Quarta-feira 6 Janeiro 2010 Profissionais do sector fazem balanço do ano que passou e antecipam o que aí vem 2 • Público Imobiliário • Quarta-feira 6 Janeiro 2010 Abertura O PÚBLICO Imobiliário faz, nesta primeira edição de 2010, um balanço do Manuel Puig, director-geral da Jones Lang LaSalle, diz que 2009 ano que passou foi um “ano desafiante” e que “será prematuro antecipar uma retoma e perspectiva do mercado imobiliário” em 2010 os 12 meses que tencionam aproveitar um conjunto Rui Pedro Lopes se seguem no de oportunidades de compra que PÚBLICO Imobiliário – Que antes não estavam disponíveis calendário. Várias balanço faz do ano 2009? no mercado. No mercado de Manuel Puig – Em termos gerais, escritórios a quebra da actividade personalidades foi um ano desafiante, que exigiu das empresas que constituem a repensar a estratégia e uma procura de espaços, afectará as ligadas ao adaptação às novas circunstâncias taxas de absorção, mantendo-se do mercado. Falamos de um em níveis muito semelhantes aos mercado mercado onde a maior parte dos verificados este ano, com uma players sentiu as dificuldades estabilização dos níveis de rendas provocadas pelo clima de recessão praticados, embora possa sentirimobiliário económica que afectou praticamente se algum reajustamento em baixa totalidade dos sectores da durante o primeiro semestre. No nacional deixam aeconomia, com o resultante mercado de retalho, poderão sentirsentimento de maior cautela nas se alguns sinais de retoma, embora aqui as suas decisões e um maior controlo de muito modestos. Uma vez que se Entre outras consequências, sente uma maior determinação impressões sobre custos. destacam-se a retracção da entre os lojistas – que reagiram de na maior parte dos sectores, excepto a nível dos ocupantes, a forma imediata à retracção que se dos nossos clientes, que, na grande o comportamento procura no mercado de investimento, onde, descida importante do volume de verificou no consumo e conseguiram maioria, sentiu dificuldades neste embora, de uma forma modesta, investimento aplicado pelos FII, que adaptar os seus negócios às novas período de crise. Por outro lado, do sector, e das se manterá o ritmo de crescimento registaram dificuldades de liquidez circunstâncias – em retomarem os desenvolvemos um maior esforço iniciado no segundo semestre deste e financiamento; além do facto dos seus planos de expansão. Mas o para conseguir obter o mesmo nível empresas que ano, provocado pela reabertura promotores terem colocado em sentimento dominante continuará de resultados que conseguiríamos das linhas de financiamento para by um número significativo de a ser de prudência com as rendas a em circunstâncias normais de lideram, durante stand os investidores imobiliários, com o projectos. manterem-se nos níveis praticados mercado. Por isso mesmo, esta crise consequente aumento da liquidez, durante este ano e com o poder De que forma é que a actual económica que afectou o imobiliário o ano passado o que permitirá concretizar um de negociação ainda do lado dos crise financeira e económica têm não pode ser encarada como um volume significativamente superior retalhistas. A modificação dos acondicionado a actividade da factor negativo na sua totalidade: e antecipam as sua empresa? hábitos de consumo e das estratégias interferiu com todos os players e essa de operações às realizadas em 2009. Há factores animadores Por um lado, ao nível da readaptação reacção trouxe novas oportunidades de compra dos consumidores como o regresso dos investidores levará a que os promotores tentem com a implementação de novas principais linhas dos serviços prestados pelos internacionais e o aumento das diferentes departamentos às novas desenvolver conjuntos comerciais formas de actuação. subscrições de alguns fundos circunstâncias de mercado, tentando Quais são as expectativas que têm mais apelativos e adequados à nova orientadoras do imobiliários portugueses que ir ao encontro das necessidades realidade de mercado. para 2010? Para 2010 será prematuro antecipar que poderá vir uma retoma do mercado imobiliário a ser 2010. Para já, uma coisa é certa – as opiniões “Para a Viva In 2009 foi um ano para semear” divergem entre os Quais são as expectativas que têm Durante o ano de 2009 fomos diversos agentes. Pedro Farinha para 2010? confrontados com duas realidades: “Crise económica trouxe novas oportunidades” PÚBLICO Imobiliário – Que balanço faz do ano de 2009? Lucília Cruz Pinto – Foi o primeiro ano da Viva In Portugal e por essa razão seria sempre um ano difícil e um grande desafio. Antevíamos as normais dificuldades de início de actividade e a conjuntura conturbada não nos poupou, porém, sentimos o estímulo de ao estar a trabalhar em contra ciclo fortalecermos a imagem da empresa e das relações com o mercado. O sector que trabalhamos foi afectado e continua em grande contenção, pois depende da recuperação económica e de confiança dos países mais ricos da Europa que tradicionalmente investem neste mercado de 2.ª habitação em Portugal. De que forma é que a actual crise financeira e económica tem condicionado a actividade da sua empresa? Em primeiro lugar, lançar e implementar uma nova ferramenta de promoção de Portugal como destino de investimento em 2.ª habitação, utilizando como principal meio uma plataforma Web; e em segundo lugar, reinventarmo-nos a cada momento com iniciativas diferenciadas de fácil disseminação no universo web de forma a atingirmos os objectivos traçados antes da crise acontecer. Foi um ano de grande esforço comercial com resultados modestos. Diria que para a Viva In foi um ano para semear, com a convicção de que o trabalho realizado e que continuamos empenhadamente a desenvolver possa trazer benefícios para os nossos associados, a empresa e para o sector. Relativamente à Viva In, a expectativa é a de continuidade do trabalho desenvolvido durante 2009 com algumas novidades no que diz respeito aos serviços que oferecemos aos nossos clientes, nomeadamente através de uma parceria internacional que nos permitirá contribuir para uma maior competitividade dos nossos promotores e respectivos produtos no mercado global. Esperamos que 2010 seja um ano de consolidação desta nova realidade, isto é, que quem está no mercado possa crescer de forma sustentada. No nosso sector importa a retoma da confiança no sistema financeiro, mesmo assumindo a “redução dos níveis de rentabilidade do sector para valores mais normais”, como declarou o Governador do Banco de Portugal. Público Imobiliário • Quarta-feira 6 Janeiro 2010 • 3 Mercados Fogos em Coimbra com valores de 1.436 €/m2 Os dados estatísticos Confidencial Imobiliário/LardoceLar.com revelam que a região do Centro, detinha cerca de 65 mil alojamentos em stock final no 2º trimestre de 2009. Os alojamentos usados dominam a oferta imobiliária desta região, representando 52% do total de fogos disponíveis. Uma das características, que se destaca da análise do mercado habitacional desta região, consiste na grande dispersão da oferta pelos diversos concelhos que a compõem. Coimbra e Condeixa-a-Nova têm 12% da oferta total da região. Os fogos novos na região Centro têm um valor médio de 1.142 €/m2, no segmento de mercado de alojamentos usados o valor médio não ultrapassa 980 €/m2. Neste caso a excepção é re- presentada por Condeixa-a-Nova, que concentra, aproximadamente, 10% da oferta de usados da região Centro com um valor médio em oferta de 1.315 €/ m2. A oferta de alojamentos novos em Coimbra representa 53% do mercado imobiliário no conjunto do concelho. Os andares dominam a oferta, constituindo 75% da composição do mercado habitacional, com os andares novos a representarem mais de metade dessa oferta. O valor médio da oferta no concelho de Coimbra, no 2º trimestre de 2009, foi de 1.436 €/m2. Analisando os valores por segmentos de mercado, verifica-se que nos fogos novos o valor médio atingiu 1.544 €/m2, enquanto que nos alojamentos usados esse valor foi de 1.315 Mercado Habitacional Continente · Valor Médio/m2 da Oferta €/m2. Os andares T4 ou superiores são aqueles que atingem valores mais elevados, sendo seguidos pelos andares T1 ou inferiores, que em ambos os casos estão acima de 1.800 €/m2. A distribuição geográfica da oferta habitacional no concelho pauta-se por uma elevada concentração. A freguesia de Santo António dos Olivais detém 40% da oferta de fogos novos, que em conjunto com Santa Clara, perfazem mais de metade da oferta concelhia do segmento de mercado de novos. A freguesia de São Bartolomeu concentra 42% da oferta de fogos usados, que acompanhado pela freguesia de Santa Cruz, representam 55% da oferta do segmento de fogos usados do concelho. A Algarve 1 743 € B AM Lisboa 1 643 € C AM Porto 1 251 € D Alentej0 1 224 € E Centro 1 058 € › 1 600 € 1 600 € ‹·› 1 200 € 1 200 € ‹·› 1 000 € B ‹ 1 000 € D A · · · INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA E DE RESEARCH, COBRINDO PORTUGAL E ESPANHA www.ci-iberica.com · · 96 — · · · · · · · · · > 2006 · > 2007 · > 2008 · > 2009 Índice Confidencial Imobiliário (2005 = 100) 12% 8% 8% 4% 4% 0% 0% -4% -4% · 104 100 12% · 108 · Infografia Confidencial Imobiliário Fonte Ci/LardoceLar.com Continente Por estado de uso (2005=100) JFMAMJJASONDJFMAMJJASONDJFMAMJJASONDJFMAMJJAS 112 E 954 € F Norte 2009: 2º Trimestre Índice Confidencial Imobiliário F C — Taxa de Variação Homóloga — JFMAMJJASONDJFMAMJJASONDJFMAMJJASONDJFMAMJJAS · · · · · · · · · · · · · · · · · > 2006 · > 2007 · > 2008 · > 2009 12% 8% 4% Taxa de Variação Homóloga — Novos (2005 = 100) — 0% -4% Taxa de Variação Homóloga — Usados PUBLICIDADE A VENIDAS R E SI DE NC E O PRIVILÉGIO DE VIVER NAS AVENIDAS TLM. 917 290 723 VENDAS NO LOCAL APARTAMENTOS DE LUXO T5 COM 4 LUGARES DE ESTACIONAMENTO AV. MARQUÊS DE TOMAR, N.º 25 LISBOA | WWW.AVENIDASRESIDENCE.COM | [email protected] 4 • Público Imobiliário • Quarta-feira 6 Janeiro 2010 Opinião Lei da mediação não pode ser incompatível com a mediação O Luís Lima ante-projecto de diploma legal que reúne, num único texto, os vários modelos das actividades do sector é “incompatível” com a mediação imobiliária, por força, passe o trocadilho, do rol de actividades consideradas incompatíveis com o exercício das actividades de mediação e angariação imobiliárias. As actividades mais atingidas são as de “avaliação imobiliária”, as de “intermediação ou agenciamento de contratos bancários, de crédito, financeiros ou equiparados, ou de contratos de seguro” e “consultoria ou aconselhamento sobre produtos bancários ou financeiros”… Trocando por miúdos, a mediação imobiliária ficaria impedida de dizer a quem a procurasse para mediar a venda de um imóvel, o valor que, supostamente, tal imóvel poderá valer no Mercado. Isto apesar das legítimas e justas expectativas sobre as alterações que iriam ser propostas nestas matérias, expectativas que a mediação imobiliária acalenta, tendo em conta o consensual entendimento quanto ao âmbito da nossa actividade, que deverá contemplar processos de assessoria à transmissão de direitos reais, de qualidade e valor acrescentado, tais como a prestação de serviços de agenciamento de crédito imobiliário, nomeadamente, na área da habitação, a avaliação por métodos diferenciados dos respectivos imóveis, entre outros, que devem ser considerados indispensáveis à boa conclusão da transacção imobiliária mediada, em vez de incompatíveis com a mediação imobiliária. Como tenho tido a oportunidade de sublinhar, a proposta agora apresentada configura um retrocesso inesperadíssimo e até injusto para um grupo de empresários e de profissionais que se batem pela dignificação da profissão, e se evidenciam na tarefa de colocar esta actividade ao serviço da Economia Nacional na defesa dos interesses do público consumidor. Estou seguro que esta tentativa de inverter o processo histórico, nasce da acção de forças de pressão poderosas que teimam, apesar de legalmente inexistentes, em negar o estatuto de maioridade que a mediação imobiliária já alcançou, numa tentativa desesperada para manter condições que lhes facilitem a possibilidade de ensaiarem processos de mediação ilícita. A esperada e necessária revisão da legislação que tutela a mediação imobiliária tem, pelo contrário, de contemplar o salto qualitativo que o mercado requer e para o qual a mediação imobiliária está já preparada e não um retrocesso. A futura legislação sobre mediação não pode ser incompatível com a mediação. Presidente da APEMIP [email protected] Onde poderemos ter uma “mãozinha” C Luís Mário Nunes erca de meio milhão de imóveis estarão no mercado de compra e venda, prevendo-se cerca de três anos de actividade normal para que tal produto seja escoado”. Serão 500 mil? 300 mil imóveis? Na verdade, certezas ninguém as terá, mas que existem, existem! Muitos destes imóveis estarão no mercado à venda, mas a preços que impossibilitam a….venda, facto que me leva a concluir que estão à venda, mas não….para venda! Hoje, com o valor actual dos indexantes associados ao crédito habitação, sentimos que o consumidor português se está, novamente, a voltar para a compra. No entanto, focalizemo-nos! O problema não está na prestação, mas sim no valor de entrada e nas exigências que as entidades financeiras colocam na aprovação de um financiamento. O problema não advém da capacidade geradora de fluxos mensais para fazer face ao encargo, mas sim da capacidade de ter ou não capital próprio para a entrada inicial. Os interessados continuam a ter que ir viver para algum lado. Se não conseguem comprar, é necessário poderem arrendar. Esta mudança de atitude é urgente e irá “aquecer” o mercado imobiliário. O que ouvimos no mercado é que “quantos mais imóveis tenha para arrendar, mais arrendarei. Há escassez de oferta neste segmento!”. Curioso! Comecei estas linhas dando a entender vivermos excessos de oferta no sector imobiliário e agora termino, partilhando que há um segmento deste mercado que vive de escassez de oferta e/ou excesso de procura. Os comuns manuais de economia exigem-nos que adequemos estas realidades e que nos profissionalizemos naquilo que o mercado nos pede. Esta profissionalização passa, em grande parte, por serem criadas as condições de segurança e garantia do cumprimento dos contratos de arrendamento. O NRAU de 2006 deu passos importantes nesta credibilização, permitindo que os proprietários reclamem a dívida após 3 meses. Mas todos sabemos quantos mais meses e/ou anos terão que aguardar até terem o problema resolvido. Senhor Primeiro-Ministro, agora que se debate com o importante desafio de elaborar e apresentar um novo Orçamento de Estado - talvez dos mais difíceis - o qual terá que assentar em plataformas de entendimento parlamentar, peço-lhe em nome do sector imobiliário: Crie ou permita os mecanismos necessários a uma célere resolução judicial dos eventuais incidentes com os contratos de arrendamento. Quem sabe, ”simplesmente” permitindo que elementos da autoridade tenham capacidade executória da acção de despejo dos não cumpridores, possibilitando que, rapidamente, o imóvel passe a ser e dar rendibilidade. Por outro lado, ouvir o Sr Trichet dizer que a Banca “apenas” aproveitou 60% dos fundos disponibilizados pelos Estados para que as Instituições Financeiras efectuassem a limpeza dos, então conhecidos como, produtos tóxicos, acentuando que “os bancos europeus devem acelerar o seu processo de recapitalização para fazerem o que devem: emprestar dinheiro à economia”, deixou-me triste. Eu que sou um simples e pequeníssimo player de toda a cadeia de valor do imobiliário, sinto-me desiludido a ouvir tais afirmações. Fundamentalmente quando todos temos presente o quanto é pertinente o apoio financeiro da banca para garantir a transacção imobiliária. Todos comentamos que a grande fatia do negócio imobiliário carece do tradicional empréstimo à habitação e todos sentidos diariamente o quanto os bancos estão mais selectivos e exigentes. Custa-me e, acredito, custará a muito boa gente ouvir esta tão importante personalidade dizer que os bancos não estão a aproveitar o que poderiam para ajudar à dinamização da economia real. Para além de muito mais exigente na decisão de crédito, a Banca tende a pretender que o cliente comprador partilhe o risco da operação, reduzindo, paulatinamente, os valores emprestados face aos valores de avaliação dos imóveis. Como disse de inicio… “O problema não advém da capacidade geradora de fluxos mensais para fazer face ao encargo, mas sim da capacidade de ter ou não capital próprio para a entrada inicial”. Também aqui, Sr Primeiro-Ministro, o Estado pode e tem que dar uma ajuda. Se a Banca exige partilha do risco, então porque não criar mecanismos nos quais o próprio Estado se substitui ao comprador e assume, juntamente com o Banco, parte do risco da operação. Chame-lhe, um seguro, chame-lhe o que considerar mais conveniente, mas apresente uma solução que permita que o negócio imobiliário não fique pela……avaliação! Estas duas “mãozinhas” irão, certamente, ajudar o sector imobiliário; seja permitindo que investidores e proprietários olhem para o sub-sector do arrendamento como uma alternativa de rendibilidade e liquidez mensal, seja dinamizando a compra e venda de imobiliário. Director-Geral ComprarCasa – Rede Imobiliária da Apemip Público Imobiliário • Quarta-feira 6 Janeiro 2010 • 5 Actualidade E 20 o ÓBIDOS iv us l xc Design Resort, Leisure, Golf & SPA (Bom Sucesso) anos Pedro Farinha João Cunha, administrador desta rede imobiliária, mostrouse satisfeito com os resultados alcançados e está confiante para 2010 PÚBLICO Imobiliário – Que balanço faz do ano de 2009? João Cunha – Foi um ano muito diferente de todos os outros e durante o qual tivemos que adoptar novos métodos de gestão para fazer face a diversas mudanças na economia e nos comportamentos de consumo. Viveu-se um período de retracção no que respeita à procura, particularmente no segmento de imóveis novos. A diminuição na concessão de crédito à habitação, fortemente gerada por falta de liquidez na banca e fruto da grave crise financeira mundial de 2008, contribuiu para um menor volume de transacções no mercado. No entanto, a partir do 2.º trimestre assistimos a uma realidade bastante diferente. Tornou-se visível um maior índice de confiança no mercado em geral e a banca voltou a definir como prioritário o produto crédito à habitação. E se acrescentarmos o facto de a taxas de juro terem ficado aos mais baixos níveis de sempre, ficámos perante um clima propício a uma nova e positiva dinâmica. De que forma é que a actual crise financeira e económica tem condicionado a actividade da sua empresa? Inevitavelmente abrandámos o nosso ritmo de crescimento e tivemos que proceder a muitos ajustes, redefinição de objectivos e novas alocações de recursos. No entanto, consideramos que a Square tem conseguido manter uma actividade sustentável, na medida em que a rede tem assegurado um crescimento de negócios na ordem dos 30 por cento, estimando-se encerrar o ano com mais de 1.700 transacções de imóveis. Para estes resultados, muito contribuiu o facto de o segundo semestre se ter revelado mais dinâmico em termos económicos e a rede Square ter procedido a tempo às adaptações necessárias a uma nova realidade económica e social. Como forma de reconhecimento desta sustentabilidade, é de destacar o facto de a Square ter sido a marca, a operar em Portugal em sistema de franchising, que registou a maior subida no ranking do IIF (Instituto de Informação em Franchising – 1.º semestre 2009), com uma subida de 17 posições. Quais são as expectativas que têm para 2010? Creio que o mercado imobiliário vai assistir à consolidação das tendências registadas nos últimos tempos. O fenómeno do arrendamento abrandou o seu ritmo de crescimento mas demonstrou o seu potencial no volume de negócios da mediação imobiliária. No que respeita à compra e venda de imóveis estaremos perante duas realidades bastante distintas: o mercado de imóveis usados e o mercado de imóveis novos. O mercado de imóveis usados retomou uma forte dinâmica nos últimos meses, fundamentalmente pelo facto de os produtos financeiros actuais e os níveis das taxas de juro estarem bastante atractivos. Temos defendido que o valor dos imóveis usados está equilibrado no mercado nacional, no entanto a contracção registada na procura continuará a gerar naturalmente algumas baixas de valor em casos de maior urgência na concretização da venda. Quanto aos imóveis novos é notório que estão algo distantes das necessidades do mercado, na medida em que o factor preço e a localização, por vezes pouco atractiva, condicionam bastante a sua competitividade comercial. De um modo geral, há que tomar em consideração que existe hoje um fenómeno de procura um pouco diferente daquele que caracterizou o mercado imobiliário nos últimos anos. À semelhança de quase todos os actos de consumo/compra, o cliente está hoje bastante mais sensível para o chamado ‘good value for money’, ou seja, sustenta bastante mais as suas decisões com base no valor real de mercado do bem, em detrimento de outros factores mais subjectivos. Sente-se mesmo que a decisão é bastante mais racional, as ‘decisões de paixão’ diminuíram bastante. Esta é uma excelente altura para aquisição e em particular para projectos de reabilitação urbana. Aliás, é considerado um dos melhores investimentos do momento pelo efectivo retorno que gerará a médio prazo. Os cenários económicos de retracção são conhecidos por proporcionarem excelentes oportunidades para quem estiver comprador. Vive-se efectivamente um momento em que o comprador tem mais poder negocial que em momentos de expansão económica. Lojas Público em LISBOA Rua Viriato, n.º 13, 1069-315 Lisboa (ao Picoas Plaza) Centro Comercial Colombo - Piso 0 Mulembeira II, Papelaria, Lda. Centro Comercial da Portela, Loja 33 R/C 2685-223 Portela Loures Telef. 219 431 359 Quiosque República Joaquim Conceição Unip., Lda. 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Quanto ao investimento, esteve totalmente parado durante a primeira metade do ano, mas realizaram-se algumas operações desde então, embora quase que exclusivamente entre fundos portugueses. Os investidores estrangeiros estiveram atentos e com interesse especial em edifícios prime (bem localizados, bem arrendados, com contratos de longo prazo) mas a escassez deste produto específico fez com que tenham acabado por não concretizar aquisições. De que forma é que a actual crise financeira e económica está a condicionar a vossa actividade? A rentabilidade da operação da Cushman & Wakefield foi positiva e semelhante à do ano passado. A origem da receita é que se alterou, na medida em que os departamentos de prestação de serviços (avaliação, gestão de imóveis, gestão de projectos e research & consultoria – menos vulneráveis à crise do que os departamentos de transacções), são já responsáveis por mais de metade da nossa facturação. Sobretudo em avaliações e gestão de imóveis a Cushman & Wakefield ganhou claramente quota de mercado. Por outro lado, e em contra-ciclo, o nosso departamento de escritórios teve um dos seus melhores anos de sempre (muito graças à colocação na íntegra da Torre Oriente e algumas outras operações de relevo), e a equipa industrial obteve também resultados muito positivos. Quais são as expectativas que têm para 2010? No terceiro trimestre de 2009 parecia que os sinais da retoma se começavam a consolidar mas os recentes ‘casos’ Dubai, Grécia e o problema geral da consolidação das contas públicas da maioria dos países europeus, reduziram a esperança de uma recuperação sustentada. Acresce no caso de Portugal uma situação política frágil e uma taxa de desemprego que não pára de aumentar, afectando a confiança de empresas e consumidores. Tudo isto reflecte-se de forma negativa na actividade imobiliária. Por outro lado, podemos encontrar alguma consolação no facto de não haver um grande excesso de oferta na maioria dos sectores do imobiliário para terciário, e que os valores se têm mantido relativamente estáveis ao longo dos últimos anos, pelo que, não tendo havido um boom de preços insustentáveis, não está a haver uma queda de grandes proporções, quando comparado por exemplo com Espanha ou Reino Unido. “Acreditamos numa melhoria significativa do desempenho dos mercados” Rui Pedro Lopes PÚBLICO Imobiliário – Que balanço faz do ano de 2009? Paulo Silva – 2009 foi um ano extremamente difícil dadas as restrições apresentadas aos agentes económicos e a falta de confiança dos operadores. Em praticamente todos os segmentos do mercado imobiliário registou-se uma quebra dos níveis de actividade: o mercado de escritórios apresentou uma quebra que se situou em aproximadamente 50 por cento, o de investimento estima-se em 20 por cento, retalho e hotelaria verificaram igualmente quebras, escapando a esta regra o mercado da Logística e Industrial, por força de uma operação extraordinária que por si só representou um takeup de 112.000 m². As características (geográficas) periféricas do nosso mercado, o enquadramento de outros mercados (inglês, francês e alemão) e a rigidez do nosso mercado ao ajustamento das novas condições, contribuíram para a inexpressiva actividade de operadores estrangeiros que encontraram noutros mercados as condições pretendidas para a realização das suas intenções de investimento. De que forma é que a actual crise financeira e económica tem condicionado a actividade da sua empresa? A crise financeira e económica instalou alguma inércia nas empresas, que, por um lado, conduziu a uma quebra nos indicadores de mudança de instalações, e por outro a um trabalho de selecção de instalações inconsequente na medida em que mais não era que uma auscultação às condições que o mercado apresentava com o objectivo de renegociar rendas. As expectativas de encaixe por parte dos proprietários, que tomavam como pontos de referência azimutes passados, em muitos casos estiveram distantes das dos potenciais ocupantes e/ou compradores dos espaços, facto que limitou significativamente a conclusão de operações. Foi um ano extremamente difícil de ultrapassar pela discrepância entre o enorme trabalho desenvolvido por toda a equipa, qualitativo e quantitativo, e os resultados alcançados. Quais são as expectativas que têm para 2010? Acreditamos numa melhoria significativa do desempenho dos mercados, sustentada nos negócios em pipeline que têm vindo a ser construídos com forte sustentabilidade nos últimos meses, reforçados pela confiança acrescida das entidades com quem temos vindo a contactar. Bouygues Imobiliária “atravessou ano com alguma serenidade” Pedro Farinha PÚBLICO Imobiliário – Que balanço faz do ano de 2009? Aniceto Viegas – O ano 2009 confirmou que a crise iniciada em 2007 alastrou-se rapidamente e teve consequências profundas para todos os segmentos do sector imobiliário. A Bouygues Imobiliária atravessou este ano com alguma serenidade por ter uma dívida muito reduzida e fruto da sua estratégia prudente em termos de investimento, estratégia esta que lhe garante actividade até 2011. De que forma é que a actual crise financeira e económica tem condicionado a actividade da sua empresa? A actual crise financeira atingiu todos os clientes da Bouygues Imobiliária. Os investidores institucionais do mercado imobiliário tiveram que enfrentar uma situação de fraca liquidez e consequentemente não foram capazes de investir. Os utilizadores de escritórios, perante a estabilidade económica e as incertezas, preferiram não mudar de instalações. Os utilizadores de retalho abrandaram o seu desenvolvimento devido à redução do consumo e à evolução do poder de compra. O modelo de negócio da Bouygues Imobiliária permite-lhe não padecer desta situação a curto prazo no entanto uma questão se coloca: qual é evolução dos preços de arrendamento e de compra nos próximos anos? Qual é a evolução do nosso produto? O timing de posicionamento é essencial e actualmente ainda não é possível afirmar peremptoriamente quando será. Quais são as expectativas que têm para 2010? Tudo indica que o pior da ‘tormenta’ já passou mas o ano 2010 será ainda um ano difícil durante o qual se espera os primeiros sinais tímidos mas firmes de retoma. A Bouygues Imobiliária levará a cabo o seu plano de produção dos projectos em curso o que nos permite viver com serenidade este período. Teremos também que iniciar, com cautela, os investimentos necessários para assegurar a nossa actividade após 2011. Público Imobiliário • Quarta-feira 6 Janeiro 2010 • 7 Actualidade RAR Imobiliária pretende “continuar a sua estratégia de desenvolvimento” Pedro Farinha Objectivos definidos por José António Teixeira, presidente do Conselho de Administração da empresa. Balanço de 2009 é “positivo” PÚBLICO Imobiliário – Que balanço faz do ano de 2009? José António Teixeira – Apesar da estagnação que se fez sentir no mercado imobiliário devido à conjuntura económica actual, para a RAR Imobiliária o ano de 2009 foi positivo, pois deveremos apresentar resultados bastante acima dos verificados no ano anterior. Dado que já se começam a sentir alguns sinais de retoma no mercado imobiliário, embora ainda ténues, iremos continuar a investir em novos projectos e no desenvolvimento daqueles que temos em curso, aonde estamos a constatar novamente grande receptividade por parte do mercado, nomeadamente no Edifício do Parque, em Matosinhos, em que as vendas aumentaram significativamente no último trimestre. De que forma é que a actual crise financeira e económica tem condicionado a actividade da sua empresa? Independentemente de se estar a atravessar um período bastante conturbado neste sector de actividade, é óbvio que, mesmo em situações conjunturais normais, o mercado está, cada vez mais, em constante mutação. Deste modo tivemos de nos preparar para fazer face a esta realidade que é a de permanente instabilidade e incerteza sobre o futuro. Para esse efeito na RAR Imobiliária criamos um gabinete de Inovação e Design, o Design Factory, que baseia a sua actividade no estudo das tendências da forma de habitar, e suas implicações na concepção do espaço interior. Consiste numa investigação aplicada à valorização dos novos projectos da empresa, assim como à prestação de um serviço de design de interiores personalizado, exclusivamente dedicado aos clientes da RAR Imobiliária. O Design Factory é assim uma fonte potencial de oportunidades, estimulando a inovação e a criatividade em cada projecto imobiliário. Este gabinete tem como principais funções o estudo e análise da evolução e/ou mutação do gosto e novas tendências socioeconómicas e culturais do nosso target, ou seja, futuros lifestyles. Através desta análise será possível identificar novos conceitos do habitar e, simultaneamente, investigar novos conceitos do produto imobiliário, que nos permitirão projectar empreendimentos que, além de inovadores e diferenciadores, anteciparão as preferências do mercado. Uma das outras funções do Design Factory é assegurar a pesquisa permanente de novos materiais e equipamentos, bem como a utilização/durabilidade/ manutenção dos mesmos. Para ultrapassar as dificuldades dos nossos clientes na obtenção de crédito, celebrámos com uma instituição financeira um protocolo com condições de crédito à habitação únicas no mercado e com vantagens competitivas e exclusivas para quem adquirir um apartamento no empreendimento Edifício do Parque em Matosinhos. Quais são as expectativas que têm para 2010? Em termos dos projectos em curso em 2010, a RAR Imobiliária continuará com a comercialização do empreendimento Monchique, no Porto, bem como do Edifício do Parque, em Matosinhos, que se encontra em fase de construção. Dentro das nossas previsões estão também o arranque da construção e comercialização do projecto S. José de Ribamar em Oeiras e a obtenção da aprovação do licenciamento do projecto de S. Simão da Junqueira, em Vila do Conde. Em 2010, a RAR Imobiliária pretende continuar a sua estratégia de desenvolvimento que assenta na qualidade, inovação e sustentabilidade dos seus projectos, bem como num serviço de apoio aos clientes totalmente personalizado e competente. Na nossa opinião serão estas linhas orientadoras da nossa actividade que nos permitirão criar valor para a empresa, para os clientes e para a comunidade em que estamos inseridos. "O poder s desgasta aqueles que no o tm." Giulio Andreotti êVEL ÒA O N H O R EL DO M SE ORSE Ó DE SC POLA E COP mes NY Ti Il Divo. Um filme envolvente e provocador sobre a vida e o poder de Giulio Andreotti. Em ÒIl DivoÓ, o reconhecido realizador Paolo Sorrentino oferece-nos um retrato da vida atribulada, e de certa forma espectacular, do poltico italiano Giulio Andreotti. Uma viagem aos seus tempos de batalhas polticas e dos mltiplos processos judiciais. Uma viso satrica mas comprometida, surrealista mas, ao mesmo tempo, profunda. Um filme sobre poder. A no perder. Quinta-feira dia 14 de Janeiro, o DVD indito e exclusivo ÒIl DivoÓ por mais Û12,50, com o Pblico. Edio limitada ao stock existente. poder, s suas enigmticas ligaes mfia e forma como sempre conseguiu sair intocvel das suas