Fatores ocultos
que afetam o
crescimento dos
dados móveis
Autor: Virgilio Fiorese,
Software Sales Manager da Ericsson para América Latina e Caribe
Este documento apresenta seis fatores ocultos que podem ajudar os operadores a melhorar
a qualidade da rede e, assim, melhorar a satisfação e fidelização dos clientes.
O Ericsson Mobility Report 2013 mostra que o
volume de tráfego de dados global dobrou entre
2012 e 2013, e vai aumentar doze vezes até 2018,
dado que apresenta às operadoras um grande
desafio de melhorar e manter não só a qualidade
de rede, como também a capacidade.
O relatório também indica que a qualidade da rede
tem impacto direto sobre o NPS ou
recomendação positiva ou negativa entre usuários
de serviço de telefonia.
Confrontado com esta situação complexa, como
pode então uma operadora garantir que a sua
qualidade de rede seja mantida, ou melhor,
aprimorada ao longo dos próximos anos?
Como identificar e mitigar demanda de tráfego de
dados móveis desconhecida
Quando do planejamento de uma rede (mais
especificamente, os planos de crescimento dos dados
móveis), muitos provedores de serviços focam em
fatores conhecidos e geralmente consideram os
padrões de consumo de dados históricos e
crescimento orgânico. O passado não é um bom
indicador do futuro quando os usuários estão gerando
um volume de dados sem precedentes.
Portanto, é importante olhar mais de perto os fatores
ocultos que podem criar crescimento exponencial.
Por exemplo, considere o caso da introdução do
iPhone. Quando foi lançado, não era esperado o seu
impacto sobre o crescimento de dados, de modo que
não havia previsão nos planos de crescimento das
redes. Ações urgentes tiveram de ser tomadas para
atenuar esse impacto.
Tais riscos podem acontecer em uma escala maior ou
menor e as operadoras precisam tentar minimizá-los
de forma inteligente, executando seus investimentos
de modo a garantir retornos positivos. Os recursos de
rede não podem ser sobre-dimensionados, nem os
ativos subutilizados simplesmente porque há um risco
de picos de tráfego desconhecidos. No entanto, as
operadoras precisam também desenvolver estratégias
para evitar o risco do declínio da qualidade da rede.
Vamos agora identificar os seis impulsionadores
ocultos na demanda de dados móveis que podem
afetar uma rede móvel:
1. Desbloqueio dos controles de rede
É uma estratégia comum entre os provedores usar
controles de velocidade na rede. Essas são
alternativas utilizadas para o gerenciamento ou a
monetização da rede, mas é necessário entender os
efeitos colaterais dessas estratégias para evitar um
tsunami de tráfego. Se forçamos o limite de
velocidade, uma demanda de tráfego desconhecida
pode levar a um crescimento exponencial.
Sendo assim, as operadoras, devem monitorar os
dispositivos sendo utilizados na rede para estimar a
demanda reprimida a fim de calcular a capacidade de
rede necessária caso decidam abandonar esta
estratégia.
2. Nova combinação de dispositivos ou versões
de software de dispositivo
Os fabricantes de dispositivos podem lançar novos
dispositivos ou versões de software que trazem novas
demandas de tráfego para a rede. Portanto, a
capacidade de monitorar e prever o impacto na rede é
muito importante. No caso de novos dispositivos, as
demandas de tráfego poderiam ser controladas mais
facilmente com uma boa parceria e acesso aos
roadmaps dos fornecedores.
Por outro lado, as atualizações de software
executados pelos fornecedores podem gerar uma
nova demanda de tráfego que não será detectada até
que o número de dispositivos com atualizações na
rede seja grande o suficiente para gerar problemas,
assim, a tecnologia para monitorar e gerenciar as
atualizações do software dos dispositivos é crítica.
3. OTT – Aplicativos Over-the-Top
Cada aplicativo OTT tem uma demanda de tráfego
diferente e um crescimento anormal de um novo
aplicativo na rede pode representar enormes desafios
para essa infraestrutura. É importante monitorar o
comportamento dos aplicativos OTT e prever suas
demandas de tráfego.
Se, por exemplo, o Skype ou WhatsApp conseguisse
mobilizar 10% de seus usuários a adotar a
videoconferência, isso poderia facilmente exigir 10
vezes mais transferência de dados do que os
aplicativos de mensagens comuns.
4.Ondas de tráfego anormais
Os “tsunamis” de tráfego, eventos que levam uma
grande quantidade de usuários para zonas
despreparadas, são outro tipo de tráfego
desconhecido. Embora isso esteja na agenda dos
planejadores de rede, ainda há situações em que
movimentações de hardware ou desbloqueios de rede
de emergência são necessários porque a rede não
estava completamente preparada para os eventos de
tráfego inesperados.
Um exemplo disto foi a visita do Papa ao Rio de
Janeiro em julho de 2013. A visita deveria ter ocorrido
em uma região não urbana e as operadoras estavam
totalmente preparadas para suportar o tráfego
proveniente da região. No entanto, de última hora,
devido à chuva, os promotores do evento alteraram o
local para a praia de Copacabana, o que gerou uma
demanda inesperada que precisou ser gerenciada.
Evidentemente, um tsunami de tráfego também
poderia ser causado por um desastre natural real que
não poderia ser previsto. Nesse caso, é necessário
estabelecer planos de contingência.
5. Limitações de recursos de rede
Todas as redes são projetadas para acomodar um
determinado número de usuários e volume de uso. A
boa notícia é que as redes evoluídas, como a
WCDMA, são construídas para distribuir e
compartilhar recursos limitados entre seus usuários. O
compartilhamento de recursos causa a degradação do
serviço e afeta a experiência do cliente quando há
mais usuários e demanda de tráfego do que o
esperado.
Em outras palavras, os usuários poderão usar os
serviços, mas eles não terão a melhor experiência
possível. É importante estimar adequadamente as
demandas de uso para identificar esse tráfego
desconhecido.
Empresas como a Ericsson têm ferramentas que
podem ser usadas para estimar a demanda total de
tráfego e isso ajuda a planejar a rede para a melhor
experiência do cliente. Por exemplo, na tecnologia
WCDMA, as ferramentas de carga relativa de
potência ou códigos podem identificar, para uma
determinada velocidade de tráfego pretendida, a
Potência e os Códigos necessários, assumindo o pico
de usuários existente.
6. Lacunas de cobertura
Normalmente, os planos de rede se baseiam em
expansões de cobertura planejadas pelo marketing de
acordo com estratégias comerciais. No entanto, há
um tipo de lacuna de cobertura desconhecida, como
quando falta cobertura em locais dentro de regiões
que eram consideradas totalmente cobertas.
Um exemplo são as áreas de alta densidade, onde a
acessibilidade nessas zonas fica ruim com o aumento
da quantidade de usuários. Após a correção com
expansões de rede, demandas de tráfego
desconhecidas, que estavam ocultas porque os
usuários finais estavam usando tecnologias de baixa
velocidade, são reveladas. Por exemplo, um
dispositivo habilitado para 3G pode estar usando a
cobertura 2G em uma área onde a cobertura 3G
deveria estar disponível, mas não está por falta de
acessibilidade.
A Ericsson mostrou que um usuário 3G que cai em
um transporte de cobertura 2G gera um tráfego 40
vezes menor do que geraria em uma cobertura 3G,
portanto, a mera correção das lacunas de cobertura
da rede 3G poderia ter um grande impacto no
crescimento dos dados da rede.
As seis demandas que atuam de forma oculta,
discutidas acima, são pedras basilares de uma
metodologia chamada de “Códigos de Crescimento”,
que pode ajudar as operadoras a se diferenciar,
equilibrando o desempenho da rede e uma estratégia
de go-to-market inovadora.
Concluindo, os planos de crescimento orgânico da
rede devem ser evitados. Os provedores de serviços
devem revisar os fatores de crescimento conhecidos e
desconhecidos durante a fase de planejamento da
rede. Dessa forma, as operadoras podem minimizar o
risco de investimentos de emergência e
congestionamento na rede, aumentando a satisfação
dos clientes e garantindo um plano de investimento
melhor.
Ericsson Mobility Report 2013:
http://www.ericsson.com/mobility-report
Net Promoter Score: uma métrica comum usada por
vários setores para classificar a fidelidade dos
clientes, criada pela Fred Reichheld, Bain & Company
e uma marca registrada dessa empresa.
Unplug! Ericsson Growth Codes:
http://www.ericsson.com/unplug/growth/
A Ericsson está moldando o futuro das comunicações móveis e da internet banda larga através
de sua contínua liderança em tecnologia.
Fornecendo soluções inovadoras em mais de 140 países, a Ericsson está ajudando a criar as
maiores e melhores empresas de comunicação do mundo.
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