GETH Newsletter Volume 08 Número 04 25 de maio 2010 Comentário do artigo: Splicing Aberrante nos Genes MLH1 e MSH2, por Variantes Intrônicas e Exônicas Felipe Cavalcanti Carneiro da Silva Biólogo doutorando da fundação Antônio Prudente-Hospital AC Camargo Pagenstecher C, Wehner M, Friedl W, Rahner N, Aretz S, Friedrichs N et al. Aberrant splicing in MLH1 and MSH2 due to exonic and intronic variants. Hum Genet. 2006 Mar;119(1-2):9-22. considerada patogênica quando envolve um aminoácido altamente conservado, quando a polaridade é alterada, quando essa alteração não é detectada num grande número de indivíduos saudáveis ou quando claramente segrega dentro da família. O câncer colorretal hereditario sem polipose é Recentemente, estudos mostam que alterações uma síndrome autossômica dominante de predisposição missense ou silenciosas podem interferir no splicing ao câncer colorretal. Mutações germinativas nos genes de normal do RNA mensageiro. Splicing aberrantes podem reparo de DNA (MLH1, MSH2,MSH6, PMS2 e PMS1) ocorrer por mutações que alteram regiões de exonic são a causa da Síndrome de Lynch. Embora mutações splicing enhancers (ESEs) ou exonic splicing silencers. nonsense (códon prematuro de parada), frameshift (mudam a leitura de aminoácidos da proteína), de sitio de splicing (perda de exon inteiro ou parte dele) e deleções genômicas sejam consideradas patogênicas, a avaliação de mutações missense (troca de aminoácido) e silenciosas (sem troca do aminoácido) continuam difíceis de serem classificadas pelos oncogeneticistas. Tradicionalmente, uma mutação A grande maioria das alterações missenses tem sido avaliada através de testes funcionais in vitro, partindo da premissa de que essas alterações missense são expressas na proteína mutada. Porém, estudos realizados na molécula de RNA mensageiro mostram que algumas alterações missenses e nonsenses são capazez de causar a perda completa do exon que se encontram ou levar a formação missense é Comentário do Artigo: Splicing Aberrante nos Genes MLH1 e MSH2, por Variantes Intrônicas e Exônicas de novos sitios ocultos de splicing. Das 19 alterações raras encontradas em pacientes que preenchiam critérios clínicos para a síndrome forma, podendo levar a sítios aberrantes de splicing com sérias conseqüências na proteína. Embora estudos de segregação sejam de Lynch, cinco delas eram alterações intrônicas. considerados como prova de patogenicidade, é Das variantes exônicas examinadas através do RNA importante deixar claro que análises de segregação em mensageiro neste estudo, pelo menos cinco delas foram uma grande família não podem ser aplicadas a outras definidas como de patogênicas, além de outras duas famílias não relacionadas, visto que essas alterações não alterações que possivelmente afetam o correto splicing foram avaliadas por estudos funcionais ou de RNAm. do RNAm. Somente seis variantes não apresentaram Em resumo, a análise do RNAm mostrou níveis diferentes de expressão ao nível do RNAm, desse que uma grande parte das alterações encontradas modo, não alterando os níveis de expressão protéica. são capazes de causar efeitos deletérios na proteína, Alguns programas computacionais de predição devido a perdas de exons ou ativação de sítios novos de splicing verificaram que a grande maioria das de splicing. Diante disso, a análise do RNAm deve ser alteraçõe missense publicadas nos grandes bancos de o primeiro passo em estudos que tem como objetivo dados disponíveis, estão localizadas em ESEs, dessa avaliar a patogenicidade de variantes não-classificadas. GETH Newsletter 2010 Volume 08 Número 04