0 UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA- UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE- CCBS CURSO DE FISIOTERAPIA Analu Figueiredo Chavaglia Carolline Assunção da Silva ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR NA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA BELÉM-PA 2010 1 ANALU FIGUEIREDO CHAVAGLIA CAROLLINE ASSUNÇÃO DA SILVA ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR NA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Qualificação do Trabalho de conclusão apresentado ao curso de Fisioterapia da Universidade da Amazônia-UNAMA, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Orientador: Prof. Paulo Eduardo Santos Ávila. BELÉM-PA 2010 2 ANALU FIGUEIREDO CHAVAGLIA CAROLLINE ASSUNÇÃO DA SILVA ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR NA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Qualificação do Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Fisioterapia da Universidade da Amazônia-UNAMA, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Orientador: Prof. Paulo Eduardo Santos Ávila. Banca examinadora: ___________________________________________________ Prof. Paulo Eduardo Santos Ávila (Universidade da Amazônia) Orientador _________________________________________________________ Prof. Ms. Márcio Clementino (Universidade da Amazônia) Examinador interno ___________________________________________________ Ft. João Basílio Filho (Hospital Saúde da Mulher) Examinador externo Apresentado em: _____ / _____ / _____ Conceito __________ Belém-Pará 2010 3 A minha família Aos meus amigos A minha amiga de projeto Carolline Analu Chavaglia A mim Aos meus pais e noivo A minha dupla Analu Carolline Silva 4 AGRADECIMENTOS - Analu Chavaglia Agradecer primeiramente a Deus, por me iluminar e abençoar minha trajetória. Ao meu pai Levi, e minha mãe Marly, pelo apoio e por tudo que sempre fizeram por mim, pela simplicidade, exemplo, amizade, e carinho, fundamentais na construção do meu caráter. Além da ajuda incansável da minha mãe para ajudar nos cuidados com meu filho, você é demais! Aos meus irmãos, José e Arthur, especialmente ao José, pelo conhecimento e dicas importantes que contribuíram para a minha formação profissional. Ao meu amado filho Giovanni, que chegou para alegrar as nossas vidas. Hoje a minha vitória também é dele. Ao meu esposo, Fábio, pacientemente sempre me dando conselhos, força, coragem e incentivo. Aos meus guias espirituais, pela proteção e inspiração. A professora, Carla Serrão, que no princípio foi de suma importância para a realização desse estudo. Você é maravilhosa! Ao orientador Paulo Ávila, pelo apoio e conhecimento transmitido. A Gorete, por nos ajudar com a coleta dos dados. A todos que de alguma forma ajudaram, agradeço por acreditarem no meu potencial, nas minhas idéias, nos meus devaneios, principalmente quando nem eu mais acreditava. E por último, e não menos importante, obrigada à minha amiga de projeto: Carolline, Sem você nada disso seria possível. . 5 AGRADECIMENTOS - Carolline Silva Ao meu bom Deus, por me dar sabedoria, oportunidade de viver, paciência e fôlego de vida a cada amanhecer. Aos meus pais, Ray e Bosco, pela força, incentivo a lutar pelos meus ideais, carinho e muito amor que me deram durante toda a minha vida pessoal e acadêmica. Ao meu noivo (Silvio Otero), que durante todos esses anos tem sido meu amigo e juntamente comigo chorou e riu muitas vezes durante todo esse percurso da faculdade e da minha vida com muito amor e paciência. Aos meus familiares por me ajudarem e me apoiarem. Agradeço aos meus amigos de estágio, por todo ensinamento e motivação que me deram e pela amizade de todos esses anos. A minha amiga e autora do projeto, Analu Figueiredo Chavaglia, pela amizade, companheirismo, paciência e motivação durante esses anos de muita vitória e dedicação. Amiga você foi porto seguro, na hora em que pensei que não daria certo e você acreditou e incentivou-nos a alcançar o que sonhamos. Ao meu atual orientador, Paulo Ávila, por nos ajudar com seus ensinamentos, paciência, e por sempre colocar caminhos que no qual, poderíamos trilhar sem medo. A nossa querida professora Carla Serrão, que tem seus méritos desde a escolha do tema, sua atenção, dedicação e motivação. Adoro você professora! 6 AGRADECIMENTOS - Analu e Carolline Ao nosso bom Deus, por ter nos dado o dom da vida e a capacidade podermos alcançar a tudo que almejamos em nossas vidas. A todos nossos professores que contribuíram e enriqueceram nossos conhecimentos em toda nossa vida acadêmica. Ao nosso atual orientador, Paulo Ávila, por nos ajudar com seus ensinamentos, paciência e por sempre nos mostrar que conseguiríamos vencer esta etapa de nossas vidas. Em especial a nossa primeira orientadora, Carla Serrão, que sempre acreditou nessa pesquisa e no nosso potencial e não nos permitiu desistir nos momento de dificuldades. A diretora da Unidade Básica de Saúde da Pedreira, Nazaré Carvalho, pela sua simplicidade em nos dar a oportunidade de realizar nossa pesquisa. As funcionárias da Unidade Básica de Saúde da Pedreira, as enfermeiras Lucy e Rosi, em especial a Gorete, pela sua forma de como nos acolheu, ajudou-nos nas dificuldades, pela sua paciência em nos aturar esses meses. Você será lembrada sempre! Aos participantes da pesquisa que, com dedicação e carinho, contribuíram para o sucesso desse estudo. 7 RESUMO CHAVAGLIA, A.F; SILVA, C.A. Análise dos Fatores de Risco Cardiovascular na Hipertensão Arterial Sistêmica. 2010. Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia, Universidade da Amazônia. Belém- PA, 2010. Estima-se que as doenças cardiovasculares (DCV) sejam a causa principal de mortalidade no mundo e no Brasil. Segundo vários estudos, as DCV estão ligadas a genética, estilo de vida (dieta inadequada, sedentarismo) e qualidade de vida, sendo estes, seus principais fatores de risco. A hipertensão arterial sistêmica tornou-se uma problemática para a saúde pública mundial, devido sua alta incidência e associação com DCV. Perante a grande incidência da doença nos últimos anos, implicou-se no aumento de pesquisas sobre os fatores de risco cardiovascular. Com isso, objetivou-se realizar a análise dos fatores de risco cardiovascular na hipertensão arterial sistêmica. Para tanto, a pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde da Pedreira, no qual, foram avaliados 100 mulheres matriculadas no programa HIPERDIA e 100 mulheres saudáveis com idade compreendida entre 35 a 60 anos, na Unidade Básica de Saúde da Pedreira. A coleta de dados foi realizada mediante a aplicação do termo de consentimento livre e esclarecido e por meio de uma ficha de avaliação. Para a análise dos dados, examinaram-se as estatísticas descritivas das amostras; utilizou-se a estatística quiquadrado que permitiu a avaliação da associação entre as categorias das amostras e os fatores de risco cardiovascular; e as estatísticas t de Student e Mann-Whitney para comparar as medidas de fatores de risco entre as mulheres hipertensas e saudáveis. Os resultados indicaram a existência de associação significativa entre mulheres hipertensas e Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência da Cintura (CC) e Circunferência do Pescoço (CP) e que as mulheres hipertensas apresentaram medidas de IMC, CC e CP significativamente maiores do que as mulheres saudáveis. Palavras-chave: Doenças cardiovasculares, fatores de risco, hipertensão arterial sistêmica 8 ABSTRACT CHAVAGLIA, Analu Figueiredo SILVA, Carolline Assumption. Analysis of Cardiovascular Risk Factors in Hypertension. 2010. Completion of the work of School of Physical Therapy, University of Amazonia. Belém-PA, 2010. It is estimated that cardiovascular diseases (CVD) are the leading cause of mortality worldwide and in Brazil. According to several studies, CVD is linked to genetics, lifestyle (poor diet, sedentary lifestyle) and quality of life, the latter being the main risk factors. Hypertension has become a problem for global public health, due to its high incidence and association with CVD. Given the high incidence of the disease in recent years, resulted in the increase in research on cardiovascular risk factors. With that aimed to perform the analysis of cardiovascular risk factors in hypertension. Therefore, the research was carried out in the Basic Health Unit of the Quarry, in which we evaluated 100 women enrolled in the program HIPERDIA and 100 healthy women aged 35-60 years in the Basic Health Unit of the Quarry. Data collection was performed by applying the term of consent and through an evaluation form. For data analysis, were examined descriptive statistics of the samples we used the chisquare statistic that allowed assessment of the association between the categories of samples and cardiovascular risk factors, statistics and Student t and Mann- Whitney test to compare measurements of risk factors among the hypertensive women and healthy. The results indicated the existence of a significant association between hypertensive women and Body Mass Index (BMI), waist circumference (WC) and neck circumference (PC) and the hypertensive women had BMI measurements, CC and CP significantly higher than healthy women. Keywords: Cardiovascular diseases, risk factors, hypertension 9 LISTA DE FIGURAS Figura 01 Figura 02 Figura 03 Figura 04 Figura 05 Figura 06 Figura 07 Figura 08 Figura 09 Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Anatomia das Artérias Coronárias Depósito do Trombo Verificação do Peso Posição Ortostática Orientação da Cabeça Posicionamento da fita métrica Posição do esfigmomanômetro Posição do individuo Posição ortostática Distribuição do Índice de Massa Corporal (IMC) de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Distribuição do índice de massa corporal (IMC) Distribuição da Circunferência da Cintura de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Distribuição da Circunferência da Cintura Distribuição da Circunferência do Pescoço de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Distribuição da circunferência do pescoço Distribuição do Nível de Escolaridade de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Distribuição do Tabagismo de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Distribuição do consumo de álcool entre mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Distribuição do padrão de atividade física entre mulheres hipertensas e mulheres saudáveis 18 21 33 34 34 36 37 37 38 46 47 49 51 53 54 55 57 58 60 10 LISTA DE TABELAS Tabela 01 Tabela 02 Tabela 03 Tabela 04 Tabela 05 Tabela 06 Tabela 07 Tabela 08 Tabela 09 Tabela 10 Tabela 11 Tabela 12 Classificação do Índice de Massa Corporal (IMC) Classificação da Pressão Arterial Sistêmica Distribuição dos índices de massa corporal (IMC) do grupo de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Estatísticas dos índices de massa corporal (IMC) de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Distribuição das medidas de circunferência da Cintura do grupo de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Estatísticas dos índices da circunferência da cintura do grupo de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Distribuição das medidas da circunferência do pescoço do grupo de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Estatísticas das medidas da circunferência do pescoço do grupo de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Distribuição do nível de escolaridade entre o grupo de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Distribuição do Tabagismo entre o grupo de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Distribuição do consumo de álcool entre o grupo de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis Distribuição do padrão de atividade física entre o grupo de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis 35 37 45 46 49 50 52 53 55 56 58 59 11 LISTA DE SIGLAS DCV- Doença cardiovascular CP- Circunferência da Cintura CP- Circunferência do pescoço cm- Centímetro DAC- doença arterial coronariana h²- altura ao quadrado HAS- Hipertensão Arterial Sistêmica IAM- Infarto agudo do miocárdio IMC- Índice de massa corporal Kg- Quilograma mmHg- Milímetros de Mercúrio P.A- Pressão arterial PAD- Pressão arterial diastólica PAS- Pressão arterial sistólica PO- Posição ortostática UNAMA- Universidade Da Amazônia 12 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO 2-REFERENCIAL TEÓRICO 2.1- ANATOMIA DO CORAÇÃO 2.2- SISTEMA CARDIOVASCULAR 2.2.1- Funções do Sistema Cardiovascular 2.3- DOENÇAS CARDIOVASCULARES 2.3.1- Doença Arterial Coronariana 2.3.2- Aterosclerose 2.3.3 - Infarto Agudo Do Miocárdio 2.4- HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 2.5- FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR 2.5.1- Obesidade 2.5.2- Índice de Massa Corporal (IMC) 2.5.3- Tabagismo 2.5.4- Atividade Física 2.5.5- Sedentarismo 2.5.6- Alcoolismo 2.5.7- Antecedentes Familiares 2.5.8 -Circunferência da Cintura 2.5.9- Circunferência do Pescoço 3- METODOLOGIA 3.1- TIPO DE ESTUDO 3.2- ABORDAGEM DA PESQUISA 3.2.1- Local 3.2.2- Amostra 3.2.3- Período 3.3- CRITÉRIO DE INCLUSÃO 3.4- CRITERIO DE EXCLUSÃO 3.5- COLETA DE DADOS 3.5.1- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 3.5.2- Ficha de Avaliação 3.5.3- Verificação do Peso 3.5.4- Verificação da Estatura 3.5.5- Verificação do Índice de Massa Corporal 3.5.6- Verificação da Circunferência da Cintura 3.5.7- Aferição da Pressão Arterial 3.5.8- Verificação da Circunferência do Pescoço 3.5.9- Antecedentes Pessoais 14 17 17 19 19 19 20 21 22 23 24 24 25 25 26 27 27 28 28 29 30 30 30 30 30 31 31 31 31 32 32 33 33 34 35 36 37 38 13 4- Riscos e Benefícios 4.1- RISCOS 4.2- BENEFÍCIOS 5- ANÁLISE ESTATÍSTICA 6- RESULTADOS E DISCUSSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICE A APÊNDICE B APÊNDICE C APÊNDICE D APÊNDICE E ANEXO A 39 39 39 40 45 62 63 70 71 72 74 76 77 14 1. INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares (DCV) tornaram-se um grave problema para a saúde pública no Brasil, no qual em 2000, ocorreram 260.555 mortes, ou seja 30% dO total de óbitos no ano, devido causas cardiovasculares. A doença cardiovascular é um fenômeno multifatorial e sistêmico, de genêse e fatores hereditários, ambientais e estilo de vida. O aumento progressivo da incidência de doenças cardiovasculares (DCV) em países desenvolvidos no século XX estabeleceu a aceleração de pesquisas, principalmente relacionada aos agentes etiopatogênicos. Nos países industrializados essas doenças se tornaram a maior causa de morte, destacando-se a cardiopatia isqêmica ou a doença coronariana. Quanto mais esses países se desenvolvem, aumenta paralelamente o índice de mortalidade por essas doenças. No Brasil, o maior número de óbitos é decorrente das doenças do aparelho circulatório, com diferentes etiologias e manifestações clínicas, destacando-se as doenças coronarianas, as cerebrovasculares e a insuficiência cardíaca. Dentro da multicausalidade das doenças cardiovasculares, o presente estudo abordará fatores de risco tais como, obesidade (IMC), hipertensão arterial sistêmica, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo, circunferência abdominal, antecedentes familiares e circunferência do pescoço que implicam diretamente em todos os estágios de desenvolvimento da doença cardiovascular. Os fatores de risco cardiovascular podem estar relacionados com o individuo (idade, sexo, escolaridade, herança genética); estilo de vida (tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e dieta inadequada) e agentes biológicos (hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes e hipercolesterolemia), como também as condições sócias econômicas culturais e ambientais. A obesidade pode ser definida como excesso de peso atribuído ao acúmulo excessivo de gordura corporal, caracterizando-se como um importante problema de saúde mundial. No Brasil, a obesidade atinge a população adulta de forma diferenciada entre os sexos e vem sendo mais observada em indivíduos de baixa renda. Entre os indicadores antropométricos que refletem o excesso de tecido adiposo corporal, destaca-se a circunferência abdominal que 15 reflete em particular a gordura visceral e o Índice de Massa Corporal (IMC) obtido através da divisão do peso em quilogramas pela altura em metros elevada ao quadrado. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) caracteriza-se como um dos fatores independentes para as DCV, em geral é uma doença silenciosa, constituindo-se um importante determinante de morbidade e mortalidade cardiovascular. A incidência da HAS atinge cerca de 22% a 44% de toda a população urbana, tendo alta prevalência em indivíduos obesos, sedentários e adeptos de uma alimentação rica em sal. O sedentarismo é a situação no qual há um gasto energético inferior a 500 Kcal por semana, além do gasto calórico basal, enquadra-se como um importante fator de risco cardiovascular. A atividade física regular atua diretamente no sistema cardiovascular como um preditor para o controle das fisiopatologias associado ao excesso de peso e HAS. Concluise que a pratica regular de exercício físico diminui os níveis pressóricos em indivíduos hipertensos e normotensos com sobrepeso Uma em cada cinco mortes por DCV é decorrente do tabagismo, sendo o mesmo, considerado um elevado fator de risco cardiovascular, causando mais de um terço de todos os óbitos por infarto do miocárdio, caracterizando como um fator que predispõe a ocorrência da aterosclerose. O alcoolismo é definido como uma doença crônica e de complexa natureza no qual, o indivíduo consome álcool sem limites em grandes quantidades, tornando-se progressivamente dependente e tolerante aos efeitos tóxicos. De acordo, com a literatura o consumo moderado do álcool reduz o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, no entanto, seu consumo abusivo traz imensuráveis conseqüências negativas para a saúde e altos custos para o sistema de saúde. Pesquisadores de Framingham Heart Study, avaliaram a circunferência do pescoço de mais de 3 mil pessoas, e constataram que quanto maior a medida obtida, maior a associação com problemas que levam ao entupimento dos vasos, como hipertensão e baixos níveis de colesterol bom. Levanta-se a possibilidade de que, além da circunferência do abdômen outra área do corpo pode ser usada como marcador de risco cardiovascular. Os estudos concluíram que a circunferência do pescoço pode se associar ao desenvolvimento de fatores de risco de cardiovascular. Com base em inúmeras implicações das doenças cardiovasculares na qualidade de vida afetando todas as camadas sociais tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, este estudo justifica-se na tentativa de analisar os fatores de risco cardiovascular na hipertensão arterial sistêmica, já descritos na literatura e buscar correlação e 16 resposta com estudos atuais sobre a hipertensão arterial sistêmica como fator de risco cardiovascular. O principal objetivo desta pesquisa é a analisar os fatores de risco cardiovascular na hipertensão arterial sistêmica. Tem como objetivos específicos; coletar informações quanto a nome, idade, sexo, profissão, estado civil, antecedentes familiares, pressão arterial sistólica e diastólica, obesidade (IMC), peso, altura, circunferência abdominal, circunferência do pescoço, tabagismo, alcoolismo e atividade física; identificar os indivíduos que apresentam risco cardiovascular e orientar quanto a prevenção desses riscos 17 2- REFERENCIAL TEÓRICO 2.1- ANATOMIA DO CORAÇÃO O coração tem formato de cone, é relativamente pequeno, medindo em torno de 12 cm de comprimento, equivalente ao tamanho do punho fechado (TORTORA, 2002). O coração fica apoiado sobre o diafragma, perto da linha média da cavidade torácica, no mediastino, a massa de tecido estende-se do esterno à coluna vertebral; e entre os revestimentos (pleuras) dos pulmões. Cerca de 2/3 de massa cardíaca ficam a esquerda da linha média do corpo. A posição do coração, no mediastino, é mais facilmente apreciada pelo exame de suas extremidades, superfícies e limites. A extremidade pontuda do coração é o ápice, dirigida para frente, para baixo e para a esquerda. A porção mais larga do coração, oposta ao ápice, é a base, dirigida para trás, para cima e para a direita (NETTER; FRANK, 2000) Sendo considerado como a principal estrutura do mediastino, o coração, é dividido em direito e esquerdo, separado por um septo longitudinal, contendo dois átrios que recebem sangue das veias e dois ventrículos impulsionam o sangue para o interior das artérias. Sendo constituído por três camadas: o epicárdio, miocárdio e o endocárdio (PORTO, RASSI, 2005). O coração possui seu próprio sistema próprio de artérias e vais de suprimento arterial e drenagem sanguínea. A drenagem do coração é efetuada por vasos que se lançam diretamente ao átrio ou por um sistema de vasos que irá desembocar no seio coronário (ou seio venoso do coração), um pequeno tronco, mas relativamente largo, na parede posterior do átrio esquerdo, terminando no átrio direito percorrendo o sulco coronário nessa região. Dos vasos que desembocam diretamente no átrio, destacam-se as veias cardíacas anteriores que drenam a parede anterior do ventrículo direito, uma das veias cardíacas anteriores pode drenar a margem direita, recebendo o nome de veia marginal direita. Dos principais vasos tributários do seio coronário, destaca-se a Veia magna do coração que ascende pelo sulco interventricular anterior, podendo receber a veia marginal esquerda antes de se tornar o seio coronário, responsável pela drenagem da parede esquerda do coração. A veia posterior do ventrículo esquerdo drena para o seio coronário, mas pode apresentar variação e drenar para a veia média do coração. A veia média do coração ascende pelo sulco interventricular posterior desembocando no seio coronário. A veia pequena do coração percorre o sulco coronário na face esternocostal desembocando no seio coronário posteriormente. Outra veia de destaque é a 18 veia oblíqua do átrio esquerdo, resquício da veia cardinal anterior esquerda, desembocando na parte inicial do seio coronário, anteriormente (Gardner, 1998) O músculo cardíaco é irrigado pelas artérias coronárias direita e esquerda, as duas artérias e suas ramificações têm origem na superfície epicárdica, chegando até o interior do miocárdio (CHAGAS, 2000) A artéria coronária esquerda tem inicio no seio da valsava esquerdo, onde dividi-se em duas artérias: a artéria descendente anterior e a artéria circunflexa (FIGURA 1). A descendente anterior desce pelo sulco interventricular emitindo ramos diagonais e septais, já a artéria circunflexa contorna o sulco atrioventricular emitindo ramo marginal (BUENO; UMEDA E MILHOMEN, 2005) A artéria coronária direita emerge do seio da valsava direita, passa pelo suco atrioventricular dando origem a ramos principais como o descendente posterior e o ventricular posterior (FIGURA 1), irrigando o átrio direito, ventrículo direito, nó sinusal e atrioventricular, porção posterior do septo interventricular e parte da parede posterior do ventrículo esquerdo (BUENO; UMEDA E MILHOMEN, 2005) Figura 1: Anatomia das Artérias Coronárias (Science photo library) 19 2.2- SISTEMA CARDIOVASCULAR O sistema cardiovascular é composto por uma série de tubos, que são os vasos sanguíneos, entre os mesmo, percorre um fluido (sangue) e células, e esse sistema é ligado ao coração. Uma das principais funções do sistema cardiovascular é transportar matéria para todo o corpo, e esses componentes transportados são os nutrientes, gases e água, entretanto, outra função do sistema é remover resíduos liberados pela célula até o fígado para serem metabolizados (SILVERTHORN, 2003). 2.2.1 Funções do Sistema Cardiovascular O sistema circulatório permite que algumas atividades sejam executadas com grande eficiência. O transporte de gases e de responsabilidade dos pulmões, o transporte de nutrientes, transporte de resíduos metabólicos, transporte de hormônios, transporte de calor distribuição do mecanismo da defesa e coagulação sanguínea. (SILVERTHORN, 2003) 2.3- DOENÇAS CARDIOVASCULARES Em breve, as doenças cardiovasculares tornaram-se a principal causa de óbito no mundo (LAURENTI, 2005). Sendo que no Brasil, no ano de 2000, o número de mortes por DCV, chegou a 258.867. Segundo a OMS, em 2002, ocorreram 16,7 milhões de óbitos, no qual 7,2 milhões foram por DCV. Especula-se que em 2020 esse número cresça para 35 ou 40 milhões de mortes (AVEZUM et al, 2004). As DCV representam como maior destaque na atualidade devido, sua alta taxa de morbimortalidade, sendo bastante preocupante sua alta incidência para os próximos anos. Estima-se que em 2040, no Brasil, a freqüência dessa doença, chegue a 250% comparado á China (200%) e a Índia (180%) (THE CHALLENGE OF CARDIOVASCULAR DISEASES IN DEVELOPING ECONOMIES, 2004). As Doenças cardiovasculares, coronarianas, dislipidemias, hipertensão, obesidade e diabetes melito formam um conjunto de morbidades geralmente associadas entre si, constituindo-se um grave problema de Saúde Pública. Estas doenças compõem um grande conjunto de patologias onde inclui várias doenças cardíacas e vasculares mais específicas. A 20 doença cardiovascular mais comum é a doença das artérias coronárias, a qual pode ocasionar ataque cardíaco e outras condições graves (MANO, 2007). Segundo Ross e Davignon (2004) apud Rosini et al. (2006), as DCV não seriam consideradas a primeira causa de morte sem a presença de múltiplos fatores de risco, implicando diretamente tanto no inicio, na progressão e ocorrência de futuros eventos cardiovasculares. Segundo vários estudos o desenvolvimento de DCV está ligado a genética, estilo de vida (dieta inadequada, sedentarismo, stress físico e psicológico), qualidade de vida, sendo estes considerados fatores de risco para a doença. Porém a inatividade, o sedentarismo quando associado ao tabagismo, obesidade, hereditariedade aumenta as chances de mortes precoce do indivíduo. (NEIMANN, 1999; CIOLAR et al, 2000; PINTO et al, 2003). Segundo Tortora (2002), os tipos de doenças cardiovasculares incluem doença das artérias coronárias, ataque cardíaco, angina, síndrome coronariana aguda, aneurisma da aorta, arritmias, doenças congênitas e insuficiência cárdica. Devido a grande incidência das DCV no ultimo século, obteve como resultado o aumento de pesquisas sobre os fatores de riscos (FR) que poderiam desencadear o desenvolvimento das DCV ( CHOR et al, 1999). Embora a genética e a idade tenham fortes influencias sobre esta evolução, não se pode descartar que outros FR também possam influenciar no estilo de vida (O’KEEFE; HARRIS, 1996 apud RIQUE; SOARES; MEIRELHES, 2002). 2.3.1- Doença Arterial Coronariana Para Tortora (2002), a doença arterial coronariana é um problema sério, no qual afeta a cada ano, 7 milhões de pessoas. A doença arterial coronariana é definida como resultado do acumulo de placas aterosclerótica nas artérias coronárias, implicando na redução do fluxo sanguínea para o miocárdio. Segundo Aquino et al (2001), a doença arterial coronariana, corresponde a 80% das mortalidades entre as DCV, tornando-se uma problema devido sua alta incidência, principalmente nos centros urbanos e indivíduos com idade mais elevada. A doença arterial coronariana é definida como resultado do acumulo de placas aterosclerótica nas artérias coronárias, implicando na redução do fluxo sanguínea para o miocárdio. (TORTORA E GRABOWSKI, 2002). 21 Para (GUS; FISCHMANN; CLÁUDIO, 2002), alguns principais fatores de risco para doença arterial coronariana são conhecidos e comprovados, como hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, dislipidemias, obesidade, sedentarismo, diabetes mellitus e antecedentes familiares. Os antecedentes familiares constituem fator de risco não modificável e independente e devem ser ainda muito estudados, mas já considerado. Pacientes com parentes em primeiro grau precocemente com cardiopatia coronariana têm maiores riscos de desenvolver doença arterial coronariana que ao outras pessoas. 2.3.2.- Aterosclerose Segundo Laurindo (2000), a aterosclerose é um forte fator para o crescimento da mortalidade por DCV, representando na maioria dos países entre 30% a 35% de todas as causas de óbito. Já no Brasil, segundo a DATASUS, em 2000, ocorreram 579.960 óbitos em individuo com idade igual ou superior a 55 anos, no qual 36,5% destes foram conseqüências de doenças do aparelho circulatório (STEFANINI, KASINSKI e CARVALHO, 2005). A formação do processo aterosclerótico é atribuída á genética, antecedentes familiares e o estilo de vida que o individuo adota, além da forte influência do meio ambiente. Porém, existem fatores que aceleram o processo da aterosclerose, como o tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada, obesidade, dislipidemia e hipertensão (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1997 apud MARTINEZ; VALE, 2000). A aterosclerose é um processo multifatorial, progressivo e lento, no qual, há alteração na parede arterial (GOTTLIEB, BONARDI E MORIGUCHI, 2005). A gênese da formação da placa de ateroma biológica é complexa, onde há um crescimento progressivo de lipoproteína na camada intra e extracelular, associado a um processo celular proliferativo, levando a disfunção endotelial e alterando a matriz extracelular e ocasionando o deposito de trombo (FIGURA 2) (LAURINDO, 2000). Figura 2: Depósito do Trombo (sciense photo library) 22 A formação da aterosclerose é devido à presença de fatores de riscos que atuam sobre o endotélio das artérias, ocasionando a ausência de mediadores auto-protetores no foco do leito capilar. Qualquer processo patológico pode alterar a função do endotélio, em especial os fatores de risco, como hipertensão arterial, diabete, dislipidemia, levando a alterações homeostáticas. (ROCHA; LIBBY, 2005) Segundo Gottlieb; Bonardi e Moriguchi, 2005, qualquer artéria pode ser alvo de placas ateroscleróticas, porém os alvos principais são a aorta, as artérias coronárias e cerebrais, tendo como conseqüências o infarto do miocárdio, isquemia cerebral e aneurisma aórtico. Alguns estudos dividem em duas fases o desenvolvimento da aterosclerose: -Fase “aterosclerótica”: têm-se a formação da lesão aterosclerótica, que esta se deve a influência dos fatores de risco clássicos que se desenvolvem com o tempo. Neste período, devido sua historia lenta e gradual, sua evolução não traz consigo manifestações clínicas que possam comprometer a vida. - Fase trombótica: estar sobre forte influencia dos fatores de risco trombogênicos, onde se tema formação aguda de trombo sobre a placa aterosclerótica, no qual pode ocorrer eventos agudos coronarianos, infarto do miocárdio (IAM), angina instável ou morte súbita. Quando há uma desestabilização da placa aterosclerótica, há manifestações como a angina instável e o infarto agudo do miocárdio, devido a diminuição significativa da luz do vaso proveniente da presença de um trombo local (GOTTLIEB; BONARDI; MORIGUCHI, 2005). 2.3.3- Infarto Agudo do Miocárdio A isquemia miocárdica é caracterizada como resultado final da isquemia prolongada e não aliviada, devido a interrupção total do fluxo sanguíneo ao miocárdio. Essa interrupção se dá pela complicação de uma placa de ateroma decorrente de um trombo, no qual levou o estreitamento da luz da artéria coronária ( BRUNO; UMEDA. MILHOMEM, 2005). A isquemia miocárdica é caracterizada como um desequilíbrio entre a oferta de oxigênio ao miocárdio e seu demanda por esse tecido. O processo isquêmico que ocorre no 23 coração durante o infarto agudo do miocárdio (IAM) envolve na sua ampla maioria o sistema de irrigação sanguínea, constituído pelas coronárias. As manifestações isquêmicas podem ocorrer de maneira aguda ou crônica, caracterizando a angina de peito e as síndromes coronarianas agudas. O IAM e uma patologia que ocorre quase sempre pela obstrução trombótica das artérias coronarianas (BRAUNWALD, 2001). 2.4- HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA A pressão arterial é definida como uma força exercida pelo sangue sobre a parede das artérias, sendo intimamente ligada ao débito cardíaco e com a resistência periférica sistêmica. A PA é classificada em Pressão arterial sistólica (PAS) e Pressão arterial diastólica (PAD) (POLITO & FARINATTI, 2003) A hipertensão arterial é classificada como uma das principais doenças de morbimortalidade, causando as chamadas doenças cardiovasculares, tendo como fator etiológico aspectos genéticos e ambientais. É caracterizada como uma síndrome multifatorial, poligênica, devido alterações no mecanismo de controle da pressão arterial, causando anormalidades das estruturas das aterias e do músculo cardíaco, ocasionando disfunção endotelial (INÁCIO; MACHADO, 2008). A hipertensão arterial sistêmica tornou-se uma problemática para a saúde publica mundial, devido sua alta incidência e associação com as DCV, independente dos fatores de risco associado, como obesidade, sedentarismo, tabagismo e dislipidemia. (V DIRETRIZ BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006). No Brasil a HAS, atinge mais de 20 milhões de pessoas, para essa incidência significativa, faz-se necessário entender meios que aceleram o desenvolvimento das DCV, como a hereditariedade, sedentarismo, stress e elevado consumo de sal ( ELIAS et al., 2004 apud MENDES et al., 2006) Segundo a V Diretriz Brasileira de Hipertensão, 2006, a HAS, caracteriza-se como um dos fatores independente para as DCV, gerando custo elevado tanto médico e socioeconômico, devido suas principais repercussões. A HAS causa 40% das mortes por AVC e 25% DAC. Após vários estudos a HAS foi definido com o principal fator de risco tanto para a morbidade quanto para a mortalidade por DCV. Estudos epidemiológicos comprovaram que elevados níveis de pressão arterial, aumenta a tendência do individuo evoluir para doença 24 coronariana e insuficiência cardíaca congestiva (CHOBANIAN et al, 2003; WONG et al, 2003 apud GOMES et al, 2005). De acordo com Martinez (2004), a HAS modifica a função endotelial, diminuindo a vasodilatação do endotélio e aumentando a interação de placas coronarianas e monócitos com as células endoteliais. 2.5- FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR Para Ridker, Genest e Libby (2003) defini como fator de risco a presença precoce do fator genético assim como de característica individual na vida de uma pessoa, levando a mesma a desenvolver futuras doenças. O aumento da incidência de DCV nos últimos anos fez-se aumentar a busca pelos fatores de risco que levariam ao desenvolvimento dessa epidemia. Por mais que a genética e a idade tenham forte influência nesta pandemia, outrora se faz necessário entender que outros FR quando controlados e prevenidos podem influenciar na redução de eventos cardiovasculares, aumentando a sobrevida de um individuo (CHOR et al., 2000). Os fatores de risco se dividem em não controlável e os modificáveis (através do estilo de vida). De acordo com últimos estudos realizados, os fatores de risco mais relevantes são a obesidade, tabagismo, HAS, diabete mellitus e dislipidemia. (SANTOS et al., 2001) Para a OMS, os fatores de risco (FR), estão divididos em dois grupos. Sendo que o primeiro está relacionado com o individuo (idade, sexo, escolaridade, herança genética); estilo de vida (tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e dieta inadequada) e agentes biológicos (hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabete e hipercolesterolemia). O segundo grupo está associado, as condições sócias econômicas culturais e ambientais. (NOBRE, 2006). 2.5.1- Obesidade Segundo a OMS, entre os anos de 1995 a 2000, foram realizados pesquisas que obtiveram resultados o crescente aumento de indivíduos obesos, chegando à 300 milhões, representando 15% da população mundial. (WORLD HEALTH ORGANISATION, 2003 apud MONTENEGRO et al, 2008). O desenvolvimento da obesidade tem aumentado em todo mundo, tornando-se um problema socioeconômico na sociedade moderna. Os indivíduos que 25 apresentam sobrepeso tendem a desenvolver DCV (COLDITZ et al, 2001 apud CARNEIRO et al, 2003). Já no Brasil, esse crescente aumento da obesidade afeta todas as camadas sociais, inclusive as de baixa renda, pois o alto índice de morbidade e mortalidade cardiovascular tem como conseqüência o aumento de custo para o sistema de saúde. (COITINHO, 2001). Um conceituado estudo de Framinghan Heart Study mostrou que a obesidade é um fator independente para a ocorrência de DCV, principalmente em indivíduos abaixo de 60 anos. (HUBERT et al, 2000 apud CARNEIRO et al, 2003). Assim como Framinghan realizou uma pesquisa durante 26 anos, com indivíduos com faixa etária entre 25 a 65 anos, concluíram que a obesidade é um forte fator para o desenvolvimento das DCV, como por exemplo, doença coronariana, insuficiência cardíaca e acidente vascular encefálico. (HUBERT et al, 1993). Segundo Suárez et al. (2002) a obesidade é definida pelo excesso de tecido adiposo, no qual gera desequilíbrio entre energias ingeridas e energias gastas, em conseqüência dessa anormalidade elevam-se os gastos com a saúde. 2.5.2- Índice de massa corporal (IMC) Para o diagnóstico e obesidade de risco cardiovascular tem sido recomendada a utilização de índices antropométricos, entre eles destaca-se o índice de massa corporal, possuindo um bom potencial indicador do estado nutricional. O IMC está correlacionado com o desenvolvimento de DCV e elevado custo de morbimortalidade (STEVENS, 2000 apud PEIXOTO, 2006). Para Manson et al.(1999) apud Cercato et al. 2000 , o IMC é classificado com uma medida simples ecom grande clareza sobre o grau de obesidade de um individuo, calculando o nível de adiposidade no corpo, podendo ser aplicado em grandes estudos populacionais. Vários estudos demonstram que quanto maior o índice de IMC, maior o risco do desenvolvimento de DCV. 2.5.3- Tabagismo 26 O percentual anual de óbito devido o tabagismo no mundo, chega a 4,9 milhões, e se esse número se alastrar, por volta de 2030 chegará a 10 milhões de mortes anuais. O é caracterizado como fator de risco para inúmeras patologias, entre elas as DCV. (CORRÊA, 2003). O tabagismo é considerado um forte fator, evitável, para o desenvolvimento das DCV. Segundo a OMS, 1- 5 da população mundial é fumante, então estima-se que haja 100 mil motes – ano ( NASCIMENTO; MENDES, 2002). O uso do tabaco além de causar prejuízos à saúde há fortes que evidenciam que o mesmo possa desencadear uma séria de doenças, entre elas as doenças cardiovasculares. O individuo exposto ao fumo do cigarro é um forte candidato a desenvolver DCV e o ato de cessar o fumo do tabaco é a medida mais eficaz para melhorar a qualidade de vida e diminuir a incidência das DCV. (MANCIA et al, 2007 apud SANTOS; LIMA, 2009). Dentre as inúmeras substâncias contidas no cigarro, quatro foram identificadas como principais causadoras de danos cardiovasculares, entre elas estão, o monóxido de carbono, a nicotina, bezopireno e radicais livres, sendo estas responsáveis por causar efeitos arritmogênicos nas fibras cardíacas, efeitos pró-coagulante, hipoxemia tecidual, descarga adrenérgica, diminuição do HDL, oxidação do LDL e lesão ou distensão endotelial (MJOS, 1998 apud ISSA, 2006). Vários estudos comprovaram a relação do tabagismo com o desenvolvimento da aterosclerose, no qual, eleva-se o risco de óbito por doença arterial coronariana ( HEART DISEASE ANDSTROKE STATISTICS, 2006) artigo 3.1 A conseqüência da lesão no sistema cardiovascular é diretamente proporcional a quantidade de cigarro consumido ao dia, quanto maior o consumo aumenta-se o risco de DCV, levando a uma importante disfunção no endotélio, devido a formação de radicais livres e o aumento da degradação de óxido nítrico. (ZEIHER et al, 1995). 2.5.4- Atividade Física O exercício físico é definido como uma atividade realizada com repetições e movimento orientado, através do mesmo, eleva-se o consumo de oxigênio devido as alterações musculares gerando trabalho prático. (BARROS et al, 1999). A prática regular do exercício físico promove adaptações autonômicas e hemodinâmicas, no sistema cardiovascular. (RONDON; BRUN, 2003). Objetivando o 27 aumento do debito cardíaco e redistribuição do fluxo sanguineo e elevação da perfusão circulatória para músculos em atividade. (ARAÚJO, 2001). Os benefícios da prática regular de atividade física atuam no perfil antropométrico, neuromuscular, metabólico e psicológico. Com relação ao aspecto antropométrico e neuromuscular se tem como resultado a redução da gordura corporal, aumento da força muscular, massa muscular, densidade óssea e flexibilidade. Na metabólica têm-se o aumento no volume sistólico, da potência aeróbica, da ventilação pulmonar, melhora o perfil lipídico, tem a redução da pressão e a freqüência cardíaca em repouso e no movimento submáximo. Já nos efeitos psicológicos, melhora a auto-estima, a imagem corporal, as funções cognitivas e a diminuição do stress e da ansiedade (ASSUMPÇÃO; MORAES; FONTOURA, 2002 apud SILVA; GIORGETTI, COLOSIO, 2009). 2.5.5- Sedentarismo Para Myers (2003), o sedentarismo é um importante fator para ocorrência de eventos cardiovasculares, aumento a taxa de mortalidade em indivíduos com falta de condicionamento físico, representando 56% no sexo feminino e 37% no sexo masculino, na população brasileira. (FUCHS, 1993) O sedentarismo é um importante fator de risco na condição de ser um preditor para as DCV, desencadeando latas taxas de mortalidade em indivíduos com baixo nível de condicionamento físico, tendo prevalência de 56% em mulheres, na população urbana brasileira (TEIXEIRA, 2000) Nos EUA, o número de indivíduos adultos sedentários é mais de 60%, já no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas indicam que 80,8% dos adultos são sedentários (FONSECA, SICHIERI, VEIGA, 2008) 2.5.6- Alcoolismo O consumo moderado de bebida alcoólica é uma medida que diminue o risco de mortalidade, principalmente no sistema cardiovascular (FARCHI et AL., 2000 apud COSTA et al., 2004). Porém, o consumo em excesso de bebida alcoólica repercutiu em conseqüências 28 negativas a saúde e qualidade de vida, levando ao crescimento da morbimortalidade (NANCHAHAL, 2000 apud COSTA et al., 2004). Segundo estudos realizados no Brasil, o alcoolismo foi considerado como uma doença, no qual sua prevalência no país é de 7,6% e 9.2%, entretanto, em pacientes hospitalizados sua incidência chega a 12,4%, provocando de forma direta ou indireta altos custos para o sistema de saúde (ALMEIDA et al., 2002). 2.5.7- Antecedentes familiares Os antecedentes familiares é um fator de risco (FR) independente, enquadrando-se como fator não modificável, com isso indivíduos com parentes de 1º grau com DCV precoce, o mesmo, tem a probabilidade de desenvolver essa epidemia cardiovascular. Dados comprovam que indivíduos com idade inferior a 55 anos, que apresentem consaguinidade de 1º grau cardiopatas, devem ser alertados e orientados quanto ao desenvolvimento de FR (GUS, 1998). A influência dos fatores de risco genéticos no desenvolvimento das DCV já foram estabelecidos. Além de fatores de risco cardiovasculares clássicos, se faz a importância de destacar o componente hereditário. A história familiar tornou-se como FR cardiovascular com grande destaque entre as variáveis genéticas para a gênese de DCV, independente do controle de outros FR já descritos, como a PA, obesidade, diabetes, classe social, tabagismo e alcoolismo, o fator hereditário mantém-se como independente variável preditora de risco cardiovascular (STEEDS, 1997 Apud PEREIRA; KRIEGER 2001) 2.5.8- Circunferência da Cintura O acúmulo de tecido adiposo na região mesentérica ou abdominal é um tipo de obesidade central, visceral ou androgênica. Entretanto, esse acúmulo de gordura na região abdominal está associado a um numero maior de mortalidade comparado a obesidade periférica. (IV DIRETRIZ BRASILEIRA SOBRE DISLIPIDEMIA E PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE, 2007). A circunferência da cintura tem sido apontada como um marcador de gordura localizado, sendo considerada uma matriz de mediadores próinflamatórios que contribuem para o ataque vascular e a constituição da aterogênese devido 29 sua pratica aplicabilidade (VISSCHER, SEIDELL, 2004 apud BARBOSA, SCALA, FERREIRA, 2009). O acumulo de gordura central é influenciado por vários fatores, entre eles os genéticos, sexo e idade. Porém, há outros fatores variáveis que se relacionam ao acumulo de gordura, como o sedentarismo, ingestão de bebida alcoólica e o tabagismo. (CASTANHEIRA, 2003). 2.5.9- Circunferência do Pescoço Segundo Framinghan Heart Study, foi realizado uma pesquisa com mais de 3 mil pessoas, e presenciaram que o aumento da circunferência do pescoço, levaria a hipótese de acumulo de moléculas de gordura na parede das artérias carótidas. Conclui-se que, pela primeira vez o aumento da circunferência do pescoço é um marcador de risco para o desenvolvimento das DCV (PREIS, 2009) O acumulo de tecido adiposo na parte interna das carótidas, é medido pela circunferência do pescoço, sendo o único score de deposito de gordura acima além da circunferência da cintura. Sendo a CP significativamente associada com o risco cardiovascular, comprovado através de estudos transversais (PREIS, 2009) 30 3- METODOLOGIA 3.1- TIPO DE ESTUDO Todos os indivíduos da presente pesquisa serão estudados segundo os preceitos da declaração de Helsinque e do Código de Nuremberg, respeitadas as Normas de Pesquisa Envolvendo os Seres Humanos (Res. CNS 196/96) do Conselho Nacional De Saúde após a submissão, e aprovação do projeto pelo Comitê de Ética Da Universidade da Amazônia (ANEXO A), aprovação do orientador (APÊNCIDE A), autorização da Unidade Básica de Saúde da Pedreira (APÊNDICE B) e autorização dos participantes por meio da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. (APÊNDICE C). A pesquisa é do tipo Hipotético, dedutivo, transversal e quantitativo 3.2- ABORDAGEM DA PESQUISA 3.2.1- Local O estudo foi realizado na Unidade Básica de Saúde Da Pedreira, localizada na Avenida Pedro Miranda S/N situada na cidade de Belém-PA. As pesquisadoras fizeram a coleta no posto de saúde citado a cima, no qual enquadrava-se indivíduos do sexo feminino matriculadas no programa HIPERDIA e indivíduos também do sexo feminino presentes da Unidade de Saúde da Pedreira , no período matutino, de Segunda à quinta-feira, no horário compreendido entre 07:30 ás 10:30 h. 3.2.2- Amostra Foi realizada a avaliação em 100 mulheres hipertensas do grupo controle do programa HIPERDIA e 100 mulheres aleatoriamente que estavam presentes na Unidade Básica de Saúde da Pedreira. 31 3.2.3- Período A pesquisa foi realizada no período de Fevereiro de 2010 à Abril de 2010. 3.3- CRITÉRIOS DE INCLUSÃO -Idade entre 35 a 60 anos. -Sexo Feminino - Aceitem assinar o TCLE. 3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Para esta investigação, foram determinados os seguintes critérios de exclusão: - Todos os indivíduos que não se enquadram nos critérios de inclusão. - Indivíduos com déficit de compreensão. - Indivíduos com alteração neurológica que impossibilite a resposta do questionário. - Indivíduos que apresentem alterações da Tireóide. - Indivíduos que apresentem Linfomas na região cervical. 3.5- COLETA DE DADOS A pesquisa teve como inicio a abordagem de mulheres que estavam presentes na sala de espera do programa HIPERDIA, sendo que uma avaliadora fez a seleção de mulheres que se enquadravam nos critérios de inclusão. A mesma também selecionou mulheres que não eram matriculadas no programa HIPERDIA, porém estavam presentes na Unidade de Saúde. Após a abordagem e seleção, as mulheres que aceitassem participar da pesquisa, e assinassem o TCLE e eram submetidas a ficha de avaliação, para preenchimentos de dados como nome, idade, sexo, profissão, escolaridade, antecedentes familiares e antecedentes pessoais,logo após a coleta, as pacientes eram encaminhadas para uma sala 32 isolada, onde uma avaliadora coletava dados físicos, como pressão arterial, peso, altura (IMC), circunferência da cintura, Circunferência do pescoço, os quais são detalhados a seguir: 3.5.1- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Foi aplicado um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), no qual constaram todas as informações do estudo e não acarretou nenhum ônus aos participantes. 3.5.2- Ficha da Avaliação Aplicou-se uma ficha de avaliação (APENDICE D), onde foram coletados dados como: nome, idade, sexo, ocupação, escolaridade, estado civil, antecedentes familiares, exame físico (peso, altura, pressão arterial sistêmica, circunferência da cintura, circunferência do pescoço) tabagismo, alcoolismo, padrão de atividade física. Uma das avaliadoras permaneceu na sala de espera, abordando os interessados e selecionando os indivíduos que aceitavam participar da pesquisa através da aplicação do TCLE, em seguida a aplicação da ficha de avaliação, contendo os itens citados a cima. Enquanto outra avaliadora estava em uma sala individual, recebendo os indivíduos selecionados e dando continuidade na ficha de avaliação, levando em consideração dados do exame físico Os indivíduos foram entrevistados por uma pesquisadora, respondendo às perguntas diretas que integram o roteiro proposto para entrevista. Caso o entrevistado não entenda a questão, esta será repetida pela pesquisadora até que o individuo esteja apto a respondê-la. Após a avaliação e coleta de dados, foi informado ao individuo imediatamente os resultados das informações com o fornecimento de uma ficha de avaliação de modo que os mesmo pudessem futuramente apresentar aos seus médicos. Além, de prestarmos esclarecimento sobre cada item avaliado, os indivíduos que obtiveram grandes alterações relacionadas aos riscos cardiovasculares, orientamos sobre a necessidade de uma avaliação médica. 33 3.5.3- Verificação do Peso Na obtenção dos dados do estudo, foi utilizada uma balança antropométrica, da marca Balmak, com unidade de medida em quilograma (Kg) e precisão de 0,1 Kg que será tomada uma única vez (FIGURA 3). O individuo deverá estar com roupas leves, o mínimo de acessórios que estes possam interferir nos resultados, caso o indivíduo não esteja trajando roupas leves, o mesmo será instruído a retirar objetos que possam interferir no resultado. Durante o protocolo de pesagem: o individuo será instruído a subir na balança, colocando-se sempre no centro da mesma, em posição ortostática, braços estendidos ao longo do corpo, no qual, será registrado o peso com precisão e cuidado (FIGURA 3) . O ajuste do ponto zero para equilibrar entre dois ponteiros guias deve ser perfeito, no caso da balança se apresentar zerada. A precisão pode ser facilmente determinada pelo emprego de pesos com padrões conhecidos, recomenda-se que a balança seja calibrada a cada 10 pesagens, realizar sempre uma medida, que será anotada em Kg. Figura 3: Verificação do Peso Fonte: Dados da pesquisa 3.5.4 Verificação da Estatura Para medir estatura, utilizou-se uma régua antropométrica da própria balança. Onde o individuo foi instruído a permanecer em posição ortostática (PO): sem os sapatos, braços estendidos ao longo do corpo, pés unidos, conforme apresentado na (FIGURA 4). A medida é 34 feita com o individuo em apnéia inspiratória, de modo a minimizar possíveis variações sobre esta variável antropométrica. A cabeça deve está orientada segundo o plano de Frankfurt, paralelo ao solo (FIGURA 5). Figura 4: Posição Ortostática Figura 5: Orientação da cabeça Fonte: Dados da pesquisa Fonte: Dados da pesquisa 3.5.5- Verificação do Índice de Massa Corporal O protocolo de índice de massa corporal (IMC), é usado para avaliar peso relativo a altura e é calculado dividindo-se peso corporal em quilos por altura em metros quadrado ( peso/ h²), através desta fórmula que indica se a pessoa está acima do peso, se está obeso ou abaixo do peso ideal considerado saudável. A fórmula para calcular o Índice de Massa Corporal é: IMC = peso / (altura)² que trás como graus de normal ( 18,5 – 24,9); excesso de peso (≥ 25); préobeso ( 25 – 29,9); obeso classe I (30- 34,9) obeso classe II ( 35 – 39,9) e obeso classe III (≥ 40), segundo a TABELA 1 abaixo. 35 Tabela 1. Classificação do Índice de Massa Corporal Classificação IMC (Peso/Altura2) Baixo Peso < 18,5 Normal 18,5-24,9 Excesso de Peso ≥ 25 Pré-obeso 25-29,9 Aumento Obesso classe I 30-34,9 Moderado Obeso classe II 35-39,9 Severo Obeso classe III ≥ 40 Riscos de Co-morbidades Baixo (porém maiores riscos de outros problemas clínicos) Ausente Muito Severo Fonte: V Diretriz de Hipertensão Arterial, 2006 3.5.6- Verificação da Circunferência da Cintura Protocolo da circunferência abdominal é usado para mensurar gordura localizada em tecido adiposo localizado na região abdominal. A medida da circunferência da cintura teve como referência o ponto médio entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior (FIGURA 6), conforme proposto pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica, onde os indivíduos foram colocados em posição ortostática (PO), com o abdômen relaxado, no final do movimento expiratório. Uilizou-se uma fita métrica flexível e inextensível, da marca CARDIOMED, com precisão de 0,1 cm, no plano horizontal. A fita foi posicionada com firmeza em torno do local do corpo a ser medido, sem esticar excessivamente, evitando-se assim a compressão do tecido subcutâneo. Este ponto foi escolhido por ser considerado o sítio que reflete com mais acurácia o tecido adiposo visceral. A leitura foi feita no centímetro mais próximo, onde a fita cruzava o ponto zero. Foi solicitado ao indivíduo que afastasse levemente os braços, com os pés juntos e que levantasse a camisa até a altura do diafragma. Onde adotou-se como parâmetro de medição, ≤ 88 cm para mulheres, acima desta valor, o individuo é considerado uma portadora de obesidade abdominal. 36 Figura 6: Posicionamento da fita métrica Fonte: autor, 2010 3.5.7- Aferição da Pressão Arterial O protocolo para se aferir a pressão arterial (PA), foi utilizado com esfigmomanômetro aneróide (0- 300 mmhg) da marca Solidor, considerando-se a braço esquerdo da paciente (FIGURA 7), explicando o procedimento para o mesmo, após cinco minutos de repouso, mantendo as pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado, removendo roupas do braço no qual foi colocado o manguito (FIGURA 8). O estetoscópio Rappaport Premium da marca Glicomed foi usado para aferir a pressão arterial (PA) sendo posicionado na artéria braquial no membro superior ipsilateral ao da aferição, que auscultou o 1º som de Korotcoff com a pressão arterial sistólica (PAS) e o 5º som como pressão arterial diastólica (PAD). Posicionou-se o braço do manguito na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4º espaço intercostal), apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido, solicitando para que o individoe não falasse durante a aferição. Selecionou-se o manguito adequado ao tamanho do braço, colocando o mesmo sem deixar folgas a cima da fossa cubital cerca de 2 a 3 cm, centralizando a parte compressiva do manguito na artéria braquial. A análise considerou-se o valor inicial PAS e valor final da PAD, sendo que apenas uma avaliadora realizou esta tarefa. Os valores segundo a V Diretriz Brasileira de Hipertensão estão abaixo,(TABELA 2). 37 Figura 7: Posição do esfigmomanômetro Figura 8: Posição do individuo. Fonte: Dados da Pesquisa Tabela 2. Fonte: Dados da Pesquisa Classificação da Pressão Arterial Sistêmica CLASSIFICAÇÃO PAS (mmHg) PAD (mmHg) Ótima < 120 < 80 Normal < 130 < 85 Limítrofe 130-139 85-89 Hipertensão estágio 1 140-159 90-99 Hipertensão estágio 2 160-179 100-109 Hipertensão estágio 3 > 180 > 110 Hipertensão sistólica isolada > 140 < 90 Fonte: V Diretriz Brasileira de Hipertensão 3.5.8- Verificação da Circunferência do Pescoço O protocolo para avaliação da circunferência do pescoço foi realizado da seguinte maneira. O individuo ficou em PO (FIGURA 9), de frente para a avaliadora, a medida foi feita com o individuo estando em apnéia inspiratória, de modo a minimizar possíveis variações sobre esta variável antropométrica. A cabeça posicionou-se paralela ao solo, 38 retirando-se qualquer acessório da região do pescoço que impossibilitasse a medição. Utilizou-se uma fita métrica inelástica em (cm), no qual a pesquisadora posicionou a fita métrica na região medial do pescoço, no plano horizontal. A média da circunferência do pescoço dos indivíduos baseou-se em 34,2 cm para mulheres, segundo o estudo realizado em Framingham (2009). Valores acima desse patamar indicam um risco crescente para ocorrência de problemas cardiovasculares. Figura 9: Posição ortostática Fonte: Pesquisa de campo 3.5.9- Antecedentes Pessoais Para a avaliação do tabagismo, foram divididos em 6 itens, tais como: nunca fumou, ex-fumante de charuto e/ou caximbo, menos de 10 cigarros por dia, 10 a 20 cigarros por dia, 21 a 30 cigarros por dia, acima de 30 cigarros por dia. Já para o consumo do álcool, foram divididos em 6 itens, como: nunca ou menos de 1 dose ao mês, 1 a 3 doses ao mês, 1 a 3 doses por semana, 4 a 7 doses por semana, 8 a 13 doses por semana ( 1 ou mais doses ao dia não chegando a duas em média, mais de 14 doses por semana (2 ou mais doses ao dia). Por fim, para a avaliação da prática de atividade física, também foi dividida em 6 itens: inatividade física, atividade profissional sedentário-pouco esportiva, atividade profissional sedentário-leve, atividade profissional esportiva leve, atividade profissional esportiva moderada, atividade profissional esportiva intensa. 39 4- RISCOS E BENEFÍCIOS 4.1- RISCOS - A pesquisa não levou os participantes a nenhum risco. Podendo ter levado a algum constrangimento na verificação do IMC, circunferência da cintura, circunferência do Pescoço e os resultados dos dados obtidos na ficha de avaliação. Tentou-se minimizar este constrangimento realizando o exame físico dentro de uma sala individual, deixando o avaliador e individuo isolados. 4.2- BENEFÍCIOS - Após a análise estatística, foram levadas as informações dos resultados obtidos com a pesquisa aos indivíduos participantes, além de orientá-los quanto aos riscos e a prevenção dos fatores de risco cardiovascular. Foi informado imediatamente após a avaliação e análise dos dados obtidos, o resultado da pesquisa através de uma ficha contendo os resultados de IMC, CC, Circunferência do pescoço e Pressão arterial 40 5- ANÁLISE ESTATÍSTICA Para determinação do tamanho da amostra foram seguidas as orientações de Levine et al. (2005). Para cálculo do tamanho da amostra, inicialmente, deve-se determinar se a população a ser estudada é finita ou infinita em relação à quantidade de indivíduos com as características de interesse. No caso, os registros da Unidade Básica de Saúde da Pedreira informam que há 936 mulheres cadastradas no programa HIPERDIA, das quais 330 apresentam as características de interesse, hipertensas, na faixa etária de 35 a 60 anos, correspondendo a 35,26% do total. Como a proporção de indivíduos que pertence à categoria que se está interessado em estudar é maior do que 5% da população, diz-se que a população é finita. Considerando que o nível de mensuração de uma das variáveis de interesse, nomeadamente a variável que classifica os indivíduos em hipertensos e saudáveis, é nominal, e que utilizou-se, entre outras, a estatística qui-quadrado, optou-se pela fórmula para proporções se a fórmula para tamanho da ótimo amostra (n0), com fator de correção para populações finitas, sugerida por Levine et al. (2005) e Fávero et al. (2009). n0 = Npq ( Z α / 2 ) 2 pq ( Z α / 2 ) 2 + ( N − 1)e 2 onde n0 é o tamanho da amostra; N é o tamanho da população; Z é uma variável normal padronizada correspondente ao grau de confiança desejado; e é o erro de amostragem, que corresponde á margem de erro máximo de estimativa, identificando a diferença entre a proporção amostral e a verdadeira proporção; p é a proporção de indivíduos que pertence a categoria que estamos interessados em estudar, q é a proporção populacional de indivíduos que não pertencem à categoria que estamos interessados em estudar (q = 1-p). Nesta investigação, N = 936; Z a 5% de confiança é Z0,05/2 = 1,96; e escolhido foi de 10%, p = 0,3526, q = 0,6474 ( = 1-0,3526), de forma que o tamanho da amostra (n0) é de 81 indivíduos, apesar de que o resultado da fórmula foi 80,25, mas o arrendamento foi para cima de maneira a supersatisfazer o tamanho mínimo da amostra, conforme recomendam os autores. Ressalta-se que foram analisados 100 indivíduos hipertensos, ou seja, um número superior ao mínimo necessário, (n0) = 81 indivíduos. 41 No intuito de analisar os indicadores de saúde de mulheres Hipertensas, foram coletados dados de dois grupos: um grupo de 100 mulheres hipertensas e um grupo de 100 mulheres saudáveis, totalizando 200 indivíduos, no período de Fevereiro a Abril de 2010, na Unidade Básica de Saúde da Pedreira. Os dados da pesquisa foram inseridos em planilha eletrônica para armazenamento digital, sendo os cálculos estatísticos realizados no programa computacional R versão 2.11.0. O R pode ser definido como um sistema de análise estatística, matemática e gráfica (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2010), é distribuído gratuitamente, sob os termos da GNU General Public License, no sítio http://www.r-project.org/, cujo desenvolvimento e distribuição são conduzidos por muitos estatísticos e colaboradores conhecidos como R Development Core Team (Time de desenvolvimento de R). A análise estatística iniciou com a descrição do grau de escolaridade e dos hábitos relacionados com o estado de saúde dos dois grupos (tabagismos, consumo de álcool e atividade física) por meio de tabelas de freqüências e gráficos de colunas. As variáveis de interesse foram então classificadas de acordo com seu nível de mensuração, por ser uma característica determinante para a definição de seu tratamento estatístico. As variáveis estudadas, nesta monografia, foram classificadas em dois níveis de mensuração1: o nominal e o intervalar. O nível de mensuração nominal é aquele que dispõe os casos em categorias, tais como sexo ou cidade de origem. Já o nível de mensuração intervalar indica a ordenação e a distância entre as categorias (SIEGEL, 1975; LEVIN e FOX, 2004). Das variáveis de interesse, somente uma é nominal, a variável que classifica as mulheres estudadas em duas categorias: as hipertensas e as saudáveis. As demais variáveis possuem nível de mensuração intervalar; quais sejam: Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência da Cintura (CC) e Circunferência do Pescoço (CP). Para se testar a associação entre o IMC, CC e a CP e as duas categorias de mulheres, utilizou-se a estatística qui-quadrado (χ2) com a correção de Yates. Segundo Levin e Fox (2004), χ =∑ 2 1 (f − f e − 0,5) 2 o fe Há ainda o nível de mensuração ordinal que é o que proporciona informação sobre a ordenação da categoria (por exemplo, primeiro, segundo, terceiro...), mas não há, neste estudo, variáveis que se classifiquem nesse nível de mensuração. 42 onde fo é a freqüência observada em qualquer sela e fe é a freqüência esperada em qualquer sela. A correção de Yates é recomendada por Levin e Fox (2004) para as situações em que há menos do que 10 observações por sela. Os graus de liberdade são dados por gl=(r-1)(c-1), onde r é o número de linhas da tabela cruzada e c, o número de colunas. Calcularam-se as estatísticas descritivas dos indicadores com nível de mensuração intervalar dos dois grupos estudados, mediana, média, desvio-padrão, e com a geração de gráficos das suas distribuições amostrais de modo a possibilitar o seu exame visual. A seguir, para verificar a existência de diferenças entre os indicadores dos dois grupos de mulheres estudados, efetuou-se um dos seguintes testes de médias: a o Teste t ou Teste de Wilcoxon (Mann-Whitney) para médias de duas amostras não relacionadas. O teste t é utilizado para verificar se a diferença observada entre as médias de indicadores (IMC, CC e CP) obtidas nas amostras é considerada grande o suficiente para ser significativa. A estatística de teste (t) é, conforme explicam Levin e Fox (2004), calculada por meio da seguinte equação: t= x1 − x 2 s x21 s x22 + n1 n2 onde x1 e x 2 são as médias dos dois grupos estudados, s2x1 e s2x2 são as variâncias amostrais, e n1 e n2 representam o número de observações em cada grupo. Contudo, para que o teste t seja confiável, como advertem Levin e Fox (2004), é necessário que as amostras sejam independentes, sejam normalmente distribuídas e que suas variâncias sejam iguais. Para testar a normalidade das distribuições dos indicadores de cada grupo, utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk (W). O Shapiro-Wilk é um dos testes mais poderosos de normalidade, especialmente para pequenas amostras. Segundo Fávero et al. (2009), W é calculado por meio da seguinte equação: 2 n ∑ α i x( i ) W = ni =1 ∑ ( x1 − x ) 2 i =1 (Nº) 43 onde x(i) são os valores da amostra ordenados e αi são constantes obtidas a partir das médias, variâncias e covariâncias das estatísticas ordinais de uma amostra de dimensão n de uma população normal. Para testar a homogeneidade de variâncias das amostras, utilizou-se o teste de Levene (L) que testa a hipótese nula de que as variâncias das amostras são iguais. Fávero et al. (2009) explicam que estatística L é dada por ∑ n (Z ( N − k) L= × (k − 1) ∑∑ (Z i −Z) ij − Zi ) k i =1 k ni i i =1 j =1 2 2 em que ni é a dimensão de cada uma das k amostras e N, a dimensão da amostra total. A variável Z é definida como Zij = |Xij – Xi| (i = 1, ..., k e j = 1, ..., ni), em que Xij é a observação j da amostra i e Xi é a média da amostra i. O teste de Mann-Whitney, também denominado Mann-Whitney-Wilcoxon, é a alternativa não-paramétrica utilizada em substituição ao teste t para comparar dois grupos quando os mesmos não são normalmente distribuídos ou não apresentam variâncias iguais, ou ainda quando a mensuração atingida é inferior à intervalar (SIEGEL, 1975). Segundo Siegel (1975) e Fávero et al. (2009), para amostras maiores do que 20 observações, o teste envolve procedimento a seguir: i. Determinar os valores de n1, que representa o número de observações do menor grupo, e n2, que representa o número de observações do maior grupo. ii. Dispor os dados dos dois grupos em ordem crescente, atribuindo o posto 1 ao escore com que for menor algebricamente e assim sucessivamente até N= n1 + n2. No caso de observações empatadas, atribuir à média dos postos correspondentes. iii. Calcular R1 = soma dos postos do grupo 1 e R2 = soma dos postos do grupo 2. iv. Calcular o U de Mann-Whitney a partir de U1 e U2: U1 = n1n2 + ou n1 ( n1 + 1) − R1 2 44 U 2 = n1n2 + n2 ( n2 + 1) − R2 2 onde v. Escolher o menor valor entre U1 e U2: para ser utilizado no cálculo de z, isto é, U = min(U1 , U 2 ) . vi. Calcular o valor de z, uma vez que n2 >20, por meio da seguinte equação: n1n2 2 z= n1n2 N 3 − N N ( N − 1) 12 − ∑ T U− onde ∑T é o fator de correção quando há postos empatados, em que T é calculado como segue: T= vii. t3 − t 12 Se a probabilidade para z for menor do que o nível de significância escolhido, rejeita-se a hipótese nula de que não há diferenças entra as distribuições das amostras: Os valores reportados nos resultados dos testes estatísticos são os seus respectivos valores-p. Os valores-p podem ser definidos como “o nível de significância, que representa o menor nível a partir do qual H0 pode ser rejeitada para um determinado conjunto de dados” (LEVINE et. al., 2005, p.317). Se o valor-p for maior ou igual ao nível de significância (α), a hipótese nula não é rejeitada. Se o valor-p for menor do que α, a hipótese nula é rejeitada (LEVINE et. al., 2005, p.317; LEVIN e FOX, 2004, p. 234). O α adotado nesta pesquisa foi de 5%. 45 6-RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram examinados dois grupos de indivíduos do sexo feminino, no período de Fevereiro a Abril de 2010, na Unidade Básica de Saúde da Pedreira, sendo dividido entre 100 indivíduos com hipertensão e 100 indivíduos saudáveis, totalizando 200. Inicialmente, verificou-se a existência de associação entre a classificação de mulheres hipertensas e saudáveis e os seus Índices de Massa Corporal (IMC). A tabela 3 de distribuição divide as observações em quatro intervalos que contêm 25% das observações de IMC total. Constata-se que, no primeiro intervalo, com menores índices (IMC acima de 18,3 até 24,4), a freqüência de mulheres hipertensas é menor do que as saudáveis. Por outro lado, no quarto intervalo, com maiores índices (IMC acima de 32,2 até 49,8), a freqüência de mulheres hipertensas é maior do que as saudáveis. Aliás, o maior IMC observado foi de uma mulher hipertensa (49,8) e o menor, de uma mulher saudável (18,30). Tabela 3 – Distribuição dos Índices de Massa Corporal (IMC) do grupo de mulheres hipertensas e mulheres saudáveis. Intervalo 18,3 |―24,4 24,4 |―27,5 27,5 |―32,2 32,2 |―49,8 Total Hipertensas 5 Saudáveis 45 (25) (25) 18 32 (25) (25) 32 18 (25) (25) 45 5 (25) (25) 100 100 Total 50 50 50 50 N =200 Nota: Os valores entre parênteses são as freqüências esperadas sob a hipótese de não existência de associação entre as variáveis. Fonte: Dados da Pesquisa. A figura 10 exibe que, na medida em que os intervalos de IMC vão subido, maior é a freqüência observada de mulheres hipertensas e menor é a freqüência de mulheres saudáveis, sugerindo a existência de associação entre hipertensão e IMC. Testou-se formalmente a existência de associação entre hipertensão e IMC por meio do teste qui-quadrado com correção de Yates. O valor calculado foi χ2 = 71,8400 é 46 altamente significante (valor p <1%), indicando que há uma associação significativa entre nível de IMC e a hipertensão. Figura 10 – Distribuição do IMC de mulheres hipertensas e saudáveis Fonte: Dados da Pesquisa Tabela 4- Estatísticas dos Índices de Massa Corporal (IMC) dos grupos de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis. Estatísticas Média Hipertensas Saudáveis 31,92 25,17 5,65 3,68 Mediana 31,18 24,90 Mínimo 20,37 18,30 49,80 0,9684* (0,0168) 34,88 0,9766 (0,0724) Desvio-Padrão Máximo Shapiro-Wilk (W) Levene (L) Mann-Whitney 13,9550* (0,0002) 8457,5* (0,0000) Fonte: Dados da pesquisa. Nota: (*) Indica valores significantes. Na segunda etapa de investigação, focou-se as estatísticas de IMC estimadas dos dois grupos. As estatísticas dos IMC dos grupos de mulheres hipertensas e das mulheres 47 saudáveis são apresentadas na tabela 4. O grupo de mulheres hipertensas apresentou média (31,92) e mediana (31,18) de IMC, maiores do que das mulheres saudáveis (25,17 e 24,90, respectivamente), sugerindo novamente que, na amostra, mulheres hipertensas tendem a ter IMC mais elevados do que as mulheres saudáveis. A figura 11 exibe com maior clareza distribuições de IMC dos grupos examinados. O exame do gráfico permite observar que o limite superior da caixa de distribuição das mulheres saudáveis, que corresponde a 75% das observações desse grupo, está abaixo do limite inferior da caixa das mulheres com hipertensão, que representa 25%, de seus IMC. Isso significa que menos do que 25% das mulheres hipertensas obtiveram IMC nos intervalos tão baixos quanto 75% das mulheres saudáveis. Observa-se ainda que as hipertensas apresentaram os maiores 35 20 25 30 IMC 40 45 50 IMC, sugerindo a existência de diferenças entre IMC dos grupos. Hipertensas Saudáveis Grupos Figura 11: Distribuição de IMC Fonte: Dados da Pesquisa A fim de verificar formalmente se as distribuições de IMC apresentam diferenças, realizou-se o teste de Mann-Whitney para médias de duas amostras independentes, uma vez que o teste de Shapiro-Wilk (W) indica que a amostra de mulheres hipertensas não é normalmente distribuída e que teste de Levene (L) indica as suas variâncias não são semelhantes. A estatística de teste de Mann-Whitney (=8457,5) é estatisticamente significante a 5%. Portanto, pode-se afirmar que há diferenças entre os grupos no tocante ao IMC e, conseqüentemente, mulheres com hipertensão têm IMC maiores do que mulheres saudáveis. 48 Os resultados alcançados, no tocante ao IMC, são similares aos obtidos por Souza et al. (2003), no qual, analisaram um grupo de indivíduos hipertensos e indivíduos normotensos, onde teve como resultado a prevalência de maiores índices de massa corporal no grupo de hipertensos, o que se confirma os resultados de nosso estudos, uma vez que as mulheres hipertensas apresentaram um maior número de IMC. Uma pesquisa realizada por Carneiro et al. (2003) mostrou que indivíduos entre 30 e 65 anos com IMC elevado possui maior chance de serem hipertensos em relação as pessoas sem sobrepeso. Já para Cercato et al. (2000) encontraram uma significativa relação entre o aumento do IMC associado a HAS em uma população do sexo feminino com faixa etária 25 a 60 anos. Outro estudo teve uma associação positiva e linear (p<0,001) entre o IMC e a HAS, sendo esses resultados evidenciados tanto em estudos prospectivos quanto nos transversais, confirmando o excesso de tecido adiposo associado ao desenvolvimento de HAS (BARBOSA, SCALA, FERREIRA, 2009). Tal fato interessante pode ser confirmado conforme nossos resultados da pesquisa, segundo a figura 10. Por outro lado, para alguns estudos epidemiológicos, o IMC é um fator independente para a HAS (RABKIN et al, 2007). Isso entra em contradição com os resultados da nossa pesquisa. A existência de associação entre a classificação de mulheres hipertensas e saudáveis e seus Índices de Circunferência da cintura (CC) é demonstrada através da tabela 5 de distribuição, onde divide as observações em quatro intervalos que contêm 25% das observações de CC totais. Constata-se que, no primeiro intervalo, com menores índices (CC acima de 52cm até 85,8cm), a freqüência de mulheres hipertensas é menor do que as saudáveis. Por outro lado, no quarto intervalo, com maiores índices (CC acima de 103 cm até 128 cm), a freqüência de mulheres hipertensas é maior do que as saudáveis. Aliás, a maior CC observado foi de uma mulher hipertensa (128 cm) e a menor, de uma mulher saudável (87,27cm). 49 Tabela 5 – Distribuição das medidas de Circunferência da Cintura (CC) dos grupos de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis. Classificação 52|―85,8 Hipertensas 9 Saudáveis 41 (25) (25) 85,8|―95 95|―103 103|―128 Total 18 35 (26) (26) 30 17 (24) (24) 43 7 (25) (25) 100 100 Total 50 53 47 50 N = 200 Nota: Os valores entre parênteses são as freqüências esperadas sob a hipótese de não existência de associação entre as variáveis. Fonte: Dados da Pesquisa A figura 12 exibe que, na medida em que os intervalos de CC vão subido, maior é a freqüência observada de mulheres hipertensas e menor é a freqüência de mulheres saudáveis, sugerido a existência de associação entre hipertensão e CC. Figura 12: Distribuição da Circunferência da Cintura de mulheres Hipertensas e saudáveis. Fonte: dados da pesquisa Testou-se formalmente a existência associação entre hipertensão e CC por meio do teste qui-quadrado com correção de Yates. O valor calculado foi χ2 = 55,4486 é altamente significante (valor p <1%), indicando que há uma associação significativa entre nível de CC e a hipertensão. 50 Na segunda etapa de investigação, focou-se nas estatísticas de CC estimadas pelos dois grupos. As estatísticas da CC do grupo de mulheres hipertensas e de mulheres saudáveis são apresentadas na tabela 6. O grupo de mulheres hipertensas apresentou média (101,20 cm) e mediana (101,70cm) de CC maiores do que das mulheres saudáveis (87,27cm e 89,00cm, respectivamente), sugerindo novamente que, nas amostras, mulheres hipertensas tendem a ter CC mais elevados do que as mulheres saudáveis. Tabela 6- Estatísticas dos Índices de Circunferência da cintura (CC) dos grupos de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis. Estatísticas Média Desvio-Padrão Mediana Mínimo Máximo Shapiro-Wilk (W) Levene (L) Hipertensas 101,20 10,81 101,70 77,00 128,00 0,9918 Saudáveis 87,27 11,63 89,00 52,00 110,00 0,9790 (0,8078) (0,1120) 0,4960 (0,4821) Teste t 9,9661* (0,0000) Fonte: Dados da pesquisa. Nota: (*) Indica valores significantes. A figura 13 exibe as distribuições de CC dos grupos examinados. As hipertensas tendem a apresentar CC maiores do que as mulheres saudáveis. A fim de verificar formalmente se as distribuições de CC apresentam diferenças, realizou-se o teste de t para médias de duas amostras independentes, uma vez que o teste de Shapiro-Wilk (W) indica que as amostras dos grupos de mulheres são normalmente distribuídas e que teste de Levene (L) indica as suas variâncias são semelhantes. A estatística t (=9,9661) é altamente significante a (valor p <1%). Portanto, pode-se afirmar que há diferenças entre as médias dos grupos no tocante a CC e, conseqüentemente, mulheres com hipertensão têm CC maiores do que mulheres saudáveis. 60 80 CC 100 120 51 Hipertensas Saudáveis Grupos Figura 13: Distribuição de Circunferência da Cintura Fonte: Pesquisa de Campo Para Barbosa et al, 2009, verificou que a circunferência da cintura manteve-se associado a 2,4 vezes maior em indivíduos que apresentaram níveis elevados de pressão arterial quando comparados a valores de circunferência normais e individuo saudáveis. Sendo estes valores comprovados segundo a figura 12 em nossos estudos. O excesso de tecido adiposo é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial, sendo confirmado em estudos transversais aplicados em diversas populações. Sendo este observado em nosso estudo através da tabela 5, no qual, demonstra que conforme a CC aumenta, o número de mulheres hipertensas cresce (PEREIRA, SICHIERI, MARTINS, 2000). Para Peixoto et al (2006), ao realizarem uma pesquisa sobre a circunferência da cintura, eles obtiveram como conclusão, que a mesma é um fator que classifica a presença ou ausência de hipertensão, sendo esta capacidade com tendência maior no sexo feminino. Segundo estudos realizados por Lima et al. (2003), a CC analisada em mulheres mostrou-se com prevalência de 75%, o que ocasiona um elevado risco para o desenvolvimento de DCV, tal fato interessante pode ser confirmado nesse estudo, que indivíduos do sexo feminino apresentam maiores valores de CC. Souza et al (2003), em uma pesquisa sobre risco cardiovascular, levando em consideração o IMC e CC, mostraram que 50% da amostra, apresentavam elevado risco cardiovascular, tal resultado, afirma que a obesidade, principalmente a abdominal, aumenta as chances de complicações de DCV. 52 Por outro lado um estudo realizado por Barbosa et al. (2009), afirmam que a CC não tem associação com o desenvolvimento da HAS, apenas o IMC tem correlação (RP= 1,05;ρ=0,001. O que entra em contradição com os resultados da nossa pesquisa. Finalmente, verificou-se a existência de associação entre a classificação de mulheres hipertensas e saudáveis e a Circunferência do pescoço (CP). A tabela 7 mostra a distribuição e divide as observações em quatro intervalos que contêm 25% das observações de CP totais. Constata-se que, no primeiro intervalo, com menores índices (CP acima de 31 cm até 35 cm), a freqüência de mulheres hipertensas (3) é menor do que as saudáveis (58). Por outro lado, no quarto intervalo, com maiores índices (CP acima de 38,3 cm até 54 cm), a freqüência de mulheres hipertensas (41) é maior do que as saudáveis (2). Aliás, a maior CP observado foi de uma mulher hipertensa (54 cm) e a menor, de uma mulher saudável (35,03 cm). Tabela 7 – Distribuição das medidas de Circunferência do pescoço (CP) dos grupos de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis. Classificação 31|―35 35|―36.4 36.4|―38.3 38.3|―54 Total Hipertensas Saudáveis Total 3 58 61 (30,5) (30,5) 22 19 (20,5) (20,5) 34 20 (27) (27) 41 3 (22) (22) 100 100 41 54 44 N = 200 Nota: Os valores entre parênteses são as freqüências esperadas sob a hipótese de não existência de associação entre as variáveis. Fonte: Dados da Pesquisa. O figura 14 exibe que, na medida em que os intervalos de CP vão subido, maior é a freqüência observada de mulheres hipertensas e menor é a freqüência de mulheres saudáveis, sugerido a existência de associação entre hipertensão e CP. 53 Figura 14: Distribuição da Circunferência do pescoço de mulheres Hipertensas e saudáveis. Fonte: dados da pesquisa Focou-se, então, as estatísticas de CP estimadas dos dois grupos. As estatísticas dos CP dos grupos de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis são apresentadas na tabela 8. O grupo de mulheres hipertensas apresentou média (38,82 cm) e mediana (38,10 cm) de CP maiores do que das mulheres saudáveis (35,03 cm e 35,00 cm, respectivamente), sugerindo que, na amostra, mulheres hipertensas tendem a ter CP mais elevados do que as mulheres saudáveis. Tabela 8- Estatísticas das medidas de Circunferência do pescoço (CP) dos grupos de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis. Estatísticas Média Desvio-Padrão Mediana Mínimo Máximo Shapiro-Wilk (W) Levene (L) Hipertensas 38,82 3,26 38,10 34,00 54,00 0,8559* Saudáveis 35,03 1,97 35,00 31,00 40,00 0,9810 (0,0000) (0,1583) 6,2003* (0,0136) Wilcoxon 8807,0* (0,0000) Fonte: Dados da pesquisa. O figura 15 exibe as distribuições de CP dos grupos examinados. As hipertensas tendem a apresentar CP maiores do que as mulheres saudáveis. Observa-se ainda que as hipertensas apresentaram as maiores CP, sugerindo a existência de diferenças entre CP dos grupos. A fim de verificar formalmente se as distribuições de CP apresentam diferenças, realizou-se o teste de Mann-Whitney para médias de duas amostras independentes, uma vez que o teste de 54 Shapiro-Wilk (W) indica que a amostra de mulheres hipertensas não é normalmente distribuída e que teste de Levene (L) indica as suas variâncias não são semelhantes. A estatística de teste de Mann-Whitney (=8807,0) é estatisticamente significante (valor p<1%). Portanto, pode-se afirmar que há diferenças entre as médias dos grupos no tocante à CP e, 35 40 CP 45 50 conseqüentemente, mulheres com hipertensão têm CP maiores do que mulheres saudáveis. Hipertensas Saudáveis Grupos Figura 15: Distribuição de Circunferência do Pescoço Fonte: Dados da pesquisa Estudos transversal, contendo 2.732 indivíduos do sexo feminino, com idade média de 57 anos, realizados por Preis et al. (2009), afirmam que a circunferência do pescoço teve resultados significativamente associado com o desenvolvimento de todos os fatores de risco cardiovasculares, entre eles a HAS (OR= 1.4, ρ<0,001). Sendo comprovado através de nosso estudo, afirmando que o aumento da Circunferência do pescoço é maior em mulheres hipertensas, sendo demonstrado na Tabela 7. Segundo a Tabela 9 abaixo, demonstra distribuição da escolaridade, dividindo-se em 5 sub-itens, no qual se observa, que a escolaridade no nível fundamental incompleto, a freqüência de mulheres hipertensas é maior, totalizando 36 indivíduos neste grupo, assim como no nível médio completo, a freqüência de mulheres saudáveis é maior que hipertensas. Por outro lado, ao analisar a freqüência a nível superior completo, o número de indivíduos saudáveis foi superior ao grupo de hipertensas. 55 Tabela 9 – Distribuição de escolaridade entre os grupos de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis. Ensino Fund. inc. Fund. com. Médio inc. Médio com. Sup. inc. Sup. Com. Total Hipertensas 36 24 7 30 0 3 100 Saudáveis 23 13 7 34 7 16 100 Total 59 37 14 64 7 19 N=200 Fonte: Dados da Pesquisa. O figura 16 mostra a distribuição de mulheres hipertensas e saudáveis em relação no nível de escolaridade. Onde houve alta freqüência do sexo feminino hipertensas e saudáveis presentes a nível fundamental incompleto e ensino médio completo. Por outro lado, a freqüência de indivíduos saudáveis no nível superior completo, foi mais relevante em relação a mulheres hipertensas. Figura 16: Distribuição do nível de escolaridade de mulheres Hipertensas e saudáveis Fonte: Dados da pesquisa Segundo pesquisa realizada por Barbosa; Scala; Ferreira (2009), sobre o nível de escolaridade houve a prevalência de hipertensos ao nível baixo de escolaridade, ou seja, pertencentes ao ensino fundamental incompleto. Este índice tem sido associado com um forte fator ao desenvolvimento de HAS, com razões de prevalência entre 1,4 a 7,3 nas comparações em relação com o nível superior. 56 Já para Freitas et al (2001), mostrou a associação do grupo de hipertensos com menor nível de escolaridade (49,5%). Sendo estes resultados, confirmados através de nosso estudo, segundo a figura 16, onde houve a predominância do grupo mulheres hipertensas com baixa escolaridade. Segundo Jardim et al (2007), realizou um estudo transversal, com indivíduos hipertensos com idade entre 30 a 65 anos, o resultados obtidos foram a associação inversa da escolaridade com a HAS, ou seja, 37,5% relataram terem concluído o ensino superior e 28% estarem a nível fundamental incompleto. Este resultado é contraditório em relação ao estudo atual, pois segundo a tabela 9, 36 mulheres hipertensas 23 saudáveis estavam presentes a nível fundamental incompleto e apenas 3 do grupo de hipertensas enquadravam-se no grupo de nível superior, o que conclui-se que, conforme, o nível de escolaridade eleva-se, diminui a freqüência do grupo de mulheres hipertensas e saudáveis. A tabela 10 abaixo, demonstra distribuição do Tabagismo, dividindo-se em 5 sub-itens, no qual se observa, que mulheres saudáveis (73) e hipertensas (61) relataram que nunca fumaram. A freqüência de mulheres hipertensa ex-fumante ficou em torno de (29), superando o total de ex-fumante saudáveis. E conforme, o aumento do consumo do tabaco, verificou-se a diminuição da freqüência tanto de mulheres hipertensas, quanto as saudáveis. Tabela 10 – Distribuição do tabagismo entre os grupos de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis. Consumo Nunca Ex-fumante menos de 10 de 10 a 20 de 21 a 30 Total Hipertensas 61 29 8 1 1 100 Saudáveis 73 25 1 1 0 100 Total 134 54 9 2 1 N=200 Fonte: Dados da Pesquisa. A figura 17 abaixo exibe a distribuição de mulheres hipertensas e saudáveis em relação ao tabagismo. Tendo predominância do grupo de hipertensas e saudáveis ao nível de que nunca fumaram. Também houve prevalência dos dois grupos caracterizados como exfumante. Por fim, a medida que houvesse a elevação do consumo do tabaco, observou-se a redução da freqüência de ambos grupos. 57 Figura 17: Distribuição do tabagismo de mulheres Hipertensas e saudáveis Fonte: Dados da pesquisa A análise de um estudo na universidade realizado por Chaieb e Castellarin (2008), com 258 indivíduos, obtiveram como resultado, a prevalência de 40% de ex-fumante no sexo feminino, sendo estas hipertensas. Este fato é ratificado em nossos estudos, segundo a figura 17, onde houve a prevalência de hipertensas caracterizadas como ex-fumantes. Uma pesquisa transversal efetuada por Primo e Stein (2004), na cidade do Rio Grande do Sul, com indivíduos de 25 a 65 anos, do sexo feminino, evidenciou-se como resultado que 76% das mulheres eram hipertensas e nunca fizeram o consumo do tabaco, e 26% das hipertensas eram ex-fumante. Porém, um estudo realizado por Rosário et al (2009), em relação ao tabagismo, observou-se a relação entre a prevalência dos hipertensos no grupo de ex-fumantes (38,2%) em relação ao que são fumantes com mais de 10 cigarros ao dia. Os resultados alcançados dessa pesquisa são similares aos encontrados por este estudo, em relação ao tocante sobre tabagismo. Já para Borges, Cruz e Moura (2008), a associação do tabagismo com a HAS, foi de forma indireta, no qual teve como resultado a prevalência do número de hipertensos exfumante em relação aos que nunca fumaram. Esses resultados são contraditórios em nossa pesquisa, pois a prevalência foi de mulheres de hipertensas e saudáveis no grupo de não fumantes. Segundo a tabela 11 abaixo, demonstra a distribuição do consumo de álcool, dividindose em 5 sub-itens, no qual se observa a freqüência de mulheres hipertensas e saudáveis como não consumidoras de bebida alcoólica, totalizando 66 hipertensas e 62 saudáveis, assim como, houve a predominância dos dois grupos sendo consumidoras de 1 a 3 doses ao mês, 58 totalizando 29 hipertensas e 23 saudáveis. Por outro lado, observa-se que conforme há o aumento do consumo do álcool, menor é a freqüência tanto de mulheres hipertensas e saudáveis neste item. Tabela 11 – Distribuição de consumo de álcool entre os grupos de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis. Consumo Nunca De 1 a 3 mês De 1 a 3 sem. De 4 a 7 sem. De 8 a 13 sem. Total Hipertensas 66 29 1 3 1 100 Saudáveis 62 23 11 1 3 100 Total 128 52 12 4 4 N=200 Fonte: Dados da Pesquisa. O figura 18 mostra a distribuição de mulheres hipertensas e saudáveis em relação ao consumo do álcool. No qual, houve alta freqüência do sexo feminino hipertensas e saudáveis relatando nunca terem ingerido bebida alcoólica, e conforme, houve o aumento do consumo de bebida alcoólica, presencio-se a diminuição da freqüência dos grupos. O que se tem por conclusão, a não relação do consumo de álcool com o desenvolvimento de HAS. Figura 18: Distribuição do consumo de álcool entre mulheres Hipertensas e saudáveis Fonte: Dados da pesquisa 59 Pesquisa realizada por Rosário et al (2009), através de estudo transversal, em Nobres, município de Mato Grosso, tendo valor estimado da amostra em 1.003 indivíduos, avaliou o consumo de álcool, no qual a prevalência de hipertensos do sexo feminino no grupo dos que não fazem o uso de bebida alcoólica chegou a (35,8% ρ <0,001). Este achado é comprovado em nosso estudo, sendo demonstrado na figura 18, no qual, observa-se um número alto do grupo de mulheres hipertensas não consumidoras de bebida alcoólica. Pesquisa realizada Inácio e Machado (2005), através de estudo transversal, teve com resultado que dos 31 indivíduos do sexo feminino analisados, 96,77% admitiram não serem etilista, tais resultados alcançados são similares ao tocante alcoolismo em nosso estudo, no qual 62 mulheres saudáveis relataram nunca terem ingerido bebida alcoólica, segundo a tabela 11. Em Catanduva, Freitas et al (2001), obtiveram como resultado alto índice do consumo álcool nos hipertensos de 44,8%. Este achado é controvérsio sob o ponto de vista analisado em nosso estudo, haja vista que, o consumo de 1 a 3 doses ao mês, teve a freqüência moderada de grupo de hipertensas. Segundo a tabela 12 abaixo, demonstra a distribuição da atividade física, dividindo-se em 5 sub-itens, no qual se observa a freqüência de mulheres hipertensas e saudáveis como não praticantes de atividade física, totalizando 71 hipertensas e 68 saudáveis, assim como, também houve a predominância dos dois grupos sendo praticantes de exercício, totalizando 20 hipertensas e 10 saudáveis. Por outro lado, observa-se que conforme há o aumento do padrão de atividade física, menor é a freqüência tanto de mulheres hipertensas e saudáveis neste item. Tabela 12 – Distribuição do padrão de atividade física entre os grupos de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis. Atividade física Inatividade APSPE APSL APEL APEM Total Hipertensas 71 20 8 1 0 100 Saudáveis 68 10 19 2 1 100 Total 139 30 27 3 1 N=200 Fonte: Dados da Pesquisa. A figura 19 mostra a distribuição de padrões de atividade física entre mulheres hipertensas e saudáveis. No qual, houve alta freqüência do sexo feminino hipertensas e saudáveis relatando a inatividade física. E conforme, houve o aumento da intensidade da 60 prática de atividade física, verificou-se a diminuição da freqüência dos dois grupos de mulheres. Figura 19: Distribuição do padrão de atividade física entre mulheres Hipertensas e saudáveis Fonte: Dados da pesquisa Observou-se que a inatividade física, caracterizando o sedentarismo, foi o fator prevalente encontrado nos dois grupos, com leve predominância nas mulheres hipertensas. Um estudo realizado por Souza (2003), constatou que indivíduos que negavam prática regular de atividade física, com freqüência maior ou igual a 2 vezes semanais com duração mínima de 30 minutos, foram considerados sedentários. De acordo com Gomes et al (2006), outros autores também encontraram altos índices de sedentarismo, variando de 47% a 63% da população. Para Maia et al (2007) estudos epidemiológicos mostraram que indivíduos sedentários têm 60 % a 70% de risco a desenvolver hipertensão arterial sistêmica em relação aos indivíduos praticantes de atividade física, esta informação pode ser confirmada em nosso estudo, onde as mulheres hipertensas relataram não serem praticantes de atividade física. Um estudo realizado por Gomes et al (2006), sobre a prática de atividade física, aplicado com 364 indivíduos do sexo feminino, apenas 103 relataram que realizavam a prática de atividade física, correspondendo a 20,31% em relação a amostra total. Tal fato confirma-se no estudo atual, segundo tabela 12, observando que apenas 20 mulheres hipertensas praticam atividade. 61 Em outro estudo, Nahas (2000) avaliou funcionário de uma universidade no Brasil, no qual obteve com resultado que 61,4% das mulheres com diagnóstico de hipertensão apresentavam altos valores de inatividade física e apenas 35% relatam a prática da atividade física. 62 CONSIDERAÇÕES FINAIS No presente estudo, concluímos que os dados obtidos apresentam alta prevalência dos fatores de risco cardiovascular em mulheres hipertensas. Os resultados da pesquisa estão em linha com as pesquisas relatadas na literatura especializada. Ressalta-se aqui a associação significativa entre a hipertensão arterial sistêmica com o índice de massa corporal, circunferência da cintura e circunferência do pescoço. Baseado nos resultados deste trabalho, o grupo de mulheres hipertensas, obtiveram maiores IMC, circunferência da cintura, circunferência do pescoço, segundo esses dados, mulheres hipertensas tendem a desenvolver maiores riscos cardiovasculares em relação a mulheres saudáveis. Diante disso, faz-se necessário a continuidade deste estudo, levando-se em consideração a ampliação da amostra, referente ao número de indivíduos, sobre a necessidade de se avaliar a presença da hipertensão arterial e também de outros fatores de risco associado a doença cardiovascular. 63 REFERÊNCIAS 1- Almeida Filho LM, et al. Estudos multicêntrico de morbidade psiquiátrica em áreas urbanas brasileiras (Brasília, São Paulo, Porto Alegre). Rev ABP-APAL 1992; 14:38-42. 2- Aquino EMMLL, Magalhães LBNC, Araújo MJ, Almeida MCC, Leto Jp. Hipertensão arterial em trabalhadoras de enfermagem: padrão de ocorrência, diagnóstico e tratamento. Arquivo Brasileiro de cardiologia, 2001; 76 (3): 197-208. Disponível: www.arquivosonline.com.br Acessado em: 21 /12/2009 3- Araújo CGS. Fisiologia do exercício físico e hipertensão arterial. Uma breve introdução. Revista Hipertensão, 2001; 4. Disponivel em: URL: www.arquivosonline.com.br . Acessado em 11 de Fevereiro de 2010. 4- AVEZUM, A; GUIMARÃES, HP; BERWANGER O, et al. Aspectos epidemiológicos- Educação continuada em pós-infarto do miocárdio. São Paulo: SOCESP, 2004. P.1-16 5- BARBOSA, Larissa Silva; SCALA, Luis César Nazário; FERREIRA, Márcia Gonçalves. Associação entre marcadores antropométricos de adiposidade corporal e hipertensão arterial na população adulta de Cuiabá, Mato Grosso. Rev Bras Epidemiol, 2009; 12(2): 237-47 6- Barros Neto TL, César MC, Tebexreni AS. Fisiologia do exercício. IN: Ghorayeb N, Barros TL, editores. O exercício. Preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos especiais e preventivos. São Paulo: Atheneu, 1999; 3-13. 7- BRAUNWALD, ZIPES, LIBBY. Prevenções Primária e Secundária da Doença das Artérias Coronárias. Tratado de Medicina Cardiovascular. 6º Ed, 2001. Pg. 1083 8- BUENO,Andre Kaarina Meszaros; UMEDA, Iracema Ioco Kikuchi; MILHOMEN, Renata de Souza. Fisioterapia na Reabilitação de Pacientes com Coronariopatia. In: UMEDA, Iracema Ioco Kikuchi. Manual de Fisioterapia na Reabilitação Cardiovascular. Barueri, SP: Manole, 2005. p.41-45. 9- CARNEIRO, Glaúcia; FARIA, Alessandra N.; FILHO, Fernando F. Ribeiro; GUIMARÃES, Adriana; LERÁRIO, Daniel; FERREIRA, Sandra R.G.; ZANELLA, Maria Tereza. 2003. Influência da Distribuição Da Gordura Corporal sobre a prevalência de Hipertensão arterial e outros fatores de risco cardiovascular em indivíduos obesos. Rev Assoc Med Bras 2003; 49(3):306-11 10- CARVALHO, T. Exercicio físico e coração. IN: PORTO, C.C. Doenças do Coração: Prevenção e Tratamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998, pg. 218 64 11- Castanheira M, Olinto MTA, Gigante DP. Associação de variáveis sóciodemográficas e comportamentais com a gordura abdominal em adultos: estudos de base populacional no Sul do Brasil. Cad Saúde Pública 2003; 19(suppl 1). 12- CERCATO, Cintia; SILVA, Shirley; SATO, Alessandra; MANCINI, Márcio; HALPERN, Alfredo. Risco Cardiovascular em uma População de Obesos. Arq Bras Endocrinol Metabo Vol 44 nº 1 Fevereiro 2000. 13- CIOLAR, E.G. Epidemiologia da Hipertensão Arterial. Revista de Saúde Pública. 24(5),1990. 14- CHAGAS, Antonio Carlos. Fisiopatologia da Circulação Coronariana IN: SILVA, Mauricio Rocha. Fisiopatologia Cardiovascular. Editora Atheneu. São Paulo- SP, 2000, pg 77-88. 15- CHAIEB, José A.; CASTELLARIN, Cassio. Associação tabagismo-alcoolismo: introdução as grandes dependências humanas. Rev Saúde Pública, 32(3):246-54, 2008. 16- CHOR D. Fonseca MJM; Andrade CR; Waismann W. Lotufo PA. Doenças Cardiovasculares: panorama da mortalidade no Brasil. IN: Minayo MC, editor. Os muitos Brasis. 2º ed. Rio de Janeiro: Hucitec- Abrasco, 2000. 57-80 17- Coitinho DC, Leão MM, Recine E, Sichieri R. Condições Nutricionais da População Brasileira: adultos e idosos. Brasilia, Ministério da Saúde, Brasília; 2001 18- Corrêa PCRP. Tabagismo, Hipertensão e diabetes- reflexões. Revista Brasileira de Clínica & Terapêutica 2003; 29 (1): 19-24. 19- COSTA, Juvenal S Dias, SILVEIRA, Mariângela, F. Silveira; GAZALLE, Fernando K.; OLIVEIRA, Sandro S.; HALLAL, Pedro C.; MENEZES, Ana Maria B.; GIGANTE, Denise P.; OLINTO, Maria T.A.; MACEDO, Silvia. Consumo Abusivo de álcool e fatores associados: estudos de base populacional. Rev Saúde Pública 2004; 38(2):283-91. 20- FÁVERO, L. P.; BELFIORE, P.; SILVA, F. L.; CHAN, B. L. Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 21- Fonseca VM, Sichieri R, Veiga GM. Fatores associado a obesidade em adolescente. Rev Saúde Pública. 2008; 32:141-9. Disponível em:. www.arquivosonline.com.br Acessado em: 29 de Janeiro de 2010. 22- Freitas OC, Carvalho FR, Neves JM, et al. Prevalência da Hipertensão arterial sistêmica na população urbana de Catanduva, São Paulo, Brasil. Arq Bras Cardiol 2001; 77(1):9-15. 23- Fuchs FD, Moreira DM, Ribeiro JP. Eficácia anti-hipertensiva do condicionamento físico aeróbio. Uma análise crítica das evidências experimentais. Arq Bras Cardiol 1993; 61:187-90. Disponível em: www.arquivosonline.com.br 65 24- GARDNER, E., GRAY D. J., O’ RAHILLY. Anatomia: estudo regional do corpo humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. 25- GOMES, Fabiano Alves. Valores de Pressão Arterial e suas Associações com Fatores de Risco Cardiovasculares em Servidores da Universidade de Brasília. Arquivos Brasileiros de Cardiologia- Vol 86, Nº 1, Jan 2006. Disponível em: www.arquivosonline.com.br 26- GOTTLIEB, M. G. V; BONARDI, G; MORIGUCHI, E. H. Fisiopatologia e aspectos inflamatórios da Aterosclerose. Scientia Medica. Porto Alegre: PUCRS, v. 15, n. 3, Jul/Set. 2005 27- GUS, Iseu. Prevenção da Cardiopatia Isquêmica. O investimento na Saúde. Arq Bras Cardiol Vol. 70, (nº 5), 1998. 28- GUS, I; FISCHMANN, A; MEDINA, C. Prevalência dos Fatores de Riscos da Doença Arterial Coronariana no Estado do Rio Grande do Sul. Arq Bras Cardiol. V. 78. n.5, 478-83, 2002. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/abc/v78n5/9377.pdf Acesso em 6 fev 2010. 29- Heart Disease and Stroke Statistics. 2006. Update A.N.A. 30- Hubert HB, Feinleib M, McNamara PM, Castelli WP. Obesity as na Independent risk factor for cardiovascular disease: a 26-year follow-up of participants in the Framingham Heart Study. Circulation 1993: 67:968-77 31- INÁCIO, Taise Bristot; MACHADO, Michelle Cardoso. Hipertensão e fatores de risco cardiovascular de um grupo de indivíduos adultos atendidos no ambulatório de especialidades médicas da UNISUL. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. São José do Rio Preto. V. 85, n.1, Jul.2005, p.20-25. 32- ISSA, Jaqueline Scholz. Fumo e Doenças Cardiovasculares: Prevenção primária e secundária. Ver. Soc. Cardiol Estado São Paulo Vol. 6 Nº5 Set- Out 2006. 33- JARDIM, Paulo César B. Veiga; GONDIN, Maria do Rosário Peixoto; MONEGO, Estelamari Tronco; MOREIRA, Humberto Graner; VITORINO, Priscila Valverde de Oliveira; SOUZA, Weimar Kunz Sebba Barroso; SCALA, Luis César Nazário. Hipertensão Arterial e alguns Fatores de Risco em uma capital Brasileira. Arq Bras Cardiol 2007; 88(4):452-457. Disponível: http://www.scielo.br/pdf/abc/v88n4/15.pdf 34- LAURENTI, Rui. Mortalidade por doença cardiovascular no Brasil. Tratado de Cardiologia- SOCESP. São Paulo: Manole, 2005. 35- LAURINDO, Francisco Rafael Martins. Fisiopatologia da Aterosclerose. IN: SILVA, Mauricio Rocha. Fisiopatologia Cardiovascular. Editora Atheneu. São Paulo- SP, 2000, pg 115-132. 66 36- LEVINE, David M.; STEPEHAN, David; KREHBIEL, Timothy C.; BERENSON, Mark L. Estatística: teoria e prática, usando o Microsoft® Excel em português. 3. ed. Rio de Janeiro, LTC, 2005. 37- LEVIN, Jack; FOX, James Alan. Estatística para ciências humanas. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. 38- Lima J; Nóbrega L; Nóbrega M; Bandeira F; Souza A. Dislipidemia pós-prandial como achado precoce em indivíduos com baixo risco cardiovascular. Arq Bras Endocrinol Metabol. 2002; 46(3): 249-254. 39- MAIA, Cyntia Oliveira; GOLDMEIER, Silvia; MORAES, Maria Antonieta; BROAZ, Marta Regina; AZZOLIN, Karina. Fatores de risco modificáveis para doença arterial coronariana nos trabalhadores de enfermagem. Acta Paul enferm 2007; 20(2):138-42 40- MANO, R. Anatomia Cardíaca: as artérias coronárias. Livro Virtual 2007 – ano 8. Disponível em http://www.manuaisdecardiologia.med.br/ Acesso em: 05 de jan 2010. 41- MARTINEZ, E. C. Fatores de Risco de Doença aterosclerótica Coronariana em Militares da Ativa do Exército Brasileiro com Idade Superior a 40 anos. Abr 2004. Dinsponível em: <http: //teses.cict.fiocruz.br/pdf/martinezecm.pdf>. Acessado em: 30 de novembro de 2009. 42- MARTINEZ, Tânia Leme da Rocha; VALE, Andréia Loures. Aterosclerose extracoronária: Etiologia, Relação com a coronariopatias e estratégias no tratamento. Revista Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. Vol. 10, nº 6 Nov/Dez 2000 pg.828. 43- MENDES, Marcelo José Fernandes de Lima, ALVES, João Guilherme Bezerra; ALVES, Ane Victor; SIQUEIRA, Pollyanna Patriota; FREIRE, Emilses Fernandes de Carvalho. Associação de fatores de risco para doenças cardiovasculares em adolescentes e seus pais. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (supl 1): 549554, Maio, 2006. 44- MONTENEGRO, Asdrúbal Nóbrega; SIMÕES, Mônica Oliveira da Silva; MEDEIROS, Ana Cláudia Dantas; PORTELA, Alyne da Silva; SOUZA, Cinthya Maria Pereira. Obesidade, Envelhecimento e risco Cardiovascular no Brasil: Possíveis Soluções para Problemas Atuais. Rev. Saúde. Com. 2008; 4(1): 57-63. 45- Myers J. Exercise and Cardiovascular Health. Circulation 2003; 107:e2-e5. 46- NAHAS, M. Atividade Física, Qualidade de e Saúde. Midiograf, PR, 2000. 47- NASCIMENTO, LC; MENDES IJM. Perfil de saúde dos Trabalhadores de um Centro de Saúde-Escola. Ver. Latinoam Enfermagem. 2002; 10 (4): 502-8. 48- NIEMANN, D.C. Exercício e saúde. São Paulo: Manole; 1999. 67 49- NOBRE, Rcn; Rzl, Domingues; Silva, A.R.; COLUGNATI, F.A.B.; TADDE, Jaac. Prevalência De Sobrepeso, Obesidade e hábitos de vida Associados ao Risco de Cardiovascular em Alunos do Ensino Fundamental. Revista da associação Médica Brasileira. 2006. 52: pg.118. 50- PEIXOTO, Maria do Rosário Gondim; BENÍCIO, Maria Helena D’Aquino; LATORRE, Maria do Rosário Dias de Oliveira; JARDIM, Paulo César Brandão Veiga; Circunferência da Cintura e Índice de Massa Corporal como Preditores da Hipertensão arterial. Arq Bras Cardiol 2006; 87:462-470 51- PEREIRA, Alexandre C; KRIEGER, José Eduardo. Genética e Cardiologia: Mudanças na abordagem do Paciente Cardiológico. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo -Vol 11-Nº1- Janeiro/Fevereiro de 2001. 52- Pereira RA; Sichieri R; Martins VMR. Razão cintura/quadril como preditor de hipertensão. Cad Saúde Pública 2000;15:333-44. 53- PINTO, V.L.M; MEIRELLES, L.R; FARINATTI, P.T.V. Influência de programas não formais de exercícios (domésticos e comunitários) sobre a aptidão física, pressão arterial e variável bioquímicas em pacientes hipertensos. Rev Bras Med Esporte, 9 (5), 2003. 54- POLITO, MD; FARINATTI, P.T.V. Resposta da freqüência cardíaca, pressão arterial e duplo-produto ao exercício contra a resistência: Uma revisão da literatura. Revista Portuguesa do Desporto. 2003 Vol. 3. Nº 1[79-91]. Disponivel em: www.fcdef.up.pt/RPCD/_arquivo/RPCD_vol.3_nr.1.pdf#page=81. Acessado em: 26/01/2010 55- PORTO, C.C. Doenças do Coração: Prevenção e Tratamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. 56- PREIS, Sarah, et al. Cirunferência do Pescoço e desenvolvimento das fatores de risco da doença Cardiovascular no estudo de Framingham. Circulation. 2009;120:S5509. Disponível em: http://circ.ahajournals.org/cgi/content/meeting_abstract/120/18_MeetingAbstracts /S509. Acessado em: 15 de Novembro de 2009 57- PRIMO, Newton Luiz Numa Peixoto; STEIN, Airton Telelbom. Prevalência do Abuso e da Dependência de Álcool em Rio Grande (RS): um estudo transversal de base populacional. R. Psiquiatr. RS, 26(3):280-286, Set, 2004. 58- Rabkin SW, Chen Y, Liu L, Reeder BA. Risk Factor Correlates of body mass index. Can Med Assoc 2007; 157(suppl1): S26-31 59- R DEVELOPMENT CORE TEAM (2010). R: a language and environment for statistical computing. Vienna, Austria: R Foundation for Statistical Computing. ISBN 3-900051-07-0, URL http://www.R-project.org. 68 60- RIDKER, Paul M.; GENEST, Jacques; LIBBY, Peter. Fatores de Risco para Doença Aterosclerótica. IN: BRAUNWALD, Eugene; ZIPES, Douglas P.; LIBBY, Peter . Tratado de Medicina Cardiovascular. editora Roca. 6º Ed. 2003, pg.1083. 61- RIQUE, Ana Beatriz Ribeiro; SOARES, Eliane de Abreu; MEIRELLES, Claudia de Melo. Nutrição e exercício na prevenção e controle das doenças cardiovasculares. Rev. Bras Med Esporte, Rio de Janeiro- vol 8, Nº 6- Nov/Dez, 2002. 62- Rocha, Viviane Zorzanelli; Libby, Peter. Biologia Vascular Da Aterosclerose e complicações Agudas do Ateroma.IN: NOBRE, Fernando; SERRANO, Carlos V. Tratado de Cardiologia-SOCESP. Barueri, SP. Ed. Manole, 2005. Pg. 544 63- Rodon MUPB, Brum PC. Exercicio físico como tratamento não farcológico da hipertensão arterial. Rev Bras Hipertensão 2003;10:134-7. 64- ROSÁRIO, Tânia Maria, SCALA, Luis César Nazário, FRANÇA, Giovanny Vinicius Araújo; PEREIRA, Márcia Regina; JARDIM, Paulo César Brandão Veiga. Fatores associados à hipertensão sistêmica em Nobres-MT. Rev Bras Epidemiol, 2009; 12(2):248-57. 65- ROSINI, Nilton; MACHADO, Marcos José; Xavier, Hermertoros. Estudo de Prevalência e Multiplicidade de Fatores de Risco Cardiovascular em Hipertensos do Municipio de Brusque, SC. Arquivo Brasileiro de cardiologia. Vol. 86, nº 3, Março, 2006, disponível: www.arquivosdecardiologia.com.br. Acessado em: 22 de outubro de 2009. 66- SANTOS, Ana Cristina; LIMA, Cassiano Abreu. Hipertensão de Dificil Controle: Impacto do Estilo de Vida. Rev. Bras. Hipertensão. Vol. 16 (1): S5-S6, 2009. Disponível em: www.arquivosdecardiologia.com.br. Acessado em: 12/01/2010 67- Santos RD, Maranhão RC, Luz PL, Lima JC, Filho WS, Avezum A, et al.III Diretriz Brasileira sobre dislipidemias e diretrizes de prevenção da Aterosclerose do departaemento da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol 2001; 77(suppl3): 1-191. Disponivel em: :www.arquivosdecardiologia.com.br. Acessado em: 12/01/2010 68- SIEGEL, Sidney. Estatística não-paramétrica: para as ciências do comportamento. São Paulo: McGraw-Hill, 1975. 69- SILVA, Joice Elaine Ferreira; GIORGETTI, Kamila Suzan; COLOSIO, Renata Cappellazzo. Obesidade e Sedentarismo como fatores de Risco Para Doenças Cardiovasculares em Crianças e Adolescentes de Escolas Públicas de Maringá, PR. Revista Saúde e Pesquisa, V.2, n.1, p.41-51 Jan/abr 2009. 70- SILVERTHORN, Dee Unglanb. Fisiologia Humana: uma Abordagem Integrada. Barueri, São Paulo-SP: Manole, 2ºedição, 2003. 71- Sociedade Brasileira de Cardiologia. IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e prevenção da aterosclerose. Arq Bras Cardiol. 2007; 88(supl 1): 1-1 69 72- SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. V Diretriz Brasileira De Hipertensão. São Paulo. Hipertensão, 2006. 73- SOUZA, Luiz J.; NETO, Carlos Gcovate; CHALITA, Félix E.B.; BASTOS, Diogo A.; FILHO, João T.D. Souto; SOUZA, Thiago F.; CÔRTES, Vitor A. Prevalência de Obesidade e Fatores de Risco Cardiovascular em Campos, Rio de Janeiro. Arq Bras Endocrinol Metab vol 47 nº 6 Dezembro 2003. 74- STEFANINI, E; KASINSKI, N; CARVALHO, A. C. Cardiologia. 1º ed. São Paulo: Manole, 2005. 75- Suárez MMS, Astoviza MB, Puig MEL. Obesidad: Tratamiento no farmacológico y prevención. Rev Cubana Endocrinol, 2002; 13(1): 35-42 76- THE CHALLENGE OF CARDIOVASCULAR DISEASES IN DEVELOPING ECONOMIES. Available From: //www.earth.columbia.edu/news/2004. Acessado em: Janeiro, 2010 75- TORTORA, Gerard J. Princípios de Anatomia e Fisiologia. editora Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, 9º ed. 2002. 76-V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Disponível em: www.diabetes.org.br. Acessado em 15 /02/2010. 77-Zeiher AM, Schacinger V, Minnners J. Long-Term Cigrarette smoking impairs endothelium-dependent coronary arterial vasodilator function. Circulation 1995; 92:1094-100. 70 APÊNDICE A 71 APÊNDICE B 72 APÊNDICE C Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Análise dos fatores de risco cardiovascular na hipertensão arterial sistêmica. Este termo de consentimento tem a finalidade de pedir sua autorização para participar de uma pesquisa que será realizada na Unidade Básica de Saúde Da Pedreira S/n, localizada na Avenida Pedro Miranda esquina com a Travessa Maurití na cidade de Belém-Pa. Este estudo tem o objetivo de analisar a circunferência do pescoço e sua correlação com fatores de risco cardiovascular. Para isso será necessário fazer uma serie de perguntas sobre você que incluem: Nome, idade, sexo, ocupação, se realiza atividade física, historia de doença cardiovascular em sua família, utilização de bebida alcoólica, hábito de fumar. Serão medidas a pressão arterial, peso, altura, a medida da sua cintura e quadril e a circunferência do pescoço. Caso você queira participar deste estudo você precisa autorizar sua participação assinando este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Este estudo não trará nenhum risco a sua saúde, assim como qualquer ônus. Não estão previstas despesas, por isso não haverá reembolso. Os resultados deste estudo podem, no futuro, nos ajudar a entender quais são os fatores que aumentam as chances das pessoas terem o Risco Cardiovascular e assim ajudar a prevenir que esta doença aconteça. Sua participação é voluntaria. Você não tem qualquer obrigação de participar desta pesquisa e, se você não quiser mais participar dela, poderá retirar-se do estudo a qualquer momento, e não há obrigatoriedade de responder as perguntas do questionário. Todas as informações serão mantidas em confidencialidade e se houver interesse a pessoa que participar da pesquisa poderá tomar conhecimento dos resultados ao final da pesquisa. Os dados obtidos deste estudo serão armazenados em um banco de dados onde será mantido total sigilo, o seu nome não aparecerá em nenhuma publicação e os dados serão utilizados apenas pelos pesquisadores desta pesquisa, podendo ser utilizados em publicações para fins científicos. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade da Amazônia (UNAMA), cuja função é de avaliar e aprovar os estudos envolvendo seres humanos. 73 Por favor, sinta-se á vontade para discutir qualquer aspecto referente a esta pesquisa com as pesquisadoras, Acadêmicas Analu Chavaglia 8113-7904, Carolline Silva 8175-9966 e a Fisioterapeuta Paulo Ávila (responsável pela pesquisa) 8127-9498. Li e compreendi este termo de consentimento e todas as minhas duvidas foram sanadas. Recebi explicações sobre o objetivo da pesquisa, os procedimentos do estudo a que serei submetido e os possíveis riscos e desconfortos e os benefícios que posso apresentar. Estou ciente que receberei os resultados desta pesquisa. Portanto, aceito participar voluntariamente desta pesquisa, sabendo que as informações aqui colhidas serão guardadas e usadas no futuro para pesquisa em doenças cardiovasculares, deste que aprovadas pelo CEP institucional. Assinatura do avaliado:________________________________________________ Telefone: ____________________ Data: ___/ ___/ ___ Hora: ___/ ___/ ___ Nome da investigadora: Analu Chavaglia Endereço: Av. Roberto Camelier, 390, apto. 1604 Bairro: Jurunas; Belém-PA Cel: 8113-7904 Nome da investigadora: Carolline Silva Endereço: R. Diogo Móia, 1764 Bairro: Umarizal; Belém-PA Cel: 8175-9966 Nome da orientadora e Pesquisadora Responsável: Paulo Ávila Endereço: Av. Alcindo Cacela, Bairro: Umarizal; Belém-PA Tel: 4009- 3166 74 APÊNDICE D APÊNDICE I FICHA DE AVALIAÇÃO DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR NOME: _____________________________________________ IDADE:_____ SEXO: ( ) Masculino ( ) Feminino TELEFONE: _________________________ END: __________________________________________________________ PROFISSÃO:____________________________ ESCOLARIDADE: ESTADO CIVIL: ( ) Ensino Fundamental completo ( ) Solteiro(a) ( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Casado(a) ( ) Ensino Médio completo ( ) Desquitado- Divorciado(a) ( ) Ensino Médio incompleto ( ) Viúvo(a) ( ) ensino superior completo ( ) Ensino superior incompleto ANTECEDENTE MÉDICO FAMILIAR NÃO SIM 1- Antecedente de hipertensão ( ) ( ) 2- Casos de doenças cardiovasculares ( ) ( ) 3- Casos de obesidade ( ) ( ) 4- Casos de tabagismo ( ) ( ) 5- Casos de alcoolismo ( ) ( ) 75 EXAME FÍSICO PAS: _______ mmhg Peso: _____ Kg PAD:________mmhg Altura:______ cm IMC:__________ Cintura: _____ cm Circunferência do pescoço: _________ cm ANTECEDENTES PESSOAIS 1- TABAGISMO: ( ) Nunca fumou ( ) Ex- fumante- charuto- caximbo ( ) Menos de 10 cigarros por dia ( ) 10 a 20 cigarros por dia ( ) 21 a 30 cigarros por dia ( ) acima de 30 cigarros por dia 2- ALCOOLISMO: ( ) Nunca ou menos de 1 dose ao mês ( ) 1 a 3 doses ao mês ( ) 1 a 3 doses por semana ( ) 4 a 7 doses por semana ( ) 8 a 13 doses por semana( 1 ou mais doses- dia, não chegando a 2 em média) ( ) mais de 14 doses por semana( 2 ou mais doses- dia) 3- ATIVIDADE FÍSICA: ( ) inatividade fisíca ( ) atividade profissional sedentária- pouco esportiva ( ) atividade profissional sedentária- leve ( ) atividade profissional esportiva leve ( ) atividade profissional- esportiva moderada ( ) atividade profissional esportiva intensa 76 APÊNDICE E 77 ANEXO A