Relatório Diagnósticos Temáticos CONTRATO da PREFEITURA MUNICIPAL DE VITÓRIA / Secretaria de Desenvolvimento da Cidade Nº 275/2014 OBJETO Contratação de serviços técnicos especializados de assessoria e consultoria especializada em avaliaç ão, formulação, adequação e revisão do Plano Diretor e da regulação urbanística municipal, sob o regime de empreitada por preço global. Produto 3.2.i – Relatório de Diagnósticos Temáticos Vitória-ES 22 de Setembro de 2010 – Versão 3 Instituto_Polis1 Instituto_Polis1 Sumário APRESENTAÇÃO ..................................... .................................................. .................................................. ...... 12 1. INTRODUÇÃO .................................... .................................................. .................................................. ... 14 2. ORDENAMENTO TERRITORIAL ....................... .................................................. ........................................ 22 2.1. Uso do solo ................................. .................................................. .................................................. . 25 2.2. Ocupação do Solo ............................ .................................................. .............................................. 38 2.2.1. Parâmetros de Ocupação do solo ............ .................................................. .................................. 38 2.3. Densidade e morfologia urbana ............... .................................................. ..................................... 61 3. MERCADO IMOBILIÁRIO ........................... .................................................. ............................................. 70 4. MEIO AMBIENTE ................................. .................................................. .................................................. . 78 4.1. Espaços territoriais especialmente protegidos ................................................. .............................. 79 4.2. Qualidade Ambiental ......................... .................................................. ............................................ 89 5. MOBILIDADE .................................... .................................................. .................................................. .... 94 5.1. Dados Gerais de Mobilidade em Vitória e na Re gião Metropolitana ............................... ............... 95 5.2. Caracterização do sistema viário ............ .................................................. ....................................... 99 5.3. Serviços de Transporte Coletivo ............. .................................................. ..................................... 103 5.4. Transporte não motorizado ................... .................................................. ...................................... 110 5.5. Propostas de investimento em infraestrutura ( obras viárias).................................... ................... 115 5.6. Políticas públicas do Estado para a mobilidad e e sistemas municipais de transporte ............ ..... 118 6. PATRIMÔNIO HISTÓRICO E PAISAGEM ............... .................................................. ................................ 119 7. HABITAÇÃO E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA ........... .................................................. ............................ 136 7.1. Inadequação Habitacional .................... .................................................. ....................................... 138 7.2. Irregularidade Fundiária .................... .................................................. .......................................... 145 7.3. Áreas de Risco .............................. .................................................. ................................................ 1 46 Instituto_Polis1 7.4. Déficit Habitacional ........................ .................................................. ............................................. 148 7.5. Vazios Urbanos .............................. .................................................. .............................................. 152 7.6. Política Habitacional ....................... .................................................. ............................................. 154 8. SANEAMENTO AMBIENTAL .......................... .................................................. ....................................... 171 8.1. Abastecimento de Água ....................... .................................................. ....................................... 173 8.2. Coleta e Tratamento de Esgoto ............... .................................................. .................................... 177 11. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, TURISMO E FINANÇAS PÚBLICAS ......................................... ..... 192 1. Desenvolvimento Econômico ..................... .................................................. ......................................... 192 1.1. Estrutura Produtiva ......................... .................................................. ............................................ 192 1.2. Empregos .................................... .................................................. ................................................. 198 1.3. Projetos estratégicos ....................... .................................................. ............................................ 204 1.4. Finanças Públicas ........................... .................................................. .............................................. 217 1.4.1. Receitas .................................. .................................................. .............................................. 217 1.4.2. Despesas .................................. .................................................. ............................................ 221 1.5. Gestão Social da Valorização Imobiliária .... .................................................. ................................. 223 12. Referências Bibliográficas ................... .................................................. ............................................. 229 Instituto_Polis1 Índice de Tabelas Tabela 1. Dados da população (RMGV) .............. .................................................. ........................................... 17 Tabela 2.Instruções normativas para readequação do enquadramento de uso especial – atividades isenta s .................................................. .................................................. .................................................. ................... 37 Tabela 3. Parâmetros de afastamentos por zona .... .................................................. ...................................... 48 Tabela 4. 10 Bairros com maiores densidades demogr áficas médias .................................... ......................... 61 Tabela 5. Variação de domicílios por espécie ..... .................................................. .......................................... 70 Tabela 6. Ranking de crescimento no número de domi cílios totais – 2000 - 2010 ...................... ................... 70 Tabela 7. Unidades aprovadas - PMCMV - RMV ....... .................................................. .................................... 72 Tabela 8. Índice de mobilidade – Vitória e RMGV .. .................................................. ....................................... 96 Tabela 9. Evolução da Divisão Modal na RMGV* ..... .................................................. ..................................... 96 Tabela 10. Número de Viagens por dia e divisão mod al - Vitória a RMGV .............................. ....................... 97 Tabela 11. Viagens entre os municípios da RMGV ... .................................................. ..................................... 98 Tabela 12. Viagens com destino à Vitória por área de atração no pico da manhã (OD 1998) ............ .......... 100 Tabela 13. Obras previstas no PDU e no Plano de Mo bilidade ......................................... ............................ 116 Tabela 14. Atividade Econômica por Regional e Seto r Econômico - 2012 ............................... ..................... 123 Tabela 15. Síntese do Inventário dos Elementos Nat urais de Interesse de Preservação ................ ............. 130 Tabela 16. Ranking das 10 capitais com os índices mais baixos de inadequação habitacional do país em 2010. ............................................ .................................................. .................................................. .............. 139 Tabela 17. Índices de inadequação habitacional dos municípios da Região Metropolitana de Vitória em 2010. ............................................ .................................................. .................................................. .............. 140 Tabela 18. Serviços de Saneamento em ZEIS ou Polig onais Terra ...................................... .......................... 141 Tabela 19. Índices de características do Entorno n o Município de Vitória em 2010. .................. ................. 143 Tabela 20. Composição do Déficit Habitacional segu ndo o PLHIS. ..................................... .......................... 151 Tabela 21. Composição do Déficit Habitacional segu ndo a Fundação João Pinheiro, 2010. .............. .......... 152 Tabela 22. População atendida pelos serviços de Ág ua e Esgoto da CESAN na RMV ...................... ............. 172 Instituto_Polis1 Tabela 23. Número de ligações de água a esgoto da CESAN em Vitória.................................. ..................... 172 Tabela 24. Cobertura dos serviços de Saneamento po r Região Administrativa .......................... ................. 173 Tabela 25. Evolução da qualidade da água, Vitória - ES (2009 a 2013) ............................... .......................... 174 Tabela 26. Evolução da água não contabilizada, Vit ória - ES (2009 a 2013) .......................... ....................... 174 Tabela 27. Diagnóstico do Abastecimento do água – bairros com problemas ............................ ................. 175 Tabela 28. Domicílios com Rede geral de esgoto ou pluvial .......................................... ............................... 178 Tabela 29. Número de domicílios por tipo de esgota mento - Regional 5 Paria do Canto. ............... ........... 179 Tabela 30. Evolução do esgoto tratado, Vitória - E S (2009 a 2013) .................................. ............................ 180 Tabela 31. Tipos de resíduos coletados ........... .................................................. ............................................ 183 Tabela 32. Pesquisa de opinião pública do ICES-Vit ória sobre frequência correta da coleta seletiva . ......... 184 Tabela 33. PIB per capita das Capitais Brasileiras e Brasil (2012) ................................. ................................ 192 Tabela 34. Produto Interno Bruto – RMGV - 2012 ... .................................................. ................................... 193 Tabela 35. População ocupada em vitória segundo po sição na ocupação - 2010 ......................... ............... 199 Tabela 36. Número de empregos por setor da ativida de econômica ..................................... ...................... 200 Tabela 37. Evolução do estoque de trabalhadores ce letistas com carteira assinada em Vitória (ES) ... ....... 201 Tabela 38. Inscrições por Regional e Porte Empresa rial - 2012 ...................................... .............................. 203 Tabela 39.Receita per capita – Capitais Brasileira s ................................................ ....................................... 217 Tabela 40. Variação das despesas (PMV) ........... .................................................. ......................................... 222 Instituto_Polis1 Índice de Figuras Figura 1. Gráfico de Local de Trabalho - RMGV .... .................................................. ......................................... 15 Figura 2.Evolução da área construída da RMGV ..... .................................................. ...................................... 16 Figura 3. Gráfico da População Residente – RMGV (1 970-2010) ........................................ ............................ 17 Figura 4. Mapa da Variação populacional por bairro s (2000-2010) .................................... ............................ 19 Figura 5. Mapa de média de rendimento domiciliar p or setor censitário. Vitória. .................... ..................... 20 Figura 6. Mapa de distribuição de empregos – 2007 .................................................. .................................... 21 Figura 7. Mapa de Imóveis aprovados PDU x PRE .... .................................................. ..................................... 23 Figura 8. Gráfico de Requerimentos no PRE - empree ndimentos ........................................ .......................... 24 Figura 9. Mapa de Assentamentos precários: ZEIS, P rograma Terra e Aglomerados subnormais ........... ...... 25 Figura 10. Gráfico de Evolução da frota de veículo s - RMGV ......................................... ................................. 29 Figura 11. Gráfico da evolução da frota de veículo s de Vitória (2001-2013) ......................... ......................... 30 Figura 12. Mapa uso do solo – por lote. .......... .................................................. .............................................. 32 Figura 13. Mapa aprovações por uso ............... .................................................. ............................................. 33 Figura 14. Gráfico de Uso aprovado por RA (m² área construída) ..................................... ............................. 34 Figura 15. Gráfico de Aprovações por tipo e uso (2 006 – 2013) ...................................... ............................... 34 Figura 16. Gráfico de Tamanho do terreno (m²) por tipo de aprovação ................................ ......................... 35 Figura 17. Gráfico de Tamanho do terreno(m²) por u so aprovado (PRE) ................................ ....................... 36 Figura 18. Mapa de número de pavimentos – Municípi o de Vitória ..................................... ......................... 38 Figura 19. Gráfico de aprovações de empreendimento s por Regional Administrativa .................... .............. 39 Figura 20. Foto aérea Bairro Centro .............. .................................................. ................................................ 4 0 Figura 21. Fotos do bairro Jardim da Penha e Mata da Praia ......................................... ................................ 41 Figura 22. Foto Jardim Camburi.................... .................................................. ................................................. 42 Figura 23. Mapa de limite de altura e gabarito def inido pelo PDU (uso multifamiliar) ............... ................... 43 Figura 24. Mapa Gabarito de novas aprovações (2006 -2014) ........................................... ............................. 44 Instituto_Polis1 Figura 25. Imagens aéreas – Bento Ferreira ....... .................................................. ........................................... 45 Figura26.Imagens aéreas Enseada do Suá ........... .................................................. ......................................... 45 Figura27.Imagens aérea – Barro Vermelho .......... .................................................. ......................................... 46 Figura 28. Mapa de Afastamento mínimo frontal por Zonas ............................................ .............................. 47 Figura 29. Fotos edificações com embasamento de ma is de 9 m de altura. ............................. ..................... 49 Figura 30. Mapa de taxa de ocupação máxima por Zon a................................................. ............................... 50 Figura 31. Empreendimentos por tipo e Coeficiente de Aproveitamento ................................ ...................... 52 Figura 32. Gráfico de Coeficiente de Aproveitament o Aprovado e utilizado (real) – novos empreendimen tos .................................................. .................................................. .................................................. ................... 53 Figura 33. Gráfico de Coeficiente de Aproveitament o (real) - empreendimentos ....................... .................. 54 Figura 34. Gráfico de Coeficiente de Aproveitament o (real) por uso ................................. ............................ 54 Figura 35. Gráfico de Tamanho do lote por uso (nov os empreendimentos) .............................. .................... 55 Figura 36. Gráfico - Área Construída x Área comput ável por RA – novos empreendimentos .............. .......... 56 Figura 37. Estudo de caso áreas computadas – uso m isto ............................................. ................................. 56 Figura 38. Estudo de caso áreas computadas – uso r esidencial multifamiliar ......................... ....................... 57 Figura 39. Estudo de caso áreas computadas – uso c omercial ......................................... .............................. 58 Figura 40. Empreendimentos no Jd. Da Penha e na Ma ta da Praia ...................................... .......................... 59 Figura 41. Empreendimentos com garagem aflorada e embasamento com garagem .......................... ......... 60 Figura 42. Empreendimentos com térreo 1,4m acima d o nível da rua (Enseada do Suá) .................. ............ 60 Figura 43. Mapa de média de densidade populacional por bairro ...................................... ........................... 62 Figura 44. Mapa de densidade populacional por seto r censitário - 2000 .............................. ......................... 63 Figura 45. Mapa de densidade populacional por seto r censitário - 2010 .............................. ......................... 63 Figura 46. Mapa de densidade e tipologia predomina nte .............................................. ................................ 64 Figura 47. Imagens bairro de Maria Ortiz ......... .................................................. ............................................. 65 Figura48.Imagens bairro de Bonfim – Maruípe ...... .................................................. ...................................... 65 Figura 49. Imagens Jardim da Penha ............... .................................................. .............................................. 67 Instituto_Polis1 Figura 50. Imagens de Praia do Canto ............. .................................................. .............................................. 68 Figura 51. Unidades em construção por município – série histórica .................................. ............................ 71 Figura 52. Preço/m² médio por tipologia – Vila Vel ha e Vitória ..................................... ................................. 73 Figura 53. Unidades em construção por tipologia e município ........................................ ............................... 73 Figura 54. Gráficos de Unidades por tipologia e mu nicípio .......................................... .................................. 74 Figura 55. Unidades em Construção no período por t ipologia e Região ................................ ......................... 76 Figura 56. Distribuição do rendimento nominal médi o mensal dos domicílios - RMGV - 2010 ............ ......... 77 Figura 57. Mapa de Espaços Protegidos – Vitória .. .................................................. ....................................... 80 Figura 58. Mapa de Parques Urbanos - Vitória ..... .................................................. ........................................ 81 Figura 59. Mapa de áreas de relevância e Fragilida de Ambiental ..................................... ............................. 83 Figura 60. Mapa – ZEE Maciço Central e Conflitos A mbientais ........................................ ............................... 85 Figura 61. Mapa de Conflitos Ambientais .......... .................................................. ........................................... 86 Figura 62. Mapa resultado sobre disponibilidade de espaços públicos de lazer no Bairro ............. ............... 91 Figura 63. Mapa Percentual de Arborização no entor no dos domicílios particulares (IBGE, 2010) ...... ......... 92 Figura 64. Emissões por Setor em 2010 e 2013 ..... .................................................. ....................................... 93 Figura 65. Mapa de Concentração de Empregos....... .................................................. .................................... 94 Figura 66. Gráfico de Distribuição das Viagens por motivo, excluídas as viagens de retorno para a re sidência, em Vitória ....................................... .................................................. .................................................. ............. 97 Figura 67. Fluxo estimado de veículos de transport e individual HPM (06:30 / 07:29) 2007 ............ ............ 101 Figura 68. Fluxo estimado de veículos de transport e individual HPM (06:30 / 07:29) 2015 - Cenário “N ada a Fazer” ........................................... .................................................. .................................................. .............. 102 Figura 69. Mapa de Concentração de empregos – OD 2 007 .............................................. .......................... 103 Figura 70. Mapa de Linhas Municipais de Vitória .. .................................................. ..................................... 104 Figura 71. Mapa de Linhas metropolitanas da RMGV . .................................................. ................................ 105 Figura 72. Mapa de Cobertura das redes de transpor te coletivo ...................................... ........................... 106 Figura 73. Mapa de Fluxo de Transporte Coletivo .. .................................................. .................................... 107 Instituto_Polis1 Figura 74. Trajeto e Simulação da implantação do V LT ............................................... ................................. 108 Figura 75. Trajeto e Simulação da implantação do B RT ............................................... ................................. 108 Figura 76. Mapa resultado da avaliação do transpor te coletivo de Vitória - ICES .................... .................... 109 Figura 77. Mapa resultado da avaliação do tempo de viagem no transporte coletivo de Vitória - ICES . ..... 110 Figura 78. Mapa de ciclovias e ciclorrotas existen tes .............................................. ..................................... 112 Figura 79. Mapa de Concentração de domicílios com rampa de acesso nas calçadas do entorno .......... .... 114 Figura 80. Proposta de implementação de transporte hidroviário ..................................... .......................... 115 Figura 81 - Intervenções viárias previstas no art. 124 do PDU. ..................................... ................................ 117 Figura 82. Mapa Anexo 14 – edificações de interess e de preservação e tombadas (PDU) ................ .......... 120 Figura 83. Mapa x. Edifícios históricos - Centro d e Vitória ........................................ .................................... 121 Figura 84. Gráfico. RA CENTRO -Tipo de Aprovações .................................................. .................................. 124 Figura 85. Mapa – Anexo 15 do PDU – Monumentos nat urais de interesse de preservação e tombados. . 12 6 Figura 86. Mapa de elementos e conjuntos construíd os da paisagem ................................... ...................... 127 Figura 87. Imagens com simulação de alturas no Cen tro – Plano da Paisagem .......................... ................. 128 Figura 88. Exemplo de proposta de limitação das al turas na região central – Plano de Preservação da Paisagem ......................................... .................................................. .................................................. ........... 129 Figura 89. Visuais no entorno do Morro do Guajurú .................................................. .................................. 132 Figura 90. Visuais no entorno do Morro de Itapenam bi e Morro do Suá ................................ ..................... 133 Figura 91. Visuais do Morro de Jesus de Nazaré ... .................................................. ...................................... 134 Figura 92. Avenida Maruípe - Morro da Pedra dos Ol hos .............................................. ............................... 135 Figura 93. Verticalização em Bento Ferreira e visu al do morro da Pedra dos Olhos ................... ................. 135 Figura 94. Mapa de Entorno dos domicílios com arbo rização ao longo da calçada e/ou canteiro central (2010)............................................ .................................................. .................................................. ............. 144 Figura 95. Mapa de Entorno dos domicílios com calç ada/ passeio (2010) .............................. ..................... 145 Figura 96. Mapa de Áreas com Irregularidade Fundiá ria no Município de Vitória ...................... ................. 146 Figura 97. Mapa de Áreas de Risco no Município de Vitória .......................................... ............................... 148 Instituto_Polis1 Figura 98. Mapa de Lotes vazios e superiores a 1.0 00m² em Vitória. ................................. .......................... 153 Figura 99. Mapa de Empreendimentos habitacionais r ecentes em Vitória. .............................. ................... 170 Figura 100. Mapa de % de Domicílios com cobertura de abastecimento de Água e áreas deficitárias .... .. 176 Figura 101. Mapa de cobertura de domicílios com re de de esgoto ou pluvial .......................... ................... 178 Figura 102. Mapa de concentração de domicílios com esgoto a Céu Aberto ............................. .................. 180 Figura 103. Mapa com % de cobertura de domicílios com coleta de resíduos ........................... .................. 182 Figura 104. Mapa com resultado de questionário sob re a frequência da coleta de lixo reciclável ..... ......... 184 Figura 105. Mapa com Localização das ocorrências d e alagamentos em Vitória ......................... ................ 186 Figura 106. Mapa das bacias de drenagem de Vitória ................................................. ................................. 187 Figura 107. Mapa com % da população que apontou oco rrência de alagamentos nas Regionais Administrativas .................................. .................................................. .................................................. ........ 189 Figura 108. Mapa com % da população que duração de alagamento de mais de 1 dia ..................... .......... 190 Figura 109. Gráfico de evolução do Produto Interno Bruto (Mil Reais) - RMGV ........................ .................. 194 Figura 110. Gráfico de participação da Agropecuári a, da Indústria, dos Serviços e da Administração, saúde e educação pública e seguridade social e impostos no Total PIB (%) - 2012- RMGV .................... ............. 195 Figura 111. Gráfico de distribuição do rendimento nominal médio mensal dos domicílios - RMGV - 2010 197 Figura 112. Categoria de Emprego - RMGV 2010 ..... .................................................. ................................... 198 Figura 113. Projetos Estratégicos ................ .................................................. ................................................ 2 05 Figura 114. Proposta Vencedora do Concurso Orla No roeste Decks e Piers ............................. ................... 206 Figura 115. Bairro São Pedro ..................... .................................................. .................................................. 207 Figura 116. Área de abrangência das atividades no Complexo Tubarão ................................. ..................... 213 Figura 117. Mapa de Zoneamento: Proposta Vale .... .................................................. .................................. 215 Figura 118. Proposta de parâmetros de ocupação par a o complexo industrial .......................... ................ 216 Figura 119. Receita de ICMS e ISS em $R milhões (P MV) .............................................. ................................ 219 Figura 120. Perdas de receita até novembro de 2013 (PMV) ........................................... ............................ 220 Figura 121. Evolução da receita disponível em R$ b ilhões (PMV) ..................................... ........................... 221 Instituto_Polis1 APRESENTAÇÃO A revisão do Plano Diretor de Vitória (Lei nº 6.70 5/2006) - primeiro Plano Diretor do Município apro vado após a instituição do Estatuto da Cidade – Lei fed eral nº 10.257/20011, traz novos desafios para o planejamento territorial da cidade. O país vem pas sando por transformações profundas em sua economia e no campo dos investimentos públicos e privados n a redução de riscos ambientais e provisão de infraestrutura (PAC infraestrutura), gestão de pat rimônio cultural e arquitetônico, além de política s públicas habitacionais (PAC e Programa Minha Casa Minha Vida) que têm apresentado impacto direto na produção e apropriação do espaço urbano. Além diss o, é necessário acompanhar a posição do Município com a crescente relevância desses impactos de polí ticas públicas também em escala metropolitana. Realizar a revisão do Plano Diretor neste momento possibilita uma avaliação crítica dos resultados alcançados na gestão e implementação de ações no te rritório municipal, buscando avançar na implementação de uma política urbana que avance na construção de espaços urbanos mais justos e sustentáveis. 1 O plano Diretor anterior era de 1994 (Lei 4.167). Após nove anos de implementação do Plano Diretor n o município, é possível realizar um balanço dos avanços e dificuldades de sua aplicação no territó rio. Para tanto é necessário compreender as transformações que tem ocorrido no município nos ú ltimos dez anos, bem como traçar cenários para seu crescimento para os próximos 10 anos, para os quai s o novo Plano Diretor Urbano deverá traçar diretr izes e estratégias para o desenvolvimento territorial. O presente relatório é um dos produtos da Etapa 3 - Processo Participativo e Leituras Técnicas, do c ontrato para elaboração da revisão do Plano Diretor e da r egulação urbanística municipal de Vitória. Na prim eira etapa do contrato (Etapa 1 - Organização dos Traba lhos)foram realizados os Planos de Trabalho e de Comunicação Social. Na segunda etapa foi realizado quadro analítico do Plano Diretor Urbano e do Pla no de Transporte e de Mobilidade Urbana de Vitória, d e modo a avaliar o nível de integração entre ambos , bem como o apontamento das lacunas e potencialidad es da legislação em vigor. A etapa 3, tem como objetivo realizar uma leitura técnica e política d os problemas enfrentados pelo Município, bem como das estratégias para sua resolução, que será realizada através de análises técnicas e debates junto à so ciedade civil. Para tanto, a etapa se divide em três fases: • Debates com a Sociedade Civil; • Diagnósticos Temáticos e Socioeconômico; Instituto_Polis1 • Seminários Temáticos. Neste produto 3.2i Relatório Diagnóstico Temáticos – apontamos uma leitura técnica do município a pa rtir de dados primários e secundários. Para tanto foram utilizados, principalmente, dados secundários a p artir de levantamentos e análises dos dados censitários do IBGE e outros organismos com reconhecimento publico. Os dados primários foram fornecidos pela Prefeitura. As leituras foram realizadas a partir de temas considerados estratégicos para a revisão do PDU. A s análises são apresentadas seguindo os seguintes temas: 1. Ordenamento territorial 2. Mercado imobiliário 3. Habitação 4. Meio Ambiente 5. Patrimônio Histórico e Paisagem 6. Mobilidade 7. Saneamento 8. Desenvolvimento Econômico, Turismo e Finanças Pú blicas As análises são realizadas para cada um dos temas, a partir de uma caracterização, com descrição da situação atual dos principais aspectos relacionado s aos temas, bem como as tendências de transformaç ão verificadas, sua relação com os marcos regulatório s, especialmente o PDU, os programas e/ou ações quando pertinente, chegando às principais problemát icas enfrentadas para cada tema. Instituto_Polis1 1. INTRODUÇÃO CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO O município de Vitória, capital do Espírito Santo, está localizado na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV)2, composta ainda pelos municípios de Cariac ica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana e Vila Velha. Está localizada numa zona situada entre a costa marítim a, os manguezais, os maciços cristalinos, os morro s, rios e córregos cujo centro é a baía e estuário de Vitór ia. 2A RMGV foi criada pela Lei Complementar Nº 58/95, atualizada pela Lei Complementar Nº 159/99e pela Lei Complementar 204/01. A RMGV é o principal polo de desenvolvimento urban o e industrial do Estado do Espírito Santo, concentrando uma população de 1.687.704 habitantes , o que representa cerca de 48% da população total do Estado, sendo que sua área equivale a apenas 5% da área total do Estado (IBGE, 2010). Trata-se de uma Região Metropolitana com alto grau de integração, especialmente entre os municípios de Vitória, Cari acica, Vila Velha e Serra. (Observatório, 2004). Este alto grau de integração e complementaridade e ntre os municípios da RMGV geram a necessidade de deslocamento da população para acessar as áreas co m diferentes atrativos, como residências, trabalho e estudo, gerando fluxos diários intensos entre os m unicípios e dentro dos mesmos. De acordo com dados do Censo, há um intenso deslocamento de moradores dos municípios da RMGV para trabalhar em outros municípios. Destacam-se, dentre os municípios com alto deslocamento para trabalho: Cariacica (44%), seguido por Vila Velha(27%), Serra (26%), Viana (4 8%) e Vitória (16%), que juntos indicam um conting ente de aproximadamente 200mil realizando deslocamentos pendulares casa/trabalho. Instituto_Polis1 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 160.000 Cariacica Fundão Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitória Município de residência Outro município outro país ou mais d eum município Figura 1. Gráfico de Local de Trabalho - RMGV Fonte: IBGE Censo 2010. Elaboração: Instituto Polis . A dimensão deste deslocamento é importante para o dimensionamento da infraestrutura, que deve considerar também este fluxo metropolitano, uma ve z que Vitória não é apenas um local de passagem, m as principalmente um local de destino para diversos m oradores da RMGV que vêm a trabalho e em busca de serviço e comércio. A expansão da mancha urbana nas últimas décadas mo stra a intensificação deste processo de integração metropolitana na ocupação do território. Os estudos sobre a expansão da mancha urbana (IDOM/COBRAPE, 2014) mostram que estes eixos de li gação metropolitanos foram sendo gradativamente ocupados, com maior intensidade a partir da década de 1970. Em 1994 a mancha urbana se estende em uma clara conurbação entre os municípios de Vitóri a, Vila Velha, Cariacica e Serra. Por se tratar de um município predominantemente insular, com territóri os ambientalmente sensíveis e não aptos a ocupação urbana, já na década de 1990 Vitória não apresenta grandes áreas de possível expansão da mancha urba na. No mapa de expansão urbana, os espaços ainda vazio s estão relacionados com condicionantes e limitant es ao crescimento urbano. Esta limitação contribuiu p ara o intenso espraiamento da mancha urbana sobre os municípios vizinhos, como é possível verificar na mancha urbana em 2004. Até 2014 a ocupação se intensifica sobre os eixos rodoviários, áreas ambi entalmente sensíveis e nas áreas mais periféricas ampliando as dinâmicas urbanas de segregação sócio espacial na RMGV. Instituto_Polis1 199420052014 Figura 2.Evolução da área construída da RMGV Fonte: Base IBGE, 2010; Google Earth© e elaboração do Consórcio IDOM-COBRAPE. Instituto_Polis1 0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 400.000 450.000 1970 1980 1991 2000 2010 Cariacica Fundão Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitória Os dados de crescimento populacional reforçam as t endências apontadas na expansão da mancha urbana. O município de Vitória vem diminuindo mais acentua damente seu ritmo de crescimento populacional desde a década de 1990, quando deixou de ser o mai or município da RMGV, em termos populacionais, e passou a ser o terceiro, na época, atrás de Vila V elha e Cariacica. Embora Vila Velha tenha mantido um acentuado ritmo de crescimento populacional, foi o município de Serra que apresentou o maior crescimento nas últimas décadas, chegando em 2010 a 409mil habitantes, pouco atrás de Vila Velha com 414mil habitantes, sendo que Vitória chega em 2010 com 327.801 habitantes. Figura 3. Gráfico da População Residente – RMGV (19 70-2010) Fonte: IBGE, Censos 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010. Elaboração Instituto Polis Este processo contribuiu para o desenho da ocupaçã o do território que hoje tem conurbados quatro de suas cidades: Vitória, Serra, Vila Velha e Cariaci ca, formando o centro da Região Metropolitana da G rande Vitória, que concentra 90% da população total. Tabela 1. Dados da população (RMGV) Município População 2010 % população do Espirito Santo Vitória 327.801 9% Viana 65.001 2% Fundão 17.025 0% Guarapari 105.286 3% Cariacica 348.738 10% Vila velha 414.586 12% Serra 409.267 12% RMGV 1.687.704 48% Espírito Santo 3.514.952 100% Fonte: IBGE, Censo 2010. Elaboração Instituto Polis . Instituto_Polis1 Embora o ritmo de crescimento esteja em declínio, o município também deve se preparar para algum crescimento populacional para a próxima década. As projeções de crescimento populacional para o ano de 2025 estimam crescimentos na ordem de 30mil a 50mi l novos de acordo com o cenário previsto (ver produto 3.2.ii deste contrato)3. Além disso, a ten dência de crescimento populacional e de ocupação d e áreas ambientalmente frágeis ainda persiste atualm ente, já que o estado do Espírito Santo continua recepcionando vultosos investimentos ligados princ ipalmente à produção e exportação de commodities.4 3Instituto Polis. Produto 3.2.ii – Relatório de Dia gnóstico Socioeconômico, Abril de 2015. 4 De acordo com a Agenda Vitória, no estudo sobre Mobilidade Urbana Sustentável, e a partir de infor mações recentes sobre a dinâmica econômica do Estado do Espírito Santo, da Região Metropolitana e do Município de Vitoria, e stavam previstos investimentos em petróleo e gás no norte e sul do Estado e a Aracruz Celulose (denominada FIBRIA, ap ós a fusão com a VCP Votorantim)estariam fazendo ampliações de seu parq ue industrial. Além disso, outros investimentos es tavam em andamento ou projetados: Companhia Siderúrgica Vitória e polo i ndustrial e de serviços; ampliações da Samarco Min eração e unidade de tratamento de gás em Anchieta; investimentos e div ersificação do complexo portuário de Barra do Riac ho; consolidação do polo Linhares; complexo portuário; e investimentos retr o portuários e logísticos no Arco Metropolitano; c omplexo aeroportuário; investimentos na CST - Arcelor Mittal e na CVRD; a lém de empreendimentos imobiliários residenciais e comerciais (dois grandes shoppings centers) e duplicação de rodovias, novas avenidas, túnel subaquático Glória-Jucutuquara e nova ponte de ligação Vitória Cariacica. Para a revisão do PDU é importante considerar este s cenários de crescimento, pois a escassez e alto custo da terra pode impossibilitar a viabilidade de mora dia, não só para a população de baixa renda, mas também para as médias rendas e para a população jo vem, que na falta de alternativas de residência no município, terão que buscar moradia nos municípios vizinhos, mais acessíveis economicamente. Este processo já parece estar em curso, mas pode ser ex acerbado diante da escassez de imóveis que se destinem a estas faixas de renda. COMO VITÓRIA TEM CRESCIDO? A variação total de população entre os censos de 2 000 e 2010 indica que o Município de Vitória ganho u ao todo cerca de 35.000 novos moradores, incluindo mi grações e nascimentos. Esta variação, no entanto, não se distribui de forma igualitária no município. Av aliando o incremento populacional nos bairros veri ficamos variações importantes (figura 4). Há bairros, como Jardim Camburi que apresentou incremento de mais de 64% em sua população, enquanto outros diminuíram, como vários bairros da RA de Jucutuquara, que juntos, perderam cerca três mil moradores. É impor tante compreendermos esta dinâmica de crescimento, identificando os fatores que contribuíram para este s processos. Instituto_Polis1 Figura 4. Mapa da Variação populacional por bairros (2000-2010) Os dados econômicos de Vitória mostram um altíssim o crescimento do PIB municipal, que se multiplicou em quase quatro vezes desde 2000. Este dado acresc ido do PIB per capita, estabelecido em 2012 em aproximadamente 86mil reais, um valor muito superi or ao Estado do Espírito Santo e em relação aos municípios vizinhos, explicitam a riqueza do munic ípio, que também transparece na distribuição de se u rendimento domiciliar. Vitória possui a mais baixa concentração na RMGV de domicílios com rendimento de até 3S.M. (36%) e a mais alta concentração de d omicílios com renda de mais de 10 S.M. (26%). A distribuição destes domicílios no território se dá de forma bastante desigual. Há regiões com pred omínio de alta e altíssima de renda (RAs de Praia do Cant o, Jd. da Penha e Jd. Camburi) e regiões com alta concentração de domicílios de baixa renda, especia lmente nas RAs de São Pedro e Santo Antônio, explicitando uma clara segregação sócio territorial no município. Instituto_Polis1 Figura 5. Mapa de média de rendimento domiciliar po r setor censitário. Vitória. Esta segregação ganha novos contornos quando obser vamos a concentração de empregos no território. Embora os dados sejam desatualizados5, a tendência não parece ter se modificado. Há uma maior concentração de empregos nas regiões com alta conc entração de renda e uma baixíssima disponibilidade de empregos nas regiões noroeste, onde os rendimen tos são bem mais baixos. Do ponto de vista da qualidade urbana, uma melhor distribuição das funç ões (moradia e trabalho) no território, contribuem para uma melhor qualidade de vida, uma vez que diminuem a necessidade de deslocamentos, melhorando a mobilidade urbana. 5 Dados da Pesquisa Origem Destino de 2007. Instituto_Polis1 Figura 6. Mapa de distribuição de empregos – 2007 Instituto_Polis1 2. ORDENAMENTO TERRITORIAL O uso, ocupação e parcelamento do solo no municípi o de Vitória são tratados de forma articulada no P DU e têm o zoneamento e a hierarquização viária como pr incipais instrumentos articuladores das normas que são especificadas em três dimensões: • uso do solo: apontando os usos permitidos, toler ados e proibidos, quanto à qualidade de ocupação do solo urbano; • parcelamento do solo: através da dimensões de te stada e área mínima e máxima dos lotes; • ocupação do solo: através de condicionamentos e p arâmetros urbanísticos por edificações. Nossa análise sobre o ordenamento territorial da c idade busca apresentar um retrato da realidade atu al, apontando as tendências de crescimento verificadas e traçando as relações com os parâmetros vigentes na lei atual. A principal fonte de informação sobre o processo de crescimento urbano foram o cadastro d e aprovações da SEDEC e o cadastro de requerimento p ara aprovação junto ao Programa de Regularização d e Edificações (PRE). Cabe ressaltar a dificuldade para avaliação dos pa râmetros utilizados na Lei por dois motivos: prime iro porque um número representativo de projetos aprova dos no período de vigência do PDU atual pode ter s e baseado em parâmetros da lei antiga. Isto porque o s prazos de aprovação de projeto, implantação da fundação e execução completa das obras com base no s parâmetros antigos podem chegar a até 5 anos após a aprovação do PDU, de acordo com as disposiç ões transitórias previstos no mesmo. Destaca-se também que, encerrado este prazo, não há previsão de caducidade do alvará do interessado, ensejandolhe apenas a cobrança de multa. (art. 303). O segundo motivo é que a Lei de anistia PRE1-Progr ama de Regularização das Edificações, cuja vigênci a foi prorrogada pela Lei nº 8.859/2015, isenta, na prát ica, a aplicação dos parâmetros da Lei vigente par a edificações construídas até 31 de Dezembro de 2011. Apesar de abrir a possibilidade de anistia, nem to dos os imóveis são enquadrados no PRE em função de parâmetros de uso e ocupação do solo, mas também e m relação à lei n° 4821/98 Código de Edificações, às portarias municipais referentes à Acessibilidade, Decreto Calçada Cidadã, legislação pertinente à Vi gilância Sanitária, Meio Ambiente e Corpo de Bombeiros. Trata-se de um dado bastante importante, pois boa parte da cidade teve sua regularização dada pelo P RE, conforma pode-se observar no mapa abaixo, que most ra a localização dos imóveis em cada situação desd e 1997. Instituto_Polis1 Figura 7. Mapa de Imóveis aprovados PDU x PRE A figura 8 mostra que o número de processos para ap rovação através do PRE não diminuiu com a aprovação do PDU em 2006, mas continuou num cresce nte, conforme dados da SEDEC. Cabe ressaltar que quase metade não chegou a ter seu processo concluí do no enquadramento do PRE continuando, na prática , irregular. Instituto_Polis1 0 100 200 300 400 500 600 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Figura 8. Gráfico de Requerimentos no PRE - empreen dimentos Fonte: SEDEC, 2015. PMV. De acordo com análise dos técnicos da SEDEC, algun s dos pontos críticos apontados estão relacionados à mudança de uso da edificação e à dificuldade de at ender aos parâmetros requisitados para o novo uso em edificações pré-existente, dentre eles o número mín imo de vagas de garagem. Em nossa leitura técnica buscaremos identificar es tes e outros parâmetros que possam ser ajustados, de modo a diminuir a incidência de anistias para regu larização dos imóveis e atividades. Cabe chamar a atenção também para a localização das aprovações, s eja pelo PDU ou pelo PRE. No mapa da Figura 9, estão demarcadas as ZEIS - Zo nas Especiais de Interesse Social, áreas que foram historicamente produzidas à margem da legislação f ormal e que, mesmo com Programa de Regularização, não conseguem (ou têm interesse em) se regularizar junto ao município. Esta reflexão é importante po is estima-se que aproximadamente 34% do território ur banizado de Vitória seja de assentamentos precário s que não foram construídos com base nos parâmetros urbanísticos definidos pelo Município, o que refor ça a configuração desigual do território, não somente p elo aspecto socioeconômico, mas também pela sua regulação. O mapa a seguir especializa a localizaçã o das ZEIS e dos assentamentos precários: Instituto_Polis1 Figura 9. Mapa de Assentamentos precários: ZEIS, Pr ograma Terra e Aglomerados subnormais Desta forma, em nossa análise sobre ordenamento te rritorial, uma parcela do território não poderá se r analisada com profundidade por falta de dados sobr e aprovação, no entanto a análise destas áreas ser á aprofundada nas temáticas de habitação e saneamento . 2.1. Uso do solo Além dos parâmetros de ocupação, o PDU estabelece os usos possíveis para determinadas áreas da cidad e de forma a evitar convivências desagradáveis que p ossam causar incomodidade e conflitos entre os uso s. A Lei avança ao estipular um zoneamento que permite tanto usos residenciais como não residenciais em quase todas as zonas, rompendo com a visão tradici onal da cidade fragmentada em zonas especializadas . O uso misto das zonas permite, em tese, incentivar u sos não residenciais ou residenciais em determinad as áreas, dependendo da característica de cada zona, buscando um equilíbrio maior de usos, contribuindo para diminuição da necessidade de deslocamentos ca sa-trabalho. Em nossa análise verificaremos como Instituto_Polis1 tem se dado a implementação destes parâmetros e qu ais os principais problemas e potencialidades verificados. Para estabelecer os usos passíveis de implementaçã o nas zonas, o município define as seguintes categ orias de uso, conforme definição no PDU: • uso residencial unifamiliar: compreende as edifi cações destinadas à habitação permanente comum a unidade residencial autônoma; • uso residencial multifamiliar: compreende as edi ficações destinadas à habitação permanente com 2 (duas) ou mais unidades residenciais autônomas; • uso não residencial: compreende as atividades de comércio, prestação de serviços e industriais; • uso misto: compreende o empreendimento que aprese nta a associação do uso residencial, unifamiliar ou multifamiliar, com o uso não residen cial. Em relação á categorias de uso, não há diferenciaç ão entre as residências multifamiliares horizontai s ou verticais. O município conta com diversas situaçõe s onde há ampliação ou redivisão das edificações n o lote, especialmente na ZOL, constituindo, na prática, um a categoria multifamiliar horizontal. Para sua regularização, o município tem enquadrado as edifi cações na categoria multifamiliar, que implica na alteração dos parâmetros de ocupação do solo. Embora as categorias de uso sejam estabelecidas na s quatro categorias citadas acima, o município tam bém institui a categoria de condomínios em outro artigo (215): • condomínio por unidades autônomas, com caracterí sticas de habitação unifamiliar, isoladas ou geminadas; ou • condomínio por unidades autônomas, constituído p or edificações de dois ou mais pavimentos, com características de habitação multifamiliar. Estas categorias podem ser contempladas na revisão das categorias de uso, facilitando a compreensão da lei e possibilitando também a possibilidade (ou nã o) de permissão de condomínios horizontais ou mesm o de unidades residenciais multifamiliares com mais d e um domicílio no lote. São os usos não residenciais que efetivamente pode m gerar conflitos e incômodos em função de sua natureza e que são restritos dependendo da zona e da classificação viária, reforçando o papel da mobilidade no ordenamento territorial do município . Os usos foram agrupados de acordo com a natureza da atividade e porte de tal modo que: • o grupo I agrega as atividades de pequeno porte que não causam incômodos significativos à Instituto_Polis1 vizinhança quando adotadas as medidas adequadas pa ra o seu controle (poluição ambiental), e nem atraem tráfego pesado ou intenso; • o grupo II agrega as atividades de médio porte q ue, embora necessárias ao atendimento dos bairros, podem causar algum tipo de incomodidade a o entorno, demandando maior controle para sua implantação; • o grupo III reúne as atividades urbanas peculiar es que, pelo seu porte, escala de empreendimento ou função, , são potencialmente geradoras de impact o na zona de sua implantação. O PDU fundamenta a classificação das atividades co nforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE Fiscal) e abre a possibilidade de se enquadrar novas atividades não previstas no an exo 8 da Lei por meio de decreto, desde que consultado o CMPDU. Para enquadrar quais atividades serão permitidas e m cada zona, o PDU cria três classificações para estipular a compatibilidade do uso não residencial com a zona e a hierarquia viária. São três classi ficações: uso permitido, uso proibido e uso tolerado. A classificação da atividade como uso tolerado na respectiva zona implica o atendimento de condições específicas para sua implantação, sendo enquadrado s como empreendimentos geradores de impactos urbanos, incomodidade e interferências no tráfego, seguindo os procedimentos de aprovação de empreendimento especiais ou de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV). O zoneamento está dividido em: I - Zonas de Proteção Ambiental – ZPA 1,2 e 3; II - Zona de Ocupação Preferencial – ZOP; III - Zona de Ocupação Controlada – ZOC; IV - Zona de Ocupação Limitada – ZOL; V - Zona de Ocupação Restrita – ZOR; VI - Zona de Parque Tecnológico – ZPT; VII - Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS 1, 2 e 3; VIII - Zona de Equipamentos Especiais – ZEE 1, 2, 3 , 4, 5, 6, 7 e 8. XIX – Zonas Arteriais – ZAR 1,2,3 e 4 De modo geral, a hierarquia viária é uma condicion ante utilizada para fins de localização dos grupos de atividades. Há maior permissividade nas vias arter iais (transformadas em Zonas Arteriais 1 a 4) e na s Zonas de Ocupação Preferencial (ZOP), onde são permitido s os usos G1, G2 e G3. A ZOL e ZEIS permitem tanto as atividades G1 como G2 em toas as vias, enquanto na maior parte das outras zonas o Grupo de atividade s G1 é liberado em todas as vias e G2 são liberados apenas nas vias locais principais e coletoras. Há diversas Instituto_Polis1 exceções na lei, onde não se permite o uso não res idencial ou o restringe a algumas vias específicas . A lógica de se limitar as atividades tanto pela na tureza como o seu porte busca propiciar uma divers idade de usos restringindo o impacto no território, espe cialmente dentro dos bairros. O Grupo 1 de ativida des limita a maior parte das atividades enquadradas em até 300m² de área computável enquanto o Grupo 2 limite em 600m². Embora tente-se limitar a atividade à uma metragem quadrada, buscando propiciar uma maior diversidad e de atividades de porte pequeno ou médio, na prátic a estas limitações não se efetivam necessariamente . Como o limite é em função da atividade (pessoa jur ídica), foram apontadas diversas situações em que para fins de aprovação, divide-se a aprovação em vários CNPJ, com o objetivo de se enquadrar na metragem do Grupo e viabilizar e instalação da atividade. Esta prática foi observada principalmente para os usos de consultórios e clínicas médicas, academia, restaur ante, dentre outros. Como resultados têm-se ativid ades, que no conjunto, ultrapassam o limite estabelecido para a atividade do Grupo. Na prática a limitação da metragem quadrada para a implementação das ativida des não se diferencia, pois em todos os grupos o máximo permitido é estabelecido para o Coeficiente de Aproveitamento do Uso Não Residencial da zona em que se insere. Para realizar um ajuste do contr ole das atividades é preciso estabelecer com maior clareza a regra para implantação também em relação ao lote, evitando que algumas atividades ultrapas sem limites considerados incompatíveis com a zona em q ue se situam. Este limite de área construída para a atividade também tem suscitado alguns problemas em relação à implantação das atividades em edificaçõ es pré-existentes que possuem uma metragem quadrada m aior que o estabelecido para o uso pretendido. Além dos parâmetros para definir a localização das atividades, é necessário ainda atender as especif icações de destinação de vaga para estacionamento de veícu los, carga e descarga e embarque e desembarque de passageiros, conforme previsto no anexo 11 do PDU, tanto para as atividades residenciais como para a s não residenciais. Os condicionantes variam de acordo c om a natureza da atividade, sua área computada (po rte) e/ou por número de unidades. O processo de revisão do PDU anterior, que culmino u na lei vigente, realizou extenso estudo relacion ando a capacidade viária e o adensamento, buscando limi tar o potencial construtivo em função da capacidad e viária para os veículos particulares. Estes estudo s subsidiaram os parâmetros vigentes, que aumentar am significativamente a exigência de vagas de garagem no município. A relação do automóvel com a produção imobiliária é intermediada tanto pelas exigências da legislaçã o urbanística, como pelas demandas específicas do me rcado de imóveis. As altas exigências, bem como a possibilidade de não computar as áreas destinada a o estacionamento de veículos contribuem para que s eja alto o percentual destinado aos carros no cômputo total dos novos imóveis construídos em Vitória. Os Instituto_Polis1 50.000 100.000 150.000 200.000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 CARIACICA FUNDAO GUARAPARI SERRA VIANA VILA VELHA VITORIA estudos de caso realizados para o município, mostr am que os imóveis residenciais e mistos destinam m ais de 50% de sua área construída não computável para o s automóveis. O aumento da frota de veículos na RMGV segue a ten dência nacional de crescimento em função tanto do aumento da renda da população, quanto de políticas de isenção de tributos aos automóveis Figura 10. Gráfico de Evolução da frota de veículos - RMGV Fonte: Denatran- Sistema RENAVAN-BIN , IJSN. No gráfico abaixo é possível verificar que o cresc imento dá-se principalmente na frota de automóveis particulares. Instituto_Polis1 Figura 11. Gráfico da evolução da frota de veículos de Vitória (2001-2013) Fonte: Denatran- Sistema RENAVAN-BIN , IJSN. O Plano Diretor, ao estabelecer o número mínimo ou máximo de vagas, está induzindo maior ou menor motorização. No caso de Vitória, a exigência mínim a de vagas é alta comparativamente à outros municí pios do mesmo porte, no caso de uso residencial. No nov o Plano Diretor de Florianópolis, por exemplo, a exigência para residência multifamiliar é de 1 vag a para unidades de até 150m², 2 vagas para unidade s entre 150 e 300m², já em Vitória a exigência é de uma vaga até 70m², 1,5 vaga até 100m² e 2 vagas ac ima de 100m². Em que pese o mercado imobiliário muitas vezes ofertar mais vagas que exigido, é necessári o repensar as exigências de vagas num debate associa do aos novos paradigmas e diretrizes de mobilidade urbana afirmados pela política nacional de mobilid ade urbana (BRASIL, 2015) 6. Trata-se de um grande desafio, pois a infraestrutura viária é fator dete rminante do planejamento físico e territorial, sen do grande o investimento público a ela destinado e a pressão exercida pelo crescimento vertiginoso da frota de veículos privados observado nos últimos anos. 6 BRASIL. Caderno de referência para elaboração do Plano de Mobilidade Urbana. Brasília, 2015. 2001 2005 2010 2013 automóvel*** 79.819 96.210 130.706 145.614 Motocicleta** 5.803 9.573 18.897 22.871 microônibus 549 704 994 1.122 ônibus 755 851 919 945 Caminhão * 2.814 3.084 4.231 4.776 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 160.000 180.000 No de veículos Dentre os princípios no que se refere aos parâmetr os de uso e ocupação do solo apontados na política de mobilidade urbana, destacamos: • miscigenação de usos: os padrões para zoneamento de usos devem ser mais flexíveis e estabelecer um a Instituto_Polis1 maior miscigenação para atividades que permitam co nvivências não nocivas, por exemplo, de atividades residenciais com o comércio, serviços e pequenas in dústrias não poluentes; • controle de usos nocivos: atividades poluentes o u com impactos negativos na vizinhança, como acont ece em distritos industriais, devem ser instaladas em locais relativamente isolados, com estrutura viári a para fácil escoamento da produção, evitando a passagem de cargas pesadas ou perigosas por áreas urbanas densamente povoadas, porém com infraestrutura de t ransporte coletivo que ofereça fácil acessibilidad e aos trabalhadores; • controle da densidade populacional: os mecanismo s de controle das edificações devem estabelecer índices construtivos que permitam melhor aproveita mento do solo urbano ,estimulando o adensamento em áreas com infraestrutura instalada e evitando a expansão horizontal descontrolada da área urbaniz ada. O adensamento deve considerar também a disponibili dade de equipamentos públicos, a acessibilidade e a sustentabilidade ambiental; • controle da expansão urbana: os critérios para i ncorporação de novas áreas ao perímetro urbano e d e parcelamento do solo em regiões mais remotas devem considerar a disponibilidade de infraestrutura, inclusive dos sistemas viário e de transporte públ ico, como modo de garantir o direito de circulação dos futuros moradores e não onerar desproporcionalment e a provisão dos serviços públicos. As políticas d e uso e ocupação do solo devem estimular a ocupação o em zonas urbanas já consolidadas e promover a ocupação dos vazios urbanos estocados com a finalid ade de especulação imobiliária USO DO SOLO ATUAL Dadas as normas básicas que regulam a implementaçã o das atividades, verificamos que atualmente o uso do solo no município de Vitória se distribui no te rritório de forma bastante desigual apresentando r egiões com grande concentração de usos não residenciais, uma extensa área predominantemente residencial pontuada por pequenos usos não residenciais, áreas com uso misto e pequenas porções do território co m uso exclusivamente residencial. Instituto_Polis1 Figura 12. Mapa uso do solo – por lote. De acordo com os dados de aprovação estas concentr ações têm se mantido durante a vigência do PDU. O Mapa que espacializa as aprovações desde 2006 por uso no território (figura 11) ilustra a concentraç ão no entorno dos principais eixos viários, onde estão d elimitadas as Zonas Arteriais, que possuem maior permissividade de uso. Além disso, é possível veri ficar a dispersão de usos não residenciais em algu ns bairros, com exceção da orla noroeste. Uma maior d istribuição das atividades não residenciais nos ba irros, respeitando as incomodidades, é central para uma m elhor equidade do território melhorando o atendimento da população e a mobilidade urbana. Instituto_Polis1 Figura 13. Mapa aprovações por uso Quando analisamos a área construída aprovada por u so, verificamos uma maior intensidade de construçã o nas regionais com maior interesse do mercado imobi liário, como Jardim Camburi e Praia do Canto. Instituto_Polis1 0 200000 400000 600000 800000 1000000 1200000 1400000 1600000 1800000 Residencial Unifamiliar Residencial Multifamiliar Outros Misto Comercial Novo P.R.E. Reforma Regularização Revalidação Residencial Unifamiliar 132 72 136 59 Residencial Multifamiliar 123 84 112 17 1 Outros 29 14 25 2 Misto 41 186 84 18 1 Comercial 149 320 237 65 0 100 200 300 400 500 600 700 800 No de empreendimentos Figura 14. Gráfico de Uso aprovado por RA (m² área construída) Fonte: Cadastro de Aprovação (dados 2006 – 2014). SEDEC, PMV. Elaboração Instituto Polis. Como apontamos anteriormente, uma grande parcela d as aprovações tem sido realizada através do PRE e não necessariamente seguindo os parâmetros vigente s no PDU. No caso dos usos comerciais, mais de 40% das aprovações foram enquadradas como PRE. Figura 15. Gráfico de Aprovações por tipo e uso (20 06 – 2013) Fonte: Cadastro de Aprovação (dados 2006 – 2014). SEDEC, PMV. Elaboração Instituto Polis. Instituto_Polis1 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Novo P.R.E. Reforma Regularizatpo Número de terrenos Tipo de aprovação até 300 > 300 e <= 500 > 500 e <=1000 > 1000 e <= 2500 >2500 e <=5000 > 5000 A maior parte dos empreendimentos enquadrados no P RE são de uso comercial (ou mistos) em lotes pequenos de até 500m² (80%). A maior causa de não cumprimento das exigências do PDU, de acordo com técnicos da prefeitura, é a dificuldade de atendim ento ao número mínimo de vagas para os usos não residenciais. A isenção de vagas para estacionamen to só é dada para imóveis de até 150m² de área computável nas ZEIS e nas ZOL. No restante, seguese o anexo 11, cuja exigência é dada por unidade o u pela área computável na atividade. No caso de loja s comerciais, por exemplo, é exigida 1 vaga para c ada 35m², uma alta exigência, uma vez que pequenos lot es de até 360m² e um Coeficiente de Aproveitamento de 1, teriam exigência de pelo menos 10 vagas de g aragem. Estes lotes possuem testadas de 12m e mesm o utilizando o recuo frontal, essa exigência torna-s e inviável, sendo sugerida sua revisão. Figura 16. Gráfico de Tamanho do terreno (m²) por t ipo de aprovação Fonte: Cadastro de Aprovação (dados 2006 – 2014). SEDEC, P MV. Elaboração Instituto Polis. Instituto_Polis1 0 20 40 60 80 100 120 140 Comercial Misto Outros Residencial Multifamiliar Residencial Unifamiliar Número de terrenos Uso até 300 > 300 e <= 500 > 500 e <=1000 > 1000 e <= 2500 >2500 e <=5000 > 5000 Figura 17. Gráfico de Tamanho do terreno(m²) por us o aprovado (PRE) Fonte: Cadastro de Aprovação (dados 2006 – 2014). SEDEC, PMV. Elaboração Instituto Polis. Ao viabilizar maior permissão de atividades nos ba irros, foram criados mecanismos de controle dos us os não residenciais para evitar e regular conflitos . Quando a atividade é enquadrada como tolerada, considera-se o empreendimento como gerador de impa cto urbano, incomodidade e interferências no tráfego sendo sua aprovação condicionada à analise destes impactos. Para tanto o município dispõe de duas categorias p ara analisar o tipo de impacto: os empreendimentos especiais que são potencialmente causadores de inc omodidades; e os empreendimentos de impacto urbano, que são aqueles que podem causar impacto e/ ou alteração no meio em que se inserem. Ambos devem ser avaliados perante uma série de asp ectos que atestam o nível de incomodidade. O que muda, na prática, é o tipo de instrumento que será utilizado para a avaliação. De modo que os empreendimentos de impacto devem ser automaticament e submetidos ao Estudo de Impacto de Vizinhança, enquanto os empreendimentos especiais devem passar por análise da Câmara Técnica de Aprovação (CTA). Foi manifestado pela equipe técnica consultada um consenso quanto à excessiva abrangência das atividades enquadradas como especiais e que demand am análise específica da CTA. Neste sentido, o aprimoramento desse rol de atividades foi parcialm ente corrigido por meio de Instruções normativas, que reduziram em aproximadamente 40% a quantidade de p rocesso analisados pela CTA (ver tabela 2). No entanto, ainda persistem adequações que podem ser corrigidas na revisão do PDU. As Instruções Instituto_Polis1 normativas (INs) poderão ser incorporadas à revisã o do PDU ou reformuladas em função das análises elaboradas. Tabela 2.Instruções normativas para readequação do enquadramento de uso especial – atividades isentas Nº Assunto 02/2010 Escritório de Contato da Empresa, sem o exercício e fetivo da atividade. 03/2010 Atividades de atenção à saúde humana, até 300,00 m² 01/2013 lanchonete, cafés, casas de chá, de sucos e simila res; bares, choperias, wiskerias e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas; restaurantes; padarias; treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial; e comérc io de materiais de construção em geral, até 150,00m². 02/2013 curso de idiomas, mercearias e comércio de gêneros alimentícios, até 300,00m². Fonte: SEDEC, PMV. Instituto_Polis1 2.2. Ocupação do Solo 2.2.1. Parâmetros de Ocupação do solo O PDU vigente em Vitória utiliza os seguintes parâ metros para regular a ocupação do território: Coef iciente de Aproveitamento; Afastamentos mínimos; Gabarito e Altura da edificação; Taxa de Ocupação; Taxa de Permeabilidade, e testada e área mínima do lote (P arcelamento). Estes parâmetros variam em função da zona em que se inserem e muitas vezes também em rel ação aos usos e grupos de atividades. GABARITO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES De acordo com dados de uso e ocupação do solo da P refeitura de Vitória, observamos um território com diferentes morfologias em relação às alturas das e dificações, conforme de número de pavimentos (Figu ra 17), que espacializa o número de pavimentos das ed ificações em seus respectivos lotes. De forma gera l, o município possui uma ocupação bastante horizontal, com edificações de até 3 pavimentos. Figura 18. Mapa de número de pavimentos – Município de Vitória Instituto_Polis1 0 50 100 150 200 Tipo de Aprovações por RA Novo P.R.E. Reforma Regularização Revalidação A verticalização se concentra em alguns bairros, e specialmente nos bairros que apresentaram um maior número de aprovações de novas edificações na últim a década. De acordo com dados de aprovação da Prefeitura, os bairros que contaram maior número d e aprovações de novos empreendimentos foram as RA de Praia do Canto, Jardim Camburi, Jardim da Penha e Jucutuquara. Figura 19. Gráfico de aprovações de empreendimentos por Regional Administrativa Fonte: PMV, SEDEC (dados de 2006 a 2014) A exceção se dá no bairro do Centro, que praticame nte não teve novas aprovações e que possui uma verticalização mais antiga. O Centro também possui uma mescla maior de alturas, com vários lotes de até 3 pavimentos e outros de alturas que chegam a mais d e 20 pavimentos. Atualmente, o PDU, restringe as alturas das edificações em: 8 pavimentos na ZOP 2/ 02; 6 pavimentos na ZOP1/01 e; 4 pavimentos na ZOL/01 (figura 17). Além disso, há várias edificaç ões de interesse histórico que limitam as alturas em seu entorno. Essa análise é aprofundada no capítulo Pat rimônio e Paisagem. Instituto_Polis1 Figura 20. Foto aérea Bairro Centro Fonte: Google Earth (3d) No caso de Jardim da Penha, a altura máxima de 6 p avimentos constitui uma morfologia única no bairro , com pouca variação, pontuada por alguns lotes com edificações de até 3 pavimentos. O bairro, mesmo j á bastante consolidado, teve um aumento considerável de sua população entre os anos de 2000 e 2010 e constitui uma das maiores densidades demográficas do município com vários setores com densidades acima de 300hab/ha (IBGE, Censo 2010). Na mesma re gional, o bairro de Mata da Praia possui apenas um trecho, próximo à Praia onde são permitidas edific ações de até 14 pavimentos (ZOC 3), o restante do bairro está restrito a dois pavimentos (ZOR /09). Instituto_Polis1 Figura 21. Fotos do bairro Jardim da Penha e Mata d a Praia Foto 1Autor: Sami Gasperini. Foto 2 - Autor: PMV O bairro de Jardim Camburi apresentou um intenso c rescimento tanto populacional como de novas construções. Possui uma grande mescla de gabaritos com várias áreas ainda com tipologias horizontais . No PDU, o bairro de Jd. Camburi possui diferentes reg ras de gabarito. Na ZOC2/05 a altura máxima está definida em 30metros ou 10 andares, já na Rua Gelu Vervloet(ZAR 4) e na Dante Micheline(ZAR 2)não há limite de gabarito. Na ZOC1/04 há uma regra especí fica de cálculo de altura máxima em função da larg ura da via, onde a altura final (h) é resultante da so ma da largura da via e do afastamento frontal. A m aior parte das vias do bairro possui larguras de 10m, 12m e 1 6m, o que na prática inviabiliza a verticalização. De acordo com a fórmula é possível chegar em 6 andare s nas vias de 16m, mantendo o afastamento frontal de 3m. Para aumentar o gabarito é necessário ampliar o afastamento frontal. Há casos de remembramento d e lotes para atingir um maior gabarito, alterando a estrutura fundiária local. A verticalização mais i ntensa está se dando ao longo da Rua Gelu Vervloet dos Sa ntos, onde não há limite da altura de gabarito. Instituto_Polis1 Figura 22. Foto Jardim Camburi Fonte: Google Earth. A Regional Administrativa de Praia do Canto (Regio nal 5) concentra diversos bairros que tiveram uma intensa verticalização. Nos bairros de Praia do Ca nto e Barro Vermelho predominam edificações de até 20 pavimentos, com apenas alguns empreendimentos que chegam a 25 andares. Já o bairro da Enseada do Suá e Santa Helena, possuem edificações altas que passam de 25 pavimentos conforme apontado no mapa de limites de alturas e gabaritos do PDU (figura 22 ). O PDU restringe a altura das edificações na RA Pra ia do Canto na ZOC1/02 com limite de6 pavimentos e na ZOC1/01 no entorno das Zonas de Proteção (ZPA), qu e pode chegar a 5 pavimentos. No restante das área s, a limitação da altura das edificações está apenas condicionada às restrições do IPHAN - que foram incorporadas ao PDU - em relação ao convento da Pen ha. No caso de edifícios que não tenham interferência na paisagem do convento não há limit e de gabarito estabelecido, ficando condicionado somente ao limite estabelecido pelocone de aproxim ação do aeroporto (ver áreas em cinza na figura 22 ). O zoneamento restringe ainda uma área que engloba a Praia do Suá – que permanece com edificações mai s horizontais. O Mapa abaixo (figura 22) explicita a s limitações estabelecidas no PDU. É possível obse rvar que são extensas as áreas no território onde não há li mite de altura da edificação definido, ou seja, a restrição é limitada pelos parâmetros de ocupação e pelo cone de aproximação do aeroporto, analisado caso a caso . Instituto_Polis1 Figura 23. Mapa de limite de altura e gabarito defi nido pelo PDU (uso multifamiliar) Os dados de aprovação ilustram onde efetivamente e stá ocorrendo verticalização de novos imóveis aprovados no município, conforme mapa de gabarito de novas aprovações (figura 23).No entanto, é prec iso chamar a atenção para a quantidade de imóveis que foram aprovados com os parâmetros do PDU anterior, mas somente foram construídos após 2006. Dos 474 n ovos imóveis aprovados, verificamos um total de 14 4 imóveis (30%) aprovados seguindo o zoneamento ante rior. Como vimos anteriormente, o extenso prazo de execução previsto do PDU vigente (que pode chegar a cinco anos)contribuiu para este cenário. No caso de edificações novas aprovadas com mais de 8 andares, por exemplo, verificamos um total de 5 6 novos imóveis no município seguindo a legislação a nterior, sendo que destes, 31 estão concentrados n o Jardim Camburi, comprovando as análises dos técnic os da prefeitura de que a verticalização recente n o bairro deve-se mais às regras anteriores do que ao PDU vigente. Na prática a regra de proporcionalid ade da altura da edificação com a largura da via dificult a a verticalização no interior do bairro, que difi cilmente passa de 4 andares nas vias de 10 ou 12m e de 6 and ares nas vias de 16m. Instituto_Polis1 Figura 24. Mapa Gabarito de novas aprovações (20062014) No restante do município os imóveis com maiores al turas de gabarito estão concentradas nas regionais de Praia do Canto e Jucutuquara, exatamente nas regiõ es onde há interesse do mercado imobiliário e onde as zonas não possuem um limite de gabarito. Desde 2006,foram produzidos 10 imóveis novos com m ais de 20 andares concentrados nestas mesmas regionais, mais especificamente nos bairros de Ens eada do Suá, Barro Vermelho, Santa Luíza e Bento Ferreira. O debate sobre a manutenção da verticali zação (ou sua limitação) no município deve estar atrelado também à morfologia urbana de cada bairro , bem como à preservação de sua paisagem natural, que pode ser comprometida pelos altos gabaritos, co nforme ilustram as imagens abaixo. Instituto_Polis1 21 pavimentos + 18 pavimentos 10 pavimentos 28 pavimentos + 20 pavimentos + embasamento 24 pavimentos + embasamento 31 pavimentos + embasamento 15 pavimentosos 26 pavimentos + embasamento Figura 25. Imagens aéreas – Bento Ferreira Fonte: Google Earth 3d Figura26.Imagens aéreas Enseada do Suá Fonte: Google Earth 3d Instituto_Polis1 20 pavimentos 10 pavimentos Figura27.Imagens aérea – Barro Vermelho Fonte: Google Earth 3d AFASTAMENTOS Os afastamentos estabelecidos no PDU vigente varia m também em função da zona em que se inserem. São estabelecidos afastamentos mínimos frontais, later ais e de fundos. No caso da ZOC1/04, no Jardim Camburi, que estabelece regra de altura da edifica ção em função do recuo frontal, este recuo mínimo deve ser ampliado dependendo da altura projetada. Perce bemos de forma geral que o regramento estabelece diversos parâmetros, que variam de isenção de recu os frontais até recuos de 8 metros, como no caso d e algumas ZOPs. As isenções se concentram em ZEIS e parte da área central. O recuo frontal de 3m predomina na cidade, sendo que nos eixos das princ ipais avenidas o recuo frontal mínimo passa a ser 4m ou 6m. Instituto_Polis1 Figura 28. Mapa de Afastamento mínimo frontal por Z onas Na tabela abaixo também podemos verificar os crité rios para afastamentos laterais e de fundos. Em vá rias zonas estes recuos são isentos até determinado núm ero de pavimentos, que variam de até 1 pavimento a té 3 pavimentos. Acima deste parâmetro é necessário c onsultar anexo 10 que estabelece os afastamentos e m função da altura / pavimentos da edificação. O uso deste anexo tem sido alvo de críticas pelos técni cos da prefeitura que apontam sua dificuldade de aplicaçã o, tanto em função de atrelar o número de paviment os com uma altura fixa, quanto à necessidade de reali zação de cálculos para se chegar a afastamentos em alturas intermediárias. De forma geral os afastame ntos guardam uma proporção de 1/6 da altura até de z pavimentos. Esta proporção diminui conforme o aume nto da altura da edificação. No caso de empreendimentos de 30 pavimentos, por exemplo, o af astamento chega a uma proporção de 1/8 em relação à altura resultante. Instituto_Polis1 Tabela 3. Parâmetros de afastamentos por zona ZONA Afastamentos Frontal Laterais Fundos ZOL 3m Até 3o pav. - isento Até 3o pav. - isento Acima do 3o Pav. (anexo) Acima do 3o Pav. (anexo) ZOL/01 isento isento isento ZOR / ZOC 2 / ZOC 4 / 3m Até 2o pav. - isento Até 2o pav. - isento Acima do 2o Pav. (anexo) Acima do 2o Pav. (anexo) ZOC 1 / ZPT 3m Até 1o pav. - isento Até 1o pav. - isento Acima do 1o Pav. (anexo) Acima do 1o Pav. (anexo) ZOC 3 5m 8m 8m ZEIS 2 isento Até 3o pav. - isento Até 3o pav. - isento Acima do 3o Pav. (anexo) Acima do 3o Pav. (anexo) ZOP 1 / ZOP 2 / ZAR 1 / ZAR 2/ ZAR 3 4m Até 2o pav. - isento Até 2o pav. - isento Acima do 2o Pav. (anexo) Acima do 2o Pav. (anexo) ZOP 2/04 8m Até 2o pav. - isento Até 2o pav. - isento Acima do 2o Pav. (anexo) Acima do 2o Pav. (anexo) ZOP 3 8m 5m 5m ZAR 4 6m Acima do 2o Pav. (anexo) Acima do 2o Pav. (anexo) Até 2o pav. - isento Até 2o pav. - isento ZOR/ 11 e ZOL/18 2m isento isento ZOL/ 11 e ZOL / 20 isento isento isento ZEIS 1 PDL PDL PDL ZEE Plano específico Plano específico Plano específico ZEIS 3 sem parâmetros sem parâmetros sem parâmetros ZPA análise CONDEMA análise CONDEMA análise CONDEMA Fonte: PDU Lei 6705/2006 A referência do parâmetro de afastamento atrelada somente ao número de pavimentos e não a um limite em metros da altura da edificação tem gerado edifí cios com embasamentos em proporções muito maiores do que pretendidas, especialmente nos casos em que são aprovados pavimentos com alturas de pé direit o maiores. Como resultado, tem-se alturas que chegam ao equivalente a 4 ou 5 pavimentos (no padrão de 3 metros de altura de pé direito). O resultado urban ístico destas distorções gera uma ocupação mais in tensa, muitas vezes desproporcional à largura da via e às outras edificações vizinhas, conforme pode ser observados em alguns exemplos a seguir: Instituto_Polis1 Figura 29. Fotos edificações com embasamento de mai s de 9 m de altura. Autor: foto 1 Maressa Mendes Autor foto 2 Ronaldo Frechiani TAXA DE OCUPAÇÃO Além da altura da edificação e dos afastamentos a taxa de ocupação é outro importante parâmetro definidor da ocupação do lote. Juntos eles podem c ontribuir para a definição da morfologia urbana pretendida. Instituto_Polis1 Figura 30. Mapa de taxa de ocupação máxima por Zona A lógica para definição de taxa de ocupação máxima estipula uma maior possibilidade de ocupação no centro (100% e 75%). Embora permita uma grande ocu pação do lote, seguindo a morfologia pré-existente , estas áreas possuem uma limitação de gabarito de 4 , 6 e 8 pavimentos. O coeficiente de aproveitament o previsto na área varia entre 1,8 a 2,7 para usos mu ltifamiliares e mistos. Os bairros onde predomina a produção à margem da l egislação(nas RAs de São Pedro, Santo Antônio e parte de Maruípe), os índices também são mais perm issivos, chegando a 70% de TO máxima (ZEIS 2), sem limite de altura, mas com coeficientes de aproveit amentos mais baixos, que variam de 1,4 a 1,8 para usos residenciais e mistos. Nestas áreas foram verifica dos poucos pedidos de aprovação de empreendimentos , mesmo através do PRE, demonstrando que a produção e ocupação destas áreas continua à margem das normas da legislação vigente, mesmo com índices e p arâmetros relativamente mais permissivos. O restante da cidade, onde há possibilidade de uma maior verticalização, a taxa de ocupação máxima e stá estabelecida em 50%, mesmos nas zonas onde há algu ma restrição de altura da edificação. Já as zonas onde predomina uma morfologia residencial unifamil iar horizontal, com baixos índices e limitação de Instituto_Polis1 gabarito em dois andares, a taxa de ocupação é de 60%, como na Mata da Praia, Ilha do Frade, Ilha do Boi, Fradinhos e Pontal do Camburi. Há ainda pequenas porções do território com índice s diferenciados, na Enseada do Suá com pequeno trecho com taxa de ocupação de 40% e gabarito de 1 2m e na ZOP2/04, que se diferencia com 30% de TO máxima. Uma especificidade da taxa de ocupação em Vitória é que , na prática a taxa de ocupação pode chegar a 100% pois o subsolo não entra neste computo. Isso acarreta uma diferenciação dos parâmetros entre os usos não residenciais/ multifamiliares e o uso unif amiliar. COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO E ÁREA COMPUTÁVEL O PDU (2006) vigente baixou consideravelmente o co eficiente de aproveitamento possível no município em relação ao PDU anterior. Os coeficientes variam de 1,2 até 2,7 de aproveitamento máximo, sendo que o plano não trabalhou com o conceito de coeficiente de aproveitamento básico e máximo, inviabilizando a aplicação de diversos instrumentos como outorga on erosa e transferência do direito de construir, alé m de outras possibilidades de direcionamento de uso e o cupação do solo. Os coeficientes variam em relação à zona e ao uso, onde os coeficientes são mais baixo s para os usos residenciais unifamiliares e para o s usos não residenciais, com exceção das ZAR e da ZOP. Já os usos multifamiliares e mistos possuem um coeficiente maior, sendo que nos usos mistos o CA para os usos não residenciais se restringe a até 0 ,5 do total. O coeficiente de aproveitamento é calculado em fun ção da relação entre área computável e a área do terreno. De acordo com dados de aprovação do munic ípio por tipo de aprovação, com recorte de 2006 at é 2013, verificamos que coeficientes maiores de 2,5 foram efetivamente utilizados somente para aprovaç ão nos enquadramentos em PRE, reforma e regularização . De forma geral, a maior parte das aprovações de novos empreendimentos utiliza o Coeficiente de Apro veitamento (CA) até 1,5. Instituto_Polis1 0 100 200 300 400 500 600 700 800 Novo P.R.E. Reforma Regularizatpo Revalidatpo acima de 4 acima de 3 até 4 acima de 2 até 2,5 acima 1,5 até 2 acim de 2,5 até 3 > 1 < = 1,5 Até 1 Figura 31. Empreendimentos por tipo e Coeficiente d e Aproveitamento Fonte: Cadastro de Aprovação (dados 2006 – 2014). SEDEC, PMV. Elaboração Instituto Polis. Embora os índices de coeficiente de aproveitamento sejam aparentemente baixos, ou seja, até no máxim o 2,7, na realidade este índice acaba sendo muito ma ior em função do que é computado para fins de cálc ulo de coeficiente de aproveitamento, ou seja, a área computável. O art. 152 do PDU aponta as situações consideradas não computáveis para fins de cálculo d e CA, são eles: I - as áreas dos pavimentos em subsolo destinadas a o uso comum; II - as áreas destinadas à guarda e circulação de v eículos; III - as áreas destinadas a lazer e recreação, rec epção e compartimentos de serviço do condomínio na s edificações residenciais multifamiliares e de uso m isto; IV - áreas de varandas, contíguas a sala ou quartos , que não ultrapassem: a) 40% (quarenta por cento) das áreas destinadas ao s respectivos compartimentos das unidades residenciais em condomínios residenciais multifamil iares; b) 20% (vinte por cento) da área destinada ao respe ctivo cômodo em unidades de hospedagem de hotéis, motéis, apart-hotéis, pensões, hospitais, casas de saúde e de repouso, sanatórios e maternidades; Instituto_Polis1 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 CA aprovado CA real acima de 4 acima de 3 até 4 acima de 2 até 2,5 acima 1,5 até 2 acim de 2,5 até 3 > 1 < = 1,5 Até 1 V - as áreas de varanda contíguas às salas em edif icações não residenciais destinadas ao uso comerci al e de serviço que não ultrapassem 7,5 % (sete e meio por cento) da área destinada ao respectivo compartime nto, excluídas aquelas localizadas no pavimento térreo; VI - até 15% (quinze por cento) da área total de c ada pavimento, desde que esse percentual seja dest inado a circulação horizontal e vertical e que a circula ção horizontal possua largura mínima de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros). VII - os elementos citados descobertos, tais como piscinas, decks, jardineiras, muros de arrimo e di visórios; e escadarias para acesso à edificação ou rampas pa ra pedestres e pessoas com deficiência; VIII - as áreas de compartimentos técnicos limitada s a 5% da área computável; A identificação de áreas como não computáveis ,na prática, se traduz em um incentivo, pois possibili ta chegar à índices maiores que o CA permito na Zona, sem um limite máximo de não computável estabelecido. Isto significa que, na prática, o CA real, que reflete a área efetivamente construída no lote, é bem maior que o estabelecido em Lei. Figura 32. Gráfico de Coeficiente de Aproveitamento Aprovado e utilizado (real) – novos empreendimentos Fonte: Cadastro de Aprovação (dados 2006 – 2014). SEDEC, PMV. Elaboração Instituto Polis. Instituto_Polis1 43% 18% 10% 5% 5% 5% 14% até 1 acima de 1 até 1,5 acima 1,5 até 2 acima de 2 até 2,5 acim de 2,5 até 3 acima de 3 até 4 acima de 4 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 Comercial Misto Outros Residencial Multifamiliar Residencial Unifamiliar até 1 acima de 1 até 1,5 acima 1,5 até 2 acima de 2 até 2,5 acim de 2,5 até 3 acima de 3 até 4 acima de 4 Utilizando dados de CA efetivamente utilizados, id entificou-se que a maior parte dos empreendimentos que entrou com processo de aprovação utiliza CA de até 1,5 (contando as áreas não computáveis). Figura 33. Gráfico de Coeficiente de Aproveitamento (real) - empreendimentos Fonte: Cadastro de Aprovação (dados 2006 – 2014). SEDEC, PMV. Elaboração Instituto Polis. Os empreendimentos que se utilizam de CA de até 1,5 são predominantemente de uso comercial e residencial unifamiliar e se situam em terrenos men ores. Figura 34. Gráfico de Coeficiente de Aproveitamento (real) por uso Fonte: Cadastro de Aprovação (dados 2006 – 2014). SEDEC, PMV. Elaboração Instituto Polis. Instituto_Polis1 0 10 20 30 40 50 60 70 Comercial Misto Outros Residencial Multifamiliar Residencial Unifamiliar até 300 > 300 e <= 500 > 500 e <=1000 > 1000 e <= 2500 >2500 e <=5000 > 5000 Figura 35. Gráfico de Tamanho do lote por uso (novo s empreendimentos) Fonte: Cadastro de Aprovação (dados 2006 – 2014). SEDEC, PMV. Elaboração Instituto Polis. Os empreendimentos que efetivamente utilizam CA ma ior que quatro são residenciais multifamiliares, misto e em menor escala comerciais. A quantidade de área construída não computável de empreendimentos novos representa 64% do total de á rea construída total, indicando que somente o parâmetro de CA sozinho não limita necessariamente a área construída prevista para o território. Qua ndo distribuímos os novos empreendimentos aprovados po r regional, é possível verificar as distorções: na s regionais com maior dinâmica imobiliária, a área n ão computável chega a quase 50% das áreas computáveis, ou seja, na prática está se construin do o dobro do previsto, conforme pode ser observad o no gráfico abaixo. Instituto_Polis1 0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 Área Construída real Área Computada Figura 36. Gráfico - Área Construída x Área computá vel por RA – novos empreendimentos Fonte: Cadastro de Aprovação (dados 2006 – 2014). SEDEC, PMV. Elaboração Instituto Polis. Juntamente com os técnicos da prefeitura, foram re alizados estudos de caso para compreender de que forma são distribuídas as áreas não computáveis em novos empreendimentos aprovados com os parâmetros da Lei vigente. Como os parâmetros dife rem em função do uso, foram feitos estudos para us o comercial, misto e residencial multifamiliar. Os e studos confirmam que o CA efetivamente utilizado c hega a mais que o dobro do CA aprovado. A exceção são os empreendimentos comerciais de pequeno porte. Figura 37. Estudo de caso áreas computadas – uso mi sto BAIRRO Nº ARQUIVO UNIDADES ÁREA CONST.(m²) CA real ÁREA COMPUTÁVEL (m²) CA aprovado LOJAS SALAS APTº QUARTOS Abs % Bento Ferreira 1 60 2 7.000,17 3.298,26 47,1% Bento Ferreira 3 56 2 7.166,03 3.656,01 51,0% Bento Ferreira 7199119/14 8 44 3 7.902,43 5,65 3.765,97 47,7% 2,69 Bento Ferreira 427 22391 9 56 2 7.166,03 5,30 3.656,01 51,0% 2,70 Praia do Canto 60 (2) e (3) 8.321,72 5,84 3.415,72 41,0% 2,40 Praia do Canto 40 (1) e (2) 4.571,65 6,00 1.823,36 39,9% 2,39 Praia do Canto 8 2.341,81 4,59 1.181,09 50,4% 2,32 Jardim da Penha 5 20 2 2.039,10 3,41 1.146,91 56,2% 1,92 Jardim da Penha 414 21651 7 40 (2) e (3) 5.977,12 3,94 2.936,89 49,1% 1,94 Jardim da Penha 436 22869 6 28 2 3.781,74 1,00 1.912,48 50,6% 0,51 Jardim Camburi 439 23038 5 128 2 16.579,71 4,91 8.437,97 50,9% 2,50 Jardim Camburi 437 22906 15 78 (2) (3) 10.962,17 5,65 5.389,42 49,2% 2,78 Jardim Camburi 401 21043 10 48 4 5.509,11 4,64 2.852,27 51,8% 2,40 Instituto_Polis1 0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0% 120,0% Uso da área não computável (misto) outros Circulação % Varanda % Uso comum % LAZER/RECEPÇÃO % Garagem % Bento Ferreira Bento Ferreira Jardim da Penha Jardim da Penha Jardim Camburi Jardim Camburi Jardim Camburi 0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0% 120,0% Uso área não computável (multifamiliar) outros Circulação % Varanda % Uso comum % LAZER/RECEPÇÃO % Garagem % Figura 38. Estudo de caso áreas computadas – uso re sidencial multifamiliar BAIRRO Nº ARQUIVO Nº APTº Nº QUARTOS ÁREA CONSTRUÍDA (m²) CA real ÁREA COMPUTÁVEL (m²) CA aprovado Abs % Bento Ferreira 167 08324 48 (3) (2) 8.393,66 6,085 3.723,72 44,4% 2,70 Bento Ferreira 168 08393 30 2 3.710,61 5,386 1.858,39 50,1% 2,70 Jardim da Penha 20 (2) e (3) 3.081,56 3,932 1.527,90 49,6% 1,95 Jardim da Penha 20 1 1.534,43 3,914 752,90 49,1% 1,92 Jardim Camburi 254 12671 20 3 3.128,94 3,991 1.529,00 48,9% 1,95 Jardim Camburi 432 22643 29 (3) e (2) 3.188,01 4,428 1.727,84 54,2% 2,40 Jardim Camburi 437 22935 42 2 3.324,65 4,398 1.808,80 54,4% 2,39 Instituto_Polis1 0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0% 120,0% Uso áreas não computáveis (comercial) outros Circulação % Uso comum % LAZER/RECEPÇÃO % Garagem % Na leitura das áreas não computadas, verificamos q ue efetivamente mais de 50% corresponde a área destinada à garagem. No caso dos usos residenciais e misto, a varanda e a circulação são os outros c ritérios que tem consumido parte da área não computada. A c irculação não é computada no caso de se adotar largura mínima de 1,5m. De acordo com os técnicos da prefeitura, este parâmetro tem melhorado a qualidade dos empreendimentos. No caso da varanda, as mudanças nos padrões dos empreendimentos têm gerado maiores varandas e ambientes mais integ rados. A dificuldade se encontra no fechamento das varandas, especialmente que ocupam o recuo frontal e passam a ser computáveis, perdendo o sentido original de melhoria na qualidade de iluminação e ventilação. O mesmo acontece com o sobressolo que altera a relação da rua com a edificação, citado a seguir. No caso de usos comerciais, chama a atenç ão alguns exemplos em que as áreas destinadas a lazer e recepção não computáveis. Figura 39. Estudo de caso áreas computadas – uso co mercial BAIRRO Nº ARQUIVO UNIDADES ÁREA CONSTRUÍDA (m²) CA real ÁREA COMPUTÁVEL (m²) CA aprovado LOJAS SALAS Abs % Enseada do Suá 8568245/2013 4 57 5476,53 3,39 3131,41 57,2% 1,94 Enseada do Suá 429 - 22455 10 1204,27 2,88 538,7 44,7% 1,29 Enseada do Suá 5844259/2014 6 18 5755,57 3,38 3310,41 57,5% 1,94 Enseada do Suá 313 – 15614 160 5060,44 3,82 3115,46 61,6% 2,35 Bento Ferreira 258 12878 1 1 528,8 0,71 528,8 100,0% 0,71 Praia do Canto 16 15 2560,56 2,21 1317,28 51,4% 1,14 Praia do Canto 049 02439 2 15 0,00 Jardim da Penha 251 12543 2 6 506,67 1,39 323,27 63,8% 0,89 Jardim da Penha 5 9 1408,31 2,32 699,05 49,6% 1,15 Jardim Camburi 5868786/2014 1 1627,19 0,16 1579,79 97,1% 0,16 Jardim Camburi 434 22761 8 21 1907,81 2,19 1045,8 54,8% 1,20 Jardim Camburi 237 11802 17 628,94 0,52 593,43 94,4% 0,49 Instituto_Polis1 O alto uso de áreas destinadas às vagas de garagem também é resultado dos critérios estabelecidos na lei, que aumentaram de 1/50m² de vaga para a cada 1/35m² no caso de (grande parte) dos usos não residenciais. Também verificamos, nos estudos, que as vagas ofertadas nos empreendimentos muitas vez es supera o número de vagas obrigatórias, especialmen te no caso dos empreendimentos residenciais e mistos. A questão do computo da garagem chama bastante ate nção, pois reflete diretamente no resultado arquitetônico e urbanístico das edificações. Nos c asos em que há uma limitação de gabarito, como Jd. Da Penha (6 pavimentos) e Mata da Praia (14 pavimento s), por exemplo, os empreendimentos situam a garagem no primeiro pavimento e no subsolo aflorad o, que não é computado como pavimento até 1,4m. Utiliza-se efetivamente, desta forma, os andares p ara usos residenciais e não residenciais. Figura 40. Empreendimentos no Jd. Da Penha e na Mat a da Praia Fonte: google street view Fonte: google street view Já nos casos em que não há limitação de alturas, a s garagens, que não são computadas, ocupam os pavimentos superiores, em alguns casos no embasame nto isento de recuos e em outros claramente ocupando andares usuais. Instituto_Polis1 Y:\Urbanismo\PDU Vitoria\Elaboração\Estudos de Zon eamento\situações_equipe\Fotos_Ronaldo\IMAGENS_LOC AIS_PERCEP\Nova pasta\DSC_0189.JPG Y:\Urbanismo\PDU Vitoria\Elaboração\Estudos de Zon eamento\situações_equipe\Michele\IMG-20150611-WA00 01.jpg Y:\Urbanismo\PDU Vitoria\Elaboração\Estudos de Zon eamento\situações_equipe\Natasha\20150617_131628.j pg Figura 41. Empreendimentos com garagem aflorada e e mbasamento com garagem Fonte foto 1: google street view Fonte foto 2 – Ronaldo Frechiani Embora não tenhamos encontrado estudos recentes sob re os custos da construção de garagem subterrânea em Vitória, o município conta com dive rsas áreas de aterro e grande quantidade de lençol freático em níveis elevados. Estes aspectos subsid iaram o parâmetro de 1,4m de altura aflorada, como estratégia de diminuir custos na construção civil, evitando a construção de subsolos. O resultado urbanístico, no entanto, acarreta outros custos pa ra viabilizar a acessibilidade adequada dos imóvei s. Além da ocupação do recuo com escadas e rampas, este de snível dificulta a relação e a permeabilidade visu al e de acesso com o nível da rua. Essas construções ne cessárias disputam lugar no recuo frontal com as á reas desembarque e desembarque, carga e descarga e etc, também exigidas no PDU. Figura 42. Empreendimentos com térreo 1,4m acima do nível da rua (Enseada do Suá) foto 1: Maressa Mendes foto 2 – Natasha Menegon Instituto_Polis1 2.3. Densidade e morfologia urbana O município de Vitória possui uma densidade popula cional média de 33,4hab/ha. Apenas como referência de valores, o município de São Paulo, por exemplo, possui uma densidade média de 74,5hab/ha e Curiti ba 40,7hab/ha. O território de Vitória, no entanto, é bastante heterogêneo em relação à sua ocupação e ainda conta com extensas áreas que não são aptas à ocupa ção urbana em função de suas características natur ais. Desta forma, temos variadas densidades demográfica s entre os bairros do município. De acordo com dad os do Censo 2010 (IBGE) os bairros variam entre densi dades médias abaixo de 50hab/ha até pouco mais de 200hab/ha. Os bairros mais densos estão na Regional de Goiabe iras (Maria Ortiz e Solon Borges), no bairro de Sa nto André, na Regional de São Pedro, Da Penha e Bonfim na Regional de Maruípe, Jardim da Penha na region al de mesmo nome, e Do quadro e Caratoíra na Regional de Santo Antônio, conforme tabela abaixo. Tabela 4. 10 Bairros com maiores densidades demográ ficas médias Ranking Bairro Densidade Demográfica (hab/ha) 1 MARIA ORTIZ 235,66 2 SANTO ANDRÉ 234,92 3 SOLON BORGES 217,57 4 DA PENHA 215,50 5 JARDIM DA PENHA 209,39 6 DO QUADRO 208,20 7 CARATOÍRA 198,04 8 BONFIM 197,39 9 SANTA MARTHA 162,62 10 ITARARÉ 161,49 Fonte: IBGE, Censo 2010. Elaboração Instituto Polis . No mapa abaixo ainda é possível ver mais alguns ba irros, como Jardim Camburi dentre outros, que apresentam densidade média entre 150hab/ha e 200hab /ha. Instituto_Polis1 Figura 43. Mapa de média de densidade populacional por bairro As densidades populacionais por setores indicam qu e mesmo dentro dos bairros há concentrações maiore s ou menores de população, refletindo as diferentes m orfologias urbanas vigentes no município. Os bairros que efetivamente possuem áreas de grand e densidade habitacional são os bairros de Jardim Camburi, Jd. da Penha, Praia do Canto e Bonfim e a lgumas áreas da RA de São Pedro e Santo Antônio. S ão estes mesmo bairros que apresentaram um maior cres cimento de sua população entre os anos de 2000 e 2010. São também bairros, que embora apresentem de nsidades populacionais semelhantes, possuem morfologias e rendas diferenciadas entre si. Instituto_Polis1 Figura 44. Mapa de densidade populacional por setor censitário - 2000 Figura 45. Mapa de densidade populacional por setor censitário - 2010 Instituto_Polis1 Esta diferenciação impõe desafios ao planejamento territorial urbano do município, pois é preciso av aliar as especificidades de cada bairro para poder identifi car suas potencialidades e fragilidades. No territ ório encontramos áreas que possuem perfil de ocupação h orizontal com variadas densidades, bem como de perfil verticalizado, também com variadas densidad es populacionais, conforme mapa abaixo: Figura 46. Mapa de densidade e tipologia predominan te Os bairros com altas densidades com concentrações de 300 a 400hab/ha com perfil de ocupação horizont al como Maria Ortiz e Bonfim possuem ruas estreitas e foram construídos à margem dos parâmetros de ocupação estipulados, e atualmente contam com imóv eis com mais de 3 pavimentos. São regiões que aumentaram sua densidade populacional nos últimos dez anos, contam com infraestrutura básica, mas carecem de qualidade urbana, como calçadas com lar guras mínimas, arborização e espaços de lazer. Instituto_Polis1 Figura 47. Imagens bairro de Maria Ortiz Fonte: google street view Fonte: google street view Fonte: google street view Figura48.Imagens bairro de Bonfim – Maruípe Fonte: google street view Fonte: google street view Instituto_Polis1 Fonte: google street view Bairros com as mesmas altas densidades que foram c onstruídos seguindo parâmetros de ocupação do solo e de loteamento, também se diferem entre si. No ca so do jardim da Penha, que possui uma densidade média de 215 hab/ha, mas que em seu interior possu i diversas áreas com densidades maiores (entre 300 e 500hab/ha) também teve alto crescimento populacion al. As edificações possuem até 6 andares de altura e uma intensa mistura de usos, configurando uma morfo logia única no bairro. Instituto_Polis1 Figura 49. Imagens Jardim da Penha Fonte: Google Street View Fonte: Google Street View Já no bairro de Praia do Canto, que também apresen ta em seu interior as mesmas altas densidades poss ui uma morfologia bastante diferenciada, com intensa verticalização e várias edificações ainda horizont ais. Instituto_Polis1 Figura 50. Imagens de Praia do Canto Fonte: Google Street View Fonte: Google Street View Fonte: Google Street View Os bairros com altas densidades possuem algumas qu adras cujas maiores densidades podem chegar a até 570hab/ha, mas de forma geral estão enquadradas en tre 300 e 400hab/ha. Em relação ao município como um todo, estas áreas são consideradas altas densid ades populacionais, embora conforme demonstrado anteriormente, signifiquem qualidade urbana difere nciada, pois são os parâmetros de ocupação do solo como recuos e gabaritos, de uso do solo, bem como as larguras das vias e calçadas é que contribuem p ara sua qualidade. No Plano Diretor de 1984, foram estipuladas densid ades populacionais indicativas para cada zona nos estudos que embasaram o Plano. Estes indicavam den sidades de 600hab/há e até 900hab/há. No PDU vigente, o tema da mobilidade urbana foi estrutura l nos estudos de adensamento e coeficientes. Foram feitos estudos indicando padrões de adensamento em função da atração das atividades e da capacidade Instituto_Polis1 viária do município. Destes estudos resultaram a d iminuição dos coeficientes de aproveitamento e o aumento na exigência do número de vagas de modo a a comodar este fluxo viário. A redução do coeficiente de aproveitamento não tem se mostrado suficiente, quando não associado à limitação de gabaritos, à restrição da ocupação. O s amplos critérios de áreas enquadradas como não computáveis, sem um limite, tem resultado em grand e densidade construtiva e não necessariamente populacional. Nos estudos de caso realizados, é po ssível estimar que 30% do parque construído tenha sido destinado aos carros e não às pessoas ou atividades que gerem emprego e renda. O cenário atual é bastante diverso de 10 anos atrá s, houve um aumento considerável do poder aquisiti vo da população de baixa renda, bem como do setor da construção civil. A não concretização de projetos de mobilidade urbana relacionados ao transporte colet ivo e o grande aumento na frota de veículos tanto do município, como da RMGV, agravaram o problema da m obilidade no território durante a vigência do PDU atual. Atualmente o debate sobre mobilidade urbana (nacional e internacional)se direciona para a res trição do automóvel individual, inclusive nos índices e p arâmetros urbanísticos. Com a indefinição do cenár io de construção do sistema de transporte coletivo de mé dia capacidade (BRT) torna-se difícil a restrição ao automóvel, pois não há alternativas de qualidade p ara que se possa abandonar o transporte individual , dificultando estratégias de restrição total ao aut omóvel. No entanto, este é um debate que deverá se r aprofundado no município, incluindo outras instânc ias governamentais, pois trata-se de um problema metropolitano. O controle das densidades populacionais requer cri térios e parâmetros diferenciados, pois paracada atividade que se instala na cidade, correspondem v alores diferenciados de consumo de infraestrutura ou serviços públicos, bem como de distribuição do esp aço físico construído, também variável em função d a renda que se instala. Esta equação também deve lev ar em consideração o direcionamento que se deseja para cada área: equalizar os usos não residenciais e residenciais, estimular adensamento populaciona l em áreas com baixa densidade e infraesturadas ou esti mular usos não residenciais em áreas com pouco emprego, por exemplo. Para tanto é necessária estr atégia que efetivamente possa dar vantagens à esta s áreas, diferenciando-a nos parâmetros e contrapart idas exigidas. Estas estratégias podem ser debatid as no município, visando um maior equilíbrio de funções no território, que viabilizem uma cidade mais equilibrada contribuindo também para a mobilidade u rbana no território. Instituto_Polis1 3. MERCADO IMOBILIÁRIO O município de Vitória cresceu aproximadamente em 35mil novos moradores entre 2000 e 2010. Em termos de domicílios, este crescimento significou um aumento de aproximadamente 23,5mil novas moradias no município, conforme dados do IBGE. Os domicílios ocupados foram os que mais cresceram no município, com um pequeno aumento no número de dom icílios de uso ocasional (veraneio) e um pequeno aumento no número de domicílios vagos. Tabela 5. Variação de domicílios por espécie Espécie de Domicílios Ano Variação 2000 2010 2000 2010 Total de domicílios 100.961 124.555 23.594 Domicílios ocupados 85.810 108.576 22.766 Particular - não ocupado - uso ocasional 2.694 3.760 1.066 Particular - não ocupado - vago 11.139 11.779 640 Coletivo 85 440 355 Fonte: IBGE, Censos 2000 e 2010. Elaboração Institu to Polis A distribuição deste crescimento também não se deu de forma igualitária no território. Os bairros qu e mais acresceram em número de domicílios totais foram: J ardim Camburi, Jardim da Penha, Praia do Canto e Maria Ortiz. Tabela 6. Ranking de crescimento no número de domic ílios totais – 2000 - 2010 Ranking Bairro 2000 2010 Variação 2000-2010 1 JARDIM CAMBURI 10154 16.750 6596 2 JARDIM DA PENHA 10116 13.793 3677 3 PRAIA DO CANTO 5218 6.847 1629 4 MARIA ORTIZ 3645 4.792 1147 5 BARRO VERMELHO 1509 2.348 839 6 SANTA MARTHA 2232 2.915 683 7 RESISTÊNCIA 1623 2.236 613 8 ENSEADA DO SUÁ 253 785 532 9 DA PENHA 1370 1.805 435 10 ITARARÉ 2295 2.721 426 Fonte: IBGE, Censos 2000 e 2010. Elaboração Institu to Polis Instituto_Polis1 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Unidades Unidades em construção por Município Cariacica Serra Vila Velha Vitória Nem todo este crescimento deu-se através do mercad o imobiliário formal, que atua em uma área bastant e reduzida no município. De acordo com dados do Sind uscon, são 7 regiões com significativa atuação do mercado imobiliário no município de Vitória: REGIÃO 01 : Bento Ferreira, Santa Lúcia, Praia do S uá; REGIÃO 02 : Barro Vermelho, Praia do Canto, Santa L uíza, Praia de Santa Helena; REGIÃO 03 : Enseada do Suá; REGIÃO 04 : Jardim da Penha, Morada de Camburi; REGIÃO 05 : Jardim Camburi, Santa Terezinha; REGIÃO 06 : Boa Vista, Mata da Praia; REGIÃO 17: Santa Cecília No restante do município predominam a produção em menor escala, realizado por pequenas empreiteiras ou autoconstrução. Para compreender melhor a atuaç ão do mercado imobiliário em Vitória é importante compreender os dados também na dimensão metropolit ana. Os dados da RMGV, disponibilizados pelo Sinduscon – ES demonstram que Vitória vem perdendo espaço comparativamente aos outros municípios da RMGV. Até 2009, o município manteve um alto patama r de produção, a partir desta data, há uma grande diminuição em Vitória e um aumento da produção nos municípios de Serra e principalmente Vila Velha, que segue em um crescente até 2014. Figura 51. Unidades em construção por município – s érie histórica Fonte: Sinduscon – ES. Elaboração Instituto Polis. O ano de 2009 coincide com o lançamento do Program a Minha Casa Minha Vida (PMCMV), criado pelo Governo Federal, o PMCMV busca alavancar a produçã o habitacional através do financiamento para Instituto_Polis1 produção ou aquisição de novas unidades habitacion ais para população de até R$5mil de renda familiar . O programa conta com diferentes modalidades e fontes de recursos. O programa conta com 3 faixas de atendimento: faixa 1 - até R$1600,00 com recursos do FAR, possui subsídios de até 96% do valor do im óvel, com comprometimento de até 5% da renda por 120mese s; faixa 2 - acima de R$1.600,00 até R$3275,00 com subsídio que pode chegar a até R$25.000,00; e o faixa 3 destinado à famílias com renda acima de R$3275,00 até R$5.000,00, que não oferece subsídio s, mas desconto no seguro obrigatório e redução na taxa de juros. O programa teve sua primeira edição lançada em 2009 com meta de produção de 1milhão d e moradias dividida entre os estados brasileiros e a s faixas descritas. Em sua segunda edição, o PMCMV 2 aumentou a disponibilização de recursos para ating ir a meta de 2,4milhão de moradias. Trata-se de um programa de larga escala que tem impactado diverso s municípios brasileiros com previsão de aumento d a produção na terceira edição do programa. Os dados da CAIXA demonstram que a maior parte dos empreendimentos financiados através do Programa fo ram aprovados nos municípios de Serra e Vila Velha , a participação de Vitória é quase inexistente, mesm o na faixa 3. Tabela 7. Unidades aprovadas - PMCMV - RMV Município Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Total geral Cariacica 120 267 489 876 Fundão 3 31 8 42 Guarapari 204 144 348 Serra 5702 7650 13352 Viana 94 2 96 Vila Velha 1488 1957 729 4174 Vitória 128 43 1 172 Total 1943 8238 8879 19060 Fonte: Caixa, nov 2013. Elaboração Instituto Polis Desta forma a produção do mercado imobiliário de V itória tem se destinado efetivamente para médias e altas rendas. O alto custo e escassez de terrenos, bem como dificuldades fundiárias, têm contribuído também para esta diminuição na produção e para o d irecionamento para as mais altas rendas. Os preços finais dos empreendimentos demonstram estas diferen ças nos valores das tipologias. Instituto_Polis1 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 Cariacica Serra Vila Velha Vitória 1 Qua. 2 Qua. 3 Qua. 4 Qua. Comercial Figura 52. Preço/m² médio por tipologia – Vila Velh a e Vitória Fonte: Censo Sinduscon Abril de 2015 Fonte: Censo Sinduscon Abril de 2015 A tipologia produzida nos municípios também se dif erencia entre os municípios, Vitória possui uma me nor produção proporcional de empreendimentos de 2 dormi tórios e maior de 4 dormitórios. Figura 53. Unidades em construção por tipologia e m unicípio Fonte: Sinduscon – ES. Elaboração Instituto Polis. Como apontado, o município vem apresentando uma ac entuada queda na construção civil nos últimos anos. Num primeiro momento, aparentemente, houve u m deslocamento para os municípios vizinhos, especialmente na produção de residências de 2 dorm itórios, com facilidade de financiamento para rend as baixas e médias. Nos últimos anos verifica-se uma queda em todos os municípios, seguindo uma tendênc ia nacional de acomodação do mercado da construção ci vil. Chama a atenção, no entanto, o perfil históri co de produção no Município, enquanto o município mantev e uma produção média de 2 dormitórios, no caso dos empreendimentos de 3 dormitórios o município m anteve uma alta produção até 2009, quando esta Instituto_Polis1 0 200 400 600 800 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Unidades Unidades de 1 dorm em construção Cariacica Serra Vila Velha Vitória 0 2000 4000 6000 8000 10000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Unidades Unidades 2 dorm em construção Cariacica Serra Vila Velha Vitória 0 1000 2000 3000 4000 5000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Unidades Unidades de construção 3 dorm Cariacica Serra Vila Velha Vitória tipologia passa a ser predominantemente produzida em Vila Velha. O mesmo acontece com os usos comerciais. Figura 54. Gráficos de Unidades por tipologia e mun icípio Instituto_Polis1 0 500 1000 1500 2000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Título do Eixo Unidades 4 dorm em Construção Cariacica Serra Vila Velha Vitória 0 500 1000 1500 2000 2500 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Unidades Unidades comerciais em construção Cariacica Serra Vila Velha Vitória Fonte: Sinduscon – ES. Elaboração Instituto Polis. A distribuição de unidades em construção nas regiõ es determinadas pelo Sinduscon confirmam o alto crescimento no bairro de Jd. Camburi, Jardim da Pe nha e Praia do Canto. Também confirma a disparidad e de usos não residenciais e residenciais na Enseada do Suá, que vem se intensificando de acordo com o s dados do Sinduscon. Instituto_Polis1 Figura 55. Unidades em Construção no período por ti pologia e Região7 7REGIÃO 01 : Bento Ferreira, Santa Lúcia, Praia do Suá; REGIÃO 02 : Barro Vermelho, Praia do Canto, Santa Luíza, Praia de Santa Helena; REGIÃO 03 : Enseada do Suá; REGIÃ O 04 : Jardim da Penha, Morada de Camburi; REGIÃO 05 : Jardim Camburi, Santa Terezinha; REGIÃO 06 : Boa Vista, Ma ta da Praia; REGIÃO 17: Santa Cecília 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 REGIÃO 01 REGIÃO 02 REGIÃO 03 REGIÃO 04 REGIÃO 05 REGIÃO 06 REGIÃO 17 1 Qua. 2 Qua. 3 Qua. 4 Qua. Comercial O município de Vitória efetivamente possui um perf il de renda domiciliar maior do que o restante dos municípios da RMGV, no entanto, a produção do merc ado imobiliário foi predominantemente direcionada para apenas uma parcela da população, que de acord o com a distribuição de renda no território se concentra em mais de 10 salários mínimos. Ressalta mos que há uma considerável parcela da população com capacidade de compra de imóveis na faixa interm ediária de 3 a 10 salários mínimos, que provavelmente, caso resida em Vitória, somente con segue adquirir imóveis nos municípios vizinhos. Em que pese uma queda generalizada na construção civi l na RMGV como um todo, e a avaliação de que os preços dos terrenos são efetivamente maiores no mu nicípio de Vitória, é preciso realizar uma avaliaç ão sobre os critérios de uso e ocupação numa perspect iva de viabilizar a produção da construção civil n o município também para outras rendas, garantindo qua lidade urbana no território. Instituto_Polis1 63% 63% 61% 57% 68% 44% 36% 21% 18% 19% 22% 20% 20% 17% 13% 14% 14% 16% 10% 20% 21% 3% 4% 5% 4% 2% 10% 16% 0,4% 0,9% 1,7% 0,9% 0,3% 4,8% 9,7% Cariacica Fundão Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitória Até 3 SM Mais de 3 a 5 SM Mais de 5 a 10 SM Mais de 10 a 20 SM Mais de 20 SM Figura 56. Distribuição do rendimento nominal médio mensal dos domicílios - RMGV - 2010 Instituto_Polis1 4. MEIO AMBIENTE A análise deste diagnóstico a respeito do meio amb iente em Vitória é realizada com a priorização de dois aspectos da política ambiental: (i) a relação entr e espaços territoriais especialmente protegidos e o zoneamento municipal do PDU e (ii) a contribuição que a regulação urbanística (e, por consequência, também ambiental) representam da qualidade ambient al e de forma indireta, os aspectos relacionados à s mudanças climáticas. Inicialmente apontada por meio do Relatório Analít ico do PDU (Produto 2.ii), a sobreposição de procedimentos de aprovação de empreendimentos pera nte o órgão de controle urbanístico do Município (função exercida essencialmente pela Secretaria de Desenvolvimento da Cidade – SEDEC) e controle ambiental (função compartilhada entre órgãos os tr ês entes da federação) não se constituiu em aspect o priorizado no presente diagnóstico. Mantêm-se as considerações anteriormente realizada s, mas a sobreposição é circunscrita ao plano normativo dos procedimentos. Parte da mencionada s obreposição refere-se a aspectos ambientais avaliados pelo Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV ) e pelo licenciamento ambiental. A outra sobreposição apontada não se constitui tec nicamente em sobreposição, mas poderia corresponde r a uma simplificação de procedimentos de aprovação perante o Município. Reformas, demolições e edificações de menor complexidade, no lugar de con starem como situações ensejadoras do licenciamento ambiental (conforme previsto na Lei municipal nº 5 .131/2000), poderiam representar requisitos incluí dos no processo urbanístico de aprovação. Ambos os apontamentos, repita-se, não constituem u m diagnóstico físico realizado na presente análise (e por essa razão não priorizados neste relatório), r epresentam o posicionamento desta consultoria contratada. Dessa maneira, passamos à análise dos espaços terr itoriais especialmente protegidos, com as implicaç ões no zoneamento urbano. Instituto_Polis1 4.1. Espaços territoriais especialmente protegidos Classificadas como unidades de conservação (UCs), nos termos da Lei federal nº 9.985/2000,encontramse 18 (dezoito) unidades instituídas até o momento, 1 6 delas instituídas pelo Município, sendo as resta ntes criadas pelo Estado (ambas sob a administração do Município). Tais áreas, criadas e classificadas co mo Áreas de Proteção Ambiental (APA), Estações ecológ icas ou parques estadual ou municipais naturais encontram-se arroladas na sequência: • APA da Ilha do Frade, criada pelo Decreto municip al nº 7920/88; • APA do Maciço Central, criada pelo Decreto munici pal nº 8911/92; • APA Praia Mole, criada pelo Decreto estadual nº n º 3802/94; • Estação Ecológica Ilha do Lameirão, criada pela L ei municipal nº 3377/86; • Parque Dom Luis Gonzaga Fernandes(Baía Noroeste) , criado pela Lei municipal nº6481/05; • Parque Estadual Fonte Grande criado pela Lei esta dual nº 3875/86; • Parque Gruta da Onça criado pela Lei municipal nº 6482/05; • Parque Natural Municipal Tabuazeiro, criado pelo Decreto municipal nº 12515/05; • Parque Natural Municipal Vale do Mulembá, criado pela Lei municipal nº 7972/10; • Parque Natural da Pedra dos Olhos, criado pelo De creto Municipal nº11824/03; • Parque Natural Von Schilgen, criado pelo Decreto Municipal nº 12137/04; • Reserva Ecológica Mata de Goiabeiras, criada pela Decreto municipal nº 10029/97; • Reserva Ecológica Mata Paludosa, criada pelo Decr eto municipal nº 10028/97; • Reserva Ecológica Morro do Itapenambi, criada pel o Decreto municipal nº 8906/92; • Reserva Ecológica Pedra dos Olhos, criada pelo De creto municipal nº 7767/88; • Reserva Ecológica Restinga de Camburi, criada pel a Lei Munic. nº 3566/89; • Reserva Ecológica São José, criada pelo Decreto m unicipal nº 10029/97; • Reserva Ecológica Municipal das Ilhas Oceânicas de Trindade e Arquipélago de Martin Vaz, criadas pelo Decreto municipal nº 8054/89. Cabe ressaltar que, nos termos do art. 8º, da Lei federal nº 9.985/2000, parques, estações ecológica s e reservas ecológicas integram a categoria de proteç ão integral da unidade de conservação, enquanto as APAs integram a categoria de usos sustentáveis (art . 14 do mesmo diploma). Dessa constatação inicial, destaca-se o fato de bo a parte do território enquadrar-se como as duas categorias mais restritivas ao uso, quais sejam, a estação ecológica e a reserva ecológica. Ambas pr oíbem a visitação pública e vedam quaisquer usos que não s ejam referentes à pesquisa e à recuperação ambient al (arts. 9º e 10º da Lei federal nº 9.985/2000). Os parques enquadrados como UCs, por sua vez, mesm o constituindo-se unidades de proteção integral, admitem usos que garantam maior apropriação das ár eas verdes pela população de Vitória: “realização de Instituto_Polis1 pesquisas científicas e o desenvolvimento de ativi dades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ec ológico”. Há que se atentar ainda que apenas parte dos parqu es existentes no território de Vitória se enquadra m como unidades de conservação, sendo enquadrados co mo parques naturais municipais. O restante dos parques é compreendido como parque urbano, apresen tando relevância ambiental para o Município e sua regulação por parte do zoneamento, mas sujeitandose apenas às demais normas incidentes, que não àquela pertinente ao sistema de unidades de conserv ação. Ilustram-se as UCs do Município e seus parques urba nos na sequência: Figura 57. Mapa de Espaços Protegidos – Vitória Quando considerados apenas os parques urbanos (não correspondentes a UCs), temos o seguinte mapa: Instituto_Polis1 Figura 58. Mapa de Parques Urbanos - Vitória Contudo, além das UCs foram identificadas podendo ser adequadamente listadas uma série de outras áre as com relevância e fragilidade ambiental reconhecida por regras próprias da legislação local. São elas : • Cortume Capixaba, reconhecido pelo Decreto munici pal nº 9017/93; • Ilha da Baleia, reconhecida pelo PDU; • Ilha da Fumaça, reconhecida pelo PDU; • Ilha da Pólvora, reconhecida pelo PDU; • Ilha das Cobras, reconhecida pelo PDU; • Ilha das Pombasou do Araça, reconhecida pelo PDU; • • • • • • • Ilha das Tendas, reconhecida pelo PDU; Ilha do Bode, reconhecida pelo PDU; Ilha do Campinho, reconhecida pelo PDU; Ilha do Crisógono reconhecida pelo PDU; Ilha do Fato, reconhecida pelo PDU; Ilha do Igarapé, reconhecida pelo PDU; Ilha do Socó, reconhecida pela Resolução do CMPDU nº 27/87; • Ilha do Sururu, reconhecida pelo PDU; • Ilha do Urubu, reconhecida pela Resolução do CMPD U nº 14/87 0,17 • Ilha dos Índios, reconhecida pelo PDU; Instituto_Polis1 • Ilha dos Itaitis, reconhecida pelo PDU; • Ilha dos Práticos, reconhecida pelo PDU; • Ilha Dr. Américo de Oliveira, reconhecida pela Re solução do CMPDU nº 12/87; • Ilha Galheta de Dentro, reconhecida pelo PDU; • Ilha Galheta de Fora, reconhecida pelo PDU; • Ilha Maria Catoré, reconhecida pelo PDU; • Ilha Rasa , reconhecida pela Resolução do CMPDU n º 26/87 0,54 • Ilhas das Andorinhas, reconhecida pelo PDU; • Mang. Canal da Passagem, reconhecida pela Lei mun icipal nº 4438/97; • Manguezal da Foz do Rio Santa Maria, reconhecida pela Lei municipal nº 4438/97; • Manguezal da UFES, reconhecida pela Lei municipal nº 4438/97; • Manguezal de Estrelinha, reconhecida pela Lei mun icipal nº 4438/97; • Pedra da Baleia, reconhecida pela Resolução do CM PDU nº15/87; • AVE do Morro Bento Ferreira, reconhecida pelo Dec reto municipal nº 10024/97 ; • AVE de Jucutuquara, reconhecida pelo Decreto muni cipal nº 13380/07; • AVE de Santa Lúcia Dec. Munic. nº 13379/07 0,83 • AVE Morro do Cruzamento , reconhecida pelo Decret o municipal nº 10024/97; • AVE Morro do Romão, reconhecida pelo Decreto muni cipal nº 10024/97; • AVE Morro do Suá, reconhecida pelo Decreto munici pal nº10024/97 1,72 • Parque Ítalo Batan Régis(Pedra da Cebola), recon hecida pelo Decreto municipal nº 4179/97; • Parque Atlântico, reconhecida pelo Decreto munici pal nº 13377/07; • Parque Barão de Monjardim, reconhecida pelo Decre to municipal nº 13378/07; • Parque Chácara Paraíso, reconhecida pelo Decreto municipal nº 15377/12; • Parque da Fazendinha, reconhecida pelo Decreto mu nicipal nº 11896/04; • Parque de Barreiros, reconhecida pelo Decreto mun icipal nº 10180/98; • Parque Horto de Maruípe, reconhecida pelo Decreto municipal nº 14463/09; • Parque Mangue Seco, reconhecida pelo Decreto muni cipal nº 11881/04; • Parque Morro da Gamela, reconhecida pelo Decreto municipal nº 13376/07; • Parque Moscoso com implantação 09/1912; • Parque Municipal da Ilha do Papagaio, reconhecida pelo Decreto municipal nº 13689/08; • Parque Municipal de Fradinhos , reconhecida pelo Decreto municipal nº 13688/08; • Parque Municipal São Benedito, reconhecida pelo D ecreto municipal nº 10025/97; • Parque Padre Afonso Pastore(Mata da Praia), reco nhecida pelo Decreto municipal nº 10027/97. Instituto_Polis1 A síntese de todos espaços arrolados até o momento é demonstrada a seguir: Figura 59. Mapa de áreas de relevância e Fragilidad e Ambiental Por fim, além dos espaços anteriormente discrimina dos nesta análise, incidem no território de Vitóri a regras federais de situação de imóveis que conform am todo um regramento protetivo por parte da legislação federal. Destacam-se ao caso as áreas d e preservação permanente (APPs) e a própria praia existente no Município. Com relação às APPs, o Município reconheceu e enqu adrou apenas 4 (quatro) áreas ao longo do tempo como tais, contudo, sua incidência no território é muito maior, sendo destacada a hipótese de enquadramento de imóveis como APPs por alta decliv idade. A seguir, foram ilustradas as APPs já mapea das no território, todas localizadas na APA do Maciço Central, não esgotando, portanto, as hipóteses de novos enquadramento nessa categoria de espaço protegido. As praias, por sua vez, também contam com definiçã o pela legislação federal sobre o gerenciamento costeiro (Lei federal nº 7.661/1988, art. 10, pará grafo 3º), sendo caracterizadas no território como “a área coberta e descoberta periodicamente pelas águas, a crescida da faixa subseqüente de material detrític o, tal Instituto_Polis1 como areias, cascalhos, seixos e pedregulhos, até o limite onde se inicie a vegetação natural, ou, e m sua ausência, onde comece um outro ecossistema”. As pr aias são reconhecidas como bens públicos de uso comum do povo e é vedada a urbanização ou qualquer forma de utilização do solo na Zona Costeira que impeça ou dificulte o acesso às praias (art. 9º da Lei nº 7.661/1988). No caso de Vitória, o tratamento normativo dispens ado às praias é fornecido pelo PDU, sendo reconhec idas como ZPAs 2 de maneira geral e, no caso específico da orla de Camburi, como ZPA3 (que permitiria mai ores intervenções urbanísticas). Ambos os zoneamentos demandam aprovação de usos pe lo Conselho Municipal de defesa do Meio Ambiente (CONDEMA), acrescentando-se a aprovação pe lo CMPDU no caso da ZPA3. Entende-se que o enquadramento dos distintos espaç os territorialmente protegidos nas modalidades do zoneamento urbano instituído no PDU são confusas e demandam melhor definição de critérios, especialmente impactantes nas formas de fruição pe la população de maneira geral e de aprovação para eventual instalação de usos ou de equipamentos púb licos de suporte e apoio à atividades de uso sustentável. De outro lado, foram identificados pelo Município o s seguintes conflitos de uso a demandarem alternativamente ou a consolidação e correspondênc ia a um zoneamento adequado, ou a necessidade de previsão de remoção da ocupação existente. Os conflitos identificados com a sobreposição do z oneamento aprovado para a unidade de conservação d o Maciço Central explicitam os conflitos em relação aos objetivos do Zoneamento Econômico Ecológico pa ra a área. Há diversas áreas com ocupação urbana sobr e zonas de preservação da vida Silvestre, bem como sobre Zonas de Recuperação. Instituto_Polis1 Figura 60. Mapa – ZEE Maciço Central e Conflitos Am bientais Grande parcela desses conflitos, pode ser melhor v isualizada no mapa abaixo, referente s à sobreposi ção do zoneamento e os conflitos identificados pela Pr efeitura .A avaliação da possibilidade de remoção ou manutenção das ocupações requer também a avaliação de qual o custo maior à cidade: manter a ocupação, com as restrições exigíveis (especialmen te quanto às APPs e vegetação expressiva); ou remo ver moradores para local adequado, reduzindo situações de risco e custo excessivo de medida mitigadoras. Referidas avaliações encontram-se em curso e serão conhecidas caso-a-caso por ocasião da apresentaçã o de estratégias de regramento urbanístico e da prop osta de lei. Por ora, identificam-se no conjunto d e situações apresentadas no mapa a seguir, a demanda rem algum ajuste de classificação ou perímetro do zoneamento definido no PDU. Instituto_Polis1 Figura 61. Mapa de Conflitos Ambientais As áreas apresentadas no mapa acima, de conflitos entre usos urbanos e a função ambiental dos imóvei s, encontra-se apresentada na anexa planilha elaborada pelo Município: Pontos Locais Conflitos 1 Jardim Camburi Zoneamento incompativel com o nível de proteção da área - ZOP2/05 e equipamento público em ZPA2 2 Pontal de Camburi Remanescente de manguezal. 3 Goiabeiras UFES Ocupação de ZPA2 com atividades de equipamentos pro ibido em ZPA2. 4 Barro Vermelho Parque Pianista Manolo Cabral, chácara paraíso inse rir ZPA2. 5 Enseada do Suá “Cais das Artes”,zoneamento não compatível. 6 Ilha da Fumaça Atividades econômicas incompatíveis com o zoneament o 7 Bento Ferreira Zoneamento incompativel, área privada ou pública fl orestada e afloramento rochoso. 8 AV. Jucutuquara Ajustar para ZPA2, parcelamento em área de vegetaçã o proibida. 9 Ariovaldo Favalessa Tancredo Neves Atividade comercial de interesse público em ZPA2. 10 Estrelinha Fundo de lote ocupando ZPA2 11 São Pedro Corredor ecológico. 12 Próximo a Ilha das Caieiras ZPAS fora do Município. 13 Nova Palestina Fundo de lote em ZPA. 14 Resistência Ajustar ZPA1 com a via. Instituto_Polis1 Pontos Locais Conflitos 15 Norte da EEMIL Avaliar a necessidade de inclusão no território de Vitória-ZPA1. 16 Divisa com Jardim Carapina Avaliar a necessidade da exclusão em função do proc esso da aprovação de novos limites com a Serra. 17 Reserva Ecológica Mata Paludosa Jardim-Camburi Avaliar a inclusão em função dos limites da Serra. 18 Parque Atlântico da Vale Conflitos no “Parque da Vale” em (ZPA2 e 3)com área da Vale. 19 Reserva ecológica de Camburi (Aeroporto). Zoneamento no entorno da reserva, não está de acord o com as mudanças aprovadas no cmpdu e comdema 20 Goiabeiras Conflito de trecho de ZPT-Conexão, sobrepondo a áre a de manguezal 21 Orla de Maria Ortiz Ocupação irregular em ZPA3. 22 Próximo ao Jabour Loteamento demarcado em cadastro imobiliário sobre ZPA2. 23 Ilha do Frade Ocupação irregular em ZPA2 e 3. 24 Ilha do Boi Ocupação irregular em ZPA2. 25 Reserva ecológica morroItapenambi Ocupações anteriores consolidadas inseridas em ZPA1 (Rem morro do Itapenambi.) e UC. 26 Praia do Canto Parque Von Schilgen Zoneamento incompativel com o limite do Parque 27 Jesus de Nazareth Vitória – ES Ocupação residencial no interior de ZPA2. 28 Jaburu sobreposição de moradia em ZPA2. 29 São Benedito Sobreposição de moradia em ZPA2. 30 Inhanguetá Conflito-Remoção de habitações em área ambiental, s em haver alteração do zoneamento. 31 Área B (Parque Fonte Grande), limite com Fradinhos Conflito limite PEFG com lotes/edificação 32 Fradinhos – REM Pedra dos Olhos Conflito – Invasão área pública 33 Fradinhos – ZPA 2 01 lote com edificação ZPA 2 34 Fradinhos – APP Lotes aprovados sobre APP (nascentes) e sua área de proteção (raio 50 metros) 35 Fradinhos – Recanto Pedras Ocupações residenciais / vias sobre área de risco e APP (nascentes) 36 Fradinhos – ILIL Zoneamento alterado de ZPA 2 para ZEIS visando int eresse social (assentamento Projeto Terra) 37 Morro Cruzamento Ocupação em área de Risco e ZPA 2 38 Morro Romão Escola Pública em ZPA 2 residência e via sobre ZPA 2 39 Morro Romão Ocupação sobre área de risco, APP e ZPA 2 40 PNM Gruta da Onça Edificações no interior do parque, zoneamento incor reto (ZPA 2), alinhamento da ZPA não coincide com limite do parque 41 Área B (PN Fonte Grande) Alinhamento da ZPA não coincide com limite do parqu e, edificação no interior do parque, Escola Anacleta Schneider Lucas em ZPA 2 42 Morro da Fonte Grande Ocupações em ZPA 3, área de risco e AIA 43 Morro Piedade Ocupação em área risco e AIA 44 Morro Moscoso Ocupação em área risco 45 Morro Santa Clara Ocupação em ZPA 2 46 Morro Cabral Ocupações ZPA 2 e áreas de risco e AIA 47 Morro Cabral Ocupação em área de risco e e APP 48 Santa Tereza Ocupação área de risco, ZPA 3 e APP 49 Santa Tereza Ocupação residencial na ZPA 2 50 Santa Tereza Reservatório CESAN – ZPA 2 51A e B Bairro Bela Vista Ocupação em área de risco com casas isoladas em ZPA 2 52 BairroBela Vista Ocupação em APP (nascente) 53 Bela Vista Parte da quadra da escola Heloísa Abreu Judice Matt os em ZPA 2 54 Bela Vista Edificações em ZPA 1 (área proposta para parque nat ural) Instituto_Polis1 Pontos Locais Conflitos 55 Inhanguetá Edificações em ZPA 1 (área proposta para parque nat ural) 56 Inhanguetá Edificação em ZPA 1 e APP 57 Bairro Universitário Edificação em APP e área de risco 58 Bairro Universitário Ocupação em área de risco e ZPA 1 (área proposta pa ra parque natural) 59 Bairro Universitário Ocupação em APP (nascente na R. Goiabeiras) 60 Grande Vitória Conflito - proposição de uso (Residencial Solar dos Manguezais) em ZPA2 61 COMDUSA Ocupação em área de risco 62 Santos Reis Ocupação em ZPA 2 e AIA 63 São José Ocupação em ZPA 2 64 São José Ocupação em área de risco 65 Redenção Ocupação em área de risco e ZPA 3 66 Redenção Ocupação consolidada em APP (nascente) e AIA 67 Conquista – PNM Vale Mulembá Ocupação irregular no interior do parque 68 Conquista Ocupação em ZPA 3 e AIA 69 Redenção Ocupação em AIA 70 Conquista Área de risco 71 Resistência Ocupação em área de risco e APP 72 Joana D'arc Ocupação em ZPA 2 73 Alto Tabuazeiro Ocupação em ZPA 3 e AIA 74 Alto Tabuazeiro Ocupação em ZPA 2 e AIA 75 Alto Tabuazeiro Ocupação em ZPA 3 (loteamento irregular Belplano) 76 Tabuazeiro Ocupação em ZPA 3 e AIA 77 Tabuazeiro Ocupação em AIA e área de risco 78 Fradinhos Ocupação em ZPA 1 (PNM Pedra dos Olhos) 79 De Lourdes/Sta Cecília Limite do Parque ocupando área particular. Zoneamen to incompativel com o limite do parque. 80 Jardim Camburi Zoneamento incompativel com o limite do parque e li mite municipal 81 Maruípe Equipamentos públicos e zoneamento do parque incomp ativel 82 Santa Martha Equipamentos públicos e zoneamento do parque incomp ativel 83 Santa Lúcia Ocupação em área do Parque e zoneamento incompative l 84 Enseada do Suá Atividade comercial incompativel com o zoneamento 85 Fonte Grande Atividade incompativel com o zoneamento Fonte: PMV, SEDEC e SEMAM, 2015. No zoneamento vigente, há conflitos em áreas de ri sco, APPs, incompatibilidade de atividades comerci ais, sendo a maior parte conflitos localizados na ZPA 2 e principalmente na ZPA 3.A ZPA 1 tem objetivo de proteção integral, sendo permitidas atividades de pesquisa científica, monitoramento e de educação ambiental. As ZPA 2 acrescenta à ZPA 1 atividades de turismo, recreação e esportes, desde que não ca usem danos aos ambientes naturais ou em recuperação. Já a definição de ZPA 3 aponta que: Instituto_Polis1 III - ZPA 3–são áreas com atributos ambientais rel evantes, destinadas à recuperação e conservação do s recursos naturais e paisagísticos, cujo uso e ocup ação do solo devem ser controlados de forma a asse gurar a qualidade ambiental, podendo ser utilizadas para fins de pesquisa científica, monitoramento e educ ação ambiental, recreação, realização de eventos cultur ais e esportivos e atividades de apoio ao turismo. (art. 76) A definição de que o uso e ocupação do solo devem ser controlados não deixa claro se os usos previam ente instalados e que não atendem as definições do arti go acima, devem ser mantidos ou removidos. Dado qu e boa parte dos conflitos se situa nesta ZPA, é nece ssário um encaminhamento quando à sua efetiva destinação. Há várias áreas ocupadas dentro das ZP As. A maior permissividade de uso na definição da ZPA deixa clara sua transição para as zonas de maior p roteção, no entanto, é interessante uma maior defi nição dos tipos de atividades efetivamente permitidas na s áreas, de forma que efetivamente possa ser considerada uma zona de amortecimento, caso seja e ste seu objetivo. Já as áreas que se tenha objetiv o de manter a população, devem ser enquadradas no zoneam ento urbano com índices e parâmetros condizentes com seu objetivo e uso. De forma os zo neamentos (ZPAs) merecem adequações e revisões tanto quanto à descrição de seus objetivos, como na regulação dos usos permitidos. Essa transição entre a área a ser preservada e man tida livre de edificações implica uma necessária f aixa de amortecimento entre os usos urbanos, sobretudo os m ais intensos e incômodos, permitidos pelo zoneamento lindeiro (instituído pelo PDU) e os uso s mais controlados das áreas verdes do município. Esse amortecimento não é verificado fato, sendo identif icadas poucas áreas de lazer mais significativos n o território e apropriados pela população nos limites de suas ZPAs. 4.2. Qualidade Ambiental Ao abordar o tema da qualidade ambiental e aspecto s relacionados à mudança climática no relatório de diagnóstico ambiental do PDU se objetiva destacar informações e estudos que podem contribuir para a elaboração e revisão das estratégias, parâmetros e instrumentos passíveis de implementação no âmbito de um Plano Diretor e da Lei de Zoneamento. , que pos sam contribuir para o não agravamento destas mudanças e mitigação de problemas ambientais relac ionados à ocupação do solo urbano no município. Instituto_Polis1 O Plano de Ação Vitória Sustentável8 traz algumas diretrizes e ações importantes para o município de Vitória relacionados também ao meio ambiente e às mudanças climáticas, que serão parcialmente utilizados em nossa análise. O estudo de mitigação e mudança do clima para a Região Metropolitana da Grande Vitória realizado pelo IDOM/COBRAPE durante a aplicação da ICES, revelou uma situação relativamente confortável na região, mas com uma e volução que pode vir a trazer preocupações. Dentre as recomendações apontadas pelo plano, a preservação das Unidades de Conservação com as dimensões ambientais de mitigação de mudanças do clima e de vulnerabilidades desastres naturais expansão da mancha urbana deveriam ser priorizados, garantindo sua conservação e o uso destes espaços pela população. Sabemos que Vitória conta uma extensa á rea ambientalmente preservada em Unidades de Conservação (UCs). Um dos resultados da pesquisa a plicada pela ICES em Vitória demonstrou que parte da população, especialmente nas regiões limítrofes ás áreas de conservação, respondeu como insuficiente a disponibilidade de espaços públicos de lazer em se u bairro, conforme resultado do mapa a seguir. 8A ICES Iniciativa Cidades Emergentes Sustentáveis é um programa do BID de assistência técnica volta do aos governos das cidades médias da região. Utiliza uma metodolo gia de avaliação rápida, que permite a identificaç ão e priorização de projetos de infraestrutura, assim como a defini ção de ações urbanas, ambientais, sociais, fiscais e de governança de curto, médio e longo prazos. O Plano de Ação Vi tória Sustentável é resultado de uma parceria da P refeitura Municipal de Vitória, o Banco Interamericano de De senvolvimento (BID) e a CAIXA no âmbito da ICES qu e visa estabelecer ações para contribuir para o crescimen to sustentável do município. (Plano de Ação Susten tável, PMV, 2015) Instituto_Polis1 Figura 62. Mapa resultado sobre disponibilidade de espaços públicos de lazer no Bairro Fonte: Plano de Ação – ICES, Vitória, 2015. A ampliação da instalação de equipamentos de infra estrutura e visitação nos parques urbanos é uma importante estratégia para garantir o uso suste ntável destas áreas. No entanto, as áreas limítrofes às unidades de conservação são áreas que , como relatado no item anterior, são continuamente fonte de conflitos no âmbito do PDU. A revisão e ajuste dos limites e objetivos destas zonas devem prever áreas de amortecimento co m definição clara de usos adequados à preservação ambiental, que contribuam para barrar a expansão antrópica sobre estas áreas. As ações propostas no âmbito do Plano de Ação Suste ntável também se direcionam para a implantação de uma infraestrutura verde nos ambien tes urbanos, além de ações de mobilidade que visam estimular o uso de transportes não motorizado s. Em relação à implantação de infraestrutura verde, d e acordo com os estudos que subsidiaram a ICES, uma das principais práticas de mitigação no combate à intensificação do efeito estufa é o AR (Afforestation and Reforestation, ou arborização e reflorestamento), segundo a qual a valorização da cobertura vegetal em áreas públicas de maneira planejada e organizada pode contribuir para Instituto_Polis1 este processo. Os dados do IBGE, sobre o entorno d os domicílios revelam que parte importante do território urbanizado conta com pouca arborização nas faces de quadra, com exceção das regionais de Praia do Canto, Jardim da Penha, Jardim Camburi e parte de Jucutuquara. Figura 63. Mapa Percentual de Arborização no entor no dos domicílios particulares (IBGE, 2010) Vitória já possui um Plano de Arborização desde a década de 90 e que foi revisado em 2013, com proposta de contratação de projetos de paisagismo. O município também conta com uma Lei de Arborização (Lei no 8696/2014) que estabelece crit érios, procedimentos e padrões de execução, acompanhamento e fiscalização do serviço de arbori zação urbana e da gestão de áreas verdes de uso público. Ou seja, se refere ao logradouro de us o público. Em 2012, foi aprovada lei (Lei 8217/2012) que insti tui a necessidade de arborização de estacionamentos apoiados diretamente no solo, com área superior a 100m², no entanto, esta ainda carece de implementação pois há questionamentos do executivo em relação à clareza dos critérios estabelecidos. Instituto_Polis1 -1 0 1 2 3 4 5 6 AFOLU Geração de Energia Indústria e IPPU Institucional Residencial e Serviços Resíduos Transportes Milhões tCO2e 2010 2013 No caso dos lotes privados, o PDU não estabelece c ritérios relacionados à arborização, dentre os critérios com relação à questão ambiental, há some nte a taxa de permeabilidade mínima de 10% da área do lote exigida para a maior parte das zonas do município. A revisão do PDU deve debater a viabilidade e pertinência de utilização de outros critérios no âmbito do lote privado que poderia contribuir para a melhoria da permeabilidade e da drenagem como a possibilidade de reservação para aproveitamento de águas pluviais nas edificaç ões e também critérios que incentivem a ampliação da cobertura vegetal nos lotes. A questão da mobilidade para melhoria da qualidade ambiental é resultado dos estudos e avaliações realizados pelo IDOM/COBRAPE, sobre as emissões de Gás de Efeito Estufa (GEE) na RMGV. O diagnóstico apontou como principal agente emissor, em 2010, o setor industrial da Grande Vitória, sobretudo por causa da produção siderúrgica, sendo 66% das emiss ões de responsabilidade da produção industrial metropolitana,27% dos transportes motorizados e4% das residências e serviços. O foco na mobilidade e em estratégias de desincentivo ao uso do transport e individual como uma das principais ações se base iam principalmente nas projeções, que apontaram a quei ma de combustíveis fósseis no uso de transporte motorizado deva ser o principal responsável pelo i ncremento da emissão de GEE nos próximos anos. Figura 64. Emissões por Setor em 2010 e 2013 Fonte: Elaboração do Consórcio IDOM-COBRAPE Instituto_Polis1 5. MOBILIDADE Dada à importância econômica do município de Vitór ia na RMGV - Região Metropolitana da Grande Vitóri a, devido à concentração de renda, empregos e de serv iços e também de sua localização geográfica centra l, optou-se por fazer uma breve contextualização do t ema da mobilidade na Região Metropolitana, para em seguida, analisar os aspectos do sistema viário e de transporte público no Município de Vitória. A ocupação do território de Vitória é limitada pel a sua condição insular que provocou ao longo das décadas, por um lado, a expulsão da população de m enor renda para os municípios de Cariacica e Serra , que possuem menos infraestrutura urbana e de servi ços, e, por outro, uma extensão urbana da Capital para Vila Velha, via terceira ponte, com padrões d e infraestrutura, serviços e oferta de empregos si milares, o que é motivador de viagens pendulares de trabalho ou estudo cotidianas. Figura 65. Mapa de Concentração de Empregos Fonte: Plano de Mobilidade de Vitória Instituto_Polis1 Este quadro reforça a posição de Vitória e Vila Ve lha como municípios centrais na rede das cidades q ue compõem a metrópole, porém, negativamente, a cada década aumenta a participação percentual dos municípios vizinhos nas viagens cotidianas para Vi tória, prejudicando a mobilidade urbana na cidade. A equação para o equilíbrio das demandas não está n o âmbito da mobilidade urbana, mas em uma equalização dos indicadores socioeconômicos entre as cidades que compõe a RMGV. A falta de oferta de emprego, claramente provoca o deslocamento da popu lação de Cariacica e Serra para Vitória como desti no principal de trabalho, como mostra o mapa de concen tração de empregos. Como as demais cidades brasileiras, Vitória teve s ua estrutura viária direcionada para a circulação do transporte individual, sem prioridade para o trans porte coletivo e com pouco cuidado com os meios nã o motorizados. A segregação social da ilha, com elev ada taxa de motorização, direcionou a Prefeitura a continuar investindo na mesma linha. A situação ge ográfica do Município (ilha e presença do maciço central) coloca demandas fortes para investimentos nessas infraestruturas. Neste cenário o estimulo à utilização do transporte coletivo é fundamental. 5.1. Dados Gerais de Mobilidade em Vitória e na Reg ião Metropolitana Em 2007, de acordo com a Pesquisa Origem-Destino r ealizada no âmbito na Região Metropolitana de Vitória, eram realizadas 3,1 milhões de viagens di árias, sendo 831 mil no Município de Vitória. De acordo com dados do Plano de Mobilidade de Vitó ria, a evolução do índice de mobilidade mostrou um aumentou em relação à OD de 1998, tanto no municíp io de Vitória que passou de 2,44 para 2,61, quanto para a RMGV que passou de 1,88 para 2,05 em 2007. Os índices de mobilidade nos modos motorizados são mais altos no município de Vitória comparativament e à RMGV, enquanto nos modos não motorizados esta relação se inverte. Instituto_Polis1 Tabela 8. Índice de mobilidade – Vitória e RMGV Modo de Transporte Vitória RMGV Viagens/hab/dia Viagens/hab/dia Motorizado Transporte individual 0,87 0,71 transporte coletivo 1,11 0,58 total 1,98 1,29 Não motorizado a pé 0,56 0,64 Bicicleta 0,07 0,12 Total 0,63 0,76 Total Geral 2,61 2,05 Fonte: Plano de Mobilidade, OD, 2007. Quanto à divisão modal na RMGV55,2% das viagens mo torizadas são realizadas utilizando ônibus e 44,8% automóveis individuais em 2007, conforme tabela ab aixo, que ilustra um acréscimo de 125% neste modal . Verifica-se também uma diminuição da participação dos modos não motorizados, com uma redução no modo a pé e num crescente aumento no modo biciclet a, partindo de 2,8% das viagens em 1985 para 6,0% em 2007. Tabela 9. Evolução da Divisão Modal na RMGV* Modo 1985 1998 2007 ônibus 80,1% 62,4% 55,2% Auto 19,9% 37,6% 44,8% Total modos motorizados 100,0% 100,0% 100,0% A pé 37,7% 35,3% 31,2% Bicicleta 2,8% 3,6% 6,0% Total modos não motorizados 40,5% 38,8% 37,4% Fonte: Plano de Mobilidade, OD, 2007. A maior utilização do transporte motorizado pelos moradores de Vitória pode ser explicada pela maior renda da população e por uma melhor acessibilidade à ampla rede de comércio e serviços existente na Capital. Vale lembrar que esses números estão desa tualizados, posto que se refere à pesquisa realiza da em 2007. Seria conveniente uma nova pesquisa para atu alização desses indicadores. Porém, pode ser esperado, por um lado, um aumento generalizado na participação do transporte individual, devido ao recente aumento da frota de autos e motos no país. Para o transporte não motorizado, cabe ressaltar que o município de Vitória possuía na época uma boa part icipação de viagens por modo bicicleta, a ampliaçã o das Instituto_Polis1 41% 25% 11% 6% 5% 4% 3% 5% Trabalho Estudo Assuntos pessoais/ negócios Saúde Lazer Compras Transportar passagieros para trabalho ou estudo ciclovias e ciclofaixas e os incentivos à utilizaç ão deste modal nos últimos anos no município devem ter aumentando este índice no município. Tabela 10. Número de Viagens por dia e divisão moda l - Vitória a RMGV Modo de Transporte Vitória RMGV Viagens (%) Viagens (%) Motorizado Transporte individual 276.022 33,2% 1.098.178 34,5% Transporte coletivo 354.571 42,6% 892.169 28,0% total 360.593 43,3% 1.990.347 62,6% Não motorizado a pé 177.802 21,4% 994.748 31,3% Bicicleta 22.836 2,7% 190.028 6,0% Total 201.301 24,2% 1.191.475 37,4% Total Geral 831.895 100,0% 3.181.821 100,0% Fonte: Plano de Mobilidade, OD, 2007. Verificando-se, nesta mesma pesquisa, os motivos p elas quais a população de Vitória realiza as suas viagens, excluindo-se os retornos às suas residênc ias, o motivo trabalho é o predominante com 41%, seguido das viagens por motivo escolar, com 25%. E sses dois motivos somam 66% do total das viagens. Figura 66. Gráfico de Distribuição das Viagens por motivo, excluídas as viagens de retorno para a residência, em Vitória Fonte: Plano de Mobilidade, OD, 2007. Instituto_Polis1 Do total de viagens realizadas, a grande maioria o corre internamente a cada município e tendo Vitóri a como destino, nos casos do município de Cariacica a viagem com destino à Vitória chega a ser o dobro da viagem interna ao município. Conforme aponta a pes quisa Origem e Destino, realizada pelo Instituto J ones dos Santos Neves (2007), os principais deslocament os da região se dão nos seguintes fluxos: • Entre o município de Vitória e os municípios de Vila Velha (parte norte), Cariacica (parte leste) e Serra (exceto litoral); • Internamente entre as macrozonas agregadas situa das ao norte de Vila Velha e ente as macrozonas agregadas situadas a leste de Cariacica; • Na faixa noroeste-sul (BR 101 e Rodovia Norte-Su l) do município de Serra (Serra Sede, Carapina, Laranjeiras/CIVIT, CST / VALE); e • Entre a parte leste do município de Cariacica (C ampo Grande e Itacibá) e a parte norte de Vila Vel ha (Centro, Praia da Costa / Itaparica e Porto de Vila Velha). Tabela 11. Viagens entre os municípios da RMGV Origem Destino Total Origem Vitória Serra Vila Velha Cariacica Viana Vitória 39.180,49 4.667,02 2.875,05 1.873,58 402,14 48.998,28 Serra 13.275,00 12.624,79 737,25 811,88 136,78 27.585,70 Vila Velha 9.859,51 713,09 11.998,33 1.350,33 200,06 24.121,32 Cariacica 10.366,98 959,95 4.118,52 5.115,07 417,23 20.977,75 Viana 706,46 22,46 392,25 611,96 671,8 2.404,93 Total Destino 73.388,44 18.987,31 20.121,40 9.762,82 1.828,01 124.087,98 Fonte: INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES, OD, 2007. Apud: IDOM, COBRAPE, relatório diagnóstico. Instituto_Polis1 5.2. Caracterização do sistema viário No Plano Diretor em vigência é estabelecida uma hi erarquização das vias, definindo a rede viária est rutural básica conforme descrito abaixo: • Vias Arteriais Metropolitanas- permitem as ligaç ões intermunicipais e funcionam na coleta e distribuição dos fluxos de veículos que circulam pe los centros metropolitanos com maior concentração de atividades; • Vias Arteriais Municipais- estruturam as ligaçõe s intramunicipais e funcionam na coleta e distribuição dos fluxos de veículos que circulam pe los centros com maior concentração de atividades do Município de Vitória; • Vias Coletoras- complementares às vias arteriais com função coletora e distribuidora dos fluxos de veículos que circulam pelos bairros, centros de bai rros e de vizinhança; • Vias Locais Principais- são vias de acesso aos b airros que distribuem os fluxos de veículos pelas vias locais do próprio bairro; • Vias Locais- são vias do bairro que servem predo minantemente às necessidades de circulação dos moradores no acesso aos seus imóveis; e • Vias de pedestres - destinadas exclusivamente pa ra circulação de pedestres, separada do tráfego geral de veículos. A hierarquia viária em Vitória tem papel relevante no desenho da cidade porque, associada à zona e categoria de uso, é estrutural na definição de uso s permitidos e tolerados pelo Plano Diretor. No en tanto, algumas vias coletoras e locais deverão ser reclas sificadas após a revisão do Plano de Mobilidade, p ois ao longo dos anos mudaram de função. Também será nece ssário vincular a hierarquia viária aos projetos d e estruturação do sistema de transporte coletivo urba no. O sistema viário principal da Cidade de Vitória po ssui 534,5 km, distribuídos em: vias arteriais metropolitanas (45,3 km), vias arteriais municipai s (18,1 km), vias coletoras (18,9 km), vias locais principais (34,7 km) e vias locais (417,5 km).As vias arteria is metropolitanas, classificadas como ligação das centralidades metropolitanas, cumprem também o pap el de vias arteriais do município e concentram as principais atividades de atração de viagens e o flu xo de passageiros de transporte coletivo. A configuração do sistema viário de Vitória está c ondicionada por importantes barreiras físicas natu rais e artificiais que impossibilitam o surgimento de nov os corredores viários e limitam a ampliação da mal ha viária arterial municipal. A primeira barreira é d ada pela condição litorânea e insular da cidade, l imitadora da sua expansão; a segunda é o maciço central da i lha que define apenas dois eixos de corredores de passagem: pela área central, pelos corredores das avenidas Jerônimo Monteiro / Henrique Novaes / Vit ória e pela Av. Marechal Mascarenhas de Moraes, ou, con tornando o maciço, pela Av. Serafim Derenzi. Esses Instituto_Polis1 eixos, principalmente na Área Central, além da dem anda de viagens internas, recebem toda a demanda metropolitana com destino à Capital ou de passagem. Também as ligações de passagem da Ilha para a área continental ficam limitadas a dois grandes eixos: um constituído pelas avenidas Fernando Ferrari e Maru ípe; outro pelas avenidas Dante Micheline, Saturni no Brito e Marechal Mascarenhas de Moraes; ambos clas sificados como vias arteriais metropolitanas, consolidando as ligações Vila Velha – Vitória-Serr a e Vila Velha – Cariacica-Centro de Vitória.. Uma terceira barreira à estruturação da malha viár ia, localizada na área continental, é o Aeroporto no bairro de Goiabeiras, com menos impacto, mas també m limitador das alternativas de conexão com o Município de Serra. Os dados da Pesquisa O/D de 1998 mostram que, cons iderando apenas o período de pico da manhã, analisadas as viagens com destino à Vitória, a pri ncipal área de atração é a parte Continental do Mu nicípio (27,2%), seguida pelo Centro (20,4%) e pela Reta d a Penha (18,8%). Com o intenso crescimento destas áreas, especialmente da região da Praia do Canto e Enseada do Suá, este cenário se exacerbou. Tabela 12. Viagens com destino à Vitória por área d e atração no pico da manhã (OD 1998) Município Centro Centro Expandido Reta da Penha Maruípe Serafim Derenzi Continental Total Cariacica 3.668 2.130 3.129 1.370 305 2.520 13.122 Serra 2.525 1.977 3.583 1.252 205 4.042 13.584 Viana 444 450 208 28 88 1.811 3.029 Vila Velha 2.788 2.082 1.582 480 298 2.584 9.814 Vitória 3.728 4.289 3.642 4.992 1.740 6.605 24.996 Externa 13.153 10.928 12.144 8.122 2.636 17.562 .545 Total 20,4% 16,9% 18,8% 12,6% 4,1% 27,2% 100,0% Fonte: Pesquisa Origem-Destino 1998) Esta demanda metropolitana sobrecarrega o sistema viário da Cidade de Vitória que cumpre dupla funçã o de ligação metropolitana e arterial. Assim, a estr utura viária da região central recebe todo o fluxo de passagem nas ligações entre Serra, Cariacica e Via na, tendo no seu ponto crítico o Palácio Anchieta, sede do Governo do Estado do Espírito Santo. Este gargalo tenderá a se agravar caso a quarta ponte prevista destine o fluxo também para esta região. Instituto_Polis1 Figura 67. Fluxo estimado de veículos de transporte individual HPM (06:30 / 07:29) 2007 Fonte: Plano de Mobilidade, 2009 No cenário desenvolvido no Plano de Mobilidade par a 2015, a saturação na primeira e segunda ponte se ria compensada pelo direcionamento do fluxo de passage m para a Av. Serafim Derenzi, requalificada e alargada. Esta alternativa, porém, transferiria a saturação do fluxo para as Avenidas Leitão da Silv a e Nossa Senhora da Penha, em função da falta de um acesso da Av. Serafim Derenzi ao continente, além de cria r um trajeto negativo para acesso ao norte e a importan tes equipamentos como o aeroporto, a universidade e o porto. Instituto_Polis1 Figura 68. Fluxo estimado de veículos de transport e individual HPM (06:30 / 07:29) 2015 - Cenário “N ada a Fazer” Fonte: Plano de Mobilidade, 2009 As pontes de ligação com Cariacica e Vila Velha ta mbém representem gargalos para a circulação do trá fego geral e do transporte coletivo. Na terceira ponte, a capacidade de atendimento do pedágio no sentido Vila Velha-Vitória funciona como um regulador e “retard ador” de volume de tráfego, limitando o acesso de veículos para Vitória; porém, no sentido contrário , principalmente no horário do pico da tarde, a fi la de veículos não se limita à ponte, se estendendo pela malha viária de Vitória. As vias coletoras secund árias, principalmente no setor noroeste tem limitação de capacidade de ampliação física e de expansão. A estrutura interna do Município de Vitória também sobrecarrega as poucas vias de contorno do maciço central. Quando se analisa a distribuição de empre gos é possível verificar que a sua concentração no lado oposto ao maciço. Instituto_Polis1 Figura 69. Mapa de Concentração de empregos – OD 20 07 Assim, a estrutura viária atual atende satisfatori amente apenas a parte leste do município com exceç ão das regionais 3 e 4 próxima ao maciço central e 1,2 na região noroeste da cidade. Nestas regiões, verifi ca-se a presença de núcleos precários ocupados por família s de menor renda e como as vias coletoras são exíg uas ou inexistentes há limitação no acesso de transpor te público que circulam majoritariamente nas vias metropolitanas, arteriais e coletoras com infraestr utura adequada: 5.3. Serviços de Transporte Coletivo O Município de Vitória é atendido por dois sistema s de transporte coletivo que se superpõem: o siste ma municipal, administrado pela Prefeitura, constituí do por 55 linhas, operando com uma frota de cerca de 300 veículos e respondendo por 19 mil viagens ao m ês; e o sistema metropolitano – TRANSCOL, gerencia do pelo Governo do Estado por meio da CETURB-GV, com 198 linhas e uma frota de mais de 1.000 ônibus. Instituto_Polis1 (Vit_06)%20Linhas%20Municipais Figura 70. Mapa de Linhas Municipais de Vitória Fonte: PMV Como principal polo da Região Metropolitana, Vitór ia atrai um grande número de viagens dos demais municípios. Isso se reflete a presença de um forte sistema de transporte intermunicipal. O TRANSCOL opera em um modelo tronco-alimentado, estruturado em 7 t erminais de integração: Itaparica e Torquato (Vila Velha), Ibes, Itacibá, Laranjeiras, Carapina e Cam po Grande, Jacaraípe (Serra) e Jardim América (Car iacica). Instituto_Polis1 linhas metropolitanas Figura 71. Mapa de Linhas metropolitanas da RMGV Fonte: Plano de Mobilidade Considerando como atendida uma faixa de trezentos metros para cada lado dos eixos viários servidos p or pelo menos uma linha de ônibus, a rede municipal d e transporte coletivo de Vitória apresenta cobertu ra espacial de 98,4%, da área urbana ocupada. O siste ma metropolitano apresenta um grau de cobertura um pouco menor (85,9%) do que o municipal, mas ainda b astante elevado. Instituto_Polis1 coberturas das linhas municipais e intermunicipais Figura 72. Mapa de Cobertura das redes de transport e coletivo Fonte: Plano de Mobilidade Ambos os sistemas se sobrepõem, competindo entre s i pelos passageiros nas ruas e sobrecarregando os principais corredores viários da cidade sem, contud o, serem eficientes no atendimento. Segundo estudo realizado pelo Governo do Estado pa ra o Programa de Mobilidade Metropolitano, na área central do município de Vitória, constata-se ainda , atualmente, um importante número de viagens e co m taxas crescentes, porém o tempo de viagem também te m aumentado, o que ocasiona problemas relacionados à emissão de poluentes. Conforme apon tamos no capítulo de meio ambiente, os estudos da IDOM consultoria, o transporte é um dos principais emissores de CO², contribuindo de forma significa tiva para o aumento da poluição e dos Gases Emissores e Poluentes (GEE) que impactam as mudanças climáticas no município e na RMGV. Instituto_Polis1 Figura 73. Mapa de Fluxo de Transporte Coletivo Apesar da elevada concentração de ônibus nos princ ipais corredores viários, o município não possui corredores dedicados exclusivamente ao tran sporte público e o serviço convencional de linhas de ônibus tem uma fraca avaliação em relação ao tempo de espera e de viagem. Os investimentos na reestruturação e integração do transporte coletivo são uma urgência na cidade. Prefeitura e Governo do Estado formulam projetos p ara reestruturação do sistema de transporte coleti vo em Vitória, com a troncalização da rede dentro do Município de Vitória, pelo menos desde 2002, quand o foi elaborado o Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana da Grande Vitória, com propostas de diversas alternativas utilizando corr edores de ônibus e um sistema de veículos leves so bre trilhos (VLT). Em 2008, a proposta de implantação de um sistema d e VLT foi novamente apresentada pela Prefeitura, n o Plano de Mobilidade de Vitória de 2008, com a prop osta de construção de um sistema metropolitano de Instituto_Polis1 TraçadoGeral Vila Velha e Carapina superficie 04 transporte coletivo de alta capacidade, que seria complementado por redes alimentadoras de ônibus municipais e metropolitanas. Figura 74. Trajeto e Simulação da implantação do VL T Fonte: Plano de Mobilidade Fonte: Plano de Mobilidade Com uma configuração física semelhante, o Governo do Estado voltou a propor a implantação de um sistema troncalizado dentro do Município de Vitóri a, utilizando a tecnologia rodoviária, com um sist ema BRT. Figura 75. Trajeto e Simulação da implantação do BR T Fonte: Governo do Estado do Espírito Santo Fonte: Governo do Estado do Espírito Santo O projeto do Estado para o BRT Grande Vitória prev ê a implantação de pista exclusiva para os ônibus do lado esquerdo das vias, junto ao canteiro central, com ultrapassagens nas estações onde o a cobrança será realizada fora dos ônibus e o embarque em nível, e m plataformas na altura do piso dos ônibus. Deverã o ser Instituto_Polis1 BID_VITORIA_QUESTIONARIO_49_RUIM_PESSIMO utilizados ônibus articulados com ar refrigerado, em uma combinação de linhas expressas, semi-expres sas e paradoras. O projeto do BRT pressupõe o seccionamento das lin has municipais e metropolitanas que hoje passam pe lo corredor e exige uma política de integração tarifá ria comum para os dois sistemas; entretanto, a equ ipe da Prefeitura alega desconhecer as propostas do proje to para esses dois aspectos fundamentais. Sem um projeto que unifique as ações dos governos municipal e estadual, os serviços de transporte coletivo perdem competitividade e qualidade e são mal avaliados pela população. Segundo pesquisa realizada pela pelo PROGRAMA ICES - Iniciativa Cid ades Sustentáveis quando foram entrevistadas mais de 1200 pessoas nas nove Regiões Administrativas Vito ria, é ruim a avaliação geral do serviço de transp orte coletivo e de seus principais atributos, como o tem po de viagem dispendido. Figura 76. Mapa resultado da avaliação do transport e coletivo de Vitória - ICES Instituto_Polis1 Figura 77. Mapa resultado da avaliação do tempo de viagem no transporte coletivo de Vitória - ICES É importante avaliar a possibilidade de instituiçã o de uma Autoridade Metropolitana, com participaçã o efetiva da Prefeitura de Vitória, para a gestão co mpartilhada dos sistemas municipais e intermunicip ais de transporte coletivo. No âmbito da revisão do PDU de Vitória é de extrema importância a definição de um cenário de implementação do modal de transporte coletivo de a lta capacidade. As propostas apresentadas possuem um trajeto que dificilmente será alterado signific ativamente. No entanto, é necessário compreender o s prazos previstos para sua elaboração, pois os parâ metros de uso e ocupação do solo podem se direcion ar para estratégias diferenciadas com cenários de imp lementação (ou não) do modal no tempo de vigência do novo PDU, ou seja, dez anos. 5.4. Transporte não motorizado Segundo a pesquisa Origem / Destino das viagens di árias realizadas no Município de Vitória, pouco ma is de 200 mil são feitas por meios não-motorizados. As v iagens a pé ocupam o terceiro lugar na divisão mod al (21,4%), enquanto as bicicletas ocupam o sexto lug ar na distribuição modal do município (2,7%). Instituto_Polis1 TRANSPORTE CICLOVIÁRIO Apesar dos 29,5 km de ciclovias e ciclofaixas exis tentes, bastante expressiva para a realidade brasi leira, a rede de vias e faixas para bicicleta ainda é pouco abrangente e precisa ser expandida para atender m ais regiões da cidade e se consolidar a bicicleta como uma alternativa para o transporte urbano cotidian o. Positivamente, o Plano Diretor de Transporte e Mob ilidade Urbana incluiu propostas de expansão da re de cicloviária e de implantação de diversas outras me didas de estímulo a esse modo de transporte. O Pla no indica uma proposição de rede cicloviária, mas sem detalhamento das soluções. Também foi proposta a construção de bicicletários nos terminais de trans porte coletivo e nas estações do VLT, além da ampl iação de oferta de estacionamento seguro para bicicletas junto aos polos geradores de viagens. De fato, a Prefeitura tem declarado intenção de co ntinuar investindo neste modo e tem, sistematicame nte incluído a construção de infraestrutura dedicada à circulação de bicicletas em todos os projetos de expansão do sistema viário. É intenção da Administ ração Municipal, além da ampliação da malha cicloviária, a instalação de paraciclos e a realiz ação outras ações, como a redução de vagas para estacionamentos de carros em áreas de grande densi dade de trânsito, a instalação de estacionamentos rotativos além de campanhas incentivando a convivên cia pacífica no trânsito. Instituto_Polis1 Figura 78. Mapa de ciclovias e ciclorrotas existent es A ciclorrotas implantada em Vitória é um exemplo, as vias estão sinalizadas e indicam o compartilham ento com os veículos. Foram implantadas onde as vias sã o estreitas, ou/e com circulação de ônibus, mas sã o menos seguras que a ciclovia ao usuário, principalm ente aos menos experientes. O município de Vitória ainda conta com diversas ru as e avenidas com larguras suficientes para implementação de ciclovias ou ciclofaixas segregad as, especialmente se forem retiradas vagas de estacionamento. A consultoria entende que a priori zação do transporte não motorizado, indicado como uma importante diretriz para o município em divers os planos setoriais e estratégicos do município pa ssa por adotar medidas, muitas vezes impopulares, que restrinjam a utilização do modo de transporte individual. No entanto, para que a população adere à proposta, é necessário projetos que garantam a segurança dos usuários de bicicletas. Instituto_Polis1 TRANSPORTE A PÉ Pela sua situação de cidade litorânea, Vitória det ém uma condição particularmente favorável para a implantação de espaços para circulação de pedestre s ao longo da orla marítima, com espaços para passeios, caminhadas ou contemplação da paisagem. Melhorias foram realizadas nas orlas leste e noroe ste para lazer. A Prefeitura tem seguido uma diretriz de priorizaç ão do uso do espaço viário para calçadas e ciclovi as, em detrimento do estacionamento de veículos; contudo, a implementação efetiva de projetos com reversão de uso do espaço público destinado ao estacionamento d e veículos para alargamento de calçadas e implantação de ciclovias ainda é tímida e não conta com um instrumental específico. Quanto ao espaço destinado aos pedestres, o Municí pio conta com uma legislação inovadora e o program a “Calçada Cidadã” é considerado nacionalmente como uma iniciativa exemplar para a melhoria das condições de circulação e de segurança dos pedestr es, garantindo um percurso seguro, livre de obstác ulos e acessível a todos os cidadãos. Entretanto, ainda existem muitas dificuldades de melhorar a acessib ilidade para pedestres na área central e nas ocupações nos morros. Os dados do IBGE (Censo 2010) sobre o entorno dos domicílios indicam que apenas 20% dos domicílios possuem calçadas com rampas de acesso, as áreas com adequado calçamento estão concentrado s em alguns bairros da Cidade, conforme mapa a seguir. Instituto_Polis1 Figura 79. Mapa de Concentração de domicílios com rampa de acesso nas calçadas do entorno As condições de acessibilidade e mobilidade nos mo rros é um tema que deverá exigir atenção especial na revisão do Plano de Mobilidade, onde topografia im pede o acesso ao ônibus e dificulta o uso dos transportes não motorizados. São áreas pouco irrig adas pelo sistema coletor e onde as vias estreitas , sinuosas e sem recuo nas edificações são predomina ntes. A Prefeitura ainda não conseguiu formular um a alternativa para o sistema viário e de transporte para os morros onde mora esta população limitada a o acesso do transporte tradicional. TRANSPORTE HIDROVIÁRIO Entre as propostas enunciadas pelo Governo do Esta do está a implantação de um moderno sistema de transporte por barcos ao longo do canal, interliga ndo Cariacica, Vila Velha e Vitória. O projeto pre vê ser implantado em um modelo de PPP (parcerias públicoprivadas) e iniciaria com 4 embarcações e com a recuperação da Estação de Trem de Argolas. No futu ro, pretende-se ampliar o sistema para 10 embarcações com 9 estações funcionando com integraç ão tarifária com o sistema de ônibus. Instituto_Polis1 Figura 80. Proposta de implementação de transporte hidroviário Fonte: Governo do Estado do Espírito Santo O transporte hidroviário entre Vitória e Vila Velh a era bastante dinâmico até a construção da tercei ra ponte, tendo perdido demanda após isso, até a susp ensão dos serviços. Não há nenhum estudo de demanda que indique a viabilidade dessa proposta. GESTÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS A Gestão do transporte de carga também é um desafi o importante a ser enfrentado na elaboração tanto do PDU quanto do Plano de Mobilidade, visto que Vitór ia conta com dois portos por onde são escoadas importantes cargas do país, além do complexo de mi neração da Vale do Rio Doce. O Plano de Mobilidade vigente não tratou deste aspecto. 5.5. Propostas de investimento em infraestrutura (o bras viárias) As cidades, normalmente, contam com um estoque de demandas e de propostas de intervenções para expansão do sistema viário. Pelos altos investimen tos envolvidos, é fundamental que essas propostas estejam previstas em planos, tenham projetos adequ ados e estudos que comprovem a sua necessidade e viabilidade. Tomado como base os planos existentes - PDU (2006) e Plano de Mobilidade (2008) - o município de Vit ória apresenta proposições históricas nesse sentido: Instituto_Polis1 Tabela 13. Obras previstas no PDU e no Plano de Mob ilidade PDU PLANO DE MOBILIDADE OBSERVAÇÃO Prolongamento da Av. Cesar Hilal para Bento Ferreira e Ilha de Santa Maria Construção do túnel e implantação do binário Av. Vitória / Av. Cesar Hilal Construção de novas ligações entre Av. Leitão da Silva e Nossa Senhora da Penha Executada a abertura da Rua José Faria. Tratamento viário e adequação da Av. Leitão da Silva Obra em execução pelo Governo do Estado como apoio para a construção do BRT Ligação do Jardim Camburi com a Rodovia BR 101 Projeto elaborado pelas prefeituras de Vitória e Serra Adequação da Av. Adalberto Simão Nader Executada melhoria no acesso para a Av. Dante Michelini Ampliação da capacidade das ligações Ilha – Continente Construção da 4ª ponte do Santo Antônio para Cariacica (Porto) Implantação do binário R. José Teixeira / R. Eugênio Neto Ampliação da Av. Fernando Ferrari, com construção de nova ponte de passagem sobre o Canal e novo acesso a UFES Obra executada Ampliação da Ponte de Camburi Obra executada Ampliação da Av. Serafim Derenzi com construção de túnel sob o Maciço Central Projeto elaborado pela Prefeitura de Vitória. Implantação do binário Av. Leitão da Silva / R. Ferreira Coelho - R. Misael Pedreita da Silva - R. Elias Tomas Sobrinho Implantação do binário Av. Rio Branco / R. Constante Sodré Implantação do binário Av. Rio Branco / R. Constante Sodré Implantação do binário Av. Anísio Fernandes Coelho / Av. Saturnino Rangel Mauro - Av. Dr. Pedro Feu Rosa Instituto_Polis1 As propostas contidas no PDDU podem ser visualizada s no mapa na sequência: Figura 81 - Intervenções viárias previstas no art. 124 do PDU. Elaboração: Instituto Pólis Além dessas, outras intervenções estão propostas o u em desenvolvimento pela Prefeitura, com impacto direto nas condições de mobilidade da população: a) Intervenções urbanísticas nos perímetros de zona s especiais destinadas à regularização de assentamentos informais (ZEIS) e os polígonos do Pr ograma Terra; b) Projeto “Orla Viva”, visando o potencial de des envolvimento ao longo de toda a extensão dessa região da cidade, com obras de mobilidade que prio rizam o transporte coletivo e meios alternativos de locomoção. Também é uma estratégia fundamental a busca de int egração das ações com o ordenamento do uso do solo e a legislação urbanística, de modo a promove r uma ocupação urbana mais planejada e com uma distribuição de usos e atividades mais equilibrada. O PDU traz ainda projetos de alinhamento viário fu turo para quatro eixos viários, que poderiam ser obedecidos em todas as edificações a serem constru ídas ou ampliadas, para efeito de aplicação do Instituto_Polis1 afastamento frontal, Av. Paulino Muller; Av. Ferna ndo Ferrari; Av. Nossa Senhora da Penha (trecho en tre Ponte da Passagem e Av. Maruípe), Av. Maruípe (tre cho entre Av. Nossa Senhora da Penha e Rua Dona Maria Rosa) e Rua Dona Maria Rosa (trecho entre Av . Nossa Senhora da Penha e Av. Maruípe); e Rua Marins Alvarino. 5.6. Políticas públicas do Estado para a mobilidade e sistemas municipais de transporte Além das iniciativas da Prefeitura, o Governo Esta dual, através Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (SETOP) apresentou no Seminário de Diagnóstico da ICES, em dezembro de 2013, um conjunto de propostas de intervenção no sistema vi ário de Vitória, algumas associadas à implantação do BRT, outras independentes, entre elas: a) Construção da 4ª Ponte, ligando Vitória a Caria cica, com 36 m de largura, incluindo ciclovia, fai xa de pedestres, duas vias para automóveis e mais duas pa ra o BRT. b) Desenvolvimento do Programa Cicloviário Metropo litano em parceria com as prefeituras da RMV, incluindo a construção de bicicletários nos termin ais de ônibus, construção de anéis cicloviários com integração metropolitana, e instalação de sist emas de bicicletas públicas nos municípios da RM integradas ao sistema único de transporte. É fundamental apontar que as intervenções proposta s pelo Estado na Área Central de Vitória não estão articuladas com os planos da Prefeitura e até conf litam com algumas delas. O processo de revisão do PDDU pode ser uma oportunidade de coordenar essas inici ativas em um projeto único para a cidade, compatív el com uma visão metropolitana integrada. Instituto_Polis1 6. PATRIMÔNIO HISTÓRICO E PAISAGEM Com uma ocupação que carrega traços da história da cidade e do Brasil, a Política de Proteção do Patrimônio Histórico, Cultural e Paisagístico se d estaca no PDU (Lei n. 6705/ 2006) juntamente com a Política de Meio Ambiente e da Paisagem, por possu ir diversos elementos naturais e construídos componentes da imagem da cidade. Ambas possuem dir etrizes específicas no PDU, que devem reger as ações e instrumentos previstos. No que tange à Política Municipal de Patrimônio Hi stórico, Cultural e Paisagístico, a Lei incorpora definições de patrimônio material, imaterial, que irão servir de base para a aplicação de instrumentos para a preservação destes bens. Além disso, são apresenta das as diretrizes específicas da mesma (artigo 9°) : • fortalecer a cidadania cultural; • compatibilizar o desenvolvimento econômico e soc ial com a preservação da identidade cultural; • estimular a preservação da diversidade cultural e xistente no Município; • estimular o uso, conservação e restauro do patri mônio histórico, cultural e paisagístico; • compatibilizar os usos e atividades com a proteç ão do patrimônio histórico, cultural e paisagístic o; • adotar medidas de fiscalização ostensiva e quali ficada para proteção do patrimônio histórico, cultural e paisagístico. São os elementos e conjuntos construídos e element os e conjuntos naturais que fundamentam a estruturação das políticas de preservação do patri mônio histórico e da paisagem no município de Vitó ria. O PDU vigente já incorporou uma série de instrumento s e procedimentos com o objetivo de garantir sua preservação. A seguir faremos uma avaliação de sua implementação, bem como das principais problemáticas e potencialidades apontadas neste e em outros planos e estudos subsequentes que podem contribuir para seu aprimoramento, reconhecendo ta mbém a dinâmica de transformação urbana e seu impacto sobre estes elementos. Instituto_Polis1 PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO As edificações e obras integrantes do patrimônio h istórico e cultural do município estão sujeitas ao s seguintes graus de proteção, sendo que os bens tom bados estão sujeitos aos graus de preservação GP1 e GP2 e os bens identificados como de interesse de p reservação estão sujeitos aos graus de preservação GP1, GP2 e GP3 (art270): I - proteção integral primária - GP1 - deverão ser objeto de conservação total, externa e interna; II - proteção integral secundária - GP2, embora te nham sido descaracterizadas, devem ser objeto, no seu exterior, de restauração total e, no seu interior, de adaptação às atividades desde que não prejudiq uem seu exterior; III - proteção do entorno - GP3, para as edificaçõ es, obras e logradouros vizinhos ou adjacentes às edificações de interesse de proteção integral, dev em manter a mesma volumetria e afastamentos. Os bens estão indicados no Anexo 14 do PDU, onde j á são apontados os graus de proteção pretendidos também para os imóveis de interesse de preservação. Figura 82. Mapa Anexo 14 – edificações de interesse de preservação e tombadas (PDU) Fonte: PDU,2006 Instituto_Polis1 Na prática, o interesse de de avaliação dos antindo assim s nos imóveis e PDU conferiu proteção aos imóveis de preservação os mesmos procedimentos bens já tombados pelo município, gar um maior controle sobre as alteraçõe na paisagem do centro de Vitória. Durante a vigência do PDU foram realizados tombame ntos de vários dos imóveis considerados de interes se de preservação na Lei e inseridos outros imóveis c omo interesse de preservação. Atualmente, de acord o com informações atualizadas da prefeitura. os imóv eis se encontram com a seguinte indicação (Mapa X) , que deverão ser incorporados à revisão do PDU Figura 83. Mapa de Edifícios históricos - Centro de Vitória Em relação ao Patrimônio Histórico o tombamento é um dos principais instrumentos apontados no PDU. O próprio processo administrativo para sua implement ação é previsto na lei. Para sua aprovação a competência é do CMPDU quando se tratar de edifica ções, e do COMDEMA, quando se tratar de monumentos naturais (art. 273). O tombamento impli ca a inserção do entorno dos bens no processo, Instituto_Polis1 sendo que qualquer obra na vizinhança do imóvel to mbado deverá ser aprovada pelo CMPDU (art. 287). É também competência do CMPU a definição dos imóveis que são afetados pelo tombamento. Este instrumento tem sido aplicado no município, confor me dados da prefeitura e, entre os anos de 2007 e 2013, foram realizados 90 requerimentos análise so bre tombamento junto ao CMPDU. A questão do entorno dos imóveis tombados é um dos principais p ontos a serem trabalhados na revisão do PDU, de forma a dar maior clareza nas aprovações preservan do as visuais dos imóveis e evitando análises caso a caso para toda a região. O tombamento é um instrumento específico e direcio nado para a proteção do patrimônio histórico e natural e tem tido avaliação positiva em sua imple mentação. No entanto, há necessidade de viabilizar instrumentos que incentivem a preservação e adequa da utilização dos imóveis, potencializando o uso d a região central. Como apontado no relatório 2.1 - R elatório Analítico do Plano Diretor Urbano, divers os outros instrumentos urbanísticos, previstos no Est atuto da Cidade, foram apontados no PDU, como passíveis de serem utilizados para implementar as diretrizes e objetivos da Política Municipal de Pa trimônio Histórico, Cultural e Paisagístico, tais como tran sferência do direto de construir, consórcio imobil iário, direto de preempção e instituto do abandono. No en tanto, ainda não foram implementados ou regulamentados. O principal instrumento de apoio à recuperação dos imóveis adotado pela Prefeitura desde 2001 é a isenção parcial ou total do IPTU pa ra aqueles proprietários que fazem a manutenção e conservação adequadas de seu patrimônio. No entant o, é válido ressaltar que a Planta Genérica de Val ores de Vitória9 se encontra defasada e a atualização d os valores não está entre as prioridades desse gov erno, reduzindo significativamente o potencial de arreca dação desse imposto e reduzindo consideravelmente seu potencial como incentivador de preservação dos imóv eis. 9Informação apresentada pela Secretaria Municipal de Finanças durante o Seminário de Diagnóstico da ICES realizado em dezembro de 2013. A preservação do patrimônio construído de Vitória passa pela discussão sobre a região central. O car áter histórico e cultural da área,que é detentora de gr ande parte do acervo patrimonial e equipamentos culturais do município; se viabilizados os incenti vos e parâmetros para a região de formabem conduzi da, podem dinamiza-la economicamente, fortalecer os us os e ainda agregar outros necessários ao seu desenvolvimento constribuindo para a preservação de seu patrimônio. A região central, embora tenha perdido o papel de principal centralidade em termos de concentração d e atividades econômicas para a praia do Canto, ainda possui grande importância tanto econômica como da Instituto_Polis1 memória da história de Vitória. Os dados econômico s da prefeitura contrariam a ideia de esvaziamento da região, que ainda seria a segunda em concentração d e atividades econômicas no Município. Tabela 14. Atividade Econômica por Regional e Setor Econômico - 2012 Regional Serviços Comércio Indústria Extração Mineral Agropecuária Pesca e Aquicultura Total % I - Centro 16.225 10.922 454 57 3 25 27.686 18,14% II - Santo Antônio 2.730 2.510 282 1 0 3 5.526 3,62% III - Bento Ferreira 11.292 5.988 639 7 8 9 17.943 11,76% IV - Maruípe 5.669 4.746 470 14 1 3 10.903 7,14% V - Praia do Canto 28.993 18.233 722 108 6 88 48.150 31,55% VI - Continental * 14.827 10.196 807 30 3 40 25.903 16,97% VII - São Pedro 2.005 2.474 222 9 5 0 4.715 3,09% VIII - Jardim Camburi 6.532 4.914 331 6 3 4 11.790 7,73% Total 88.273 59.983 3.927 232 29 272 152.616 100% Percentual 57,84% 39,30% 2,57% 0,15% 0,02% 0,11% 100,00% Fonte: Coordenação de Cadastro Imobiliário - SEMFA /PMV. Período: 01/01 a 31/12/2012.Elaboração: Gerê ncia de Informações Municipais - SEGES/PMV. *Antiga divisão regional – inclui Goiabeiras e Jd. Da Penha O Programa de Revitalização do Centro de Vitória é um plano específico para a área central do municí pio e seu entorno que tem como objetivo geral subsidiar a definição das prioridades, a elaboração de plano s, programas e projetos específicos para a área, com a participação popular, além de avaliar o atual mo delo de gestão. O plano engloba importantes áreas com e difícios de interesse histórico bem como áreas de interesse de preservação da paisagem e tem como obj etivos específicos: • Integrar o poder público e a comunidade, através da participação desta na definição das prioridades; • Vocacionar o Centro de Vitória, e assim, definir ações voltadas para o fortalecimento de sua identidade; • Requalificar/revitalizar ambiental e economicame nte o Centro de Vitória, através de propostas de políticas de gestão; • Definir ações e projetos respaldados por um emba samento, concomitantemente, prático e teórico. Dentre as potencialidades destacadas pelo plano des tacamos: Instituto_Polis1 8% 46% 38% 8% 0% Novo P.R.E. Reforma Regularização Revalidação • Oferta de imóveis comerciais a baixo custo, loca lização estratégica, benefícios fiscais, interliga ção com outros bairros da Região Metropolitana; • a presença do Porto e de equipamentos culturais vinculado ao potencial de suporte às atividades culturais e econômicas da região; • Necessidade de criar condições de moradia, objeti vando efetivar o processo de reabilitação/revitalização da área. Efetivamente a região possui grande concentração d e imóveis vagos, o Bairro do Centro, que concentra a maior parte dos domicílios na regional tinha, de a cordo com dados do censo 2000, 17% de seus domicíl ios vagos. O número de domicílios vagos diminuiu de fo rma geral em toda a cidade. No entanto, o centro e m 2010 ainda possui 14% de seus domicílios vagos e q ue podem ser potencialmente ocupados por atividade s ou moradias, especialmente para baixa renda, estuda ntes dentre outros. Na avaliação da dinâmica imobiliária do município, a Regional do Centro, no período de 2006 a 2014, contou com apenas 84 pedidos de aprovação, o que r epresenta 4,5% do total do município. Destas apena s sete foram referentes à novos empreendimentos. A m aior parte dos pedidos de aprovação ser referiam à reformas ou enquadramento no PRE. Figura 84. Gráfico. RA CENTRO -Tipo de Aprovações Fonte: Cadastro de Aprovação (dados 2006 – 2014). SEDEC, PMV. Elaboração Instituto Polis. A baixa dinâmica imobiliária na região se contrapõ e à alta dinâmica nos polos de comércio e serviços como Praia do Canto, Jardim da Penha e Jardim Camburi. A estrutura fundiária de lotes menores, as restriç ões de ocupação em função dos imóveis tomados, bem como d os baixos índices e parâmetros de ocupação do solo na região, dificultam o interesse do mercado imobiliário. Embora o poder público tenha realizad o Instituto_Polis1 investimentos no patrimônio e em equipamento cultu rais na região, há diversos imóveis vazios, subutilizados e degradados e ainda poucas ações e programas que contribuam para seu repovoamento. Além disso, a falta de áreas de estacionamento é a pontada como uma fragilidade da área. A implementação do BRT, no trajeto proposta pelo Gov erno do Estado seria um importante dinamizador da região, facilitando o acesso e a mobilidade na reg ião. Diante dessas fragilidades, os incentivos vig entes não fornecem vantagens comparativas às outras regiões, inviabilizando diversos dos objetivos propostos p ara a área. PRESERVAÇÃO DA PAISAGEM O art. 175 do PDU considerados elementos naturais que seriam sujeitos a definição de critérios de preservação da visualização. Em relação aos element os construídos, são citados: • • • • • • • • • • • • • • • • Ponte Seca; Ponte Florentino Ávidos; Ponte Darcy Castelo de Mendonça (3ªPonte); Santuário de Santo Antônio; Convento de São Francisco; Chácara do Solar Barão de Monjardim; Museu Ferroviário da Vale do Rio Doce; Cais do Hidroavião; Porto de Vitória; Palácio Anchieta; Escadaria Bárbara Lindenberg; Escadarias tombadas; Catedral Metropolitana; Igreja de São Gonçalo; Igreja do Rosário; Cruz do Papa; • Igreja da Ilha das Caieiras; • Outeiro e Convento da Penha. Os monumentos naturais estão mapeados no anexo 15 d a Lei. Instituto_Polis1 Figura 85. Mapa – Anexo 15 do PDU – Monumentos nat urais de interesse de preservação e tombados. Fonte: PDU, 2006. O PDU ainda estipula que deveriam ser realizados e studos para elaboração de parâmetros para a preservação da paisagem, considerando os elementos naturais previstos no artigo 175 no prazo de 2 an os, o que, à exceção do Centro, não ocorreu. Apresenta ainda extenso conteúdo mínimo que deverá ser contemplado para a definição de critérios para a p reservação da visualização dos elementos naturais e construídos e componentes da imagem da cidade. Os i nstrumentos urbanísticos que seriam potencializadores e viabilizadores das ações para a preservação visual dos elementos representativos da construção da imagem da cidade não são apontados n a lei, mas devem ser indicados neste estudo específico. Instituto_Polis1 Um amplo estudo sobre a paisagem10foi realizado pa ra a área central com o objetivo de identificar os elementos naturais e construídos que contribuem pa ra a preservação da memória e história do municípi o. Em relação aos elementos construídos que possuem um valor na preservação da paisagem foram identificados bens imóveis, muitos já tombados ou identificados como de interesse de preservação. O estudo também indica conjuntos construídos, são ele s: 10 Plano de Preservação da Paisagem, realizado em 2 009. 1. Avenida Jerônimo Monteiro/FAFI 2. Avenida Jerônimo Monteiro/Praça Costa Pereira 3. Avenida Jerônimo Monteiro/Praça Oito de Setembro 4. 5. 6. 7. 8. Porto Casario Colonial Casario Praça João Clímaco Casario Avenida Florentino Avidos Parque Moscoso e entorno Em relação aos conjuntos construídos, deve-se apro fundar as estratégias e instrumentos de sua preservação, uma vez que o PDU vigente apenas se r efere aos imóveis. No mapa abaixo estão sintetizad os os elementos e conjuntos construídos da paisagem c onsiderados estruturadores e complementares. Figura 86. Mapa de elementos e conjuntos construído s da paisagem Fonte: Plano da Paisagem, PMV, 2009. Instituto_Polis1 BBC_Panor_Palacio_panoramica_B.jpg BBC_Panor_Catedral_panoramica_B.jpg Nota-se que no mapa não são identificados vários d os imóveis apontados pela prefeitura como de inter esse de preservação ou no grau GP3. Vários dos imóveis identificados como de interesse tanto no PDU como na atualização da prefeitura não são necessariamente de interesse de preservação mas são, na verdade, importantes para a preservação da paisagem dos ele mentos construídos e naturais previamente identificados. As análises do Plano de Preservação da Paisagem av ançam nesta identificação ao realizar estudos das principais visuais destes elementos, de forma a re alizar uma proposta detalhada das alturas e morfol ogias pretendidas em cada quadra. A partir dos estudos d as visuais foram realizadas simulações, apontando as morfologias pretendidas para cada lote(edificações em vermelho), conforme imagens abaixo. Figura 87. Imagens com simulação de alturas no Cent ro – Plano da Paisagem Fonte: Apresentação Plano de Preservação da Paisage m, PMV Fonte: Apresentação Plano de Preservação da Paisage m, PMV Como resultados destes estudos são recomendadas al turas limites para cada lote ou conjunto de lotes em toda a área central. A proposta, no entanto, é bas tante recortada, sendo importante realizar uma ava liação detalhada da possibilidade de sua simplificação pa ra incorporar os parâmetros à revisão do PDU garan tindo a preservação da paisagem no Centro. Para tanto é necessário o relatório final do Plano, onde são detalhadas estas propostas, ainda não disponibiliza das. Instituto_Polis1 BBC_mapas_específicos_catedral-MAPA1.jpg Figura 88. Exemplo de proposta de limitação das al turas na região central – Plano de Preservação da Paisagem Fonte: Apresentação Plano de Preservação da Paisage m, PMV. Caso a proposta de definição detalhada dos gabarit os e outros parâmetros da morfologia se efetivem n a revisão do PDU, os imóveis de interesse de preserv ação no grau GP3 poderão ser excluídos, uma vez qu e os parâmetros da zona, no caso do Centro, já garantir iam a preservação das visuais dos imóveis tombados . Além dos elementos construídos o Plano de Preserva ção da Paisagem também identificouelementos naturais de interesse de preservação no Município, que complementam os elementos apontados no PDU. Vários estão localizados no município de Vila Velh a e Cariacica, compreendendo a paisagem como uma questão metropolitana, uma vez que as visuais dest es municípios fazem parte da paisagem de Vitória. Instituto_Polis1 Tabela 15. Síntese do Inventário dos Elementos Natu rais de Interesse de Preservação Nº Nome Localização Categoria SNUC Categoria PMV Situação 01 Morro do Moreno Vila Velha RPPN Parte RPPN (família Aguiar) 02 Morro do Jaburuna Vila Velha APA - 03 Morro Jesus de Nazareth Vitória APA PMV - Decreto nº 10.024/1997 04 Ilha das Cobras Vitória e Vila Velha MN MN PMV - Tombada no grauGP2 ( Lei 6705/06) 05 Ilha da Fumaça Vitória RPPN - 06 Penit. Osvaldo Monteiro e Mata do Quartel Vila Velha APA - 07 Ilha das Pombas / do Araçá Vitória e Vila Velha MN MN PMV - Tombada no grauGP2( Lei 6705/06) 08 Ilha do Urubu Vitória e Vila Velha MN MN PMV – Tombada no grauGP2( Lei 6705/06) 09 Mangue do Aribiri Vila Velha APA - 10 Morro do Penedo Vila Velha MN MN Decreto PMVV nº 071/2007 11 Pedra dos Olhos (Maciço Central – MC) Vitória RE REM PMV - Identificado de interesse de preservação (Lei 6705/06) 12 Morro do Romão (MC) Vitória APA - 13 Parque Municipal Gruta da Onça (MC) Vitória PM PM PMV - Lei n.º 3.564/1988 14 Morro do Quadro / borda leste (MC) Vitória APA - 15 Morro do Quadro / borda oeste (MC) Vitória APA - 16 Morro da Fonte Grande (MC) Vitória PM P Lei Est. n.º 3.825, de 31 de julho de 1986 17 Morro do Atalaia Vila Velha APA - 18 Morro da Argola Vila Velha APA - 19 Morro Pão de Açúcar Vila Velha APA - 20 Mangue Itanguá Cariacica ARIE - 21 Serra do Anil Cariacica ARIE - 22 Serra do Mochuara Cariacica MN - 23 Ilha da Pólvora Vitória e Cariacica MN MN PMV - Tombada no grauGP2 ( Lei 6705/06) 24 Ilha do Cal Vitória e Cariacica MN MN PMV - Tombada no grau GP2( Lei 6705/06) 25 Baía de Vitória Vit., V.V. e Cariac. APA - Org.: André Luiz Nascentes Coelho (fev./2008). Abr eviações de categorias: RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural; ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológ ico; MN – Monumento Natural (conf. Lei Federal. n° 9.985/2000 – SNUC). REM – Reserva Ecológica Municipal; P – Parq ue e PM – Parque Municipal (conf. Lei Municipal nº 4.438/1997 (com alterações até 12/2006). Parque Estadual da F onte Grande (criado através do Decreto nº 3.875/19 86). MC Maciço Central – MC. Fonte: Plano da Paisagem, PMV, 2009. Instituto_Polis1 Os parâmetros efetivamente aplicados em relação à preservação da paisagem se limitam aos limites de altura para o entorno dos morros do Itapenambi, da Gamela e do Guajurú, bem como para a visualização do Outeiro e do Convento da Penha. (arts. 177 e 17 8, respectivamente). Com relação aos morros, a restrição adotada é fornecida pelo próprio PDU, en quanto no caso do Convento e Outeiro da Penha, a restrição é remetida à análise do Instituto do Pat rimônio Histórico Nacional (IPHAN). Nos demais cas os, remete-se à oportuna regulamentação, após a conclu são dos citados estudos referidos no art. 175. A limitação da altura das zonas no entorno dos mor ros citados, em até 15m,tem contribuído para a preservação de sua visualização no entorno imediat o. No entanto, a maior parte das zonas limítrofes à estas não possuem definição de gabarito ou altura máxima. Em um estudo simplificado sobre as visuais destes elementos, identificamos que em algumas sit uações as visuais dos morros já se restringem às v isuais através dos eixos do sistema viário, uma vez que n os lotes, a verticalização já praticamente obstrui u diversas visuais nos morros, como no caso do Morro do Guajurú a partir da Avenida Saturnino de Brito . Instituto_Polis1 Figura 89. Visuais no entorno do Morro do Guajurú Fonte:, PDU, 2006. No caso do Morro do Itapenambi e Morro do Alto do Suá11, a visual através da Avenida Desembargador d os Santos Neves explicita a possibilidade de preserva ção da paisagem nestes eixos viários. Neste caso, estão definidos critérios diferentes para cada lado da v ia, trata-se de uma ZAR 2, que incorpora os parâme tros da zona restrita do lado direito, mas do lado esquerd o não define altura. Caso a Avenida seja totalment e ocupada com os parâmetros previstos, prejudicará a visual do Morro do Suá. A ampliação do recuo e definição de um limite de altura máxima pode contri buir para sua preservação. 11 O Morro do Alto do Suá nã consta na relação dos elementos naturais a serem preservados. Essa list a incluiu apenas os elementos que não estão ocupados e que também têm alguma restrição ambiental do ti po Parque, reserva, etc. No entanto, entendemos que é uma importante referência visual do município. Instituto_Polis1 Gabarito/altura Foto: PMV Avenida dos Santos Neves Morro Alto do Suá Sem limite de altura na ZAR 2 (ZOP 1/05) 15m ou 5 pavimentos Morro Itapenambi Figura 90. Visuais no entorno do Morro de Itapenamb i e Morro do Suá A visual do morro de Jesus de Nazaré é outro exemp lo de visual existente através da Avenida João Bat ista Parra que, caso se concretize o zoneamento vigente , perderá esta referência paisagística, pois a lim itação de seu entorno se restringe a poucas quadras. Na p rática não há limitação de gabarito na ZOP 2/04, u ma vez que não interfere na visual do convento da Penh a. Instituto_Polis1 Morro de Jesus de NazaréAv. João Batista ParraZOP 3 –12mZOP 2/04 –Anexo 13 (em função do convento da Penha) ou sem limite de gabarito10 pavimentos ou 30 metros (ZOC 2 /06 Figura 91. Visuais do Morro de Jesus de Nazaré Além dos morros inseridos na Malha urbana, o munic ípio possui pontos referenciais para todo o municí pio, como a Pedra dos Olhos. A visual a partir da Aveni da Maruípe, cuja ocupação é bastante horizontal, a inda garante sua visualização de diversos pontos da reg ião. No entanto, o zoneamento de seu entorno não define gabarito máximo, que fica restrito ao defin ido no cone de aproximação do aeroporto. É preciso avançar nos estudos sobre os limites e possibilida des de verticalização destas áreas como forma de g arantir a preservação das visuais da Pedra dos Olhos. Caso a intensiva verticalização em curso em Bento Ferr eira se amplie e estenda para o interior do bairro, as visu ais poderão ser bastante comprometidas. Instituto_Polis1 Figura 92. Avenida Maruípe - Morro da Pedra dos Olh os Figura 93. Verticalização em Bento Ferreira e visua l do morro da Pedra dos Olhos Instituto_Polis1 7. HABITAÇÃO E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO HABITACIONAL EM VITÓRIA Assim como no processo de urbanização das principa is cidades brasileiras, o processo de urbanização da Região Metropolitana da Grande Vitória e, em Vitór ia em especial se deu de maneira desarticulada ent re as políticas de habitação e de desenvolvimento urbano e com fortes traços de exclusão da população de b aixa renda do acesso ao mercado formal de habitação. O modelo de desenvolvimento econômico implantado n o Brasil durante as décadas de 60 e 70 tiveram um forte impacto na conformação das cidades brasileir as. No final da década de 1960 também foram realizadas obras de ampliação do Aeroporto de Goia beiras, implantados o campus da Universidade Feder al e o primeiro conjunto habitacional do Banco Naciona l de Habitação – BNH e instalados grandes empreendimentos da indústria siderúrgica na Ponta do Tubarão, exigindo todo um novo conjunto de vias de acesso. Como resultado dessas intervenções, o antigo distr ito de Goiabeiras, onde moram as tradicionais paneleiras, foi incorporado à malha urbana, subdiv idido em bairros cortados pelas novas avenidas, alterando significativamente as relações dos morad ores com o ambiente local.12 Além disso, “a mudanç a da localização dos empregos fez surgir novos eixos e gerou a transformação da ocupação do território de modo a produzir o espraiamento da ocupação urbana com acentuadas discrepâncias em seu interior, sobretudo geradas pela pressão sobre as áreas ambi entalmente frágeis, única opção de moradia dos men os favorecidos” (JUNIOR, 2011). 12 IPHAN, Dossiê Iphan 3.Ofício das Peneleiras de G oiabeiras. Brasília, 2006, É também na década de 60 que se intensifica a ocup ação das encostas do maciço central do município d e Vitória. A área da cidade é complementada com os a terros de Bento Ferreira. Surgem os bairros Barro Vermelho, Santa Lúcia, Bomba e na Rodovia Serafim Derenzi, o bairro Comdusa, cujos moradores eram provenientes de uma ocupação no terreno da atual Ro doviária. Na década de 1970, as estratégias nacionais impleme ntadas a partir dos Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND) tinham como meta o fomento d as atividades industriais e grandes investimentos que modificaram profundamente a estrutura socioeco nômica e territorial do estado do Espírito Santo, levando um grande contingente populacional para a área hoje conhecida como Região Metropolitana de Vitória (MOREIRA, 2004). Instituto_Polis1 Os grandes projetos industriais (Companhia Vale do Rio Doce, Companhia Siderúrgica de Tubarão, Aracr uz Celulose, Samarco Mineração) que foram implantados tanto no litoral do estado como na capital, imprimiram uma forte concentração da riqueza. A partir da década de 80 há uma intensificação nas ocupações ao longo da Rodovia Serafim Derenzi bairros Nova Palestina, Resistência, Redenção, Agl omerado São Pedro, Grande Vitória, Estrelinha, Inhanguetá e Nossa Senhora Aparecida de modo que a mancha urbana configura uma espécie de anel em torno do Maciço Central. Assim, verifica-se que a mancha urbana estende-se em todas as direções e at inge todos os limites do município formando vazios apen as nas áreas de difícil acesso e hoje protegidas p or legislação especifica como: Maciço Central, os top os rochosos dos morros, dos mangues do Lameirão e da área do aeroporto. O período entre a década de 90 e inicio dos anos 2 000 é caracterizado pela urbanização e adensamento dos bairros e pela intervenção, através do Projeto Ter ra Mais Igual, em áreas de interesse social. Nesse período ocorrem também algumas intervenções viárias – ampli ação da Av. Fernando Ferrari- e início da reurbanização da Orla de Camburi, bem como de um i ntenso processo de renovação urbana na área compreendida entre Bento Ferreira e Jardim Camburi A RMGV possui uma área de 2.307 Km2, com população de 1,7 milhões de habitantes (Censo-IBGE, 2010) e concentra cerca de 60% do PIB e quase a metade da população estadual em apenas 5% de seu território. Os dados auxiliam a compreensão dos efeitos perver sos da conurbação dos quatro principais municípios que formam a Grande Vitória no que se refere ao ac esso à moradia na região. A valorização do solo ur bano, ocorrida a partir dos grandes empreendimentos indu striais, de comércio e de serviços, dificultou o a cesso da população de baixa renda às áreas mais infraest ruturadas do município. (POLIS, 201413) 13 INSTITUTO POLIS. Plano de Ação Vitória Sustentá vel (ICES – Vitória). Relatório de Diagnóstico. Sã o Paulo, 2014. Segundo o relatório do ICES Vitória, a falta de of erta de terrenos devido à reduzida dimensão do ter ritório associada à densa ocupação e à atuação do mercado imobiliário resulta em escassez de terrenos com preços compatíveis com a habitação de interesse so cial. As características naturais do município de Vitória também impõem limites para a ocupação e a regulari zação da maioria dos bairros de menor renda. Assim , a escassez de terrenos e a valorização imobiliária têm provocado a valorização dos empreendimentos habitacionais, principalmente aqueles destinados à habitação de interesse social na capital. Dessa f orma a Instituto_Polis1 produção habitacional para as faixas de menor rend a está sendo realizada em Cariacica e nos outros municípios da RMGV. Isto indica que o município de Vitória apresenta d ificuldades de produzir habitações para as família s de baixa renda em escala suficiente para atender à de manda interna por moradia. Assim, os demais municípios da Região Metropolitana têm absorvido, ainda que de modo precário, parte da demanda habitacional de Vitória. Portanto, a questão habit acional não se restringe aos limites municipais e afeta a RMV como um todo (POLIS, 2014). 7.1. Inadequação Habitacional A metodologia da Fundação João Pinheiro é consider ada referência entre os estudiosos da questão habitacional e adotada oficialmente pelo governo f ederal e se utiliza das bases de dados de pesquisa s domiciliares produzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através do Censo Demográfico e da Pesquisa Nacional por Amostra de D omicílios (Pnad). A Fundação João Pinheiro dimensiona a inadequação h abitacional a partir de três componentes: infraestrutura urbana, presença de sanitário exclu sivo e adensamento excessivo de domicílios próprio s. O componente de infraestrutura identifica a existê ncia dos seguintes serviços básicos no domicílio: iluminação elétrica, abastecimento de água, esgota mento sanitário e coleta de lixo. Se o domicílio é carente de um ou mais componentes ele é enquadrado como inadequado. A presença de banheiro exclusivo indica se o domic ílio possui banheiro próprio. A categoria de adensamento excessivo de domicílios próprios enten de como inadequados os domicílios cuja densidade d e moradores por dormitório é superior a três. Ressaltamos que os critérios adotados não podem se r somados como se fossem componentes isolados pois um domicílio considerado inadequado pode ser simul taneamente afetado por mais de um tipo de inadequação. Isto é, um domicílio sem banheiro e s em rede de esgoto, por exemplo, será contabilizado em cada um dos componentes. Assim, se estes componente s forem somados acarretarão em múltipla contagem de um mesmo domicílio. Instituto_Polis1 Tabela 16. Ranking das 10 capitais com os índices mais baixos de inadequação habitacional do país em 2010. Posição Unidade Territorial Inadequação de domicílios urbanos (pelo menos um componente) Total Relativo 1° Vitória 4.077,48 3,76% 2° Curitiba 24.883,96 4,32% 3° Belo Horizonte 41.246,20 5,41% 4° Porto Alegre 37.393,97 7,36% 5° São Paulo 334.042,47 9,42% 6° Rio de Janeiro 213.833,30 9,97% 7° Brasília 85.694,92 11,41% 8° Salvador 110.046,67 12,82% 9° Florianópolis 19.558,15 13,76% 10° Aracaju 24.017,78 14,16% Fonte: Fundação João Pinheiro, 2013. Dentre as capitais brasileiras, o município de Vit ória apresenta os menores índices de inadequação habitacional tanto em termos absolutos como em ter mos relativos. Para analisarmos a composição do déficit por inadequação do município de Vitória, i remos compará-la à dos demais municípios da Região Metropolitana conforme mostra a tabela seguir. Instituto_Polis1 Tabela 17. Índices de inadequação habitacional dos municípios da Região Metropolitana de Vitória em 2010. Município 1 ou mais componentes Infraestrutura ( 1 ou mais componentes) Abastecimento de água Esgotamento sanitário Iluminação elétrica Destino do lixo Banheiro exclusivo Adensamento em domicílios próprios Vitória 3,76% 2% 0,00% 0,82% 0,32% 0,09% 0,46% 1,63% Vila Velha 13,67% 12% 0,02% 11,65% 0,37% 0,50% 0,36% 1,70% Serra 17,28% 15% 0,05% 12,05% 0,66% 1,28% 0,62% 2,77% Cariacica 22,55% 20% 0,07% 16,61% 0,80% 4,91% 0,69% 3,20% Viana 30,33% 29% 0,20% 24,35% 0,67% 6,17% 0,54% 3,51% Guarapari 33,90% 32% 0,18% 29,98% 1,06% 2,55% 0,68% 2,97% Fundão 51,82% 51% 0 50,72% 0,49% 1,92% 0,46% 1,91% Fonte: Fundação João Pinheiro, 2013. Ao analisarmos a Inadequação habitacional nos muni cípios da Região Metropolitana percebemos que Vitória tem uma posição diferenciada tanto por apr esentar um índice de inadequação significativament e menor que os municípios vizinhos, quanto pela comp osição da inadequação. Enquanto em Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana o componente ‘Esgotamento Sanitário’ corresponde ao maior fator de inadequação, respectivamente 11,65%, 12,05%, 16,01 % e 24,35%, em Vitória este componente atinge 0,82% dos domicílios. Na capital da RMV, o compone nte ‘adensamento em domicílios próprios’ é o fator predominante com 1,63% dos domicílios considerados inadequados. Para uma análise mais apurada a respeito do acesso às infraestruturas e serviços urbanos, faremos um a breve análise dos setores censitários que estão in seridos em áreas demarcadas como Zonas Especiais d e Interesse Social e/ou como poligonais do Programa T erra Mais Igual14. 14 O Programa Terra Mais Igual demarcou 15 poligon ais do Município de Vitória onde estão localizadas famílias com renda de até 5 salários mínimos. Instituto_Polis1 Tabela 18. Serviços de Saneamento em ZEIS ou Poligo nais Terra Poligonal Terra Mais Igual/ ZEIS % Dos Domicílios Em ZEIS / Terra % Dos Domicílios De Vitória % Médio De Domicílios Atendidos Com Serviços de Água Serviços de Esgoto Serviços de Lixo Poligonal 1 29,78 8,58 98,32 89,69 98,45 Poligonal 2 6,9 1,98 99,83 96,62 99,73 Poligonal 3 4,52 1,3 98,75 97,07 98,88 Poligonal 4 1,57 0,45 95,88 94,45 95,88 Poligonal 5 1,53 0,45 99,72 96,97 98,62 Poligonal 6 0,91 0,26 100,00 99,60 100,00 Poligonal 7 10,46 3,02 99,65 93,97 99,53 Poligonal 8 9,48 2,73 98,62 97,51 98,60 Poligonal 9 5,92 1,71 99,67 97,78 99,24 Poligonal 10 8,68 2,5 99,27 95,68 99,81 Poligonal 11 8,43 2,43 99,93 99,46 99,91 Poligonal 12 2,95 0,85 99,52 89,84 99,93 Poligonal 13 2,19 0,63 99,84 99,04 100,00 Poligonal 14 5,15 1,48 99,74 98,94 99,38 Poligonal 15 1,55 0,45 99,19 98,98 99,19 Fonte: SEHAB – Vitória. Elaboração: Instituto Pólis Nota-se pela tabela acima que os índices de atendi mento dos serviços de abastecimento de água, colet a de esgoto e de lixo apresentam índices elevados, incl usive nas poligonais do Programa Terra Mais Igual. Quase todas as poligonais apresentam índices de atendime nto superiores a 90% em todos os itens, apenas as poligonais 1 e 12 apresentam índices inferiores a 90% e apenas para o item ‘serviço de esgoto’. A poligonal 1, que tem 29,78% dos seu domicílios d emarcados como ZEIS e que abriga 8,58% dos total d e domicílios de Vitória, é o que apresenta os menore s índices de acesso às infraestruturas e serviços urbanos. A situação mais fragilizada é a do serviço de esgo to que apresenta índice de 89,69% dos domicílios atendidos seguido pelo serviço de água que abrange 98,32% dos domicílios e o de lixo que atende a 95,45%. A poligonal 12 possui 2,95% dos seus domicílios de marcados como ZEIS e abriga 0,85% dos domicílios d e Vitória. Assim como na poligonal 1, a situação mai s fragilizada da poligonal 12 é a do serviço de es goto que apresenta índice de 89,94% dos domicílios atendido s seguido pelo serviço de água que abrange 99,52% dos domicílios e o de lixo que atende a 99,93%. Instituto_Polis1 O processo de urbanização das áreas precárias de V itória e o intenso investimento na implementação d e infraestrutura básica nestes territórios contribuí ram para este cenário. No entanto, embora de acord o com os dados da FJP, o município apresente pouca inade quação, isto não significa que estas áreas não apresentem precariedades que devam ser objeto de a tenção. A alta densidade populacional destas áreas , a precariedade de suas moradias, bem como a implemen tação em áreas de alta declive resultam em uma urbanização com baixa qualidade urbanística e ambie ntal. O Censo de 2010 introduziu em sua pesquisa uma aná lise do entorno que verificou a existência dos seguintes componentes no entorno dos domicílios: i dentificação do logradouro, Iluminação Pública, Pavimentação, Calçada, Meio-fio/guia, bueiro/boca de lobo, Rampa para cadeirante, Arborização, Esgot o a céu aberto e Lixo acumulado nos logradouros. O CEN SO 2010 considerou como entorno a face e, em alguns casos também a face confrontante, dos domic ílios pesquisados. Estas informações trazem outra dimensão da inadequação habitacional que não está computada pelos critérios estabelecidos pela Fundação João Pinheiro e que são importantes para identificar as precariedades no município de Vitór ia. Trata-se de um levantamento originado de observaçã o direta sobre as características urbanísticas do entorno dos domicílios. O objetivo da pesquisa é f ornecer um quadro de informações, em nível municip al, sobre as características dos logradouros onde se l ocalizam os domicílios urbanos no País. As informa ções pesquisadas referem-se a segmentos de logradouros, as faces de quadra, onde se localizam os domicíli os pesquisados. No entanto, é preciso ressaltar que a pesquisa tem escopo limitado dada a impossibilida de de realizá-la em áreas onde não havia face de quadra, pois isso impedia sua associação com os domicílio s. Portanto, nas áreas de aglomerados subnormais, a p esquisa só foi realizada nos locais onde eram identificadas face de quadras nos logradouros. Des ta forma, as áreas onde estão delimitadas ZEIS, em bora apresentem dados, não devem ser consideradas total mente, pois a urbanização de Vitória, nestas áreas , se dá em terrenos de altos aclives, em que em muitas situações não é possível identificar quadras ou fa ces de quadras. (IBGE, 2010) 15 15 IBGE, Censo 2010. Características urbanísticas do entorno dos domicílios. Rio de Janeiro, 2010; Assim, a tabela a seguir (tabela 19) mostra que o componente ‘rampa para cadeirante’ é o item com ma ior índice de inexistência no entorno dos domicílios ( 79,95%), seguido pelo item ‘arborização’ (34,45%) e ‘calçada’ (16,59%). Instituto_Polis1 Tabela 19. Índices de características do Entorno no Município de Vitória em 2010. Características do entorno Existência de características do entorno em domicíl ios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento regular Total Existe % Não existe % Sem declaração % Identificação do logradouro 101.045 91.286 90,34% 9.566 9,47% 193 0,19% Iluminação pública 101.045 100.440 99,40% 412 0,41% 193 0,19% Pavimentação 101.045 100.018 98,98% 834 0,83% 193 0,19% Calçada 101.045 84.087 83,22% 16.765 16,59% 193 0,19% Meio-fio/guia 101.045 90.630 89,69% 10.222 10,12% 193 0,19% Bueiro/boca de lobo 101.045 90.768 89,83% 10.084 9,98% 193 0,19% Rampa para cadeirante 101.045 20.066 19,86% 80.786 79,95% 193 0,19% Arborização 101.045 66.046 65,36% 34.806 34,45% 193 0,19% Esgoto a céu aberto 101.045 472 0,47% 100.380 99,34% 193 0,19% Lixo acumulado nos logradouros 101.045 827 0,82% 100.025 98,99% 193 0,19% Fonte: IBGE, 2010. É importante destacar que, de forma geral, as cond ições médias de infraestrutura da cidade são basta nte elevadas inclusive em áreas majoritariamente ocupa das pela população de baixa renda. Entretanto, segundo Plano Local de Habitação de Interesse Soci al (PLHIS) realizado em 2009, as diferenças entre as diversas regiões ocorrem mais em função de qualida de, frequência e padrões de atendimento diferencia do do que da existência de equipamentos e serviços. Os mapas a seguir espacializam os componentes da c aracterística do entorno dos domicílios levantados pelo CENSO 2010. Através destes mapas as diferença s da qualidade do entorno tornam-se evidentes. Instituto_Polis1 Figura 94. Mapa de Entorno dos domicílios com arbo rização ao longo da calçada e/ou canteiro central (2010) Instituto_Polis1 Figura 95. Mapa de Entorno dos domicílios com calça da/ passeio (2010) A análise dos mapas permite concluir que as áreas das regionais 5 e 9, que abrigam famílias com maio r renda, possuem maior qualidade urbanística, uma ve z apresentarem índices expressivamente maiores de arborização e de calçadas no entorno dos domicílio s. Já as regionais 2 e 7, que abrigam um número expressivo de famílias de baixa renda, são as regi onais que apresentam o menor índice de arborização e de calçadas no entorno dos seus domicílios. 7.2. Irregularidade Fundiária A questão da irregularidade fundiária extrapola o universo dos assentamentos subnormais. O município de Vitória possui um problema em relação à questão da documentação de propriedade de loteamentos, tendo em vista que muitos bairros não possuem loteamento s aprovados. Nesses casos, além da irregularidade do terreno, há também a irregularidade edilícia. Instituto_Polis1 A saída encontrada pelo Município para esta questã o é a utilização do Decreto 15.949/2014 que regulamentou o Código de Edificações no tocante à posse de terreno, nos casos de impossibilidade de apresentação ou inexistência de documento de propri edade.. O Mapa abaixo espacializa o problema da irregulari dade fundiária no Município e foi produzido segund o informações levantadas junto à Secretaria Municipa l de Habitação (SEHAB). Nele é possível notar que a irregularidade fundiária atinge parte significativ a do território municipal dos quais, para além das áreas inseridas em ZEIS ou em poligonais do Projeto Terra Mais Igual (34% do território) Figura 96. Mapa de Áreas com Irregularidade Fundiár ia no Município de Vitória 7.3. Áreas de Risco O Plano Municipal de Redução de Risco (PMRR) foi e laborado em 2008 e considerou quatro escalas para a probabilidade de risco. As áreas mapeadas como R1 são aquelas identificadas como risco baixo, as Instituto_Polis1 mapeadas como R2 são identificadas como risco médi o, as R3 como risco alto e as R4 como risco muito alto. Em Vitória identificas apenas áreas identific adas como R2, R3 e R4. Segundo o PMRR, as áreas de risco R2 são aquelas d e média potencialidade para o desenvolvimento de processos geodinâmicos. Nelas há alguma evidência de instabilidade mas, se mantidas as condições existentes, há baixa possibilidade de ocorrência d e eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas. Assim, são necessárias par a estas áreas medidas mitigatórias e sistemas simp les de monitoramento e, eventualmente, remoções pontuais. As áreas de risco R3 são aquelas que apresentam al ta potencialidade para o desenvolvimento de proces sos geodinâmicos com significativas evidências de inst abilidade, mas que ainda é possível monitorar a ev olução do processo. Se mantidas as condições existentes, é perfeitamente possível a ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas. Deste modo, estas áreas demandam uma complexidade maior no sistema de monitoramento. A resolução do problema exige medidas mitigatórias e , eventualmente, podem demandar remoções pontuais. As áreas de risco R4 são aquelas que apresentam gr ande potencialidade para o desenvolvimento de processos geodinâmicos. As evidências de instabili dade são expressivas. A condição é crítica e é imp ossível monitorar a evolução do processo. Assim, se mantid as as condições existentes, é muito provável a ocorrência de eventos destrutivos durante episódio s de chuvas intensas e prolongadas. Para estas áre as é recomendável a remoção total das famílias. O PMRR identificou 137 áreas de risco no Município de Vitória. Destas 137 áreas, 40 foram considerad as com grau de risco R2, 81 áreas com risco R3 e 16 á reas com risco R4. Nestas áreas foram identificada s que, ao todo, 149 edificações devem ser removidas por e starem bastante fragilizadas. É importante notar q ue parte significativa destas áreas de risco encontra -se inseridas na Área de Proteção Ambiental do Mac iço Central conforme mostra o mapa a seguir: Instituto_Polis1 Figura 97. Mapa de Áreas de Risco no Município de V itória A análise do mapa permite notar que há uma predomi nância das áreas de risco ao redor do maciço centr al, especialmente nas regiões administrativas 1 e 3 qu e concentram a maior parte das 137 identificadas p elo PMRR. 7.4. Déficit Habitacional Como já foi dito anteriormente neste relatório, o Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHI S) do Município de Vitória foi realizado em 2009. O PLHI S caracterizou o Déficit Habitacional a partir das informações dos domicílios inseridos em áreas dema rcadas como ZEIS. Estas informações foram levantad as a partir dos dados dos Censos de 1991 e 2000 e do Cadastro Imobiliário da Secretaria Municipal da Fa zenda e foram sistematizadas a partir dos critérios da Fu ndação João Pinheiro. Em 2009 havia 45 áreas demarcadas como ZEIS, sendo 19 classificadas na categoria ZEIS 1, 17 na categ oria 2 e 9 (nove) na categoria de ZEIS 3. A maior parte delas estava distribuída em praticamente todo o e ntorno Instituto_Polis1 da Área de Proteção Ambiental do Maciço Central e em alguns focos de Jesus de Nazareth, Praia do Suá e Maria Ortiz. No território das ZEIS encontravam-se 21,09% dos imóveis de Vitória, 39,66% da populaçã o municipal e 46,87% dos responsáveis pelos domicílio s particulares do município. A Fundação João Pinheiro caracteriza o déficit hab itacional a partir dos seguintes critérios: Domicí lios Rústicos, Improvisados, Coabitação e Ônus Excessiv o com o Aluguel. Além destes itens, o PLHIS caracterizou também a Demanda Demográfica projetad a para o período de vigência do Plano e fez alguns ajustes metodológicos para que os conceitos se ade quassem à realidade Vitória. Assim, o PLHIS defini u estes conceitos da seguinte forma: Domicílios Rústicos: Foram considerados os domicí lios particulares residenciais de madeira, adobe ou taipa de uso próprio. No caso de domicílios loc alizados em áreas de alto risco ou de preservação ambiental, há a necessidade de se repor a unidade e m outra área. Domicílios Improvisados: Foram considerados como d omicílio improvisado, todos os domicílios particulares residenciais de uso cedido, segundo t ipo de estrutura da unidade. No caso desses domicí lios estarem situados em áreas de risco ou de preservaç ão ambiental, independente do tipo de estrutura da unidade habitacional, a mesma deverá ser ofertada em outro local. Os domicílios localizados fora das áreas de risco e de preservação, quando se tratar de uni dades de alvenaria ou concreto, caberá ao municípi o a avaliação da situação do imóvel quanto a sua quali dade e, viabilizar, diretamente ou não, a sua comp ra pela família que o utiliza, podendo, inclusive, us ar um mix de carta de crédito ou compra diretament e pelo município e repasse da unidade à família e, ainda, se necessário, complementado por programa de melhoria do mesmo. No caso de imóveis de estrutura de madeira, adobe ou taipa cedidos, caberá ao município a compra do terreno com vistas à reconst rução do imóvel em condições de habitabilidade com a finalidade de repasse à família cessionária. Coabitação: a coabitação familiar compreende a soma das famílias conviventes secundárias que vivem junto a outra família em um mesmo domicílio e das que vivem em cômodos – exceto os cedidos por empregador. As famílias conviventes secundárias sã o constituídas por, no mínimo, duas pessoas ligada s por laço de parentesco, dependência doméstica ou norma s de convivência que residem no mesmo domicílio com outra família denominada principal. Para estim ativa do cálculo dessa variável, uma vez que não h á informações locais disponíveis, foi adotado o perc entual de 2,2%, que em 2000 representava o total d e domicílios particulares coabitados nas ZEIS na fai xa de renda de 0 (zero) a 3 (três) salários mínimo s em relação ao total dos domicílios particulares existe ntes em Vitória, naquele ano. Instituto_Polis1 Ônus Excessivo com Aluguel: O ônus excessivo com al uguel corresponde ao número de famílias com renda familiar de até três salários mínimos, q ue moram em casa ou apartamento (domicílios duráve is) e que despendem mais de 30% de sua renda com alugue l. Considerando a não existência dessa informação na base de dados adotada, e que 85,05% dos responsáve is pelos domicílios particulares localizados nas ZEIS estão enquadrados como sem rendimento e na faixa de 0 até 3 salários mínimos e, com o intuito de apurar o déficit por incremento de habitação sem superpos ição, adotou-se a substituição da variável ônus excessiv o com aluguel pelos domicílios particulares reside nciais alugados. No caso desses domicílios estarem situados em área s de risco ou de preservação ambiental, independen te do tipo de estrutura da unidade habitacional, a me sma deverá ser ofertada em outro local. Os domicíl ios localizados fora das áreas de risco e de preservaç ão, quando se tratar de unidades de alvenaria ou concreto, caberá ao município a avaliação da situa ção do imóvel quanto a sua qualidade e, viabilizar , diretamente ou não, a sua compra pela família que o utiliza, podendo, inclusive, usar um mix de Cart a de Crédito ou compra diretamente pelo município e rep asse da unidade à família e, ainda, se necessário, complementado por programa de melhoria do mesmo. N o caso de imóveis de estrutura de madeira, adobe ou taipa cedidos, caberá ao município a compra do terreno com vistas à reconstrução do imóvel em condições de habitabilidade com a finalidade de rep asse à família cessionária. Demanda Demográfica: constitui-se da necessidade d e construção de novas unidades habitacionais para atendimento às novas famílias que venham a se formar no futuro. Como foi dito anteriormente, o PLHIS elaborou algu ns ajustes metodológicos de modo que estes conceit os foram agrupados em 2 grupos distintos: o grupo de reposição do estoque, composto pelos domicílios rústicos, e o incremento do estoque habitacional c omposto pelas variáveis domicílios improvisados, coabitação familiar, ônus excessivo com aluguel e a demanda demográfica. A tabela abaixo identifica o déficit habitacional de cada grupo: Instituto_Polis1 Tabela 20. Composição do Déficit Habitacional segun do o PLHIS. DÉFICIT HABITACIONAL EM VITÓRIA SEGUNDO O PLHIS COMPOSIÇÃO DO DÉFICT Nº DE DOMICÍLIOS Reposição do Estoque Domicílios Rústicos 4.808 Incremento do Estoque Domicílios Alugados 1.786 Domicílios Improvisados (Cedidos) 1.391 Coabitação 849 Demanda Demográfica 808 TOTAL 9.642 Fonte: PLHIS,2009. Elaboração: Instituto Pólis A partir destes dados o PLHIS faz alguns estudos a respeito dos custos necessários para atender ao D éficit bem como define uma série de programas para o enfr entamento do problema. No entanto, apesar do PLHIS realizar uma detalhada descrição dos program as habitacionais e definir as metas e o custo, não ha uma definição territorial de atendimento do défici t por falta de moradia. Os programas a seguir abra nge a totalidade dos déficit, mas a necessidade de estoq ue de terras para atendimento das demandas existen tes e futuras não é clara. Dentre os dados disponíveis a respeito do Déficit Habitacional de Vitória , o mais atualizado é o es tudo publicado em novembro de 2013 pela Fundação João P inheiro com base nos dados do CENSO 2010. É importante destacar que, por se tratarem de dados do CENSO, muitas vezes os dados do FJP acabam por subdimensionar os números do déficit habitacional dos municípios. Portanto, para que o município ten ha dados mais precisos sobre as características e com posições do Déficit Habitacional, é fundamental qu e o PLHIS seja revisado. Instituto_Polis1 Tabela 21. Composição do Déficit Habitacional segun do a Fundação João Pinheiro, 2010. Déficit Habitacional em 2010 segundo a FJP Município Domicílios particulares permanentes Total Domicílios Precários* Total Coabitação Familiar Total Coabitação Familiar Total Relativo Déficit Habitacional Domicílios Vagos Total Total Absoluto Total Relativo Cariacica 107.825,90 1.400,82 4.509,44 4,18 10.314,00 9,57 10.915,00 Serra 124.991,20 1.256,20 6.285,15 5,03 16.117,81 12,90 15.291,00 Viana 18.893,03 368,93 833,80 4,41 1.881,66 9,96 2.661,00 Vila Velha 134.417,39 1.265,62 5.443,61 4,05 15.017,81 11,17 17.178,00 Vitória 108.464,90 549,23 4.462,41 4,11 10.555,53 9,73 11.779,00 TOTAL 494.592,43 4.840,80 21.534,42 21,79 53.886,81 10,9% 57.824,00 * Domicílios Precários = Dom. Improvisados + Domicí lios Rústicos * Coabitação = Famílias conviventes + Cômodos É importante notar que o número de domicílios vago s é superior ao déficit habitacional do Município. Portanto, a reconversão dos domicílios vagos em Ha bitações de Interesse Social, especialmente aquele s domicílios inseridos em áreas dotadas de infraestr utura, é uma alternativa que precisa ser considera da ainda que uma parte destes domicílios vagos não po ssam ser reconvertidos, seja porque estão vazios temporariamente à espera de um inquilino ou compra dor, seja porque, de fato, não teriam condições pa ra a reconversão em HIS. 7.5. Vazios Urbanos Fizemos uma breve análise dos lotes vazios de Vitó ria. Para tanto, inicialmente identificamos todos os lotes vazios superiores a 1.000 m². A partir deste levant amento excluímos todos aqueles que tinham equipamentos públicos, que abrigam parques ou que estão em áreas de proteção ambiental. O mapa abaixo especializa os lotes vazios encontrados segu ndo os critérios supracitados: Instituto_Polis1 Figura 98. Mapa de Lotes vazios e superiores a 1.00 0m² em Vitória. Nota-se que há uma predominância dos lotes vazios de até 5 mil metros quadrados nas regionais 3 e 5. Os lotes superiores a 5 mil metros quadrados são pouc os e concentram-se nas Regiões Administrativas 2 e 6. Portanto, é necessário que a Política de Provisão H abitacional seja direcionada a pequenos empreendimentos pulverizados no Município, não só p orque promover uma melhor interação e distribuição social, como também é a solução mais adequada dada a organização do estoque de terras livres do Município. As áreas em verde são os vazios inseridos em áreas de proteção ambiental e que portanto não podem se r considerados como áreas de provisão. Tendo em vista as características habitacionais id entificadas neste relatório, podemos apontar algun s desafios a serem enfrentados pela Política Municipa l de Habitação em Vitória, quais sejam: 1) A resolução das famílias residentes em áreas de risco dando preferência, sempre que possível, à mitigação dos riscos evitando assim remoções desnec essárias ; Instituto_Polis1 2) Diversificar a oferta habitacional no Município tendo em vista, em especial, as famílias de baixa renda; 3) A regularização fundiária priorizando as áreas d e baixa renda; 4) Ampliar o acesso às infraestruturas especialment e de esgotamento sanitário; 5) Estabelecer parcerias com os municípios da Regi ão Metropolitana de modo a promover programas adequados às famílias de baixa renda; 6) Implementar e aplicar os instrumentos cabíveis que assegurem um estoque de terras para a provisão de habitações de interesse social; e 7) Utilizar os imóveis vazios para habitações de i nteresse social em alternativas como o aluguel soc ial. 7.6. Política Habitacional Para avaliar a Política Habitacional vigente no Mu nicípio de Vitória analisaremos, em ordem cronológ ica, 3 instrumentos que definem diretrizes, objetivos, aç ões e programas que estruturantes para o Município , quais sejam: a Lei Municipal 5.823/2002 que estabe lece diretrizes e normas para Política Municipal d e habitação, a Lei 6.705/2006 que institui o Plano D iretor Urbano vigente e o Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS) de 2009. POLÍTICA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO A lei 5.823/2002 estabelece as diretrizes e normas da Política Municipal de Habitação - PMH, transfo rma a Secretaria Especial de Habitação em Secretaria Mun icipal de Habitação, cria o Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social - CMHIS, o Fundo Mun icipal de Habitação de Interesse Social - FMHIS, r egula as formas de acesso à moradia e institui o Sistema Municipal de Informações Habitacionais - SMIH. Além das diretrizes e normas, esta lei define algu ns conceitos importantes que orientam esta Polític a, dentre estas definições destacamos: o conceito de famílias de baixa renda, de habitação de interesse social, de áreas de interesse social, de ocupações de inte resse social e de assentamento subnormal. A lei define que se enquadram como famílias de bai xa renda aquelas que não conseguem arcar, total ou parcialmente, com os custos de quaisquer formas de acesso a habitação a preços de mercado devido à s ua situação socioeconômica; que habitação de interess e social são habitações urbanas, novas ou usadas, destinadas à famílias de baixa renda cujos terreno s são dotados de infraestrutura e serviços urbanos ; que áreas de interesse social são aquelas originadas p or ocupação espontânea ou por lotes irregulares ou clandestinos que apresentam condições precárias de moradia; que áreas de Ocupação de Interesse Socia l são aquelas destinadas à produção de habitação de Interesse Social e que possuem normas próprias de uso Instituto_Polis1 e ocupação do solo; e que assentamento subnormal s ão aqueles localizados em áreas carente de serviço s públicos essenciais, inclusive em área de risco ou legalmente protegida de modo irregular, construíd os de modo desordenado e denso e que estão localizados e m terrenos com irregularidades fundiárias, isto é, ocupados em propriedade alheia, pública ou particu lar (favela, mocambo, palafita e assemelhados). Dentre as diretrizes estabelecidas destacamos: pro mover o acesso à terra e à moradia digna aos habit antes da cidade, com a melhoria das condições de habitab ilidade; assegurar políticas fundiárias que garant am o cumprimento da função social da terra urbana; promo ver processos democráticos na formulação, implementação e controle dos recursos da política habitacional; assegurar a vinculação da política habitacional com as demais políticas públicas, com ênfase às sociais, de geração de renda, de educaç ão ambiental e de desenvolvimento urbano e estimular a participação da iniciativa privada na promoção e execução de projetos compatíveis com as diretrizes e objetivos da Política Municipal de Habitação. Dentre os objetivos definidos por esta lei destaca m-se: a produção de lotes urbanizados e de novas habitações com vistas à redução progressiva do déf icit habitacional e ao atendimento da demanda gera da pela constituição de novas famílias; a melhoria da s condições de habitabilidade das habitações exist entes; a diversificação das formas de acesso à habitação pa ra possibilitar a inclusão, entre os beneficiários dos projetos habitacionais, das famílias impossibilita das de pagar os custos de mercado dos serviços de moradia; urbanizar as áreas com assentamentos subn ormais, inserindo-as no contexto da cidade; reassentar moradores de áreas impróprias ao uso ha bitacional e em situação de risco, recuperando o ambiente degradado; e promover e viabilizar a regu larização fundiária e urbanística de assentamentos subnormais e de parcelamentos clandestinos e irreg ulares atendendo a padrões adequados de preservaçã o ambiental de qualidade urbana. Um dado interessante é que esta lei compreende que as famílias apresentam diferentes graus de dificuldades de acesso à moradia e, portanto, as d ivide em 3 grupos: famílias com grande dificuldade de acesso pois não tem capacidade alguma de pagamento pois estão localizadas abaixo da linha de pobreza ou em indigência (grupo 1); famílias com baixa capaci dade de pagamento, ou seja, aquelas que, excluindo -se as despesas de morar dignamente, possuem capacidad e para atender integralmente suas necessidades básicas (grupo 2); e famílias com capacidade reduz ida de poupança, ou seja, aquelas que, além de atenderem suas necessidades básicas, são capazes d e integralizar uma pequena poupança (grupo 3). Embora as definições sejam adequadas, a Lei não def ine as faixas de renda de cada Grupo. Além destas definições, a Lei 5.823 criou cinco pr ogramas habitacionais para os Municípios: O Bolsa Moradia, o Morar no Centro, o Programa Estrutural em área de Risco e o de Locação Social. Instituto_Polis1 O Programa Bolsa Moradia foi criado para assegurar moradia às pessoas ou famílias de baixa renda que foram desalojadas devido à catástrofe ou calamidad e pública; situações de risco geológico; situações de risco à salubridade; desocupação de áreas de inter esse ambiental; intervenções urbanas; e outras pre vistas em lei e regulamento. Para estas famílias o progra ma prevê o subsídio integral ou parcial, da locaçã o de um imóvel residencial pelo período mínimo de 1 ano O Programa Morar no Centro tem como objetivos cont ribuir para o repovoamento da área central, viabilizar moradia para a população de baixa renda , reabilitar edifícios desocupados para uso habita cional, e melhorar a qualidade de vida dos habitantes da ár ea central. O Programa Estrutural em Áreas de Risco visa a ass istência técnica e social às famílias moradoras de áreas de risco geológico efetivo, de caráter continuado, com o objetivo de diagnosticar, prevenir, control ar e eliminar situações de risco geológico, estruturando e revitalizando estas áreas. O Programa de Locação Social tem como objetivo amp liar as formas de acesso à moradia para população de baixa de renda cuja situação socioeconômica inv iabiliza a participação em programas de financiame nto para aquisição de imóveis. Assim, o programa visa a produção (ou aquisição) de um estoque público de moradia. Estas moradias serão locadas a preços sub sidiados, prioritariamente, às famílias cuja renda famílias seja de até 3 salários mínimos e que se e nquadrem nos seguintes seguimentos: pessoas acima de 60 anos; em situação de rua; portadoras de direito s especiais; e moradores em áreas de risco e de insalubridade. O Serviço de Assistência Técnica em Habitação de I nteresse Social que visa oferecer assessoria técni ca gratuita à população através da cooperação entre o Poder Público e as entidades cadastradas de acord o com alguns critérios: não ter fins lucrativos, ate nder à população de baixa renda, atuar de modo participativo em todas as etapas das intervenções e ter qualificação no âmbito do desenvolvimento de programas e projetos de HIS. A Lei 5.823 define ainda as diretrizes para a regu larização fundiária no Município e para a concessã o de subsídios. A Lei entende que a regularização fundi ária comporta dois níveis: (i) a regularização urb anística, isto é, a adequação dos padrões de parcelamento do s assentamentos existentes ou novos à legislação específica e aos padrões locais de qualidade urban a, e (ii) a regularização do domínio do imóvel, is to é, da propriedade da posse. Instituto_Polis1 No que se refere aos subsídios, a Lei entende que para viabilizar o acesso à habitação das famílias inscritas em programas e projetos habitacionais de interesse social, é necessário que o Município destine recu rsos orçamentários e extra orçamentários para subsidiar aquelas que, comprovadamente, não disponham de meios financeiros para pagar total ou parcialmente o custo de acesso à moradia. PLANO DIRETOR URBANO (LEI 6.705/2006) A Lei 6.705/2006 que institui o Plano Diretor Urba no vigente foi amplamente analisada no Relatório Analítico (Produto 2i) e portanto apresentaremos n este relatório uma análise sintetizada a respeito dos temas de Habitação e Regularização Fundiária. No que se refere à habitação, o Plano Diretor de V itória registra em seus princípios fundamentais o cumprimento da função social da cidade, e conseque ntemente, do cumprimento ao direito ao acesso à moradia digna. Essas diretrizes apontam essencialm ente para a redução das desigualdades e da segrega ção sócio espacial de modo a fazer cumprir o direito à cidade, isto é, o direito à terra urbanizada e à moradia digna. O objetivo geral que trata diretamente do acesso à moradia digna dispõe sobre a necessidade de ampli ação da oferta de áreas para a produção habitacional de interesse social com qualidade voltada aos segmen tos de menor renda. Embora não esteja presente nos obj etivos gerais, a necessidade de regularização fund iária e urbanização de assentamentos precários ocupados por população de baixa renda está inserida no conjunto de diretrizes da Política Urbana. Em relação às diretrizes especificas da Politica U rbana voltadas diretamente ao tema habitacional, o Plano Diretor aborda as diretrizes voltadas à Política d e Habitação a partir da descrição de diretrizes ge rais e também a partir da definição de diretrizes específi cas para a implantação de empreendimentos habitacionais de interesse social, a Política de R egularização Fundiária, definindo inclusive os ins trumentos para sua consecução, a Política de Terras Públicas e dos Terrenos de Marinha. Dentre as diretrizes da Política de Habitação dest acamos a democratização do acesso à terra e à mora dia digna com priorização das famílias de baixa renda, o fortalecimento dos processos democráticos de controle social da política habitacional, a divers ificação das formas de acesso à moradia de interes se social e a articulação entre a Política Habitacional e Fu ndiária garantindo o cumprimento da função social da terra urbana e forma a produzir lotes urbanizados e nova s habitações em locais adequados do ponto de vista urbanístico e ambiental, visando a redução do défic it habitacional. Instituto_Polis1 A definição de famílias de baixa renda, no PDU, é estabelecido para “a família que tiver renda famil iar menor que 5 (cinco) salários mínimos, até que seja regulamentado o padrão de consumo previsto na Lei nº 5.823, de 30 de dezembro de 2002.” (art. 16) Este corte de renda também é aplicado à praticamente to dos os programas direcionados moradia de interesse soc ial. A revisão destas faixas é fundamental para a determinação das estratégias e das políticas de ac esso à moradia no município. Programas de financiamento e subsídios, espacialmente em nível federal como o Programa Minha Casa Minha Vida, estruturam o acesso à moradia por outras faixas, s eparando, a população que efetivamente não consegu e acessar a moradia através do mercado mobiliário se m altos subsídios, como a faixa I do programa que vai até R$1.530,00 de renda familiar. Política de Regularização Fundiária no Plano Direto r Já a Política de Regularização Fundiária trata dos processos de intervenção pública sob os aspectos jurídicos, territoriais, culturais, econômicos e s ocioambientais, objetivando legalizar a permanênci a de populações em áreas urbanas ocupadas em desconform idade com a Lei, implicando em melhorias no ambiente urbano. São diretrizes da Política de Reg ularização Fundiária a garantia do direito à morad ia, a segurança jurídica da posse, a inclusão de program as de inclusão social, e a garantia da participaçã o da população beneficiada em todas as etapas do proces so de regularização fundiária, inclusive com a gar antia de realização de audiências públicas. Para os processos de regularização, o município de ve, segundo o plano, articular diversos agentes co mo o Ministério Público, Poder judiciário, Cartório de Registro de Imóveis, governos estadual e federal, visando garantir a gratuidade do primeiro registro dos títu los de cessão. O artigo 22 do Plano Diretor define modos como o u so da terra pode ser outorgado em consonância com os instrumentos previstos no Estatuto da Cidade e res tante da legislação civilista. Além disso, este me smo artigo, define outros instrumentos como a assistên cia técnica gratuita e as Zonas Especiais de Inter esse Social (ZEIS). O Plano Diretor atual dispõe de artigos que tratam especificamente da Política de Terras Públicas, c ujas diretrizes voltadas à questão da habitação são a p ossibilidade de uso para a implantação de habitaçã o de interesse social visando à redução do déficit habi tacional e a melhoria das condições de habitação, a promoção de regularização fundiária ocupada por po pulações de baixa renda e seu uso como áreas de reassentamento de famílias removidas por estarem e m situações de risco, em áreas de interesse ambien tal ou em áreas objeto de obras de urbanização. Instituto_Polis1 Por fim, o plano dedica três artigos específicos a rts. 31, 32 e 33 - que registram a maneira como po derão ser regularizados terrenos de marinha ocupados por famílias de baixa, média e alta renda, indicando os instrumentos passiveis de utilização. Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) O Plano Diretor define Zonas especiais de Interess e Social (ZEIS) como sendo porções do território o nde se deve promover a regularização e urbanística e fund iária dos assentamentos habitacionais de baixa ren da existentes e consolidados, e o desenvolvimento de programas habitacionais de interesse social nas ár eas não utilizadas ou subutilizadas. ZEIS 1 – áreas públicas ou particulares com assent amentos irregulares e/ou clandestinos ocupados pel a população de baixa renda, significativamente precá rios do ponto de vista urbanístico e habitacional, predominantemente localizados em encostas com altas declividades e topos de morros, com acessibilidade inadequada, riscos e demandas por s erviços urbanos e equipamentos comunitários; ZEIS 2 – áreas públicas ou particulares com assent amentos irregulares ou clandestinos ocupados por população de baixa renda, com atendimento parcial das demandas por infraestrutura, serviços urbanos e equipamentos comunitários; ZEIS 3 – imóveis públicos ou particulares edificad os ou não, não utilizados, dotados parcialmente de infraestrutura e serviços urbanos, necessários à i mplantação de EHIS, com respectivos equipamentos comunitários e urbanização complementar adequados, que serão objeto de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios. Pode-se dizer que os perímetros demarcados como ZE IS 1 são áreas de atendimento prioritário uma vez que além de estarem em áreas de risco, são mais pr ecários tanto do ponto de vista tanto do acesso às infraestruturas como da própria construção. A ZEIS 2 são aquelas áreas que, apesar de irregulares do ponto de vista jurídico apresentam algum grau de urbanid ade, ainda que este seja parcial. A ZEIS 3 são as áreas demarcadas para serem banco de terras para a provi são habitacional do município. É importante destac ar que o PDU entende que mesmo os imóveis edificados, mas que estão sem uso, podem configurar-se como um banco de terras para Empreendimentos de HIS. O Plano Diretor expressa a necessidade de elaboraç ão de um Plano de Desenvolvimento Local para cada ZEIS 1 e 2, entendido como um conjunto de ações qu e visam o desenvolvimento global da área, abrangendo aspectos urbanísticos, socioeconômicos, de regularização fundiária, infraestrutura, juríd icos, Instituto_Polis1 ambientais e de mobilidade e acessibilidade urbana . Além disso, deve-se constituir Conselhos Gestore s paritários, responsáveis pela participação de todas as etapas de elaboração, implementação e monitoramento desses Planos. Os Planos de Desenvol vimento Local devem contar com outros dois Planos: o Plano de Urbanização, e o Plano de Regularização Fundiária. O Plano de Urbanização é um conjunto de ações inte gradas que visam a atender as demandas da região p or infraestrutura urbana, solução para áreas de risco , equipamentos comunitários, áreas de lazer, siste ma viário e de transportes, estabelecendo diretrizes para a elaboração dos respectivos projetos. Já o P lano de Regularização Fundiária é o conjunto de ações inte gradas, abrangendo aspectos jurídicos, urbanístico s e sócio ambientais, que visam legalizar as ocupações existentes em desconformidade com a lei, mediante ações que possibilitem a melhoria do ambiente urba no e o resgate da cidadania da população residente no assentamento. Cabe aqui o registro de que a Zona de Ocupação Lim itada (ZOL), composta por áreas de predomínio residencial com grande demanda por infraestrutura de coleta e tratamento ode esgoto e com sistema viário que limita a ocupação urbana possui como um de seus objetivos, a regularização fundiária. Já em relação ao Centro histórico, o PDU coloca com um d e seus princípios básicos o incentivo ao aproveita mento de edifícios não utilizados para a produção de nova s habitações de interesse social. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA Os Planos de Desenvolvimento Local das áreas que f oram objeto de regularização fundiária desenvolvid os no município ocorrem no âmbito Projeto Terra. As a provações desses projetos de regularização fundiár ia de interesse social são realizadas através de Decr etos que contemplam minimamente as questões de lot es máximos e mínimos e taxa de ocupação, conforme a r ealidade da ocupação observada in loco. Como abordado anteriormente, a regularização fundiária de interesse social em Vitória está ancorada na intervenção em assentamentos precários definidos c omo ZEIS 2. Essas ações possibilitaram a regulariz ação de setores específicos inseridos nas ZEIS – e não a integralidade do território sobre o qual incidem as ZEIS, conforme os Decretos nº 15.127 de 2011, nº 15.673 e nº 15.832 de 2013, e nº 15.968 de 2014. A partir de 2009, com a aprovação da Lei Federal n º 11.977, os instrumentos da demarcação urbanístic a e da legitimação de posse passaram a ser mais uma al ternativa para regularização fundiária. A demarcaç ão urbanística é o procedimento administrativo pelo q ual o poder público, no âmbito da regularização fundiária de interesse social, demarca imóvel de d omínio público ou privado, definindo seus limites, área, localização e confrontantes, com a finalidade de i dentificar seus ocupantes e qualificar a natureza e o Instituto_Polis1 tempo das respectivas posses. Já a legitimação de posse é o ato do poder público destinado a conferi r título de reconhecimento de posse de imóvel objeto da dem arcação urbanística, com a identificação do ocupan te e do tempo e natureza do imóvel. Tais instrumentos e procedimentos em âmbito local, apesar de autoaplicáveis nos termos da legislação federal, p oderiam ser trazidos à ordem urbanística municipal . ASPECTOS DA PRODUÇÃO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCI AL Conforme preconiza o Plano Diretor, a regulamentaç ão de legislação específica para definição de parâmetros para a produção de EHIS passou por apro vação junto ao Conselho Municipal do Plano Diretor Urbano (CMPDU) e Conselho Municipal de Habitação d e Interesse Social (CMHIS), em 2009 foi realizada através da Lei nº 7.757 de 2009. Esta lei caracterizou os seguintes tipos de EHIS: Loteamentos de Interesse Social (LIS), Conjuntos Habitacionais de Interesse Social (CHIS), Imóveis Vagos Requalificados para uso Habitacional de Inte resse Social (IRIS) e Unidades Habitacionais Isoladas ou Melhorias Habitacionais (UHI), através da definiç ão de alguns parâmetros e critérios para cada tipo de EHI S: No entanto, a lei estabelece características e par âmetros genéricos e tendem a dificultar o estabele cimento de parâmetros para produção de empreendimentos de interesse social no município na medida em que não definem alguns critérios importantes para, por exemplo, enquadrar empreendimentos públicos e privados em programas públicos de produção habitac ional, como o Programa Minha Casa Minha Vida. Assim, os critérios para desenvolvimento de projet os acabam por obedecer apenas os parâmetros da Cai xa Econômica Federal, podendo não atender critérios d e qualidade de habitabilidade que poderiam ser exigidas pelo município. Portanto, é recomendável que sejam definidos parâm etros urbanísticos mais específicos para edificaçõ es residenciais unifamiliares e multifamiliares bem c omo estabelecer procedimentos e critérios diferenc iados para tramitação de aprovação de projetos de EHIS v isando, não só, dar maior agilidade aos processos, mas também criando mecanismos que diminuam os custos o u até mesmo, concedam isenções de taxas para sua aprovação e emissão de alvarás. Outro ponto importante a ser considerado e que não foi determinado no Plano Diretor atual, é a possibilidade de previsão de áreas para habitação de interesse social em novos empreendimentos, tend o em vista que a política habitacional constante no plano visa a ampliação da oferta habitacional de i nteresse Instituto_Polis1 social com qualidade voltada aos segmentos de meno r renda, em área com disponibilidade de infraestrutura. Por fim, tendo em vista que a área central do muni cípio deve ser reabilitada e repovoada, poderiam s er aplicados instrumentos que incentivassem ou obriga ssem o aproveitamento de edifícios não utilizados desta região para a produção de novas moradias de interesse social. resultando também na reabilitaçã o urbana a partir de melhorias no conjunto das infra estruturas urbanas, nas condições de mobilidade e acessibilidade, além da preservação do patrimônio histórico-cultural a partir do uso habitacional. E sse objetivo, se executado, tende a mitigar determinad os aspectos e condições típicas de cidades e bairr os dormitórios, onde pessoas se deslocam para um dete rminado local – no caso o Centro Histórico – e res ide em um bairro distante e até mesmo em outro municíp io. De modo que esta ação não só ajudaria a equacionar o déficit habitacional como também trar ia reflexos positivos para a mobilidade urbana. INSTRUMENTOS JURÍDICO-URBANÍSTICOS PARA A HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Instrumentos do Estatuto da Cidade previstos no Pl ano Diretor atual visam contribuir para a consecuç ão das diretrizes e objetivos da Política de Habitaçã o de Interesse Social de Vitória. No entanto, para que cada instrumento cumpra seu papel, o Plano Diretor deve avançar na regulamentação de cada um deles, tornando-os autoaplicáveis. Alguns instrumentos sã o indispensáveis para a execução da política da produção habitacional, em um município onde a terr a urbanizada é escassa e cara e para dar resposta aos planos e projetos de amplitude que o município pre tende executar. Sem instrumentos, os planos e proj etos estarão limitados a ações pontuais. Instrumentos c omo Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsó rios (PEUC) e o IPTU Progressivo no Tempo, cuja aplicaç ão está associada ao não cumprimento da PEUC por parte do proprietário, e que não foram regulamenta dos ou aplicados no município, devem ser pensados nesta revisão. Para tanto é necessário que o Plano Diretor estabeleça prazos e condições para sua utilização, critérios que possibilitam classificar um imóvel como não-utilizado, subutilizado ou não edificado, bem como a delimitação de imóveis ou ár eas que são sujeitas a aplicação dos instrumentos. O mesmo se aplica ao Direito de Preempção que pode c ontribuir para a constituição de um Banco de Terra s no município. A utilização dos instrumentos analisados acima, o estudo de implantação de novas ZEIS vazias, e a consequente disponibilização de áreas para produçã o de EHIS deve possibilitar tanto o atendimento do déficit habitacional quantitativo do município, qu anto para sua utilização para reassentamento de fa mílias removidas por estarem em situações de risco, em ár eas de interesse ambiental ou em áreas objeto de obras de urbanização. Instituto_Polis1 Em relação aos instrumentos de regularização fundi ária, foi levantado que o município não tem se uti lizado de instrumentos de titulação como a CDRU e a CUEM, conforme preconiza o art. 23 do atual plano. Por outro lado o município tem dispensado bastante ate nção e tem se utilizado da cessão através de transferência de aforamento – em assentamentos sub normais situados em terras da União, ou seja, terrenos de marinha e acrescidos, para regularizaç ão fundiária de interesse social. Já em casos em q ue a gratuidade na transferência não é aplicável, o mun icípio tem-se utilizado de doação e transferência onerosa. PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Como vimos anteriormente, em 2008 foi elaborado o P lano de Habitação de Interesse Social e Regularização Fundiária (PLHIS), com recursos do Mi nistério das Cidades. Como já abordamos a metodologia definida pelo PLHIS bem como os número s estimados do Déficit Habitacional, daremos ênfas e nesta parte do capítulo às ações, programas e proje tos propostos. O PLHIS consolida em detalhes praticamente todas a s diretrizes, objetivos e linhas de ação (metas, programas e projetos) que a Prefeitura de Vitória vinha promovendo por meio da Lei 5.823/2002 e teve como meta o atendimento de 70% da demanda identifi cada no prazo de 7 anos, isto é, de 2008 à 2014. O PLHIS estabeleceu quatro linhas de ação: Linha de Ação 1 - Provisão de Novas Oportunidades H abitacionais A Provisão de Novas Oportunidades Habitacionais qu e visa o atendimento do déficit e da inadequação d e moradias por meio da produção ou apoio à produção d e novas Unidades Habitacionais voltadas à população com rendimento de até 5 salários mínimos . Esta linha de ação é promovida por meio de quatr o programas: Programa Moradia, Programa Vitória de T odas as Cores (VTC), Programa Morar no Centro e o Programa Morar sem Risco. O Programa Moradia visa a aquisição de um imóvel p ara famílias com renda de até 5 salários mínimos e que não foram atendidas por outros programas. As m odalidades oferecidas no Programa são: Produção de Unidades Habitacionais; Disponibilização de Unidad es Habitacionais já Existentes; Reconstrução; Aces so ao Crédito Construtivo. o A Produção de Unidades visa à construção de conj untos habitacionais em pequenos vazios urbanos através de unidades uni ou multifamiliares. Instituto_Polis1 o A Disponibilização de Unidades Habitacionais já Existentes objetiva destinar tanto o estoque habitacional existente e que esteja ou vazio ou su butilizados às famílias de baixa renda, quanto adquirir aqueles imóveis cujas famílias enquadramse na categoria de ‘ônus excessivo com aluguel’. o A Reconstrução compreende o entendimento das famí lias identificadas como moradoras de ‘domicílios rústicos’, ou seja, das edificações con struídas em madeira e/ou outro material inadequado, ou que apresentem instabilidade estrut ural, ou ainda, insalubridades não sanáveis o A modalidade/projeto Acesso ao Crédito Construti vo está destinada ao atendimento da demanda por reforma e/ou ampliação de unidades habitaciona is para pessoas que residam em imóvel, total ou parcialmente, construído com material adequado, que não esteja situado em área de risco ou de interesse ambiental. o A modalidade/projeto Carta de Crédito deverá ser destinada ao atendimento por aquisição de unidade habitacional para pessoas que residam em i móvel cedido ou alugado, para a compra, preferencialmente, do imóvel ocupado pela mesma ou em área próxima onde se localiza. O Programa Vitória de Todas as Cores (VTC) visa a p romoção de melhorias habitacionais no acabamento e cobertura dos imóveis próprios contid os em áreas de interesse social e cujas famílias apresentem rendimentos de até 3 salários mínimos em áreas consolidáveis do município. O Programa Morar no Centro, já previsto pela lei 5 .823/2202, tem por objetivo contribuir para a revitalização e repovoamento do Centro da Cidade d e Vitória, atendendo às famílias com renda familia r de 0 até 6 salários mínimos. São modalidades do pro grama: a Requalificação ou Recuperação de edifícios não residenciais desocupados ou subutiliz ados e a Construção de Novas Unidades Habitacionais na região central. O Programa Morar sem Risco destina-se ao atendimen to de pessoas ou famílias que residam em áreas de risco, interesse ambiental ou de intervenções urba nas nas áreas de ZEIS e as famílias, cujo domicíli o apresente instabilidade estrutural e/ou insalubrid ade localizado fora de área de ZEIS, cuja renda fa miliar seja de até 03 (três) salários mínimos ou per capi ta até ½ salário. Compõem o programa, o projeto de Bolsa Moradia, Auxílio Reforma e Auxílio Moradia. O Bolsa Moradia já previsto pela lei 5.823/2202, m as sua formulação era bastante genérica. No âmbito do PLHIS este programa é melhor definido pois define c ritérios (o Instituto_Polis1 solicitante deve morar no local há pelo menos um a no ou, excepcionalmente, estar em alojamento/abrig o provisório por interveniência de programas/projeto s públicos )e valores (um salário mínimo pelo praz o máximo de 12 meses); O projeto Auxílio Reforma tem por objetivo a viabi lizar a reforma de imóveis insalubres e/ou com ris co estrutural grave, não localizados em áreas de risc o ou de interesse ambiental, que não estejam sendo atendidos pela modalidade/Projeto de Reconstrução, mediante benefício único, no valor de até R$ 5.000,00 que deverão ser destinados, obrigatoriame nte, à aquisição de material de construção e pagamento de mão de obra; O projeto Auxílio Moradia é um projeto emergencial que objetiva viabilizar o atendimento, por meio d o Contrato Particular de Compra e Venda, às famílias com renda familiar de até 3 (três) salários mínim os ou renda per capta de 0,5 salário mínimo, que residam em imóveis com risco estrutural e/ou geológico gr aves localizados em áreas de risco ou de interesse ambi ental, que não estejam inseridos em programas ou projetos de reassentamento com execução prevista pa ra até o ano subsequente. Linha de Ação 2 – Urbanização de Assentamentos Prec ários A Urbanização de Assentamentos Precários visa a in tegração das áreas demarcadas como ZEIS à cidade formal por meio da consolidação do sistema viário e da complementação de obras. Esta linha apoia-se nos seguintes projetos, programas e ações: Urbanização Integral – Projeto Terra Mais Igual e Intervençõe s Pontuais. O Programa Urbanização Integral – Projeto Terra Ma is Igual tem como principal objetivo promover condições adequadas de habitabilidade através de u m conjunto integrado de ações, obras e serviços qu e visam prover condições de infraestrutura, acessibi lidade e transporte e da implantação de equipament os públicos e comunitários às famílias de baixa renda do município. O Projeto demarcou 15 áreas (chamad as de poligonais) onde estão localizadas e concentrad as famílias com rendimento de até 5 salários mínim os. Das 15 poligonais, 11 estão localizadas nas encost as do Maciço Central e dos maciços graníticos espa lhados pelo município, além de quatro áreas situadas em ba ixadas. As ações do Programa dividem-se em três momentos: o de pré-urbanização em que são realizados os levantamentos, diagnósticos e propostas; o de urba nização em que as obras são licitadas e implementa das; Instituto_Polis1 e o de pós-urbanização em que é feita a manutenção e conservação dos espaços construídos, a regularização fundiária, entre outras ações. É importante destacar que foco de atuação do proje to não é o enfrentamento ao déficit habitacional, nem tão pouco, a oferta de oportunidades habitacionais em escala que articule um leque de ações voltadas à produção de novas unidades, mas sim inserir as ZEIS ao tecido formal da cidade. As intervenções pontuais podem ser categorizadas c omo: Obras do Orçamento Popular, Obras de Emergência para Eliminação de Risco Geológico, Con strução de Unidades de Saúde e de Unidades Escolar es e Manutenção e Pequenas Obras. Linha de Ação 3 – Regularização Fundiária Sustentáv el. A Regularização Fundiária Sustentável visa à regul arização jurídica de áreas públicas em áreas com urbanização já consolidada e a regularização Urban ística e Jurídica de Áreas Públicas e Privadas no âmbito das ZEIS. É importante destacar que no caso da reg ularização no âmbito das ZEIS, a regularização urbanística precede a regularização fundiária, pri ncipalmente por meio do Projeto Terra Mais Igual d a linha de ação 2. A linha de Regularização Fundiária Sust entável dispõe apenas do Programa Terreno Legal. O Programa Terreno Legal objetiva regularização jur ídica dos parcelamentos e assentamentos urbanisticamente consolidados em área pública sob domínio municipal e a regularização urbanística e jurídica de parcelamentos e assentamentos em áreas públicas e privadas contidas no território munici pal. Apesar do programa ser destinado a todo o territór io municipal as áreas de ZEIS têm prioridade no atendimento. Linha de ação 4 - Aprimoramento da Gestão Instituci onal e do Controle Social O aprimoramento da Gestão Institucional e do Contr ole Social visa promover a melhoria e potencializa ção dos recursos humanos e financeiros, dos procedimen tos e gestão administrativa, bem como o fortalecimento dos instrumentos de controle social . Para tanto, esta linha dispõe do Programa de Ges tão Habitacional e de Regularização Fundiária. É importante destacar que o PLHIS definiu programa s precisos e que atendem às diversas frentes que compõe o déficit habitacional pois há programas de provisão habitacional em unidades novas, programa s de provisão habitacional que requalifica o estoque existente, programas de urbanização, de regulariz ação Instituto_Polis1 fundiária e de gestão institucional. Além de defin ir diretrizes, ações e critérios para cada um dess es programas, o PLHIS estabeleceu metas, prazos e cust os para todos eles. DEMAIS LEGISLAÇÃO PROGRAMAS E AÇÕES Como discorre o Plano Diretor, o município deve di spor de legislação, políticas públicas e programas específicos que objetivem a garantia de condições dignas de habitabilidade para a população de baixa renda. Como já vimos, a Lei 5.823/2002 e o PLHIS in stituíram o amplo arcabouço de programas. Para além deles, o município avançou na regulamenta ção de parâmetros para aprovação de Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social previstos no Plano Diretor, através da Lei nº 7.757/2009 caracterizando e estabelecendo critério s para os Loteamentos de Interesse Social (LIS), Conjuntos Habitacionais de Interesse Social (CHIS) , Imóveis Vagos Requalificados para uso Habitacion al de Interesse Social (IRIS) e as Unidades Habitacionai s Isoladas ou Melhorias Habitacionais (UHI). Essa lei sofreu duas alterações, em 2011 (Lei nº 8 .206) e em 2013 (Lei nº 8.444) . A primeira aprovo u projetos habitacionais com índices de controle urb anístico determinados em seus respectivos projetos , enquanto que a segunda alterou o seu art. 9 elimin ando o condicionamento da área dos lotes em IS a u ma metragem máxima de 300,00m2. Em relação à regularização fundiária, cumpre regis trar que os dispositivos do PDU atinentes às ZEIS são fartos na regulamentação de etapas, instrumentos e procedimentos gerais de regularização fundiária. Além disso os Decretos nº 15.127 de 2011, e os Decretos nº 15.673 e nº 15.832 de 2013, e o Decreto nº 15. 968 de 2014, aprovaram plantas de regularização fundiá ria de áreas inseridas em ZEIS 2, estabelecendo cr itérios e normas específicas de uso e ocupação do solo fut ura. Tais decretos, contudo, não parecem atender plenamente à série de etapas previstas nos procedi mentos discriminados no PDU. Seu conteúdo parece contemplar parte do Plano de Urbanização, cujo con teúdo é previsto no art. 104, constituindo-se apen as um dos itens integrantes do Plano de Desenvolvimen to Local, descritos no art. 102 do PDU para as ZEI S 1 e 2. Acerca de tais instrumentos, procede-se a uma an álise de conteúdo mais adiante. A regularização fundiária em assentamentos subnorma is situados em terrenos de marinha e seus acrescidos é feita a partir da transferência de af oramento onde sistematicamente o município tem obt ido a transferência do aforamento da União com a finalid ade de regularização fundiária de interesse social . Não se identificaram modalidades de uso de terrenos de marinha outorgados diretamente pela União, contemplados nos instrumentos de regularização fun diária implementados pelo Município. Segundo Instituto_Polis1 informações da Secretaria Municipal de Habitação SEHAB, o procedimento de atendimento pontual a partir da demanda do ocupante resultou no repasse, até 2006, de 670 escrituras para apenas 4% do tot al das áreas cedidas ao município, correspondendo a 1 34.779,52 m² e, geralmente, em terrenos com ocupantes de maior poder aquisitivo. ATUAIS PROGRAMAS E AÇÕES DA SECRETARIA DE HABITAÇÃO A SEHAB entende que a estruturação e implementação de uma política habitacional de interesse social é um importante instrumento para o desenvolvimento u rbano. Em alinhamento com uma política de desenvolvimento econômico de novos polos de desenv olvimento, que trarão novas oportunidades de emprego em diferentes porções do território, a pol ítica habitacional pode ajudar a estruturar o terr itório para um desenvolvimento mais equilibrado, com melh or mobilidade, preservação ambiental e diversidade de usos. Atualmente estão em curso três modalidades de ação: Ação 1 – Construção de novas moradias Segundo dados municipais, 380 novas unidades habit acionais devem ser construídas em diferentes bairr os de Vitória visando garantir moradia digna e segura. Estas novas habitações serão edificadas, prioritariamente, em ZEIS (Zonas Especiais de Inte resse Social) demarcadas no Plano Diretor Urbano d o Município. No âmbito da modalidade Reconstrução, oferecida pe lo Programa Moradia forma realizados pelo municípi o de Vitória no período entre 2008 e 2012 176 recons truções pulverizadas pelo território. Foram atendi dos os bairros: Estrelinha (66), Nova Palestina (71), Mar ia Ortiz (11), Resistência (5), Santo André (3), S anto Antônio (3), Itararé (2), São Pedro (2), São José (2), Itararé (2), Bairro da Penha (2), Redenção (1 ), Consolação (1), Santa Martha (1), Santos Dumont (1 ), Morro do Quadro (1), Mario Cipreste (1), Inhang uetá (1), Ilha de Monte Belo (1), e Andorinhas (1). Atu almente, o Programa Moradia ainda apresenta uma demanda de 388 Reconstruções pulverizadas em 43 ba irros do município em fase de captação de recursos . Em São Benedito, inserida poligonal 01, foram real izadas 25 obras de Reconstrução e 193 de Melhorias Há previsão de mais obras de Reconstrução e Melhorias na região, como também a construção de um Reassentamento. Instituto_Polis1 Em Jaburu, também na Poligonal 01, foram realizada s 38 obras de Reconstruções, 103 Melhorias, Reassentamento 72 unidades habitacionais foram rea ssentadas e Reassentamento com 21 UHs (Vida Nova). Em próximo contrato está prevista a Reconst rução de mais 22 unidades habitacionais no Territó rio e a Reforma do Reassentamento de 72 Uhs (Construção de castelos d'água e Áreas de Serviço). No bairro Vila do Mar há um empreendimento novo, e m fase de ajuste de projeto em função das exigências do Programa Minha Casa Minha Vida, que aguarda a aprovação da Caixa Econômica Federal, para realizar um chamamento público para execução d o empreendimento. No entanto, no âmbito do MCMV, a produção habitaci onal de interesse social pode ser considerada limitada. É identificado apenas um empreendimento aprovado na Faixa 1 do Programa, contabilizando 12 8 UH; outros dois empreendimentos aprovados na Faixa 2, contabilizando 43 UH; e um quarto empreendimento pela Faixa 3, com apenas uma unidade habitacional. AÇÃO 2 – MELHORIA HABITACIONAL Calcula-se que 2.422 unidades habitacionais locali zadas nos bairros de São José, Nova Palestina e Sa nto André, todas na Região Administrativa 7, devem ser contempladas com melhorias (reforma e/ou banheiro ), visando assegurar condições mínimas de habitabilida de às referidas famílias. No âmbito do Programa Vitória de Todas as Cores (V TC) há domicílios nos bairros de Caratoíra e Santo s Dumont que estão inseridos em ações de reforma e d e pintura. No Bairro Santa Helena, as edificações que foram atendidas pelo VTC estão sendo regularizadas pelo Município e atualmente estão em nível de escrituração. AÇÃO 3 – REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA A Regularização Fundiária é uma das propostas para o Plano de Ação. Levantamentos da Prefeitura Municipal definiram 10 bairros prioritários em Vit ória, que devem ser contemplados com a regularizaç ão, são eles: Romão, Forte São João, Cruzamento, Jabur u, Ilha das Caieiras, São José, Santo André, Resis tência, Redenção e Grande Vitória. Este projeto de regular ização, quando implementado, deverá beneficiar aproximadamente 10.500 famílias com o titulo de pro priedade de seus imóveis. Atualmente áreas nos bairros de Andorinhas, Itarar é, Ilha de Santa Maria e Ilha de Monte Belo, que e stão em processo de regularização fundiária através de mandados judiciais que determinam o registro de Instituto_Polis1 porções extraídas de uma gleba maior, cedida pela União ao Município, sem a necessária regularidade do parcelamento. O mapa abaixo identifica 21 projetos entregues, pr evistos ou em construção promovidos pela Secretari a de Habitação de Vitória. Deste total 6 são de reassen tamento (2 previstos e 4 executados) e 15 são resi dencial (8 executados, 5 previstos e 2 em obras). É import ante notar que a maior parte destes empreendimento s encontram-se em áreas de ZEIS e que 4 deles são em áreas centrais (3 executados e 1 previsto). Figura 99. Mapa de Empreendimentos habitacionais re centes em Vitória. Instituto_Polis1 8. SANEAMENTO AMBIENTAL Para este diagnóstico foi analisada a cobertura do s serviços de abastecimento de água, coleta e trat amento de esgoto, coleta e tratamento de resíduos e drena gem urbana/ocorrências de alagamento, no município de Vitória, com base em dados do Censo IBGE 2010,C ompanhia Estadual de Abastecimento de Água do Espírito Santo – CESAN e os relatórios do Plano de Saneamento de 2013-2015 que avaliou dados da CESA N. A CESAN responsável pela captação, tratamento stribuição de água em Vitória tem a concessão abastecimento de água e tratamento de esgotos tários na Região Metropolitana de Vitória por prazo de 50 anos. e di do sani um O Sistema Integrado de Produção de água para o Mun icípio de Vitória abrange as bacias hidrográficas do Rio Jucu (ETAs Vale Esperança e Cobi) e Santa Mari a da Vitória (ETA Carapina) que são responsáveis, respectivamente, por 61% e 36% do abastecimento da Grande Vitória. Os sistemas Santa Maria e Jucu possuem juntos 36 Reservatórios, 115 estações elev atórias e 4 milhões de metros de rede de água. Segundo a CESAN, nos últimos anos foram investidos importantes recursos na área de saneamento em todo o Estado do Espírito Santo. Entre os anos de 2003 e 2010 foram investidos R$ 1,01 bilhão e, par a o período 2011-2014, estão sendo investidos mais R$1 ,02 bilhão. Deste total, R$ 400 milhões são para o bras no município de Vitória. Com estes investimentos, ocorreu uma redução de 93% da intermitência no abastecimento de água no Município de Vitória. Com base em dados da CESAN também é possível anali sar a situação dos serviços de água e esgoto em Vitória em relação aos demais municípios da Região Metropolitana (RMV), conforme tabela a seguir Instituto_Polis1 Tabela 22. População atendida pelos serviços de Águ a e Esgoto da CESAN na RMV Fonte: Relatório 3 do Plano de Saneamento – CESAN m aio/2012. Comparados aos demais municípios da Região litana, o município de Vitória apresenta o índice na cobertura dos serviços de esgoto to índice de cobertura de abastecimento de omo toda a RMV. Metropo melhor e um al água, c A CESAN atua em 52 dos 78 municípios do Estado do Espírito Santo, e atende todos os municípios da Região Metropolitana de Vitória, e o número de lig ações de água e esgoto no município de Vitória est á apresentado na tabela a seguir. Tabela 23. Número de ligações de água a esgoto da C ESAN em Vitória Tipo de ligações Término da concessão Água Esgoto Ano 2011 2010 2011 2010 Número de Ligações 55.931 55.561 10.784 9.932 07/03/2055 Fonte: Relatório 3 do Plano de Saneamento – CESAN m aio/2012. Com os dados do Censo 2010 do IBGE foram gerados r esultados a partir do número de domicílios, bem como percentual de domicílios atendidos pelos serv iços de saneamento e cada setor censitário. Para q ue os resultados fossem agrupados por Região Administrat iva, foram utilizadas as médias dos setores, em ca da RA. Instituto_Polis1 Tabela 24. Cobertura dos serviços de Saneamento por Região Administrativa Região Administrativa Habitantes % Dos Habitantes De Vitória % Dos Domicílios De Vitória % Médio De Domicílios Atendidos Com Serviços De Água % Médio De Domicílios Atendidos Com Serviços De Esgoto % Médio De Domicílios Atendidos Com Serviços De Lixo Centro 24426 7,55 8 99,2 96,02 99,23 Goiabeiras 18573 5,74 6 96,27 95,64 96,32 Jardim Camburi 44355 13,72 15 95,25 96,5 98,38 Jardim da Penha 49537 15,32 16 99,7 97,46 99,86 Jucutuquara 19847 6,14 6 98,05 93,43 96,67 Maruípe 56284 17,41 16 98,82 96,83 98,96 Praia do Canto 44588 13,79 14 97,35 88,61 97,47 Santo Antônio 29933 9,26 9 99,27 96,96 98,82 São Pedro 35833 11,08 10 97,35 94,36 97,41 Fonte: Censo 2010 IBGE A seguir, serão analisados dados IBGE para o abast ecimento de água, esgoto, resíduos e drenagem urba na no município, posteriormente uma análise destes se rviços dentro das áreas marcadas como ZEIS ou poligonais do Programa Terra Mais Igual. 8.1. Abastecimento de Água No que diz respeito cobertura dos serviços de água , Vitoria tem universalização do serviço. Em relaç ão a qualidade de agua, os padrões de potabilidade no B rasil são realizados de acordo com as normas brasileiras, principalmente pela ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Nas amostras são analisadas e verificados os padrões de potabilidad e antes de entregar ao consumidor final. Para Vitó ria é de 97%, ou seja, existe um número aceitável para veri ficar o número de amostras que garantam os padrões . Nesse caso é um indicador de fácil obtenção e sem maiores consequências de alterações do valor. Instituto_Polis1 Tabela 25. Evolução da qualidade da água, Vitória ES (2009 a 2013) Ano Qualidade da água Número de análises realizadas Número de análises fora do padrão 2009 0,967771221 39.654 1.278 2010 0,973399115 39.322 1.046 2011 0,970456879 38.960 1.151 2012 0,974229258 50.406 1.299 2013 0,969675532 52.301 1.586 Fonte: Companhia Estadual de Abastecimento de Água do Espírito Santo – CESAN. Segundo a CESAN,o indicador que mede a quantidade de água perdida dentro do sistema de abastecimento para Vitória indica que a cada 100 litros de água que entra no sistema 23,7 litros são perdidos, sej a por vazamentos, desperdícios e outros. Esse é um dos i ndicadores dos mais preocupantes, porque existem várias metodologias de cálculo e neste caso de Vit ória é um valor ótimo em comparação com o restante do Brasil. Existe uma diferença entre esse índice da CESAN e o SNIS – Sistema Nacional de Informações s obre Saneamento, que aponta um percentual próximo a 27% . Isso poderia ser uma tendência de alta no indicador, mas para isso deveria ser monitorado mê s a mês para que pudéssemos obter essa tendência. Tabela 26. Evolução da água não contabilizada, Vitó ria - ES (2009 a 2013) Ano Volume produzido (estimado + macromedido) Volume de Água de Serviço Volume faturado Índice de Perdas no faturamento 2009 44.923.032 59.110 32.224.215 28% 2010 48.552.752 148.897 33.220.277 31% 2011 45.464.115 95.340 33.122.682 27% 2012 42.533.686 119.733 33.068.069 22% 2013 43.284.838 100.429 33.219.961 23% Fonte: Companhia Estadual de Abastecimento de Água do Espírito Santo – CESAN Apensar do Censo 2010 mostrar que o município não apresenta sérios problemas abastecimento de água, o Plano de Saneamento traz informações não só sobre a cobertura mas também sobre a qualidade do atendimento. Nele são apontados bairros e situaçõe s pontuais onde foram diagnosticados déficit no abastecimento de água (caracterizados como intermi tência, que significa falta de acesso a água em al guns momentos do dia) ou deficiência, (situação um pouc o mais grave, que representa uma demanda maior que a oferta de água para determinada região). Instituto_Polis1 Tabela 27. Diagnóstico do Abastecimento do água – b airros com problemas Fonte: Plano de saneamento Os dados do Censo 2010 sobre cobertura da Água, be m como as áreas apontadas com problemas pelo Plano de Saneamento estão sintetizados no mapa a se guir. Instituto_Polis1 Figura 100. Mapa de % de Domicílios com cobertura de abastecimento de Água e áreas deficitárias Uma vez que o Plano de Saneamento está em fase de conclusão, será possível identificar nos resultado s finais do mesmo, bem como os motivos do déficit no abastecimento apontados, bem como as ações em andamento ou propostas para sanar os problemas iden tificados. Embora o plano mostre que a universalização do ser viço de abastecimento de água em Vitória seja uma realidade, Vitória deverá enfrentar o problema de escassez de água em um horizonte muito próximo, po is ha saldo hídrico até 2030. Os rios Santa Maria da Vitória e Jucu apresentam comprometimento de 50% d a vazão de referência, ambos no limite outorgável. N o rio Benevente, o percentual de comprometimento n o trecho onde opera a captação da CESAN atingiu 25% da vazão outorgável. (ICES- Vitória, relatório de saneamento) Esse indicador aponta para o futuro do abastecimen to da Grande Vitória porque ele posiciona que, na atual condição hídrica de abastecimento e baseado no aum ento da demanda, sem considerar investimentos para ampliação do sistema e busca de outras tecnologias , é possível garantir independência hídrica para o Instituto_Polis1 abastecimento. Nesse caso, segundo a CESAN, esse d ado é de 16 anos, ou seja, até o ano de 2030, temp o suficiente para que possam ser planejadas ações de recuperação hídrica e investimentos em alternativ as. A partir dos resultados apresentados, pode-se concl uir que: 1. O município de Vitória não possui problemas de distribuição dos serviços de água, mas devera se preocupar com a escassez hídrica no futuro. 2. A urbanização dos assentamentos precários previs tos no projeto terra deve melhorar os indicadores destas áreas. 3. O Plano de Saneamento terá grande contribuição para possível universalizar a cobertura dos serviços de água no município em breve, passando d e 98% dos domicílios, medidos no Censo de 2010, para 100% dos domicílios atendidos. 4. Os problemas de intermitência ou deficiência no abastecimento não estão somente relacionados às áreas irregulares. Os bairros de Praia do Canto, B arro vermelho, Santa Lúcia e Jardim da Penha são áreas que, conforme apontamos neste relatório, tive ram grande crescimento populacional produção imobiliária. Para a revisão do PDU é nece ssário verificar o cenário de resolução dos problemas de abastecimento dessas áreas para adequa r os parâmetros e coeficientes de forma adequada com a infraestrutura existente e planejada . 8.2. Coleta e Tratamento de Esgoto Diferentemente do abastecimento de água, a cobertu ra dos domicílios com coleta e tratamento de esgot o é um pouco menos expressiva em Vitória, no entanto , o município apresenta bons índices se comparado à RMGV. A rede de esgotamento sanitário tem sido ampliada e já está alcançando um estágio bastante avançado de cobertura. Segundo o Censo 2010 do IBGE, 96,7% dos domicílios contam com rede de esgoto. Os dados de domicílios atendidos por regional Administrativa a pontam que Praia do Canto e Jucutuquara possuem as mais baixas coberturas: Instituto_Polis1 Tabela 28. Domicílios com Rede geral de esgoto ou p luvial REGIÃO ADMINISTRATIVA % DOS DOMICÍLIOS DE VITÓRIA % de DOMICÍLIOS COM REDE DE ESGOTO OU PLUVIAL CENTRO 8 96,02 GOIABEIRAS 6 95,64 JARDIM CAMBURI 15 96,50 JARDIM DA PENHA 16 97,46 JUCUTUQUARA 6 93,43 MARUÍPE 16 96,83 PRAIA DO CANTO 14 88,61 SANTO ANTÔNIO 9 96,96 SÃO PEDRO 10 94,36 Fonte: IBGE, Censo 2010. Figura 101. Mapa de cobertura de domicílios com red e de esgoto ou pluvial Instituto_Polis1 Estes dados demonstram que a maior parte dos setor es do município realmente possui cobertura acima d e 90%, mas existem áreas problemáticas, com cobertur as de no máximo 50% dos domicílios com rede de coleta de esgoto. Bairros como Barro Vermelho, Ilh a Caieiras, Gurigica, além dos bairros Enseada do Suá, Ilha do Boi e Ilha do Frade apresentam índices mui to baixos de coleta de esgoto. Estes três últimos citados fazem com que a Região Administrativa 5, Praia do canto, tenha os piores índices de cobertura do município. Os bairros Santa Cecília, São Cristóvão, Ilha de S anta Maria e alguns setores no Jardim da Penha tam bém apresentavam, ainda em 2010, índices abaixo de 90% cobertura de rede de esgoto. As áreas que apresentam as piores condições na Regional de Prai a do Canto são atendidos em sua maior parte por fo ssa séptica, sendo uma pequena parcela por fossa rudim entar. São áreas com predominância de uso residencial unifamiliar de baixa densidade. Tabela 29. Número de domicílios por tipo de esgotam ento - Regional 5 Paria do Canto. RA Domicílios permanentes Rede de esgoto pluvial Fossa séptica Fossa rudimentar Vala Rio, lago ou mar RA 5 - Praia do Canto 11200 748 114 23 32 Fonte: IBGE, 2010. Os dados trazidos pelo IBGE sobre o entorno dos do micílios também fornecem alguns subsídios para identificar problemas de disposição do esgotamento . De acordo com o Censo, cerca de 500 domicílios foram identificados com presença de esgoto a céu a berto no seu entorno. No mapa a seguir é possível identificar as áreas onde se concentram estes domic ílios: Instituto_Polis1 Figura 102. Mapa de concentração de domicílios com esgoto a Céu Aberto Embora a cobertura da rede de esgoto no município seja bastante alta, o seu tratamento ainda não ati ngiu o mesmo patamar. No entanto, os dados demonstram q ue a população com acesso ao esgoto tratado aumentou, saltando de 133.732 pessoas em 2002 para 267.044 pessoas (76%) em 2013. Cumpre mencionar que as ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto) já construídas tem a capacidade de tratar até 100% do esgoto de Vitória e estão subutilizadas devido a e ntraves no licenciamento ambiental e ao problema d as ligações da rede.(ICES – Vitória, relatório de Sane amento) Tabela 30. Evolução do esgoto tratado, Vitória - ES (2009 a 2013) Ano % de águas residuais tratadas conforme as normas nacionais Volume de esgoto tratado Volume consumido 2009 56,59% 13.406.394 29.612.706 2010 50,96% 12.954.557 31.776.377 2011 49,65% 12.323.923 31.026.304 2012 57,09% 14.031.274 30.722.995 2013 72,61% 17.618.809 30.332.323 Fonte: Companhia Estadual de Abastecimento de Água do Espírito Santo – CESAN Instituto_Polis1 Os resultados das análises dos serviços de esgoto m ostram que: 1. Os setores mais carentes de atendimento dos ser viços de esgoto encontram-se na Regional V, Praia do Canto, onde os bairros Enseada do Suá, Ilha do Boi e Ilha do Frade (atendidos em sua maioria por fossa séptica) diminua a porcentagem de atendim ento. Outras áreas com maiores problemas, como Gurigica e Ilha Caieiras. 2. A rede de esgotamento sanitário tem sido amplia da e já está alcançando um estágio bastante avançado de cobertura. Entretanto, o aumento do tra tamento do esgoto coletado ainda éum desafio a ser superado para a universalização do at endimento. 3. O município conta com problemas pontuais de sit uações de esgoto à céu aberto, distribuídos pelos bairros de Nova Palestina, Redenção, Santo André, São Benedito, Bonfim, Inhanguetá, Gurigica, Barro Vermelho, Santa Teresa e, inclusive, no Centr o. 4. Em relação à áreas de ZEIS e Programa Terra, a Poligonal 1 do Programa Terra Mais Igual, onde o índice de atendimento de esgoto fica em 73%, são a s áreas cujo esgotamento sanitário é realizado por fossa rudimentar. Os bairros mais atingidos pe lo déficit nos serviços de esgoto são Gurigica e São Benedito, sendo que neste segundo bairro o Prog rama Terra já realizou algumas melhorias, segundo a Secretaria Municipal de habitação, mas é preciso verificar se as obras são referentes à infraestrutura de saneamento. Na Poligonal 12, tam bém verificou-se precariedade, onde entre 50% e70% dos domicílios são atendidos por serviços de e sgoto. Trata-se da Ilha das Caieiras. 8.3. Resíduos Sólidos De acordo com dados do Censo 2010 (IBGE) a coleta de resíduos sólidos domiciliares em Vitória foi universalizada. Quase totalidade dos resíduos sóli dos urbanos produzidos (98%) é coletada e encaminh ada para um aterro sanitário com uma boa vida útil rem anescente (20 anos), localizado no Município de Cariacica. Instituto_Polis1 Figura 103. Mapa com % de cobertura de domicílios c om coleta de resíduos A SEMSE (Secretaria Municipal de Serviços) é o órg ão responsável pela execução, gerenciamento e fiscalização dos serviços de resíduos no município de Vitória, incluindo a coleta seletiva, de lixo domiciliar, lixo hospitalar, varrição de ruas e limpeza de feir as livres. Embora a abrangência da coleta de lixo seja pratic amente universal, os números em relaçãoà coleta seletiva são muito baixos. O relatório 3 do Plano de Saneamento mostra que apenas 2% do total de resíduos domiciliares e públicos coletados são con siderados resíduos de coleta seletiva, conforme ta bela abaixo: Instituto_Polis1 Tabela 31. Tipos de resíduos coletados Dos 656 pontos de coleta de lixo reciclável no mun icípio de Vitória, mais de 50% encontram-se em condomínios, que somam o montante de 336 pontos de coleta. Problemas com a disposição dos resíduos e baixos í ndices de reciclagem foram citados pela população do município. De acordo com questionários de opinião pública do Programa ICES - Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis de Vitória (2015), prati camente metade da população entrevistada diz que a coleta de lixo reciclável feita por caminhões não o corre com a frequência programada. Instituto_Polis1 Tabela 32. Pesquisa de opinião pública do ICES-Vit ória sobre frequência correta da coleta seletiva REGIÃO ADMINISTRATIVA Respostas TOTAL 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Sim 526 44 71 29 56 67 41 46 85 87 % 43,8 47,3 47,3 24,6 32,0 52,8 42,3 35,9 57,8 52,7 Não 540 39 64 68 110 42 46 71 46 54 % 45,0 41,9 42,7 57,6 62,9 33,1 47,4 55,5 31,3 32,7 NS/NR 134 10 15 21 9 18 10 11 16 24 % 11,2 10,8 10,0 17,8 5,1 14,2 10,3 8,6 10,9 14,5 Fonte: ICES, 2015 As RAs mais deficitárias do serviço prestado são a s Regiões de São Pedro, Maruípe e Jucutuquara. Figura 104. Mapa com resultado de questionário sob re a frequência da coleta de lixo reciclável Instituto_Polis1 Já a compostagem e o aproveitamento energético de resíduos são inexistentes em Vitória, e a separaçã o e classificação para o processo de reciclagem aprese nta uma porcentagem muito baixa com relação à totalidade dos resíduos gerados (apenas 2%). Na Política Nacional de Resíduos Sólidos a disposi ção de resíduos sólidos urbanos em aterros sanitár ios deve ser a última alternativa, devendo-se antes pr iorizar, nesta sequência: a não geração; a redução ; reutilização; reciclagem e por fim o tratamento do s mesmos. O alto índice de destinação de resíduos para o aterro sanitário contraria as diretrizes da Políti ca Nacional, cujas recomendações são de 60% de res íduos orgânicos reaproveitáveis, 30% de recicláveis e ap enas 10% de rejeitos para disposição final em ater ro. Outra variável importante é a dimensão da inclusão social de forma a avaliar o apoio ao trabalho de catadores de materiais recicláveis fornecidos pelo município. Esta dimensão envolve tanto a garantia de condições dignas de trabalho e de educação, contri buindo para a redução da pobreza, como, também, o pagamento pelos serviços ambientais prestados pelos catadores. A dimensão da educação ambiental e mobilização soc ial é outra esfera a ser avaliada, uma vez que ela é a base para uma gestão mais eficaz do processo de re ciclagem. Concluindo, é importante verificar a ges tão e fiscalização dos resíduos da construção civil em â mbito municipal, uma vez que os mesmos tem grande representatividade em volume e impactos ambientais locais. O Município de Vitória, por exemplo, prod uz 10.300 t/mês de resíduos domiciliares e 6.500 t/mês de resíduos da construção civil. A análise dos resultados referentes a resíduos most ra que: 1. A cobertura da coleta de resíduos é praticamente universalizada no município. 2. A coleta seletiva é muito reduzida, apenas 2%, sendo o restante (98%) totalmente destinado ao Aterro Sanitário, contrariando as diretrizes e meta s da Política Nacional de Resíduos. 8.4. Drenagem Urbana A analise de drenagem urbana apresentada nos relat órios do Plano de Saneamento, em especial o relató rio 4, de dezembro de 2013, faz uma extensa análise da questão dos pontos de alagamento no município. De acordo com dados do Diagnóstico do Plano de San eamento, o município conta com diversas áreas com ocorrências de alagamentos, e o relatório 4 do Pla no de Saneamento, aponta que a falta de bocas de l obo e intermitência na coleta de lixo, associados à inte nsas chuvas de curto período de retorno são uma da s grandes causas de alagamentos em Vitória. Instituto_Polis1 As ocorrências de alagamentos se concentram nos ba irros de São Pedro, Ilha Caierias, Estrelinha, São Cristóvão, Itararé, Ilha de Santa Maria e Forte Sã o João, Ilha do Príncipe e Mário Cypreste, Centro, Santa Lúcia, Santa Helena e Praia do Suá, conforme mapa a seguir. Figura 105. Mapa com Localização das ocorrências de alagamentos em Vitória Fonte: Relatório 4 do Plano de Saneamento, dezembro 2013. O Produto 2 – Diagnóstico da Situação da Prestação dos Serviços de Saneamento Básico, faz uma anális e das 98 bacias de drenagem de Vitória, sobre um map a do PDDU de 2006, e aponta 29 bacias críticas em relação a alagamentos. São elas, listadas abaixo e apresentadas no mapa a seguir: Instituto_Polis1 Figura 106. Mapa das bacias de drenagem de Vitória Fonte: Produto 2 – Diagnóstico da Situação da Prest ação dos Serviços de Saneamento Básico. • Bacia Cândido Portinari (01); • Bacias da Praia do Canto: Bacia Guilherme Serrano (02), Bacia Moacyr Strauch (03), Bacia Ponte Ayrton Senna (04), Bacia Aleixo Neto (0 5), Bacia Joaquim Lírio (06), Bacia Saturnino de Brito (08) e Bacia Praça dos Namorados (09); • Bacia Bento Ferreira (22); • Bacia Maria de Lourdes Garcia (23); • Bacia João Santos Filho (24); • Bacia Paulino Muller (25); • Bacia Dom Bosco (26); • Bacia Desembargador José Vicente (27); • Bacia Governador José Sette (28); • Bacia Alberto Santos (29); • Bacia Getúlio Vargas (32); Instituto_Polis1 • Bacia Parque Moscoso (33); • Bacia Vila Rubim (34); • Bacia Alto Caratoíra (39); • Bacia Antônio Pinto de Aguiar (40); • Bacias de Santo Antônio: Bacia Horácio dos Santos (43), Bacia Travessa Santuário (46), Bacia José Veloso (47), Bacia Manoel Soares Mello ( 49), Bacia José Ramos Filho (51); • Bacias de Inhanguetá: Bacia Rua da Galeria (55) e Bacia Oito de Junho (56); • Bacia Santos Reis (58); • Bacia Natalino de Freitas Neves (59); • Bacia Da Chácara (60); • Bacia Wilson Toledo (61); • Bacia José Delazare (77); • Bacia Fernando Duarte Rabelo (91); • Bacia Aeroporto 1 (96); • Bacia Jardim Camburi (97). A problematização e possível resolução dos problem as relativos a drenagem urbana nestas bacias foi detalhadamente descrito no Produto 2 – Diagnóstico da Situação da Prestação dos Serviços de Saneamen to Básico, entre as páginas 332 e 357. Para cada baci a que apresentou problemas de alagamento, foram sugeridos projetos estruturais, com um projeto exe cutivo de drenagem urbana para cada uma destas bacias, apesar de o mesmo relatório colocar que em algumas destas bacias foram implantadas obras previstas no PDU 2006, diminuindo os pontos de alag amentos no município. O fato de que estas 29 bacias foram tratadas Produ to 4 – Concepção dos Programas, Projetos e Ações / Definição das Ações para Emergência e Contingência (páginas 18a 29), mostra que estas bacias ainda requerem atenção, por parte do PDU. Assim como os relatórios do Plano de Saneamento ind icam medidas de prevenção e mitigação dos alagamentos, como a criação de uma taxa financeira de permeabilidade e reuso da água (Produto 2 – Diagnóstico da Situação da Prestação dos Serviços de Saneamento Básico, páginas 368 a 375 e 394 a 40 0), o PDU deve indicar um percentual de área permeável a ser mantida em cada lote, principalmente nestas bacias críticas do ponto de vista dos alagamentos. Instituto_Polis1 É importante conceituar a diferença entre enchente s e alagamentos. As enchentes ocorrem devido a che ias de rios, quando o nível das águas vai além da várz ea ocupando avenidas, enquanto os alagamentos estã o relacionados à incapacidade do sistema de drenagem urbana de dar vazão às águas pluviais. Ainda assim, é importante colocar que medidas estr uturais de drenagem urbana adotadas nas últimas décadas pelo poder público, conseguiram garantir q ue o município ficasse livre de grandes enchentes há 10 anos. Embora o mapa de ocorrência aponte uma conce ntração maior de alagamentos nas regionais de Jucutuquara, Maruípe e Praia do Canto, na percepçã o dos cidadãos, as áreas com maiores indicações de alagamentos estão nas Regionais de Santo Antônio e Goiabeiras, conforme resultado da pesquisa aponta da pelo ICES – Vitória em 2014, especializada no mapa a seguir: Figura 107. Mapa com % da população que apontou oco rrência de alagamentos nas Regionais Administrativas Em relação ao tempo de duração do alagamento, as r espostas apontaram que na regional de Goiabeiras mais de 30% das pessoas apontaram que os alagamento s chegam a durar mais de um dia. Instituto_Polis1 Figura 108. Mapa com % da população que duração de alagamento de mais de 1 dia Com base nestes resultados, é possível concluir que : 1. As questões relacionadas à drenagem urbana não são um grande problema para o município, uma vez que a maior parte das ocorrências de alagament o escoa em algumas horas, e o município não tem sofrido há 10 anos com grandes enchentes. 2. Um Plano de Macrodrenagem, para planejamento de obras de infraestrutura que resolvam os problemas de drenagem urbana já foi desenvolvido e o Plano de Saneamento está em fase final de elaboração, e irá apresentar medidas estruturais e não estruturais para também auxiliar o poder público na resolução das ocorrências de alagamento. 3. Em relação à áreas de ZEIS (e Programa Terra), as ZEIS 3 e 7 estão dentro da área medida como alagável, segundo o mapeamento do Plano de Saneamen to (Produto 2, mapa 00260.MP.0004). Instituto_Polis1 9. Análise dos resultados Na questão do abastecimento de água, os problemas encontrados foram de déficit no abastecimento, sej a por intermitência ou deficiência no serviço. Os ba irros Praia do Canto, Barro vermelho, Santa Lúcia e Jardim da Penha tem se apresentado como áreas de grande c rescimento populacional, e crescente interesse imobiliário. Assim, é possível que a rede de abast ecimento necessite de adequação com o objetivo de atender a crescente produção imobiliária e consequ ente adensamento habitacional. Ainda, os bairros d e São Benedito, Floresta, Jaburu e Barro Vermelho ta mbém apresentam o mesmo tipo de déficit, no entant o, são áreas que se inserem nos programa Terra mais Ig ual que tem implementado melhorias na infraestrutura urbana destas áreas. Em relação ao esgoto, com exceção dos setores cens itários que compões as poligonais 1 e 12 do Progra ma Terra Mais Igual, mais precisamente nos bairros de Gurigica e Ilha Caieiras, que apresentam grande n úmero de domicílios atendidos por esgotamento por meio d e fossa séptica ou rudimentar, bem como 3 bairros da área mais consolidada do município (Ilhas do Frade e do Boi e a Enseada do Suá), com domicílios que também captam seu esgoto por meio de fossa séptica , Vitória apresenta bons índices de atendimento neste serviço. Ressaltamos ainda que, segundo os dados do percent ual de domicílios que apresentam esgoto a céu aber to (Censo IBGE 2010), Vitória apresenta problemas em setores censitários isolados dentro dos bairros No va Palestina, Redenção, Santo André, São Benedito, Bo nfim, Inhanguetá, Gurigica, Barro Vermelho, Santa Teresa e, inclusive, na região central. No que diz respeito a resíduos sólidos, o maior pr oblema verificado, tanto nos dados apresentados no s relatórios do Plano de Saneamento, quanto nos rela tórios do Plano de Ação do ICES, é que o município ainda deve aperfeiçoar o sistema e sua política de resíduos não somente para atender a Política Naci onal de Resíduos, mas também para melhorar a qualidade ambiental deste serviço, ampliando a coleta em trê s tipos e dando destinação correta aos recicláveis, visando utilizar o aterro sanitário somente para o s rejeitos. Por fim, no que diz respeito a drenagem urbana, a resolução dos problemas relacionados às ocorrência s de alagamentos nas 29 bacias críticas apontadas no Pl ano de Saneamento merecem atenção especial na revisão do PDU. Embora o plano preveja ações para sanar os problemas verificados com a densidade atu al, é necessário prever parâmetros ou exigências que a mpliem a capacidade de retenção das águas pluviais nestas áreas de modo à minimizar os problemas de d renagem com os possíveis adensamentos futuros. Instituto_Polis1 11. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, TURISMO E FINANÇAS P ÚBLICAS 1. Desenvolvimento Econômico 1.1. Estrutura Produtiva Vitória é um município que se destaca, em termos e conômicos, seja em sua Região Metropolitana, seja em âmbito nacional. A cidade de Vitória concentra par te expressiva do PIB (Produto Interno Bruto) do Es tado. O PIB per capita (relação entre o PIB – Produto In terno Bruto, que se refere ao total de riqueza pro duzida ao longo de um período de tempo e o total de seus habitantes) de Vitória: cerca de R$86mil é muito superior à nacional, pouco mais de R$22mil, e maio r que a de todas as capitais brasileiras. Tabela 33. PIB per capita das Capitais Brasileiras e Brasil (2012) Capitais PIB per Capita (R$) Capitais PIB per Capita (R$) Vitória 86.009 Campo Grande 21.071 Brasília 64.653 Boa Vista 17.925 São Paulo 43.895 Fortaleza 17.360 Rio de Janeiro 34.572 Palmas 17.065 Porto Alegre 33.883 Aracaju 16.699 Curitiba 33.292 Natal 16.257 Florianópolis 29.123 Macapá 15.530 Manaus 26.761 João Pessoa 15.119 Belo Horizonte 24.365 Teresina 14.823 Cuiabá 23.691 Salvador 14.706 Instituto_Polis1 Capitais PIB per Capita (R$) Capitais PIB per Capita (R$) Recife 23.679 Belém 14.576 São Luiz 23.664 Maceió 14.364 Goiânia 22.591 Rio Branco 14.200 Porto Velho 22.081 BRASIL 22.402 Fonte: IBGE. Elaboração: Instituto Polis Na RMGV, o PIB chega a 3,5 e 2,5 vezes maior do qu e o do Estado e da Grande Vitória, respectivamente . Tabela 34. Produto Interno Bruto – RMGV - 2012 Área Geográfica PIB a preços correntes (Mil Reais) Participação Relativa (%) PIB per capita (R$) Cariacica 6.771.111 11,2% 19.213 Fundão 336.214 0,6% 19.068 Guarapari 1.228.588 2,0% 11.393 Serra 14.850.851 24,5% 35.144 Viana 1.250.329 2,1% 18.733 Vila Velha 7.535.326 12,4% 17.732 Vitória 28.655.025 47,3% 86.009 Instituto_Polis1 0 5.000.000 10.000.000 15.000.000 20.000.000 25.000.000 30.000.000 35.000.000 2000 2005 2010 2012 Cariacica Fundão Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitória RMGV 60.627.444 56,5% 35.140 Estado do Espírito Santo 107.328.771 100% 29.996 Fonte: IBGE e IJSN. Elaboração Instituto Polis. O município de Vitória apresentou um expressivo cr escimento em seu PIB desde a década de 2000, especialmente comparado aos outros municípios da R MGV, que também tiveram crescimento, mas em menor intensidade. Este crescimento apresentou uma diminuição em seu crescimento, a partir de 2010, seguindo a tendência dos municípios da RMGV e, apa rentemente nacional, de diminuição do ritmo de crescimento. Figura 109. Gráfico de evolução do Produto Interno Bruto (Mil Reais) - RMGV Fonte: IBGE e IJSN. Elaboração Instituto Polis. Em termos gerais, a economia de Vitória é voltada para as atividades portuárias, ao comércio, à indú stria, à prestação de serviços e também ao turismo. A indús tria destaca-se na produção de alimentos, têxteis, móveis, siderurgia, produtos químicos e setores li gados à mineração e ao petróleo e gás (este, mais recentemente). Atualmente, seguindo uma trajetória semelhante à da própria economia brasileira, a indústria em Vitória vem perdendo participação no PIB municipal, em detrimento do aumento do setor d e Instituto_Polis1 0,2% 7,5% 3,0% 0,2% 1,8% 0,2% 0,0% 16,2% 44,7% 11,4% 27,1% 26,9% 17,4% 18,1% 49,5% 19,5% 49,5% 42,5% 35,1% 48,2% 41,2% 14,1% 19,7% 27,5% 9,1% 17,1% 16,5% 4,8% 20,0% 8,6% 8,6% 21,1% 19,1% 17,7% 35,9% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Cariacica Fundão Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitória Agropecuária Indústria serviços administração pública Impostos serviços, embora muitos deles ainda relacionados c om a indústria (os chamados “serviços industriais” , de apoio à atividade, como os serviços logísticos, de intermediação financeira, bancários, de consultor ias às indústrias em temas jurídicos, de marketing etc), além dos serviços ligados ao turismo e ao comércio . Os dados do IBGE confirmam a tendência de Vitória par a o setor de serviços. A pesquisa sobre PIB munici pal em 2012 aponta que cerca de 40% da geração de rique za concentrava-se nesse setor. Figura 110. Gráfico de participação da Agropecuári a, da Indústria, dos Serviços e da Administração, saúde e educação pública e seguridade social e impostos n o Total PIB (%) - 2012- RMGV Fonte: IBGE. Elaboração Instituto Polis Vitória possui dois grandes portos: o Porto de Vit ória e o Porto de Tubarão, que associados aos Port os próximos (Vila Velha, Praia Mole, Ubú etc.) consti tui o maior complexo portuário do Estado do Espíri to Santo, da Região Sudeste, do Brasil e da América d o Sul. Estrategicamente localizado na região Sudes te do Instituto_Polis1 Brasil, Vitória se destaca pelo satisfatório poten cial para integração dos diversos modais de transp orte (plataformas logísticas) formando com os Estados d e Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo a chama da “Faixa de Desenvolvimento da Região Sudeste”. Tal fato constitui-se como um importante diferencial competitivo do segmento logístico em razão de esta r a menos de mil quilômetros dos principais centro s consumidores, produtores e distribuidores do país. (ICES, 2015) Do ponto de vista econômico, Vitória e a sua Regiã o Metropolitana apresenta uma alta concentração do s investimentos, da infraestrutura urbana e das ativ idades industriais. Estes novos e volumosos investimentos demonstram que boa parte destes se or igina nas atividades das grandes empresas produtoras de commodities (mineração, siderurgia, celulose, petróleo e gás natural) e, sobretudo, po r empresas internacionais, num nítido cenário de int ernacionalização do território capixaba. Em que pe sem que tais investimentos acarretem uma melhoria da c ompetitividade sistêmica do território, bem como a um aumento na arrecadação de determinados tributos , entende-se que este “modelo” de crescimento negligencia parte importante da população local, e m termos do acesso aos frutos deste aumento da competitividade (emprego de melhor qualidade, qual ificação da mão – de- obra em setores modernos, mobilidade urbana de melhor qualidade, salários e m oradias dignos, etc.). (ICES, 2015). Renda Observando os dados de rendimento domiciliar do Ce nso 2010 do IBGE, verificamos que o município de Vitória se destaca com uma melhor distribuição ent re faixas de rendimento em comparação com os outro s municípios da RMGV. A maior parte dos municípios p ossui alta porcentagem (entre 57% e 68%) de domicílios com renda de até 3 S.M. Excetuam-se os municípios de Vila Velha, além de Vitória que apresentam uma maior porcentagem de domicílios com rendimentos mais altos. Mesmo com uma distribuição de renda comparativament e melhor que a RMGV, Vitória possui uma significativa parcela das famílias (43%) vivendo c om uma renda mensal correspondente a no máximo 5 salários mínimos (SM). Vale destacar que 36% são d e famílias com renda entre 0 até 3 SM, de acordo c om o Censo 2010. Instituto_Polis1 63% 63% 61% 57% 68% 44% 36% 21% 18% 19% 22% 20% 20% 17% 13% 14% 14% 16% 10% 20% 21% 3% 4% 5% 4% 2% 10% 16% 0,4% 0,9% 1,7% 0,9% 0,3% 4,8% 9,7% Cariacica Fundão Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitória Até 3 SM Mais de 3 a 5 salários mínimos Mais de 5 a 10 salários mínimos Mais de 10 a 20 SM Mais de 20 SM Figura 111. Gráfico de distribuição do rendimento nominal médio mensal dos domicílios - RMGV - 2010 Fonte: IBGE, Censo 2010. Elaboração Instituto Polis . O fato de Vitória concentrar suas atividades no se tor de Serviços (cerca de 40% do PIB), e mais especificamente, Serviços de Governo, faz com que e xista um conjunto de servidores públicos, principalmente da esfera federal, com remunerações acima da média nacional. Embora o município apresente um dos maiores PIB pe r capita regional e nacional e uma das maiores ren das domiciliares, o acesso da população aos serviços s ociais básicos, como saneamento, educação e saúde, ao emprego, bem como as condições de moradia e mobili dade se diferenciam no território. Ou seja, embora haja muita riqueza no município, ela não se distri bui de forma equitativa nos rendimentos e nem nos investimentos no território. Instituto_Polis1 96.586 2.969 23.440 118.993 15.808 111.166 89.258 4.243 688 2.309 6.803 910 11.988 17.479 24.906 2.054 8.876 26.726 4.895 28.422 18.850 31.646 2.307 13.042 36.278 6.026 53.320 39.508 Cariacica Fundão Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitória Outras categorias Empregados - sem carteira de trabalho assinada Empregados - militares e funcionários públicos esta tutários Empregados - com carteira de trabalho assinada 1.2. Empregos A população Economicamente Ativa (PEA) residente e m Vitória correspondia, segundo dados do censo 2010, a 178mil pessoas, sendo que 92,7% estavam ef etivamente ocupadas. Desta forma, a taxa de desemprego em Vitória é estimada em 7,3%. Da PEA ocupada, aproximadamente 54% dos moradores de Vitória eram empregados com carteira assinada, numa relação similar ao restante dos mun icípios da RMGV, com exceção de Fundão e Guarapari . Figura 112. Categoria de Emprego - RMGV 2010 Fonte: IBGE, Censo 2010. Elaboração Instituto Polis Os dados do Censo tratam apenas da situação do emp rego dos moradores do respectivo município e não da origem do emprego. Há poucas fontes para se est ipular o número de empregos informais, sendo que o PNAD mais atualizado não apresenta dados desagrega dos por município. Desta forma, os dados do Censo 2010, possuem uma maior abrangência e apontam que Vitória possuía 165.095 pessoas ocupadas no período. Destes, 54% eram empregados com carteira assinada e 10% militares ou funcionários públicos. Instituto_Polis1 Podemos considerar que os empregados sem carteira (11,4%) e uma parte importante dos trabalhadores por conta própria, estimados em 18,1%, constituem a ocupação informal. Esses dados indicam que a mas sa de trabalhadores do mercado informal de trabalho d e Vitória constituiria entre 20% e 30% da populaçã o ocupada. Tabela 35. População ocupada em vitória segundo pos ição na ocupação - 2010 Posição na ocupação Número de empregos % Empregados - com carteira de trabalho assinada 89.258 54,1% Empregados - sem carteira de trabalho assinada 18.850 11,4% Empregados - militares e funcionários públicos esta tutários 17.479 10,6% Empregadores 8.508 5,2% Conta própria 29.864 18,1% Não remunerados 1.075 0,7% Consumo próprio 61 0,0% TOTAL 165.095 100,0% Fonte: IBGE, Censo 2010. Elaboração Instituto Polis Os dados da CAGED, mostram que os trabalhadores co m empregos formais de Vitória têm um grau elevado de escolaridade, com mais de 66% deles com o ensin o médio completo ou diploma universitário, o que revela uma contradição quando comparado aos os per centuais de famílias com baixos salários. De acord o com relatório do ICES (2015) esta contradição é ex plicada pelos dados apresentados na Agenda Vitória 2008-2028, que mostram que a demanda por trabalhad ores no município de Vitória se concentra em áreas que exigem pouca qualificação, mesmo que, para efe ito de seleção dos trabalhadores para as vagas disponíveis, exija-se alto nível de escolaridade. Nestes sentidos, é essencial que o município camin he para um modelo desenvolvimento econômico que possibilid ade a geração de emprego com melhores salários e de melhor qualidade. A distribuição dos empregos por setor da atividade econômica reforça ainda a importância do setor de serviços e de administração pública no município d e Vitória. Embora o número de empregos tenha aumentado de forma generalizada, totalizando mais 50% de aumento entre 2000 e 2010, foi o setor de serviços que mais se destacou neste período aument ando sua participação nos empregos de 37,7% em Instituto_Polis1 2000 para 43,9% em 2010, constituindo um aumento de aproximadamente 46 mil novos postos de emprego para o setor neste período. Tabela 36. Número de empregos por setor da atividad e econômica Setor 2000 2010 Crescimento 2000-2010 Abs % Abs % Abs % Extrativa Mineral 1.991 1,3% 3.855 1,7% 1.864 93,6% Indústria de Transformação 6.183 4,1% 8.750 3,8% 2.567 41,5% Serviços Industriais de Utilidade Pública 1.598 1,1% 2.656 1,1% 1.058 66,2% Construção Civil 8.573 5,7% 15.768 6,8% 7.195 83,9% Comércio 20.595 13,8% 29.357 12,6% 8.762 42,5% Serviços 56.174 37,7% 102.244 43,9% 46.070 82,0% Administração Pública 53.459 35,9% 69.296 29,8% 15.837 29,6% Agropecuária 541 0,4% 797 0,3% 256 47,3% TOTAL 149.114 100,0% 232.723 100,0% 83.609 56,1% Fonte: MTE/RAIS. Gerência de Informações Municipai s - SEGES/PMV. Elaboração Instituto Polis Os dados da evolução do PIB na RMGV mostraram uma queda na intensidade de seu crescimento a partir de 2010, conforme apontamos anteriormente. Em rela ção à evolução do emprego, o ano de 2010 continua com crescimento acentuado de empregos formais, sen do o ano de 2012, o que apresentou uma queda mais acentuada em seu crescimento, sem no entanto, apresentar decréscimo neste período. Instituto_Polis1 Tabela 37. Evolução do estoque de trabalhadores ce letistas com carteira assinada em Vitória (ES) A distribuição dos empregos no território, como já apontamos ,não se dá de forma igualitária. Existe m porções do território de Vitória em que coincidem inúmeras variáveis de precariedade, como as menore s rendas familiares, assim como, a menor diversidade de atividades econômicas. Estas regiões se contrapõem às áreas que concentra m as famílias com rendas mais elevadas e que també m são as áreas onde há maior dinamismo econômico conf orme apontado na apresentação do presente relatório, bem como no item ordenamento territoria l. Trata-se das Regiões Administrativas da Praia d o Canto (RA 5) e Jardim da Penha (RA 9) na orla marí tima de Vitória, onde os assentamentos precários s ão quase inexistentes. Os indicadores que se demonstram altamente satisfa tórios em determinadas regiões da cidade, em outra s chegam a números muito baixos, demonstrando o níve l de desigualdade sócio--territorial em que a cida de se encontra. Instituto_Polis1 Ao longo da chamada “Orla Noroeste”, nota-se uma c idade completamente diferente, com uma população com menor renda e indicadores de fraco dinamismo e conômico como a baixa densidade de empregos e um pequeno número de estabelecimentos formais nos set ores comerciais, industriais ou de serviços. Os da dos disponíveis não identificam os empregos ou estabel ecimentos informais, que efetivamente se distribue m no território, na forma de pequenos comércios ou m esmo serviços, muitas vezes localizados dentro do próprio domicílio. A alta informalidade da região é um desafio para o município, pois abrange não so mente as atividades, mas a estrutura fundiária e também a s edificações. Apesar do baixo desempenho econômico no Orla Noroe ste, trata-se de uma região de Vitória que não deixou de crescer, e teve áreas com um significati vo aumento da densidade populacional na última déc ada: são as Regiões Administrativas de Santo Antônio (R A 2) e São Pedro (RA 7). Nessas áreas, os usos não residenciais são mais escassos e a quantidade de a ssentamentos precários (ou aglomerados subnormais) é muito grande, conformando uma área homogênea monofu ncional com pobreza e precariedades. Os dados de aprovação (2006 e 2014) de projetos pe lo município (ver item ordenamento territorial e mercado imobiliário) demonstra também que o mercad o imobiliário formal atua muito pouco nestas regiões, onde predomina a informalidade na constru ção do território. Esta informalidade se mantém mesmo com a possibilidade de aprovação no Programa de Regularização (PRE), que resultou em pouquíssimos empreendimentos enquadrados nestas ár eas. A monofuncionalidade destas regiões grandes impactos para a mobilidade da cidade de forma gera l, já que a população moradora destas regiões tem que se deslocar cotidianamente para as áreas da cidade com maior concentração de empregos. Os dados de distribuição de inscrições de atividad es econômicas por Regional também confirmam esta disparidade. As Regionais que mais concentram ativ idades são de Praia do Canto com 28%, Continental (atual Goiabeiras e Jd. da Penha) com 17% e Centro com 18%, conforme dados elaborados pela Prefeitur a. Instituto_Polis1 Tabela 38. Inscrições por Regional e Porte Empresar ial - 2012 Regional ME ME - MEI EPP Demais Total % I - Centro 4.611 523 413 3.481 9.028 18,52% II - Santo Antônio 854 679 28 575 2.136 4,38% III - Bento Ferreira 2.796 647 354 1.875 5.672 11,63% IV - Maruípe 1.847 1.070 110 795 3.822 7,84% V - Praia do Canto 6.830 454 1.244 5.213 13.741 28,18% VI - Continental 4.229 1.118 405 2.908 8.660 17,76% VII - São Pedro 616 653 28 285 1.582 3,24% VIII - Jardim Camburi 2.096 596 167 1.260 4.119 8.45% Total 23.879 5.740 2.749 16.392 48.760 100,00% Percentual 48,97% 11,77% 16,77% 33,62% 100,00% Fonte: Coordenação de Cadastro Imobiliário - SEMFA/ PMV. Período: 01/01 a 31/12/2012. Elaboração: Gerência de Informações Municipais - SE GES/PMV. As propostas resultantes nas análises do ICES apon tam para algumas questões a serem aprofundadas fac e às especificidades socioeconômicas do município e região, buscando ações e projetos mais inclusivos e sustentáveis, tais como: a) mapeamento dos novos investimentos e, a partir dele, qualificar a mão-de-obra em atividades que s erão demandas visando a inserção da população local; b) utilizar os investimentos em infraestrutura urb ana de modo a melhorar a mobilidade da população l ocal e não somente a logística necessária para as ativid ades das empresas exportadoras; Instituto_Polis1 c) diversificar a atividade econômica, possibilitan do a participação dos pequenos e médios empreendimentos, incluindo atividades da economia s olidária (cooperativa, associações); d) buscar ações e projetos do investimento social privado das grandes empresas conectados à realidad e socioeconômica local e suas potencialidades e deman das, em um ambiente co-participativo. Dentro os itens acima listados, o Plano Diretor po de ter alguma contribuição no âmbito da identifica ção e priorização dos investimentos em infraestrutura ur bana, especialmente, relacionados à mobilidade urb ana. Além disso, também é possível revisar parâmetros e estratégias vigentes que dificultam a implementaç ão de atividades econômicas de pequeno e médio porte. No âmbito da LUOS, contribuindo para sua diversificação, de forma a viabilizar também uma m elhor distribuição das atividades no território. 1.3. Projetos estratégicos A municipalidade conta com alguns projetos estraté gicos com o objetivo de dinamizar alguns territóri os e atividades. Um dos projetos é a urbanização da Orla Noroeste q ue se localiza em um dos territórios diagnosticado s como mais carentes de desenvolvimento econômico e urbano, o outro é a construção de um Oceanário e a implantação de um Polo Gastronômico. Em relação às propostas de Vitória para melhorar a competitividade da cidade, destacam-se a implanta ção do Parque Tecnológico dentro da ZPT, conforme sint etizado no Plano de Ação Vitória Sustentável. Destacamos também a necessidade de avançar nas dir etrizes para as Zonas de Equipamentos Especiais (ZEE), especialmente aquelas atreladas à atividade s com grande influência econômica e urbana no Município, como a ZEE 2– áreas industriais da Comp anhia Vale do Rio Doce - CVRD e Companhia Siderúrgica de Tubarão - CST; bem como a ZEE 6 – á rea do Porto de Vitória; onde deve-se avançar nas definições de parâmetros e diretrizes de modo a co mpatibilizar os usos e evitar conflitos da área urbanizada com os usos portuários e industriais. A lém disso, é preciso verificar a necessidade de um a ZEE para a área do antigo campus universitário da FAES A localizado na Av. Serafim Derenzi, atualmente desativado e que se insere na área de desenvolvimen to do Projeto Orla Noroeste. Instituto_Polis1 Figura 113. Projetos Estratégicos Essas ações podem contribuir para levar desenvolv imento econômico à algumas regiões da cidade, como as regionais de São Pedro e Santo Antônio, que car ecem de oportunidades econômicas. Ao mesmo tempo, tem importantes reflexos para a linha estratégica de mobilidade, na medida que a possibilidade de cr iação de novos empregos em áreas tradicionalmente reside nciais diminui o fluxo de longos deslocamentos na cidade nos horários de pico. A seguir apresentamos um resumo das propostas apon tadas, bem como as questões pertinentes à revisão do PDU: Requalificação da Orla Noroeste A Prefeitura Municipal de Vitória lançou no final de 2013 um Concurso Nacional de Estudos Preliminar es de Urbanismo, Paisagismo e Arquitetura para a Orla No roeste de Vitória. O concurso propôs a criação de um passeio contínuo numa área total de 760.000 m2, 15 ,5 km de orla, envolvendo áreas públicas e privada s, que vai interligar 20 bairros da cidade, benefician do diretamente 72 mil moradores. Instituto_Polis1 Figura 114. Proposta Vencedora do Concurso Orla Nor oeste Decks e Piers Fonte: Divulgação Prefeitura Municipal de Vitória A requalificação da Orla Noroeste objetiva voltar a atenção das intervenções públicas para esta porç ão do Município, interligando as duas cidades – a Vitóri a com infraestrutura adequada e com oportunidades de emprego e geração de renda e a Vitória monofuncion al, precária e com baixa atividade econômica, recuperando uma importante região com a requalific ação de espaços públicos por meio do desenho urbano. Um dos principais objetivos do projeto é promover a integração urbana e visual para a qualificação d e todo o eixo proposto por meio da implantação de ciclovi as, passeios, píeres, atracadouros, jardins, mobil iário urbano, áreas de encontro e lazer em toda a extens ão da Orla. A implantação dessas novas infraestrut uras tem como objetivo potencializar os atrativos turís ticos da região e viabilizar alternativas de geraç ão de renda para os moradores da região, tais como restau rantes, quiosques e pontos de pesca. O projeto prevê o equilíbrio por meio de intervenç ões urbanísticas adequadas à região que buscam a reintegração desta porção da ilha de Vitória com a água e todo o ecossistema do entorno, o mangue, q ue Instituto_Polis1 possui características transitórias que reforçam a passagem diferenciada. Nesse contexto, foi projet ada a implantação de espaços públicos de contemplação do horizonte que estabelecem a conexão entre o espaç o urbano e o ambiente natural do mangue. Para reforç ar essa conexão, está prevista também a implantaçã o de atividades que confiram urbanidade e diversific ação de usos nas escalas metropolitana, municipal e local. Figura 115. Bairro São Pedro Foto Yuri Barichivich Um aspecto fundamental apontado para o projeto de Requalificação da Orla Noroeste é o potencial de integração de ações que estão segmentadas em diver sas secretarias municipais, ou ainda na esfera do governo estadual. Essas ações podem ser reunidas e m um programa único de intervenções ao longo da região por meio do conceito de passeio contínuo. N o âmbito da construção do Plano de Ação Vitória Sustentável, foram definidas nove áreas de interve nção (duas delas no continente) interligadas por t oda a extensão da orla: 1. A Orla ou “O Passeio Contínuo”. 2. Goiabeiras ou “A Rota das Paneleiras”. Instituto_Polis1 3. A Estação Ecológica Municipal da Ilha do Lameirã o ou “Base da EEMIL”. 4. Andorinhas ou “O Encontro”. 5. A Ilha do Campinho ou “Entrada para o Manguezal” . 6. A Ilha do Crisógono ou “Mirante da Baía”. 7. O Parque Orla Noroeste ou “Os Passos Verdes”. 8. A Ilha das Caieiras ou “Um Polo Gastronômico”. 9. A área da Faesa e da Fazendinha ou “Um Plano de Ocupação”. 10. Estrelinha e Inhanguetá ou “Redesenvolvimento U rbano” Neste sentido, é preciso avançar identificando de que forma os parâmetros de uso e ocupação do solo vigente no na área do projeto da orla noroeste se adequam ou precisariam de ajustes para potencializ ar sua implementação, especialmente onde se pretende potencializar atividades não residenciais. A área da FAESA ainda segue sem definição clara e o zoneamen to vigente não definiu parâmetros, é importante qu e se aproveite a revisão do PDU para definir diretri zes para a área que potencializem os objetivos alm ejados com o Projeto Orla. Criação de Polos Gastronômicos em zonas monofuncion ais e de interesse econômico, histórico e urbanístico A proposta de Polos Gastronômicos vem atender à ne cessidade municipal de criação e fomento de atrativos turismos para estimular novas atividades econômicas na cidade de Vitória por meio da organização de regiões na cidade voltadas ao servi ço de gastronomia regional, com o objetivo de aten der moradores da cidade e turistas. O principal objetivo é promover a revitalização ec onômica local, com a conjugação de esforços entre o poder público municipal e a iniciativa privada, pa ra a recuperação da atividade econômica e revitali zação dos espaços públicos em áreas onde se observa a con centração de empresas, potencial de desenvolvimento econômico e vocações locais. De acordo com o Plano de Ação Vitória Sustentável "O Poder Público local incentivará a promoção e o ordenamento do local mediante apoio dos órgãos env olvidos para garantir o livre trânsito de veículos e de pedestres, a sinalização indicativa dos estabeleci mentos participantes, a melhoria da iluminação púb lica, a limpeza dos logradouros públicos e a segurança loc al. Os estabelecimentos que integrarem o Polo Gastronômico se comprometerão em participar de pro gramas de qualificação do empresário e seus Instituto_Polis1 funcionários, visando à excelência no atendimento e na manutenção do negócio e poderão, ainda, utili zar áreas públicas para o atendimento do clientes com d isposição de mobiliários e equipamentos." No Plano de Ação Vitória Sustentável, prevê-se a i mplantação do programa Polos Gastronômicos em três regiões de Vitória: • Ilha de Caieiras: integra-se à ação de requalifi cação da Orla Noroeste, sendo um projeto important e para estimular o desenvolvimento econômico da regi ão que possui carências estruturais. Está prevista para a área, a proposta de “Rua Viva” que tem prioridade para pedestre, ciclistas e cadeirantes e deve ser a principal ação para o suc esso do projeto. Outros trechos também deverão contemplar a mobilidade com destaque aos passeios c iclísticos e de pedestres. • Centro Histórico: Já foram realizadas obras de r evitalização da Rua Sete de Setembro, a revitalização busca contribuir para preservar e va lorizar o espaço público e potencializar a beleza do patrimônio histórico e paisagístico da região. A Região também será objeto de ação do projeto Rua Viva. • Curva da Jurema. O local já é um ponto de encont ro e lazer de Vitória. À noite a praia se transfor ma em um local de encontro de jovens, com uma programa ção diferente a cada dia da semana. A implantação do programa Polo Gastronômico nesta reg ião busca melhorar os serviços e atendimentos aos frequentadores do local e turistas , agregando maior valor à região e intensificando as atividades econômicas existentes. Implantação de Parque Tecnológico Metropolitano de Vitória A proposta de um Parque Tecnológico em Vitória não é recente. Há alguns anos se discute a possibilid ade de implementação de um espaço de propulsão do dese nvolvimento econômico no município, que possa centralizar e mobilizar negócios no setor de ciênc ia, tecnologia e inovação de toda a Região Metropo litana. Existem diversas possibilidades de concentração de atividades inovadoras e de alta tecnologia para P arques Tecnológicos. No caso de Vitória, a proposta se co ncentrará em um Parque de Pesquisa, um Parque Tecnológico e um Centro de Inovação. Assim, o novo espaço será uma área para a instalação de empresa s de tecnologia e laboratórios de pesquisa públicos e privados. Pretende-se que órgãos das três instân cias de governo (federal, estadual e municipal) trabalhem em conjunto para gerar inovação para toda a cadeia industrial que está cípio de Vitória. O com infraestrutura para mecânico, empresas se formando no entorno do muni projeto pretende ser um espaço atrair empresas do setor metal de tecnologia da informação, software, robótica, nanotecnologia, automação; ind ústrias de base tecnológica que fazem fabricação d e componentes eletrônicos como chips; laboratórios d e certificação de produtos; agentes de fomento à ciência; incubadoras; entre outras. Instituto_Polis1 O Parque Tecnológico será um agente indutor do pro cesso de planejamento territorial por meio de açõe s mobilizadoras com agentes locais; regionalização d o território e constituição de uma governança regi onal, constituindo um espaço destinado à geração de info rmações, análises, debates e trocas de experiência s entre pesquisadores, agentes locais e sociedade. O projeto está planejado em etapas de implantação c om três setores diferenciados. • Setor 01: Instalação da Estação Ecológica do Lame irão (obra da sede); • Setor 02: Instalação de Centro de Inovação; • Setor 03: Área de implantação dos galpões para in dústrias com base tecnológica. O PDU vigente já contempla um zoneamento específic o para a área, que deverá ser revisto e ajustado conforme os novos estudos e propostas, especialmen te em função dos usos permitidos na área. No zoneamento vigente, não é permitido o uso residenc ial, por exemplo. Como a área é bastante extensa, é necessária reflexão para avaliar se este uso, bem como de serviços e comércio de apoio devem ser incluídos nesta revisão. Implantação de Oceanário A costa norte do Espírito Santo ao litoral sul da Bahia - região de Abrolhos - detém a maior biodive rsidade marinha do Atlântico Sul. Além da diversidade de c orais (abriga 19 das 21 espécies conhecidas no Bra sil), a região é um dos principais locais de reprodução da baleia-jubarte no mundo. A municipalidade pretende implantar um Oceanário e m Vitória que reunirá várias espécies da vida marinha. O Oceanário poderá ser usado, ainda, para traçar estratégias de recuperação da flora e da f auna marinha e gerar emprego e renda para as comunidades . O Oceanário de Vitória deverá funcionar em parceri a com o Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo, objetivando oferecer ed ucação ambiental, pesquisa, e também um local para visitação, com educação ambiental, lazer e entrete nimento para os turistas e para toda a população. Além do desenvolvimento nas áreas correlatas ao uso de um Oceanário, sua implantação criará um novo ponto turístico para Vitória e região. A Implantação deste Oceanário pretende, assim, não apenas gerar empregos para a população local no próprio empreendimento, mas também transformar Vit ória em uma referência turística no Brasil e internacionalmente, o que gerará também outras opo rtunidades de negócios na área de turismo na cidad e. Instituto_Polis1 Sua localização está prevista na Ilha Formosa, que hoje configura uma península com acesso único pró xima as áreas que possuem alta concentração de emprego e renda. Por tratar-se de um local já bem infraestruturado e com grande dinamismo econômico, a revisão do PDU tem pouco a contribuir para sua potencialização. Desenvolvimento do Potencial Turístico de Vitória O turismo, sobretudo aquele aliado à proteção ambi ental, representa uma grande potencialidade para o desenvolvimento de Vitória. A orla noroeste do mun icípio, onde se encontram atrativos de visitação e o patrimônio ambiental é um local que ainda pode ser explorado no sentido da preservação de maneira sustentável, promovendo, ainda, uma melhora signif icativa nas condições de vida da população. As áreas com potencial turístico são objeto de int eresse para o Município de Vitória, e incrementar a região com edificações e serviços de apoio voltados para o turismo exercerá papel importante para essa linh a estratégica. Uma das importantes ações previstas é a elaboração de um Plano Diretor de Turismo e a elaboração de um Estudo de Fluxo Turístico. Tais p rojetos deverão subsidiar o município com dados importantes para que a Prefeitura Municipal e os e mpreendedores privados possam tomar decisões que tornem Vitória uma cidade mais atrativa para inves tidores e turistas. Com este planejamento será pos sível a estruturação de produtos turísticos, sua promoção e comercialização. De acordo com o Plano de Ação Vitória Sustentável, as ações de fomento à atratividade de turistas tê m dois eixos principais. O primeiro, foca na instalação d e infraestrutura na cidade, como a universalização do acesso à internet e a implantação da Calçada Cidad ã, que prevê facilitar o acesso de pedestres a tod os os locais da cidade, por meio da padronização das cal çadas conforme determinam as legislações federal e municipal de acessibilidade. O segundo eixo de ações imediatas e desta forma po dem já ser contemplados e potencializados, caso se ja possível, na revisão do PDU. Estas ações destinamse à melhoria da qualidade de visitação dos espaço s públicos de Vitória. Nesta chave, propõe-se a inst alação de infraestrutura nos parques urbanos, com implantação do projeto de Arvorismo no Parque Esta dual da Fonte Grande para melhorar a atratividade desta unidade de conservação; a Implantação do Par que Vale do Mulembá, área próxima ao Parque Tecnológico e a urbanização do Canal de Camburi co m a construção Marina Pública que permitirá a ampliação dos atrativos náuticos de Vitória. Instituto_Polis1 ZEE As Zonas de Equipamentos Especiais apontadas como estratégicas no âmbito do desenvolvimento econômico atualmente não possuem parâmetros claros de ocupação ou uso. No PDU foi estabelecido que estes zoneamentos seriam objeto de regulamentação. No caso da ZEE do Aeroporto, por exemplo, já foi aprovado decreto que estipula estes parâmetros, qu e deverão, portanto, serem incorporados na revisão do PDU. No caso da ZEE do porto, foram realizadas alg umas reuniões entre a prefeitura e o órgão gestor sobre a elaboração do Plano Mestre do Porto de Vitória. Neste caso será necessário um entendimento das diretrizes principais do referido plano, bem como de alguns parâmetros que garantam uma convivência harmoniosa com as funções urbanas que cercam o por to. Dentre as principais questões já apontadas est ão: • Ampliar a integração porto – cidade, tanto sob a spectos gerenciais (conflitos de mobilidade) bem como a integração visual, diminuindo as barreiras v isuais que o cercam; • Controle do gabarito das edificações e forma a ga rantir a preservação da paisagem; Em relação à ZEE do Complexo Tubarão, foram realiz adas várias reuniões com o objetivo de avançar na discussão sobre um zoneamento para a área. A Vale do Rio Doce, proprietária da área em questão, real izou levantamentos dos usos e edificações existentes na região e realizou um “Plano Diretor do Complexo d e Tubarão”. O plano em questão está em discussão em tramitação na Prefeitura de Vitória por meio do processo nº 2.194.297/2008. O Plano apresenta prop osta de delimitação de zonas pelas suas carateríst icas atuais: Zona Industrial Consolidada (ZIC) e a Zona de Integração Urbana (ZIU). Na Zona Industrial Consolidada (ZIC) acontecem as atividades de Pelotização, Ferrovia e Porto e os s erviços de apoio e infraestrutura de apoio ao desempenho da s mesmas, conforme Mapa a seguir: Instituto_Polis1 Figura 116. Área de abrangência das atividades no C omplexo Tubarão Fonte: Vale – Documento . As funções dessas áreas de atividades são descri tas a seguir, conforme documento elaborado pela Va le do Rio Doce (2015): 1. Pelotização: Tem como função transformar minéri o de ferro em Pelota, agregando desta forma valor ao produto. O parque é composto de 8 usinas de peloti zação. Incluem ainda as edificações de apoio como casas de bombas, subestações, laboratórios, oficin as, escritórios administrativos, vestiários, dentr e outros. 2. Ferrovia: Tem como função o transporte de minér io de ferro da Vale e Cargas Gerais de terceiros ( carvão e produtos agrícolas), do interior de Minas Gerais ao Porto de Tubarão. Dentro do complexo além dos pátios de manobra, ainda tem oficinas de locomotiv as, vagões e componentes. Incluem também as edificações de apoio como salas administrativas, t orres de inspeção, casas de operador, subestações, almoxarifados, vestiários, casas de bombas, guarita s, restaurante, dentre outras. 3. Porto: Responsável pelo armazenamento e embarqu e do minério de ferro e pelotas, Cargas Gerais (carvão, grãos, fertilizantes e líquidos a granel) , com quatro terminais marítimos: Minério de ferro ; Praia Mole, Produtos diversos e Granéis líquidos. Inclui edificações tais como postos de manutenção, guari tas, subestações, casa do operador, almoxarifados, sala s de controle, edifícios administrativos, restaura ntes, vestiários, dentre outros. Já a Zona de Integração Urbana (ZIU) corresponde à área ocupada pelo Parque Botânico e a AERT (Associação Esportiva e de Recreação de Tubarão). Instituto_Polis1 Além destas duas zonas propostas, o Plano Diretor propõe duas Zonas apontadas para a expansão da atividade industrial e de apoio: Zona com Potencia l para Expansão I e II (ZPE I e ZPE II). A diferen ciação entre as Zonas I e II não estão relacionadas aos u sos propostos, mas com a prioridade de expansão, s endo a ZPE I a prioritária. O zoneamento proposto pela Vale ainda são apontada s as ZPL (sem identificação de nomenclatura) que corresponde à uma faixa de 30m no entorno das lago as existentes no município, correspondentes á área s de Proteção Permanente (APP). O mapa abaixo ilustr a a delimitação das zonas na área da ZEE. Instituto_Polis1 Figura 117. Mapa de Zoneamento: Proposta Vale Fonte: Vale do Rio Doce – Documento explicativo da proposta de zoneamento, 2015 Como é possível verificar no mapa acima, uma grand e parte da gleba encontra-se delimitada como ZIC, que configura uma área já ocupada por edificações e ár eas de apoio das atividades industriais vigentes. Nas áreas não ocupadas, a maior parte está delimitada como Zona de Expansão das atividades industriais. Instituto_Polis1 Foi ressaltado no documento da Vale que delimitar estas áreas como expansão, “(...) não implica dize r que, necessariamente, tais áreas serão efetivamente uti lizadas. Apenas que, eventualmente, caso haja necessidade de supressão de vegetação para utiliza ção de alguma dessas áreas, isto poderá vir a ocor rer. Entretanto, para tal, dependerá de prévia solicita ção da Vale e, ainda, da respectiva emissão de autorização/anuência pelos órgãos competentes, em conformidade com a legislação ambiental aplicável. ” Cabe apontar que a delimitação da Zona para determ inado fim implica que esta área estará totalmente disponível para tanto, o que efetivamente não impl ica que devam ser realizados os trâmites legais pa ra supressão da vegetação. Chama atenção que a maior parte da Zona de Expansão encontra-se atualmente efetivamente coberta por vegetação, mantida pela e mpresa. De acordo com os órgãos ambientais, esta vegetação não possui características nativas e não configuram impeditivo para sua remoção em função de sua natureza, mas possuiriam importante função na drenagem e na redução do espraiamento das emissões de partículas sólidas produzidas no Complexo. Os ó rgãos ambientais ainda estão realizando uma propos ta para uma delimitação clara, bem como sua justifica tiva, de quais áreas deveriam ser protegidas e, de sta forma não aptas para expansão industrial. O documento aponta ainda um levantamento dos índice s de ocupação do complexo, realizando uma proposta de um índice genérico para a gleba toda, c onforme tabela abaixo: Figura 118. Proposta de parâmetros de ocupação para o complexo industrial Fonte: Vale do Rio Doce – Documento explicativo da proposta de zoneamento, 2015 Em relação a proposta da Vale, a consultoria tem a lgumas diretrizes que devem ser aprofundados para a formulação de uma contraproposta de zoneamento para a área: Proteger as áreas de interesse ambiental: As zonas delimitadas como ZPL já são efetivamente protegidas pela legislação federal como APPs. É ne cessária uma avaliação dos órgão ambientais para delimitar as áreas que devem efetivamente ser prote gidas. Diminuir os conflitos entre as atividades industri ais e urbanas: Instituto_Polis1 Incorporar as Zonas identificadas como de Uso Urba no como categoria de zonas compatível na lei. Delimitar a área do Parque Botânico como uma Zona de Proteção compatível com a utilização de parque e atividades de educação atualmente vigente s na área. O objetivo é integrar esta importante á rea, já utilizada pelos munícipes, no sistema de áreas verdes de Vitória, garantindo a permanência de sua função no futuro e atribuindo formalmente os incen tivos possíveis para o zoneamento proposto. Restringir a ocupação de usos diretamente ligados à produção industrial nas áreas próximas à mancha urbana de forma a reduzir as possibilidades de conflito ou incomodidades geradas pela naturez a das atividades realizadas no Complexo. Nestas área s seriam permitidos somente usos administrativos. Definir parâmetros passíveis de controle pela mun icipalidade. Por tratar-se de uma gleba com dimensões muito grandes, índices como taxa de ocup ação e coeficiente de aproveitamento são pouco efetivos no controle da ocupação. O controle do ga barito e das atividades podem ser mais efetivos na garantia de minimização dos conflitos. 1.4. Finanças Públicas 1.4.1. Receitas Vitória tem maior receita per capita das capitais brasileiras. Como pode-se constatar na tabela a se guir. Entretanto, o município teve uma perda muito signi ficativa entre os anos de 2012 e 2013. Em 2012 a receita per capita de Vitória era 45,5%, maior do que o 2º Colocado neste ranking, sendo em 2013 ape nas 27,0% esta diferença. Em relação à média nacional, o mesmo ocorreu, em 2012 Vitória está 83,3% acima da média nacional, ficando em 2013 apenas 55,1%. Tabela 39.Receita per capita – Capitais Brasileiras Em R$ - preços correntes 2012 2013 Vitória 4.115 1.940 Curitiba 2.829 1.528 São Paulo 2.775 1.586 Instituto_Polis1 Porto Alegre 2.670 1.389 Belo Horizonte 2.543 1.491 Rio de Janeiro 2.510 1.462 Palmas 2.393 1.237 Florianópolis 2.205 1.257 Cuiabá 2.180 1.127 Recife 1.993 1.058 Aracaju 1.922 1.006 Porto Velho 1.805 996 João Pessoa 1.791 978 Teresina 1.747 934 Fortaleza 1.606 781 Natal 1.577 853 Manaus 1.551 809 Boa Vista 1.521 923 Maceió 1.398 717 Rio Branco 1.356 724 Belém 1.316 684 Salvador 1.296 753 Macapá 1.083 583 Total 2.246 1.251 Fonte: IBGE, elaboração Instituto Polis. Instituto_Polis1 Diferente de outros municípios brasileiros que apr esentam baixa autonomia na receita, Vitória tem qu ase 40% de sua receita vinda de tributos próprios. Ent retanto, o município ainda conta fortemente com a receita advinda de transferências constitucionais, como royaties e ICMS. O imposto Municipal que mais contribuí com a receit a é o ISS, representando 62% dos impostos arrecadados e 24,8% da receita corrente total do m unicípio e caracterizando-se como o maior ISS per capita das capitais brasileiras. Contudo, de acord o com o Plano de Ação Vitória Sustentável, o ISS arrecadado é muito concentrado em algumas atividad es e há uma gama de atividades que não pagam o imposto. Nesta gestão o governo municipal está rea lizando uma série de medidas a fim de cobrar o ISS destes serviços com a implementação da nota fiscal VITÓRIA (como o modelo da nota fiscal paulista). Alguns exemplos de atividades que apresentam maior inadimplência são: academias de ginástica, dança, esportes; autoescolas; organização de festas, rece pções e serviços de bufê; barbearias e cabeleireir os; conserto, lubrificação e limpeza de veículos, retí fica de motores e recauchutagem de pneus, tinturar ia e lavanderia. O IPTU é responsável por apenas 11% dos impostos arrecadados. Até 2013 o ICMS foi o principal componente da rece ita municipal, representando naquele ano, 34% da receita total. Entretanto este imposto tem apresen tado uma importante queda a partir de 2012 e as projeções mostram que a arrecadação de ISS passará a ser a fonte mais importante de recursos. Figura 119. Receita de ICMS e ISS em $R milhões (PM V) Fonte: ICES, 2015. Instituto_Polis1 A acentuada queda de arrecadação do ICMS na cidade de Vitória deu-se principalmente pela unificação das alíquotas do chamado ICMS de importação. O estado do Espírito Santo e consequentemente a capital do estado onde está situado o porto, tiveram as alíqu otas daquele imposto reduzidas de 12% para 4%. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento (MD IC), os automóveis foram um dos itens que afetaram o desempenho das importações nos portos capixabas. O desembarque de veículo caiu 48% no primeiro trimestre ante iguais meses de 2012. Houve, ainda, queda das transferências do FPM devido a isenção do IPI da indústria automobilística e da linha branca. Nesse novo quadro, o secretário de finanças de Vit ória informou durante o Seminário de Diagnóstico d a ICES em dezembro de 2013 que até novembro do mesmo ano houve uma perda de receita total de R$ 169,3 milhões e em 2014 e 2015 poderá ocorrer uma p erda de ICMS de R$ 50 milhões em cada ano apontando para uma tendência de estagnação da recei ta disponível. Figura 120. Perdas de receita até novembro de 2013 (PMV) Instituto_Polis1 Estas perdas que precisam ser compensadas por outr as formas de aumento de receitas e ou melhora os gastos públicos, para que se mantenha o nível de i nvestimentos na cidade e qualidade dos serviços, c omo é possível verificar pela uma forte tendência de esta gnação da receita disponível. Figura 121. Evolução da receita disponível em R$ bi lhões (PMV) 1.4.2. Despesas Com a diminuição da receita, um grande desafio de Vitória é melhorar seus gastos. Como já se observo u, a estratégia pensada pela prefeitura neste momento é não aumentar os impostos, e buscar melhorar os gastos públicos. Este tem sido o principal esforço da secretaria de finanças municipais, segundo apresentação no Seminário de Diagnóstico da ICES e m dezembro de 2013. Como pode-se observar no gráfico abaixo, entre os anos de 2012 e 2013 houve uma considerável diminuição nos gastos. Contudo, a maior diminuição dos gastos observada foi em inves timento, o que representa um risco importante. Instituto_Polis1 Tabela 40. Variação das despesas (PMV) Variação na Despesa 2013/2012 Global Part. % Recursos Próprios Part. % Despesa total -12,6% 100,0% -9,2% 100,0% Pessoal -4,0% 49,9% -7,6% 51,3% Custeio -2,8% 38,9% -3,0% 38,1% Investimento -59,9% 8,0% -43,9% 7,0% Serviço da Dívida 36,8% 3,3% 36,8% 3,6% Fonte: PMV Apesar dos indicadores relativos ao tema “gestão d o gasto público” terem apresentado resultados posi tivos no diagnóstico realizado no âmbito do Plano de Açã o Vitória Sustentável, o cenário econômico, tanto local quanto nacional, de limitação dos recursos disponí veis impõe a necessidade de adoção de medidas que melhorem a qualidade do gasto público por interméd io da eliminação do desperdício e da melhoria contínua da gestão dos processos. Uma alternativa para o aumento da arrecadação próp ria municipal no Brasil é a revisão do IPTU. Historicamente no Brasil esse imposto é reconhecid o como impopular, e as administrações públicas costumam deixar as plantas genéricas de valores, n a qual são baseadas as alíquotas pagas, desatualiz adas. Da mesma forma não se empenham na atualização do c adastro de imóveis e no avanço na política de cobrança progressiva em sua arrecadação. Contudo, o IPTU, além de ser uma importante fonte de recursos, também é um importante instrumento da política de uso e ocupação do solo e, portanto de planejamento urbano. Sua importância estratégica n o âmbito de uma revisão do PDU, dá-se não somente pe la possibilidade de aumento da capacidade de investimentos no território. Diversos instrumentos de indução do desenvolvimento urbano utilizam o v alor venal como base de seu cálculo de cobrança, tais c omo a outorga onerosa do direito de construir e a transferência do direito de construir que podem se r utilizados para incentivar ou restringir usos, a tividades, Instituto_Polis1 padrões construtivos, edilícios e ambientais. O va lor desatualizado da PGV reduz a eficácia das estr atégias e pode se tornar inócuo para os objetivos almejados. No caso específico de Vitória, o IPTU representou cerca de 4% da receita orçamentária, em 2013. A t ítulo de comparação, na cidade de São Paulo naquele mesm o ano, o IPTU representou cerca de 14% da arrecadação. A implementação de outros instrumentos que podem s er previstos na revisão do PDU de modo a garantir as estratégias e diretrizes de desenvolvimento pro postas. A atualização da Planta Genérica de Valore s com a ampliação da capacidade de arrecadação do IPTU p oderá ser revista a qualquer momento. Além disso, o recadastramento, atualização e modernização do Cad astro Imobiliário, bem como ações para a redução d a inadimplência do IPTU são fundamentais para garant ir uma gestão adequada da valorização imobiliária. 1.5. Gestão Social da Valorização Imobiliária Dada a importância do tema no âmbito da gestão ter ritorial e consequentemente da revisão do Plano Diretor Urbano de Vitória, é fundamental reforçar alguns conceitos, bem como estratégias que garanta m a gestão e capacidade de investimento do município e uma justa distribuição de sua valorização como estabelecido pelos seguintes incisos do artigo 2º d o Estatuto da Cidade: “IX – justa distribuição dos benefícios e ônus deco rrentes do processo de urbanização;” “XI – recuperação dos investimentos do Poder Públ ico de que tenha resultado a valorização de imóvei s urbanos;” Somado a isso, e também como uma diretriz aplicáve l a toda política urbana no que tange à valorizaçã o imobiliária, e mesmo para além dela, observamos qu e o mesmo artigo 2º ainda estabelece como ponto de partida e de chegada a: “II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;” Fica evidente, portanto, que o Estatuto da Cidade, como desdobramento dos princípios e regras constitucionais, assume que a valorização imobiliá ria é um fato inerente à política urbana. Porém, o s efeitos de tal valorização devem ser compartilhado s e controlados pela sociedade e direcionados ao interesse social, posto que é consequência de ação do poder público. Instituto_Polis1 A aprovação do Estatuto da Cidade instituiu um mar co legal que regula a política urbana a ser execut ada pelos Municípios, Estados e União. As inovações ju rídicas trazidas por essa importante lei federal configuram também um enorme desafio em relação às práticas de planejamento e gestão urbana no país, que devem seguir na direção do pleno desenvolvimen to das funções sociais da cidade e da propriedade urbana. A recuperação da valorização fundiária urbana deve ser parte integrante de um processo de planejamen to e gestão do território. As aplicações de normas, c ritérios e outros mecanismos na regulação fundiári a devem envolver compreensão detalhada e abrangente d os processos de urbanização e seus desdobramentos em relação às mudanças produzidas n os solos urbanos e rurais. A possibilidade de aplicação de instrumentos de planejamento e políti ca urbana que incidem nos processos de realização da renda fundiária exige o aperfeiçoamento do arcabou ço legal, bem como uma estrutura de gestão capaz d e organizar os procedimentos necessários para sua ge stão. Desta forma, é fundamental o debate sobre o tema no processo de revisão do PDU de Vitória, poi s é interesse das municipalidades que buscam forma s de promover um desenvolvimento urbano mais equitati vo e redistributivo. Esse tipo de gestão incide profundamente na propri edade imobiliária privada e na atuação dos agentes dos mercados fundiários e imobiliários. Regular e recu perar a valorização imobiliária decorrente de investimentos públicos não é uma mera opção dos go vernos. Ao contrário, constitui um poder, mas, sobretudo um dever, cuja fundamentação é o próprio princípio republicano o qual estrutura o Estado brasileiro. Tal princípio se espraia pelos mais di versos dispositivos constitucionais. No artigo 182 (o qual trata da política urbana) encontra-se a concepção de que “a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme d iretrizes gerais fixadas em lei tem por objetivo o rdenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cid ade e garantir o bem estar de seus habitantes”. “Fazer a gestão social da valorização da terra sig nifica, precisamente, construir e fazer funcionar os meios legais e normativos que garantam que a valorização seja redistribuída para toda a coletividade que p assa a ser também beneficiada por aquelas ações públicas que sempre implicam algum benefício privado” (SANTORO e CYMBALISTA, 2005, p. 10). O termo “gestão social da valorização da terra” ab range não somente a necessidade de redistribuir pa rte da mais valia fundiária para o conjunto da socieda de, mas também a gestão participativa, onde a soci edade é envolvida na discussão sobre a destinação dos re cursos obtidos e dos demais investimentos públicos . Vale repetir, a renda fundiária de um determinado imóvel realiza-se a partir de qualquer investiment o, Instituto_Polis1 público ou privado, realizado no entorno de um det erminado imóvel o qual insere a terra num processo econômico que resulta em ganhos denominados como m ais valia fundiária. Normalmente, a mais valia fundiária é apropriada privadamente pelos propriet ários dos imóveis que registram valorização. É pre ciso mudar esse quadro e fazer com que parte dessa mais valia seja aplicada em benefício da coletividade. Há rendas fundiárias decorrentes de investimentos diretos realizados pelos proprietários no beneficiamento do seu próprio imóvel. Em geral, ta is investimentos são realizados com recursos priva dos e podem ser utilizados, por exemplo, na construção o u reforma de alguma edificação, na instalação de alguma atividade ou na melhoria dos demais aspecto s que geram condições de aproveitamento do imóvel. Porém, não são esses investimentos que geram a mai or parte da valorização imobiliária. O que mais valoriza o imóvel e amplia as possibilidades de re alização das rendas fundiárias são os investimento s realizados pelo poder público nas vizinhanças imed iatas do imóvel que, desse movo, apresente aumento de valor. São investimentos baseados em recursos públ icos oriundos, principalmente, das arrecadações tributárias conduzidas pelos diferentes entes da f ederação. Trata-se de investimentos que melhoram a s condições de uso e ocupação das áreas onde se loca lizam determinados imóveis que, com isso, aumentam seus valores de mercado. Podem ser, por exemplo, d e investimentos em melhorias nas condições de acessibilidade e mobilidade e na oferta de serviço s, equipamentos e serviços públicos de saneamento ambiental, saúde, educação, fornecimento de energia elétrica, entre outros setores. Na prática, a realização da renda e da mais valia fundiária ocorre sob influência de todos os tipos de investimentos públicos e privados, especulativos o u não. Na formação do valor imobiliário, e dos respectivos preços, é difícil definir os limites e ntre as influências dos beneficiamentos dos imóvei s realizados pelos proprietários dos imóveis privado s da vizinhança e as influências dos diversos investimentos públicos realizados no entorno. Considerando os profundos graus de desigualdades s ocioespaciais existentes nas cidades brasileiras, as diretrizes do Estatuto da Cidade devem ser inserid as numa perspectiva redistributiva, isto é, a mais valia imobiliária decorrente dos investimentos públicos que é recuperada nas estratégias de gestão do solo deve retornar para a coletividade, principalmente em be nefício dos grupos sociais de menor renda que vive m em áreas mais precárias e estão em situações mais vulneráveis. É também o caso do município de Vitór ia que apresenta uma alta desigualdade na produção e apropriação dos bens e investimentos realizados em seu processo de urbanização. Instituto_Polis1 O processo de urbanização geral, mesmo desigual e precário, sempre gera diferenciais de valorização imobiliária e realizam mais-valias fundiárias. Daí a necessidade de adoção de estratégias e instrume ntos básicos de gestão social da valorização imobiliári a como: o Imposto Predial e Territorial Urbano (IP TU)e o Imposto sobre Transferência de Bens Imóveis (ITBI). A partir da Constituição de 1988, há uma progressi va descentralização e ampliação da atuação dos municípios nas questões urbanas. A transferência d a responsabilidade pela arrecadação do ITBI aos municípios aumentou a autonomia fiscal dos municíp ios. Tanto a cobrança do IPTU quanto do ITBI representam uma baixa porcentagem na arrecadação d e impostos municipais de forma geral, como no caso de Vitória. Isso limita a capacidade de inves timentos públicos locais e perpetua a existência d e problemas urbanos. Dentre os aspectos que contribu em para a baixa eficiência na arrecadação municipa l própria destacam-se (Instituto Polis, 2011): • a alta irregularidade na produção do espaço urban o; • a inexistência ou desatualização de cadastros téc nicos imobiliários; • a defasagem da planta genérica de valores em rela ção aos valores dos imóveis e • a inadimplência dos contribuintes. A tributação sobre a propriedade imobiliária pode desempenhar um importante papel na capacidade de investimento municipal. Ao mesmo tempo possibilita uma distribuição justa dos ônus e benefícios da urbanização, a recuperação de investimentos públic os que resultaram na valorização de imóveis privad os, o combate à especulação imobiliária e o estímulo ao desenvolvimento econômico (DE CESARE, 2004). O IPT U e o ITBI são, respectivamente, tributos sobre a pr opriedade e sobre o comércio de imóveis urbanos. Relacionam-se diretamente com a realização de melh orias nos espaços urbanos que influenciam tanto as condições daquela propriedade imobiliária quanto d a sua comercialização. São instrumentos básicos pa ra a gestão do solo urbano e devem ser os primeiros ins trumentos a serem revistos e atualizados no proces so de implementação deste processo. Cabem em praticam ente todas as situações existentes num processo de urbanização geral. Porém, considerando as desigual dades sociais que ainda persistem nesses processos , é preciso sempre considerar o princípio da justiça tr ibutária. Além dos instrumentos básicos para a gestão do sol o urbano, Vitória pode adotar outras diretrizes e instrumentos. O município já esgotou sua capacidad e de expansão territorial dada as suas limitações físicas e geográficas já comentadas neste relatório. No en tanto, ainda apresenta um território bastante hori zontal em sua morfologia, conforme apontado no capítulo s obre ordenamento territorial, a maior parte de sua s Instituto_Polis1 construções possui até 2 ou 3 pavimentos. Diante d as tendências de crescimento populacional vigentes e previstas para o território, o debate sobre sua ve rticalização é constante nos debates públicos e té cnicos. Em que pese serem diversas as possibilidades de ve rticalização, alturas médias ou altas de edificaçõ es, ambas incidem sobre a infraestrutura instalada e s obre os investimentos públicos existentes ou previ stos. Desta forma, o debate em Vitória passa pela gestão da valorização imobiliária nos processos de verticalização urbana e não de sua expansão no terr itório. A verticalização pode ser vista, de certo modo, co mo a expressão material de uma forma de aproveitamento construtivo e econômico das terras urbanas beneficiadas por investimentos em serviços , equipamentos e infraestruturas urbanas os quais, p or sua vez, são viabilizados por recursos públicos gerados pelos trabalhos de toda a sociedade. Essa renda fundiária não é fruto somente do trabalho individual do proprietário do imóvel, mas sim do t rabalho de toda a coletividade. A produção de terr as urbanas, nas quais se implantam os empreendimentos imobiliários horizontais ou verticais, públicos o u privados, é necessariamente um processo social, po lítico, econômico e cultural. Essas terras urbanas são produtos da distribuição socioespacial dos investi mentos públicos em saneamento ambiental, vias, transporte coletivo, escolas, postos de saúde, hos pitais, praças, parques, entre outros. A verticali zação é a expressão material dos altos níveis de aproveitame nto econômico e funcional das terras urbanas socialmente produzidas. Os ganhos econômicos desse aproveitamento não podem ser embolsados somente pelos proprietários e investidores privado s. É preciso que parte desse ganho beneficie a coletividade que financia aqueles investimentos púb licos. Em Vitória, assim como em muitos municípios, esses processos de verticalização são regulados pelos chamados parâmetros urbanísticos de ocupação do so lo urbano. Tal regulação é feita por meio do estabelecimento de coeficientes de aproveitamento, taxas de ocupação, recuos mínimos das edificações em relação às divisas dos lotes, altura máxima de edificação, gabarito máximo, quotas mínimas e máxi mas de unidades habitacionais, entre outros. São parâmetros urbanísticos que colocam limites no aproveitamento construtivo das terras urbanas e, com isso, incidem diretamente na valorização imobiliár ia. Quanto maior a possibilidade de aproveitamento dessas terras, permitindo maiores quantidades de m etros quadrados construídos comercializáveis, maio r será a valorização imobiliária. Muitas vezes, as áreas urbanas que recebem novos e mpreendimentos verticais configuram frentes de investimentos privados impulsionadas por investime ntos públicos. Geralmente, as oportunidades para o Instituto_Polis1 surgimento dessas frentes aparecem com a abertura ou complementação de vias que ampliam e melhoram as condições locais de acessibilidade e mobilidade . Em muitos casos, essas frentes avançam sobre bai rros residenciais horizontais onde ocorrem mudanças pro fundas nos padrões de ocupação do solo urbano, com substituição de construções horizontais por vertic ais, como já ocorre em diversas regiões de Vitória como Jd. Camburi, Praia do Canto e mais recentemente Ben to Ferreira. Um dos principais instrumentos da política urbana que podem captar parte dos ganhos obtidos pelo empreendedor imobiliário com aproveitamentos máxim os das terras urbanas produzidas e valorizadas a partir de investimentos públicos é a Outorga Onero sa do Direito de Construir. Trata-se de um instrum ento jurídico e político, previsto no art. 4º, inc. V, letra “n” do Estatuto da Cidade destinado a recupe rar mais valias fundiárias e operar transformações na reali dade urbana. A revisão do PDU deverá debater este e outros importantes instrumentos passíveis de contr ibuir para a concretização dos objetivos e diretri zes estabelecidos contribuindo para a melhoria da qual idade urbana numa perspectiva redistributiva. Instituto_Polis1 12. Referências Bibliográficas IBGE. Características da População e dos Domicílio s. – resultados do universo. Rio de Janeiro, 2011. INSTITUTO POLIS. Iniciativa Cidades Emergentes e S ustentáveis: Relatório de Avaliação Inicial do Mun icípio de Vitória -ES. 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