Deise Jaqueline Ströher, Vanusa Manfredini, Guilherme de Oliveira Cezar, Vanessa Danesi dos Santos, Cláudia Funchal Impressão: IBEP Gráfica Editoração: Fmais | comunicação e design NewsLab A revista do laboratório moderno ANO XX - Nº 116 (fevereiro/março 2013) Redação e administração: Av. Paulista, 2.073 Ed. Horsa I - Cj. 2315. CEP: 01311-940. São Paulo. SP. Fone/Fax: (11) 3171-2190 CNPJ.: 74.310.962/0001-83 Insc. Est.: 113.931.870.114 ISSN 0104-8384 Home Page: www.newslab.com.br A Revista NewsLab é uma publicação bimestral da Editora Eskalab, com distribuição dirigida a laboratórios, hemocentros e universidades de todo o país. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da revista. Da mesma forma, os Informes Publicitários são de exclusiva responsabilidade das empresas que compram o espaço na revista. Filiado à Anatec da Revista Newslab Parte integrante Leia ainda na Roche News: edição 116 Ano 15 | Número 01 | Fevereiro/Março 2013 é ciênc ia Rastreio primário cervical com testedo câncer de HPV FaZEn DO a DiFER EnÇa Laboratório IPOG aumenta quantidad de exames, especialm e ente de HPV, cresce 17% em apenas seis meses e Segurança e saúde para a mulher Segurança e saúde para a mulher 04Editorial 06Índice 08Notícias 28 Nossa Capa – Laboratório Lenzi: há 25 anos conquistando a qualidade e a excelência laboratorial 34 Informe de Mercado 62 Analogias em Medicina – Verruma na Doença de Chagas, por José de Souza Andrade Filho 64 Exame Parcial de Urina: Interferências da Refrigeração no Exame Físico, Químico e Sedimentoscópico – Carla Simone Vasconcelos Pacheco Costa, Ana Maria Guedes de Brito, Renata Rego de Souza, Francine Ferreira Padilha, Malone Santos Pinheiro, Kariny Souza Pinheiro 72 Avaliação de Esfregaços Cérvico-Vaginais Insatisfatórios como Rotina de Controle Interno da Qualidade – Luiz Mário da Silva Silveira, Heliana de Araújo Morais, Vanda Maria Furtado Pinheiro, Rosana Maria Costa Rabelo 82 Isolamento de Enterococcus Spp com Resistência a Altas Concentrações de Aminoglicosídeos em Ambiente Nosocomial e Comunitário na Cidade de Passo Fundo, Rs – Odilon Carpes de Fraga 90 Correlação Clínico-Laboratorial entre Métodos para Dosagem de Tiroxina – Carlos Augusto Haas, Gustavo Müller Lara 96 Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde: uma perspectiva atual – Fábio Alexandre Alff, Adriane Bombassaro 104 Prevalência de Parasitoses em Escolares da Escola Estadual de Ensino Fundamental Paso de los Libres no Município de Uruguaiana, RS – Fernanda Comarú da Silva de Mello, Bruna Cocco Pilar, Deise Jaqueline Ströher, Vanusa Manfredini 118 Análise Bibliográfica dos Microrganismos Encontrados com Maior Frequência em Infecções do Trato Urinário – Guilherme de Oliveira Cezar, Vanessa Danesi dos Santos, Cláudia Funchal 125Agenda 128 Biblioteca NewsLab 129 Endereços dos Anunciantes NewsLab ISSN 0104-8384 Ano XX – Nº 116 – Fev/Mar 2013 www.newslab.com.br A revista do laboratório moderno NewsLab Número 116 Fevereiro/Março 2013 R$ 13,90 Há 25 Anos ConquistAndo A quAlidAde e A exCelênCiA lAborAtoriAl A sua opinião é muito importante para nós. Por isso, criamos vários canais de comunicação para o nosso leitor.Escolha o que for melhor para você. Mande sua carta para nossa redação, no seguinte endereço: Av. Paulista, 2073. Edifício Horsa I. Conjunto 2.315 - Cep: 01311-300. São Paulo. SP Fones: (11) 3171-2190 / 3171-2191 / 3171-2192 Envie sua mensagem pelo e-mail: [email protected]. Navegue também em nossa home page: www.newslab.com.br Siga-nos no twitter: @revista_newslab Novo teste de proteínas é o primeiro a medir taxa de progressão da doença de Lou Gehrig O teste pode ajudar a identificar os pacientes com riscos de uma progressão mais rápida da doença Um novo teste, que mede proteínas fragmentadas por lesão do sistema nervoso e que são depositadas no sangue e no líquido cefalorraquidiano, revela a taxa de progressão da esclerose lateral amiotrófica (ELA), como informam pesquisadores da Clínica Mayo de Jacksonville, na Flórida, da Universidade de Emory e da Universidade da Flórida. O estudo, publicado na versão online do Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, sugere que esse teste, se aperfeiçoado, pode ajudar os médicos e pesquisadores a identificar os pacientes com maior risco de progressão rápida da doença. A esses pacientes seria oferecida, então, alguma nova terapia em fase de desenvolvimento ou de teste. A ELA – também conhecida como doença de Lou Gehrig – é uma doença neurodegenerativa progressiva, causada pela degeneração dos neurônios motores (as células do sistema nervoso central), que controlam os movimentos voluntários dos músculos. A taxa de progressão varia muito entre os pacientes e a sobrevivência, a partir da data do diagnóstico, pode ser de meses a 10 anos ou mais, diz o diretor-médico da Clínica de ELA da Clínica Mayo de Jacksonville, Kevin Boylan. “No tratamento de pacientes com ELA, há necessidade de formas mais confiáveis para determinar a rapidez da progressão da doença”, diz Boylan, que é o principal pesquisador do estudo. “Muitos pesquisadores da ELA têm buscado desenvolver um teste com biomarcador molecular para a lesão do sistema nervoso desse tipo; é encorajador saber que esse teste pode fazer isso. Como amostras de sangue são coletadas mais facilmente do que o líquido cefalorraquidiano, estamos especialmente interessados em fazer ainda mais essa avaliação no sangue periférico, em comparação com o líquido cefalorraquidiano”, declara. “Não existem medicamentos que levem à cura ou mesmo a benefícios significativos para o tratamento da ELA, no momento, mas há muitos em desenvolvimento”, diz Boylan. Um teste como esse pode ajudar a identificar os pacientes com riscos de uma progressão mais rápida da doença. Com tratamentos experimentais que, basicamente, reduzem a progressão da ELA, a detecção de uma resposta ao tratamento em pacientes com progressão mais rápida pode ser conseguida mais facilmente, diz Boylan. No momento, pacientes com diversas taxas de progressão participam de estudos clínicos, o que pode tornar difícil a análise do benefício de um medicamento, ele afirma. “Se houver uma maneira de identificar pessoas que possam ter uma progressão mais rápida, deverá ser possível conduzir estudos terapêuticos com um número menor de pacientes, em menos tempo do que o exigido atualmente”, diz Boylan. Um objetivo para um prazo mais longo é desenvolver testes desse tipo para se avaliar com que eficácia um paciente responde a terapias experimentais. O teste mede a forma pesada dos neurofilamentos no sangue e no líquido cefalorraquidiano. São proteínas que fornecem uma estrutura para os neurônios motores e, quando os nervos são lesionados pela doença, as proteínas se fragmentam e flutuam livremente no soro sanguíneo e no líquido cefalorraquidiano. Uma pesquisa anterior foi conduzida pelo neurocientista da Universidade da Flórida, Gerry Shaw, que é o pesquisador mais experiente do grupo e que desenvolveu o ensaio com neurofilamentos usado no estudo. Os pesquisadores mediram a forma pesada de neurofilamentos em amostras de sangue e de líquido cefalorraquidiano de pacientes da Clínica Mayo e da Universidade de Emory, correlacionando os níveis de proteína e a taxa de progressão. “Demonstramos uma associação sólida entre níveis mais altos de proteína e a progressão mais rápida do enfraquecimento dos músculos”, explica. Também houve evidências de que pacientes da ELA, com níveis mais altos de proteínas, tinham uma sobrevivência mais curta, ele informa. O trabalho foi financiado pela Associação da ELA, pelo Centro Packard para a Pesquisa da ELA, pelos Fundos de Doadores do Centro da ELA MCF e pela Fundação Mayo. IV Congresso Brasileiro de Genética Forense O IV Congresso Brasileiro de Genética Forense está próximo: 7 a 10 de maio. Evento ímpar, que reúne os mais renomados cientistas e profissionais da Genética Forense, será realizado na cidade de São Paulo, no Memorial da América Latina. A Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM/UNIFESP), a Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo (FMUSP) e o Instituto de Criminalística de São Paulo (IC/SP) sediarão o Congresso, com o apoio da Sociedade Brasileira de Genética (SBG). O site do Congresso (www.sbg.org/eventos) tem as informações sobre o programa do conteúdo científico, taxa 8 de inscrição, prazo e normas para a apresentação dos resumos, informações sobre hotéis, alojamentos próximos ao local do evento, locais turísticos e atrações. O comitê científico reuniu um interessante programa que vai cobrir plenamente o interesse dos participantes. Os congressistas poderão também desfrutar de um programa social completo. Este ano haverá ainda premiação de melhor trabalho em quatro diferentes categorias: Melhor Dissertação de Mestrado, Melhor Tese de Doutorado, Melhor Relato de Caso e Melhor Pôster. NewsLab - edição 116 - 2013 Programas da SBPC/ML são referências em dissertações de mestrado PALC, Indicadores e PELM são citados em trabalhos O Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC) e o Programa de Indicadores Laboratoriais são referências na dissertação “Impacto da implantação de um programa de acreditação laboratorial”, avaliado por meio de indicadores de processo, num laboratório clínico de médico porte, apresentada na defesa de mestrado no programa de Fisiopatologia Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O trabalho aborda a implantação do PALC e os resultados, avaliados pelo Programa de Indicadores da SBPC/ML e ControlLab. A autora conclui que os resultados foram muito positivos após a implantação do PALC. O orientador é o diretor Científico da SBPC/ML, Nairo Sumita. Ele participou da banca examinadora, junto com os patologistas clínicos Vera Lucia Pagliusi Castilho e Nelson Medeiros Junior. As suplentes foram as patologistas clínicas Maria Elizabete Mendes e Aparecida de Cássia Carvalho. Todos são associados da SBPC/ML. Em fevereiro, o PALC e o PELM (Proficiência em Ensaios Laboratoriais), também da SBPC/ML, foram citados na dissertação “Erros laboratoriais e segurança do paciente: Revisão Sistemática”, apresentada na Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fiocruz, no Rio de Janeiro, pelo diretor de Acreditação e Qualidade da SBPC/ML, Wilson Shcolnik, na obtenção de seu título de Mestre em Ciências na área de Saúde Pública. O objetivo desse trabalho do patologista clínico foi “identificar estudos sobre erros laboratoriais relacionados à segurança do paciente e seus efeitos, entendendo-se segurança do paciente como ´a redução, ao mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado à assistência à saúde´”. “Esses trabalhos colocam os Programas da SBPC/ML em destaque no meio acadêmico e demonstram sua eficiência na gestão de processos e no desenvolvimento dos serviços de medicina laboratorial”, comemora Nairo Sumita. Células-tronco do cordão umbilical ajudam no tratamento de linfomas Com a utilização de células-tronco do cordão umbilical a medicina tem grandes avanços em tratamentos de linfomas divulgação Nos últimos anos aumentaram cada vez mais os casos de linfomas, principalmente em pessoas com mais de 60 anos, porém a população jovem não está livre desta doença. Um caso que ficou muito conhecido e que comoveu diversas pessoas é o ator Reynaldo Gianecchini, que descobriu estar com linfoma de células T não-Hodgkin. O linfoma não-Hodgkin é um câncer que atinge o sistema linfático, que é responsável por produzir e armazenar linfócitos, sendo que as células T presentes protegem o organismo contra vírus, fungos e algumas bactérias. Na maioria dos casos o linfoma é tratado com quimioterapia, radioterapia ou ambos. Entretanto, o que muita gente não sabe é que o transplante de células-tronco hematopoéticas é uma opção extremante eficaz para tratar a doença. Este tipo de célula é encontrado no sangue do cordão umbilical e placentário (SCUP) e, por não ter sofrido a ação de fatores externos como o estresse, o tempo, o uso de medicamentos, etc., tem uma ótima eficácia no tratamento de linfoma e de várias outras moléstias hematológicas. Devido a esta importante utilidade na medicina é de suma 10 importância que seja incentivada a coleta e armazenamento de células do SCUP. Além de serem fáceis de coletar, não causam rejeição, é um processo indolor e também não ferem os princípios éticos e religiosos. “As células-tronco do cordão umbilical e placentário são muito importantes para o tratamento do câncer de linfoma e de muitas outras doenças, por isso não devem ser descartadas. Mesmo que uma família não tenha condições financeiras de armazenar as células em um banco privado ela pode doar para um banco público”, afirma a Dra. Adriana Homem, responsável técnica do Banco do cordão umbilical (BCU Brasil). Outra vantagem do armazenamento das células-tronco do cordão umbilical é o fato de elas poderem ficar guardadas por tempo indeterminado, ou seja, por toda a vida, o que garante mais uma esperança de vida para quem decide por esta opção. Além disso, as constantes pesquisas em andamento com este tipo de célula já têm apresentado resultados positivos no tratamento de mais de 200 doenças, o que a torna, atualmente, como o que há de mais avançado na medicina regenerativa. NewsLab - edição 116 - 2013 Abracro prevê extinção das pesquisas clínicas no Brasil Instituição avalia que, se a burocratização e o sistema de aprovação de pesquisas não mudarem no País, os estudos em seres humanos se tornarão inviáveis e chegarão ao fim A demora de cerca de um ano para aprovar uma pesquisa clínica em seres humanos é um dos principais entraves que o Brasil enfrenta atualmente para empreender estudos clínicos. Apesar dos incentivos ao setor constantemente divulgados pelo Governo, o que se vê na prática é uma burocratização na aprovação dos estudos, agravada pela implementação da Plataforma Brasil, em janeiro deste ano. Se esse cenário se mantiver, a previsão da Abracro – Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisas Clínicas – é que os estudos clínicos em seres humanos no País se tornarão inviáveis e chegarão ao fim. “A Plataforma Brasil acabou dificultando a submissão de estudos à CONEP. O sistema ainda é deficitário e há a necessidade de um treinamento adequado dos pesquisadores para a utilização da ferramenta. Além disso, o canal de comunicação direto entre os pesquisadores e os técnicos da ferramenta dentro da CONEP precisa ser mais eficaz, uma vez que a falta de comunicação dificulta o esclarecimento de dúvidas”, alerta Daniel Lang, presidente da Abracro. Lang reforça que a dificuldade para aprovar estudos é ainda anterior à Plataforma Brasil. O País é um dos poucos a exigir aprovação de protocolos em três instâncias: duas éticas (do CEP – Comitê de Ética local da instituição que vai empreender o estudo – e da CONEP) e uma técnica (da Anvisa). “Esse caminho retarda o processo e é considerado desnecessário e redundante, uma vez que é a CONEP quem capacita os CEPs”, afirma. De acordo com ele, pouco ágil e com rara colaboração entre as instituições, o processo faz com que o Brasil tenha um prazo lento em comparação a países da Europa, que levam até 80 dias para aprovar um estudo clínico, e aos Estados Unidos, que demoram apenas 60 dias. Por esse motivo, muitos pacientes brasileiros perdem a oportunidade de participar de pesquisas, principalmente globais, que levam em conta a agilidade para a inclusão de pacientes. “Sem um prazo compatível para a aprovação, o Brasil perde terreno para outros polos de pesquisas. Se levarmos em conta que a grande maioria de estudos clínicos realizados no País vem de fora, teremos cada vez menos pesquisas com a população brasileira”, ressalta Lang, ao alertar que a participação de brasileiros em estudos multicêntricos é de extrema relevância, visto que um novo medicamento pode agir de maneira distinta em regiões diferentes, devido às influências de raça, hábitos e clima. “Os dados científicos gerados serão mais representativos e seguros para o Brasil se a nossa população for incluída no estudo, além de possibilitar o acesso a medicamentos que ainda não estão disponíveis no mercado e que, muitas vezes, são a única possibilidade de tratamento de nossos pacientes”, conclui. Defesa em prol da pesquisa clínica no Brasil - O que a Abracro defende, juntamente com médicos, pesquisadores e profissionais do setor, é uma maior autonomia dos Comitês de Ética locais (CEPs), para que possam conceder a aprovação ética da pesquisa juntamente com o aval técnico da Anvisa, cabendo à CONEP o papel de capacitador desses comitês. De acordo com Lang, parte do problema também seria resolvido se houvesse um treinamento para a utilização da Plataforma Brasil pelos pesquisadores, bem como o aperfeiçoamento dos órgãos responsáveis pelas aprovações, com revisão de fluxos, aumento do número de profissionais e incentivo à participação de voluntários nos CEPs. “A colaboração entre essas instituições, com o estímulo à troca de informações entre elas, investigadores e patrocinadores também é fundamental para a desburocratização que hoje acomete o setor e prejudica o andamento das pesquisas clínicas no País”, completa Lang. Para saber mais: www.abracro.org.br Roche anuncia projeto StemBANCC, que usa tecnologia de células-tronco para desenvolver medicamentos A Roche anunciou o lançamento do projeto StemBANCC, que vai utilizar a tecnologia de células-tronco para descobrir e aprimorar o desenvolvimento de novos medicamentos. A Roche lidera e coordena esse projeto junto com a Universidade de Oxford (Reino Unido). O projeto também 12 reúne outras nove empresas farmacêuticas e 23 instituições acadêmicas e conta com o apoio da União Europeia. O objetivo é criar um dos maiores depósitos de células-tronco adultas do mundo, que poderão ser usadas, por exemplo, para desenvolver novos medicamentos para doenças cardiovasculares e neurológicas. NewsLab - edição 116 - 2013 Empresas de medicina diagnóstica formam associação com foco em Qualidade O objetivo da instituição é prestar esclarecimentos e informações à sociedade e fazer com que o setor seja reconhecido mundialmente Fundada em julho de 2010, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) é uma associação representativa das instituições privadas do setor de medicina diagnóstica, laboratorial e por imagem. Com sede em São Paulo, capital, e abrangência nacional, a Abramed foi criada para ser referência no segmento laboratorial e, para este fim, reuniu os principais atores do segmento, cujo foco central é a primazia pelo alto padrão de qualidade. Deste modo, propõe a troca de expertises técnicas e científicas, assim como empresariais, que possibilitem o crescimento deste mercado em nível nacional e internacional. Entre as empresas associadas da Abramed estão o Albert Einstein Medicina Diagnóstica, Alliar Medicina Diagnóstica, Boris Berenstein Imagem e Exames Laboratoriais, Cdpi Clínica de Diagnóstico por Imagem, Cedi Tomografia Macaé, Cepem - Centro de Pesquisa da Mulher, Cetac Centro de Tomografia Computadorizada, Dasa Diagnósticos da América , Grupo Delfin, Grupo Fleury, Instituto Hermes Pardini, Laboratório Sabin de Análises Clínicas, Salomão Zoppi Diagnósticos, Laboratório Médicos Santa Luzia, Senne Líquor, Sidi Serviços de Investigação Diagnóstico e Hospital Sírio Libanês. Para cuidar dos assuntos convergentes e relevantes para o mercado, seja no campo da pesquisa científica, assim como no âmbito regulatório, a associação conta com duas câmaras especiais: a Câmara Técnica, que é dirigida pelo Dr. Luiz Gastão Rosenfeld, e a Câmara Jurídica, sob a direção da Dra. Lilian Pacheco Lira. A presidência da Abramed está sob responsabilidade da Dra. Cláudia Cohn, eleita em 2010. Entre os temas tratados pela Abramed durante os últimos dois anos (2011/2012) está a contribuição que a instituição conferiu à logística de transportes de amostras – sua Câmara Técnica proveu informações necessárias para a segurança no transporte de amostras biológicas e materiais perigosos no cinturão da cidade de São Paulo. Além disso, em conjunto com empresas fornecedoras de reagentes, equipamentos médicos e insumos hospitalares e outras associações, teve um papel relevante na greve da Anvisa, onde o setor foi afetado pelo desabastecimento provocado pela retenção de produtos nos portos e aeroportos do país. “Estabelecemos um diálogo com outras entidades de produtos para saúde e, juntas, apresentamos à direção da agência, um cenário real dos problemas enfrentados, que foram sanados com medidas urgentes. A mobilização foi importante para garantir atendimento à população”, ressaltou a presidente da Abramed. Recentemente, a Abramed inaugurou, em sua sede, um auditório especial voltado à contribuição científica e criado para servir aos seus associados e integrar as empresas do setor de diagnóstico. Dasa disponibiliza Teste de Ácido Nucleico (NAT) a hospitais, clínicas e bancos de sangue de todo o país Exame que torna mais seguras a transfusões de sangue está prestes a se tornar obrigatório pelo Ministério da Saúde O risco de transmissão de HIV e Hepatite do tipo C e B diminuiu significativamente nos últimos 20 anos graças à evolução dos testes de sorologia. Porém, o risco de contaminação ainda existe devido à janela imunológica, fase em que o anticorpo que luta contra o vírus não é detectado no organismo. Para tornar as transfusões mais seguras, o Ministério da Saúde está tornando obrigatória a aplicação do Teste de Ácido Nucleico (NAT) antes de todas as transfusões de sangue realizadas no país. “Trata-se de um teste que utiliza a tecnologia da biologia molecular para detectar a presença do vírus precocemente, possibilitando rapidez diagnóstica e a prevenção da contaminação por transfusão”, afirma o Dr. Nelson Gaburo, diretor responsável pelo setor de biologia molecular da Dasa. Ele reforça que a companhia já se antecipou a este cenário e disponibiliza o teste 14 NAT para hospitais, clínicas e bancos de sangue. “Com o teste, a janela imunológica fica reduzida de 21 para nove dias no caso do HIV, de 56 para sete dias, no caso de hepatite C, e de 32 para 15 dias, no caso de Hepatite B”. Para a realização do NAT, a Dasa utiliza o sistema cobas s201 Roche, que a partir da extração do material genômico viral e da amplificação por PCR multiplex em tempo real, detecta qualitativamente e simultaneamente o DNA do vírus da Hepatite B e RNA do vírus da Hepatite C e Imunodeficiência Humana (HIV). De acordo com o Dr. Gaburo, o teste NAT da Dasa possui cinco alvos virais em um único teste (HIV-1 GrupoO e M, HIV-2, e Hepatites C e B). “Como segurança adicional, é realizado o rastreio total por código de barras”, ele revela, lembrando que a tecnologia utilizada na Dasa é a mesma de ponta já presente em mais de 275 Bancos de Sangue em todo o mundo. NewsLab - edição 116 - 2013 Células embrionárias podem se transformar em quaisquer células humanas A pesquisa foi realizada pela Universidade Hebraica de Jerusalém Pesquisadores israelenses descobriram mecanismos que permitem que células-tronco embrionárias se transformem em qualquer tipo de célula do corpo humano, tornando possível, deste modo, a cura de doenças como Alzheimer, Parkinson, diabetes e outras doenças degenerativas. A pesquisa, realizada pela Universidade Hebraica de Jerusalém (UHJ), lança uma nova luz sobre a pluripotência, isto é, a capacidade de células-tronco embrionárias de se renovarem indefinidamente em quaisquer tipos de células maduras. “Este importante desafio da biologia moderna pode acelerar o uso de células-tronco embrionárias em terapia celular e medicina regenerativa. Se os cientistas podem reproduzir os mecanismos que permitem a pluripotência, podem criar as células no laboratório para a cura de doenças humanas caracterizadas pela morte da célula, como Alzheimer, Parkinson, diabetes e outras doenças degenerativas”, explica o Dr. Eran Meshorer, chefe do Laboratório de Cromatina do Departamento de Genética do Instituto Alexander Silberman, de Ciências da Vida, da UHJ. A equipe de Eran Meshorer concentrou-se nas vias epigenéticas (que causam alterações biológicas sem uma mudança correspondente na sequência de DNA), específicas das células-tronco embrionárias. A base molecular de mecanismos epigenéticos é a cromatina. Os pesquisadores descobriram que a cromatina é menos condensada em células-tronco embrionárias, permitindo a flexibilidade ou «plasticidade funcional», para se transformar em qualquer tipo de célula. Consulta à Anvisa com base na Lei de Acesso à Informação aponta caos enfrentado pelo setor de diagnóstico in vitro Agência estima um prazo de 845 dias entre o protocolo do processo de CBPF e a publicação da certificação Uma das primeiras consultas à Anvisa com base na Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/11) trouxe para o setor de diagnóstico in vitro – representado pela Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) – uma fotografia real dos problemas que as empresas do segmento vêm enfrentando, no que diz respeito às inspeções extrazona para obtenção da Certificação de Boas Práticas de Fabricação (CBPF). Os dados mostram que: a. 1.213 processos aguardam por inspeção na agência; b. No momento, a Anvisa está realizando as inspeções protocoladas no mês de junho de 2010; c. Tomando como base as certificações publicadas no DOU, em outubro de 2012, a Anvisa estima um prazo de 845 dias entre o protocolo do processo de CBPF e a publicação da certificação; d. Em média, 37 novos pedidos por mês são protocolados na agência, que realiza, em média, 18 inspeções por mês; e. Na agência há 100 inspetores capacitados para fazer as inspeções; f. R$ 44.881.000,00 é o valor que a Anvisa arrecadou, até o momento, em taxas de fiscalização, sendo que neste total estão inclusas as 1.213 inspeções pendentes. Cada pedido de inspeção custa às empresas R$ 37.000,00. “O cenário é caótico, não há ainda medidas concretas da Anvisa para ao menos equacionar o problema, e fica difícil não prever um `apagão tecnológico´, com graves consequências para os sistemas públicos e privados de saúde e, consequentemente, para os pacientes”, alerta Carlos Eduardo Gouvêa, secretário executivo da CBDL. Ele explica que no caso de diagnóstico in vitro, há uma indústria nacional muito pequena e concentrada em poucos 16 segmentos que não conseguiria suprir as demandas do mercado, pois os novos produtos levariam mais de quatro anos para entrar no mercado brasileiro, considerando o tempo para a inspeção e posterior registro sanitário. O dirigente lembra ainda, que os números fornecidos pela Anvisa se referem apenas ao setor de produtos para saúde. “Há inspeções pendentes também de outros setores, como o de medicamentos, realizados por outra equipe, porém competindo com estas inspeções no caso de ser necessária a utilização dos 100 inspetores capacitados”, diz. Entre as sugestões por ele apontadas para contornar o problema estão: que a Anvisa reconhecesse as Certificações Internacionais emitidas por outros países, tal como era feito anteriormente ou até mesmo a ISO 13.485, enquanto se estrutura para dar conta da demanda; e que aceitasse o protocolo de pagamento da taxa de inspeção para os processos de registro de produtos novos, possibilitando a análise e efetivo deferimento do registro. Além disto, se fossem adotadas medidas simples como concentrar as inspeções apenas às fábricas de produtos de maior risco sanitário, geraria um efeito imediato e positivo em termos de redução da fila de espera. “Seria importante ainda, que a Anvisa passasse a fazer uso efetivo da Avaliação de Impacto Regulatório (AIR), instrumento de extrema relevância para apoiar e instruir, com dados empíricos, a tomada de decisão dos agentes reguladores. No âmbito da regulação em saúde, a AIR possibilita uma avaliação do impacto das medidas regulatórias não só em relação às indústrias e empresas reguladas, mas também sobre os usuários dos sistemas públicos e privados”, finaliza Carlos Eduardo Gouvêa. NewsLab - edição 116 - 2013 Setor de produtos para a saúde cresce 4,2% em vendas e gera mais de cinco mil postos de trabalho no ano A greve da Anvisa impactou o desempenho do setor O mercado de produtos para a saúde registrou aumento de vendas de 4,2 % e crescimento da produção industrial de 3,2%. Embora inferiores à projeção inicial do setor para o ano – que esperava um crescimento de dois dígitos – os resultados indicam um desempenho acima da média da economia nacional. Com faturamento de U$ 16,5 bilhões, o setor manteve estável em 0,6% sua participação no PIB nacional. Os dados são relativos ao período entre outubro de 2011 e setembro de 2012 e revelam ainda que o crescimento veio acompanhado de uma expansão de 4% no número de empregos. Foram gerados 5,3 mil novos postos de trabalho, elevando para 120 mil o total de empregados na indústria e no comércio. Os resultados foram divulgados pela Abimed - Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares. A entidade congrega 124 empresas de tecnologia avançada, que respondem por cerca de 60% do mercado médico-hospitalar brasileiro. Segundo Carlos Goulart, presidente-executivo da Abimed, além do fraco desempenho da economia nacional, o setor da saúde também foi impactado pela greve da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – que prejudicou o abastecimento do mercado de saúde por cerca de quatro meses – e da dificuldade da agência em realizar inspeções nas fábricas no exterior, requisito para a concessão de registro de novos produtos. “Este foi um ano difícil, mas acreditamos que existe espaço para voltarmos a crescer ao redor de 10% em 2013. O Brasil é a sexta economia do mundo com participação de 2,8% no PIB Mundial, mas representa apenas 0,5% do mercado mundial de produtos para a saúde. Além disso, apostamos na recuperação da economia”, explica Goulart. Trabalho indica o uso do RNA Mensageiro em casos de tuberculose Técnica é mais rápida e supera algumas limitações dos exames atualmente utilizados Divulgação/Fiocruz que o mesmo receba uma carga Uma das dificuldades no pesada de medicamentos que tratamento da tuberculose (TB) não estão dando resultado, pioé quando os pacientes, por rando seu quadro. Além disso, motivos diversos, desenvolvem existe o agravante é que nesse uma resistência ao mesmo. período ele continua transmiHoje, utilizando-se métodos tindo a doença. O estudo foi convencionais de diagnóstico, orientado pela pesquisadora leva-se de um a dois meses para da Fiocruz Pernambuco Haiana obter um resultado confiável Schindler e as análises foram da redução do bacilo, ou seja, realizadas no Núcleo de Platapara a confirmação de que o formas Tecnológicas (NPT) da paciente está reagindo bem às instituição. drogas. Interessada em reverter Atualmente, os exames este quadro, a bióloga Rosana Imagens de Mycobacterium tuberculosis Montenegro avaliou em sua tese de doutorado em saúde mais utilizados para monitorar a resposta ao tratamento pública, da Fiocruz Pernambuco, o RNA mensageiro do anti-TB são a baciloscopia (a partir de esfregaço do escarMycobacterium tuberculosis como marcador de cura em ro) – que, segundo estudos, apresenta baixa sensibilidade pacientes com tuberculose pulmonar, utilizando a técnica (podendo resultar em falso negativo) e a cultura de M. molecular transcrição reversa, seguida de PCR quantitativa tuberculosis, que necessita de um a dois meses para cheem tempo real (RT-qPCR). gar a um resultado, devido ao crescimento lento do bacilo. Como resultado, ficou constatado que a referida técnica Apesar de ter tratamento e medidas eficazes de controle, além de mais rápida (o resultado pode ser dado em 48 a tuberculose é um dos grandes problemas de saúde púhoras), é capaz de superar algumas limitações dos exames blica no Brasil e no mundo, devido as suas altas taxas de atualmente utilizados. Embora seja um método caro – não morbimortalidade e índices de transmissão. O tratamento indicado para ser utilizado como rotina – ao se identificar é longo, dura seis meses e a interrupção pode resultar no precocemente o paciente que desenvolveu uma TB resis- surgimento de cepas do transmissor, o Mycobacterium tente, pode-se alterar a medicação mais cedo, evitando tuberculosis, resistentes às drogas. 18 NewsLab - edição 116 - 2013 Delboni implementa nova metodologia para identificação de bactérias patogênicas Método pode identificar em poucos minutos perfis de proteínas específicos que permitem o reconhecimento da bactéria O Delboni Medicina Diagnóstica acaba de implementar uma nova metodologia capaz de identificar micro-organismos no laboratório clínico. Esta metodologia é chamada de Maldi-TOF MS (ou Matrix Assisted Laser Desorption / Ionization Time-of-Flight Mass Spectrometry). Trata-se de uma espectrometria de massas especial que pode identificar em poucos minutos perfis de proteínas específicos, permitindo o reconhecimento de determinadas bactérias. “Assim, bactérias patogênicas podem ser identificadas rapidamente, com significativa redução de tempo em relação às metodologias atualmente utilizadas. Basta que haja crescimento bacteriano prévio em meios de cultura”, afirma Dr. Cláudio Pereira, diretor de análises clínicas do Delboni. Segundo o Dr. Pereira, diversos estudos realizados desde o início dos anos 2000 têm mostrado o potencial de aplicação dos perfis obtidos pelo Maldi-TOF para a caracterização de bactérias. “Muitos softwares foram desenvolvidos pelos fabricantes dos equipamentos e por parceiros para ajudar a comparar os padrões repetidos e a identificar os micro-organismos com precisão”, explica ele. “Assim, pode ser estabelecido um fluxo de trabalho que permita a identificação imediata, em questão de minutos, a partir do crescimento do patógeno nos meios de cultura”, diz Dr. Pereira. O médico afirma que, além da identificação de micro-organismos, que já está bem consolidada, a utilização da técnica de Maldi-TOF poderá auxiliar em outra linha de estudos, como a detecção de marcadores de resistência e outras macromoléculas. Esta possibilidade permitirá mais rapidez na obtenção de alguns resultados de sensibilidade aos antimicrobianos e até mesmo de vigilância epidemiológica do micro-organismo isolado. Benefícios observados - Trabalhos mostram que a identificação precoce dos micro-organismos reduz o risco de mortalidade, tempo de internação e o custo do tratamento das infecções adquiridas nos hospitais. A utilização da metodologia de Maldi-TOF permite uma redução expressiva do turn around time (TAT) até a identificação do micro-organismo. “Trabalho recentemente publicado realizado com hemoculturas demonstrou uma redução de 23 a 83 horas para a identificação completa de bactérias Gram positivas e 34 a 51horas para Gram negativas”, exemplifica o Dr. Pereira. “Acreditamos que a disponibilidade desta nova metodologia permitirá a obtenção de identificações mais rápidas e precisas. Médicos poderão ter acesso aos resultados e iniciar ou modificar a antibioticoterapia com maior eficácia. Pacientes poderão se beneficiar com melhor prognóstico e menor tempo de internação, enquanto o sistema de saúde receberá um menor custo e maior eficiência pela otimização dos tratamentos”, ele finaliza. Formiga transporta bactérias patogênicas em hospitais Animais podem transportar agentes patogênicos a pessoas debilitadas Formigas podem ser vetoras mecânicas de micobactérias patogênicas, segundo a pesquisa de doutorado da veterinária Ana Paula Macedo Ruggiero Couceiro, realizado na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP em 2011. Análises microbiológicas realizadas por amostragem em um hospital no interior de São Paulo apontaram ocorrência de micobactérias ambientais, relacionadas às infecções oportunistas. Essas infecções podem ocorrer na pele, por exemplo, com a formação de abscessos, além de não responderem à terapia convencional com antibióticos. O hospital, pertencente à Secretaria Estadual de Saúde, é especializado na assistência a pacientes com tuberculose. Justamente em centros como esse, os internos estão fragilizados imunologicamente devido à convalescença e, por isso, a infestação com esses patógenos implica em mais riscos. As formigas foram coletadas num tubo estéril em diversos pontos das instalações do hospital. Segundo a pesquisadora, as micobactérias ambientais estão amplamente distribuídas, inclusive em hospitais. O NewsLab - edição 116 - 2013 monitoramento destas micobactérias não é habitual. No entanto, com o aumento de surtos relacionados às mesmas em estabelecimentos de saúde, a preocupação com estes agentes aumentou. Desde 2003, enquanto fazia seu projeto de mestrado, Ana Paula verificou que formigas contribuíam para contaminação de testes de diagnósticos e disseminação de partículas. No levantamento para seu doutorado, notou que algumas características inerentes às formigas facilitavam a sua dispersão, como o fato de andarem até 200m a partir do seu ninho em um único dia. Por ter uma dieta generalista, o inseto é um animal de fácil adaptação, convivendo bem em diversos ambientes. Pesquisas anteriores, segundo ela, descrevem a formiga em ambiente hospitalar como transportadora de microrganismos, porém seu trabalho é o primeiro que investiga a disseminação de micobactérias desta maneira. As formigas, neste caso, podem contaminar roupas, alimentos e água utilizados pelas pessoas internadas. 21 Kit facilita a identificação do retrovírus HTLV O teste molecular confirmatório nacional permite reduzir a janela imunológica Pesquisadores do Hemocentro de Ribeirão Preto, ligado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, em parceria com a empresa Gene ID SA, desenvolveram um kit de diagnóstico molecular para confirmar a infecção pelo retrovírus HTLV 1 e 2, em casos de resultados positivos de exames feitos na rotina sorológica dos hemocentros e bancos de sangue. O teste confirmatório nacional, além de mais sensível, o que permite reduzir a janela imunológica (tempo entre a infecção e a produção de anticorpos contra o retrovírus), terá um custo 17 vezes menor do que o usado atualmente, chamado de Western Blot (WB), que é importado. Estima-se que 2,5 milhões de pessoas, no Brasil, tenham o retrovírus, mas apenas entre 1% e 5% desenvolvam algum tipo de doença. O preço do teste importado WB é de cerca de R$170,00 e ainda, em muitos casos, não consegue solucionar o diagnóstico do paciente. Devido ao preço, sensibilidade e o fato de não ser obrigatório, apenas algumas instituições realizam o teste confirmatório. O nacional, em desenvolvimento, utiliza outra metodologia e além de mais eficaz, terá custo de cerca de R$10,00, ou seja, apenas 6% do valor do importado. Outro fator tão importante quanto o preço é a redução da janela imunológica, que hoje varia de 36 a 72 dias. Desde 1993, os hemocentros fazem testes para identificar entre os doadores de sangue possíveis portadores do retrovírus HTLV. Se no primeiro exame for constatada a presença do HTLV, a bolsa é descartada e o doador é chamado pela equipe médica dos hemocentros. Mas algumas instituições realizam, para reduzir as dúvidas sobre o resultado inicial, mais um teste para confirmar o resultado do primeiro. Mas a maioria das instituições não realiza o se- 22 gundo teste, considerando apenas o resultado do primeiro. “Este conjunto de fatores permitirá a conclusão segura do diagnóstico para o correto aconselhamento e tratamento dos pacientes, aumento da segurança em transplantes e transfusões sanguíneas e evitará a transmissão vertical (de mãe para filho), principal via de transmissão”, explica o pesquisador Mauricio Rocha, do Laboratório de Biologia Molecular do Hemocentro, comandado pela pesquisadora Simone Haddad. A coordenação da pesquisa é do professor Dimas Tadeu Covas, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Infectados - Estudos indicam que existem no mundo cerca de 20 milhões de pessoas infectadas pelo HTLV. Desses, aproximadamente dois milhões e meio estão no Brasil, que tem o maior número absoluto de infectados em todo o mundo. Entre 1% e 5% desse total irá desenvolver alguma doença relacionada ao HTLV. Entre elas, a mielopatia paraparesia espástica tropical associada ao HTLV, uma das prevalentes no Brasil, para a qual ainda não há cura, mas se descoberta em estágio inicial o tratamento promove uma melhora no quadro do paciente. “É uma doença neurológica que afeta a medula óssea em adultos entre 50 e 60 anos e que leva à fraqueza muscular das pernas. A pessoa tem dificuldade em caminhar e dificuldade no controle urinário. É uma doença lentamente progressiva. Não é uma doença com evolução rápida, o paciente demora muitos anos para precisar da cadeira de roda. A infecção é transmitida por vários mecanismos, entre eles, o leite materno, transfusão sanguínea e relação sexual. Não existe tratamento específico. O que se faz é fisioterapia e outras medidas para reabilitação”, explica o neurologista do HCFMRP, Osvaldo Massaiti Takayanagui, especialista no tratamento da doença. O próximo passo da pesquisa é testar amostras de sangue de Salvador (Bahia), África do Sul e Peru. “A proposta é ampliar o número de exames de outras regiões para garantir a eficiência do teste. As amostras testadas indicam eficácia de 100%, no entanto, outras amostras necessitam ser examinadas, pois nenhum teste diagnóstico é 100% eficiente”, explica Rocha. Nessa primeira fase foram realizados 180 exames com amostras do banco de dados do Hemocentro de Ribeirão Preto. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) está investindo R$ 1 milhão na produção do teste confirmatório nacional. A empresa Gene ID será a responsável pela produção do kit, depois de concluída a pesquisa. “Com preço menor e resultado mais eficiente, nós esperamos que depois de concluídas todas as etapas da pesquisa o kit seja utilizado na rotina diagnóstica confirmatória de todos os hemocentros do país”, explica Rocha. NewsLab - edição 116 - 2013 Moderno exame identifica micro-organismos com precisão Reduzir o tempo para a obtenção de resultados e fornecer com precisão e rapidez informações sobre o quadro clínico do paciente. Estes são os diferenciais do novo exame Maldi Tof. O teste feito hoje, através de cultura de urina ou sangue, após a coleta, leva 12 horas para identificar a bactéria que está causando a infecção no paciente. O Maldi Tof reduz o tempo para menos de 1 hora, o que possibilita resultados precisos de infecções graves, além da vantagem de identificar qualquer tipo de bactéria, o que no exame “antigo” não era possível. Hélio Magarinos Torres Filho, patologista clínico, presidente regional da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/RJ e diretor médico do laboratório Richet, explica que o Maldi Tof é, no momento, o método mais moderno do teste de cultura, permitindo que os resultados sejam passados para o médico com maior rapidez, e que o paciente inicie o tratamento com antibióticos específicos para combater a infecção diagnosticada. Cientistas do Canadá e Brasil unem forças para combater doenças infecciosas Workshop permitiu o encontro de pesquisadores da York University com seus principais parceiros da USP e do Consórcio Biomat Cientistas canadenses da York University e cientistas brasileiros promoveram um encontro em fevereiro, sobre o controle de várias doenças, incluindo a Dengue, o vírus West Nile e tipos de tuberculose resistentes a medicamentos. O workshop de dois dias organizado pelo Centro de Modelos de Doenças da York University permitiu o encontro de pesquisadores canadenses com seus principais parceiros da Universidade de São Paulo e também do Consórcio Biomat, uma organização sem fins lucrativos de estudos avançados em biosistemas formada pela associação de membros internacionais de universidades e centros de pesquisa com base principal no Brasil. “Esse encontro proporcionou uma oportunidade única para que o Centro de Modelos de Doenças e seus parceiros brasileiros possam desenvolver programas de pesquisa e intercâmbio acadêmico na área de doenças infecciosas”, afirmou o diretor do centro Dr. Jianhong Wu, um renomado pesquisador da York University e líder no Canadá em pesquisa nas áreas de matemática industrial e aplicada. O Workshop Canadá/Brasil proporcionou uma plataforma para o desenvolvimento de uma base científica e de ferramentas técnicas que serão usadas no controle de doenças transmitidas por vetores e na resistência a múltiplos medicamentos. Essa iniciativa é financiada pelo programa Going Global do governo do Canadá. O objetivo é ampliar a colaboração entre pesquisadores canadenses e brasileiros nas áreas de informática e saúde e modelos de doenças infecciosas. 24 Também foram discutidos vários tópicos relacionados aos desafios à saúde humana e à economia, incluindo: a constante ameaça de novas doenças infecciosas, a incidência de doenças associadas ao vírus da dengue, ao vírus west nile, à leishmaniose nas Américas, à tuberculose e à resistência de medicamentos que são problemas globais de saúde pública. A cooperação internacional é necessária para resolver esses problemas, uma vez que os mesmos têm sido exacerbados pela globalização, mudanças climáticas e degradação ambiental. Nesse encontro, os pesquisadores estabeleceram parcerias e exploraram oportunidades comercias de interesse mútuo. Discutiram a implementação de ferramentas computacionais específicas que podem ser usadas para avaliar rapidamente estratégias de intervenção e tratamento. Dr. Robert Tsushima, Decano Associado de Pesquisa e Parcerias na Faculdade de Ciências e Engenharia da Universidade York, juntamente com a Dra. Margaret Hough, Diretora de Pesquisa e Relações Internacionais também da mesma instituição, participaram do encontro com as autoridades universitárias e pesquisadores em São Paulo. Eles ressaltam que, a longo prazo, a parceria Canadá/ Brasil irá promover o intercâmbio de estagiários, de conhecimento e de tecnologia. “Nós seremos capazes de desenvolver novas parcerias de pesquisa num momento em que o governo brasileiro está comprometido com o investimento no treinamento de estudantes e pós-doutores brasileiros no exterior através do programa Ciência Sem Fronteiras,” afirmou Tsushima. NewsLab - edição 116 - 2013 Pesquisadores adaptam teste imunoenzimático para diagnóstico rápido de hepatite A O segredo está na substituição da imunoglobulina G pela imunoglobulina Y Divulgação/fiocruz avaliação inicial do novo insumo, foram O acesso limitado à água potável, realizados testes com 100 amostras de ao saneamento e até mesmo à vacina soro positivas para o vírus da hepatite e aos kits de diagnóstico, que têm alto A (HAV) e 81 negativas, coletadas na custo, são alguns dos fatores responsácidade de Três Rios, RJ, durante um veis por manter em cerca de 1,5 milhão surto ocorrido em 2009. O resultado o índice de novos casos de hepatite A aponta que o teste tem especificidade por ano, segundo dados da Organização e sensibilidade acima dos 95% - níveis Mundial da Saúde (OMS). Com a meta considerados ideais para kits imunode oferecer ferramentas de diagnóstico mais acessíveis, pesquisadores do Laenzimáticos. boratório de Desenvolvimento Tecnoló- O teste imunoenzimático criado é mais Parcerias para um novo degico em Virologia do Instituto Oswaldo simples, mais barato e bioético safio - A equipe liderada por MarCruz (IOC/Fiocruz) adaptaram um teste celo Alves Pinto se dedica agora ao imunoenzimático mais simples, mais barato e bioético. O desenvolvimento de novos imunoterápicos a base de IgY, segredo está na substituição do anticorpo específico utili- que podem ser utilizados para o tratamento de infecções. zado no insumo – a imunoglobulina G (IgG), obtida a partir No rol de doenças a serem combatidas estão viroses de de mamíferos imunizados – pela imunoglobulina Y (IgY), transmissão entérica, como as hepatites tipos A e E, além sua correspondente nas aves e répteis. A estratégia já foi de gastroenterites, como as causadas por rotavírus, adeconcluída e o processo de validação está em andamento. novírus e norovírus. Em curto prazo, o teste poderá ser empregado em estudos Para estes três últimos, os pesquisadores buscam desende prevalência ou mesmo para seleção de indivíduos que volver um imunoterápico de administração oral. “Nas gasnecessitam ser vacinados contra hepatite A. troenterites, a replicação do vírus ocorre apenas na mucosa A inovação é fruto da dissertação de mestrado de Ale- intestinal e, por isso, é possível neutralizá-los no próprio trato xandre dos Santos da Silva, aluno do Programa de Pós- digestivo com uma cápsula ou solução”, explica Alves. Na -Graduação em Biologia Parasitária do IOC, em parceria nossa hipótese, em casos de surto, a transmissão também com a Escola de Medicina Veterinária do Centro Universitário poderá ser interrompida porque, uma vez neutralizadas, as Serra dos Órgãos (Unifeso). Os pesquisadores Marcelo Alves partículas de vírus secretadas nas fezes do paciente deixam Pinto, chefe do Laboratório e coorientador e Vanessa Salete de ser infecciosas. O Laboratório de Virologia Ambiental e de Paula, orientadora do estudante, explicam que o insumo Comparada do IOC, com os pesquisadores José Paulo Gagliardi de um teste imunoenzimático - também conhecido como - é e Eduardo de Melo Volotão, especialistas em rotavírus, atuam formado pelo antígeno e pelo seu anticorpo específico, ex- como parceiros do projeto e também como coorientadores do traído de um animal previamente vacinado em laboratório, doutorando Gentil Bentes e a mestranda Juliana Guimarães, como camundongo ou coelho. Este anticorpo funciona como ambos do curso de pós-graduação em biologia parasitária. uma “cola”, pois ao se conectar ao antígeno, o mantém preso Para teste da IgY como imunoterápico o grupo de pesquià placa de titulação, composta por pequenos poços. Quando sadores estabeleceram o macaco cinomolgos como modelo recebe o soro de uma pessoa infectada, o vírus presente experimental para a infecção pelo rotavírus humano. Ainda no insumo também se conecta ao anticorpo do paciente, no começo deste ano a IgY será administrada nos macacos possibilitando, assim, a detecção da doença. cinomolgos infectados com rotavírus humano. Comprovada A IgY pode ser extraída da gema dos ovos de frangas sua eficácia, os pesquisadores estimam que a estratégia de vacinadas contra o agravo. Assim como acontece com os imunoterapia poderia ser disponibilizada em cinco anos. humanos, as aves imunizadas produzem anticorpos antivírus Já no caso da hepatite A, em que quadros agudos e da hepatite A e o transferem ativamente para a gema do ovo, fulminantes são marcados por intensa replicação viral na processo que se assemelha ao do colostro em mamíferos, já corrente sanguínea, o grupo conta com a colaboração do que o embrião se alimenta do mesmo durante seu desen- pesquisador Jacob Pitcovisk, um dos cabeças do Instituto volvimento. “Mas uma gema tem concentração de anticorpo Tecnológico Galileu (Migal), de Israel. O objetivo dos parceitrês vezes maior do que o mesmo volume de soro de coelho, ros é “encapar” a imunoglobulina uma molécula denominada animal comumente usado para este fim. Além disso, a ex- mannosamine-biotin, que possui função proteger a IgY de tração da IgY poupa a ave de qualquer stress”, explica Alves. um ‘ataque’ dos anticorpos produzidos pelo próprio paciente, Mais produtividade, menos sofrimento - A pro- aumentando o tempo de atividade do mesmo no organismo. dução da IgG, anticorpo homólogo ao humano utilizado “Este é um problema recorrente na imunoterapia. Esperamos nos insumos disponíveis no mercado, exige procedimentos que, com a molécula conjugada, a IgY fique disponível o invasivos para os animais, como a retirada de sangue de suficiente para neutralizar o vírus na circulação”, ressalta. coelhos e camundongos vacinados. “A bioética norteou nossa busca, que resultou em um processo mais produtivo e que Para saber mais: reduz o seu custo”, diz o coorientador do estudo. Para a www.fiocruz.br 26 NewsLab - edição 116 - 2013 Laboratório Lenzi: há 25 anos conquistando a qualidade e a excelência laboratorial Completando 25 anos de atividades, laboratório é referência de profissionalismo na região sul do país O Laboratório Lenzi de Análises Clínicas, localizado na cidade de Jaraguá do Sul em Santa Catarina, iniciou suas atividades em 1988 e tornou-se referência em excelência de qualidade na região. Sua história tem início com o casal Dúlcio e Terezinha Lenzi, que investiram na ideia dos filhos, Dúlcio Teodonir Lenzi Filho, economista, e Rosangela Margarida Lenzi, farmacêutica/analista clínica, em empreender um negócio de alto nível em análises clínicas. Assim, o principal foco do empreendimento foi o investimento em equipamentos e no treinamento da equipe de trabalho, com o objetivo de sempre atender da melhor forma seus clientes. Em pouco tempo, e com foco total nessa premissa, o laboratório conquistou a certificação ISO 9001. Sem se desviar desse caminho, o laboratório vem obtendo desde 1992 o conceito “Excelente” no Programa Nacional de Controle de Qualidade, da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas/SBAC, conquistando assim, os certificados nas categorias Prata, Ouro, Platina e Diamante. De acordo com os dirigentes do Laboratório Lenzi, a conquista dessa certificação de Excelência Laboratorial na Categoria Diamante deve-se ao excelente desempenho durante 20 anos consecutivos. “Somente 11 laboratórios no Brasil entre 15.000 conquistaram este certificado”, relatam os sócios e irmãos. Em complemento à política de qualidade total, em 2012 o Laboratório Lenzi obteve a Acreditação pelo DICQ - Departamento de Inspeção e Credenciamento da Qualidade, conquistada junto à Sociedade Brasileira de Análises Clínicas. 28 NewsLab - edição 116 - 2013 Além disso, participa do Programa Nacional de Proficiência em Ensaios Laboratoriais (PELM), da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, desde 2005. “A qualidade é um fator obrigatório no Laboratório de Análises Clínicas. É com este embasamento que o Laboratório Lenzi trabalha”, afirmam Dúlcio e Rosangela Lenzi. Segundo o relato dos Lenzi, para implantar a qualidade deve haver o interesse e total comprometimento dos responsáveis para implementar os processos necessários. O complexo processo começa com a cultura de buscar continuamente a qualidade, passando pelo treinamento dos profissionais do laboratório, bem como garantir que a empresa tenha um forte laço humanitário entre seus colaboradores e clientes. Desde os serviços mais simples até as mais sofisticadas técnicas de realização dos testes laboratoriais, atendendo a todas as normas regulatórias para o funcionamento do laboratório. Entre essas normas, estão as regulamentações da Anvisa, ANS e requisitos técnicos da Boas Práticas de Laboratório Clínico (BPLC). Também fazem parte do processo atualizar os conhecimentos existentes em congressos, cursos e seminários, tanto no Brasil como no exterior. É necessário ainda o exato cumprimento de um sistema de controle interno e externo da qualidade com equipamentos modernos e automatizados, com interfaceamento por código de barras nas amostras coletadas e recebidas, aumentando a qualidade e diminuindo riscos, a fim de permitir a emissão de laudos confiáveis, necessários ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento das patologias humanas. “Para a nossa equipe, a qualidade se conquista todos os dias. Essa é uma das metas que o laboratório busca na prestação de seus serviços e no atendimento ao cliente”, concluem Dúlcio e Rosangela Lenzi. E o laboratório não deixa de fazer sua parte para se tornar uma empresa com uma forte política de sustentabilidade. Além de trabalhar com um centro de reciclagem, onde todos os itens recicláveis têm uma destinação correta, a empresa participa NewsLab - - edição 116 - 2013 todos os anos como voluntária na Ação Comunitária WEG, importante iniciativa da região que leva informações, orientações e serviços gratuitos à comunidade. Os irmãos Dúlcio e Rosangela Lenzi A gestão do Laboratório Lenzi • Realiza exames e tem conquistado a qualidade e a excelência laboratorial desde 1988 • Acreditação DICQ – Sistema de Gestão da Qualidade e Competência Técnica • Equipe qualificada, com experiência e suporte científico • Treinamento constante da equipe de trabalho • Certificação ISO 9001 • Participante do Programa Nacional de Controle de Qualidade da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (PNCQ) e da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (PELM) • Agilidade no atendimento e na entrega dos resultados • Resultados via internet para convênios e consultórios médicos • Realiza um grande número de exames, sendo 80% em equipamentos de última geração automatizados e interfaceados com amostras identificadas por código de barras • Constante investimento em equipamentos, acompanhando a evolução tecnológica do setor • Intercâmbio com centros de pesquisa nacionais/internacionais para realização de exames especializados • Soroteca • Responsabilidade social • Centro de reciclagem 29 Cronologia das certificações 30 NewsLab - edição 116 - 2013 Sociedades das quais o Laboratório é membro • Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, participante do Programa Nacional de Controle da Qualidade, conquistando os certificados de Excelência Laboratorial categoria Prata, Ouro, Platina e Diamante • Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial como Participante do Programa Nacional de Proficiência em Ensaios Laboratoriais (PELM) • Latin American Quality Institute • Certificação ISO 9001 • Empresa Amiga da Criança – Fundação ABRINQ • ACIAG – Associação Empresarial de Guaramirim/SC • ACIJS – Associação Comercial e Industrial de Jaraguá do Sul/SC • CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas de Jaraguá do Sul/SC • Sindilab– Sindicato dos Laboratórios de Análises Clínicas, Patologia Clínica e AnatomoCitopatologia no estado de Santa Catarina • Prêmio Qualidade Empresarial Estadual 2007 a 2010 – Jotapê Pesquisas • Prêmio Top of Empreendedor – 2010 • Troféu Marketing Empreendedores Top of Business – 2009 • Prêmio Excelência Master Pesquisas Nacional – 2008 • Prêmio Nacional Integrado Master Pesquisas – 2008 • Prêmio Qualidade Empresarial Nacional 2007 – Jotapê Pesquisas • Prêmio Destaque Empresarial 2007 Jaraguá do Sul – Platinum Pesquisas • Prêmio Master Empresarial Municipal, Estadual e Nacional – 2007 • Prêmio Top of Mind Nacional – 2005 a 2007 Prêmios conquistados • Certificação de Proficiência 2012 – SBPC/ML • Prêmio Excelência Laboratorial Categoria Diamante 2011 – SBAC • Global Quality Certification – Latin American Quality Institute – Buenos Aires – 2011 • Prêmio Top of Quality Platinum 2011– Ordem dos Parlamentares do Brasil • Prêmio Gestão e Qualidade 2011 – Instituto de Pesquisas • Prêmio Mérito Empresarial Estadual – 2005 a 2011 • Prêmio Destaque 2011 Jaraguá do Sul – Premier Pesquisas • Brasil Quality Certification – Latin American Quality Institute – São Paulo 2010 • Prêmio Top of Quality2010 – Ordem dos Parlamentares do Brasil • Gran Prêmio Empreendedores do Mercosul 2010 – Assis Chataubriand – Orkut TV • Prêmio Sustentabilidade 2010 – Ordem dos Parlamentares do Brasil • Prêmio Mérito Liderança Sul Brasil – 2009 e 2010 NewsLab - - edição 116 - 2013 A origem da família Lenzi A família Lenzi é originária da Itália. O braço brasileiro da família começa com Verdi Francisco Lenzi, que nasceu em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, em 1903. Casou-se com Guilhermina Pereira Lima, com quem teve seis filhos. Seu filho Dúlcio Teodonir Lenzi casou-se com Terezinha Murara, também em Jaraguá do Sul, e tiveram seis filhos. Ele, um empreendedor, trabalhou desde cedo com a família na lavoura e aos 13 anos foi trabalhar na indústria de Jaraguá do Sul. Um trabalho duro, mas aos 17 anos foi ser caixeiro viajante onde obteve experiência e conhecimento para montar a Fazendeiro Automóveis, uma revenda de carros novos e usados, juntamente com uma oficina, onde comprava carros usados para reformá-los e vendê-los, um serviço diferenciado para época. Sua esposa, Terezinha Murara Lenzi, além de ajudar na revenda de carros, montou uma fábrica de chocolate, cujo nome era Chocolate Caseiro Jaraguá, muito famosa na cidade. 31 Opinião de quem é parte da história Dúlcio Teodonir Lenzi Filho, qualidade. O trabalho é árduo, mas muito gratificante, Diretor Administrativo/Fi- podendo ser medido através das nossas certificações e nanceiro da confiança dos clientes e médicos. A cada dia temos “Agradeço a Deus o criador, novidades tecnológicas, um contínuo desafio na busca por incriado de todas as coisas, pela novos treinamentos, equipamentos e por consequência permissão de chegar até aqui e o crescimento profissional”. por tudo que foi realizado. Pode ter ficado algo a ser feito, mas como disse Chico Xavier Geraldina Aparecida Pereira ‘ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, Giovanella, Responsável pela mas todos podemos começar agora e fazer um novo fim’. Recepção e Coleta Sempre temos a oportunidade de começar novamente “Participar do desafio dessa empresa sempre foi gratificante, fazendo mais e melhor”. mesmo começando ainda jovem Rosangela Margarida e agora com 22 anos de empresa, Lenzi, Direção Técnica aprendi e gosto do que faço. Sa- “Desde o primeiro dia de tra- ber que é desse local de trabalho balho guardo forte na lembrança que passei grande parte da minha vida, me faz refletir o a preocupação de realizar os quanto sou grata por tudo e por todos que fizeram parte exames seguindo os cuidados desse caminho que percorri até agora”. preconizados na literatura nacional e internacional. Ler, estudar e escolher o melhor, sempre foram o lema desta empresa. Grupo Reação, um parceiro em apoio laboratorial Esta busca por excelência na qualidade dos resultados “Atuando na região sul do Bra- proporcionou muitos dias de intenso trabalho, estudo e sil, mais fortemente no estado de também muitos desafios, geralmente sem horário para Santa Catarina, o Grupo Reação terminar. Questionavam-me sempre o que me fazia ir mais entende que é um privilégio ter além. Perfeccionismo? Desafio? Dever cumprido? A res- entre seus associados um labo- posta é simples, foi o amor! O amor pela profissão fez-me ratório referência como o Labo- ver que atrás de cada frasco, tubo de amostra biológica, ratório Lenzi. Uma das bases do havia um ser humano buscando uma resposta para o que modelo de negócio do Grupo visa o desenvolvimento de o estava afligindo. Mantendo esta certeza, continuarei reservas de mercado entre os laboratórios associados. É por tempo aprimorando o que já foi realizado e buscando por isso que o Reação apoia e fomenta as iniciativas do inovar sempre. Agradeço a minha família, colaboradores, Lenzi, enxergando-o como um associado que contribui clientes e amigos que acreditaram nesta jornada”. não apenas com volume de amostras enviadas, mas principalmente com sua postura ética e sua participação Angela Maria Piccinini, significativa no mercado e no próprio Reação. Com os Gestora da Qualidade desafios impostos pelo mercado, o Reação acredita que “Desde o início no meu tra- cooperar para competir é sempre o melhor caminho balho, percebi que a política para longevidade dos laboratórios e, desta forma, os do laboratório era voltada para 25 anos de história do Laboratório Lenzi são fonte de a qualidade e o atendimento inspiração com modelo e conduta a serem seguidos. O diferenciado ao cliente. Com o grupo Reação parabeniza a família Lenzi pois confia em passar dos anos a qualidade foi todo seu trabalho prestado e reconhece que suas prá- intensificada e tanto eu quanto todos os colaboradores ticas vão ao encontro do engrandecimento do setor de criamos hábitos voltados diretamente à excelência da análises clínicas”. 32 NewsLab - edição 116 - 2013 Alere valida automação para triagem de microbiologia no HC da UFPR Em 2012 a Alere realizou a validação do sistema de automação para triagem de microbiologia com os instrumentos Alfred 60 e HB&L no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ambos os sistemas realizam a triagem de microbiologia, permitindo a liberação dos resultados negativos em até 3 horas e a prévia de positividade em até 45 minutos com contagem de colônias, possibilitando assim uma rápida intervenção clínica e redução dos custos de terapia antimicrobiana inadequada e internação hospitalar. A Dra. Gislene Maria Botão Kussen, farmacêutica do Hospital das Clínicas na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e responsável pelo setor de Microbiologia fez um depoimento sobre o processo de validação e os benefícios da automação para o paciente: “A automação, em todos os sentidos, veio para ajudar a rotina de grandes e médios laboratórios. A agilidade na liberação de resultados e prévias de positividade com contagem de colônias é a ferramenta que faltava na microbiologia. Há uma grande pressão dos clínicos para agilizar os resultados, o que sem a automação é inviável. Com a automação uma amostra de urina que chega ao setor para cultura e parcial de urina pode ter os resultados liberados praticamente ao mesmo tempo. O resultado de uma amostra negativa permite agilidade e maior segurança para o clínico dispensar o paciente de um tratamento antimicrobiano desnecessário ou inadequado, além de poder investigar outras causas para elucidar a clínica apresentada pelo paciente com rapidez, levando um grande benefício para a população. Quanto aos pacientes hospitalizados, o teste de Atividade Antimicrobiana Residual (RAA) se torna útil ao clínico, excluindo a possibilidade de um resultado falso-negativo. O teste de RAA, quando positivo, pode levar a uma ausência de crescimento microbiano na urocultura devido à presença de antibióticos no paciente. A automação da cultura associada ao teste de RAA evidencia mais facilmente uma provável cultura negativa com grande rapidez e eficácia. Os sistemas Alfred 60 e HB&L liberam a contagem de colônias em UFC/mL de forma real, excluindo as variabilidades operacionais, quando realizada a cultura em placa (calibração da alça e exatidão de contagem), além da eliminação do manuseio da amostra pelo operador. A amostra de urina identificada com código de barras é colocada imediatamente no equipamento e liberada sem nenhum manuseio do operador, garantindo assim a segurança, confiabilidade e precisão do resultado com contagem exata das colônias presentes em UFC/mL na amostra em apenas 3 horas”. Referência: Albini CA, Souza HAPHM, Silveira ACO, Kussen GMB. Pesquisa de substâncias antimicrobianas em urinas destinadas a cultura. In: Albini CA, Souza HAPHM, Silveira ACO (Org.). Infecções urinárias: uma abordagem multidisciplinar. Infecções urinárias: uma abordagem multidisciplinar.. 1ed.Curitiba: Editora CRV, 2012. : (11) 2131-5100 : [email protected] : www.alerebrasil.com.br Lâmina para automação tipo Sysmex e cubeta para aparelho tipo Konelab: novidade Cral A lâmina para automação tipo Sysmex, entre outros, é fosca lapidada, de tamanho 26x76mm, espessura de 1,0 a 1,2mm e é produzida em vidro ótico especial, transparente de alta qualidade e sem imperfeições. A caixa vem com 50 unidades revestidas com embalagem plástica, sem seda entre as lâminas. Encaixe perfeito nos equipamentos de hematologia da marca Sysmex. 34 Cubeta para aparelho tipo Konelab: encaixe perfeito nos analisadores de química clínica Konelab 20, Konelab Prime 60, Thermo Scientific, entre outros. É comercializada em caixas com 30 racks, contendo em cada rack 30 cubetas com 12 orifícios. /: (11) 3454-7000 / (11) 2712-7000 : [email protected] / : www.cralplast.com.br NewsLab - edição 116 - 2013 bioMérieux: parceira no diagnóstico de doenças infecciosas A bioMérieux confirma seu constante compromisso na luta contra doenças infecciosas oferecendo uma plataforma que utiliza a tecnologia Boom® de extração com alta flexibilidade e versatilidade: NucliSENSTM easyMAG. O NucliSENSTM easyMAG ajuda a otimizar o fluxo de trabalho e produtividade, com a possibilidade de extrair diferentes tipos de amostras em uma mesma corrida: 40 minutos para 24 extrações. Além disso, possui um protocolo genérico para extração de ácidos nucleicos total (DNA e RNA) com um único conjunto de reagentes para todas as aplicações. A alta flexibilidade do NucliSENS TM easyMAG permite que o usuário selecione para cada tipo de amostra, em uma mesma corrida, os volumes a serem extraídos em um range de 10 a 1.000 microlitros e os volumes de eluição em um range de 25 a 110 microlitros. Recentemente a bioMérieux desenvolveu no NucliSENS TM easyMAG, um protocolo para sangue total específico para diagnóstico viral, com o objetivo de atingir o melhor equilíbrio entre desempenho e usabilidade. Este protocolo oferece excelentes resultados para quantificação de carga viral em testes para Citomegalovírus, Epstein-Baar entre outros, apresentando alta sensibilidade clínica. Produto Código Apresentação Reg MS NucliSENS easyMAG Extraction Buffer 1 280130 4 x 1.000mL 10158120566 NucliSENS easyMAG Extraction Buffer 2 280131 4 x 1.000mL 10158120570 NucliSENS easyMAG Extraction Buffer 3 280132 4 x 1.000mL 10158120567 NucliSENS easyMAG Magnetic Silica 280133 48 x 0,6mL 10158120569 NucliSENS easyMAG Lysis Buffer 280134 4 x 1.000mL 10158120568 NucliSENS easyMAG Disposable 280135 16 x 24 vessels 10158120564 : 0800 0 264848 : [email protected] : www.biomerieux.com.br Mantas aquecedoras Biomixer O aquecimento de substâncias é uma operação rotineira no ambiente laboratorial e fundamental em determinados procedimentos, como gerar interações moleculares e provocar reações, tornando-se indispensável o uso de equipamentos que facilitem e garantam a segurança do processo. Especialmente projetada para essa finalidade, emprega-se a manta aquecedora, um aparelho calorífico que promove o aquecimento controlado de soluções. O ajuste de intensidade de temperatura, caraterístico desse equipamento, torna-o adequado para processos de destilação e filtração a quente, em operações que exijam forte aquecimento e na manipulação de substâncias como solventes e soluções inflamáveis, pois não produz faísca. Suas aplicações abrangem diversas áreas desde faculdades a laboratórios médicos até indústrias 36 petroquímicas. A Biomixer disponibiliza uma linha de mantas aquecedoras com capacidades variadas (de 100 a 1.000 mL), que atingem temperaturas até 380ºC, ideais para balões volumétricos de fundo redondo. Seu revestimento interno de fibra de vidro de alta resistência evita a perda de calor para o ambiente, proporcionando aquecimento rápido e uniforme. Além da função de aquecimento, as mantas aquecedoras da Biomixer oferecem a opção simultânea de agitação, o que torna o processo ainda mais eficaz. A combinação dessas características garante maior economia de tempo e custo, proporcionando conforto e segurança ao usuário e resultados garantidos. : [email protected] NewsLab - edição 116 - 2013 Semana de Educação Continuada no laboratório: uma forma interessante de atualizar os colaboradores em Medicina Diagnóstica A constante necessidade de capacitação dos funcionários nas diferentes áreas do laboratório de Análises Clínicas, as exigências cada vez maiores para manter os padrões internos de qualidade elevados e a necessidade de ter um processo de retenção dos profissionais, fazem com que as empresas se preocupem cada vez mais com a educação continuada dos seus profissionais. Para auxiliar nessa tarefa a Formato Clínico oferece um programa de educação continuada formatado para as necessidades dos laboratórios e colaboradores e alinhado à estratégica da empresa. A exemplo da semana da CIPA e semana da qualidade, que muitas empresas adotaram, por que não fazer a semana de Educação Continuada no laboratório? Como o nome já diz, tem duração de uma semana (cinco dias) e tem como objetivo atingir todos os colaboradores da empresa nos diversos assuntos técnicos e de gestão, com foco em laboratórios de análises clínicas. Como funciona? A Formato Cínico, junto com os responsáveis pela área de capacitação da empresa, desenham uma grade a partir da lista de cursos disponibilizados. É determinado o dia de início da semana e os horários apropriados. São cinco dias de aulas e cursos para todos os colaboradores da empresa. Um exemplo pode ser observado na Tabela. Desta forma, a Formato Clínico espera seguir contribuindo para o crescimento sustentável do setor de Medicina Diagnóstica. : (11) 3528-7405 : [email protected] Veolia Water assume 100% do negócio Elga no Brasil A Veolia Water Brasil adquire o negócio Elga Labwater da Nova Analítica e passa a cuidar de 100% da operação no mercado nacional. Elga é uma marca global de purificadores de água para laboratório pertencente à Veolia, sendo que no Brasil os produtos eram comercializados pela Nova Analítica, que atua em distribuição de equipamentos e acessórios laboratoriais. No Brasil, a tecnologia Elga está presente em clientes industriais e nos principais laboratórios da área diagnóstica. Francisco Faus, gerente geral da divisão Solutions da Veolia Water Brasil, destaca que o mercado se beneficia com a centralização do negócio Elga na Veolia. “O cliente passa a ter uma única entidade de contato, pois até então a linha era comercializada pelas duas empresas. Além disso, Elga terá incremento de investimentos por parte do grupo, para 38 aumentar o reconhecimento da marca dentro dos padrões da Veolia. Por fim, é importante ressaltar que a sinergia entre as duas empresas continuará, pois a Nova Analítica tem uma vasta base instalada, na qual outros serviços da Veolia podem ser oferecidos”, avalia. A linha Elga Labwater é formada pelas tecnologias Purelab, concebida para oferecer a pureza da água indicada para as aplicações laboratoriais específicas; Centra, cuja função é produzir e distribuir água purificada para laboratórios individuais; Medica, que garante a analisadores clínicos um fornecimento constante e confiável de água compatível para produzir e reproduzir testes de diagnóstico com precisão; e Biopure, voltada para limpeza e esterilização de equipamentos médicos reutilizáveis. : www.veoliawaterst.com.br NewsLab - edição 116 - 2013 Laboratório Samaritano de Goiânia utiliza equipamentos de última geração da Horiba O Laboratório Samaritano de Goiânia, referência na região há 42 anos, atesta a qualidade do equipamento da Horiba Medical chamado Micros ES60. O analisador hematológico possibilitou resultados precisos em relação à contagem das células do sangue, com a exibição do perfil completo do paciente. “Após adquirir o equipamento da Horiba notamos que os resultados tornaram-se mais precisos, o que diminuiu a quantidade de amostras recoletadas para confirmação de resultados no laboratório. Os pacientes internos do hospital também se beneficiaram com o novo equipamento, visto que, com a utilização do mesmo, notamos que a confiabilidade nos exames por parte dos médicos aumentou, o que também contribuiu para a diminuição do número de recoletas, permitindo assim que o laboratório pudesse, inclusive, entregar os resultados com mais rapidez”, relata o Dr. Rogério Evaristo Chaveiro Fam, biomédico e responsável técnico pelo Laboratório Samaritano de Goiânia. Com o Micros ES60 (utilizado no laboratório desde meados de 2010), a rotina mudou e os resultados são precisos. O equipamento possui o diferencial da tela sensível ao toque, responsável por oferecer completa integração do biomédico ao sistema, de fácil interpretação. Além do Micros ES60, o laboratório utiliza mais dois equipamentos da companhia japonesa, o Pentra 80 e o Pentra 400, sendo o último utilizado no departamento de bioquímica. O Dr. Rogério ainda citou o auxílio que recebeu durante a greve da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que teve início em julho de 2012 e afetou diversos laboratórios do País por conta da falta de reagentes para a realização de exames. Na hematologia, o Laboratório Samaritano não foi afetado porque a Horiba produz os reagentes do Micros ES60 nacionalmente. “Recebemos todos os kits para os exames e enfrentamos a greve da Anvisa sem nenhum problema”, finaliza o biomédico. : www.horiba-abx.com Dislipidemias em Diabetes* Um dos temas de estudo nos últimos anos são as causas de morbimortalidade de pessoas com diabetes melito (DM), que estão diretamente relacionadas às complicações cardiovasculares e nestas as dislipidemias associadas intervém de maneira decisiva. Foi observado que pacientes com diabetes melito tipo 1 compensados metabolicamente e que não apresentem lesões renais apresentam as taxas de lipídeos em concentrações similares às da população em geral. Nos pacientes diabetes melito tipo 2 (DM2) a prevalência de hipercolestoremia isolada é similar à da população em geral, enquanto a elevação moderada do triglicérides e a diminuição do HDL Colesterol pode chegar a taxas duas a quatro vezes superior. As principais causas de morte dos pacientes com DM2 (60-80%) são devidas aos problemas cardiovasculares e a incidência de infarto agudo de miocárdio é de duas a cinco vezes maior que em pessoas com tolerância normal à glicose. Estima-se que até 80% dos pacientes com DM2 apresenta uma ou mais anomalias lipídicas. A avaliação e o diagnóstico das dislipidemias devem ser realizados com base nos dados obtidos com a anamnese, pelo exame físico, pela avaliação metabólica do DM e pelos os estudos bioquímicos de lipídeos e lipoproteínas. A anamnese tem como finalidade a obtenção de dados acerca dos antecedentes pessoais (tipo de diabetes, duração e controle glicêmico, enfermidade cardiovascular e fatores de risco aterogênicos, idade, tabagismo, hipertensão e hiperlipidemia, etc), dos antecedentes familiares (diabetes, enfermidade cardiovascular fatal ou não, dislipidemias, fatres 40 de risco aterogênico), das dislipidemias secundárias (insuficiência renal, síndrome nefrótica, enfermidade hepática, lupus, obesidade, gravidez, endocrinopatias, medicamentos, etc) e das dislipidemias adquiridas (álcool, cigarro, hábitos alimentares, dieta etc.). No exame físico é verificada e avaliada a antropometria. Na avaliação metabólica e das complicações da DM são realizados: a ecografia abdominal, o exame de fundo de olhos, a tomografia, níveis bioquímicos de lipídeos, glicemia, HbA1c, microalbuminúria, proteinúria e creatinina. Os estudos bioquímicos dos lipídeos e lipoproteínas são conduzidos de forma a obter resultado e taxas dos parâmetros do perfil, que são: colesterol total e frações, apoliproteína A-1 e apolipoproteína B, triglicérides, eletroforese de lipoproteínas, lipoproteína A. O risco cardiovascular global em pessoas com DM deve ser estimado mesmo antes do aparecimento dos sintomas. A Biotécnica possui uma variada linha de produtos que contempla os kits para a determinação da maioria dos lipídeos e lipoproteínas e para a determinação do perfil diabético. Bibliografia: Garcia AB, Brites F & Cols. Consenso de Dislipidemias en Diabetes. Rev. Soc. Arg. de Diabetes. 46(3): 139-152, 2012. * Por Baby Maria : (35) 3214-4646 : [email protected] NewsLab - edição 116 - 2013 Linha Safety Vacuette®: evolução em segurança contra acidentes com materiais perfurocortantes A Greiner Bio-One, preocupada com a saúde do profissional que atua na área de coleta de sangue, assim como a dos pacientes, apresenta uma gama de produtos inovadores que atendem a NR-32. A linha Safety Vacuette® foi criada para prevenir acidentes durante o manuseio de agulhas e materiais perfurocortantes, que muitas vezes resultam na transmissão de doenças infectocontagiosas. No setor da saúde, acidentes provocados por materiais perfurocortantes são a maior causa da transmissão de doenças infecciosas, sendo os de maior risco aqueles ocasionados por agulhas. Isto representa, de forma significativa, um grande perigo para muitos colaboradores que atuam nesta área. Mais de 50% de todos os casos registrados são relativos à equipe de enfermagem, seguidos pelas equipes de laboratório de análises clínicas e médicos. Atualmente existem aproximadamente 30 patógenos que são transmitidos pelo sangue, sendo os mais perigosos: HBV (Hepatite B), HCV (Hepatite C) e HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). Recentes estudos mostram que as infecções ocorrem dez vezes mais em hospitais e laboratórios do que em ambientes externos. Por esse motivo, a Greiner Bio-One continua investindo no desenvolvimento de produtos seguros e funcionais, que respeitam as medidas de segurança, atendendo a NR-32 e protegendo tanto a saúde do paciente quanto a do profissional que atua na área de coleta de sangue, disponibilizando atualmente os seguintes produtos no mercado brasileiro: Escalpe com trava de segurança Vacuette® estéril, de fácil manuseio e a ativação do mecanismo é realizada com um único movimento. Recipientes para descarte de materiais perfurocortantes, produzidos com material plástico impermeável, são mais resistentes e seguros, possuem alças para transporte e tampa com sistema de fechamento que dificulta sua violação e estão de acordo com a norma ABNT NBR 13853. Adaptador de segurança QuickShield Vacuette® de plástico polipropileno, é descartável e de uso único, projetado com um dispositivo de segurança lateralizado (escudo protetor integrado), o qual é ativado para cobrir a agulha imediatamente após a punção venosa auxiliando na proteção de um possível encontro acidental com a agulha, possui a rosca e o bico centralizados possibilitando a escolha da posição do escudo, facilitando o procedimento de coleta. Disponível também nas versões QuickShield Complete que possui agulha para coleta a vácuo Vacuette® pré-encaixada, em uma única embalagem, e QuickShield Complete Plus que possui agulha para coleta a vácuo Visio Plus Vacuette®, com antecâmara que permite a visualização do fluxo sanguíneo após a punção, pré-encaixada, em uma única embalagem. Torniquete descartável Vacuette® que reduz o risco de contaminação cruzada, possui um revestimento especial no lado interno que garante maior aderência à pele, é isento de látex, o que previne alergias e irritações na pele, e é indicado para uso único. : www.gbo.com G-6-PDH da Randox: elevado desempenho nos ensaios de detecção da deficiência de G-6-PDH A deficiência de G-6-PDH (Glicose-6- fosfato desidrogenase) é uma doença hereditária, caracterizada pela lise das células vermelhas do sangue - conhecida como hemólise. Indivíduos que possuem deficiência de G-6-PDH sofrem frequentemente de anemia hemolítica, que ocorre quando as hemácias são destruídas mais rapidamente que a capacidade de produção pelo organismo para repô-las. Consequentemente, o suprimento de oxigênio para as células do corpo diminui. A anemia hemolítica pode ser desencadeada por infecções bacterianas e virais, estresse grave, consumo de alguns medicamentos, como por exemplo antibióticos e por determinados alimentos, em particular, a fava. Os síntomas da anemia hemolítica incluem urina escurecida, cansaço extremo, aumento da frequência cardiaca, falta de ar e ictericia. Nos casos graves, a anemia hemolítica pode causar insuficiência renal. 42 A Randox oferece um teste de alta performance para a detecção da deficiência de G-6-PDH. Os benefícios do kit de G-6-PDH da Randox incluem: • Reagentes liofilizados - proporcionam maior estabilidade • Excelente sensibilidade - capaz de detectar baixas concentrações de G-6-PDH • Boa estabilidade após reconstituição - minimiza perdas de reagentes • Aplicações disponíveis - protocolos específicos para uma ampla gama de equipamentos de bioquímica • Controles disponíveis para G-6-PDH - proporcionam maior confiabilidade aos resultados : (11) 5181-2024 / : www.randox.com : [email protected] NewsLab - edição 116 - 2013 Screening para Malária usando o analisador hematológico automatizado BC6800 Mindray A malária é uma das principais doenças transmitidas por vetores em países tropicais e subtropicais com alta taxa de morbidade e mortalidade. Normalmente é utilizada a técnica gold standard gota-espessa na identificação do parasita. Isso é um fato estabelecido e conhecido que trata de uma abordagem que perde muitos casos de infecção por malária. Devido ao hemograma ser sempre solicitado em casos de febre e com o aumento da oferta de analisadores hematológicos nos países em desenvolvimento, diversos estudos reportam os benefícios em usar dados numéricos e gráficos desses analisadores para a suspeita ou detecção de malária. Um método confiável na detecção de malária incorporado na análise da série vermelha, como um alerta ou mensagem podem ajudar a detectar precocemente e até reduzir potencialmente os casos relatados como infecção por malária. O objetivo do estudo* foi analisar através do BC6800 da Mindray Medical International Co. Ltda. – China, os dados dos parâmetros de CBC, reticulócitos, eritroblastos e também o flag dedicado “InfectedRBC?”(InR#), que é um parâmetro somente para pesquisa, que acusa de acordo com o número de células vermelhas infectadas pelo parasita, se presente na amostra. O que nos levou à realização desse estudo, avaliando a utilização desse método na triagem em áreas endêmicas de malária. Foram analisadas 497 amostras, sendo 248 positivas e 249 negativas para malária. Essas amostras foram analisadas no BC6800 usando somente reagentes dedicados, calibrador controle do fabricante. O desempenho do analisador foi monitorado com dois níveis de controle de qualidade. A sensibilidade e especificidade do flag “InfectedRBC?” gerado pelo analisador BC6800 foi avaliada. WBC Diff – Grumo distinto InR# (amarelo) Das 248 amostras de malária confirmadas, 74% (184) foram P. vivax e 26% (64) foram P. falciparum. A microscopia revelou a presença de formas esquizontes em 169 casos e trofozoítas em 79 casos. O número de grumos correlacionou com a parasitemia estimada na gota espessa desses pacientes. O analisador BC6800 gerou flags “InfectedRBC?” em 156 de 169 casos confirmados com formas esquizontes, ou seja, 93,7% dos casos. Com isso é possível monitorar pacientes em tratamento. Amostras com malária, especialmente com esquizontes e ou gametócitos, mostraram um grumo distinto e com localização única no SFCube®. Já as amostras com trofozoítas foram difíceis de detectar, pois se mostraram altamente dependentes do tamanho e número de parasitas presentes na amostra. Estabelecer um protocolo de trabalho para examinar as amostras com flag gota-espessa ou testes de imunocromatografia reduzirão consideravelmente o tempo na intervenção terapêutica com grandes chances de melhora desses pacientes. *Bhide M¹ e Parekh V² 1. Consultor Patologista, Dr. Bhide Laboratory, Mumbai-India 2. Diretor Científico, Shenzhen Mindray Medical International Co. LTD., Shenzhen-CHINA Tradução: Erica Campardo Este material foi apresentado como pôster na conferência ISLH – Nice-França : (11) 3124-8026 : (11) 3078-8035 : [email protected] : www.mindray.com SFCube® Scatter- outro ângulo InR# (amarelo) Célula vermelha infectada por malária Alere finaliza processo de integração A Alere S.A., líder mundial em Point Of Care (POC), concluiu no início deste ano a integração das companhias do grupo no Brasil (Bioeasy Diagnóstica S/A e Prodimol Biotecnologia S/A). No dia 07 de janeiro deste ano, a Bioeasy Diagnóstica S/A e a Prodimol Biotecnologia S/A deixaram de existir como sociedades independentes, subsistindo apenas a denominação social Alere S/A. Sérgio Oliveira, presidente da companhia no Brasil, informa 44 ainda a todos os clientes, parceiros e fornecedores que todos os negócios, atividades e obrigações da Bioeasy e Prodimol serão incorporados e assumidos integralmente pela Alere. Dessa forma, a empresa reafirma o compromisso em fornecer produtos de alta tecnologia e performance com qualidade e eficiência. : (11) 2131-5100 / : [email protected] : www.alerebrasil.com.br NewsLab - edição 116 - 2013 Usa Diagnóstica: quimioluminescência para todos A USA Diagnóstica tem uma linha completa de kits com a metodologia Quimioluninescência (CLIA) e é a única empresa no mercado nacional com a exclusividade da marca Monobind. A quimioluminescência é uma metodologia de alta sensibilidade e especificidade. Ideal para rotinas de pequeno e médio portes, pois permite testes manuais, de curto tempo de incubação. Além dos kits, a USA Diagnóstica possui um equipamento específico para CLIA, com a marca Monobind, que além da excelente qualidade, possui baixo custo. Para maior confiabilidade nos resultados, a USA Diagnóstica oferece o Multi-Ligand, um soro controle específico para as metodologias de quimioluminescência e Elisa. Anti-TPO T3 Total PSA Total FSH CKMB Anti-TG T4 Livre TSH LH Troponina I TG T4 Total CEA PRL Ferritina T3 Livre PSA Livre AFP HCG IgE Total : (31) 3226-3330 : [email protected] : www.usadiagnostica.com.br Medivax oferece diagnóstico de Dengue por PCR em tempo Real SimplexaTM Dengue é o primeiro kit comercial no mercado brasileiro, desenvolvido para a detecção qualitativa e discriminação dos sorotipos DENV-1, 2, 3 e 4 por RT-PCR em tempo real em reações multiplex. O kit SimplexaTM Dengue foi idealizado para utilização no Termociclador Integrado 3M*. É o primeiro kit comercial que permite, através de PCR em tempo real, a detecção e identificação dos sorotipos do vírus em reações multiplex. A detecção precoce através do teste molecular é importante, pois possibilita o diagnóstico em fase aguda, tornando o trabalho mais fácil e ágil. O produto permite ainda a liberação de resultados com maior rapidez e confiabilidade. Ensaio comparativo entre resultados obtidos com o Simplexa Dengue e dados do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC-EUA) n % DENV-1 Sensibilidade 32 100% Especificidade 147 92,5% DENV-2 Sensibilidade 30 96,7% Especificidade 149 99,3% Sensibilidade 29 100% Especificidade 150 100% Sensibilidade 38 97,4% Especificidade 141 94,3% DENV-3 DENV-4 46 Os resultados são obtidos em até 1 hora e relatórios gerados diretamente do programa integrado ao equipamento. O quadro epidemiológico atual da dengue no país caracteriza-se pela ampla distribuição do Aedes aegypti em todas as regiões, com uma complexa dinâmica de dispersão do seu vírus e circulação simultânea de três sorotipos virais (DENV1, DENV2 e DENV3), já com a introdução do sorotipo DENV4. A detecção precoce para identificação e/ou confirmação da infecção por DENV é importante principalmente em períodos de surto ou epidemia, para o tratamento de pacientes e eficiente implementação de medidas de controle pelos órgãos de saúde pública. Neste contexto, o RT- PCR em tempo real é um excelente método para o diagnóstico precoce de infecção por DENV devido à elevada sensibilidade e especificidade, além da facilidade do processamento de grande número de reações e da rápida detecção de quantidades mínimas de material genético do vírus nas amostras dos pacientes. * Termociclador para PCR em Tempo Real que realiza análises qualitativas e quantitativas de ácidos nucleicos em amostras biológicas. : (21) 2622-4646 : [email protected] : www.medivax.com.br NewsLab - edição 116 - 2013 Dengue: abordagem clínico-laboratorial A dengue é uma doença infecciosa febril aguda que pode ser de curso benigno ou grave, dependendo da forma como se apresenta. O agente da dengue é um vírus de RNA do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae, e que se apresenta sob quatro sorotipos distintos: DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4. A família Flaviviridae possui 70 espécies, dentre elas o vírus da febre amarela. Um dado de importância diagnóstica é que todos os flavivírus têm epítopos em comum no envelope proteico, o que possibilita reações cruzadas em testes sorológicos. A dengue em sua forma clássica ocorre após um período de incubação de 5 a 7 dias e inicia-se com febre alta (39º a 40º), acompanhada de calafrios, cefaleia, mialgia, prostração intensa, rash cutâneo e, às vezes, escarlatiniforme. A intensidade e a gravidade das manifestações estão relacionadas à idade do paciente. Crianças tendem a apresentar formas mais leves da doença, sendo em 80% dos casos assintomática. Entretanto, quando se manifesta clinicamente, a criança apresenta febre alta acompanhada de apatia, sonolência, recusa alimentar, vômitos e diarreia, sintomas semelhantes a outras viroses, o que dificulta a diferenciação clínica. As manifestações iniciais da dengue hemorrágica são as mesmas da forma clássica. Entretanto, após o 3º dia, quando a febre começa a ceder, aparecem sinais de hemorragia, como sangramento nasal, gengival, vaginal, rompimento dos vasos superficiais da pele, dentre outros. Em casos raros, podem ocorrer sangramentos no aparelho digestivo e nas vias urinárias. Após a infecção, a imunidade permanente é adquirida apenas para um mesmo sorotipo do vírus, sendo possível a ocorrência de reinfecções pelos outros sorotipos. Entretanto, após a primoinfecção, ocorre imunidade cruzada transitória entre sorotipos diferentes. Distinguem-se dois tipos de resposta imune ao vírus da dengue: a primária, em que prevalece a IgM em relação à IgG e a secundária, em que prevalece a produção de IgG. Pacientes que já apresentaram infecções por flavivírus, vacinados contra febre amarela e crianças que receberam anticorpos da mãe, por exemplo, apresentarão padrão de resposta secundária. O diagnóstico da dengue em humanos é feito com base em dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. O diagnóstico laboratorial é realizado tanto com exames inespecíficos (hemograma, contagem de plaquetas, coagulograma, provas de função hepática e dosagem de albumina sérica), como específicos (testes de isolamento viral, sorológicos para pesquisa de anticorpos, pesquisa de genoma do vírus, pesquisa de antígeno NS1 ou ainda estudo anatomopatológico seguido de pesquisa de antígenos virais por imunohistoquímica). Como principal exame inespecífico, o hemograma mostrando leucopenia, por vezes intensa (contagens inferiores a 2,0x109/l leucócitos), neutropenia com presença de linfócitos atípicos e trombocitopenia, com valores abaixo de 100x109/l plaquetas. Dentre os exames específicos, os testes sorológicos para pesquisa de anticorpos e antígenos como sendo os mais rápidos e mais utilizados. Conforme apresentado no gráfico, níveis de IgM apresentam-se aumentados após o 6º dia do início da doença até o seu pico máximo, que ocorre em torno do 10º dia, com posterior declínio até se tornarem não detectáveis por volta do 70º dia. Já as imunoglobulinas IgG, aparecem um ou dois dias após as IgM, e geralmente permanecem em níveis detectáveis pelo resto da vida, conferindo imunidade permanente para o sorotipo específico. O antígeno NS1, por sua vez, aparece já no 1º dia de infecção mantendo-se em níveis detectáveis aproximadamente até o 9º dia. Estudos demonstram que o método de pesquisa de antígeno NS1 tem alta sensibilidade e especificidade em comparação com outras técnicas diagnósticas. Além disso, por possibilitar a confirmação diagnóstica precoce da doença, permite o aprimoramento do manejo clínico dos pacientes. A Bioclin disponibiliza em sua linha dois produtos distintos para o diagnóstico da dengue: os kits Dengue NS1 e Dengue Bio. Dengue NS1: Método imunocromatográfico para detecção qualitativa de antígeno NS1 em sangue total, soro ou plasma. Sensibilidade clínica de 94,39% e especificidade de 99%. Dengue Bio: Método imunocromatográfico rápido para detecção qualitativa de anticorpos IgM e IgG para o vírus da Dengue em sangue total, soro ou plasma. A presença destes anticorpos ajuda a diferenciar entre infecção primária e secundária. Sensibilidade clínica de 95,8% e especificidade de 100%. : www.bioclin.com.br 48 NewsLab - edição 116 - 2013 Em crescimento, mercado de Medicina Personalizada recebe investimentos do Hermes Pardini A medicina personalizada, especialidade na qual o Hermes Pardini amplia sua atuação a partir de 2013, é um dos campos que mais crescem dentro do diagnóstico clínico. O avanço da medicina permitiu uma conclusão simples: por mais que todos os indivíduos se pareçam geneticamente, o DNA de cada um possui pequenas particularidades que podem ser fundamentais e decisivas para a eficácia dos tratamentos e cuidados com a saúde de cada indivíduo. Essa área de pesquisa e atuação se utiliza dos novos métodos de análise molecular do genoma humano para administrar melhor o tratamento de doenças ou da predisposição às doenças apresentada pelo paciente. Essa abordagem inovadora tem o objetivo de alcançar melhores resultados na prática clínica, ajudando médicos e pacientes a escolher as formas de tratamentos da doença com maior probabilidade de sucesso, dentro do contexto do perfil genético individual e ambiental do paciente. Por este motivo, cada paciente possui reações diferentes aos tratamentos aos quais é submetido, especialmente se forem considerados os tratamentos contra o câncer. Seguindo essa concepção, cada vez mais médicos de centros diagnósticos e hospitais de todo o mundo recomendam tratamentos personalizados aos seus pacientes. A previsão é de que a curva deste gráfico continue a crescer. Recentemente, o Hermes Pardini juntou-se à Progenética, empresa referência em diagnósticos superespecializados, e passou a oferecer soluções em medicina personalizada, como o Estudo do Polimorfismo do Gene IL28B (para tratamento da Hepatite C) e o exame para detecção da Mutação v600e no Gene BRAF, que é relacionado a diferentes tipos de câncer, principalmente melanoma, câncer de tireoide e câncer colorretal. Garrafas para cultura de células Easypath Com a característica principal de sempre oferecer soluções ao mercado laboratorial, a EasyPath* inova mais uma vez e coloca à disposição sua linha de materiais plásticos descartáveis para cultura celular. Com este lançamento, a EasyPath visa oferecer aos seus clientes e parceiros uma nova opção em qualidade, destacando nesta linha as Garrafas para Cultura de Células, que reúnem em sua composição e design as principais características necessárias para um ótimo desempenho nas culturas realizadas, destacando as seguintes: Confeccionadas em poliestireno de alta transparência, permitindo ótima visualização em microscopia nas técnicas de cultura. Material esterilizado por radiação gama, livre de compo- 50 nentes tóxicos que poderiam interferir no desempenho da técnica. Possui bocal com inclinação ideal para facilitar a manipulação das amostras. Sua base é lisa, livre de estrias, permitindo a utilização máxima da sua área útil de tratamento. Superfície tratada para o cultivo de uma ampla variedade de células. Tampas com indicação da posição “Vent” ou com filtros com porosidade de 0.22um, viabilizando o cultivo além de controlar a esterilidade nas trocas gasosas. * Uma amostra pode ser solicitada : (11) 5034-2227 / : www.erviegas.com.br NewsLab - edição 116 - 2013 Doença de Chagas: a importância do diagnóstico imunológico A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida por inseto hematófago da família Reduviidae, popularmente conhecido pelo nome de “barbeiro”. O diagnóstico imunológico é importante não só pela facilidade de execução como também por fornecer um resultado rápido, diferentemente dos métodos parasitológicos. O uso deste método é mais indicado na fase crônica da infecção, contribuindo para: 1) fazer diagnósticos individuais; 2) levantar níveis de endemicidade; 3) avaliar medidas de controle de transmissão; 4) selecionar doadores de sangue; 5) avaliar atividades de drogas terapêuticas e acompanhar suas respostas. É considerada uma doença silenciosa e por esse motivo é necessário um diagnóstico preciso e seguro. Atualmente a detecção de anticorpos contra antígenos do Trypanosoma cruzi pela metodologia Elisa tem sido amplamente utilizada como triagem de pacientes em laboratórios, bancos de sangue e em levantamentos epidemiológicos, pela sua simplicidade metodológica, eficiência e baixo custo. O kit Chagas Symbiosys tem o objetivo de otimizar o trabalho dos profissionais nos laboratórios, diminuindo o tempo da rotina e mantendo a qualidade dos resultados. Possui apresentação de 96 testes, com tiras quebráveis e sem necessidade de diluição previa da amostra. Após a adição da amostra, ocorre mudança de cor do diluente facilitando o manuseio do kit. O kit Chagas Symbiosys apresenta ótima performance com 100% de sensibilidade e 99,3% de especificidade. : www.alka.com.br Diagnósticos do Brasil comemora resultados comerciais acima da expectativa A equipe do DB – Diagnósticos do Brasil – iniciou 2013 comemorando os grandes resultados alcançados no ano passado. Durante três dias, os profissionais da equipe comercial participaram da Convenção de Vendas, realizada no Mabu Parque Resort, em Curitiba. Além da apresentação dos resultados, a equipe conheceu as expectativas e diretrizes comerciais para 2013. No evento também foram premiados os profissionais que tiveram melhor performance em 2012. O grande vencedor foi Carlos Becker que atua na região de Porto Alegre (RS), que levou para casa um automóvel novo. Para Tobias Thabet Martins, diretor comercial do DB, o crescimento em número de análises e faturamento do laboratório é resultado do trabalho, envolvimento e dedicação de todos os representantes. “Com uma equipe comercial preparada, onde a média de experiência em apoio é acima de 10 anos, o DB cumpre seu compromisso e oferece aos seus clientes muito mais que apoio, oferece também soluções em análises clínicas», salienta o diretor. «Desde o início de nossa atuação buscamos não ser apenas um prestador de serviço, mas um parceiro dos laboratórios apoiados» complementa. O DB iniciou seu atendimento comercial em 2011 apenas nas regiões sul e sudeste e vem expandindo sua área de atuação que já tem atendimento em todas as regiões do país. Em meados de 2012 três novos estados passaram a contar com a instalação comercial do Diagnósticos do Brasil: a Paraíba, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Mesmo com o pouco tempo de atuação nestes três locais, o DB vem ganhando mercado e credibilidade, se tornando um dos principais laboratórios de apoio nessas regiões. Os números apresentados na Convenção não deixam dúvidas sobre a excelência dos serviços prestados pelo DB e sua competitividade em seu mercado de atuação. Equipe comercial do DB no encerramento da Convenção de Vendas 2012 Premiação para o melhor representante de vendas 2012 52 : www.diagnosticosdobrasil.com.br NewsLab - edição 116 - 2013 Icemaster: nova máquina automática de gelo em escamas Com a intenção de proporcionar boas experiências na aquisição de produtos a seus clientes, a Biosystems traz mais uma inovação do mercado. Em 2013 apresenta seu lançamento: a máquina automática de produção de gelo em escamas da Icemaster para produção de até 40 kg em até 24 horas. Utilizado para preservação e armazenamento de amostras biológicas, analíticas, tecidos, culturas celulares e outras aplicações que necessitam de manutenção da temperatura abaixo da temperatura ambiente, o novo modelo IMS40 é compacto, completamente automático, com interface amigável e painel de controle fácil de operar. Seus indicadores luminosos sinalizam produção de gelo, falta de água e tanque cheio de gelo. Possui estrutura externa em aço inoxidável AISI 304 e interior com isolamento térmico, alta capacidade de produção de flocos de gelo a partir da água filtrada (pressão da água entre 1,5 e 3bar), compressor livre de CFC e baixo consumo de energia. Exclusivo sistema de segurança que desliga automaticamente quando há escassez de água e quando atinge a capacidade máxima de armazenamento do tanque de gelo. A Icemaster possui excelência na fabricação de máquinas de gelo em escama projetadas para diversas aplicações, incorporando os mais modernos conceitos de tecnologia da produção. : www.biosystems.com.br AFIP Medicina Diagnóstica oferece apoio em Genética Molecular A AFIP Medicina Diagnóstica coloca à disposição dos clientes uma série de exames nas diversas linhas de atuação da Genética Molecular. Os testes moleculares têm ganhado importância a cada dia, por oferecerem uma série de recursos fundamentais, que proporcionam a possibilidade de um diagnóstico preciso e de um atendimento mais individualizado. Metodologias e equipamentos modernos estão disponíveis para a realização de exames que permitem o diagnóstico e o acompanhamento de doenças em onco-hematologia e oncologia molecular, assim como a identificação de doenças hereditárias e de predisposições genéticas. A área atua ainda em nutrigenômica e em reprodução e identificação humana. Para disponibilizar o amplo menu de exames realizados com a mais avançada tecnologia, a AFIP Medicina Diagnóstica conta com uma equipe experiente e qualificada, supervisionada por especialistas com doutorado nas melhores universidades do Brasil e do exterior. Outro diferencial de qualidade é o cuidado com a liberação dos laudos. Os resultados dos exames são correlacionados ao histórico do paciente e os laudos são elaborados com informações detalhadas e interpretações práticas dos resultados, de acordo com literatura científica internacional. Caso haja necessidade, a equipe médica do laboratório entra em contato com o solicitante do exame. Uma central de atendimento exclusiva está à disposição dos clientes, preparada para esclarecer dúvidas e oferecer total suporte. Além do apoio em Genética Molecular, o setor de Medicina Molecular da AFIP Medicina Diagnóstica oferece exames em Citogenética e em Biologia Molecular, com foco em doenças infecciosas. : [email protected] : www.apoioafip.com.br 54 NewsLab - edição 116 - 2013 Rotina de Faturamento no Labplus: fácil e segura Ao desenvolver o seu primeiro LIS, na década de 80, a Hotsoft já havia incluído o Faturamento como parte integrante do sistema. Nas novas gerações do software, até chegar ao atual Labplus 8, muitas melhorias foram agregadas a este módulo, deixando-o cada vez mais funcional, rápido e confiável. Um dos diferenciais do Labplus 8 está na Recepção, onde inicia o ciclo do Faturamento. O sistema permite atribuir a cobrança dos exames de uma requisição a diferentes convênios. Assim, se o paciente for realizar exames por dois ou mais convênios distintos e ainda quiser fazer alguns exames por conta (particular), pode-se manter a mesma requisição, sem a necessidade de desmembrá-la, evitando retrabalho, desperdício de tempo, duplicidade de informações e aumento de esforço administrativo. A administração das tabelas de honorários é muito flexível. O sistema já é fornecido com todos os dados das principais tabelas (Particular, SUS, AMB e CHBPM). É possível duplicar uma tabela, derivando uma nova tabela a partir de outra e alterando Visão dos filtros para geração de faturas, com controle de glosas o valor das variáveis (CH, UCO, descontos etc.), por exemplo. Esses recursos são muito úteis quando da negociação de um Para garantir uma correta cobrança dos convênios, o sistema convênio com empresas privadas. armazena os valores dos exames na data da requisição. Desta forma, quando há mudança de tabela no meio do período faturado, são mantidos os preços negociados, com fidelidade de datas. As faturas podem ser impressas ou podem ser gerados arquivos eletrônicos para envio. Em ambos os casos a Hotsoft disponibiliza diversos modelos e layouts. No momento da emissão das faturas surgem os filtros, com toda a sua flexibilidade. E ainda há um completo controle de glosas para garantir que o Laboratório receberá por todos os procedimentos realizados. Para os usuários do módulo Financeiro (opcional) o fechamento das faturas enseja ainda o lançamento direto do valor final no Contas a Receber. Todas essas funcionalidades fazem do Labplus 8 uma poderosa ferramenta de garantia de faturamento correto e seguro, com sensível redução de custos para o laboratório. Configuração da tabela de honorários (exemplo CBHPM) : (44) 3302-4455 / : [email protected] : www.hotsoft.com.br Lançamento Cral: adaptador de agulha para coleta de sangue a vácuo Vacuplast Fabricado pela Cral, empresa certificada ISO 9001 e BPF (Boas práticas de Fabricação), os adaptadores de agulha para coleta de sangue a vácuo Vacuplast seguem rigorosos padrões de qualidade. Características: Apoio para a agulha de coleta múltipla de sangue Utilizado como guia para introdução do tubo na agulha Formado por um cilindro feito em polipropileno Possui adaptação de rosca para encaixe de agulhas /: (11) 3454-7000 / (11) 2712-7000 : [email protected] : www.cralplast.com.br 56 NewsLab - edição 116 - 2013 Sebia destaca a importância clínica do teste de eletroforese de proteínas séricas e urinárias O que é a eletroforese? Eletroforese é uma metodologia laboratorial usada para fracionar proteínas, enzimas, DNA, etc., de amostras (sangue, urina, fluídos, células, etc.) submetidas a um campo elétrico contínuo, onde as proteínas carregadas eletricamente são atraídas para os polos positivo ou negativo atrações opostas às cargas das substâncias analisadas. Por que o teste de eletroforese de proteínas é tão importante? Não tem como falar da importância clinica do teste de eletroforese de proteínas séricas e urinárias sem antes falar dos avanços dos avanços que esta técnica vem sofrendo até hoje. Desde que foi desenvolvida, a eletroforese tem se modernizado a cada dia e hoje pode-se afirmar que é imprescindível a sua realização nos laboratórios clínicos. Não se pode esquecer de uma época em que todos os insumos necessários, bem como os equipamentos, eram feitos manualmente. Os profissionais mais antigos e que já tiveram contato com a eletroforese devem se lembrar de uma época em que os géis eram secados utilizando um secador de cabelos e também de quando o acetato de celulose (que veio antes do gel de agarose), depois da migração eletroforética realizada, era cortado com tesoura, depois eluído e posteriormente lido através de um espectrofotômetro. Realmente nesta época era uma técnica muito trabalhosa e pouco eficiente. Muitos profissionais da área da saúde ainda têm em mente que a eletroforese ainda é assim e que seus resultados não auxiliam o médico em nada. Com isto, esta importante técnica fica subestimada. Você sabia? 1 – Que a eletroforese de proteínas é a única técnica capaz de detectar e monitorar componentes monoclonais em pequena, média e grande quantidades? 2 – Que somente pela quantificação dos componentes mo- noclonais fornecida pela eletroforese o médico terá como medir a eficácia do tratamento e/ou evolução da doença? 3 – Que pela eletroforese urinária pode-se saber qual o tipo de dano renal o paciente apresenta? 4 – Que a avaliação da resposta ao tratamento, tal como: remissão completa (RC), remissão parcial muito boa (RPMB), remissão parcial (RP) ou recaída, no caso de pacientes com Mieloma Múltiplo, somente poderá ser feita por eletroforese? 5 – Que o teste de eletroforese de proteínas urinárias, em alguns casos, complementa o de soro? 5 – Que se recomenda fazer o teste de eletroforese de proteínas como rotina, assim como: teste de glicemia, hemograma, etc., em pessoas a partir de 45 anos? São inúmeras as aplicações do teste de eletroforese de proteínas séricas e urinárias, porém o objetivo é capacitar cada vez mais os profissionais envolvidos na liberação destes testes no que diz respeito à interpretação para que chegue no médico o melhor e mais fidedigno resultado possível. Na figura, um exemplo do gel de eletroforese de proteínas e as principais proteínas que migram em cada zona. : (11) 3849-0148 Cral lança linha de esparadrapos Copertina Com mais de 35 anos de experiência e tradição no segmento, a Cral lança sua nova linha de esparadrapos Copertina, perfeitos para fixação de curativos e produtos médico-hospitalares. Estão disponíveis nas versões branco, transparente e microporoso, em diversos tamanhos. Esparadrapo branco: impermeável, nas dimensões: 1,2cm x 4,5m, 2,5cm x 0,9m, 2,5cm x 4,5m, 5cm x 4,5m, 10cm x 4,5m Esparadrapo transparente: hipoalergênico e deixa a pele respirar. Dimensões disponíveis: 1,2cm x 4,5m, 2,5cm x 4,5m, 10cm x 4,5m Esparadrapo microporoso: hipoalergênico e deixa a pele respirar. Dimensões disponíveis: 1,2cm x 4,5m, 1,2cm x 10m, 2,5cm x 0,9m, 2,5cm x 4,5m, 2,5cm x 10m, 5cm x 4,5m, 10cm x 4,5m /: (11) 3454-7000 / (11) 2712-7000 : [email protected] / : www.cralplast.com.br 58 NewsLab - edição 116 - 2013 Especial Especial ESPECIAL Especial ESPECIAL ESPECIAL Especial Especial ESPECIAL ESPECIAL Verruma na Doença de Chagas Verruma é instrumento de mão para perfurar pequenos orifícios, principalmente na madeira. Consiste de uma ponta metálica em saca-rolha em uma das extremidades e uma haste de madeira em ângulo reto na outra extremidade. As bordas do corte na madeira ou outro material são feitas em espirais. O nome verruma origina-se do francês antigo. O termo é ainda usado figurativamente para descrever uma perfuração e para o movimento de torção da verruma. David Gruby (1810-1898), um médico e microbiologista húngaro, é considerado o fundador da microbiologia médica. Era filho de um pobre camponês judeu residente em pequena vila em Baczka, um distrito fértil no sudoeste da Hungria. Recebeu suas primeiras instruções de um estudante de medicina que lecionava como professor substituto. Em 1824 ou 1825 deixou sua pequena cidade Kis-Kér e procurou melhor educação na cidade de Pest. Seus primeiros anos foram marcados por grande pobreza, privações e preconceito. Contudo, seu grande talento e determinação permitiram-lhe completar com sucesso os estudos secundários no Piarist Gymnasium em Pest. Em 1828, Gruby, então no quinto ano de seus estudos, foi para Viena estudar medicina. Era um estudante muito dedicado e, particularmente, interessou-se em estudar anatomia sob a orientação de Christian Joseph Berres (1796-1844), professor de Anatomia Macroscópica. Graduou-se em 05 de agosto de 1839. Algumas das observações microscópicas iniciais de Gruby em morfologia patológica foram incluídas em sua dissertação, que contém observações microscópicas (103 ilustrações) sobre a patologia de líquidos orgânicos – muco, escarro, pus, pseudomembranas, coágulos e saliva – e compara achados normais com patológicos. Sua tentativa de diferenciação microscópica do pus de outras substâncias patológicas foi uma investigação original e cuidadosa em novo campo da medicina. Gruby demonstrou, entre outras coisas, que cada 62 um dos líquidos orgânicos estudados continham elementos vivos (leucócitos). Ele republicou sua dissertação como primeira parte de um grande tratado sobre Microscopia Patológica, mas as outras partes planejadas nunca apareceram. Recebeu o doutorado em Viena e continuou suas pesquisas em Paris. Em 1843 Gruby descobriu um parasito animal no sangue de um sapo, que ele chamou de Trypanosoma porque o movimento do organismo vivo lhe lembrou a ação de uma verruma/saca-rolha. São suas palavras, em francês: “Je propose de nommer cet hématozoaire trypanosome” (usando os elementos gregos: trypanon = verruma + soma = corpo). Obviamente, apresentou a sua descoberta inédita na Académie des Sciences, em Paris. Portanto, o termo tripanosoma criado por Gruby foi aplicado a um gênero de protozoários compreendendo muitos flagelados parasitos em invertebrados e vertebrados, incluindo o ser humano. Várias espécies são patogênicas. Em nosso meio a doença de Chagas tripanossomíase americana é causada por um protozoário flagelado denominado Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909). É amplamente distribuída no continente Americano desde o sul dos Estados Unidos até o sul da Argentina. Gruby foi também um dos mais populares médicos praticantes em Paris, famoso por suas curas extravagantes prescritas para seus pacientes, sendo muitos notáveis. Entre eles, incluem-se Frédéric Chopin (compositor polonês e pianista virtuoso de ascendência franco-polonesa), Alexandre Dumas (romancista histórico que escreveu Os Três Mosqueteiros e O Conde de Monte Cristo), George Sand (romancista francês e memorialista), Alphonse de Lamartine (um francês estadista político-poeta e historiador) e Franz Liszt (compositor húngaro e pianista virtuoso, considerado pela maioria como o maior pianista de todos os tempos). Suas prescrições foram na realidade aplicações inteligentes de medicina psicossomática. Texto baseado em Biografia de David Gruby. Disponível em: www.whonamedit.com/ doctor.cfm/3066.html José de Souza Andrade Filho - Patologista, membro da Academia Mineira de Medicina e professor de anatomia patológica da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. NewsLab - edição 116 - 2013 Artigo Exame Parcial de Urina: Interferências da Refrigeração no Exame Físico, Químico e Sedimentoscópico Carla Simone Vasconcelos Pacheco Costa1, Ana Maria Guedes de Brito2, Renata Rego de Souza3, Francine Ferreira Padilha4, Malone Santos Pinheiro5, Kariny Souza Pinheiro6 1 – Biomédica, Hospital do Coração, Aracaju, SE 2 – Farmacêutica, Professora de Análises Clínicas. Universidade Tiradentes, UNIT, Aracaju, SE 3 – Estudante do curso de Biomedicina da UNIT 4 – Bióloga, Coordenadora do Mestrado em Biotecnologia, UNIT 5 – Biomédico, Professor de Análises Clínicas, UNIT 6 – Biomédica, coordenadora técnica LACEN-SE Resumo Exame parcial de urina: interferências da refrigeração no exame físico, químico e sedimentoscópico Summary Urinalysis: influence of cooling conservation on physical, chemical and sedimentoscopic evaluation O exame parcial de urina (EPU) é uma importante ferramenta The urinalysis is an important clinical diagnostic tool rou- diagnóstica de triagem utilizada rotineiramente pelos clínicos. A tinely used in screening tests performed in laboratories. The preocupação com a conservação dessas amostras é de funda- storage of urine samples is a crucial factor in changing the mental importância, pois afeta a eficiência da análise. O presente chemical structure of these proteins. This study aimed to evaluate estudo teve por objetivo avaliar a influência da refrigeração na the cooling influence on the physical, chemical and sedimen- análise física, química e sedimentoscópica da urina, com intuito de toscopic analyses of urine samples in order to determinate the detectar possíveis interferências desencadeadas por esse método. cooling effect on its stability. Human urine samples (n = 122) Amostras de urina humana (n = 122) procedentes de um labora- from a clinical ambulatory in Aracaju were tested according tório ambulatorial em Aracaju, SE, foram analisadas conforme to the following procedure: a first analysis with samples free o seguinte protocolo: uma primeira análise foi realizada com as of preservatives, while the second and third samples were amostras antes da refrigeração, enquanto a segunda e terceira analyzed after storage at 2 to 8 °C , evaluating the stability análises foram feitas após armazenamento a 2-8°C, avaliando during two time periods (4 and 8 h). The results indicated o estabilidade durante dois períodos de tempo (4 e 8 horas). Os that this preservation method was efficient in maintaining the resultados indicaram que este método de preservação foi eficiente essential characteristics of urine samples, concerning to the em manter a maioria das características essenciais das amostras, physical, chemical and sedimentoscopic analyses. However, no que se refere às análises físicas, químicas e sedimentoscópicas. the same was not observed with respect to urine color and No entanto, o mesmo não foi observado com a coloração, apa- appearance, as well as crystalluria. It is worth noting that the rência e formação de cristais. É interessante notar que a análise crystal analysis can provide relevant information concerning de cristais pode fornecer informações úteis relativas ao índice de to the saturation index of the sample, as well as the formation saturação da amostra, bem como a formação de cálculos renais of a pre-existing renal hypercalciuria. Based on the results, it preexistentes. Com base nos resultados, conclui-se que a condição concludes that the optimal condition to perform the analysis is ideal para realizar a análise é utilizando amostras livres de conser- with preservative-free samples, in order to maintain the sample vantes, visando manter a estabilidade dos parâmetros analisados stability, especially for the crystalluria evaluation, which can na amostra, especialmente para avaliar a cristalúria, a qual pode provide important clinical information. fornecer importantes informações clínicas. Palavras-chave: Exame parcial de urina, refrigeração, Keywords: Urinalysis, refrigeration, interfering interferentes 64 NewsLab - edição 116 - 2013 Introdução de urina relativamente volumosa, refrigeração sob as urinas destinadas bem conservada, já que ficou retida à realização do EPU, com o intuito estudo de amostras urinárias na bexiga durante a noite, caracte- de detectar os possíveis interferen- é o exame laboratorial mais rizando-se como um espécime ideal tes desencadeados por esse tipo de antigo e começou a ser elu- para realização do exame (2, 5, 10). conservação. cidado no século V Antes de Cristo, Segundo a Associação Brasileira O quando Hipócrates iniciou a descrição de normas técnicas – ABNT, 2005 das características físicas da urina e (11) o exame deve ser realizado em correlacionou-as a algumas manifes- um prazo máximo de duas horas tações clínicas (1, 2). Materiais e Métodos após a coleta e na impossibilidade No presente trabalho foi realizado Desde então a análise de urina da execução nesse período, deve- um estudo transversal de 122 amos- vem evoluindo e somando as pecu- -se lançar mão de conservantes que tras de urina, entre fevereiro e maio liaridades físicas, outros aspectos in- possam evitar a deteriorização da de 2009, obtidas através de micção vestigativos foram incorporados como amostra. Para Strasinger et al (12), espontânea e encaminhadas ao setor a análise química e sedimentoscópica, o conservante ideal deve ser bacte- de urinálise do Laboratório Central de originando o exame parcial de urina ricida, inibir a urease, preservar os Biomedicina da Universidade Tiraden- (EPU) (2). elementos figurados do sedimento tes, Aracaju, SE, para realização do Historicamente, o EPU é um dos e não interferir nos testes químicos exame parcial de urina (EPU). exames laboratoriais mais solici- realizados, porém, esse conservante tados devido a sua capacidade de ainda não foi desenvolvido. As urinas analisadas foram oriundas de usuários de diversas faixas produzir informações úteis acerca Existem vários tipos de conser- etárias e gêneros, coletadas em reci- de funções metabólicas, agravos vantes como: refrigeração, timol, pientes próprios para o acondiciona- renais, infecções urinárias, distúrbios ácido bórico, formalina (formaldeí- mento dessas amostras, padronizados sistêmicos e grau de hidratação tanto do), clorofórmio, tolueno, fluoreto de pela Organização Mundial de Saúde. no homem como em outros animais sódio e fenol, porém mesmo com as O protocolo das análises física, (3). A escolha de técnicas sensíveis interferências geradas por eles torna- química e sedimentoscópica cons- e específicas torna-se fator prepon- -se importante sua utilização devido taram de três etapas: no ato do re- derante para o bom desenvolvimento às alterações que ocorrem quando a cebimento da amostra sem a adição do exame citado. Com o advento das urina não é preservada (7, 13). de qualquer tipo de conservante, tiras reativas, as provas químicas, O conservante mais utilizado para após quatro horas em refrigeração à anteriormente complexas e laboro- amostras de urina destinadas à rea- temperatura entre 2°C e 8°C e após sas, foram substituídas, todavia, vez lização do EPU é a refrigeração sob oito horas nas mesmas condições por outra é necessária a utilização de a temperatura de 2º a 8ºC que evita citadas anteriormente. métodos químicos para a confirma- a decomposição dos constituintes da Na caracterização dos parâmetros ção de alguns achados (4, 5). amostra por aproximadamente 12 físicos da urina foram observadas co- Para uma interpretação semioló- horas, por possuir menos inconvenien- loração e aspecto. A descrição química gica correta do exame EPU é indis- tes quando comparadas aos demais foi obtida através de tiras reativas pensável a obtenção de uma amostra conservantes, além de apresentar Biocolor 10 da marca Bioeasy, lote: de urina adequada e que os métodos melhor relação custo/benefício. Esse urs 8070048, através da determinação laboratoriais sejam criteriosamente procedimento, contudo, pode provocar de proteína, densidade, cetona, ph, aplicados (6-9). aumento na densidade, bem como glicose, urobilinogênio, bilirrubina, A coleta de urina deve obedecer a precipitação de fosfatos e uratos leucócito-esterase, sangue, (hemácias a uma série de preceitos básicos, a amorfos, que dificultam considera- e hemoglobina) e nitrito, bem como fim de obterem-se amostras que pos- velmente a observação dos demais a densidade. suam as alterações físico-químicas elementos presentes no sedimento e microbiológicas que se propôs urinário (6, 7, 14, 15). Para a realização da análise sedimentoscópica baseou-se no “protocolo analisar. O jato médio da primeira Diante do exposto, o presente da liberação dos exames sedimen- micção matinal propícia uma amostra artigo objetivou avaliar a ação da toscópicos da urina” proposto pelo NewsLab - edição 116 - 2013 65 Programa nacional de controle de Analisando a densidade antes e para pesquisa dos elementos figura- qualidade (PNCQ), elaborado pela So- após a refrigeração, tal parâmetro dos, após submetidos ao método de ciedade Brasileira de Analises Clínicas não demonstrou diferenças expressi- conservação em questão, não revelou (SBAC) e utilizado atualmente pelo vas no universo das urinas estudadas. diferenças na expressão dos resulta- Na determinação das caracte- dos para células epiteliais, filamento No estudo do sedimento urinário, rísticas químicas como pH, glicose, de muco, contagem de piócitos, con- avaliado após o retorno a temperatura urobilinogênio, bilirrubina, cetonas, tagem de hemácias e de bactérias. ambiente das amostras refrigeradas, esterase leucocitária, nitrito, sangue Quando realizada a análise semi- observou-se 10 campos aleatórios em e proteínas, não foram observadas quantitativa e qualitativa do sedimen- aumento de 100X com a meta de se- alterações na expressão dos resultados to urinário para cristais, pode-se ob- miquantificar células epiteliais, cilindros influenciadas pela refrigeração nas servar um aumento no aparecimento e cristais e aumento de 400X para de- condições desse estudo. desses elementos, proporcional ao seu controle externo da qualidade. O estudo dos sedimentos urinários terminação dos demais elementos figu- tempo de refrigeração, em especial de rados passíveis de serem encontrados em amostras urinárias como: piócitos, 100 hemáceas, bactérias, filamentos de 90 muco, leveduras, hifas e Trichomonas 80 estudo foi o microscópio de luz. 70 Este estudo obteve a dispensa da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, uma vez que os testes laboratoriais foram realizados com o excedente das amostras de urina, Frequência absoluta sp. O equipamento ótico utilizado nesse 60 0h 50 4h 40 8h 30 20 dos pacientes atendidos no laboratório. 10 0 Resultados Os resultados obtidos após a análise física das amostras estudadas Am. claro Am. citrino Am. escuro Am. alaranjado Âmbar Figura 1. Distribuição da frequência de cores em urinas sem conservantes, após quatro e oito horas de refrigeração sem conservantes, após quatro e oito 80 horas de refrigeração entre 2ºC e 8ºC, demonstraram que a coloração dessas 70 manteve-se constante durante esse -alaranjada que demonstrou uma maior prevalência no terceiro tempo de análise (Figura 1). Quando analisada a turbidez após refrigeração, os resultados demonstraram que a maioria das urinas analisadas possuía um aspecto lím- 60 Frequência absoluta período, com exceção da cor amarela- 50 0h 40 4h 30 8h 20 10 pido, contudo, pode-se notar um aumento da frequência do aspecto ligeiramente turvo após quatro horas de refrigeração e do turvo após oito horas, conforme Figura 2. 66 0 Límpido Lig. Turvo Turvo Figura 2. Frequência absoluta das alterações relacionadas à turbidez das amostras durante as três análises NewsLab - edição 116 - 2013 Tabela 1. Número absoluto de achados dos cristais em urinas não refrigeradas (tempo zero) e após refrigeração (quatro e oito horas) Cristais Oxalato de Cálcio Urato amorfo Fosfato amorfo Fosfato triplo Fosfato de cálcio Ácido úrico Classificação Tempo 0h 4h 8h Raros 6 4 3 Alguns 7 4 12 Numerosos 8 4 23 Raros 1 0 3 Alguns 1 0 4 Numerosos 0 0 11 Raros 1 1 2 Alguns 0 1 3 Numerosos 0 1 3 Raros 0 0 0 Alguns 2 0 0 Numerosos 0 1 2 Raros 0 0 0 Alguns 0 0 1 Numerosos 0 0 1 Raros 0 0 0 Alguns 0 0 1 Numerosos 0 0 1 cristais de urato amorfo e oxalato de tente entre o aumento da frequência alcançar a temperatura ambiente ela cálcio, com uma maior predominância da cor amarela-alaranjada e turvação tendem a se redissolver na amostra. desse último (Tabela 1). após a oitava hora de refrigeração com Esse fenômeno não foi observado a concomitante elevação da presença nas condições do presente traba- de cristais de urato amorfo classifica- lho, pois as amostras analisadas dos como numerosos nesse mesmo em temperatura ambiente, depois tempo (16). de submetidas à refrigeração, não Discussão Os resultados expressaram que em O surgimento de cristais de urato apresentaram diminuição do quan- geral a coloração da maioria das uri- amorfo na urina não demanda aten- nas não foi influenciada pelo método ção especial do clínico pelo fato de Os cristais de oxalato de cálcio de conservação em estudo, porém, não estar relacionado à indicação de demonstraram ser o tipo mais fre- pode-se constatar uma elevação na agravos nefrológicos nem urológicos quente no pré e pós-refrigeração nas frequência do aparecimento da cor e, portanto, seu achado é classifi- condições desse trabalho. O achado amarela-alaranjada após oito horas cado como normal (1). Todavia, o desses cristais nas amostras de uri- de refrigeração, que conforme Maya achado de numerosos cristais de na destinadas a realização do EPU, e Gomez, está associada à presença urato amorfo, desencadeado princi- está relacionado à hipercalciúria, de cristais de urato amorfo (2). titativo de cristais (14). palmente pela conservação sob re- à ingestão de alimentos ricos em Para Jeff et al, o uso de alguns frigeração, dificulta expressivamente ácidos oxálicos, à intoxicação por medicamentos, fatores metabólicos, a observação dos demais elementos produtos químicos e ao uso de altas infecções do trato urinário e precipita- figurados do sedimento urinário, doses de ácido ascórbico (1, 17). ção de cristais amorfos após a conser- que podem sugerir ao clínico alguns A hipercalciúria idiopática pode vação da urina sob refrigeração, pode quadros não fisiológicos (1, 14, 16). estar relacionada ao desenvolvi- desencadear o surgimento de cores Segundo Vallejo et al, a crista- mento de cálculos renais compostos anormais nas amostras urinárias. Esse lização é potencializada pela re- principalmente por oxalato de cálcio, fato pode explicar a correlação exis- frigeração, porém depois da urina sendo esse agravo responsável por 68 NewsLab - edição 116 - 2013 70 a 80% dos casos de nefrolitíase, et al, foi observado que as amostras com exceção da turbidez, coloração que se configura em um importante conservadas sob refrigeração por 24 e cristais urinários que configuram problema de saúde pública, acome- horas mantiveram um excelente pa- uma perda na estabilidade do exame tendo milhões de pessoas em todo drão de estabilidade para avaliação das para avaliação do índice de saturação o mundo (5, 10, 18). características químicas pesquisadas, das amostras por substância com O EPU torna-se importante nesse trabalho no qual demonstrou-se ho- potencial litisiático, na avaliação contexto, pois, apesar da inespeci- mogeneidade dos resultados da análise semiquantitativa da cristalúria e na ficidade do achado de hiperoxalú- química expressos após os três tempos impossibilidade de visualização de ria para o diagnóstico de cálculos pesquisados, como também para os elementos de grande importância renais, esse exame pode fornecer demais elementos figurados descritos diagnóstica quando ocorre a crista- ao clínico indícios sobre o estado no exame sedimentoscópico (19). lização maciça de urato amorfo, re- de saturação da urina, sendo útil forçando a indicação para realização na avaliação de pacientes litiásicos, do EPU sem a utilização do método bem como o relato do tipo de cris- Conclusão de conservação estudado. tal pode auxiliar na identificação da constituição do cálculo existente que Pode-se concluir, portanto, que a é uma importante informação para refrigeração demonstrou um padrão decisões terapêuticas (10, 17). de conservação das urinas destinadas Em estudo realizado por Froom ao EPU sob as condições estudadas, Correspondências para: Malone Santos Pinheiro [email protected] Referências Bibliográficas 1. Machado MHT, Gonçalves ED, Largura MA, Gonçalves A, Andrade MP, Largura A. Automação do exame de urina: comparação do Urisys 2400 com a rotina manual (Microscopia do Sedimento Urinário). RBAC 2003; 35(4): 165-167. 2. Maya GC, Gomez MA. Uroanalisis: mas que un examen de rutina. Med Lab 2006; 12 (11/12): 511-555. 3. Franco S. Bioinforme. 7ª ed. Rio de Janeiro: Sergio Franco Medicina Diagnóstica; 2006. 4. Moura RA.Técnicas de laboratórios. 3ª ed. São Paulo: Atheneu; 2006. 5. Muller EV, Dos Santos DF, Corrêa NAB. Prevalência de microrganismos em infecções do trato urinário de pacientes atendidos no laboratório de análises clínicas da Universidade Paranaense - Umuarama – PR. RBAC 2008; 40(1): 35-37. 6. Graff SL. A handbook of routine urinalysis. 1ª ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 1983. 7. Lauer BA, Reller LB, Mirrett S. Evaluation of preservative fluid for urine collected for culture. J Clin Microbiol 1979; 10(1): 42-45. 8. Pels RJ, Bor DH, Woolhandler S, Himmelstein DU, Lawrence RS. Dipstick urinalysis screening of asymptomatic adults for urinary tract disorders.II. Bacteriuria.The Journal of the American Medical Association (JAMA) 1989; 262(9):1221-1224. 9. Khan MA, Shaw G, Paris AMI. Is microscopic haematuria a urological emergency? BJU International 2002; 90: 355–357. 10. Silva SL, Silva SFR, Nogueira RB, Campos WMAD, Fernandes AG, Campos HH. Cristalúria como um método auxiliar de investigação de pacientes litiásicos: uma experiência na Região Metropolitana de Fortaleza. RBAC 2004; 36(4): 233-235. 11. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Laboratório clínico: Requisito e recomendações para o exame da urina. ABNT, 2005. 12. Strasinger SK, Di Lorenzo MS. Urinálise e Fluídos Corporais. 5ª ed. São Paulo: LMP; 2009. 13. Sobel JD, Kaye D. Urinary tract infections. In Mandell GL, Douglas RG, Benett JE (eds): Principles and practice of infectious diseases. 2ª ed. New York: John Wiley 1985; 426-51. 14. Vallejo A, Lucia A, Jaramillo MHS, Navarro MV. Atlas de sedimento urinario. 4ª Ed. Medellín, Col: Editorial Universidad de Antioquia; 2003. 15. Murray PR, Baron EJ, Pfaller MA, Tenover FC,Yolken RH. Manual of Clinical Microbiology. 7 ª ed. Washington: American Society Microbiology; 1999. 16. Jeff A, Simerville MD, William C, Maxted MD, John J, Pahira MD. Urinalysis: A Comprehensive Review. Am Fam Physician 2005; 71(6):1153-1162. 17. Sampaio FJB, Filho GDB. Guia prático de Urologia Cap. 18. Disponível em: http://www.transdoreso.org/pdf/Litiase_Renal.pdf. Acessado 10 de novembro de 2010. 18. Serra A, Domingos F, Salgueiro C, Prata MM. Avaliação metabólica da litíase cálcica idiopática recorrente em Portugal. ACTA Médica Portuguesa 2004; 17: 27-34. 19. Froomm P, Bieganiec B, Ehrenrich Z, Barak M. Stability of common analytes in urine refrigerated for 24h before automated analysis by test strips. Clinical Chemistry 2000; 46:1384-1386. 70 NewsLab - edição 116 - 2013 Artigo Avaliação de Esfregaços Cérvico-Vaginais Insatisfatórios como Rotina de Controle Interno da Qualidade Luiz Mário da Silva Silveira1,2, Heliana de Araújo Morais1,2, Vanda Maria Furtado Pinheiro2, Rosana Maria Costa Rabelo3 1 – Docentes do Departamento de Farmácia. Universidade Federal do Maranhão 2 – Farmacêuticos-Bioquímicos do Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão 3 – Graduanda do Curso de Especialização em Citologia Clínica, Sociedade Brasileira de Citologia Clínica Resumo Summary Avaliação de esfregaços cervicovaginais insatisfatórios como rotina de controle interno da qualidade Evaluation of unsatisfactory cervical smears as routine of internal quality control A citologia cervicovaginal é uma importante ferramenta para a Cervical cytology is an important tool for the reduction of redução de mortalidade de câncer do colo do útero. Neste trabalho mortality of cervical cancer. In this work we made a retrospecti- realizou-se levantamento retrospectivo e releitura de esfregaços ve study and rescreening of smears classified as unsatisfactory classificados como insatisfatórios pelo Laboratório Central de in the Central Laboratory of Public Health of the Maranhão Saúde Pública do Maranhão (LACEN-MA), no período de janeiro (LACEN-MA) in the period of January to July of 2007, as a julho de 2007, como parte do controle interno da qualidade do part of the internal quality control of the laboratory. It was laboratório. No período da análise foram detectados 161 (3,6%) detected 161 (3.6%) unsatisfactory cases. After rescreening, esfregaços diagnosticados como insatisfatórios. Após releitura, três three cases (1.9%) modified the diagnosis for inflammatory casos (1,9%) modificaram o diagnóstico para inflamatório e 16 and 16 cases (9.9%) had been fit in another category of un- casos (9,9%) foram considerados insatisfatórios, porém por causas satisfactory. Poor fixation was the main cause of rejection of diferentes da leitura inicial (primeira leitura). O dessecamento foi Pap test (73.9%). We did not observe significant differences a principal causa da rejeição do exame, apresentando percentual under statistical analysis. geral de 73,9%. A análise estatística demonstrou que não houve Keywords: Cervical cancer, Pap test, unsatisfactory diferença significativa quanto à mudança no diagnóstico. Palavras-chave: Câncer cervical, colpocitologia, insatisfatório Introdução O risco e na detecção precoce de le- prevalência, incidência e mortalidade, sões precursoras, através de exame não sendo esta situação exclusiva do programa de combate ao citológico, realizado periodicamente Brasil, pois a cada ano meio milhão de câncer de colo de útero, por todas as mulheres expostas ao mulheres são acometidas por câncer baseado em triagem por risco (4, 32). de colo uterino e cerca de metade citologia cervicovaginal, representa A estimativa de casos novos de delas morre pela doença em todo o uma estratégia eficaz para a redução câncer de colo do útero para o Brasil mundo, sendo assim a segunda neo- da morbidade e da mortalidade pro- em 2006 foi de 19.260, com um risco plasia mais frequente e também a se- vocadas por essa doença (21). estimado de 20 casos a cada 100 mil gunda causa de morte por câncer em mulheres (8). mulheres. Nesse cenário, assumem A incidência de câncer ginecológico está na dependência direta da Apesar da eficácia dos progra- importância capital as atividades de existência ou não de ações primárias mas de controle, o câncer cervical controle e garantia da qualidade do atuando no controle dos fatores de mantém-se como doença de alta exame citológico (14, 34) 72 NewsLab - edição 116 - 2013 O rastreamento do câncer do devem submeter-se ao Sistema de de 75% do esfregaço; contaminantes colo do útero por meio da citologia Monitoramento Externo da Qualida- externos em mais de 75% do esfre- cérvico-vaginal tem sido reconhecido de. Para isso, são selecionados no gaço; intensa superposição celular em como o método mais bem-sucedido mínimo 10% do total dos exames mais de 75% do esfregaço e outros. na história da medicina. Porém, a realizados, obedecendo aos critérios: efetividade do exame de Papanico- todas as lâminas positivas, todas as laou depende de uma sequência de insatisfatórias e no mínimo de 5% eventos que vão desde o convenci- dos exames normais (9). Análise de dados A análise de dados consistiu na avaliação da concordância e não- mento da mulher a submeter-se ao Um dos maiores problemas que os -concordância dos resultados entre o “exame preventivo”, até a adequada laboratórios de citopatologia enfren- diagnóstico produzido no LACEN-MA abordagem das lesões eventualmente tam em sua rotina são concernentes à (primeira leitura) e a releitura dos identificadas (7, 27, 35). sensibilidade e falhas no processo, que esfregaços (segunda leitura). A literatura tem mostrado que podem ocorrer em qualquer método As taxas de concordância entre existem aproximadamente 2% a 62% laboratorial, incluindo a colpocitologia as leituras foram estimadas para os de resultados falsos-negativos e as oncótica (2). casos insatisfatórios coletados no principais causas são atribuídas a er- Dessa forma, este trabalho teve serviço, comparando os resultados ros na coleta de material, no escrutínio por objetivo realizar monitoramento emitidos na leitura 1 com aqueles do esfregaço ou na interpretação dos interno da qualidade, através de re- emitidos na leitura 2. Foi utilizado o diagnósticos (3, 28). leitura dos casos insatisfatórios, para coeficiente Kappa, com seu respec- avaliar o grau de concordância entre tivo intervalo de confiança de 95% e observadores. classificado da seguinte forma: me- Entre os indicadores propostos para avaliar a qualidade da citologia cérvico-vaginal destacam-se a dis- nor que zero - sem concordância; de tribuição percentual de diagnóstico zero a 0,19 - concordância ruim; de de células escamosas atípicas de Metodologia o número de casos insatisfatórios e o número de lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (35). 0,20 a 0,39 - concordância razoável; de 0,40 a 0,59 - concordância boa; significado indeterminado (ASCUS), Amostras de 0,60 a 0,79 - concordância muito Realizou-se estudo retrospectivo boa; e de 0,80 a 1,00 - concordância de 161 casos diagnosticados como in- excelente (30). Os cálculos estatís- As amostras para o exame cervi- satisfatórios no Laboratório Central de ticos foram realizados utilizando o covaginal podem ser classificadas em Saúde Pública do Maranhão (LACEN- Programa BioEstat®, versão 3.0. satisfatórias ou insatisfatórias. Este -MA), no período de janeiro a julho de último critério pode ser justificado 2007. Foi realizada a releitura cega por material acelular ou hipocelular de todos os casos para avaliação do ou pela leitura prejudicada devido a controle interno da qualidade. sangue, piócitos, artefato de dessecamento, contaminantes externos, intensa superposição celular ou outras causas (14). Resultado e Discussão Foram analisados exames refe- Coleta de dados ridos no diagnóstico inicial apre- Os dados foram coletados do Siste- sentando laudo insatisfatório, cor- ma de Informações do Câncer do Colo respondendo a 161 (3,6%) casos Todos os laboratórios de citopa- do Útero - SISCOLO (Ministério da durante o período avaliado. Os 161 tologia têm a responsabilidade de Saúde - MS), versão 4.02, pertencente exames analisados, como parte da manter um programa de qualidade, ao Setor de Citologia do LACEN-MA. rotina adotada no LACEN-MA, foram o qual deve basear-se no monitora- São classificados como insatisfató- submetidos à releitura. Estes esfre- mento contínuo através de diversas rios de acordo com o Programa SIS- gaços foram submetidos a releituras estratégias de avaliação (24). COLO: material acelular ou hipocelular para possível detecção de casos No Brasil, o Ministério da Saúde em menos de 10% do esfregaço; san- falsos-negativos. preconiza que todos os laboratórios gue em mais de 75% do esfregaço; pi- Na Tabela 1 encontra-se ilustrada que realizam os exames citopatológi- ócitos em mais de 75% do esfregaço; as categorias de insatisfatórios, con- cos ao Sistema Único de Saúde (SUS) artefatos de dessecamento em mais forme descrito no Manual SISCOLO (9). NewsLab - edição 116 - 2013 73 Tabela 1. Distribuição dos casos insatisfatórios de acordo com a categoria (LACEN-MA, janeiro a julho de 2007) detalhes celulares. A fixação é um fator de grande importância para a Nº de insatisfatórios % qualidade do exame citopatológico Dessecamento 119 73,9 e este é um dos grandes problemas Piócitos 11 6,8 que os laboratórios de citopatologia Sangue 11 6,8 enfrentam em sua rotina. Hipocelular 15 9,3 Uma amostra adequada necessita Superposição celular 2 1,3 de eficiência nas etapas pré-analíticas, Danificada/Ausente 3 1,9 tais como coleta, fixação, coloração, 161 100 montagem e identificação da lâmina. Total Silva et al. (31) relataram que os principais fatores limitadores de esNa mesma instituição, em 2004, tem sido possível correlacionar diag- crutínio de esfregaços cervicovaginais foram registrados 3,2% de casos nóstico e qualidade da amostra em são sangue (27,08%), dessecamento inadequados para diagnóstico (33). citopatologia. Sabe-se que as falhas (19,97%), piócitos (16,21%) e super- A literatura tem registrado percen- de amostragem são provavelmente posição celular (1,68%). Os valores tuais equivalentes aos encontrados a causa mais importante de diag- registrados no presente trabalho no presente trabalho. Davey et al. nóstico falso-negativo. Um esfregaço apontaram dessecamento como a (11), Kapila et al. (17), Prandi et al. cervicovaginal em condições adequa- principal causa de esfregaços insatis- (25), Boon et al. (5) e Kirschner et das de processamento e confecção fatórios, fato observado em material al. (18) relataram percentuais de é fundamental para a interpretação enviado por todos os municípios ana- insatisfatórios na ordem de 3,1%, diagnóstica do escrutinador; já um lisados. Entretanto, Amaral et al. (2) 3,9%, 2,03%, 2,62%, 2,3%, res- esfregaço pouco adequado prejudica relataram que os principais fatores pectivamente. Valores mais elevados consideravelmente a correta interpre- que comprometeram a qualidade dos também têm sido relatados, sendo tação diagnóstica podendo, inclusive, esfregaços cervicovaginais, tornando- que McCredie et al. (22) e Roberto inviabilizar a avaliação (12, 19). -os insatisfatórios para análise foram Neto et al. (29) encontraram percen- A categoria dessecamento foi o purulento (38,19%), superposição tual de 9% e 12,5%, respectivamente. fator predominante para rejeição do celular (32,73%) e dessecamento Maeda et al. (21), fazendo um estudo exame (73,9%), seguido de material (18,18%). preliminar do Siscolo no estado de hipocelular (9,3%), piócitos (6,8%), Dentre as principais causas de São Paulo, encontraram percentual de sangue (6,8%), danificada/ausen- dessecamento destaca-se a fixação 5%. Todavia, a avaliação do Siscolo te (1,9%) e superposição celular do esfregaço. A finalidade do fixador em nível nacional, realizado em 2002, (1,3%). A categoria danificada/au- é evitar ao máximo as alterações revelou taxa de insatisfatório de ape- sente representou, sempre, ausência da constituição química celular, fi- nas 1,66% (35). A mais baixa taxa de da lâmina quando do recebimento do xar proteínas e inativar as enzimas insatisfatórios registrados na literatura exame, conforme registros internos proteolíticas, que são responsáveis é de 0,3% (26). do LACEN-MA. pelo processo de autólise, permitindo O aprimoramento e garantia da O esfregaço ideal contém núme- o estudo da célula ou tecido na sua qualidade do exame citopatológico ro suficiente de células epiteliais, íntegra. A fixação deve ser imediata, abrange todas as etapas do processo, refletindo os componentes endo e no máximo 20 segundos após a co- desde a coleta do material até a emis- ectocervicais, já que a maioria dos leta; isso evitará o ressecamento do são dos laudos incluindo todos os diag- processos neoplásicos se inicia na material coletado (20). nósticos negativos, insatisfatórios, zona de transformação. Devem es- O índice de amostras inadequa- pré-malignos e malignos. Com a intro- tar uniformemente distribuídas na das no Instituto Adolfo Lutz tem dução do Programa Viva Mulher pelo lâmina, bem preservadas e fixadas. variado ao redor de 3%. Alves et al. Ministério da Saúde para atendimento É fundamental que o esfregaço seja (1) destacam que, dependendo da da população em nível nacional para imediatamente imerso na solução habilidade das equipes de coleta, até prevenção de câncer na rede pública, fixadora, impedindo distorções dos 20% das amostras recebidas na rotina 74 NewsLab - edição 116 - 2013 Tabela 2. Distribuição (%) de concordância/discordância dos casos insatisfatórios após a segunda leitura (LACEN-MA, janeiro a julho de 2007) Nº de casos % 158 98,1 3 1,9 161 100 Concordantes Não concordantes Total Tabela 3. Distribuição de modificação de laudo entre as categorias de insatisfatórios na primeira e segunda leitura (LACEN-MA, janeiro a julho de 2007) Primeira Leitura Segunda Leitura Inflamatório Dessecamento Sangue Piócitos Hipocelular Superposição Total Dessecamento 3 113 - 2 1 - 119 Sangue - 3 8 - - - 11 Piócitos - 1 - 8 1 1 11 Hipocelular - 6 - - 9 - 15 Superposição - 1 - - - 1 2 Total 3 124 8 10 11 2 158 dos laboratórios de citopatologia são piócitos e artefatos de dessecamento, vas; o nível de concordância entre as inadequadas. No México, as amostras visto que tais situações podem ocultar leituras foi considerado muito bom de inadequadas são pelo menos parcial- alterações celulares, conduzindo a acordo com o coeficiente kappa que mente responsáveis por 35% dos diagnósticos falsos-negativos. foi de 0,70 (30). É importante ressaltar que um Embora não se tenha encontra- Com o aprimoramento e a cons- esfregaço insatisfatório pode poten- do nenhum caso de esfregaço com cientização dos profissionais envolvi- cialmente ocultar alterações celulares presença de alterações citológicas dos na fase pré-analítica, através de significativas. Ransdell et al. (26) evidentes, é necessário o permanente programas de capacitação e educação verificaram que 26% dos esfregaços envolvimento da equipe profissional permanente, os resultados dos diag- insatisfatórios eram oriundos de mu- no sistema de monitoramento interno nósticos citopatológicos poderão ser lheres com uma história anterior de da qualidade. mais fidedignos e um número maior anormalidades epiteliais. Os mesmos Ficou demonstrado neste trabalho de lesões pré-malignas poderá ser autores verificaram ainda que 16% que a categoria dessecamento foi a diagnosticado, contribuindo com a das mulheres que fizeram novo exame principal causa para rejeição do exame redução da incidência do câncer do apresentaram diagnóstico de lesão citopatológico convencional. Estudo colo do útero (2). intraepitelial cervical ou carcinoma. realizado por Fagundes et al. (15) casos falsos-negativos (16). A Tabela 2 registra a concordân- Na Tabela 3 está ilustrada a modi- mostrou que o maior percentual de cia/discordância dos casos insatis- ficação da categoria de insatisfatório amostras insatisfatórias era devido a fatórios após a releitura. Dos 161 após a segunda leitura, onde se obser- problemas relacionados com fixação. exames reavaliados com resultados vou que dessecamento permaneceu Diante de um quadro em que a mu- insatisfatórios, 16 esfregaços foram com o maior número de casos, pois lher ainda tem receio de ir ao médico, reclassificados em outra categoria de dos 119 esfregaços avaliados, houve deve-se evitar ao máximo o pedido de insatisfatório (9,9%) e três (1,9%) uma modificação de categoria em ape- novo material. Quando justificado por tiveram diagnósticos modificados para nas seis casos. Estes dados mostram fatores que não se reportam exclusiva- inflamatório. Este fato ressalta a im- que os diagnósticos citopatológicos mente ao profissional, é aceitável que portância da correta classificação dos referentes à leitura 1 e leitura 2 não haja erro, mas quando isso acontece esfregaços obscurecidos por sangue, apresentaram divergências significati- por pura inobservância do profissio- 76 NewsLab - edição 116 - 2013 nal, é uma questão a ser analisada, multidisciplinar envolvida no exame invibializam o exame citopatológico, que tipo de recurso humano se está citopatológico, através de uma aná- embora aumente em cerca de quatro recrutando para o serviço ou se a edu- lise programada, contínua, incluindo vezes os problemas relacionados a cação continuada não está a contento. todas as etapas do processo. A revisão material hipocelular. Esfregaços inadequados conduzem a crítica dos esfregaços cervicovaginais No LACEN-MA não se observou perdas de recursos, e mais importante, é um exercício eficiente de educação nenhum caso dentre os insatisfató- provocam ansiedade na paciente (13), continuada e permite entender melhor rios com alteração celular, mesmo sendo portanto necessária a adoção de as causas de diagnósticos incorretos, havendo mudança diagnóstica e con- medidas que possam reduzir o número bem como planejar formas de me- sequentemente de conduta em três de amostras inadequadas. lhorar o desempenho do laboratório. dos 161 casos reavaliados. Esforços e Uma característica do exame Embora não tenha sido objetivo ações junto às equipes de coletas são citopatológico é o predomínio do deste estudo, cabe ressaltar que necessários para redução dos casos trabalho manual, desde a coleta do técnicas de citologia em base líquida insatisfatórios por dessecamento, mo- material até a emissão e liberação do (LBC) têm consistentemente reduzido tivo principal da rejeição dos exames resultado pelo laboratório. Portanto, o número de casos insatisfatórios, au- observados neste trabalho. o desempenho pode estar relacio- mentado a eficiência na visualização nado com a qualidade dos recursos da imagem celular (11, 23, 36), em- humanos envolvidos. A participação bora Davey et al. (11) tenham mos- Os autores agradecem o apoio da desses profissionais em programas de trado, baseados em estudo de revisão, UFMA e LACEN-MA para a realização educação continuada, aprimoramento não haver diferença entre citologia deste trabalho. individual e testes de proficiência são convencional e LBC quanto ao quan- fundamentais (2). titativo de insatisfatórios gerados no A redução dos índices de insa- laboratório. Boon et al. (6) ressaltam tisfatórios depende de um conjunto que LBC elimina muitos dos problemas de ações direcionadas à equipe pré-analíticos que limitam ou mesmo Agradecimentos Correspondências para: Luiz Mário da Silva Silveira [email protected] Referências Bibliográficas 1. Alves VAF, Longatto Filho A, Utagawa ML et al. Programa de controle de qualidade em citologia ginecológica do Instituto Adolfo Lutz. Rev. Assoc. Med. Bras., 37(1): 36-41, 1991. 2. Amaral RG, Ribeiro AA, Miranda FA et al. Fatores que podem comprometer a qualidade dos exames citopatológicos no rastreamento do câncer do colo do útero. Revista Brasileira de Análises Clínicas, 38(1): 3-6, 2006. 3. Amaral RG, Souza NLA,Tavares SBN et al. Controle externo da qualidade dos diagnósticos citopatológicos no rastreamento do câncer cervical: estudo piloto. Revista Brasileira de Análises Clínicas, 38(2): 79-81, 2006. 4. Arrossi S, Ramos S, Paolino M et al. Social inequality in Pap smear coverage: identifying under-users of cervical cancer screening in Argentina. Reprod. Health Matters, 16(32): 50-58, 2008. 5. Boon ME, Rijkaart DC, Ouwerkerk-Noordam E et al. Dutch solutions for liquid–based cytology: analysis of unsatisfactory slides and HPV testing of equivocal cytology. Diagn. Cytopathol., 34(9): 644-648, 2006. 6. Boon ME, Rijkaart DC, Ouwerkerk-Noordam E et al. The Dutch practice of liquid–based cytology – Impact of unsatisfactory rates and the exploitation of the residual sample for histology. Acesso em 03/07/11. Disponível em: URL: http://www.touchbriefings.com/ pdf/2386/Boon.pdf. 7. Bond S. Caring for women with abnormal Papanicolaou tests during pregnancy. J. Midwifery Womens Health, 54(3): 201-210, 2009. 8. Brasil. Ministério da Saúde. Inca. Acesso em 23/10/10. Disponível em: URL: http://www.inca.gov.br/estimativa/2006. 9. Brasil. Ministério da Saúde. Prevenção do Câncer do Colo do Útero. Manual Técnico para Laboratórios. Rio de Janeiro: INCA; 2002. 10. Davey E, Barratt A, Irwig L et al. Effect of study design and quality on unsatisfactory rates, cytology classifications and accuracy in liquid-based versus conventional cervical cytology: a systematic review.The Lancet, 367(14): 122-132, 2006. 78 NewsLab - edição 116 - 2013 11. Davey E, D’assunção J, Irwig L et al. Accuracy of reading liquid cytology slides using the ThinPrep imager compared with conventional cytology: prospective study. BMJ, 335: 31, 2007. 12. Davey DD, Cox JT, Austin RM et al. Cervical cytology specimen adequacy: patient management guidelines and optimizing specimen collection. J. Low Genit.Tract Dis., 12(2): 71-81, 2008. 13. Davies S.The cervical smear test: does timing have an effect on sample adequacy? Cytopathology, 17: 182-186, 2006. 14. Derchain SFM, Longatto Filho A, Syrjanen KJ. Neoplasia intra-epitelial cervical: diagnóstico e tratamento. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., 27(7): 425-433, 2005. 15. Fagundes MCS, Hardt LL, Saito S et al. Amostra inadequada em screening cérvico-vaginal. As principais causas. Laes & Haes, 128: 94-100, 2000. 16. Garcia F, Galaz EM, Baldwin S et al. Factors that affect the quality of cytologic cervical cancer screening along the México-United States border. Am. J. Obstet. Gynecol., 189(2): 467-472, 2003. 17. Kapila K, George SS, Al-Shaheen A et al. Changing spectrum of squamous cell abnormalities observed on Papanicolaou smears in Mubarack Al-Kabur Hospital, Kuwait, over a 13-year period. Med. Princ. Pract., 15(4): 253-259, 2006. 18. Kirschner B, Simonsen K, Junge J et al. Comparison of conventional Papanicolaou smear and SurePath liquid-based cytology in the Copenhagen population screening programme for cervical cancer. Cytopathology, 17(4): 187-194, 2006. 19. Lee BC, Lam SY, Walker T. Comparision of false negative rates between 100% rapid review and 10% random full rescreening as internal quality control methods in cervical cytology screening. Acta Cytol., 53(3): 271-276, 2009. 20. Longatto Filho A, Almeida DCB, Adura PJ et al. Influência da qualidade do esfregaço cérvico-vaginal na detecção de lesões intraepiteliais cervicais. Folha Médica, 121(2): 79-83, 2002. 21. Maeda MYS, Loreto C, Barreto E et al. Estudo Preliminar Do Siscolo – Qualidade na rede de saúde pública de São Paulo. J. Bras. Patol. Med. Lab., 40(6): 425-429, 2004. 22. McCredie MR, Medley G, Sharples KJ et al. Review of cytologic slides from the national women’s hospital, New Zealand, cohort of women with cervical intraepithelial neoplasia diagnosed in 1955-1976. Acta Cythol., 50(6):632-636, 2006. 23. Monsonego J, Autillo-Tonati A, Bergeron C et al. Liquid-based cytology for primary cervical cancer screening: a multi-centre study. Br. J. Cancer, 84: 360-366, 2001. 24. Pittoli JE, Mello ES, Pereira SMM et al. Revisão de esfregaços cervicais negativos em pacientes com lesões intra-epiteliais de alto grau. J. Bras. Patol. Med. Lab., 39(3): 219-221, 2003. 25. Prandi S, Beccati D, De Aloysio G et al.Applicability of the Bethesda System 2001 to a public health setting. Cancer, 108(5): 271-276, 2006. 26. Ransdell JS, Diane DD, Zaleski S. Clinicopathologic correlation of the unsatisfactory Papanicolaou smear. Cancer Cytopathol., 81(3):139143, 1997. 27. Renshaw AA, Deschênes M, Auger M. ASC/SIL ratio for cytotechonologists: a surrogate marker of screening sensitivity. Am. J. Clin. Pathol., 131(6): 776-781, 2009. 28. Repse-Fokter A, Caks-Golec T. Rapid prescreening as a quality assurance measure in cervical cytology. Acta Cytol., 53(3): 268-270, 2009. 29. Roberto Neto A, Ribalta JCL, Focchi J et al. Avaliação dos métodos empregados no programa nacional de combate ao câncer de colo uterino do Ministério da Saúde. RBGO, 23(4): 209-216, 2001. 30. Siegel S, Castellan N. Nonparametric statistics for the behavioral sciences. New York: McGraw Hill, 1988. 31. Silva HA, Silveira LMS, Correa PBF et al. A influência da fase pré-analítica no controle de qualidade do diagnóstico colpocitológico. Revista Brasileira de Análises Clínicas, 34(3): 131-135, 2002. 32. Silva HA, Silveira LMS, Pinheiro VMF et al. Papilomavírus humano e lesões intra-epiteliais cervicais: estudo colpocitológico retrospectivo. Revista Brasileira de Análises Clínicas, 35(3): 117-121, 2003. 33. Sousa APP. Indicadores de qualidade em citopatologia cervical: importância da coleta, identificação e fixação do material para o exame de Papanicolaou. 2004. Monografia de Graduação. Universidade Federal do Maranhão, São Luís. 34. Tavares SB, De Sousa NLA, Manrique EJC et al. Rapid pre-screening of cervical smears as a method of internal quality control in a cervical screening programme. Cytophatology, 19(4): 254-259, 2008. 35. Thuler LC, Zard LM, Zeferino LC. Perfil dos laboratórios de citopatologia do sistema único de saúde. J. Bras. Patol. Med. Lab., 43(2): 103-114, 2007. 36. Wachtel MS, Hatley WG, De Riese C. Using poisson regression to compare rates of unsatisfactory pap smears among gynecologists and to evaluate a performance improvement plan. Acta Cytol., 53(2): 160-164, 2009. 80 NewsLab - edição 116 - 2013 Artigo Isolamento de Enterococcus Spp com Resistência a Altas Concentrações de Aminoglicosídeos em Ambiente Nosocomial e Comunitário na Cidade de Passo Fundo, Rs Odilon Carpes de Fraga Universidade Luterana do Brasil* Resumo Summary Isolamento de Enterococcus Spp com resistência a Isolation of enterococcus spp with resistance to high altas concentrações de aminoglicosídeos em ambiente concentration of aminoglycoside on nosocomial envi- nosocomial e comunitário na cidade de Passo Fundo, Rs ronment and community in the city of Passo Fundo, RS Os Enterococcus spp são bactérias ubíquas e devido à facili- The Enterococcus spp bacteria are ubiquitous and because of dade de adquirir mecanismos de resistência surgiram nos últimos the easiness to acquire mechanisms of resistance acted in the last anos como agente etiológico de infecções comunitárias e nosoco- years as agent of communitarian infections and serious hospital miais sérias exibindo mecanismos de resistência para a maioria environment, showing mechanisms of resistance for most of the dos antimicrobianos utilizados nos tratamentos, principalmente antimicrobial used in the treatments, principally the streptomycin a estreptomicina e gentamicina de alta concentração. Durante o and gentamicin of high concentration. During the period of July período de julho até a metade de novembro avaliou-se as espécies until half of November we valued species of Enterococcus spp. de Enterococcus spp, o material clínico e a resistência bacteriana Clinical and bacterial material in hospital environment and nosocomial e comunitária em 12 cepas de Enterococcus spp isola- communitarian in 12 strains of Enterococcus spp were isolated das de vários materiais clínicos no Laboratório de Análises Clínicas of several clinical materials in the Laboratory of Clinical Analy- do Hospital da Cidade de Passo Fundo. Enterococcus faecalis foi ses of the Hospital of the city of Passo Fundo. Enterococcus a espécie mais isolada (91,6% dos casos) e a urina foi o material faecalis was the species more isolated in 91,6% of the cases; clínico mais frequente no isolamento de Enterococcus. O artigo the urine was the more frequent clinical material of the isolation encontrou o perfil HLR-ST em 33,3% dos isolados, tanto em ambiente of Enterococcus. The article found the profile HLR-ST in 33.3% nosocomial quanto comunitário, perfil de resistência HLAR, HLR-GE; of isolates in both nosocomial and community environment, a vancomicina e teicoplamina não foram encontradas em nosso es- resistance profile HLAR, HLR-GE; vancomycin and teicoplanin tudo tanto para cepas nosocomiais quanto comunitárias. A ausência were not found in our study for both strains as nosocomial com- de resistência a HLR-GE, HLAR, vancomicina e teicoplamina tanto munity. The lack of resistance HLR-GE, HLAR, vancomycin and em cepas de origem nosocomial como de origem comunitária gera teicoplanin both strains as nosocomial origin from the Community opções terapêuticas eficazes no tratamento de infecções enterocó- generates effective treatment options for treating enterococcal cicas. Devido à igualdade de prevalência de resistência no tocante infections. Due to the equal prevalence of resistance regarding a HLR-ST entre cepas nosocomiais e comunitárias sugere-se ações HLR-ST strains between nosocomial and community we suggest que promovam o uso racional de antimicrobianos e programas actions to promote the rational use of antimicrobial agents and de vigilância para monitoramento, como rastreamento de cepas surveillance programs for monitoring, as screening of resistant resistentes colonizadoras de indivíduos hospitalizados. strains colonizing in hospitalized patients. Palavras-chave: Enterococcus, resistência bacteriana, aminoglicosídeos Keywords: Enterococcus, bacterial resistance, aminoglycoside *Monografia apresentada à Universidade Luterana do Brasil como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina. Orientadora: Fabiana de Cássia Romanha Sturmer. Coorientadora: Elisete Maria Pedron Moro. 82 NewsLab - edição 116 - 2013 Introdução pode ser constitutiva, intrínseca nos cloranfenicol, em combinação de dois cromossomos, como para as lincosa- a três antimicrobianos. Atualmente a s Enterococcus spp são minas, cefalosporinas, estreptogrami- alternativa para esses casos é a admi- bactérias dispostas aos pa- nas e aos betalactâmicos pela redu- nistração de linezolida, quinupristina- res ou cadeias, apresentam zida afinidade das proteínas ligantes -dalfopristina e daptomicina. A escolha cor violeta na coloração de Gram, de penicilinas (PBPs) e a baixos níveis do antimicrobiano não leva em conta são catalase-negativas e toleram de aminoglicosídeos decorrentes da apenas a susceptibilidade, mas o tipo elevadas temperaturas e variação minimizada permeabilidade celular ou de infecção, a severidade e a resposta de pH. Vivem de forma comensal no alteração de sítio ligante ribossomal. clínica do paciente (4, 7, 8, 9). trato gastrintestinal, vesícula biliar A resistência adquirida ocorre por Realizou-se a caracterização feno- e em menor proporção na vagina e mutação ou obtenção de material ge- típica das espécies de Enterococcus canal uretral masculino. Também são nético externo, através de plasmídeos spp, prevalência de resistência HLAR, encontradas no solo, água, plantas e transposons, como nos casos de HLR-ST, HLR-GE e perfil de resistência cruas como a batata, mandioca, resistência a altos níveis de betalac- aos antimicrobianos de uso comum, salsa, repolho e produtos de origem tâmicos, glicopeptídeos, e resistência bem como o espécime clínico mais animal como a carne crua, leite e a altas concentrações dos aminoglico- frequente, fonte de isolamento de queijo colonial (1, 2). O sídeos gentamicina e estreptomicina Enterococcus. Os testes de resistên- Devido à facilidade de adquirir (HLAR). Somente a estreptomicina cia foram realizados pelo método de mecanismos de resistência, os Entero- (HLR-ST) ou a gentamicina (HLR-GE) discodifusão no Hospital da Cidade de coccus ssp surgiram nos últimos anos que decorre da síntese de enzimas Passo Fundo. como agentes etiológicos de infecções modificadoras de aminoglicosídeos Devido ao aumento de isolamentos comunitárias e nosocomiais sérias, inativa o fármaco antes da ligação no deste organismo, à importância na causando principalmente infecções receptor ribossômico (7-10). farmacoterapia, à resistência cres- urinárias, bacteremia, septicemia, O método mais comumente apli- cente e à ausência de dados sobre o endocardite infecciosa e infecções de cado no tratamento de infecções por isolamento de Enterococcus spp HLAR feridas em indivíduos idosos, imu- Enterococcus spp é o sinergismo entre na região, justifica-se a realização nocomprometidos, com doenças ou um antimicrobiano que atua na parede desta pesquisa. condições primárias, internados por celular, como os betalactâmicos ou um grande período, com passagem glicopeptídeos e um aminoglicosídeo, por unidade de tratamento intensivo, como a gentamicina, porém com o internados próximos a indivíduos atual quadro de ascensão HLAR por infectados, colonizados por micro- parte do mesmo, esta terapia combi- Realizou-se um estudo observa- -organismo multirresistente ou que nada tornou-se ineficaz, gerando um cional descritivo e experimental, após foram tratados com antimicrobianos grande desafio no tratamento destas a aprovação pelo Comitê de Ética de forma imprudente (1, 3, 4, 5). bactérias multirresistentes. Cepas em Pesquisa em Seres Humanos e Furumura et al. (6) observaram resistentes produtoras de betalacta- Animais da Universidade Luterana do que o Enterococcus faecalis tem mases podem ser tratadas com gen- Brasil, sob protocolo número 2010- capacidade de formar biofilmes em tamicina, ampicilina-clavulanato ou 309H. No período de julho à metade poliestireno e sugerem que o principal vancomicina. Para os isolados HLAR de novembro de 2010 foram coletadas mecanismo de virulência desta bacté- a monoterapia com vancomicina pro- amostras de Enterococcus spp, de ria consiste na produção dos mesmos duz efeito bacteriostático, porém não origem nosocomial e comunitária de e concomitantemente liberação de é muito recomendada pela possível diferentes espécimes clínicos, oriun- hemolisina, caseinase e lípase que aquisição de resistência ao mesmo; dos do Laboratório de Análises Clínicas danificam a célula do hospedeiro. se suscetível, utiliza-se ampicilina, do Hospital da Cidade de Passo Fundo. Os Enterococcus spp exibem me- penicilina ou piperacilina (1, 9). Material e Métodos Após identificação do gênero canismos de resistência para a maioria Os Enterococcus spp resistentes por testes convencionais, as cepas dos antimicrobianos utilizados nos tra- à vancomicina (VRE) podem ser gentilmente cedidas foram inocu- tamentos atualmente. Tal resistência suscetíveis à ampicilina, tetraciclina, ladas em Ágar Soja-Tripticaseína NewsLab - edição 116 - 2013 83 (TSA) marca Newprov® e mantidas saccharolyticus, Enterococcus pseu- em estufa à temperatura de 37°C doavium, Enterococcus maldoratus por 24-48 horas para crescimento. foram classificadas como Enterococ- Além disso, concomitantemente cus spp pela limitação apresentada obtiveram-se os dados de identifica- pela metodologia de identificação. ção da amostra: origem nosocomial Todos os testes foram realizados ou comunitária, gênero bacteriano, a partir de colônias isoladas prima- tipo de material clínico e resultado riamente de semeadura por esgota- do antibiograma. Após crescimento mento em Ágar Sangue de carneiro no TSA as amostras foram trans- 5% Marca Barth ® com incubação portadas sob condições de assepsia a temperatura de 37ºC por 18-24 segundo Brasil, 2006 (11), ao La- horas. O controle de qualidade para boratório Escola de Biomedicina da identificação das espécies foi reali- ULBRA Carazinho, RS. zado com cepa Enterococcus faecalis Todas as cepas foram submetidas American Type Culture Collection novamente aos testes de identificação (ATCC) 29212 marca Newprov ® . de gênero, em seguida as espécies Já para o controle de qualidade de foram identificadas através de testes amostras suscetíveis e resistentes da Probac do Brasil® e posteriormente no teste para detecção de fenótipo foi realizado o teste de discodifusão HLAR, utilizou-se Enterococcus fae- para fenótipo HLAR conforme o CLSI, calis ATCC 29212 e Enterococcus fa- 2010 (12). ecalis ATCC 51299 marca Newprov®, Os testes para identificação de respectivamente. espécies usados nesta pesquisa con- Os resultados da origem noso- sistem na capacidade de metaboliza- comial ou comunitária, prevalências ção de manitol, arabinose, sorbitol, das espécies, materiais clínicos fonte, arginina e motilidade. O resultado é resistência HLAR, HLR-GE (120µg), interpretado por sistema numérico HLR-ST (300µg) e perfil aos antimicro- tabelado. Possíveis cepas de Entero- bianos ampicilina (10µg), ciprofloxa- coccus dispar, Enterococcus durans, cina (5µg) somente isolados de urina, Enterococcus hirae, Enterococcus vancomicina (30µg) e teicoplamina columbae, Enterococcus raffinosus, (30µg) foram expressos em tabelas, Enterococcus avium, Enterococcus analisados por porcentagem. Resultados Durante o período proposto para a pesquisa isolou-se 12 cepas de Enterococcus spp, sendo seis (50%) de origem nosocomial e seis (50%) comunitária. Dentre as espécies, a prevalência foi Enterococcus faecalis com 11 (91,6%) dos isolados e apenas um (8,3%) Enterococcus gallinarum, de acordo com a Tabela 1. Entre os Enterococcus faecalis, cinco tiveram origem nosocomial e seis origem comunitária, já o Enterococcus gallinarum teve origem nosocomial. No tocante ao material clínico fonte de isolamento de Enterococcus spp, destaca-se urina, com 11 (91,6%), seguida de escarro, com um (8,3%) dos isolados, conforme mostra a Tabela 2. Entre os materiais clínicos, cinco urinas tiveram origem nosocomial e, seis, origem comunitária, já a única amostra de escarro teve origem nosocomial. A resistência apresentada entre as seis cepas de origem nosocomial em relação à HLR-ST ocorreu em duas (33,3%) das amostras, já para HLR-GE e HLAR não foram encontrados isolados resistentes. Porém, no que se refere à ampicilina foram observadas três (50%) amostras resistentes e Tabela 1. Prevalência de espécies de Enterococcus isolados durante julho a metade de novembro de 2010 Espécies Enterococcus faecalis Enterococcus gallinarum Total n. (%) 11 (91,6%) 1 (8,3%) 12 (100%) Tabela 2. Material clínico fonte de isolamento de Enterococcus spp Material clínico Urina Escarro Total n. (%) 11 (91,6%) 1 (8,3%) 12 (100%) 84 NewsLab - edição 116 - 2013 Tabela 3. Perfis de resistência a antimicrobianos de acordo com origem nosocomial/comunitária, das amostras de Enterococcus spp isoladas Nosocomial n. total n. (%) n. total n. (%) EST (300µg) 6 2 (33,3%) EST (300µg) 6 2 (33,3%) GEN (120µg) 6 AMP (10µg) 6 0 (0%) GEN (120µg) 6 0 (0%) 3 (50%) AMP (10µg) 6 0 (0%) CIP (5µg) 5 VAN (30µg) 6 2 (40%) CIP (5µg) 6 1 (16,6%) 0 (0%) VAN (30µg) 6 0 (0%) TEI (30µg) 6 0 (0%) TEI (30µg) 6 0 (0%) Antimicrobiano Comunitária Antimicrobiano EST: Estreptomicina, GEN: Gentamicina, AMP: Ampicilina, CIP: Ciprofloxacina, VAN: Vancomicina, TEI: Teicoplamina. para ciprofloxacina, duas (40%), mas rum em 8,3% dos isolados. Tal evento na síntese de parede celular como os para a vancomicina e teicoplamina não também ocorreu em estudo realizado betalactâmicos e glicopeptídeos, ge- foi encontrado resistência. Dentre as na Índia (19) e em Niterói, Rio de rando um grande desafio terapêutico seis amostras oriundas da comunida- Janeiro. Isso pode ser explicado pelas (1, 8, 9, 15, 16). de, dois isolados apresentaram fenó- diferenças no carreamento intestinal Dentre as cepas de origem noso- tipo HLR-ST; para HLR-GE e HLAR ne- das espécies, a localização geográfica comial, referente ao perfil HLR-ST o nhum nível de resistência encontrado, e os métodos de detecção (3). presente estudo apresentou 33,3% ocorrendo o mesmo com ampicilina, A ausência de isolados de Ente- de resistência, o que está de acordo porém ciprofloxacina apresentou um rococus faecium reflete uma menor com o encontrado por estudo realiza- (16,6%) isolado resistente. Quanto prevalência de resistência, pois é do em Porto Alegre e Niterói (3, 15), aos glicopeptídeos, vancomicina e sabido que esta espécie apresenta porém esta taxa é considerada ele- teicoplamina não apresentaram resis- com mais frequência mecanismos de vada quando comparada a D’Azevedo tência, conforme descrito na Tabela 3. resistência, apesar de ser identificada et al. (16) e Almeida et al. (25). Tal em cerca de 5 a 10% dos isolados de dado apresenta concordância quando Enterococcus (1, 20). confrontado com o estudo turco (17) Discussão O material clínico pesquisado para e próximo ao encontrado na Espanha isolamento de Enterococcus mais por Casal et al. (22), todavia quando O número de amostras compre- frequente foi a urina (91,6%), confir- relacionado aos 72% de resistência endidas neste estudo é razoável mando assim que a infecção urinária reportados no Irã é considerado de e o período de coleta curto. Deste é a patologia mais frequente causada baixa prevalência (23). modo, não permite-se uma análise pela bactéria do gênero Enterococcus A ausência de fenótipo HLAR para e discussão mais detalhada sobre os (10, 21, 22, 23). No Japão um estudo ambos aminoglicosídeos e HLR-GE resultados, no entanto, não invalida o que avaliou infecções urinárias pelo está em discordância com o encontra- estudo realizado. período de 20 anos demonstrou que do no Brasil, que varia de 2,8 a 14,6% A prevalência das espécies de o gênero Enterococcus foi o patógeno para HLAR e 22 a 36,4% para HLR-GE Enterococcus isoladas está de acordo mais prevalente entre os cocos Gram (3, 15, 16). Na Europa apresenta em com pesquisas brasileiras em relação positivos (24). média 35%, com exceção da França ao predomínio do Enterococcus faeca- Nos últimos anos ocorreu um au- que apresenta 13,4% (26). A resistên- lis, que permanece em torno de 80 a mento na frequência de isolamento cia de 50% à ampicilina é considerada 90% e no presente estudo identificou- e na aquisição de mecanismos de alta para os padrões brasileiros, que -se em 91,6% das cepas (3, 13, 14, resistência por parte dos Enterococcus variam de 2,5 a 11,8% (15, 16, 25), 15), porém ocorre desacordo com a (4). Destaca-se atualmente HLAR para e europeus, que variam de 0,2 a 4,7% segunda espécie mais isolada, onde a ambos aminoglicosídeos, HLR-ST e (26). Tal prevalência pode ser expli- literatura indica Enterococcus faecium HLR-GE que leva a perda da eficácia do cada pela forma rápida com que as (1, 16, 17, 18) e, na presente pesqui- tratamento sinérgico entre aminogli- cepas adquirem resistência a betalac- sa, detectou-se Enterococcus gallina- cosídeos e antimicrobianos de atuação tâmicos. A exposição a cinco doses é 86 NewsLab - edição 116 - 2013 suficiente para induzir tolerância, este encontrado na Espanha (29), muito cie mais prevalente de Enterococcus fato remete à utilização indevida desta próximo ao publicado na Itália (30) isolada no Hospital da Cidade de Pas- classe de antimicrobianos (8). e considerada baixa quando confron- so Fundo, RS, sendo agente etiológico tada com a resistência de 11,8% em principalmente de infecções urinárias. A ciprofloxacina testada, apenas em isolados de urina, apresentou 40% estudo latino-americano (28). O perfil de resistência apresen- de resistência. Este valor está próximo A resistência de 16,6% à ciproflo- tado pelas cepas isoladas no estudo ao encontrado em estudos realizados xacina assemelha-se ao encontrado demonstra níveis variados de resis- em Porto Alegre (15, 16) e em Santa por De Francesco et al. (30) e López tência quando comparados a outras Maria (14) e baixo quando confron- et al. (29) e é considerada baixa em cidades do país. Contudo, destaca-se tado com os 78,9% demonstrado em relação a Andrade et al. (28). O fato a ausência de resistência a HLR-GE, Brasília (25). Em relação aos Estados de não haver resistência perante a HLAR, vancomicina e teicoplamina Unidos, Canadá, Itália e Alemanha a vancomicina e teicoplamina está muito tanto em cepas de origem nosocomial resistência está próxima e elevada em próximo aos baixos níveis relatados: como de origem comunitária, gerando relação à França (26). A ausência de 2,9% por Andrade et al. (28) e 1% por opções terapêuticas eficazes no tra- resistência à vancomicina e teicoplami- De Francesco et al. (30) para ambos tamento de infecções enterocócicas. na acompanha os estudos brasileiros glicopeptídeos. Segundo D’Azevedo Devido à igualdade de prevalência que variam entre 0 e 0,5% (14, 15, et al. (16) os dados obtidos por di- de resistência no tocante a HLR-ST, 16, 25), os níveis europeus variam de ferentes estudos variam de acordo entre cepas nosocomiais e comunitá- de 0,2 a 4,5% para vancomicina e 0,1 com a região e instituição pesquisada. rias sugere-se ações que promovam a 2,4% para teicoplamina (26). Em A exposição à pressão seletiva e a o uso racional de antimicrobianos e contraponto, no Irã já foi verificada propagação de elementos genéticos programas de vigilância para moni- prevalência de 12% (23). As cepas VRE móveis explicam tal fenômeno. toramento, como rastreamento de têm sido reportadas de forma lenta, Quando comparado o perfil de porém progressiva, gerando sérios resistência das cepas de origem noso- vieses terapêuticos (21). comial com as de origem comunitária Recomenda-se ampliação do es- Vigani et al. (27) verificaram em é esperada uma maior prevalência tudo para nível regional, estendendo Campinas um índice de mortalidade naquelas nosocomiais (3). Esta ten- o tempo de pesquisa para melhor durante hospitalização por Enterococ- dência foi confirmada em relação visualização da prevalência na região cus faecalis causadores de bacteremias aos antimicrobianos ampicilina e norte do Rio Grande do Sul. em 46,2% dos 145 pacientes, enquan- ciprofloxacina, porém no tocante ao to Karlowsky et al. (20) demostraram fenótipo HLR-ST neste estudo as cepas que o Enterococcus spp é o terceiro demonstraram resistências semelhan- Meus sinceros agradecimentos ao agente etiológico mais isolado em tes, como encontrado por Casal et al. Laboratório de Análises Clínicas do bacteremias adquiridas nos hospitais (22). Andrade et al. (28) indicam que Hospital da Cidade de Passo Fundo dos Estados Unidos. Estes dados re- estudos sobre a prevalência de resis- por fornecer as amostras e permitir a fletem a gravidade da atual situação tência em patógenos urinários devem coleta de dados. das infecções enterocócicas. cepas resistentes colonizadoras de indivíduos hospitalizados. Agradecimentos ser realizados por regiões geográficas Os autores informam que não há As cepas comunitárias apresenta- para posterior confecção de guias de conflitos de interesse na construção ram para HLR-ST 33,3% de resistên- tratamento específico da região, pois deste artigo de qualquer natureza, cia, que está de acordo com Andrade a tendência mundial pelo tratamento principalmente financeiros. A pesquisa et al. (28). A ausência de cepa HLAR empírico gera resistência comunitária foi custeada pelo autor principal. para ambos aminoglicosídeos e HLR- e frequente fracasso terapêutico. -GE apresenta-se em desacordo com os 24% na Espanha (29), 23,5% na América Latina (28) e 51% na Itália (30) no que refere a HLR-GE. A ausência de resistência ao betalactâmico ampicilina está de acordo com o NewsLab - edição 116 - 2013 Conclusão O presente estudo demonstrou Correspondência para: Odilon Carpes de Fraga [email protected] que o Enterococcus faecalis é a espé- 87 Referências Bibliográficas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 88 Koneman Ew, Allen Sd, Janda Wm, Schreckenberger Pc, Winn WC. Koneman, diagnóstico microbiológico: texto e atlas colorido. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008. Riboldi Gp, Frazzon J, D’azevedo Pa, Frazzon APG.Antimicrobial resistance profile of Enterococccus spp isolated from food in southern Brazil. Braz. J. Microbiol. 2009; 40(1): 125-8. Mondino Ssb, Castro Acd, Mondino Pjj, Carvalho Mgs, Silva Kmf, Teixeira LM. Phenotypic and genotypic characterization of clinical and intestinal enterococci isolated from inpatients and outpatients in two brazilian hospitals. Microb. Drug Resist. 2003 Sum; 9(2): 167-174. Teixeira CD. Estudo de amostras de Enterococcus isoladas em pacientes atendidos em quatro hospitais do município de Niterói: caracterização fenotípica e genotípica. [Dissertação]. Niterói: Universidade Federal Fluminense; 2007. Johnston Bl, Bryce E. Hospital infection control strategies for vancomycin-resistant Enterococcus, methicilin-resistant Staphylococcus aureaus and Clostridium difficile. Can. Med. Assoc. J. 2009; 180(6): 627-631. Furumura Mt, Figueiredo Pms, Carbonell Gv, Darini Alc,Yano T.Virulence-associated characteristics of Enterococcus faecalis strains isolated from clinical sources. Braz. J. Microbiol. 2006; 37(3): 230-6. Chow JW. Aminoglycoside resitance in enterococci. Clin. Infect. Dis. 2000; 31(2): 586-9. Marothi Ya, Agnihotri H, Dubey D. Enterococcal resistance – an overview. Indian J. of Med. Microbiol. 2005; 23(4): 214-9. Shepard Bd, Gilmore MS. Antibiotic-resistant enterococci: the mechanisms and dynamics of drug introduction and resistance, Microbes Infect. 2002; 4(2): 215-224. Zarrilli R,Tripodi Mf, Di Popolo A, Fortunato R, Bagattini M, Crispino M, Florio A,Triassi M, Utili R. Molecular epidemiology of high-level aminoglycoside-resistant enterococci isolated from patients in a university hospital in southern Italy. J.Antimicrob. Chemother. 2005; 56(5): 827-835. Brasil. Ministério da Saúde. Biossegurança em laboratórios biomédicos e de microbiologia. 3 ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Performance standards for antimicrobial susceptibility testing; Twentieth informational supplement. Document-M100-S20,Wayne Jan; 2010. D’azevedo Pa, Dias Ca, Teixeira LM. Genetic diversity and antimicrobial resistance of enterococcal isolates from southern region of Brazil. Rev. Inst. Med.Trop. São Paulo. 2006; 48(1): 11-6. Hörner R, Liscano Mgh, Maraschin Mm, Salla A, Meneghetti B, Dal Forno Nlf, Righi RA. Suscetibilidade antimicrobiana entre amostras de Enterococcus isolada no Hospital Universitário de Santa Maria. J. Bras. Patol. Med. Lab. 2005; 41(6): 391-5. Bender Ea, Freitas Alp, Reiter Kc, Lutz L, Barth AL. Identification, antimicrobial resistance and genotypic characterization of Enterococcus spp isolated in Porto Alegre, Brazil. Braz. J. Microbiol. 2009; 40(3): 693-700. D’azevedo PA, Dias Cag, Lemos Sk, Bittencourt Jaf, Teixeira LM. Antimicrobial susceptibility among Enterococcus isolates from the city of Porto Alegre, RS, Brazil. Braz. J. Microbiol. 2004; 35(3): 199-204. Kaçmaz B, Aksoy A. Antimicrobial resistance of enterococci in Turkey. Int. J. Antimicrob. Agents. 2005; 25(6): 535-8. Mendiratta Dk, Kaur H, Deotale V, Thamke Dc, Narang R, Narang P. Status of high level aminoglycoside resistant Enterococcus faecium and Enterococcus faecalis in a rural hospital of central India. Indian J. Med. Microbiol. 2008; 26(4): 369-371. Adhikari L. High- level aminoglycoside resistance and reduced susceptibility to vancomycin in nosocomial enteroccocci. J. Global Infect. Dis. 2010; 2(3): 231-5. Karlowsky Ja, Jones Me, Draghi Dc, Thornsberry C, Sahm Df, Volturo GA. Prevalence and antimicrobial susceptibilities of bacteria isolated from blood cultures of hospitalized patients in the United States in 2002. Ann. Clin. Microbiol. Antimicrob. 2004; 3(7). Agarwal J, Kalyan R, Singh M. High-level aminoglycoside resistance and β-lactamase production in enterococci at a tertiary care hospital in Índia. Jpn. J. Infect. Dis. 2009; 62(2): 158-9. Casal Mm, Causse M, Solis F, Rodríguez F, Casal M. Investigación de las resistências a antimicrobianos en Enterococcus faecalis. Rev. Esp. Quimioter. 2009; 22 (3): 117-9. Emaneini M, Aligholi M, Aminshahi M. Characterization of glycopeptides aminoglycosides and macrolide resistance among Enterococcus faecalis and Enterococcus faecium isolates from hospitals in Tehran. Pol. J. Microbiol. 2008 Feb; 57(2): 173-8. Shighemura K,Tanaka K, Okada H, NakanoY, Kinoshita S, Gotoh A,Arakawa S, Fujisawa M. Pathogen occurrence and antimicrobial susceptibility of urinary tract infection cases during a 20-year period (1983-2002) at a single institution in Japan. Jpn. J. Infect. Dis. 2005; 58(5): 303-8. Almeida Rt, Filho Mr, Silveira Can, Rodrigues Ip, Filho Je, Nascimento Rs, Ferreira Iirf, Moraes Lmp, Boelens H, Belkum Av, Felipe MSS. Molecular epidemiology and antimicrobial susceptibility of Enterococci recovered from Brazilian intensive care unit. Braz. J. Infect. Dis. 2004; 8(4): 197-205. Jones Me, Draghi Dc,Thornsberry C, Karlowsky Ja, Sahm Df,Wenzel RP. Emerging resistance among bacterial pathogens in the intensive care unit – a European and North American Surveillance study. Ann. Clin. Microbiol. Antimicrob. 2004; 3(14). Vigani Ag, Oliveira Am, Bratfich Oj, Stucchi Rsb, Moretti ML. Clinical, epidemiological, and microbiological characteristics of bacteremia caused by high-level gentamicin-resistant Enterococcus faecalis. Braz. J. Med. Biol. Res. 2008; 41(10): 890-5. Andrade Ss, Sader Hs, Jones Rn, Pereira As, Pignatari Acc, Gales AC. Increased resistance to first-line agents among bacterial pathogens isolated from urinary tract infections in Latin America: time for a local guidelines? Mem. Inst. Oswaldo Cruz. 2006; 101(7): 741-8. López Fcr, Luna Fa, Urbano Rmg, González Ai, Román MC. Microorganismos aislados de muestras de orina procedentes de la comunidad y patrón de sensibilidad em un período de 12 años. Rev. Esp. Quimioter. 2005; 18(2): 159-167. De Francesco Ma, Ravizzola G, Peroni L, Negrini R, Manca N. Urinary tract infections in Brescia, Italy: etiology of uropathogens and antimicrobial resistance of common uropathogens. Med. Sci. Monit. 2007; 13(6): 136-144. NewsLab - edição 116 - 2013 Artigo Correlação Clínico-Laboratorial entre Métodos para Dosagem de Tiroxina Carlos Augusto Haas1, Gustavo Müller Lara2 1 – Acadêmico do curso de Biomedicina, Feevale, RS 2 – Professor mestre, supervisor de estágio do setor de Imunologia e professor da disciplina de Imunologia Clínica, Feevale, RS Summary Resumo Correlação clínico-laboratorial entre métodos para Clinical and laboratorial correlation between methods for determination of thyroxin dosagem de tiroxina Alterações na tiroxina (T4) afetam diretamente o metabolismo. Changes in thyroxin (T4) affect directly the metabolism. O T4 total tem grande utilidade no acompanhamento de pacientes Total T4 is useful in monitoring patients with thyroid disorders. com transtornos tireoidianos. Devido à variabilidade de métodos Because of the variability of methods it´s important to correla- torna-se importante correlacionar as dosagens de T4. Foram com- te the levels of T4. We compared 80 samples of serum from paradas 80 amostras séricas do laboratório Exame Ltda., dosadas Exame laboratory, measured by the method of fluorescence pelo método de imunoensaio de fluorescência polarizada (FPIA), polarization immunoassay (FPIA), against the method of che- contra o método de quimioluminescência (QUIA) utilizado no la- miluminescence (QUIA) used in the laboratory of Biomedicine boratório de Biomedicina da Feevale. O coeficiente de correlação of Feevale. The correlation coefficient found was 0.9841 and encontrado foi 0,9841 e o índice Kappa foi 0,858. Apesar da the Kappa index was 0.858. Despite the excellent substantial excelente correlação laboratorial e a substancial associação clínica laboratory correlation and clinical association it´s necessary é necessária uma avaliação médica mais criteriosa dos pacientes a more careful medical evaluation of patients with T4 values com valores de T4 próximos dos limites inferiores e superiores close to lower and higher limits when measured by FPIA method quando avaliados pelo método de FPIA comparados pelo QUIA. compared by QUIA. Palavras-chave: Tireoide, hipertireoidismo, hipotireoidismo Keywords: Thyroid, hyperthyroidism, hypothyroidism Introdução -hipófise-tireoide, basicamente pela essencial para a produção hormonal A ação do TSH (2). (5). A prevalência de hipertireoi- lterações relativas tanto em Os transtornos tireoidianos que dismo é de aproximadamente 3,6 relação à produção insufi- chamam mais atenção, tanto na casos em cada 1.000 mulheres e ciente de tiroxina (T4) quan- clínica quanto na pesquisa, são o cerca de 0,4 casos em cada 1.000 to à produção exagerada, afetam di- hipertireoidismo e o hipotireoidis- homens, enquanto que a prevalência retamente o metabolismo (1, 2). O T4 mo, podendo ser de caráter autoi- de hipotireoidismo é de cerca de 15 influencia vários sistemas orgânicos, mune ou não (4). Um dos fatores casos em cada 1.000 mulheres e entre eles: cardiovascular, nervoso e responsáveis pelo aparecimento de aproximadamente 10 casos em cada digestivo (3). A produção de tiroxina é transtornos tireoidianos é a defici- 1.000 homens (5, 6). regulada através do eixo hipotálamo- ência de um micronutriente, o iodo, Embora o marcador de escolha Trabalho desenvolvido no laboratório de Biomedicina da Feevale (RS) em conjunto com o laboratório Exame Ltda. de Novo Hamburgo (RS) 90 NewsLab - edição 116 - 2013 para transtornos tireoidianos seja a ensaio de fluorescência polarizada tiva e significativa (p<0,001), com tireotropina (TSH), avaliar os hor- (método A) e um quimioluminescente coeficiente de correlação (r) igual mônios tireoidianos, principalmente (método B). O método A será utilizado a 0,9841, o que garante a confia- o T4 total, uma vez que existe muita como critério de referência para classi- bilidade. Pode-se observar também variação entre as metodologias para ficar as amostras nas três categorias: uma reta de regressão linear que T4 livre, é de grande valor princi- ≤4,4 μg/dL, 4,5 a 12,0 μg/dL e ≥11,6 pode ser ajustada pela fórmula palmente no acompanhamento do μg/dL, enquanto que os intervalos y=0,9711x+0,0682, onde y são os tratamento do hipotireoidismo (7). para o método B serão utilizados para valores correspondentes a QUIA e o x Portanto, devido aos diversos mé- as seguintes categorias: ≤6,0 μg/dL, referente a FPIA, ou seja, através de todos disponíveis para dosagem de 6,1 a 12,2 μg/dL e ≥12,3 μg/dL. dosagens de FPIA é possível estimar o valor referente a QUIA para o valor T4, é de fundamental importância Para a comparação entre os conhecer a associação entre as ca- métodos utilizados serão utilizados racterísticas quantitativas para um os métodos estatísticos descritivos, Para avaliação da reprodutibi- melhor acompanhamento clínico- teste t de Student, correlação de lidade dos testes foi utilizado um -laboratorial do paciente. Sendo Pearson e a concordância diagnóstica controle de qualidade nas medidas assim, esse estudo tem como obje- pela estatística Kappa. Será adotado de QUIA, marca Diasys lote 4389 tivo verificar a correlação entre os o nível de significância de 5%. O com valores variando entre 6,8 ± métodos de quimioluminescência programa SPSS 13.0 será utilizado 1,6 µg/dL. Os valores obtidos em oito (QUIA) e imunoensaio por fluores- para a análise dos dados. dosagens estão descritos na Tabela 2 e é possível avaliar o coeficiente de cência polarizada (FPIA). Materiais e Métodos de T4 para o mesmo indivíduo. variação igual a 5,80%. Resultados A correlação clínica, baseada nos valores de referência descritos nas Um total de 80 amostras séricas bulas dos fabricantes de ambos os Fo i r e a l i z a d o u m e s t u d o d e foi submetido à comparação entre os métodos, foi avaliado pela análise acurácia entre testes diagnósticos métodos de QUIA e FPIA e a análise Kappa, que é uma medida de concor- usando 80 amostras séricas sele- descritiva para os métodos pode ser dância usada em escalas nominais que cionadas de pacientes atendidos observada na Tabela 1 que mostra va- fornece uma ideia do quanto as ob- no Laboratório Exame de Análises lores de tendência central e dispersão servações se afastam dos resultados Clínicas Ltda., localizado na cidade semelhante entre as dosagens. esperados, indicando quão legítimas de Novo Hamburgo (RS), no período Os resultados foram analisados são as informações. O valor encon- para se verificar a existência ou trado para a análise Kappa foi 0,858 O T4 foi determinado utilizando não de correlação entre ambas as (p<0,001) e o intervalo de confiança dois imunoensaios comerciais con- técnicas. A Figura 1 mostra que as de 95% para a análise está entre forme escrito no Quadro 1, sendo um técnicas guardam uma relação posi- 1,000 e 0,696. de março a junho de 2009. Quadro 1. Principais características dos ensaios utilizados Método A Método B Aparelho Elecsys 2010 Access System Princípio FPIA QUIA 24,86 30,0 Soro ou plasma Soro ou plasma 15 30 4,5 a 12,0 6,1 a 12,2 1,05 0,50 Limite analítico (µg/dL) Tipo de amostra Volume de amostra (µL) Valor normal Sensibilidade (µg/dL) 92 NewsLab - edição 116 - 2013 Tabela 1. Análise descritiva entre as dosagens de T4 para o método de FPIA e QUIA (n = 80) Método Média Desvio Padrão Mínimo Máximo FPIA 9,2 4,4 1,6 23,1 QUIA 9,0 4,4 1,4 22,8 Figura 1. Diagrama de dispersão e reta de regressão ajustada pela relação entre as técnicas Tabela 2. Análise descritiva do controle de qualidade nas dosagens de QUIA (n = 8) Parâmetro T4 (µg/dL) Média 6,9 Desvio Padrão 0,4 Mínimo 6,5 Máximo 7,6 Tabela 3. Resultado da estatística Kappa sobre o intervalo de referência entre os métodos QUIA FPIA Hipotireoidismo Eutireoidismo Hipertireoidismo Hipotireoidismo 14 0 0 Eutireoidismo 3 48 1 Hipertireoidismo 0 2 12 Kappa = 0,858 (correlação substancial) NewsLab - edição 116 - 2013 93 Discussão e conclusão Nos últimos anos tem sido observado um crescente aumento de referência para os métodos dispo- da excelente correlação laboratorial (r níveis é um fator a ser considerado = 0, 9841) e a substancial associação quando for necessária a troca de um clínica (k = 0,858) é necessária uma método por outro. avaliação médica mais criteriosa dos na diferenciação entre os métodos Em relação aos valores de refe- pacientes com valores de T4 próximos para a dosagem de T4, assim como rência para as duas metodologias, dos limites inferiores e superiores a diversificação dos equipamentos podemos observar haver variações quando avaliados pelo método de FPIA imunológicos entre laboratórios de principalmente nos limites inferiores comparados pelo QUIA. análises clínicas. de normalidade, sendo os valores da A dosagem deste exame é muito FPIA, mais amplos, porém discordan- utilizada para o acompanhamento no do dos valores considerados aceitos no Correspondências para: tratamento de transtornos tireoidianos estudo de (8), 5,3 a 12,6 µg/dL, que Gustavo Müller Lara (7) e embora seja uma análise usual, a se aproximam dos valores de QUIA. [email protected] falta de padronização entre os valores Este estudo mostrou que apesar Referências Bibliográficas 1. Huang YH,Tsai MM et al.Thyroid hormone dependent regulation of target genes and their physiological significance. Chang Gung Med J, 31(4): 325-34. 2008. 2. Iglesias P, Diez JJ.Thyroid dysfunction and kidney disease. Eur J Endocrinol, 160(4): 503-15. 2009. 3. Yamanaka H, Nakajima M et al. Glucuronidation of Thyroxine in Human Liver, Jejunum, and Kidney Microsomes. Drug Metab Dispos, 35(9): 1642-8. 2007. 4. Larson J, Anderson EH et al.Thyroid disease: a review for primary care. J Am Acad Nurse Pract, 12(6): 226-32. 2000. 5. Lazarus JH, Obuobie K.Thyroid disorders an update. Postgrad Med J, 76(899): 529-36. 2000. 6. Dw Felice M, Di Lauro R.Thyroid development and its disorders: genetics and molecular mechanisms. Endocr Rev, 25(5): 722-46. 2004. 7. Joffe RT, Brimacombe M et al. Treatment of clinical hypothyroidism with thyroxine and triiodothyronine: a literature review and metaanalysis. Psychosomatics, 48(5): 379-84. 2007. 8. Surks MI, Chopra IR, Mariash CN, Nicoloff JT, Solomon DH. American Thyroid Association guidelines for use of laboratory tests disorders. JAMA 263:1529-32, 1990. Já está no ar a versão digital do Guia Quem é Quem Se você ainda não leu, não perca mais tempo! A versão di digital do Guia Quem Q m é Quem do Diagnóstico D i ósttticcco La Laboratorial oria or r al e está á disponível no site da revista NewsLab. Assim, você pode ler o Guia no seu desktop, notebook, tablet ou smartphone. Basta acessar o site www.newslab.com.br. 94 Clique e confira NewsLab - edição 116 - 2013 Artigo Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde: uma perspectiva atual Fábio Alexandre Alff, Adriane Bombassaro Faculdade Assis Gurgacz, PR Resumo Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde: uma perspectiva atual Summary Waste Management of health services: a current perspective Ao transformar matéria e energia que nelas entram, as cida- In order to transform all sort of matter that is used in a city, des produzem resíduos e rejeitos de vários tipos. A preocupação it produces several kinds of wastes. There is a social concern como senso popular com o tratamento e o destino final dos resíduos ainda se resume na adoção de soluções imediatistas, quase sempre fundamentadas no simples descarte. Uma proposta atual apresentada aos gestores da saúde é a da Rede Internacional para a Administração Ambiental (INEM) e que serve de motivação para as empresas decidirem por adotar uma política com cuidado ambientalista: “senso de responsabilidade ecológica, exigências legais, proteção dos interesses da empresa, imagem, proteção dos about the treatment and the final destination of these wastes which still result from embracing immediate solutions always based on discarding them. A present proposal presented to the health managers is from (INEM) International Network for Environmental Administration, and it works as a motivation to the companies that decide to adopt a regarding environmentalist policy, “ecoconsciousness, legal demands, to protect the funcionários, proteção do mercado, qualidade de vida e o lucro”. interests and image of the company, protection of employees, Com objetivo de minimizar a produção de resíduos, proporcionar to protect the business, quality of life and profit.” Aiming to o encaminhamento seguro e eficiente, visando proteger o traba- diminish the production of wastes, providing an effective and lhador, preservar a saúde pública e os recursos naturais do meio safe conduction of them, trying to protect the employees, ambiente, o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de preserving the public health and the natural resources of the Saúde (PGRSS) constitui-se de um conjunto de procedimentos, a environment, the Waste Management Health Service Plan – partir de bases científicas, normativas e legais, que servem como WMHSP constitutes an ensemble of procedures that work as base para nortear o trabalho do gestor e de seus colaboradores. A exigência de cuidado com o meio ambiente do ponto de vista político e comunitário, o enfoque nos problemas de saúde na dimensão ecológica, tem se projetado cada vez mais para o cidadão. À medida que cada indivíduo busca a satisfação com o emprego, ela será maior se a consciência for de que o trabalho de cada indivíduo seja efetuado com menor prejuízo possível ao meio ambiente, saúde pessoal e melhor oportunidade para futuras gerações. Palavras-chave: Resíduos, saúde, gerenciamento, meio ambiente a model to managers and their associates. The need of the environment care seen by political and communitarian points of view, the approach on the health problems in an environmental dimension has been projected once more to the citizens. By the time that one searches for satisfaction with his work, it will be even better if the conscience that each one’s work must be done trying to diminish the environmental harm, personal health and better opportunity to coming generations. Keywords: Waste, health care, management, environment Artigo apresentado ao Corpo Docente do Curso de Pós-Graduação em Análises Clínicas da Faculdade Assis Gurgacz como requisito para obtenção do título de Especialista em Análises Clínicas 96 NewsLab - edição 116 - 2013 Introdução de zoonoses; distribuidores de produ- planejados e implementados a partir tos farmacêuticos; importadores, dis- de bases científicas e técnicas, nor- concentração demográfica tribuidores e produtores de materiais mativas e legais, com o objetivo de e o grande aumento do e controles para diagnóstico in vitro; minimizar a produção de resíduos e consumo de bens geram unidades móveis de atendimento a proporcionar aos resíduos gerados uma enorme quantidade de resíduos saúde; serviços de acupuntura, ta- um encaminhamento seguro, de de todo o tipo, procedentes tanto tuagem e similares (3). forma eficiente, visando à proteção A das áreas residenciais como das O gerenciamento inadequado de dos trabalhadores, a prevenção da atividades públicas e dos processos serviços de saúde produzidos diaria- saúde pública, dos recursos naturais comerciais e industriais. Todos esses mente, aliado ao aumento significati- e do meio ambiente. O gerenciamento materiais recebem a denominação vo de sua produção, vem agravando deve abranger o planejamento de de lixo, e sua eliminação e possíveis os riscos à saúde e à população. recursos físicos, recursos materiais e reaproveitamentos são um desafio A probabilidade e a severidade da a capacitação de recursos humanos a ser vencido pela sociedade mo- ocorrência de efeitos adversos são envolvidos no manejo do RSS.5 derna (1). definidas como risco, que pode ser: A Resolução n º 358 do Conselho Lixo é basicamente definido como econômico, para a vida, para a saúde Nacional de Meio Ambiente (Cona- todo e qualquer resíduo sólido pro- e para o meio ambiente. À saúde, o ma), de maio de 2005, determina veniente das atividades humanas. risco é a aquisição, direta ou indireta, que caberá ao responsável legal pelo No entanto, de acordo com Bidone e de doenças infecciosas em virtude estabelecimento gerador a responsa- Povinelli (2), o conceito mais recente do gerenciamento inadequado de bilidade pelo gerenciamento de resí- de lixo é aquilo que ninguém quer resíduos de serviços de saúde, que duos, desde a geração até a dispo- ou não tem valor comercial. “Neste pode ocorrer em seu manuseio, sição final. De acordo com a mesma caso, pouca coisa descartada pode acondicionamento, coleta, transpor- resolução deve ainda o responsável ser chamada de lixo”. Atualmente te, armazenamento, tratamento ou legal dos estabelecimentos prestado- o adequado é que ao invés de lixo destino final (3). res de serviço de saúde disponibilizar Conforme Resolução da Diretoria o PGRSS para os órgãos ambientais, No Brasil, os resíduos de serviço Colegiada, da Agência Nacional de dentro de suas respectivas esferas de de saúde foram definidos como todos Vigilância Sanitária/Anvisa - RDC Nº competência (6). aqueles que resultam de atividades 306, de 7 de dezembro de 2004, não A Anvisa apresentou no início de exercidas dos serviços que tem rela- somente classifica e define o trata- 2006 o “Manual de Gerenciamento ção com o atendimento à saúde, tanto mento dos resíduos, como também de Resíduos de Serviços de Saúde”, humana quanto animal, o que inclui define que compete ao gerador de que orienta os estabelecimentos os serviços de assistência domiciliar Resíduos de Serviços de Saúde ela- sobre como se adequarem de forma e de trabalhos de campo; laboratórios borar um PGRSS, que consiste em um devida (3). analíticos de produção para a saúde; documento que aponta e descreve O gerenciamento inicia pelo pla- necrotérios, funerárias, serviços de as ações relativas ao manejo dos nejamento dos recursos físicos e dos embalsamamento (tanatopraxia e resíduos sólidos, observando suas recursos materiais necessários, cul- somatoconservação), medicina legal; características e riscos, no âmbito minando na capacitação dos recursos drogarias e farmácia (incluindo as de dos estabelecimentos (4). humanos envolvidos. Na sequência usemos o termo resíduo. manipulação); estabelecimentos de O Programa de Gerenciamento abordaremos individualmente cada ensino e pesquisa que abrangem a dos RSS constitui-se em um con- etapa do Plano de Gerenciamento de área de saúde; centros de controles junto de procedimentos de gestão, Resíduo de Saúde. NewsLab - edição 116 - 2013 97 serem resistentes ao tombamento. relo e contornos pretos, acrescido da O manejo dos resíduos de servi- Os resíduos perfurocortantes devem expressão “Rejeito Radioativo”. ços de saúde é o conjunto de ações ser acondicionados em recipientes O Grupo E é identificado pelo voltadas ao gerenciamento dos resistentes à punctura, ruptura e símbolo de infectante, e deve conter resíduos gerados. Deve focar os as- vazamento, e ao processo de descon- a inscrição de resíduo perfurocortan- pectos intra e extraestabelecimento, taminação utilizado pelo laboratório te, indicando o risco que apresenta o desenvolvendo-se desde a geração ou empresa especializada (7). resíduo (7). Identificação Transporte Interno Manejo até a disposição final, incluindo as etapas citadas a seguir (7). Esta etapa do manejo dos resíduos Esta etapa consiste no translado permite o reconhecimento dos resídu- dos resíduos dos pontos de geração Consiste na separação dos re- os contidos nos sacos e recipientes, até local destinado ao armazenamen- síduos no momento e local de sua fornecendo informações ao correto to temporário ou armazenamento geração, de acordo com as caracte- manejo dos RSS. externo com a finalidade de apresen- Segregação rísticas físicas, químicas, biológicas A identificação deve estar expos- tação para a coleta. ta nos sacos de acondicionamento, O transporte interno de resíduos nos recipientes de coleta interna e deve ser realizado atendendo roteiro externa, nos recipientes de trans- previamente definido e em horários Ato de embalar de forma ade- porte interno e externo, e nos locais não coincidentes a períodos de maior quada os resíduos segregados, em de armazenamento, em local de fluxo de pessoas ou de atividades. sacos ou recipientes que evitem fácil visualização, de forma indelé- Deve ser feito separadamente de vazamentos e resistam às ações de vel, utilizando-se símbolos, cores e acordo com o grupo de resíduos e em punctura e ruptura. A capacidade frases, atendendo aos parâmetros recipientes específicos a cada grupo dos recipientes de acondiciona- referendados na norma NBR 7.500 de resíduos. mento deve ser compatível com da ABNT, além de outras exigências Os carros para transporte interno a geração diária de cada tipo de relacionadas à identificação de con- devem ser constituídos de material resíduo. Os resíduos sólidos de- teúdo e ao risco específico de cada rígido, lavável, impermeável, resis- vem ser acondicionados em sacos grupo de resíduos. tente ao processo de descontami- e os riscos envolvidos (7). Acondicionamento resistentes à ruptura, vazamento O Grupo A de resíduos é identi- nação determinado pelo laboratório, e impermeáveis, de acordo com a ficado pelo símbolo internacional de provido de tampa articulada ao pró- Norma Brasileira (NBR) 9191/2000 risco infectante, com rótulos de fundo prio corpo do equipamento, cantos e da Associação Brasileira de Normas branco, desenho e contornos pretos, bordas arredondadas, identificados Técnicas (ABNT). Deve ainda ser conforme NBR 7500 da ABNT. com o símbolo correspondente ao respeitado o limite de peso de cada O Grupo B é identificado através risco do resíduo neles contidos. De- saco, sendo proibido o seu esva- do símbolo de risco associado, de vem ser providos de rodas revestidas ziamento ou reaproveitamento. Os acordo com a NBR 7500 da ABNT de material que reduza o ruído. Os sacos devem estar contidos em cole- e com discriminação de substância recipientes com mais de 400 L de tores de material lavável, resistente química e frases de risco. capacidade devem possuir válvula de ao processo de descontaminação, O Grupo C é representado pelo dreno no fundo. O uso de recipientes com tampa provida de sistema símbolo internacional de presença desprovidos de rodas deve observar de abertura sem contato manual, de radiação ionizante (trifólio de cor os limites de carga permitidos para e possuir cantos arredondados e magenta) em rótulos de fundo ama- o transporte pelos trabalhadores, 98 NewsLab - edição 116 - 2013 conforme normas reguladoras do coletados por período superior a 24 Os rejeitos podem sofrer trata- Ministério do Trabalho e Emprego (7). horas de seu armazenamento, devem mento adequado no local de geração ser conservados sob refrigeração ou outrem desde que devidamente e, quando não for possível, serem regulamentados (7). Armazenamento Temporário Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos submetidos a outro método de conservação. Armazenamento Externo já acondicionados, em local próxi- O armazenamento de resíduos Consiste na guarda dos recipien- mo aos pontos de geração, visando químicos deve atender à NBR 12235 tes de resíduos até a realização da agilizar a coleta dentro do estabele- da ABNT (7). etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado cimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto Tratamento para os veículos coletores. Neste destinado à apresentação para coleta O tratamento preliminar consiste local não é permitida a manutenção externa. Não pode ser feito armaze- na descontaminação dos resíduos dos sacos de resíduos fora dos reci- namento temporário com disposição (desinfecção ou esterilização) por pientes ali estacionados (7). direta dos sacos sobre o piso, sendo meios físicos ou químicos, realizado obrigatória a conservação dos sacos em condições de segurança e eficácia em recipientes de acondicionamento. comprovada, no local de geração, a Consistem na remoção dos RSS O armazenamento temporário fim de modificar as características do abrigo de resíduos (armaze- pode ser dispensado nos casos em químicas, físicas ou biológicas dos namento externo) até a unidade que a distância entre o ponto de resíduos e promover a redução, a de tratamento ou disposição final, geração e o armazenamento externo eliminação ou a neutralização dos utilizando-se técnicas que garan- justifique. agentes nocivos à saúde humana, tam a preservação das condições de animal e ao ambiente. acondicionamento e a integridade A área destinada à guarda dos Coleta e Transporte Externo carros de transporte interno de resí- Os sistemas para tratamento de dos trabalhadores, da população e duos deve ter pisos e paredes lisas, resíduos de serviços de saúde devem do meio ambiente, devendo estar laváveis e resistentes ao processo ser objeto de licenciamento ambien- de acordo com as orientações dos de descontaminação utilizado. O tal, de acordo com a Resolução CO- órgãos de limpeza urbana.7 piso deve, ainda, ser resistente ao NAMA nº. 237/1997 e são passíveis A coleta e o transporte externos tráfego dos carros coletores. Deve de fiscalização e de controle pelos dos resíduos de serviços de saúde possuir ponto de iluminação artificial órgãos de vigilância sanitária e de devem ser realizados de acordo com e área suficiente para armazenar, no meio ambiente. as normas NBR 12.810 e NBR 14652 mínimo, dois carros coletores, para O processo de esterilização por translado posterior até a área de ar- vapor úmido, ou seja, autoclavação, mazenamento externo. Quando a sala não necessita de licenciamento am- for exclusiva para o armazenamento biental. A eficácia do processo deve Consiste na disposição de resí- de resíduos, deve estar identificada ser feita através de controles quími- duos no solo, previamente prepa- como “Sala de Resíduos”. cos e biológicos, periódicos, e devem rado para recebê-los, obedecendo ser registrados. a critérios técnicos de construção e Não é permitida a retirada dos sacos de resíduos de dentro dos recipientes ali estacionados. Os resíduos de fácil putrefação (decomposição) que venham a ser 100 da ABNT (7). Disposição Final Os sistemas de tratamento térmi- operação, e com licenciamento am- co por incineração devem obedecer biental de acordo com a Resolução ao estabelecido na Resolução CONA- Conama nº. 237/97 (7). MA nº. 316/2002. O homem produz lixo desde a NewsLab - edição 116 - 2013 sua origem na terra. Este, portanto, como um todo seja abordado. Parece considerar os indivíduos (colabora- não é um problema atual, atual é a ser predominantemente a preocu- dores) que atuam nestes espaços, consciência para o assunto e as con- pação com a saída do produto dos na construção de uma consciência sequências da sua produção e do seu ambientes geradores, sem conside- ética, em busca da qualidade de vida armazenamento incorreto (1). rar todos os fatores que envolvem e sustentabilidade (9). Em relação aos benefícios da ad- as etapas do processo de manejo, É a partir da vida cotidiana, das ministração com consciência ecológi- desde o próprio preparo dos profis- necessidades e interesses pessoais ca são enumerados fatores como: so- sionais que muitas vezes encontram que as exigências de uma sociedade brevivência humana, senso público, desinstrumentalizados para lidar com global precisam ser pedagogicamen- oportunidade de mercado, redução de os resíduos provenientes das suas te trabalhadas. É a partir ainda do riscos, redução de custos, integridade atuações (9). dia-a-dia que se constrói a cultura Desta forma faz-se necessário da sustentabilidade de valorização que os participantes (gestores) des- da vida. Ao refletir sobre o seu tes espaços tenham uma visão mais fazer diário, o ser estará, simulta- abrangente para o enfrentamento neamente, autotransformando-se e dessa problemática (9). automodificando-se (9). pessoal (8). Discussão Frente à problemática dos resí- O manejo inadequado dos RSS duos nas instituições de saúde, as representa uma fonte de degrada- soluções apontadas concentram-se ção, oferecendo risco ao ambiente Correspondências para: predominantemente na implantação e à saúde. Enfatizar esta questão Fábio Alexandre Alff do seu manejo, sem que o processo no processo de formação requer [email protected] Referências Bibliográficas 1. Silva RFS, Soares ML. Gestão dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde com Responsabilidade Social. 2004. 2. Naime R, Sartor I, Garcia A C. Uma abordagem Sobre a Gestão de Resíduos de Serviço de Saúde. 2004. 18 p 3. Zamoner M. Modelo para Avaliação de Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saude (PGRSS) para Secretarias Municipais da Saúde e/ou do Meio Ambiente.2006. 4. Pilger RR, Schenato F. Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde de um Hospital Veterinário. 2008. 23 p 5. Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”- Unesp. Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos dos Serviços de Saúde – PGRSSS Faculdade de Odontologia de São Jose dos Campos – UNESP. 2004. 6. Nascimento CS. Gerenciamento dos Serviços de Saúde: Uma Questão de Responsabilidade. 2008. 7. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária BR. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC. N° 306 07 de Dezembro de 2004. 4,5 e 6 p. 8. Erdtmann BK. Gerenciamento dos Resíduos de Saúde: Biossegurança e o Controle das Infecções Hospitalares. 2004. 88 p 9. Corrêa LB, Lunardi VL, Conto SM. O processo de Formação em Saúde: o Saber Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde em Vivencia Praticas. 2006. 10. Ministério do Meio Ambiente BR. Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama. Resolução Nº 358 de 29 abril de 2005. 11. Ministério da Saúde BR. Grupo de Assessoramento Técnico em Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde – GAT. Portaria Nº 381 de fevereiro de GAT, 2007. 102 NewsLab - edição 116 - 2013 Artigo Prevalência de Parasitoses em Escolares da Escola Estadual de Ensino Fundamental Paso de los Libres no Município de Uruguaiana, RS Fernanda Comarú da Silva de Mello¹, Bruna Cocco Pilar¹, Deise Jaqueline Ströher¹, Vanusa Manfredini² 1 – Acadêmica do Curso de Farmácia. Universidade Federal do Pampa 2 – Docente do Curso de Farmácia. Universidade Federal do Pampa Summary Resumo Prevalência de parasitoses em escolares da Escola Prevalence of parasitic infections in schoolchildren Estadual de Ensino Fundamental Paso de los Libres no from Escola Estadual de Ensino Fundamental Paso de município de Uruguaiana, RS los Libres in the city of Uruguaiana, RS Crianças em idade escolar são as mais atingidas e prejudicadas Schoolchildren are most affected and impaired by pa- pelas doenças parasitárias, visto que seus hábitos de higiene são, rasitic diseases, since their hygiene habits are most often na maioria das vezes, inadequados e sua imunidade não está inadequate and their immunity is not fully strengthened. In totalmente fortalecida. Com o objetivo de analisar a prevalência order to analyze the prevalence of parasitic infections in de parasitoses em escolares e determinar o índice de parasitados schoolchildren and determine the index of parasitized and/ e/ou poli parasitados, cujos dados servirão para informar o nível or poly parasitized, whose data will serve to inform the level de sanidade em que se encontram estas crianças, foi realizada a of sanity in finding these children, parasitological analysis análise coproparasitológica das amostras de 78 crianças do 1° ao was performed from the samples of 78 children from the 1st 3° ano da escola Paso de Los Libres no município de Uruguaiana. to the 3rd year of Paso de Los Libres school in the city of As amostras foram analisadas no Laboratório de Parasitologia da Uruguaiana. The samples were analyzed at the Laboratory Unipampa, através do Método de Hoffman, Pons & Janer. Para a of Parasitology Unipampa using the method of Hoffman, coleta das amostras foram utilizados coletores universais e, para a Pons & Janer. To collect the samples they were used univer- análise, filtros com gaze e copos de sedimentação, ambos descar- sal collectors and for the analysis, filters with gauze and táveis. Das 78 amostras analisadas, 33,3% apresentaram resultado sedimentation cups, both disposable. From the 78 samples negativo para parasitose e 66,7% foram consideradas parasitadas; analyzed, 33.3% were tested negative for parasites and dentre elas, 34,65% apresentaram quadro de poliparasitose e 66.7% were considered parasitized; among them 34.65% 65,35% de parasitose. Concluiu-se que o quadro de parasitoses were poly parasitized diagnosed and 65.35% parasited. We intestinais apresenta-se bastante elevado entre os escolares desta concluded that the number of intestinal parasites was high instituição, apresentando alto índice de infestações gastrintestinais among the students of this institution, showing a high rate por helmintos e infestações por cistos de protozoários; sendo estes of gastrointestinal helminthes infestations and infestations of últimos os de maior prevalência. protozoa cysts, this one being the most prevalent. Palavras-chave: prevalência, parasitoses, escolares, sane- Keywords: prevalence, parasitic, schoolchildren, sanitation amento básico Introdução que possuem em sua maioria alunos -se o nível de sanidade em que se de classe média baixa, com hábitos encontram estes estudantes quanto à aseado em estudos que rela- de higiene inadequados, e muitas situação de infestação de parasitas e, tam o índice de parasitoses vezes sem qualquer possibilidade de individualmente, verificaram-se quais que acometem crianças em acesso ao saneamento básico, surgiu as parasitoses mais decorrentes, para idade escolar como sendo extrema- a necessidade da realização deste fins principalmente de reconhecimento mente alto, principalmente em escolas trabalho. Desta forma, identificou- para futura extinção das mesmas. B 104 NewsLab - edição 116 - 2013 Os parasitas intestinais estão entre trabalho também objetivou fornecer Saúde Pública no Brasil, principal- os patógenos mais frequentemente dados à Secretaria Municipal de Saúde mente pela sua correlação com o encontrados em seres humanos. Den- e Meio Ambiente, quanto a situação grau de desnutrição das populações, tre os helmintos, os mais frequentes de sanidade em que se encontram afetando especialmente o desenvolvi- são os nematelmintos Ascaris lum- estas crianças, relacionando índices mento físico, psicossomático e social bricoides e Trichuris trichiura e os de parasitados e idade escolar. de escolares (8). ancilostomídeos Necator americanus e É relevante que no meio social, Ancylostoma duodenale. Já dentre os onde as crianças desenvolvem a maior protozoários, destacam-se Entamoeba Fundamentação Teórica histolytica e Giardia duodenalis (1). parte de suas atividades lúdicas, sejam promovidas lições de higiene, Apesar da alta frequência de en- As parasitoses intestinais consti- como medida de prevenção das en- teroparasitoses causadas à população tuem-se num grave problema de saú- fermidades intestinais, dessa forma, em geral, ressalta-se a escassez de de pública, sobretudo nos países do é de fundamental importância que, estudos acerca do problema, visando terceiro mundo, sendo um dos princi- além da orientação sobre higiene, um melhor dimensionamento e ela- pais fatores debilitantes da população, o ambiente social e cultural dessas boração de medidas de combate por associando-se frequentemente a qua- crianças propicie as condições básicas parte das autoridades sanitárias (2). dros de diarreia crônica e desnutrição, de saúde para uma vida saudável e O desenvolvimento do trabalho comprometendo, como consequência, produtiva (9). deu-se através de análises copropa- o desenvolvimento físico e intelectual, De acordo com Hickman et al rasitológicas de amostras, coletadas particularmente das faixas etárias (10), a infecção normalmente acon- pelos pais/responsáveis pelos estu- mais jovens da população (3). tece quando são ingeridos ovos com dantes e, posteriormente, os dados Está bem estabelecido que as pa- vegetais crus ou quando as crianças obtidos foram tabulados, obtendo-se o rasitoses intestinais são mais frequen- põem seus dedos ou brinquedos sujos percentual de alunos parasitados, não tes em regiões menos desenvolvidas, de terra em sua boca, por isso a popu- parasitados e poliparasitados. considerado o sentido mais amplo da lação de maior risco é constituída de Crianças parasitadas tendem palavra. Nos países subdesenvolvidos crianças de menor faixa etária. a diminuir bruscamente seu nível as parasitoses intestinais atingem A frequência das parasitoses tem intelectual e decorrente disto, seu índices de até 90%, ocorrendo um relação direta com as condições so- aprendizado. O principal dano das aumento significativo da frequência cioeconômicas, sendo o aumento da parasitoses intestinais em crianças à medida que piora o nível socioeco- prevalência uma consequência direta em idade escolar é o acometimento nômico. No Brasil, os problemas en- do empobrecimento da população. No do desenvolvimento físico e men- volvendo as enteroparasitoses tomam Brasil, apesar de diferenças regionais, tal, dificultando assim o começo do uma grande proporção, especialmente a contaminação do meio ambiente é aprendizado. devido às condições socioeconômicas, intensa, com elevada prevalência das Assim, este trabalho teve como à falta de saneamento básico, edu- parasitoses intestinais e associação objetivo a identificação dos diversos cação sanitária e hábitos culturais. dos vários parasitas (11). parasitas intestinais que são alber- O último levantamento multicêntrico A ausência ou insuficientes condi- gados por crianças, estudantes do das parasitoses intestinais, realizado ções mínimas de saneamento básico 1º ao 3º ano, da E.E.E.F. Paso de Los no país, revelou uma prevalência de e inadequadas práticas de higiene Libres no município de Uruguaiana, 28,5% em escolares com idade de pessoal e doméstica são os principais RS, escola pública, situada no centro sete a 14 anos (3), apresentando mecanismos de transmissão dos pa- da cidade, porém com seus alunos maior prevalência em populações de rasitas intestinais. Aproximadamente residindo quase que em sua totalida- nível socioeconômico mais baixo e um terço da população das cidades de, aproximadamente 80%, no bairro condições precárias de saneamento dos países subdesenvolvidos vive Mascarenhas de Moraes, periferia da básico (4, 5, 6). em condições ambientais propícias cidade, cujo tratamento de esgoto Segundo Pinheiro et al (7), o pa- à disseminação das infecções para- local verifica-se ser inadequado e, em rasitismo intestinal ainda se constitui sitárias. Embora apresentem baixas alguns locais, precário. Além disso, o num dos mais sérios problemas de taxas de mortalidade, as parasitoses NewsLab - edição 116 - 2013 105 intestinais ainda continuam repre- delgado, em especial na luz do jejuno se. Ele costuma se exteriorizar pelas sentando um significativo problema e no íleo médio (8). aberturas do corpo humano (oral, de saúde pública, haja vista o gran- O Ascaris lumbricoides é um nasal e anal), em presença de febre ou de número de indivíduos afetados e geohelminto, isto é, necessita de ausência prolongada de alimentação as várias alterações orgânicas que hospedeiro intermediário, mas a ma- oral (19). podem provocar, inclusive sobre o turação dos ovos ou das larvas se faz Grande número de vermes madu- estado nutricional (12). no meio ambiente (solo). Em tem- ros pode causar sintomas intestinais Cimerman et al (13) citam que peraturas ótimas (entre 20 e 30°C), severos. A complicação mais comum alguns parasitos representam grave pode completar-se em duas semanas. é a obstrução intestinal. Os pacientes problema de saúde pública, sendo a Experimentalmente, comprovou-se a se apresentam com obstrução parcial maioria das vezes ao lado da má nu- infectividade após sete anos de per- ou completa do intestino delgado e trição os responsáveis por deficiência manência no solo, mas em condições frequentemente têm uma história de no aprendizado das crianças e no de- naturais a viabilidade dos ovos deve eliminação de vermes adultos nas senvolvimento físico, podendo causar ser bem menor. As fases larvárias fezes ou vômitos20. incapacidade funcional. dividem-se em cinco estádios. As A teníase é de distribuição uni- As espécies mais comuns encon- larvas do primeiro, segundo e tercei- versal, havendo no mundo apro- tradas no Método de centrífugo-flutua- ro estádios ficam no interior do ovo, ximadamente 70 a 80 milhões de ção são: Ascaris lumbricoides, Giardia sendo esta última responsável pela indivíduos infectados pela Taenia lamblia, Strongyloides stercoralis, infecção no homem após a ingestão (sendo a prevalência da Taenia sagi- Trichuris trichiura e Ancilostomideos e dos ovos larvados (17). nata maior que a da Taenia solium) teníases, entre elas a Taenia saginata, A transmissão para o homem e cerca de 300 mil infectados por Taenia solium, Hymenolepis nana, em ocorre através da ingestão dos Cysticercus cellulosae. No Brasil, os menor frequência (14). ovos infectantes do parasita, proce- dados disponíveis sinalizam para os A espécie Ascaris lumbricoides é a dentes do solo, água ou alimentos estados do Rio Grande do Sul, Paraná melhor conhecida entre os nematóde- contaminados com fezes humanas. e Santa Catarina como os de maior os por ser muito comum na espécie Após a ingestão dos ovos infecta- incidência dessa parasitose. Uma das humana. As crianças são as mais atin- dos, estes eclodem no duodeno, medidas mais eficazes no controle da gidas e apresentam as repercussões liberando as larvas que atravessam teníase/cisticercose é a promoção clínicas mais significativas da infecção a parede intestinal e penetram no de trabalho educativo da população, parasitária (15). sistema venoso portal, de onde são com aplicação prática dos princípios É a infecção helmíntica mais co- levadas ao fígado, coração e pul- básicos de higiene pessoal e o co- mum em humanos. Estima-se que mões, transformando-se em larvas nhecimento dos principais meios de 25% da população mundial abriga o do quarto estádio. Ao atravessarem contaminação (21). Ascaris lumbricoides. No Brasil estima- os alvéolos, passam a ser larvas de Segundo o autor Goldman (22), -se que em torno de 50 milhões de quinto estádio e migram para as vias a amebíase humana é causada pelo pessoas possam estar afetadas. Esta aéreas superiores e faringe, sendo protozoário entérico Entamoeba his- prevalência é explicada pela alta ca- deglutidas e levadas até o intestino tolytica. Esse parasito infecta 1% da pacidade de a fêmea gerar prole (uma delgado. Neste local tornam-se adul- população mundial e a doença atinge só fêmea é capaz de liberar até 27 tos jovens cerca de 20 a 30 dias após especialmente as regiões pobres e em milhões de ovos durante o curso da a ingestão dos ovos larvados. Inicia- desenvolvimento. infecção) e pela alta resistência dos -se, então, o processo de maturação ovos ao meio externo (16). sexual e a oviposição (18). Os cistos de Entamoeba sp de acordo com Neves (23) são esféricos Trata-se do nematelminto de maior A patogenia do verme adulto se ou ovais, medindo 8 a 20 μm de di- tamanho, com o adulto variando de deve à ação mecânica na luz intestinal, âmetro. Em preparações sem colora- 15 a 40 cm de comprimento, sendo ação traumática e espoliadora, ação ção ou a fresco, eles aparecem como as fêmeas maiores e mais cilíndricas, antiinflamatória, tóxica e alergizante. corpúsculos hialinos, claros, às vezes podendo chegar até 49 cm. Localiza- A mobilidade do Ascaris lumbricoides de coloração palha, com as paredes -se preferencialmente no intestino é exacerbada em situações de estres- refrigentes. Os núcleos são pouco 106 NewsLab - edição 116 - 2013 visíveis. Quando corado pelo lugol ou as manifestações clínicas do paciente contaminados os principais veículos pela hematoxilina férrica, os núcleos infectado vão depender dos fatores de transmissão (26). tornam-se visíveis e variam de um a relacionados com o parasito (cepa, Araújo et al (21) citam que a quatro, tomando a cor escura. Verone- número de cistos ingeridos), da res- elevada prevalência das enteropara- si (24) explica que sob condições ad- posta do hospedeiro (idade, exposição sitoses provoca o desenvolvimento versas os trofozoítos passam para os prévia, estado imune, nutrição, ph das patogenias que são quase sempre estágios pré-císticos e císticos dentro do suco gástrico) e da duração da negligenciadas e esquecidas, já que do cólon (...). Os cistos são redondos infecção. De uma maneira didática os sintomas clínicos são inespecíficos e contêm quatro núcleos. pode-se classificar a giardíase em ou confundidos com os de outras A Giardia lamblia é um proto- três manifestações clínicas principais: doenças, ficando os indivíduos pa- zoário que possui uma distribuição forma assintomática, forma aguda e rasitados por longos anos, de forma geográfica muito ampla e é em geral diarreia crônica (14). silenciosa e inaparente, causando danos principalmente às crianças. assintomática, mas também pode A forma assintomática (portador estar relacionada com quadros clíni- assintomático) caracteriza-se por ser A Câmara Municipal de Uru- cos de diarreia aguda ou com formas a mais encontrada em crianças e adul- guaiana (27) afirma que cerca de crônicas e má absorção intestinal tos e o indivíduo infectado pode con- 90% da área urbana da cidade de além do que, os quadros sintomáticos tinuar eliminando cistos nas fezes por Uruguaiana não está atendida pelo predominam em crianças menores de um período de até seis meses (17). serviço de saneamento básico, com A maioria dos pacientes tem quei- isso destaca-se a importância da A giardíase é uma parasitose xas gastrointestinais inespecíficas. pesquisa, alertando a comunidade intestinal de distribuição universal, Sintomas relatados em ordem decres- sobre os problemas relacionados com afetando tanto países desenvolvidos cente de frequência incluem diarreia, saneamento básico. como subdesenvolvidos. No Brasil, fadiga, dor abdominal, distensão, Acredita-se que o primeiro tra- sua maior prevalência está nas regiões flatulência, perda de peso, febre e balho publicado do município de de clima temperado, como a região vômitos (25). Uruguaiana foi realizado por Chaves cinco anos (18). sul. A transmissão dessa doença está O diagnóstico clínico é feito pela et al (28), onde os dados levantados relacionada com a capacidade de o história de diarreia prolongada, sem indicam um elevado índice de para- cisto se manter no ambiente externo muco, pus ou sangue, com perda sitismo devido à falta de saneamento por dois a três meses e de ser resis- ponderal, intolerância à lactose e pela básico na cidade. tente à cloração habitual da água e à história epidemiológica (17). umidade. Geralmente são destruídos Devem-se analisar os fatos expe- O diagnóstico laboratorial é feito rimentais para que se chegue a um pela identificação de cistos ou trofo- ponto de partida do problema e a A ingestão de cistos infectantes se zoítos no exame direto de fezes ou partir daí exporem-se os resultados dá por meio de água e alimentos crus identificação de trofozoítos no fluído aos governantes municipais para contaminados, mas a via fecal-oral duodenal, obtido através de aspiração. que tomem as devidas providencias, também pode ser realizada direta- A detecção de antígenos pode ser pois Ferreira (11) salientou que há mente, de indivíduo para indivíduo, realizada pelo Elisa, com confirmação mais de 25 anos há necessidade de sendo frequente em asilos e creches. diagnóstica. Em raras ocasiões, po- desenvolvimento de uma política A infecção pode ocorrer também pelo derá ser realizada biópsia duodenal, sanitária nacional para o combate contato com animais domésticos in- com identificação de trofozoítos (10). às parasitoses intestinais, uma vez fectados (cão e gato), pois a Giardia Esses agentes etiológicos apre- que as infecções estão vinculadas lamblia parasita o trato intestinal sentam ciclos evolutivos que contam ao subdesenvolvimento, à falta de desses animais e o ser humano é in- com períodos de parasitose humana, saneamento ambiental, a falhas na fectado pelo contato fecal-oral, porém períodos de vida livre no ambiente educação e informação sanitária. alguns pesquisadores discutem essa e períodos de parasitose em outros Com o agregamento destes co- forma de transmissão (5). animais. A infecção humana é mais nhecimentos pode-se prevenir epide- Após um período de incubação, comum em crianças, por meio da via mias e chegar a um melhor suporte que varia de uma ou duas semanas, oral-fecal, sendo águas e alimentos para futuros diagnósticos eficazes. pelo calor (3). 108 NewsLab - edição 116 - 2013 Métodos banner, o interesse dos pais aumen- resse de seus filhos, o que facilitou tou muito, pois alguns não haviam bastante o procedimento. Os bilhetes Divulgações do trabalho demonstrado intenção em participar para a solicitação das autorizações O trabalho deu-se principalmente das reuniões quando do envio dos eram enviados na mochila dos alunos com a colaboração dos pais/respon- bilhetes de chamamento e alegaram e os pais retornavam com o bilhete sáveis pelos alunos, pois eles foram estar em horário de serviço quando do devidamente assinado, autorizando a as pessoas encarregadas em trazer horário das mesmas. Então buscou- para o recebimento do coletor, o que as amostras coletadas. Devido à -se um horário alternativo para estes proporcionou aos pais que não podiam necessidade de compreensão da im- pais e fomos ao seu encontro. Em frequentar as reuniões ou estar em portância do trabalho realizado e da alguns casos agendaram-se horários determinado horário a escola, pudes- sua importância como agente decisivo extras em grupos. Muitos dos pais sem participar. no processo, foram efetuadas primei- que participaram ficaram como mul- ramente palestras para informações tiplicadores do projeto, e recebemos Critérios para a inclusão e para sobre a importância de se prevenir a ajuda muito bem-vinda do CPM da exclusão e/ou exterminar as parasitoses e escola, principalmente por parte do Consideraram-se como critérios de eventuais esclarecimentos sobre como presidente, que foi quem intermediou inclusão no grupo de estudo, a criança transcorreria o trabalho, bem como com os pais algumas coletas. Ao par- ser aluno(a) do 1° ao 3° ano da E. E. deveriam ser coletadas as amostras. ticipar das rematrículas dos filhos e E. F. Paso de Los Libres e o livre con- As palestras ocorreram entre a se- quando das reuniões, eram coletadas sentimento dos pais ou responsáveis gunda quinzena de abril e a primeira as autorizações dos pais para que após o esclarecimento. Foram exclu- semana de maio de 2011. se fizessem as análises e os mes- ídas do estudo as crianças das quais não foram obtidas as amostras. Durante palestra realizada com mos eram orientados que poderiam cada grupo de pais (grupo 1: 1 os desistir do procedimento a qualquer anos, grupo 2: 2os anos e grupo 3: momento. A partir das autorizações 3 os anos) foi fornecido o coletor com os pais, passamos ao trabalho De acordo com as reuniões, foram (coletor universal estéril, Marca J. de conscientização e esclarecimento estabelecidas as datas por turma a Prolab, todos sob o lote n°13885, com os pequenos, a respeito de seus serem entregues as amostras, fican- capacidade 80g, sem conservante) hábitos de higiene e de como deve- do as orientações agendadas com as e acordada a data que cada um dos riam proceder para que não houvesse professoras e também com envio de grupos deveria proceder a coleta uma infestação por parasitas ou para bilhetes em datas anteriores à coleta da amostra e o horário em que de- que não os adquirissem através da para não haver esquecimento. veriam encaminhá-la à escola. Sa- falta de higienização das mãos após lientando sempre a necessidade de as evacuações. Do recebimento das amostras As datas foram agendadas conforme organizado anteriormente para obterem-se amostras frescas, muito Para que as conversas e orienta- coincidir com as datas disponíveis para bem armazenadas e devidamente ções com os pequenos se tornassem o trabalho de análise no Laboratório identificadas. Quando da entrega mais interessantes e lúdicas, foram de Parasitologia. destas amostras, as mesmas foram utilizadas ilustrações dos bichinhos que As amostras foram entregues entre levadas ao laboratório para análise foram a temática da faixa e do banner. a primeira semana do mês de maio e a o mais breve possível. As turmas foram organizadas de primeira semana do mês de junho de Aos pais que não haviam fre- forma que se pudesse atender a todas 2011. Todas agendadas para segunda- quentado as reuniões e como forma sem distinção e com datas próximas. -feira pela parte da manhã (para alu- de alertá-los para a importância da As crianças receberam a novidade nos do turno da manhã) e quinta-feira melhoria da saúde de seus filhos, com bastante empolgação e também ou sexta-feira à tarde (para alunos do foram confeccionados uma faixa e receberam as orientações de como turno da tarde). As amostras eram um banner, que foram colocados na deveriam proceder para a coleta do recebidas e encaminhadas para aná- fachada da escola e em sua entrada, material em seu devido “potinho”. lise, visto que havia a necessidade de respectivamente. Muitos pais demonstraram interesse aguardar sua sedimentação por no em proceder a coleta após o inte- mínimo 2h. Após a colocação da faixa e do NewsLab - edição 116 - 2013 109 Materiais utilizados para serem *examinadas ao micros- e oito amostras do 3° ano. Das 34 para as análises l cópio (marca Olympus, pertencentes amostras parasitadas (parasitadas, Coletor universal sem conservante, ao Laboratório de Parasitologia) em neste estudo adotou-se a designa- marca J.Prolab, capacidade 80g, objetivas de 10 x e 40 x. ção de albergadas por apenas um Lote: 13885, válidos até 06/13. l Filtros com gaze, descartáveis, mar- *Todas as análises foram realizadas em triplicata. parasita), 30 encontravam-se com cistos de Giárdia lamblia e quatro ca Descarplas. com presença de ovos de Ascaris l Copos de sedimentação descartá- lumbricoides. Das 18 amostras poli- l Lâminas Perfecta. l Lamínulas Perfecta. l l veis. Resultados parasitadas, seis encontravam-se no 1° ano, estando cinco delas com cis- Foram entregues 100 coletores tos de Giardia lamblia e presença de Pipeta. universais durante as entrevistas e ovos de Ascaris lumbricoides e uma Palitos de madeira. via pedidos por autorização. Destes, delas infestada com cistos de Giárdia l Bastão de vidro. retornaram 78 com as amostras para lamblia, cistos de Entamoeba sp. e l Água destilada. análise. Das 78 amostras analisadas, presença de ovos de Ascaris lumbri- 26 (33,3%) apresentaram resultado coides, quatro delas estavam no 2° negativo para parasitose e 52 (66,7%) ano, sendo três amostras contendo Após o recebimento das amos- foram consideradas parasitadas; cistos de Giárdia lamblia e presença tras em coletor universal, estando dentre elas, 18 (34,65%) apresen- de ovos de Ascaris lumbricoides e sem conservante, as amostras foram taram quadro de poliparasitose e 34 um com cistos de Giardia lamblia, mantidas refrigeradas para sua con- (65,35%) de parasitose (Gráfico 1). cistos de Entamoeba sp e ovos de Realização das análises Ascaris lumbricoides (chegando-se a servação, enquanto do preparo dos utensílios utilizados. Foi utilizado o Tabulação dos resultados visualizar 12 unidades por campo), o Método de Hoffman, Pons & Janer ou encontrados que caracteriza uma infecção maciça. HPJ – (centrifugação e sedimentação Os dados encontrados foram tabu- No 3° ano estavam localizadas oito espontânea). Utilizado para identifi- lados de acordo com a série e sexo amostras poliparasitadas, sendo cinco cação das diversas infestações para- dos indivíduos participantes, bem infestadas por cistos de Giardia lam- sitárias (ovos e larvas de helmintos e como o nível de parasitose em que blia e ovos de Ascaris lumbricoides cistos de protozoários) e na triagem se encontravam. Foram encontradas e três albergavam cistos de Giardia das infecções intestinais. A intensida- 26 amostras não parasitadas, sendo lamblia, cistos de Entamoeba sp e de do parasitismo influi no número de oito do 1° ano, 10 amostras do 2° ano ovos de Ascaris lumbricoides. formas parasitárias eliminadas. Foi retirado do material fecal de 2 a Amostras Analisadas = 78 4 g, homogeneizadas com água destilada e palito de madeira. Em seguida, 35 esta suspensão foi coada através de 30 um funil descartável com gaze incorporada para sua adequada filtração, para um cálice de sedimentação de 25 20 200 ml e seu volume completado com 15 água destilada. Esta suspensão foi 10 deixada em repouso para que ocor- 5 resse uma sedimentação espontânea das estruturas parasitárias e só então, depois de passado 2 a 4 horas, com a ajuda de uma pipeta automática, fo- 0 Parasitadas Não Parasitadas ram coletadas amostras do sedimento, colocadas entre lâmina e lamínula 110 Poliparasitadas Gráfico 1. Comparação entre as amostras não parasitadas, parasitadas e as poliparasitadas Amostras analisadas NewsLab - edição 116 - 2013 Tabela 1. Análises realizadas com amostras dos alunos do 1° ano da E.E.E.F. Paso de Los Libres entre maio-junho/2011 (1° Ano: Turmas 11 e 12) Sexo Não parasitados Parasitados Poliparasitados Feminino 04 08 02 Masculino 04 02 04 Total 08 10 06 Tipos de parasitas encontrados: Giardia lamblia, Entamoeba sp e Ascaris lumbricoides Tabela 2. Análises realizadas com amostras dos alunos do 2° ano da E.E.E.F. Paso de Los Libres entre maio-junho/2011 (2° Ano: Turmas 21 e 22) Sexo Não parasitados Parasitados Poliparasitados Feminino 06 08 01 Masculino 04 02 03 Total 10 10 04 Tipos de parasitas encontrados: Giardia lamblia, Entamoeba sp e Ascaris lumbricoides Tabela 2. Análises realizadas com amostras dos alunos do 3°ano da E.E.E.F. Paso de Los Libres entre Maio-Junho/2011 (3° Ano: Turmas 31 e 32) Sexo Não parasitados Parasitados Poliparasitados Feminino 05 08 04 Masculino 03 06 04 Total 08 14 08 Tipos de parasitas encontrados: Giardia lamblia, Entamoeba sp e Ascaris lumbricoides Discussão Através dos resultados apresentados podemos perceber que das 26 amostras não parasitadas, oito (30,7%) encontravam-se no 1° ano, 10 (38,6%) estavam no 2° ano e oito (30,75%) encontravam-se no 3° ano, demonstrando pouca diferença entre o nível escolar e a não incidência de parasitose. Pelo fato de o nível onde houve o menor número de infestações ser intermediário, desconsidera-se o fato de com o aumento da idade haver um cuidado maior com os hábitos de higiene. Analisando os dados dos alunos parasitados (que albergavam apenas um parasita) obtivemos como total 112 34 amostras, sendo elas 10 (29,5%) do haver um nível de necessidade de no 1° ano, 10 (29,5%) também no medidas educativas e de tratamento, 2° ano e 14 (41%) no 3° ano, veri- bem elevados neste nível de ensino. ficando que os 3os anos possuem um Analisando-se todos os níveis de índice bem maior de infestação por escolaridade aqui apresentados e um parasita, levando a pesquisar correlacionando com os resultados sua relação como decorrente de uma das amostras, pode-se perceber maior infestação por não haver cui- claramente o quanto estes escola- dados necessários, ou interpretar os res encontram-se com sua saúde valores de poliparasitados para poder prejudicada, comprometendo seu avaliar se encontram-se em nível de desenvolvimento intelectual e cog- superioridade ou inferioridade. nitivo, bem como desencadeando Levando-se em conta os resulta- uma cascata de reações adversas dos obtidos para os alunos polipara- pertencentes a estas infestações. Por sitados, houve um número total de resultados deste tipo e considerando 18 crianças, sendo elas, 6 (33,3%) a situação de moradia em que se do 1° ano, 4 (22,2%) do 2° ano e encontra a maioria destes escolares, 8 (44,5%) do 3° ano, estando este tomamos por base as razões para bem acima dos demais, demonstran- tais infestações. Das 52 amostras NewsLab - edição 116 - 2013 positivas, sendo elas parasitadas e Não Parasitados poliparasitadas, podemos perceber o predominante índice de infestações por Giardia lamblia, seguido 1º ano por infestações referentes a Ascaris lumbricoides, com uma pequena 2º ano parcela de indivíduos infectados por 3º ano Entamoeba sp. Ao nos confrontarmos com estes dados e analisando o público-alvo Gráfico 2. Distribuição das amostras não parasitadas entre os alunos participantes do trabalho, pode-se constatar que trata-se da camada mais frágil e desassistida de nossa sociedade, Parasitados nossas crianças. Temos a responsabilidade como profissionais e cidadãos de promover algo para 1º ano 2º ano 3º ano que o esclarecimento chegue a diversas partes de nossa sociedade, principalmente a menos assistida, aquela que se encontra abaixo da linha da pobreza, ou em situação de extrema necessidade, como é o caso dos estudantes dessa escola. Gráfico 3. Comparativo de alunos parasitados em todos os anos O que falta é principalmente esclarecimento e interesse por parte da sociedade em melhorias de condi- Poliparasitados ções de vida. Em países em desenvolvimen1º ano to, a infecção por Giardia lamblia é a causa mais comum de diarreia 2º ano em crianças, por ser um parasito 3º ano cosmopolita, relacionado com nível socioeconômico, cultural e os hábitos de higiene pessoal. Cada residência abriga vários moradores, vivendo as- Gráfico 4. Distribuição de poliparasitados entre os escolares sim com poucos recursos financeiros, o que pode interferir nas condições de higiene favorecendo aparecimen- Espécies de Parasitas Encontrados to de parasitoses (19). Ainda para Neves (23), o encontro dos cistos Giardia lambia Ascaris lumbricoides Entamoeba sp é feito utilizando-se técnicas de concentração como a de flutuação e centrifugação em éter. Pode usar também o método de sedimentação espontânea em água. Ressaltando que foi utilizada a técnica correta para a detecção dos cistos de Giardia Gráfico 5. Distribuição das espécies de parasitas encontrados NewsLab - edição 116 - 2013 lamblia e Entamoeba sp.. 113 Segundo Crompto & Savio- tência, Veronesi (24) ainda relata: forma heterogênea 25% da popu- li (29), parasitas como Giardia “Cloração de água e a desinfecção lação mundial. Para o controle da lamblia, Ascaris lumbricoides e pela luz ultravioleta são eficientes doença, além das medidas gerais de Trichuris trichiura são mais fáceis para destruir os cistos, evidenciada educação em saúde e saneamento, de transmitir (via oral) e os mais em surtos, em piscinas e fontes de são importantes as medidas espe- encontrados nas investigações de abastecimento de água. É necessá- cíficas: evitar as possíveis fontes populações urbanas residentes em rio o aquecimento da água acima de de infecção, bem como noções de áreas de pobreza e miséria. 60ºC”. Explicitando que, com cui- higiene pessoal e na manipulação dos alimentos. De acordo com estes pesqui- dados simples, poderemos deixar sadores e de posse de todos os que mais crianças e suas famílias Os resultados apresentados ten- conhecimentos já estabelecidos, se contaminem, disseminando sur- dem a melhorar com um trabalho de torna-se inviável não acreditar que tos de doenças parasitárias tanto conscientização e indicação por par- se alguma providência não for to- em locais mais, quanto em locais te de pessoas capacitadas, da pres- mada na saúde pública e também menos favorecidos. crição de medicamentos adequados na conscientização da população, as Giardia lambliaé mais frequen- ao extermínio destas parasitoses. infestações se tornarão ainda mais temente encontrada em regiões de O principal ponto é o interesse por severas, podendo causar estragos clima temperado com prevalência de parte de pessoas que detenham os ou lesões ainda maiores. 4% a 30%. A incidência aumenta, conhecimentos necessários, pois a Devido à facilidade de transmis- nas crianças, em grupos popula- comunidade mobiliza-se em prol de são de cistos ao meio ambiente e cionais com condições higiênicas seu objetivo. de não possuirmos uma imunidade precárias, em instituições fechadas O trabalho somente obteve êxi- protetora completa, a prevenção e animais domésticos. É sabido que to porque possuiu como parceiros da infecção requer medidas de os surtos são provenientes da con- a própria comunidade, unida em saúde pública eficientes no trata- taminação de centros de abasteci- função de conhecer sua situação mento da água, como fervê-la por mento de água e, pode disseminar como responsáveis por crianças em um minuto, tratá-la com cloro ou vários agravos. Quanto à infecção, situação de risco de seu aprendi- tintura de iodo a 2% (0,5ml) em Rey (17) diz: zado e de sua sanidade em geral, 60 minutos ou por toda noite antes “(...) a infecção pode provir do pois são expostas diariamente a consumo de água poluída com de- esgotos a céu aberto e a moradias Mesmo nos países desenvolvi- jetos humanos e, menos frequente- sem a mínima estrutura e condição dos, ainda encontramos grande mente, de alimentos contaminados sanitária. disseminação da E. histolytica, com matéria fecal; ou das mãos Após a realização destas análi- indicando ser o portador assinto- sujas de indivíduos infectados, ao ses, não foi possível por motivo de mático o grande responsável, por prestar serviços pessoais; assim tempo hábil, concretizar o desejo isso seria de grande valia o exa- como de relações entre homosse- de extinguir as parasitoses conhe- me frequente dos manipuladores xuais e, portadores sãos parecem cidas, porém, o próximo passo será de alimentos para a detecção e mais importantes na transmissão juntamente com a Secretaria de tratamento dos portadores assin- que os doentes”. Saúde do Município que disponi- de consumi-la (19). tomáticos. Outro fator profilático Assim, podemos observar que as bilizará o profissional da medicina importante é o combate às mos- parasitoses intestinais ou enteropa- capacitado para a prescrição dos cas. Com finalidade doméstica, é rasitoses permanecem como um dos medicamentos que serão fornecidos possível evitar a ingestão de cistos grandes problemas de saúde pública pelos pesquisadores. viáveis, procurando lavar bem to- em todo o mundo, com agravo sig- dos os alimentos crus. Com esse nificativo nos países em desenvolvi- procedimento os cistos morrem. mento. Elas decorrem da presença Correspondências para: Em seguida, lavam-se as verduras de macroparasitas, os helmintos, Fernanda Comarú da Silva de Mello em água potável (22). ou microparasitas, os protozoários, [email protected] Por sua capacidade de resis- 114 no intestino e comprometem de NewsLab - edição 116 - 2013 Referências Bibliográficas 1. Ferreira, UM, Ferreira CS, Monteiro CA.Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1984-1996). Rev Saúde Pública 2000, 34(6). 2. Marques SMT, Bandeira C, Marinho de Quadros R. Prevalência de enteroparasitoses em Concórdia, Santa Catarina, Brasil. Parasitologia Latinoamericana. 2005, 60 (1-2): 78-81. 3. Ludwig KM, Frei F, Alvares Filho F, Ribeiro-Paes JT. Correlação entre condições de saneamento básico e parasitoses intestinais na população de Assis, Estado de São Paulo. Rev Soc Bras de Med Trop 1999, 32 (5). 4. Ferreira CB, Junior OM. Enteroparasitoses em escolares do distrito de Martinésia, Uberlândia, MG: um estudo-piloto. Rev Soc Bras de Med Trop 1997, 30(5): 373-377. 5. Tavares-Dias M, Grandini AA. Prevalência e aspectos epidemiológicos de enteroparasitoses na população de São José da Bela Vista, São Paulo, Rev Soc Bras de Med Trop 1999, 32:63-65. 6. Uchôa CMA, Lobo AGB, Bastos OMP, Matos AD. Parasitoses intestinais: prevalência em creches comunitárias da cidade de Niterói, Rio de Janeiro – Brasil. Rev Inst Adolfo Lutz 2001, 60(2): 97-101. 7. Pinheiro RO, Breguêz JMM, Baptista JLT, Silva GMS. Ocorrência de parasitas intestinais entre crianças do pré-escolar de duas escolas em Vassouras, RJ. Rev Bras de Farm 2007, 88(2): 98-99. 8. Ferreira GR, Andrade CFS. Alguns aspectos socioeconômicos relacionados a parasitoses intestinais e avaliação de uma intervenção educativa em escolares de Estiva Gerbi, SP. Rev Soc Bras de Med Trop 2005, 38(5): 402-405. 9. Coelho LMPS. Ovos e Larvas de Helmintos nos sanitários de pré-escolas municipais de Sorocaba, SP e suas frequências nas fezes das crianças. Rev Soc Bras de Med Trop 1999, 32(6): 647-652. 10. Hickman JC, Cleveland P, Roberts LS, Larson, A. Princípios integrados de zoologia. 11ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 11. Ferreira P. Ocorrência de parasitas e comensais intestinais em crianças de escolas localizadas em assentamento de sem terras em Campo Florido Minas Gerais – Brasil. Rev Soc Bras de Med Trop 2003, 36 (1): 109-111. 12. Prado MS, Barreto ML, Strina A, Faria JAS, Nobre AA, Jesus SR. Prevalência e intensidade da infecção por parasitas intestinais em crianças na idade escolar na Cidade de Salvador (Bahia, Brasil). Rev Soc Bras de Med Trop 2001, 34 (1). 13. Cimerman B, Cimerman S. Parasitologia Humana e seus Fundamentos Gerais. 2ª edição. São Paulo: Atheneu, 2010. 14. Vallada EP. Manual de exames de fezes - Coprologia e Parasitologia. São Paulo: Atheneu, 1998. 15. Campos, MR. Distribuição espacial da infecção por Ascaris lumbricoides. Rev Saúde Pública 2002; 36 (1). Disponível em: http://www. scielo.br/scielo. 16. Khuroo MS, Ascariasis. Gastroenterol. Clin. North. Am. 25: 553-560. 17. Rey L. Bases da Parasitologia Médica. 2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 18. Rey L. Bases da Parasitologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1992. 19. Neves DP, Neto JBB. Atlas Didático de Parasitologia. 2ª edição. São Paulo: Atheneu, 1995. 20. Wasadikar PP. Intestinal obstruction due to ascariasis. Brit J Surg 1997; 84(3): 410-412. 21. Araújo CF. Incidência de enteroparasitoses em localidades atendidas pelo comando da aeronáutica no estado do Amazonas. RMAB, Rio de Janeiro, 55 (½) 2005. Disponível em: http://www.dirsa.aer.mil.br/Revistas/. 22. Goldman L, Ausiello D.Tratado de Medicina Interna. 22ª edição. Rio de Janeiro: Saunders; 2005. 23. Neves DP. Parasitologia Humana. 11ª edição. São Paulo: Atheneu, 2010. 24. Veronesi R, Focaggia R.Tratado de Infectologia. 3ª edição. São Paulo: Atheneu, 2005. 25. Osterholm MT, Forfang JC, Ristinen DL, Dean AG, Washburn JW, Godes JR, Rude RA, McCullough JG. An Outbreak of Foodborne Giardiasis. N Engl J Med 1981; 304:24-28. 26. Toscani NV, Santos AJDS, Silva LLM, Tonial CT, Chazan M, Wiebbelling AMP, Mezzari A. Desenvolvimento e análise de jogo educativo para crianças visando à prevenção de doenças parasitológicas. Interface – Comunicação, Saúde, Educação (Botucatu) 2007, 11(22). 27. Câmara Municipal de Vereadores de Uruguaiana/RS - Site Oficial, Disponível em: http://www.camarauruguaiana.rs.gov.br/?p=203. 28. Chaves SEM, Velasquez L, Lopes K, Flores J, Oliveira L, Rizzi L, Fares EY, Querol M. Levantamento de Protozoonoses e Verminoses nas sete creches municipais de Uruguaiana, Rio Grande do Sul - Brasil. Rev Bras de Análises Clínicas 2006, 38 (1): 39-41. 29. Crompto DW, Savioli L. Intestinal parasitic infections and urbanization. Bull World Health Organ. 1993; 71(1). NewsLab - edição 116 - 2013 115 Artigo Análise Bibliográfica dos Microrganismos Encontrados com Maior Frequência em Infecções do Trato Urinário Guilherme de Oliveira Cezar1, Vanessa Danesi dos Santos2, Cláudia Funchal3 1 – Biomédico, graduado pelo Centro Universitário Metodista do IPA 2 – Biomédica, graduada pelo Centro Universitário Metodista do IPA 3 – Farmacêutica e Bioquímica, Mestre e Doutora em Ciências Biológicas: Bioquímica, Professora do Centro Universitário Metodista do IPA Resumo Summary Análise bibliográfica dos microrganismos encontrados com maior frequência em infecções do trato urinário Literature review of the microorganisms found more frequently in urinary tract infections A infecção do trato urinário é uma resposta inflamatória frente The urinary tract infection is an inflammatory response à invasão bacteriana. Esta patologia atinge cerca de 6% dos in- against the bacterial invasion. This disorder affects about 6% of divíduos, sendo caracterizada como a infecção bacteriana mais individuals, characterized as the most common bacterial infec- comum. Neste contexto, este estudo tem como objetivo identificar tion. In this context, this study aims to identify the pathogens most quais os patógenos mais encontrados pela literatura em infecções commonly found in the literature on urinary tract infections. Ac- do trato urinário. De acordo com diversos dados na literatura, cording to several published data, it is observed that Escherichia observa-se que a Escherichia coli é o principal patógeno relacio- coli is the major pathogen related to urinary tract infections and nado a infecções do trato urinário e que o gênero Klebsiella sp. é that Klebsiella sp. is the second most commonly found in urinary o segundo mais encontrado em infecções urinárias. Portanto, é de infections. Therefore, it is of great importance to knowledge the grande importância o conhecimento dos microrganismos encon- microorganisms found in urinary tract infections so that health trados em infecções do trato urinário para que os profissionais da professionals can ensure a rapid and accurate diagnosis and área da saúde possam garantir um diagnóstico rápido e preciso effective treatment e um tratamento eficaz. Palavras-chave: infecção, trato urinário, etiologia, microrganismos Introdução A Keywords: Infection, urinary tract, etiology, microorganisms Após esta idade torna-se superior no sexo feminino (1). Esta patologia pode apresentar-se de forma assintomática ou com infecção do trato urinário A maior prevalência em recém- a presença de sintomas, variando (ITU) é uma resposta infla- -nascidos do sexo masculino é ex- de acordo com: sexo, idade, órgão matória do organismo frente plicada pelo aparecimento de mal- atingido e características anatômi- à invasão bacteriana (1). Esta patolo- -formações congênitas na válvula cas do trato urinário. Nas crianças gia atinge cerca de 6% dos indivíduos, da uretra superior (2). Sabe-se que entre dois meses e dois anos esta sendo caracterizada como a infecção a frequência da infecção urinária patologia é bastante frequente e bacteriana mais comum. É conside- aumenta conforme a idade. Para as gera riscos de lesões renais, porém rado um importante problema pedi- mulheres atinge cerca de 35% entre os sintomas são bastantes inespe- átrico, sendo a segunda maior causa 36 e 65 anos, e 40% acima dos 65 cíficos (3). Em adultos, os sintomas de infecção bacteriana em crianças. A anos. Para os homens a frequência é clínicos característicos são a disúria, prevalência deste tipo de infecção até baixa até os 35 anos, posterior a isso aumento da frequência e urgência o 1º ano de vida é maior em indivíduos ela sobe para 20% e atinge 35% dos ao urinar, dor no baixo ventre, cala- do sexo masculino, atingindo 2,7%. homens acima de 65 anos (1). frios e, eventualmente, dor lombar. 118 NewsLab - edição 116 - 2013 Nos idosos e nas crianças o principal tudo tem como objetivo identificar na urocultura. O agente etiológico sintoma é dor abdominal (2). quais os patógenos mais encontrados mais encontrado foi a Escherichia Diversos fatores podem predispor pela literatura em infecções do trato coli (61%), seguida pela Klebsiella à infecção urinária, como por exem- urinário, visando ampliar o conheci- sp. (14%), Proteus sp. (11%) e En- plo, a obstrução do trato urinário, a mento científico na área e permitir um terococcos sp. (7%). Em 17% dos cateterização urinária, a gravidez, maior direcionamento das técnicas de casos foram identificados mais de um pacientes com Diabetes Melitos, re- diagnóstico utilizadas na identificação agente etiológico. fluxo vésico-uretral, relações sexuais, do agente etiológico, bem como o prostatismo, idade avançada e trans- tratamento. padrão-ouro a cultura quantitativa e Coutinho (8) no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa plante renal (2). Para o diagnóstico utiliza-se como Outro estudo, realizado por Stamm Materiais e Métodos Catarina (UFSC), no período de maio a dezembro de 1993, analisou a urina de 136 pacientes maiores de 15 de urina, e a amostra mais confiável seria a coletada por punção suprapú- Para contemplar o objetivo, bus- anos submetidos a cateterismo. Dos bica. Porém, esta é uma metodologia cou-se fazer uma revisão de literatura pacientes analisados 15 (11%) apre- invasiva e desconfortável, dando-se em bases de dados de artigos cientí- sentaram resultado positivo na uro- preferência à coleta do jato interme- ficos como Pubmed, Science Direct, cultura, caracterizando a presença de diário de urina ou, para menores de Scopus e Scielo. A busca de artigos ITU. O microrganismo mais frequente dois anos de idade, o saco coletor de nestas bases de dados foi limitada foi a Escherichia coli, encontrada em urina. Alguns outros testes prévios a publicações com os indexadores: 40,2% dos casos, seguida de Entero- podem ser realizados já que a cultura infecção urinária e agentes etiológi- bacter sp. (26,8%), Staphylococcos leva no mínimo 24h para a liberação cos. Foram incluídos os artigos em sp. (13,4%), Staphylococcos aureus do resultado, como por exemplo: a língua inglesa e portuguesa publicados (6,7%) e Candida albicans (6,7%). visualização de leucócitos e bactérias entre o ano de 1997 e 2010. Com a Menezes (9), em estudo realiza- no microscópio, pesquisa de esterase finalidade de compararmos o perfil do com 1.197 amostras de urina de leucocitária e a presença de nitrito na etiológico encontrado nas infecções pacientes da Santa Casa, Ceará, en- urina (4). Estes testes não devem ser do trato urinário com o decorrer dos contraram positividade para bactérias utilizados em substituição à cultura de anos, dividiu-se este estudo em dois do gênero Serratia sp. em 15 (1,3%) urina, pois apresentam elevado núme- grupos: estudos realizados até 2005 amostras. As espécies encontradas ro de resultados falsos-negativos (5). e após 2005. minantes do trato urinário, as bactérias gram negativas representam foram S. liquefaciens, S. adorifera e S. rubidaea. Dos agentes etiológicos conta- Resultados e Discussão Já em estudo realizado com crianças africanas menores de um ano de idade, Adjei & Opoku (10) analisaram 95% dos casos e as gram positivas apenas 5% (6). O agente etiológico Prevalência dos diferentes agen- amostras de 150 crianças com sinto- mais comumente encontrado é a tes etiológicos no período de 1993 mas de UTI das quais 45 (30%) foram Escherichia coli. Esta maior frequ- a 2005 positivas. Assim, como os demais es- ência é explicada pelo fato de este Foram analisados seis estudos tudos já mencionados, a Escherichia microrganismo apresentar estruturas publicados entre os anos de 1993 e coli foi a mais prevalente atingindo (fímbrias) que facilitam a coloniza- 2005. Na Tabela 1 podemos observar 33,3% dos casos, Proteus sp. 22,2%, ção. Outros agentes que podemos de forma resumida as prevalências S. aureus e Klebsiella sp. 11,1%. citar são o Proteus sp., Klebsiella sp., de alguns dos agentes etiológicos Estudo realizado entre janeiro e Enterobacter sp., Acinetobacter sp., mais encontrados neste período nos dezembro de 2001 analisou 858 amos- Pseudomonas sp. e Staphylococcus estudos analisados. tras de urina coletada por cateter de Estudo realizado por Larson et al. pacientes com sondagem vesical de (7) utilizou 159 pacientes maiores demora. Destes, 674 (78,6%) foram Neste contexto, devido à grande de 18 anos que apresentavam sinto- positivos para a presença de bactérias frequência desta patologia, este es- mas de ITU e com resultado positivo superior a 100.000 UFC/mL. O tipo saprophyticus, os quais aparecem em menor frequência (2). NewsLab - edição 116 - 2013 119 bacteriano mais encontrado foi o Ba- predominou, sendo responsável por total foram analisadas 223 amostras cilo Gram Negativo não fermentador 61,2% das infecções. A segunda bac- das quais 54 (24,2%) apresentaram (BGN-NF) aparecendo em 49,2% dos téria mais encontrada foi a Klebsiella urocultura positiva. A Escherichia coli casos, as Enterobactérias estiveram pneumoneae (6,9%), seguida pelo foi o agente etiológico presente em presentes em 42,6% dos casos e os Enterobacter clocae (3,5%), Proteus 56% das amostras, a Klebsiella sp. Cocos Gram Positivos e as leveduras mirabilis (2,9%), Enterococcos faeca- em 10%, Enterococcos sp. em 9% e em 8,3%. O agente etiológico mais lis (2,9%), Streptococcos epidermidis Pseudomonas aeroginosa e Proteus prevalente foi a Pseudomonas aero- (2,7%), Citrobacter koseri (2,7%), mirabilis 7% cada um. ginosa (42,77%). A Escherichia coli Streptococcos agalacteae (2,5%), Entre janeiro de 1992 e dezembro atingiu 13,7%, Cândida sp. 7,8%, Staphylococcos saprophyticos (2,2%), de 2001 foi realizado um estudo no Acinetobacter sp. 6,4%, Klebsiella Staphylococcos aureus (1,1%), além Departamento da Faculdade de Me- pneumoneae 6,4%, Enterobacter sp de outros microrganismos com inci- dicina de Botucatu, da Universidade 4% e os demais patógenos encontra- dência menor que 1%. Estadual de São Paulo (UNESP), onde dos apresentaram índices inferiores a 3,1% (11). Sato et al. (12), no período de abril/2004 a março/2005, analisaram foram utilizadas amostras de 95 crianPrevalência dos diferentes agen- ças entre 0 e 11 anos com infecção tes etiológicos no período de 2005 urinária. As amostras foram coletadas a 2010 por cateterização vesical em menores 3.426 amostras de pacientes maiores Para o período compreendido entre de dois anos, e por jato intermediário de 18 anos, na Secretaria da Saúde o ano de 2005 e 2010 foram igualmen- nas crianças maiores de dois anos. de Maringá, Paraná. Eles encontraram te analisados seis diferentes estudos. Encontrou-se que 49,5% das crianças positividade em 13,1% (448) das Na Tabela 2 podemos encontrar os apresentaram infecção urinária recor- amostras, as idades dos pacientes resultados destes estudos. rente, no período de um ano após o variaram entre 18 e 94 anos. Nesher et al. (13) realizaram 1º episódio, sendo mais frequente em Os microrganismos responsáveis um estudo com pacientes do Centro crianças maiores de dois anos. A Es- pela infecção foram de diversas Universitário Soroka, em Israel, que cherichia coli foi encontrada em 83,3% espécies, porém a Escherichia coli apresentavam sintomas de ITU. Ao das crianças que não apresentaram Tabela 1. Frequência dos agentes etiológicos mais encontrados em infecções do trato urinário (ITU) em estudos realizados no período entre 1997 e 2005 Estudos/ Agentes Etiológicos Escherichia coli Klebsiella sp. Proteus sp. Larson et al., 1997 61 14 11 7 Stamm & Coutinho, 1999 40 -- -- Menezes et al., 2004 -- -- Adjei & Opoku, 2004 33,3 Luchetti et al., 2005 Staphylococcos sp. Candida sp. Serratia sp. Pseudomonas aeroginosa Acinetobacter sp -- -- -- -- -- -- -- 26,8 20,1 6,7 -- -- -- -- -- -- -- -- 1,3 -- -- 11,1 22,2 -- -- 11 -- -- -- -- 13,7 6,4 -- -- 4 -- 7,8 -- 42,8 6,4 Sato et al., 2005 61,2 6,9 2,9 2,9 3,5 3,3 -- -- -- -- Média 41,8 7,7 7,2 2 6,9 6,9 2,9 0,2 5,6 1,3 120 Enterococcos Enterobacter sp. sp. NewsLab - edição 116 - 2013 Tabela 2. Frequência dos agentes etiológicos mais encontrados em infecções do trato urinário (ITU) em estudos realizados no período entre 2006 e 2010 Estudos/ Agentes Etiológicos Escherichia coli Klebsiella sp. Proteus sp. Enterococcos sp. Enterobacter sp. Staphylococcos sp. Streptococcos B-hemolíticos Pseudomonas aeroginosa Nesher et al., 2006 56 10 7 9 -- -- -- 7 Riyuzo et al., 2007* 70,6 10,5 10,5 -- 2,1 -- -- 3,6 Braoios et al., 2009 65,9 6,1 5,5 <2 2,9 <2 -- <2 Guneysel et al., 2009 54,5 4 -- -- 1 2 2 -- Ismaili et al., 2010 88 7 -- -- 2 2 -- -- Weisz et al., 2010 74 1,7 2,3 5,2 2,3 -- -- 1,7 68,1 6,6 4,2 2,7 1,7 1 0,3 2,4 Média Os resultados são apresentados em porcentagem (%) de casos *Neste estudo foi feita a média da frequência dos casos com e sem infecção recorrente infecção urinária recorrente, seguida casos, seguida por Proteus mirabilis 62,3% (99) foram positivas. A Es- pelo Proteus sp. com 8,4% e Klebsiella (5,5%), Enterobacter sp. (2,9%) e cherichia coli esteve presente em sp. e Enterobacter sp. com 4,2%. Já Staphylococcos saprophyticos (2,8%). 54,5% dos casos, Klebsiella sp. em nas crianças que apresentaram infec- Outras bactérias como Citrobacter sp., 4%, Staphylococcos saprophyticos ção recorrente, a maior prevalência Staphylococcos aureus, Streptococcos e Streptococcos B-hemolíticos em foi de Escherichia coli com 57,9%, agalacteae, Enterococcos e Pseudo- 2% e Enterobacter aerogenes em Klebsiella sp. com 16,8%, Proteus sp. monas sp. apresentaram prevalência 1%. Encontrou-se alta prevalência com 12,6%, Pseudomonas sp. com menor que 2%. Observou-se também de amostras com presença de mais 7,3% e Citrobacter com 3,1% (14). que a Escherichia coli apresenta maior de um agente etiológico (36,4%). Em estudo realizado por Braoios prevalência na faixa etária de 0 a 19 Em Bruxelas, Bélgica, entre julho et al. (15), na Faculdade de Farmácia anos (89,4%), caindo na faixa etária de 2006 e julho de 2007, um estu- da Universidade do Oeste Paulista dos 20 e 49 anos (51,4%) e voltando do realizado por Ismaili et al. (17) (Unoeste), no período compreendido a elevar-se após os 50 anos (67,7%). analisou a prevalência dos diferentes entre janeiro de 2006 e dezembro Guneysel et al. (16), no período agentes etiológicos de infecções uri- de 2007, foram realizadas 12.869 entre junho de 2004 e maio de 2005, nárias em crianças de 0 a três meses uroculturas em pacientes com sinto- realizaram a análise de 159 amostras de idade. Ao total foram 43 crianças mas de ITU com idade entre 0 e 84 de urina de pacientes do Departa- analisadas, em 31 casos a amostra anos. Destas análises 1.252 (9,7%) mento de Medicina Emergencial da foi coletada por cateterização e em foram positivas. O maior predomínio Universidade de Marmara, Istan- 12 por punção suprapúbica. Escheri- foi de Enterobactérias (84,4%) sendo bul, que apresentavam sintomas chia coli estava presente em 88% dos a Escherichia coli responsável por de ITU não complicada (aumento casos, Klebsiella pneumoneae em 7% 65,9% dos casos. Klebsiella pneu- da frequência urinária, disúria, dor e Enterobacter sp. e Staphylococcos moneae foi o segundo patógeno mais suprapúbica e ardência ao urinar). aureus em 2%. prevalente, acometendo 6,1% dos Do total das amostras analisadas, 122 No Hospital Ocidental de Ontário, NewsLab - edição 116 - 2013 Canadá, analisou-se 628 pacientes entre 0 e 18 anos, com sintomas indicativos de ITU, no período entre dezembro de 2004 a agosto de 2005. Das amostras analisadas 173 apresentaram urocultura positiva, onde 74% com presença de Escherichia coli, 5,2% Enterococcos sp., 3,5% Streptococcos epidermidis, 2,3% Enterobacter clocae e Proteus mirabilis, 1,7% Klebsiella pneumo- 88,0 90,0 80,0 70,6 61,0 70,0 56,0 50,0 Stamm & Coutinho, 1999 Adjei & Opoku, 2004 65,9 61,2 60,0 Larson et al., 1997 74,0 Luchetti et al., 2005 54,5 Sato et al., 2005 Nesher et al., 2006 40,0 Riyuzo et al., 2007* 33,3 40,0 Braoios et al., 2009 30,0 Guneysel et al., 2009 13,7 20,0 Ismaili et al., 2010 10,0 Weisz et al., 2010 0,0 1 neae, Pseudomonas aeroginosa e Streptococcos B-hemolíticos e outros Figura 1. Frequência de Escherichia coli nos diferentes estudos analisados. Os resultados microrganismos com prevalência são apresentados em porcentagem (%) de casos menor que 0,6% (18). 1997 2005 1997 aà 2005 Considerações finais 80 68,1 70 Conforme podemos observar 60 nos resultados encontrados pelos 50 estudos analisados, a Escherichia 30 te p. 0,0 ac te os cc 2,7 1,3 rs 2 sp . . 0,0 ob 2,9 2,4 Ac in et . sp ae ro s co as on 5,6 Ps eu do m hy lo c oc ct er sp . ro ba te En valente em todos os estudos, com St ap ot eu s sp . la eb si el Kl Es ch er ic hi a infecções urinárias, nos diferentes Pr co l i frequências de Escherichia coli em sp . 0 1,0 sp 6,9 1,7 ro co 6,9 En 4,2 a 7,2 an di da 7,7 6,6 10 Figura 1 onde são demonstradas as gi no s 20 Estes dados estão apresentados na C nado a infecções do trato urinário. A Escherichia coli é o mais pre- 41,8 40 coli é o principal patógeno relacio- estudos analisados. 2006aà2010 2010 2006 exceção de Lucchetti et al. (11) onde o mais prevalente foi a Pseudomonas ae- Figura 2. Comparação entre a média das frequências encontradas nos estudos analisados roginosa. O diferencial deste é que foi entre 1997 e 2005 e os realizados entre 2006 e 2010. Os resultados são apresentados em realizado com pacientes com cateteri- porcentagem (%) de casos zação crônica e pode ser explicado pelo fato deste microrganismo necessitar de grande quantidade de água para se encontradas nos estudos entre 1997 e gundo mais encontrado em infecções multiplicar, tornando a bolsa coletora 2005 e os estudos posteriores a 2006. urinárias nos estudos analisados, de urina um ambiente propício (11). No primeiro grupo a média ficou em mantendo suas prevalências entre Podemos, então, observar a mu- 41,8%, já no segundo atingiu 68,1%. 1,7% (18) e 14% (7). Observa-se dança do perfil de agentes etiológicos As bactérias do gênero Enterococcos que no primeiro estudo analisado, no encontrados até o ano de 2005 e após sp. também demonstraram cresci- ano de 1997 (7) a prevalência desta esta data. Tais dados podem ser ob- mento em sua prevalência ao longo espécie atingiu cerca de 14%, sendo servados na Figura 2. dos anos quando comparados os dois o segundo mais encontrado. Já em grupos, já aos demais gêneros houve estudo mais recente, esta prevalên- uma queda nesta prevalência. cia foi bem menor, cerca de 1,7%, Podemos verificar ainda que a Escherichia coli apresentou maior prevalência quando analisadas as médias NewsLab - edição 116 - 2013 O gênero Klebsiella sp. é o se- colocando-se na quinta posição (18). 123 Segundo Lucchetti et al. (11) os nhecimento dos microrganismos hora do diagnóstico para que todos cocos gram positivos representam encontrados em infecções do trato os testes de identificação sejam re- apenas 8,3% das infecções uri- urinário para que se possa garantir alizados permitindo a identificação nárias, o mesmo é observado por um diagnóstico rápido e preciso. do agente etiológico. Braoios et al. (15), onde este índice Podemos concluir então que a Esche- atinge 8,6%. Os dados analisados richia coli continua sendo a espécie no presente estudo demonstram mais importante neste aspecto, mas Correspondências para: uma média ainda menor: aproxima- que algumas espécies menos encon- Cláudia Funchal damente 3,5. tradas podem vir a causar infecções [email protected] É de grande importância o co- urinárias. Deve-se tomar cuidado na Referências Bibliográficas 1. Costa L, Principe P. Infecção do trato urinário. Revista Portuguesa de Clínica Geral, 21:219-221, 2005. 2. Heilberg IP, Schor N. Abordagem Diagnóstica e terapêutica na infecção do trato urinário – ITU. Revista da Associação Médica Brasileira, 49:106-116, 2003. 3. Roberts K. Urinary tract infection in infants with unexplained fever: a collaborative study. Journal of Pediatrics, 103: 864-867,1983. 4. Arap MA,Troster EJ. Infecção urinária em crianças: uma revisão sistemática dos aspectos diagnósticos e terapêuticos. Einsten, 1: 27-30, 2003. 5. Martino MDV. Métodos bacteriológicos de triagem em infecções do trato urinário na infância e adolescência. Jornal Brasileiro de Nefrologia, 24: 71-80, 2002. 6. Fernandes E. Abordagem da criança com infecção urinária. Revista Portuguesa de Clínica Geral, 20: 669-672, 2004. 7. Larson MJ, Brooks CB, Leary WC, Lewis LM. Can urinary nitrite results be used to guide antimicrobial choice for urinary tract infection? The Journal of Emergency Medicine, 15:435-438, 1997. 8. Stamm AMNF, Coutinho MSSA. Infecção do trato urinário relacionada ao cateter vesical de demora: incidência e fatores de risco. Revista da Associação Médica Brasileira, 45:27-30, 1999. 9. Menezes EA. Frequência de Serratia sp. em infecções urinárias de pacientes internados na Santa Casa de Misericórdia em Fortaleza. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 37:70-71, 2004. 10. Adjei A, Opoku C. Urinary tract infections in Africans infants. International Journal of Antimicrobial Agents, 24: 32-34, 2004. 11. Lucchetti G, Silva AJ, Ueda SMY, Perez CD, Mimica LMJ. Infecções do trato urinário: análise da freqüência e do perfil da sensibilidade dos agentes causadores de infecções do trato urinário em pacientes com cateterização vesical crônica. Jornal Brasileiro de Patologia Médica Laboratorial, 41: 383-389, 2005. 12. Sato AF, Svidzinski AE, Consolaro MEL, Boer CG. Nitrito urinário e infecção do trato urinário por cocos gram positivos. Jornal Brasileiro de Patologia Médica e Laboratorial, 41: 397-404, 2005. 13. Nesher L, Novack V, Reisenberg K, Schlaeffer F. Regional community-acquired urinary tract infections in Israel: diagnosis, pathogens, and antibiotic guidelines adherence: a prospective study. International Journal of Infectious Diseases, 11:245-250, 2006. 14. Riyuzo MC, Macedo CS, Bastos HD. Fatores associados à recorrência da infecção do trato urinário em crianças. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 7:151- 157, 2007. 15. Braoios A,Turatti TF, Meredija LCS, Campos TRS, Denadai FHM. Infecção do trato urinário em pacientes não hospitalizados: etiologia e padrão de resistência aos antimicrobianos. Jornal Brasileiro de Patologia Médica e Laboratorial, 45:449-456, 2009. 16. Guneysel O, Onur O, Erdede M, Denizbasi A. Trimethoprim/Sulfamethoxazole resistance in urinary tract infections. The Journal of Emergency Medicine, 36: 338-341, 2009. 17. Ismaili K, Lolin K, Damry N, Alexander M, Lepage P, Hall M. Febrile urinary tract in 0- to 3-month old infants: a prospective follow up study.The Journal of Pediatrics, 158: 91-94, 2010. 18. Weisz D, Seabrook JA, Lim RK.The presence of urinary nitrites is a significant predictor of pediatric urinary tract infection susceptibility to first – and third – generation cephalosporines.The Journal of Emergency Medicine, 39: 6-12, 2010. 124 NewsLab - edição 116 - 2013 AGENDA IV Congresso Brasileiro de Genética Forense 39º Congresso Brasileiro de análises Clínicas Data: 7 a 10 de maio Local: Memorial da América Latina. São Paulo. SP Informações: www.sbg.org/eventos Realização: EPM/Unifesp, FMUSP e Instituto de Criminalística de São Paulo Apoio: Sociedade Brasileira de Genética Data: 16 a 19 de junho Local: Costão do Santinho. Florianópolis. SC Realização: Sociedade Brasileira de Análises Clínicas Informações: www.sbac.org.br Hospitalar 2013 20ª Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Laboratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios Data: 21 a 24 de maio Local: Pavilhões do Expo Center Norte. São Paulo. SP Informações: www.hospitalar.com.br 27º Congresso Mundial de Patologia e Medicina Laboratorial Data: 8 a 11 de junho Local: Quebec, Canadá Realização: World Association for Pathology and Laboratory Medicine - WASPaLM Evento simultâneo: 63º Congresso da Associação Canadense de Patologia Informações: www.waspalm.org AACC 2013 Data: 28 de julho a 1 de agosto Local: Houston. EUA Realização: American Association for Clinical Chemistry Informações: www.aacc.org 2013 ASCP Annual Meeting Data: 18 a 21 de setembro Local: Chicago (EUA) Realização: American Society for Clinical Pathology Informações: www.ascp.org 47º Congresso Brasileiro de PATOLOGIA Clínica/MEDICINA LABORATORIAL Data: 22 a 25 de setembro Local: Parque Anhembi. São Paulo. SP Realização: Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial Informações: www.cbpcml.org.br Analitica Latin America Feira Internacional de Tecnologia para Laboratórios, Análises, Biotecnologia e Controle de Qualidade Data: 24 a 26 de setembro Local: Transamerica ExpoCenter. São Paulo. SP Informações: www.analiticanet.com.br NewsLab - edição 116 - 2013 125 A revista NewsLab, em parceria com as melhores editoras médicas do país, coloca à sua disposição os seguintes livros a preços promocionais: Clínica e Laboratório Autores: João Carlos de Campos Guerra, Carlos Eduardo dos Santos Ferreira, Cristovão Luis Pitangueira Mangueira 552 páginas Preço: R$ 208,0 Gestão de Clínicas e Diagnóstico Laboratorial das Principais Doenças Infecciosas e Auto-Imunes Autores: Sandra L. M. Avila e A. Walter Ferreira 456 páginas Preço: R$ 148,00 Laboratório para o Clínico Autor: Otto Miller e R. Reis Gonçalves 624 páginas Preço: R$ 169,00 Citologia Clínica do Trato Genital Feminino Autor: Jacinto da Costa Silva 168 páginas Preço: R$ 159,00 Abordagem Interdisciplinar em Análises Clínicas - 2ª Edição Autores: Edna Maria Vissoci Reiche, Leda Mezzaroba, José Wander Breganó, Marsileni Pelisson e Egídio Tesser 428 páginas Preço: R$ 50,00 Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica - 3a edição Autores: Carmen P. Oplustil, Cassia M. Zoccoli, Nina R. Tobouti, Sumiko I. Sinto 544 páginas Preço: R$ 148,00 Leucócitos e Interpretação do Leucograma Autora: Maria de Lourdes Pires Nascimento 200 páginas Células-Tronco – A Nova Fronteira da Medicina Autor: Marco Antonio Zago, Dimas Tadeu Covas 245 páginas Preço: R$ 127,00 Bioquímica Clínica para o Laboratório - Princípios e Interpretações Autor: Valter T. Motta 400 páginas Preço: R$ 169,00 Microbiologia Clínica: 156 perguntas e respostas Autores: Caio Márcio F. Mendes; Carmen Paz Oplustil; Cássia Maria Zoccoli e Sumiko Ikura Sinto 323 páginas Preço: R$ 78,00 Técnicas de Laboratório Autores: Roberto de Almeida Moura, Carlos S. Wada, Adhemar Purchio, Therezinha Verrastro de Almeida 521 páginas Preço: R$ 187,00 Preço: R$ 60,00 Vias Urinárias – Controvérsias em Exames Laboratoriais de Rotina Autor: Paulo Terra 248 páginas Preço: R$ 137,00 Aplicação Prática em Citometria de Fluxo Autores: Nydia Strachman Bacal & Marcelo H. Wood Faulhaber 100 páginas Preço: R$ 47,00 - -3 % =+ 1 2x Cálculo dos Custos e Análise da Rentabilidade em Laboratórios Clínicos Modelo Custo Certo Humberto Façanha da Costa Filho Rosa Mayr Prestes da Costa $ 4 Cálculo dos Custos e Análise da Rentabilidade em Laboratórios Clínicos Autores: Humberto Façanha da Costa Filho e Rosa Mayr Prestes da Costa 144 páginas Preço: R$ 40,00 É uma grande honra apresentar a se- gunda edição do livro do Dr. Humberto Façanha! Quantos laboratórios já se beneficiaram com a ajuda fantástica que este brilhante profissional lhes pro- porcionou? Dezenas! E posso afirmar que estão todos muito felizes. Por quê? Porque eles sabem que com o negócio de laboratório de análises clínicas pode-se obter lucratividade, desde que haja uma gestão financeira profissional. O meu respeito pelo Dr. Humberto continua crescendo pela forma como ele se coloca sempre disponível e dar a seu profissionalismo a uma humanidade marcada e tratar seu interlocutor com profundo respeito. Na Assembléia Francesa uma vez me deparei com esta frase: “Os homens procuram a luz em um jardim frágil, onde fervilham as cores”. Desejo que Dr. Humberto traga a luz para que alguns possam encontrar sua própria luz... 2a edição Laboratórios Clínicos Autores: Humberto Façanha da Costa Filho e Rosa Mayr Prestes da Costa 487 páginas Preço: R$ 150,00 Medicina Laboratorial Autor: Adagmar Andriolo 260 páginas Preço: R$ 103,00 Manual de Medicina Transfusional Autores: Eugênia Maria Amorim Ubiali & Dimas Tadeu Covas & Gil Cunha de Santis 192 páginas Preço: R$ 67,00 CálCulo dos Custos e Análise dA RentAbilidAde em lAboRAtóRios ClíniCos • 2ª edição – revisada, ampliada e modificada www.newslab.com.br BIBLIOTECA NEWSLAB Sylvain Kernbaum Editora Eskalab Microbiologia – 5° edição Autores: Flávio Alterthum & Luiz Rachid Trabulsi 780 páginas Preço: R$ 227,00 Técnicas Básicas de Laboratório Clínico – 5ª edição Autoras: Barbara H. Estridge e Anna P. Reynolds 800 páginas Preço: R$ 248,00 Tratado de Infectologia – 4°edição – 2 volumes Autores: Roberto Focaccia & Ricardo Veronesi 2320 páginas Preço: R$ 597,00 Hematologia e Hemoterapia Autora: Therezinha Verrastro 316 páginas Preço: R$ 159,00 Bacteriologia e Micologia para o Laboratório Clínico Autores: Carlos Henrique Pessôa de Menezes e Silva, Paulo Murillo Neufeld, Clarice Queico Fujimura Leite, Daisy Nakamura Sato 488 Páginas Preço: R$ 279,00 Hemoglobinas similares a S no Brasil – Um guia prático de identificação Autores: Luciana de Souza Ondei, Paula Juliana Antoniazzo Zamaro, Dra. Claudia R. Bonini-Domingos 60 páginas Preço: R$ 30,00 Atlas de Parasitologia Humana em CD-ROM Preço: R$ R$ 142,00 Desejo pagar da seguinte forma: Cheque anexo nº _______________e nominal à Editora Eskalab Ltda. Por meio de depósito bancário, que será feito no Banco Itaú, Ag. 0262, conta corrente: 13061-0, a favor da Editora Eskalab Ltda., CNPJ 74.310.962/0001-83. TÍTULO PREÇO TÍTULO PREÇO TÍTULO PREÇO Razão Social/Nome:_______________________________________________________________________________________________________________________________ End.:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Cidade:____________________________________________________ UF:___________ CEP:_____________________ CPF/CNPJ:______________________________________ Tel.:_______________________________________Fax:_______________________________________E-mail:_______________________________________________________ Cheque Anexo:______________________________________________ Banco:__________________________________________ Valor Total R$:________________________ Feito o depósito, favor enviar para o Fax número (11) 3171-2190 o comprovante juntamente com essa ficha preenchida. Os livros serão enviados pelos Correios, com aviso de recebimento. Os preços estão sujeitos à alteração. Para encomendas feitas na cidade de São Paulo e grande São Paulo, não cobramos frete. Para outras localidades, o frete é de R$ 12,00 por livro. Eskalab - Av. Paulista, 2073. Ed. Horsa 1. Conjunto 2315. CEP.: 01311-940. São Paulo. SP - Fone/Fax: (11) 3171-2190 / 3171-2191/ E-mail: [email protected] Anunciantes Abbott Laboratórios do Brasil Divisão Diagnóstica R. Michigan, 735 04566-905. São Paulo. SP Fone: (11) 5536-7000 Fax: (11) 5536-7062 [email protected] www.abbottbrasil.com.br Página: 11 BioMérieux Brasil S/A Estrada do Mapuá, 491 22713-320. Rio de Janeiro. RJ 0800 026 4848 Fone: (21) 2444-1400 Fax: (21) 2444-1413 [email protected] www.biomerieux.com.br Página: 37 AFIP Medicina Diagnóstica R. Marselhesa, 500. São Paulo. SP 04020-060. São Paulo. SP Fone: (11) 5908-7070 Fax: (11) 5908-7014 [email protected] www.afip.com.br/medicinadiagnostica Página: 55 Bio-Rad Laboratories Matriz Rua Alfredo Albano da Costa, 100 salas 1, 2 e 3 - Distrito Industrial 33400-000. Lagoa Santa. MG Fone: (31) 3689-6600 Fax: (31) 3689-6611 Filial RJ Rua General Canabarro, 224 20271-203. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21) 3237-9400 Filial SP Av. Rebouças, 2267 05401-300. São Paulo. SP Fone: (11) 5044-5699 [email protected], [email protected] www.bio-rad.com, www.diamed.com.br Página: 13, 15 Alere R. dos Pinheiros, 498 - 7ºandar 05422-000. São Paulo. SP Fones: (11) 2131-5100/0800 113262 [email protected] www.alerebrasil.com.br Página: 23, 25, 27 Alka Tecnologia em Diagnósticos R.Paula Ney, 38 04107-020-São Paulo-SP Fone: (011)5573.8814 Fax: (011)5575.3749 [email protected] www.alka.com.br Página: 53 Álvaro Centro de Análises e Pesquisas Clínicas R. General Osório, 3212 85801-110. Cascavel. PR Fone: (45) 3220-8000 Apoio a laboratórios Fone: (45) 3220-8008 Fax: (45) 3220-8028 [email protected] www.alvaro.com.br Página: 107 AMP Produtos Terapêuticos Ltda R. Cesário Ramalho, 615 01521-000. São Paulo. SP Fone/Fax: (11) 3277-8566 0800 136006 [email protected] www.ampltda.com.br www.bloodstop.com.br Página: 19 Análise Produtos e Serviços para Laboratórios Ltda Av. Santo Amaro, 3200 04556-200. São Paulo. SP Fone: (11) 5542-4699 Fax: (11) 5542-7054 [email protected] www.analiselaboratorios.com.br Página: 20 Becton Dickinson Indústrias Cirúrgicas Ltda. R. Alexandre Dumas, 1976 04717-004. São Paulo. SP Fone: 0800 555-5654 Fax: (11) 5185-9966 [email protected] www.bd.com/brasil Página: 75, 77, 79 Biosystems R.Maurílio da Cruz, 49 83065-200. São José dos Pinhais. PR Fone: (041)3353.1010 DDG: 0800-7031012 Fax: (041)3069.3642 [email protected] www.biosystems.com.br Página: 81 Biotécnica Ind Com Ltda. R. Ignácio Alvarenga, 96 37026-470. Varginha. MG Fone:/Fax: (35) 3214-4646 [email protected] www.biotecnica.ind.br Página: 41 Bioval [email protected] www.bioval.com.br Página: 69 Cral – Artigos para Laboratórios Ltda. R. San José, 305 – Parque Industrial São José 06715-862. Cotia. SP Fone/Fax: (11) 2712-7000 ou 3454-7000 [email protected] www.cralplast.com.br Página: 60, 61 Diagnósticos do Brasil BR 376, 10.500 83010-500. São José dos Pinhais. PR Fone/Fax: (41) 3299-3400 www.diagnosticosdobrasil.com.br Página: 4ª Capa Erviegas Ltda. R. Lacedemônia, 268 04634-020. São Paulo. SP Fone: (11) 5034-2227 Fax: (11) 5034-2228 [email protected] www.erviegas.com.br Página: 51 Biodina Rio Representações Ltda. Estrada do Mapuá, 742 – Parte - Taquara 22710-265. Jacarepaguá. RJ Fone/Fax: (21) 2435-9800 [email protected] Páginas: 130, 3a Capa NewsLab - edição 116 - 2013 Formato Clínico Av. das Nações Unidas, 12399 – 12º andar – cj 125 04578-000. São Paulo. SP Fone: (11) 3512-6910 [email protected] www.formatoclinico.com.br Página: 101 Greiner Bio-One Brasil Produtos Médicos Hospitalares Ltda. Av. Affonso Pansan, 1967 13473-620. Americana. SP Fone: (19) 3468-9600 Fax: (19) 3468-9601 [email protected] www.gbo.com Página: 9, 63 Horiba Medical Av. das Nações Unidas, 21.735 04795-100. São Paulo. SP Fone: (11) 5545-1500 Fax: (11) 5545-1570 HelpLine 0800-113999 [email protected] www.horiba-abx.com Páginas: 2a Capa, 3, 103 Hospitalar Fone: (11) 3897-6199 [email protected] www.hospitalar.com Página: 111 Hotsoft Informática Ltda. Av. Tiradentes, 57 - sobreloja 87013-260. Maringá. PR Fone: (44) 3226-4453 Fax: (44) 3222-5091 [email protected] www.hotsoft.com.br Página: 57 Laboratório H. Pardini Ltda. Av. das Nações, 2448 33200-000. Vespasiano. MG Fone: (31) 3228-6200 Fax: (31) 2121-6200 [email protected] www.hermespardini.com.br Página: 5 Laboratório Lenzi R. Cel. Emílio Carlos Jourdan, 140 C 89251-020. Jaraguá do Sul. SC Fone: 47 - 3371-6524 [email protected] Página: 1ª Capa Laboratório Médico Dr. Maricondi R. Major José Inácio, 2392 13560-161. São Carlos. SP Fone: (16) 2107-0123 Fax: (16) 3307-4240 [email protected] www.labmaricondi.com.br Página: 85 Laborclin Produtos para Laboratórios Ltda. Rua Cassemiro de Abreu, 521 83321-210. Pinhais. PR SAC: 0800 410 027 Fone:/Fax: (41) 3661-9000 SAC:@laborclin.com.br [email protected] www.laborclin.com.br Página: 67 Labtest Diagnóstica S.A. Av. Paulo Ferreira da Costa, 600 33400-000. Lagoa Santa. MG Fone: (31) 3689-6900 Fax: (31) 3689-6901 [email protected] www.labtest.com.br Página: 33 LIAC-Central Sorológica Rua Uberaba-100. Grajaú 20561-240. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21)2234.3414 [email protected] www.liaccentralsorologica.com.br Página: 91 Medivax Ind. e Com. Ltda. Av. Venezuela, 3 – sala 303 20081-310. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21) 2283-2833 Fax: (21) 2263-9117 [email protected] www.medivax.com.br Página: 47 Mindray R. Tavares Bastos, 329 05012-020. São Paulo. SP Fone: (11) 3124-8026 www.mindray.com [email protected] Página: 45 NewProv Produtos para Laboratórios Ltda. R. 1ºde Maio-590 83323-020-Pinhais-PR Fone/Fax: (41)3888.1300 [email protected] www.newprov.com.br Página: 89 Nova Analítica R. Assungui, 432 04131-000. São Paulo. SP Fone: (21) 2162-8080 www.analiticaweb.com.br [email protected] Página: 101 PNCQ – Programa Nacional de Controle de Qualidade R. Vicente Licínio, 191 A 20270-902. Rio de Janeiro. RJ Fone/Fax: (21) 2569-6867 [email protected] www.pncq.org.br Página: 7 Quibasa / Bioclin R. Teles de Menezes, 92 31565-130. Belo Horizonte. MG Fone: (31)3439 5454 Fax: (31) 3439 5465 [email protected] www.bioclin.com.br Página: 49 Randox Brasil Ltda. R. Fernandes Moreira, 415 04716-000. São Paulo. SP Fone: (11) 5181-2024 Fax: (11) 5181-0817 [email protected] www.randox.com Página: 43 Roche Diagnóstica Brasil Ltda. Av. Engenheiro Billings, 1729 prédio 38 05321-010. São Paulo. SP Fone: (11) 3719-8341 Fax: (55) 11 3719-7796 www.roche.com Revista Roche News Sebia Brasil R. Barão do Triunfo, 73 – cj 51 04602-000. São Paulo. SP Fone: (11) 3849-0148 Fax: (11) 3841-9816 [email protected] Página: 59 Shift Consultoria e Sistemas R. Independência, 3281 15010-110. São José do Rio Preto. SP Fone: (17) 2136-1555 Fax: (17) 2136-1590 [email protected] www.shift.com.br Página: 99 Sociedade Brasileira de Análises Clínicas R. Vicente Licínio, 95 20270-340. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21) 2187-0800 Fax: (21) 2234-4881 E-mail: [email protected] www.cbac.org.br Página: 116, 117 Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial R. Dois de Dezembro, 78 – salas 909/910 22220-040. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21) 2558-1024 Fax: (21) 2205-3386 [email protected] Página: 126, 127 Sysmex do Brasil Indústria e Comércio Ltda. R. do Paraíso, 148 – cj 31 04103-000. São Paulo. SP Fone: (11) 3145-4300 Fax: (11) 3145-4309 [email protected] www.sysmex.com.br Página: 17 Thread Sistemas Av.Tiradentes-1194salas 03 e 04 Zona 01 87013-260-Maringá-PR Fone: (044)3031.2552 [email protected] www.jalis.com.br Página: 35 USA Diagnóstica R. Antero de Quental, 166 30565-120. Belo Horizonte. MG Fone: (31) 3226-3330 / 3226-6575 Fax: (31) 3226-3330 [email protected] www.usadiagnostica.com.br Página: 71 Veolia R. Jundiaí, 50 - 2° A 04001-140. São Paulo. SP Fone: (11) 3888-8800 [email protected] www.veoliawaterst.com.br Página: 39 Wama Produtos para Laboratórios Ltda. R. Aldo Germano Klein, 100 13560-971. São Carlos. SP Fone: (16) 3377-9977 Fax: (16) 3377-9970 [email protected] www.wamadiagnostica.com.br Página: 95 129