O CONHECIMENTO, PLANEJAMENTO E A AVALIAÇÃO DA ESCOLA Elisete santos Silva1 Frankrauchia Borges de Almeida2 Susana Campos Barros3 Resumo O texto apresenta parte dos resultadosde um estudo realizado através da análise documental da Proposta Pedagógica- PP da Escola, do Programa de Desenvolvimento Escolar-PDE, Normas Internas da Unidade (Regimento Interno), do planejamento, dos projetos desenvolvidos, das fichas de avaliação dos alunos da escola, das Atas (reuniões do Conselho Escolar, Conselho de Classe, de Trabalhos Coletivos, Pedagógicos e de Pais). A pesquisa documental foi realizada para atender à primeira fase do subprojeto da Faculdade de Pedagogia/Universidade de Rio Verde/PIBID, que tem como objetivo contribuir para a organizaçãoe gestão da escola, buscando a melhoria do processo ensino-aprendizagem. Também sugerira solução dos problemas existentes no cotidiano escolar, em especial dos primeiros, segundos e terceiros anos do ensino fundamental, no processo ensino aprendizagem da alfabetização e letramento das crianças, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Luiz Alberto Leão;localizada naCidade de Rio Verde, Estado de Goiás.Ela foi autorizada para funcionamento em21 de outubro de 2009 para atender a necessidade da comunidade local. Inicialmente, com o objetivo de atender aos alunos da Educação Infantil considerando a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 e o estatuto da Criança e Adolescente. Propõe-sea um trabalho baseado nas diferenças individuais e na consideração das peculiaridades da faixa etária de crianças de 4 a 6 anos e, ao ensino fundamental de 9 anos – 1º ao 5º ano. O estudo também aborda a quantidade, ano e turnos que atende aos alunos, a condição socioeconômica deles, a estrutura física da escola e a forma como ocorrem os planejamentos do processo ensino aprendizagem. A técnica utilizada na pesquisa foi a de observação. Tendo como objetivo levantar as principais características físicas e humanas presentes na unidade. Como resultado desta proposta obteve-se que as condições precárias das instalações físicas não impedem a oferta de um ensino de qualidade à comunidade rio-verdense. Apontar soluções ou alternativas para a superação das dificuldades pedagógicas dos educandos a partirdo plano anual de curso para contemplar a missão a que se destina a escola: ensinando a aprender e aprendendo a ensinar. Palavras-chave: Relato de experiência; Análise Documental, Planejamento; 1 Introdução 1 Acadêmica do 3º Período do Curso de Pedagogia da Universidade de Rio Verde – FESURV; [email protected] 2 Professora Especialista em Metodologia do Ensino Fundamental pela Universidade Federal de Goiás; Supervisora do PIBID – EMEF Prof. Luiz Alberto Leão em Rio Verde – GO; [email protected] 3 Acadêmica do 6º Período do Curso de Pedagogia da Universidade de Rio Verde – FESURV; [email protected] Para realizarmos um trabalho de parceria entre Escola Campo e equipe do PIBID- Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - Capes/Universidade de Rio Verde, do subprojeto da Faculdade de Pedagogia,fez se necessáriocomo primeira tarefa, o conhecimento da escola através de seus documentos oficiais, equipe pedagógica e comunidade escolar. Nas visitas realizadas na escola, a equipe do PIBID analisou documentos preciosíssimose imprescindíveis para a compreensão do funcionamento da Unidade Escolar. Tarefa necessária para os Pibidianosserem adequadamente iniciados no trabalho de iniciação à docência com conhecimentos amplo sobre a comunidade e realidade escolar. Todos os documentos gerados e recebidos pela escolasão importantes pois, além do registro das atividades, guardam também a memória institucional. São registros de fatos importantes da vida escolar das pessoas que pertencem à sociedade na qual a escola está inserida. A importância dos documentos oficiais na escola Toda e qualquer Unidade Escolar tem objetivos a serem alcançados,metas eprojetosque almejam desenvolver e cumprir. A prática da escrita documental é importante como registro vivo dos processos interativos desencadeados no espaço escolar. As informações contidas em todos estes documentos são subsídios para todas as atividades realizadas, e a realizar, destacando a importância do registrotanto comoelemento capaz de contribuir para reflexão daprópria prática de ensino, como do processo que o norteia. Além disso, os documentos produzidos pelas escolas “são meios de prova de direito de pessoas ou da administração” e têm o papel informativo de grande valia para administração pública(MEDEIROS, 2004). Mas também, apesar da aparente homogeneidade, por pertencerem às exigências da administração pública, trazem em seu bojo a cultura da comunidade escolar que os produzem. Além disso, nos dias atuais as políticas públicas educacionais tem promovido a participação da comunidade na educação. Esta será a discussão do próximo tópico. Mas também, é que “Pela falta de atenção com o cotidiano escolar, essa dimensão é considerada por muitos comose constituindo na “caixa preta” da escola”. (Alves, 2003), que esconderia o seu real modo de ser e de fazer e, desse modo, mantendo camuflados interesses e motivações reais de suas práticas. Assim, desvendar as informações trazidas pelos documentos e relacioná-las à sua implementação nas práticas cotidianas constitui-se no desafio a ser enfrentado. A legislação que rege a educação nacional A legislação educacional brasileira tem possibilitado à comunidade escolar a abertura de espaços para que possa iniciar um processo de participação na educação. Nossa lei maior incorpora em seu texto, pela primeira vez, “a gestão democrática do ensino público...” (Art. 206, inciso VI). Cury (1997) lembra-nos de que os educadores tiveram, na constituição, seus clamores traduzidos em preceitos legais, no que se refere à democratização da sociedade e da escola pública brasileira. Tal princípio, a exemplo do que ocorreu na Constituição Federal, também está previsto em Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais (CATANI e OLIVEIRA, 1993). O artigo 53 da Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente, afirma ser “... direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais”. Também na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB nº 9.394/96, possibilita à comunidade sua participação na gestão escolar, determinando: “Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 1. participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; 2. participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalente. (...) os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira (...)”(artigos 14 e 15). Todos os estabelecimentos de ensino têm a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica (Art. 12º. da Lei 9.394/ 96), também referida em outro artigo da LDB comoprojeto pedagógico da escola (Art. 14º. inciso I). Alguns sistemas de ensino adotaram a nomenclatura Projeto Político-Pedagógico para representá-lo. Independentemente da nomenclatura diferenciada, são equivalentes naquilo que representam e não apresentam diferenciaçãonaquilo que explicitam. São denominações diferenciadas para designar o mesmo sentido de estabelecer uma visão de conjunto e direção aoprocesso pedagógico intencional a ser promovido na escola, mediante a contribuição de seus professores e demais membros da comunidade escolar. Análises dos documentos oficiais da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Luiz Alberto Leão O PPP-ProjetoPolítico-Pedagógico por nós analisado é do ano de 2009. Encontrando-se incompleto e desatualizado. Como sabemos esse é um projeto elaborado de forma participativa e colaborativa, originado no seio da coletividade docente, funcionários, alunos e pais, que dá uma identidade à instituição educacional. Conforme Veiga afirma (2001, p. 187), “é aconfiguração da singularidade e da particularidade da instituição educativa”. Percebeu-se que o PPP da escolaapresenta o currículo como forma de fluxo de aula, mas na realidade, hoje seadota o Plano de Curso e o Plano de Unidade para o desenvolvimento do processo ensino aprendizagem. Também, não explicita a forma de avaliar os alunos A Secretaria Municipal de Educação se responsabiliza pela elaboração do Plano de Curso, estabelecendo o objetivo, os conteúdos, as metodologias, os procedimentos e as técnicas a serem utilizadas no processo de ensino-aprendizagem das unidades escolares. E a partir deste plano, os docentes elaboram o Plano de Unidade definindo as atividades bimestrais que serão desenvolvidas na sala de aula. O Projeto de Desenvolvimento Escolar – PDE,“constitui um esforço disciplinado da escola para produzir decisões e ações fundamentais que moldam e guiam o que ela é, o quefaz, com um foco no futuro” (MEC/FUNDESCOLA, 2006, p. 20), daí o seu caráter estratégico. Como se recomenda em relação a todos os demais planos da escola, é construído com a participação da comunidade escolar, envolvendo pais de alunos. “Define o que é a escola, o queela pretende fazer, aonde ela pretende chegar, de que maneira e com que recursos” (MEC/FUNDESCOLA, 2006, p. 20). O documentoanalisado é do ano base de 2010. A Diretora nos relatou queele agora é feito de maneira interativa e retroativa ao ano anterior. Observarmos que existiam alguns aspectos não condizentes neste documento com os demais analisados como, por exemplo,no que se refere ao processode escolha da Gestora,asATAS indicamque foi através de plebiscito e no documento PDE está Eleição; as coordenadoras no município de Rio Verde são professoras concursadas, porém ocupam os referidos cargos por indicação e não por concurso como é informado no referido documento; o documento indica que a Secretária está no cargo há 9 anos, mas a documentação da escola, segundo – Conselho Municipal de Educação de Rio Verde -COMERV “Está autorizada como unidade escolar da Rede Pública Municipal, conforme Resolução Nº 050/2009,- , de 21 de outubro de 2009”; também, o número de funcionários descritos no PPP não é o mesmo do PDE. Os demais documentos como, Regimento Escolar é comum a todas as Unidades Escolares de Rio Verde e foi elaborado pelo COMERV. Ele écomposto por 15 conselheiros, escolhidos em lista tríplice, para mandato de quatro anos, sendo estes: professores, especialistas em educação, representantes de entidades ligadas à educação e de segmentos organizados da sociedade. O Conselho tem como estrutura organizacional: Conselho Pleno, Câmara de Educação Básica, Câmara de Legislação, Normas e Procedimentos, Presidência, Diretorias de Câmara, Secretaria Geral e Assessoria Técnica. O Regimento Escolar define toda a estrutura organizacional da escola, definindo as atribuições e funções dos servidores, bem como os direitos e deveres de toda comunidade. Com relação às Atas de alunos,a maioria das ocorrências foi r causada pelas faltas não justificadas, conversa com os pais com relação à parceria na educação dos filhos, e indisciplina. A formação dos alunos requer uma atenção especial dos educadores, objetivando torná-los cidadãos críticos, participativos, que consigam solucionar seus problemas com ética, respeito e responsabilidade sendo também participativo. O planejamento da escoladeve garantir a eficácia do trabalho como um todo; estimulando o maior aproveitamento da criatividade do educador pela liberdade de sua formação global através de um trabalho eficaz, desenvolvendo habilidades de valores morais, afetivos, sociais, psicológicos com práticas indispensáveis ao exercício da cidadania, fortalecendo assim os vínculos familiares de laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca. O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos de organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino (LIBÁNEO, 1994 p.221). E, a avaliação da escola está diretamente associada ao seu planejamento, pois é através dele que podemos traçar objetivos a curto, médio e longo prazo e repensá-los visando estratégias cada vez mais definidas de ação para modificar e aperfeiçoar o trabalhodocente. A avaliação atravessa o ato de planejar e de executar; por isso, contribui em todo o percurso da ação planificada. A avaliação se faz presente não só na identificação da perspectiva político social, como também na seleção de meios alternativos e na execução do projeto, tendo em vista a sua construção. (...) A avaliação é umaferramenta da qual o ser humano não se livra. Ela faz parte de seu modo de agir e,por isso, é necessário que seja usada da melhor forma possível (LUCKESI, 2002,p.118). Esta avaliação deveria estar explícita de forma organizada no Projeto Político Pedagógico, bem como nos projetos e eventos ocorridos no ano. Porém, o documento analisado não tinha essas ações desenvolvidas de maneira clara e sistematizada. Mesmo assim,percebemos que o ato de planejar é uma constante no trabalho diário de seus gestores e professores. Torna-se necessário, então, documentar todas essas ideias para que não se percam no cotidiano e, para que possam ser percorridas todas as etapas do planejamento visando produzir bons resultados através de uma avaliação, com o intuito de fornecer elementos necessários para a verificação se os resultados foram alcançados. As principais características da Escola Municipal Professor Luiz Alberto Leão A quantidade de alunos desta unidade soma um total de 634 educandos, sendo 20 na Educação Infantil, 277 na primeira fase do Ensino Fundamental e 337 na segunda fase do Ensino Fundamental de 9 anos. A maioria dos alunos pertence à classe média, de escolaridade e poder aquisitivo também na mesma faixa, são interessados, dinâmicos, participativos e afetivos.A distribuição dos alunos por sala, ano e turno é mostrada no quadro a seguir. Tabela 1- Distribuição dos alunos por sala, ano e turno Ano Infantil II 1º Ano do Ensino Fundamental Quantidade de Salas Matutino Quantidade de Salas Vespertino - 1 0 2 Quantidades de alunos 20 47 2º Ano do Fundamental 3º Ano do Fundamental 4º Ano do Fundamental 5º Ano do Fundamental 6º Ano do Fundamental 7º Ano do Fundamental 8º Ano do Fundamental 9º Ano do Fundamental 55 Ensino 0 3 0 3 0 3 0 1 3 0 Ensino 79 Ensino 65 Ensino 31 Ensino 98 Ensino 93 3 0 3 0 Ensino 69 Ensino 77 3 0 Fonte: Secretaria da Escola Professor Luiz Alberto Leão, out. 2012 A Tabela 1 mostra que a maior parte dos alunos da unidade está cursando a segunda fase do Ensino Fundamental de 9 anos - 6º ao 9º. Ocupando o total de 11 (onze) salas, todas no período matutino, seguido pela primeira fase do Ensino Fundamental de 9 anos - 1º ao 5º alocados também em 11(onze) salas de aula no período vespertino. A educação infantil atende apenas uma sala com 20 alunos. As turmas são formadas sem critérios específicos, evitando a formação por grau de dificuldade. As formas de recuperação paralela dos alunos Conforme os diagnósticos realizados; inicia-se um trabalho de intervenção continua com o aluno que possui maior dificuldade, acompanhando seu desempenho diário. A esses alunos são oferecida atividades significativas dentro do planejamento e auxiliado pela coordenadora pedagógica, trabalhando principalmente a leitura, escrita e reescrita com o intuito de desenvolver a capacidade de compreensão e interpretação de textos do seu dia-a-dia sanando dúvidas, buscando a obtenção de bons resultados na alfabetização e letramento dos três primeiros anos do Ensino Fundamental. A relação da escola com os responsáveis pelas crianças Os responsáveis pelos alunos são, em sua maioria, de trabalhadores do comércio, empresários, empregadas domésticas e do lar, residentes nos mais variados bairros da cidade e se deslocam dos seus locais de moradia para o trabalho. A localização da escola no centro da cidade facilita aos pais e/ou responsáveis pelos alunos conduzi-los e buscá-los na escola. Outro fator a se e considerar é que por 2(dois) anos consecutivos a escola apresentou o maior índice no IDEB do Estado de Goiás. A maioria da Comunidade Escolar tem clareza da importância da escolarização para a inserção social produtiva de seus filhos, esforçam-se para mantê-los na escola e são bastante atuantes nos eventos por ela promovidos. A integração da escola com a comunidade constitui-se no seu ponto forte, pois os pais são os facilitadores e muitas vezes os viabilizadores de inúmeras propostas e ações da escola. Os principaisaspectos da infraestrutura física da escola O espaço físico escolar é muito importante para os alunos, visto que eles passam parte de sua vida presente neste ambiente e não apenas para serem educados, mas também para aprenderem a se socializar com as demais pessoas ao seu redor. A infraestrutura de um ambiente escolar tem sua importância não só pelas dimensões geométricas, mas também pelas dimensões sociais. Por esse motivo este item é de grande importância como objeto de observação. Segundo Vygotsky, "o ser humano cresce num ambiente social e a interação com outras pessoas, é essencial ao seu desenvolvimento" (apud DAVIS e OLIVEIRA, 1993, p. 560) sendo assim, nada como um local estimulante e ao mesmo tempo um local desafiador para que o aluno possa desenvolver suas atividades estudantis, e acima de tudo, um local onde o aluno possa desenvolver seu senso crítico. Assim, o desenvolvimento resulta de combinações entre que o organismo traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio [...] e os esquemas de assimilação vão se modificando progressivamente, considerando estágios de desenvolvimento (PIAGET, apud KRAMER, 2000, p.29). Portanto, pode-se dizer que a aprendizagem tem “certa relação” com o espaço físico em que se desenvolve uma atividade de ensino. Diante disso acreditamos que o espaço físico e estrutural de uma escola deve ser organizado de modo que atenda as necessidades sociais, cognitivas e motoras do aluno. A Escola em estudo é composta por: 13 salas de aulas; 1 sala especial AEE (Atendimento Educacional Especializado); uma sala de Diretoria; uma Biblioteca; uma sala de coordenação pedagógica, uma sala de professores; uma sala de multimeios, uma sala de informática, uma cozinha; não possui cantina; um almoxarifado, uma secretaria, uma quadra de esportes, que serão melhor descritos a seguir. Em relação às salas de aula pode-se afirmar que a maioria apresenta condições inadequadas para o atendimento aos alunos. Pois, o espaço físico é inadequado ao fim que se destina, tem pouca iluminação, ventilação, o telhado em condições precárias tem goteiras, as carteiras dos alunos e lousa mal conservadas. E em algumas salas o piso é irregular, faltando cerâmica. Salienta-se que há exceção. Trata-se da sala de AEE, que está adequada para o atendimento aos seus alunos com deficiência. Ela ésbem arejada, suas cadeiras são adequadas, oferecendo conforto aos alunos. Também possui um rico e vasto acervo de materiais pedagógicos, além de computadores ligados à rede da internet, com impressoras para que o professor possa desenvolver o trabalhode maneira diversificada e personalizada à necessidade do educando. A escolaoferece aulas de música, em especial com os instrumentos de violão e flauta. Entretanto,não possui uma sala disponível para que os alunos se expressem de forma significativa, pois as mesmas acontecem no pátio da escola com toda a movimentação de pessoas e, muitas vezes, na sala dos professores. Neste contexto,o trabalho da profissional responsável fica prejudicado e não atende à essa importante forma de expressão humana e que por si justifica a presença na formação do educando. Tanto a sala dos Professores como a destinada àCoordenação Pedagógica são inadequadas para o fim que se destinam. Pois, asala dos professores não comporta todo o efetivo existente na escola, uma vez que possui um pequeno espaço, com pouca ventilação e mobiliário insuficiente, inclusive o número de cadeiras. O mesmo ocorre com a sala da coordenação, com o agravante de inviabilizar a exposição dos materiais pedagógicos. Quanto à biblioteca foi observado que ela possui um acervo bibliográfico de boa qualidade, organizado em estantes, mas também possui uma ventilação precária e com apenas uma bibliotecária. Ela atende aos dois turnos em dias alternados, ou seja, quando trabalha pela manhã, não trabalha à tarde. O que inviabiliza o atendimento de qualidade aos alunos e professores da unidade. Os banheiros da escola são inadequados para atender a educação infantil. O banheiro feminino se encontra longe do masculino, trazendo dificuldades quanto ao controle de seus usos. Também, as suas instalações hidráulicas e elétricas são precárias e o telhado apresenta goteiras. A acessibilidade fica comprometida quando chove pois, a escola ao ter dois pavilhões, no debaixo só existe banheiro masculino e, as meninas quando necessitam ir ao banheiro precisam do auxílio das auxiliares de serviços gerais com um guarda-chuva para conduzi-las. No pavilhão superior ocorre o inverso, os meninos que necessitam de auxílio. O sanitário dos funcionários é coletivo para ambos os sexos e possui problemas na rede hidráulica. Tanto a cozinha como o almoxarifado, que este último também cumpre a função de depósito de material de limpeza, possui pouco espaço, sem ventilação e iluminação. Pode-se afirmar que a escola não dispõe de um pátio para a recreação. Na verdade, existe uma quadra de esportes descoberta, utilizada para as atividades de Educação Física. É neste espaço que acontece também a recreação. Não há, portanto um espaço para desenvolver dinâmicas culturais e esportivas. .1.2. A questão da acessibilidade na escola Interessante perceber que muito embora a escola possua uma sala destinada à AAE adequada para atender aos alunos deficientes, a estrutura física do restante da unidade não corresponde na mesma medida. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96, "Entende-se por Educação especial, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiais". (BRASIL, 1996). A escola hoje atende 13 alunos na sala de recursos AEE e mesmo assim não possui a infraestrutura necessária, ou seja,rampas, sanitários adaptados, portas alargadas, sinalização, entre outros. Neste caso, torna-se indispensável um planejamento melhor quanto à estruturação de um ambiente escolar, pois de acordo com o artigo 3°da LDB lei nº 9394/96, o ensino deve ser ministrado com base em certos princípios tais como: igualdade de condições para o acesso de permanência na escola e liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber. Mediante o exposto, pode-se afirmar que a estrutura física da escola Professor Luiz Alberto Leão cumpre parcialmente seu papel na aprendizagem, por não proporcionar aos alunos padrões de qualidade que lhes permitam atender suas necessidades sociais, cognitivas e motoras. O ambiente em questão não permite a realização de atividades culturais de forma satisfatória, pois toda e qualquer atividade que queiram realizar são desenvolvidas em uma quadra não coberta e em condições precárias. É importante citar que apesar de todos os aspectos negativos citados, os servidores que nela trabalhamdesenvolvem todas as atividades necessárias para proporcionar aos educandos uma educação que atenda as necessidades coletivas e individuais. As observações devem ser levadas em conta pois, o "Estado tem o dever de garantir padrões mínimos de qualidade de ensino definido como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem". (BRASIL, 1999, p.40). Ainda assim, mesmo o setor público deixando de cumprir bem seu papel, pode-se afirmar que graças ao compromisso e desempenho dos servidores a escola se destaca quanto à qualidade do ensino oferecida à comunidade rio-verdense. CONSIDERAÇÕES FINAIS No decorrer de todo o nosso projeto de busca, conhecimento e aprendizado, nos deparamos com muitos desafios, que acreditamos ser necessários para a conquistade saberes. Alguns deles levaremos para a vidatoda, como os ensinamentos que aprendemos por meio da interação, de um para o outro,seja no grupo que fez parte da pesquisa, seja entre os pais, alunos, professores, e demais funcionários, mesmo não estando explicitados em nenhuma parte do trabalho. São ensinamentos que aprendemos ao entrar em contato com esse desafio, que foi participar do nosso primeiro Subprojeto da Pedagogia no PIBID,com o primeiro contato com a escola campo, com os primeiros descobrimentos, necessáriosao convívio humano não só no ambiente escolar como na sociedade. Aprendemos que não é fácil administrar uma comunidade escolar composta por professores, coordenadores, supervisores, pais, funcionários, alunos, cada um com um ponto de vista diferente a respeito do processo pedagógico. Como a escola é formada porpessoas de múltiplos saberes e motivaçõesde diversas temporalidades e valores, circunscritas num mesmo espaço, o entendimento e a aceitação às questões educacionais não se dá de forma natural e pronta. “O cotidiano escolar é,pois o espaço em que se dá o embate entre o normatizado e legislado e as possibilidades de compreensão e aceitação pelos que compõem a escola”.(LÜCK,2009p.137). Aprendemos queo diálogo favorece não só o saber em sala de aula, mas também a conhecer as questões da educação, e as diversas práticas analisadas na perspectiva histórico, sócio-cultural. E ainda, conhecer o desenvolvimento escolar nos múltiplos aspectos: cognitivo e social, bem como refletir criticamente sobre o seu papel diante dos alunos e da sociedade 6REFERÊNCIAS ABRANCHES, Mônica. Colegiado Escolar: Espaço de Participação da comunidade. São Paulo: Cortez, 2003. ALVES, Nilda. Cultura e cotidiano escolar. 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