07/12/2015
Ônus e bônus de governar
Opinião
07/12/2015 06:00
Paulo César Pereira
Ônus e bônus de governar
Recente estudo da Universidade de Cambridge mostra
que a maioria das cidades não está preparada para
enfrentar as consequências das mudanças climáticas:
desastres naturais, problemas sociais ou grandes
inundações urbanas. O assunto, aliás, é pauta na
Conferência do Clima, em Paris. Os alagamentos que
têm ocorrido em Goiânia compõem esse contexto.
Em Goiânia, as consequências de uma precipitação de
87mm num período de 8 horas podem ser
assustadoras. Os resultados do que vimos, inclusive na
Marginal Botafogo (onde em uma hora choveu o
esperado para uma semana), foram provocados ano
após ano, desde a fundação de Goiânia. Altos índices
de impermeabilização, rebaixamento do lençol freático e
a aplicação de conceito higienista de drenagem urbana,
em que só se leva em consideração o escoamento de
águas pluviais o mais rápido possível, sem se
preocupar com os danos causados à jusante. Outro
agravante é a falta de consciência da população no
descarte de seus resíduos.
Em períodos adversos se espera das autoridades
dedicação para a solução dos problemas. Nessas
situações também temos que conviver com os críticos
de plantão e outros, que aparecem ocasionalmente,
com discurso político raivoso, apontando culpados.
Dizer que as inundações são consequências da falta de
um Plano Diretor de Drenagem Urbana e que a
Prefeitura não tomou providências são afirmações que
evidenciam falta de conhecimento.
No final de 2014 o prefeito Paulo Garcia sancionou a Lei
de Drenagem Urbana, que estabelece regras para
controlar águas pluviais. Ainda neste ano, a Lei de
Zoneamento Ecológico Econômico será concluída.
Também estamos licitando serviços para elaborar o
Plano Municipal de Saneamento Básico, que trará
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Plano Municipal de Saneamento Básico, que trará
melhorias para os sistemas de esgotamento. Com
diagnóstico em mãos, o município poderá, em 2016,
apresentar o Plano Diretor de Drenagem Urbana,
articulado à campanha de educação ambiental,
fundamental nesse processo.
Se observarmos algumas obras de Goiânia, veremos
que partiram de concepções equivocadas que se
constituem em erros históricos que precisam ser
corrigidos gradativamente sem a intolerância dos
oportunistas. Hoje, não se concebe mais pavimentações
irresponsáveis como ocorria no passado. Nesta gestão,
todo asfalto novo recebe galerias pluviais, bueiros e
bocas de lobo.
Dizer “eu avisei” e não propor medidas não resolve os
problemas. Até porque estes mesmos exegetas
poderiam ser questionados de não terem feito as
mesmas cobranças em gestão anterior. Em suma, se os
problemas da cidade pudessem ser vistos de forma
fragmentada, não precisaríamos das ciências e da
gestão. Administrar não é brinquedo de criança, nem
bolo a ser dividido. Requer assumir ônus e bônus. O
que faremos é recuperar os danos causados e concluir
nosso Plano Diretor de Drenagem Urbana.
Paulo César Pereira é secretário de Planejamento
Paulo César Pereira Urbano e Habitação de Goiânia..
Urbano e Habitação de Goiânia
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