Jéssica Ribeiro da Silva TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO A INTERFERÊNCIA DAS CRIANÇAS NO PROCESSO DE COMPRA DE IOGURTE Santa Maria, RS 2012 1 Jéssica Ribeiro da Silva A INTERFERÊNCIA DAS CRIANÇAS NO PROCESSO DE COMPRA DE IOGURTE Trabalho Final de Graduação (TFG) apresentado ao Curso de Publicidade e Propaganda, Área de Ciências Sociais, do Centro Universitário Franciscano, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda. Orientadora: Prof.ª. Janea Kessler Santa Maria, RS 2012 2 Jéssica Ribeiro da Silva A INTERFERÊNCIA DAS CRIANÇAS NO PROCESSO DE COMPRA DE IOGURTE Trabalho Final de Graduação (TFG) apresentado ao Curso de Publicidade e Propaganda, Área de Ciências Sociais do Centro Universitário Franciscano, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda. ________________________________________________ Profª. Janea Kessler (Orientadora – Unifra) ________________________________________________ Profª. Pauline Fraga ________________________________________________ Profª. Cristina Munarski Jobim Hollerbach Aprovado em ...... de .......................................de ......... 3 RESUMO Os membros do grupo familiar colocam-se uns aos outros como fortes influenciadores de compras atualmente. Ao mesmo tempo, o comportamento do consumidor infantil vem sendo estudado, pois as crianças são de fato consumidoras em potencial, com amplo investimento das marcas sobre elas. Para estas, ter conhecimento do que atrai a atenção deste tipo de público constitui-se numa estratégia para o aumento de suas vendas e crescimento no mercado. A partir disso, por meio de uma pesquisa qualitativa, com a aplicação de entrevistas com mães de crianças na faixa etária de 7 a 9 anos, procura-se observar como se portam os consumidores infantis com relação à marca de iogurte Danoninho. Assim, identificase o relevante papel dos meios de comunicação e da publicidade na consolidação das marcas. Palavras-chave: Consumo; Comportamento Consumidor; Consumo infantil. ABSTRACT The members of the family are placed as strong influencers at the time of purchase decision today. At the same time, consumer behavior has been studied children because children present themselves as potential customers, with extensive investment brands. For them, knowing what attracts the attention of this type of audience is part of a strategy to increase sales and market growth. From this, through a qualitative analysis, with application of interviews with mothers of children aged 79 years, seeks to observe how consumers behave in relation to children's brand yogurt yogurt. Thus, it identifies the important role of media and advertising for brands to consolidate the market. Keywords: Consumption, Consumer Behavior, Consumer children. 4 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 06 2 CAPÍTULO I – FAMÍLIA E SUAS RELAÇÕES COM O CONSUMO...... 09 2.1 CONSUMO FAMILIAR................................................................................ 09 2.2 CONSUMIDOR INFANTIL.......................................................................... 11 2.3 ESTRATÉGIAS MERCADOLÓGICAS UTILIZADAS PELAS MARCAS.. 15 2.3.1 Publicidade.................................................................................................. 15 2.3.2 Pesquisa no processo de comunicação publicitária..................................... 21 3 METODOLOGIA........................................................................................... 26 3.1 NATUREZA, TIPO E TÉCNICA DE PESQUISA.......................................... 26 3.2 OBJETO DE ESTUDO: A MARCA DANONE ............................................. 27 4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES OBTIDAS.................... 29 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 44 5 1 INTRODUÇÃO O papel desempenhado pelas crianças no consumo de suas famílias há muito vem mudando, já que elas estão cada vez mais participativas no processo de compra de seus pais e demais membros do grupo familiar. Esta interferência está associada, em parte, às características das novas gerações, que estão cada vez mais cedo entrando em contato com o universo do consumo resultado de uma geração que possui um amplo acesso a informação, por diferentes meios, são estimulados a consumir. Atualmente, percebe-se também que a relação entre pais e filhos tem mudado de um nível autoritário para uma dinâmica mais equilibrada. Autores como Giglio (2004) destacam essas modificações ocorridas nos últimos tempos na relação entre pais e filhos, que antes era marcada por uma comunicação vertical e atualmente é caracterizada por uma troca de mensagens mais horizontalizada. O que se pode perceber é que hoje os pais disponibilizam mais opções para que os filhos escolham entre a grande variedade de produtos disponíveis no mercado. Veloso et al (2008), discorrendo sobre o comportamento das crianças brasileiras quanto a realização das compras com os adultos, especificam o caso dos supermercados, ressaltando que as famílias acompanhadas de crianças permanecem mais tempo dentro da loja, aumentando consequentemente a probabilidade de aquisição de produtos. Na opinião de Giglio (2004), quanto mais idade tiver a criança, maior é a sua interferência no processo de decisão entre as marcas de determinados produtos. Neste sentido, John (apud CHAN, 2005) afirma que em cada estágio do desenvolvimento a criança existe uma diferente consciência de informação; dependendo do produto ou situação em que este é utilizado, pode-se lembrar-se dele pela cor da embalagem e até mesmo pela marca. Pesquisas realizadas com crianças norte-americanas de diferentes estágios de desenvolvimento, segundo o autor, mostram que quanto mais idade tem a criança, mais essa capacidade de armazenar informações aumenta, chegando a um ponto em que as crianças lembram dos benefícios dos produtos na decisão de compra. Outros estudos realizados com crianças norte-americanas mostram que existe um processo de desenvolvimento da criança como consumidora ( McNeal, 1992). Este processo tem início quando ela acompanha os pais ao supermercado e os observa; depois, acompanhaos e solicita um produto ou serviço; mais tarde, acompanha-os e seleciona os produtos sob permissão e, finalmente, acompanha-os e faz suas próprias compras de forma independente. 6 Atento a isso, o mesmo autor afirma que a disposição de produtos alimentícios nos supermercados, por exemplo, é propositalmente organizada a fim de que o consumidor infantil tenha maior acesso e o incentiva seu desejo por bolachinhas, salgadinhos, refrigerantes, chocolates, frituras, macarrão instantâneo, iogurte, dentre outros produtos destinados a esse público, contando com o importante papel dos pequenos consumidores nas lojas para que sejam adquiridos estes produtos. Diante deste cenário esta pesquisa centra-se na possibilidade de interferência de alguns consumidores infantis nas decisões de compra de suas famílias santa-marienses. Como delimitação, elegeu-se a categoria de produtos iogurte, mais especificamente da marca Danone. Escolheu-se trabalhar com a marca por esta ter se consolidado no mercado brasileiro e estar presente no país há mais de 40 anos. Especificamente investigou-se o consumo do petit suisse Danoninho. Parte-se da hipótese de que foi um produto que possivelmente os pais dessas crianças consumiram e podem estar querendo que seus filhos o consumam baseados nas suas experiências pessoais e nas referencias que a publicidade da Danone pode ter deixado em suas memórias. Considerando que os adultos – pais e mães podem estar optando pela compra de uma marca na qual confiam e que as crianças opinam sobre o consumo, podem preferir outras, o problema desta pesquisa é: existe interferência que crianças entre 7 e 9 anos fazem na compra de iogurte realizadas pela família? Com isso, o objetivo foi averiguar a interferência das crianças de uma amostra na escolha de marcas nas compras realizadas pelas suas famílias. Como objetivos específicos, estabeleceu-se: a) observar se os filhos são levados ao mercado; b) verificar se as crianças reconhecem marcas e embalagens de iogurte, e entre elas, a da marca Danoninho; c) averiguar se há recall das mensagens publicitárias da marca Danoninho entre as mães; d) identificar se há conflito entre mães e filhos na aquisição de determinadas marcas de iogurte. Por isso, o grupo analisado compreendeu uma amostra por conveniência de cinco mães de Santa Maria, com filhos na faixa etária estabelecida. Para desenvolver este estudo, no Capítulo 1 abordou-se a relação da família com o consumo, considerando-se que a decisão das compras para casa, antigamente cabia ao pai e a mãe e, hoje inclui os filhos, também formadores de opinião e muitas vezes decisores de marcas que serão adquiridas e consumidas pela família. No mesmo Capítulo fez-se um breve apanhado do comportamento do consumo infantil, as etapas do desenvolvimento cognitivo infantil bem como o seu despertar para o 7 consumo; no Capitulo 2 os temas marketing, marca e publicidade, desenvolvidos com o objetivo de traçar um ambiente mercadológico sobre as influências nas decisões de consumo. Na sequência, o Capítulo 3 apresenta a Metodologia, a descrição e as análises dos dados e por fim, apresentam-se as considerações finais obtidas neste estudo. 8 2 CAPÍTULO 1 – FAMÍLIA E AS RELAÇÕES COM O CONSUMO 2.1 CONSUMO FAMILIAR Os estrategistas de marketing têm se preocupado em saber quais membros da família têm mais influência nos vários tipos de decisão de consumo, pois é importante identificar o nível de participação de cada um e como estes variam conforme os tipos de produtos, já que esta informação pode influenciar as estratégias a serem utilizadas pela marca (BELCH e WILLIS, 2002). Dentre as opções que as empresas do setor industrial, comercial e prestadoras de serviços dispõem para estimular a preferência dos consumidores por suas marcas estão as ações em ponto de venda com promoções, degustações, os tests-drive e a publicidade nos diversos meios de comunicação. As estratégias de comunicação publicitária são ou deveriam ser planejadas a partir do posicionamento da marca (e seus produtos existentes) no mercado, em relação aos seus concorrentes e com base em estudos sobre motivações para o consumo, entre outros. Para isso é fundamental, para as marcas, identificarem os cenários nos quais o consumo acontece e que pode contribuir para seu sucesso no mercado, aspectos que podem ser evidenciados ao se observar determinados comportamentos do público-alvo. Há tempos, por exemplo, investigava-se o comportamento de compra das famílias baseando-se no pressuposto de que a decisão era tomada por apenas um dos elementos da família: o pai (DAVIS, 1976). Mas com o tempo percebeu-se que, na realidade, toda a família participava deste processo, pois todos os elementos que compõem o conjunto familiar exercem influência sobre os demais, como observa Cox (1975). Assim, embora inicialmente tratadas como representantes de um papel secundário, atualmente as crianças têm alcançado função importante na decisão final entre tipos e marcas de produtos e serviços. Nesta perspectiva, a família deve ser analisada como uma unidade de tomada de decisões nas quais seus membros recebem informação, as analisam, expõem sua opinião e finalmente decidem por qual produto comprar. Vale lembrar que isso não ocorre na compra de quase todos os produtos, mas preferencialmente para os de maior valor, como, por exemplo, a compra de um carro. Solomon (2002) também se refere à influência da família nas decisões de compra, considerando os diferentes tipos de motivação que os indivíduos podem ter para comprar 9 determinadas marcas de produtos. As pessoas pertencem a grupos sociais que proporcionam, entre outras coisas, a troca de informações. E esta interação acaba influenciando, o comportamento de consumo dos indivíduos, já que a preferência por determinadas marcas tem a ver com a experiência que o consumidor teve ou ainda com a que alguém de seu círculo de convivência obteve. Pode-se notar que ao longo da vida os indivíduos fazem parte de vários grupos sociais, seja por escolha própria ou por circunstâncias que independem da sua vontade. Solomon (2002) considera que grupos sociais existem quando em determinado conjunto de pessoas há uma relação estável de convivência em razão de objetivos e interesses comuns. Os grupos sociais se diferem quanto ao grau de contato de seus membros: os grupos primários são aqueles de contato e convívio mais íntimo, como a família e vizinhos. Diferente dos grupos primários, Solomon (2002) afirma que os secundários são aqueles que os membros não possuem o mesmo grau de proximidade, como grupos religiosos ou partidos políticos. Há também os grupos intermediários, aqueles que compõem características dos dois grupos, tanto do primário como do secundário, um exemplo desse grupo são os colegas de trabalho ou colegas de classe. Outra maneira simples de compreender-se a diferença dos grupos sociais é aquela que identifica como grupo de pertencimento aquele ao qual o indivíduo pertence já aquele ao qual este não pertence, mas, almeja pertencer e serve de modelo são chamados de grupos de referência. Grupo de referência, explica Solomon (2002), é aquele que exerce uma influência muito significativa nas avaliações e no comportamento do indivíduo; ou seja, antes de qualquer atitude mais ou menos importante, os parâmetros do grupo ao qual o indivíduo pertence serão levados em consideração, fazendo com que a pessoa escolha determinadas marcas ou produtos que nem sempre são adequadas para si, mas, devido à influência do grupo, o produto é consumido para que o mesmo não rejeite aquela pessoa que quer se tornar parte dele. Observa-se que, as crianças tendem a adotar o comportamento dos adultos, de colegas de escola e amigos que a cercam, já que a sensação de pertencimento passa pelo compartilhamento de práticas comuns a esses grupos. Por isso, em vários momentos, as crianças agem de acordo com o comportamento estabelecido pelo grupo familiar, já que estas são as suas referências mais próximas, inclusive de práticas de consumo e preferência entre marcas. Mas estes podem incorporar preferências a partir da opinião de amigos ou colegas influentes. 10 Pode-se considerar que, antes de nascerem os bebês já estão consumindo mesmo que indiretamente, pois é para atender uma necessidade deles que se compram roupas, calçados, móveis, brinquedos. Com o passar do tempo, essas necessidades vão aumentando e o despertar das crianças para a existência de marcas que diferenciam os produtos é imediato. Segundo Lawe (1991), de 2 para 3 anos de idade, a criança passa a diferenciar as marcas e a observar aspectos comportamentais de outras crianças ao seu redor, podendo assim exercer o papel de influenciadora ou ser influenciado por outras pessoas na hora de escolher o que comer ou vestir, o que justifica a importância do estudo do comportamento do consumidor infantil, o que será abordado a seguir. 2.2 CONSUMIDOR INFANTIL Rust (1993) afirma que McNeal (1964) foi o primeiro a reconhecer crianças como consumidoras, quando fez a publicação Compradores de caramelos de um centavo. Hoje, as crianças são consideradas consumidoras efetivas de vários tipos de produtos e influenciadoras de outras categorias que não são direcionadas diretamente para o seu consumo, fazendo com que as empresas invistam em estratégias para cativar esses consumidores mirins e aumentar as vendas em vários nichos de mercado. No Brasil, a criança há tempos é a soberana do lar (GIACOMINI, 1991). Isso acontece provavelmente porque as crianças não passam tanto tempo com os pais como antigamente. Segundo o autor, com a inclusão da mulher no mercado de trabalho, os filhos ficam em creches e escolas e, sendo assim, muitos pais tentam compensar essa falta deles cedendo aos desejos dos filhos. Muito frequentemente a criança é quem decide o que vai comer, vestir, calçar e, dependendo de sua idade, até outros produtos para dentro de casa, como eletroeletrônicos ou até mesmo o roteiro da viagem de férias da família. Podendo-se observar que as crianças estão cada vez mais informadas devido ao acesso à TV e à internet e muitas vezes só consomem o que lhes agrada, sem imposições, opinam sobre variados assuntos, tornando-se cada vez mais determinantes nas decisões por determinadas marcas de produtos nos supermercados. Se os pais não têm preferência por alguma marca, a escolha pode ser decidida pelas opiniões dos filhos em diferentes estágios de desenvolvimento e, por consequência, de participação na vida familiar e na sociedade. O desenvolvimento humano é um processo contínuo, que apresenta mudanças graduais e evolutivas. Do mesmo modo, a cognição acompanha esta evolução e vai aos 11 poucos moldando a personalidade e o comportamento da criança. No que diz respeito ao desenvolvimento intelectual dos indivíduos, Piaget (1978) aponta quatro grandes estágios: o sensório-motor; o pré-operacional; o das operações concretas e o das operações formais. O primeiro deles, sensório-motor, vai do nascimento aos dois anos; nele, a criança ainda não “pensa”, mas há o desenvolvimento cognitivo, na medida em que os esquemas cognitivos são construídos. Caracteriza-se também como um período de construção de esquemas de ação que possibilitam à criança reconhecer pessoas e objetos. As experiências são marcadas, em sua fase inicial, por um contato direto da criança com pessoas e objetos; isto é, sem representação, pensamento ou linguagem (PIAGET, 1978). O segundo estágio, pré-operacional, vai dos dois aos sete anos e sua principal característica é o desenvolvimento da linguagem e a capacidade de representar. Nesta época, conforme assinala Piaget (1978), desenvolve-se a capacidade de a criança substituir um objeto, uma ação, situação ou pessoa por palavras, o que significa que ela se torna capaz de usar esquemas simbólicos ou representacionais para interagir em seu ambiente familiar. Já o terceiro, o das operações concretas, vai dos sete aos doze anos, quando a criança começa a aplicar o raciocínio lógico para resolver os problemas concretos. Por fim, o último estágio, das operações formais, corresponde ao período da adolescência – dos doze anos em diante – e se caracteriza pelo surgimento do pensamento abstrato. Nesse estágio, o indivíduo alcança seu nível mais elevado de desenvolvimento cognitivo (PIAGET, 1978). É importante destacar que a criança, nos dois estágios iniciais anteriormente citados, vai progressivamente se desenvolvendo física e emocionalmente e construindo, na interação com o meio, as estruturas cognitivas que lhe permitirão conhecer o mundo que a circunda. Além disso, começa a interagir com as pessoas e os objetos que fazem parte de seu contexto e, o que é muito mais importante, estabelece as relações que lhe permitirão entender esse mundo em suas múltiplas dimensões. Outro estudioso do comportamento e desenvolvimento humano, John (apud CHAN, 2005) propôs um modelo de socialização do consumidor no qual este aspecto é um processo que passa do estágio perceptivo (crianças entre 3 e 7 anos) para o estágio analítico (entre 7 e 11 anos) e então para o estágio reflexivo (entre 12 e 16). Em cada estágio, a criança tem uma diferente consciência de fonte de informação, dependendo do produto ou situação que, de acordo com pesquisas realizadas, aumenta conforme a idade. Essas consciências de fonte de informação podem ser os pais, os amigos e até os colegas de colégio ou pessoas que fazem parte do dia-a-dia da criança, além da 12 publicidade; essa com papel determinante para argumentações em meio a pedidos e opiniões sobre determinadas marcas. Com a escassez de dados com pesquisas sobre a realidade brasileira, torna-se necessário o uso de dados de outros países, principalmente vindos dos Estado Unidos, para mostrar como se dá a trajetória do desenvolvimento da criança e seu comportamento de consumo. Conforme o estudo realizado por White (1997), crianças acompanham seus pais ao local de compra desde bebês e começam a efetuar compras independentemente a partir dos 4 anos, seguindo cinco estágios: a) No estágio 1, ocorre a observação (contato sensorial) por parte da crianças na qual ela tem uma primeira interação com o local, ou seja, observa o supermercado e a disposição dos produtos; b) No estágio 2, a criança a partir de 2 anos de idade já começa a pedir por produtos através do estímulo das vitrines e gôndolas, ela pede o que vê; c) Já no estágio 3, por volta dos 3 anos, a criança começa a fazer pedidos verbais de produtos em que recebeu estímulos em casa, como propagandas na TV, por exemplo. Este é o estágio em que a criança seleciona os produtos que deseja e já desenvolveu certa memória da loja e sabe localizar os produtos que lhe agradam lembrando-se deles: as cores das embalagens e os personagens nela impressos são os fatores determinantes mais importantes para as crianças neste estágio; d) A partir do estágio 4, que segundo o autor acontece pela faixa dos 5 anos da criança, ela começa a efetuar compras com auxílio dos pais e se recebe um pequeno valor em dinheiro, passa a entender que para levar os produtos da loja é preciso fazer uma permuta entre o valor recebido e o valor do produto. Lembra-se que isso não é uma regra, pois algumas crianças começam a efetuar compras mais cedo e outras em período mais tardio, variando de acordo com o método de criação e liberdade dada por parte dos pais a elas; e) Por fim, o estágio 5 é quando a criança realiza compras sem o auxílio dos pais, e a média de idade em que isto ocorre é por volta dos 7 ou 8 anos de idade. Vê-se que, neste estágio, as crianças tornam-se consumidoras primárias, e é para elas que os especialistas de marketing começam a direcionar suas mensagens publicitárias. É possível observar que nesta faixa etária a criança está sendo alfabetizada, portanto tem maior acesso a informações e passa a entender com maior clareza os anúncios de produtos destinados ao público infantil. 13 Existe no Brasil uma organização sem fins lucrativos criada em 1994 que visa promover a valorização das crianças e a melhoria da sua qualidade de vida, o instituto ALANA. O instituto criou o projeto Criança e Consumo, no qual trabalha com esse tipo de estudo, voltado para o consumo infantil, principalmente de crianças na faixa etária trabalhada no estágio 5 citado por White. Há um documentário chamado “ Criança, A Alma do Negócio” feito pelo instituto com o objetivo de “abrir” os olhos dos pais e demais pessoas da sociedade sobre o fato de que as crianças estão perdendo a infância e virando consumidoras primárias cada vez mais cedo, seja devido aos anúncios publicitários ou por culpa dos pais que hoje em dia dão mais abertura para seus filhos, deixando-os consumir o que lhes der vontade. Este documentário nos mostra que hoje as crianças estão influenciando em cerca de 60% da compra dos pais. E quanto maior a idade da criança, mais importância esses pais dão para suas opiniões. Linn (2005) acrescenta que entre cinco e sete anos, as crianças começam a ter maior independência dentro do supermercado, sendo que algumas delas ensaiam colocar produtos no carrinho de supermercado sem a permissão dos responsáveis. Os funcionários dos supermercados salientam, ainda conforme o autor, que nessa faixa etária, as crianças começam a conectar os produtos disponíveis nas lojas com comerciais televisivos. A partir dos sete anos as crianças têm respostas mais positivas aos seus pedidos. Avalia-se que os responsáveis começam a considerar de forma mais séria as suas demandas, sendo que nesse período é bastante comum a criança pedir o produto, receber permissão, procurar e colocá-lo no carrinho (KAPFERER, 2007). Rust (1993) apresenta resultados similares, observando em sua pesquisa uma correlação positiva entre a idade da criança norte-americana e o número de respostas positivas a seus pedidos. Algumas crianças a partir dos 8 anos de idade passam a desejar produtos como frutas, verduras, tipos específicos de carne, etc., fato que pode ser explicado por uma postura mais responsável e menos egocentrista, característica típica de etapas anteriores do desenvolvimento (MONTIGNEAUX, 2003). Além da idade, Karsaklian (2000), assegura que outros fatores devem ser levados em conta na hora de se estudar a influência das crianças sobre os pais: observa-se que quanto mais elevada a classe social da família, mais abertura os pais dão aos filhos na hora de intervir no processo de decisão de compra; a autora também afirma que as meninas influenciam mais que os meninos, porém os meninos influenciam em produtos bem mais caros, como por exemplo o modelo do carro que vai ser comprado. 14 Mas isso varia de acordo com os pais, pois alguns tendem a ser mais influenciáveis que outros (POLLAY, 1968), já as mães cedem menos ao pedido dos filhos devido ao sentimento de super proteção e por querer o melhor para eles; então, de acordo com este autor, escolhem o que acham mais indicado para a criança e nem sempre o que ela quer. Acerca do processo de tomada de decisão da compra, Giglio (2004, p.109) diz que “o consumo é um processo dinâmico de escolha”; assim, até que o indivíduo chegue ao chamado “momento da verdade”, ou seja, o instante em que a compra é realizada, ele passa por diversas etapas que influenciarão a sua decisão final e mesmo após o consumo do bem ou serviço, o cliente ainda continuará avaliando se vale a pena continuar consumindo-o. Na primeira etapa ocorre o reconhecimento da necessidade, que é quando o indivíduo sente falta de algo. Por exemplo, um vazio no estômago, significa que ele está com fome e alguns estímulos externos como a propaganda de um pão de queijo podem influencia-lo na hora de decidir o que comer. Já na segunda etapa o indivíduo vai em busca de informação, seja em folhetos de propaganda, na internet ou até mesmo com amigos que já consumiram o produto ou serviço. Na etapa seguinte ocorre a avaliação das alternativas, pois como percebemos há cada vez mais produtos iguais no mercado, e muitas vezes alguns fatores tais como: preço, nome da marca e país de origem do produto podem ser determinantes para que ocorra a preferência do consumidor. Por último, depois de passar por todas as etapas e já ter identificado seu produto favorito, ou seja, depois do indivíduo ter tomado sua decisão, ele então passa para a última etapa que é a compra. Esta, por fim, divide-se em duas categorias, a compra planejada que é aquela em que o indivíduo já sabe a marca que vai comprar e a compra não planejada, na qual o indivíduo sabe o produto que vai comprar, mas a marca é decidida no ponto de venda. E após ter feito a compra o indivíduo encerra com a avaliação da experiência, na qual a sua satisfação ou insatisfação será o motivo do abandono ou da lealdade à marca. Por isso, grandes empresas investem cada vez mais no marketing para manter e fidelizar novos clientes, utilizando-se estratégias cada vez mais incrementadas para agradar os seus consumidores. 2.3 ESTRATÉGIAS MERCADOLÓGICAS UTILIZADAS PELAS MARCAS 2.3.1 PUBLICIDADE 15 Para entender as atividades mercadológicas empreendidas pelas marcas, visando manter ou ampliar o consumo, é necessário expor as ações desenvolvidas em ações de marketing. Cobra (1997) afirma que o marketing existe desde a primeira revolução industrial e é uma ferramenta essencial para pequenas, médias e grandes empresas. O marketing pode ser entendido como uma função empresarial com a finalidade de “definir programas e objetivos para a conquista e manutenção dos clientes e a melhor maneira de satisfazer suas necessidades e desejos, de forma competitiva e lucrativa” (SEITZ, 2007, p. 269). Com a globalização, que trouxe novos direcionamentos para as marcas, as empresas passaram a ficar mais atentas às mudanças do mercado, que se tornou mais competitivo, já que precisam acompanhar essas transformações. Este acelerado avanço, ocasionado pela globalização e pelo progresso tecnológico, permitiu, entre outras coisas, que as empresas oferecessem ao mercado os mesmos produtos, com as mesmas especificações técnicas, o que minimiza seus diferenciais. Este contexto combinado com canais de distribuição também semelhantes levou a uma maior valorização da marca como elemento de diferenciação das empresas (PINHO, 1996). Observa-se a importância da marca para as empresas de produtos e serviços, já que atualmente o consumidor ao adquirir um produto não compra apenas um bem, leva consigo também um conjunto de valores e atributos de uma marca. Como observa Pinho (1996, p.8) Na medida em que cresceu consideravelmente a oferta de produtos e serviços, aumentando as opções de escolha do consumidor, e no momento em que novos produtos disputam segmentos bastante específicos de mercados, outros fatores passam a desempenhar um importante papel no processo de seleção da marca. Hoje temos um consumidor cada vez mais informado e crítico, muitos têm gostos bem definidos e que nem sempre são fiéis às marcas, buscando por um produto ou serviço que ultrapasse suas expectativas, atendendo suas necessidades com um preço que julga ser justo e que caiba em seus orçamentos. Como observado anteriormente, vários fatores podem influenciar para que o indivíduo escolha o produto de determinada marca ao invés dos seus concorrentes. Não se pode negar que a qualidade do produto – ou a prestação de serviços de qualidade superior – é essencial para o sucesso de uma marca, e que nenhuma marca de sucesso pode sobreviver sem que satisfaça às necessidades do consumidor. Todavia, parece inevitável que as marcas guardam uma relação maior com fatores intangíveis, com a missão de construir e manter um mix de atributos, tangíveis ou não, que sejam relevantes e contribuam para uma melhor distinção entre o produto e seus concorrentes (PINHO, 1996, p. 8). 16 Segundo o Comitê de Definições da American Marketing Association (apud Pinho 1996, p. 14), “marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação dos mesmos, que pretende identificar os bens e serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-los daqueles dos concorrentes”. O mesmo Comitê define nome de marca como “aquela parte da marca que pode ser pronunciada, ou pronunciável” (PINHO,1996,p. 14) e marca registrada como sendo “uma marca ou parte de uma marca à qual é dada proteção legal, porque é capaz de apropriação exclusiva”. De forma geral, a principal função da marca é identificar e diferenciar a mercadoria, produto ou serviço em relação aos seus concorrentes (PINHO, 1996). Para que uma empresa possa atender e satisfazer seus clientes é preciso direcionar seus recursos para atender seus objetivos de mercado, não deixando passar as oportunidades que aparecerem, bem como estarem atentas às necessidades de seus novos consumidores. Talvez seja por isso que empresas como a Danone, por exemplo, lancem campanhas como “Danoninho pra plantar”, em que o público é incentivado a cuidar do meio ambiente em uma época em que muito se comenta sobre o desmatamento e o aquecimento global. Os analistas de mercado quando afirmam que é imprescindível estar sempre à frente dos concorrentes, acompanhando as variações do mercado e antecipando tendências. Aí está a importância e administrar cada passo dado dentro do mercado, preservando os objetivos da empresa. Dito isso, observa-se também as funções que a administração em marketing desempenha numa empresa para o sucesso dela, tais como: especificar quais serviços ou produtos são desejados por determinados grupos de pessoas, tomar decisões sobre preços, determinar os canais de vendas e por fim gerenciar o esforço promocional para antever os resultados objetivados. Procurando desenvolver uma abordagem estratégica que pudesse integrar tais ações McCarthy apresentou uma das estratégias mais conhecidas e usadas na administração de marcas, o composto de marketing, também conhecido como 4Ps ou mix de marketing. O primeiro P se refere ao produto: “um produto é tudo aquilo capaz de satisfazer a um desejo” conforme Kotler (1999, p.106). O homem atribui a cada produto um valor e para qualquer que seja a estratégia mercadológica aplicada, por isso o desenvolvimento de qualquer produto deve considerar três características básicas: qualidade, apresentação e marca. Podemos notar que no produto em destaque neste estudo, o petit suisse Danoninho, a qualidade do produto diferencia-se pelas vitaminas a ele adicionados e a apresentação das 17 bandejas de iogurte que se sobressaem em relação a algumas marcas concorrentes. Além de cada sabor ter sua cor especifica, a cada lançamento prioriza a diferenciação da embalagem. No Danoninho tradicional, por exemplo, as cores vermelho e amarelo são predominantes na embalagem, já no Danoninho Para Plantar os potinhos são um pouco mais altos e há predominância de tons de verde; no Danoninho Ice, há como cor de base o azul, além de vir com pazinhas que mudam de cor. Imagens dos potinhos: O segundo P é o preço que o consumidor está disposto a pagar pelo produto no ato da compra. Há quatro critérios que norteiam para a determinação de preço: o custo, a concorrência, o consumidor e o elo de valor. Este é o único componente do mix de marketing que gera receita à empresa e um dos principais elementos na determinação da participação de mercado desta empresa e de sua rentabilidade. Pode-se notar que nos supermercados Carrefour, Peruzzo e Big de Santa Maria no período de 04 a 08 de outubro de 2012, os preços do petit suisse Danoninho tiveram uma variação de preço, que foi de R$ 3,50 até R$ 4,95. O valor do produto foi superior ao valor dos outros iogurtes da mesma categoria, pois algumas marcas chegaram a ser comercializados no mesmo período por até R$ 2,50 a bandeja com a mesma quantidade, ou seja, 8 potinhos no total de 360 gramas. O terceiro P, a Praça, pode ser entendido segundo Kotler (1999), como a combinação de agentes que fazem o produto fluir desde o fabricante até o consumidor final. Nele os administradores da marca escolhem quais são os melhores canais de distribuição do produto, podendo variar entre os mais clássicos e os mais avançados, dependendo da estratégia de cada empresa. Já o quarto P, de promoção, tem por missão integrar o esforço promocional e o objetivo de influenciar o consumidor na compra do mesmo. Pode-se considerar como sendo cinco as principais ferramentas da promoção, são elas: propaganda, promoção de vendas, relações públicas, forças de venda e marketing direto. 18 A propaganda é uma ferramenta que integra a promoção e juntas desempenham um papel fundamental na criação de valor para o cliente, pois além de transmitir informações sobre o produto e informar ao público o posicionamento da empresa e também ressaltar seus pontos fortes. Já a promoção de vendas tem três características distintas, que são a de comunicação, de incentivo e a característica de convite, na primeira característica a promoção de vendas visa atrair o consumidor, já na segunda visa estimular o consumo e na ultima característica, ela convida o consumidor para uma transação imediata. Ambas tem como objetivo alavancar as vendas e fazer com que os consumidores sejam atraídos por elas e optem por comprar o produto deles e não da concorrência. Para Pinho (1996), a força de vendas é a ferramenta mais eficaz no processo de compra, particularmente, no desenvolvimento da preferência, da convicção e da ação do consumidor. Já o marketing direto identifica quem a empresa deve atingir e direciona sua estratégia de marketing voltada para esse público. Para Sant’Anna (1998) é importante não deixar a propaganda no ponto de venda. Promover campanhas publicitárias somente, não bastam, se não estiverem apoiadas num trabalho paralelo de promoção de vendas, que consequentemente é “um acontecimento” em torno do produto ou no local da venda. É essencial a correta escolha dos meios em que os anúncios serão inseridos para que o público-alvo traga o retorno esperado. Em uma breve observação realizada, constatou-se que dentre os esforços de promoção feitos pela Danone para o aumento de vendas do produto Danoninho no Brasil no período de 2010 à 2012 podem ser citados: vales-brindes, nos quais a criança podia ganhar diversos prêmios como vídeo games, mochilas, computadores, produtos Danone, entre outros. Ao ser lançado o leite fermentado Danone, foram usadas amostras nos principais supermercados onde o público poderia experimentar o produto em frente a gôndola em que era vendido. Vários brindes também foram usados, dentre os de maior sucesso estavam os cards magnéticos que vinham na embalagem com letras para as crianças colarem na geladeira e escreverem seus nomes ou frases, cada embalagem continha dois cards, além de atualmente no “Danoninho Pra Plantar” serem enviados junto ao produto sementinhas para as crianças plantarem nos potinhos e cultivarem uma horta em casa, na primeira edição desta mesma campanha vinham sementes de árvores nativas. Imagens dos brindes: 19 Observa-se que na véspera do dia das crianças de 2012, as comemorações também são aproveitáveis em termos de venda, pois a mascote da marca, o Dino, brincou com as crianças no Supermercado Peruzzo, em Santa Maria. Além de todos esses esforços citados têm-se ainda os itens promocionais e as liquidações, onde se podem adquirir os produtos da marca por até metade do preço de costume. Na visão de Sampaio (2003) a propaganda pode ser definida como a manipulação planejada da comunicação, pois ela visa persuadir o público e promover um comportamento em benefício do anunciante que a utiliza. Já para Kotler (2006, p.29), “a propaganda é qualquer forma remunerada de apresentação não pessoal e promocional de ideias, bens ou serviços por um patrocinador identificado”, fazendo o uso de anúncios não só as empresas, mas também organizações beneficentes ou agências governamentais que direcionam as mensagens para o seu público-alvo. Para o autor, a propaganda age persuadindo os consumidores, mudando sua percepção, informando, lembrando a necessidade de consumo e mostrando onde se pode encontrar o produto ou serviço. Por esta razão a propaganda é comumente endereçada a pessoas que já são simpáticas ao que se afirma. O autor Sampaio (2003) salienta que as empresas precisam definir os tipos de propaganda a serem utilizados, para criarem seus diferenciais e se tornarem competitivos no mercado em que pretendem atuar. Existem vários tipos de propaganda, que se está presente em vários setores da vida, sendo classificados como: propaganda ideológica, política, governamental, institucional, corporativa, religiosa, de varejo, de serviços, comparativa e cooperativa, Sampaio (2003). 20 Conforme descrito pelo autor a propaganda ideológica é uma persuasão desenvolvida de maneira mais ampla, sua função é a de formar a maior parte das ideias e convicções dos indivíduos e com isso orientar seu comportamento social. Já a política é de caráter permanente e visa difundir a filosofia partidária e atuações do governo. A propaganda institucional é uma área onde as atividades de relações públicas e propagandas se integram e têm como propósito, preencher as necessidades da empresa; a propaganda corporativa é aquela para informar ao público os objetivos, as políticas, funções e normas da companhia e construir uma opinião favorável sobre ela desenvolvendo uma imagem de confiabilidade para os investimentos em ações ou para desenvolver sua estrutura financeira. A propaganda religiosa é usada para persuadir as opiniões e os sentimentos do público-alvo diferentemente da propaganda de serviço onde o produto da venda é o serviço oferecido. No caso das propagandas de varejo os produtos anunciados são patrocinados pelo intermediário, no caso o varejista. Para as propagandas comparativas são feitas alusões aos produtos das marcas concorrentes para mostrar sua inferioridade de modo que as comparações ressaltem as qualidades da marca anunciante. Já na propaganda cooperativa o anuncio de venda de um produto ou serviço é realizado conjuntamente pelo fabricante ou mais lojistas, fazendo com que o consumidor saiba onde e por quanto comprar o produto oferecido. Observa-se que propaganda é um modo específico de se apresentar uma informação, por isso, muitas vezes a propaganda é confundida com o marketing, tal é a sua importância. Também deve ser considerado que pelas suas características a propaganda é a parte do marketing que mais aparece, podendo ser talvez a ferramenta mais importante utilizada por ele. 2.3.2 PESQUISA NO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO PUBLICITÁRIA Sabe-se que o comportamento humano é de certa forma imprevisível e deve-se, através do uso da pesquisa, reduzir esse nível de imprevisibilidade para que se possa aumentar a probabilidade de acerto no processo da comunicação e assim oferecer mais segurança ao investimento do anunciante. Quando se estuda na literatura norte-americana sobre pesquisa de propaganda, lê-se com frequência sobre a copy researchs quando refere-se aos pré-testes de peças de comunicação. Vera Aldrighi (in RIBEIRO, et al 1995), quando fala em pesquisa de comunicação, afirma que sua função é mais abrangente, pois seu campo de atuação 21 compreende todo o processo durante o qual se constrói a eficiência da comunicação publicitária. Supõe-se, então, que antes do investimento em uma campanha haja um planejamento estratégico da comunicação, bem como posteriormente seja feito um trabalho de acompanhamento e análise dos resultados. A mesma autora divide a pesquisa no processo de comunicação publicitária em dois grupos distintos, denominados por ela: campo do desenvolvimento, no qual a pesquisa orienta todo o trabalho estratégico e criativo, e o campo de avaliação, em que a pesquisa ajuda a verificar a eficiência das peças e os resultados do esforço publicitário. Planejar, desenvolver, avaliar e controlar são os quatro procedimentos do método de trabalho que procura assegurar a eficiência do esforço publicitário, afirma Aldrighi (in RIBEIRO, et al 1995). Sabe-se que o processo da construção da propaganda deve começar pela elaboração de uma estratégia de comunicação, ou seja, essa elaboração envolve também quatro etapas: o diagnóstico da situação, a definição dos objetivos, a descoberta do segmento de consumidores e por fim a elaboração de um conceito de comunicação. Como a estratégia de comunicação é o elo entre o marketing e a propaganda, sua base fundamental é a informação mercadológica, essa baseada em pesquisa e reflexão sobre o mercado de categoria de produto, a situação do mercado de marca, a segmentação de usuários da marca e das marcas concorrentes. Trata-se de um conjunto de informações que devem ser levantadas pelo anunciante a fim de auxiliar suas decisões em relação a estratégia de marketing. É importante também considerar que a estratégia de comunicação é uma decisão fundamentada nessas conclusões, e quando essas informações estão muito detalhadas é necessário que haja uma simplificação dos seus termos mais relevantes para orientar as decisões a serem tomadas. Além da informação mercadológica, a autora salienta que convém destacar em especial três tipos de pesquisa que se presta para subsidiar o planejamento estratégico da comunicação. São elas: pesquisa de posicionamento de marcas, pesquisa de segmentação psicográfica e o estudo de conceitos. As pesquisas de posicionamento das marcas basicamente estudam como o conjunto de marcas são percebidas pelo publico consumidor. As marcas são avaliadas em todos os atributos em que um produto possa ser julgado (características físicas, traços de imagem de usadores, personalidades, características funcionais, etc) e seus resultados são processados com a ajuda de métodos estatísticos de analise multivariada. Pode-se ver que esse tipo de pesquisa facilita o posicionamento publicitário das marcas, permitindo fazer descobertas sobre quais são as dimensões de imagem que mais importam em determinada categoria de produto. Por isso é importante que a pesquisa trabalhe 22 com traços de personalidade, que são percepções subjetivas de valores mais abstratos que criam certa mística em torno das marcas ( como a tradição, por exemplo), que podem auxiliar a criar publicitariamente uma individualidade para marcas objetivamente pouco diferenciadas. Na pesquisa de segmentação psicográfica, nesta o estudo pretende classificar os consumidores segundo múltiplas características humanas como traços culturais, personalidade, ideologia e estilo de vida. A segmentação dessa pesquisa identifica grupo de pessoas com perfis significativamente diferenciados, assim como determina a representatividade desse grupo. Este estudo deve ser um instrumento mais avançado que visa compreender os públicos consumidores de determinadas categorias de produto, permitindo direcionar as marcas para seus potenciais consumidores, ajudando a decidir sobre as formas e os valores mais eficientes para se comunicar com eles. Como se pode observar, essa pesquisa trata-se de uma investigação complexa e elaborada, supondo que haja um profundo conhecimento sobre motivações e hábitos de consumo da categoria em questão. E o resultado que se procura é a segmentação do universo de consumidores estudado em conjuntos de indivíduos que têm traços semelhantes de comportamento e personalidade. Por ultimo, e não menos importante, salienta a autora Vera Aldrighi (in RIBEIRO, et al 1995), tem os estudos de conceitos, neste utiliza-se, os clássicos testes de conceito de comunicação, que em geral são pesquisas rápidas, para os quais se aplica técnicas qualitativas como discussões em grupo e entrevistas semiestruturadas, em pequenas amostras de consumidores alvo. As respostas obtidas permitem avaliar os pontos fortes e fracos que os diferentes conteúdos de comunicação têm em potencial. Em principio, o objetivo do teste de conceito é muito mais avaliar a força persuasiva desse conteúdo do que a atratividade do jeito de se comunicar. É muito usado criar para esse teste, os chamados concept boards, que simulam anúncios impressos e possuem todos os elementos desse tipo de linguagem publicitária, além de alguma imagem de apoio compatível com o conteúdo verbalizado. Como se vê o estágio inicial do desenvolvimento do trabalho de comunicação necessita do suporte da informação de pesquisa. Essa pode surgir a partir de todo tipo de pesquisa mercadológica e motivacional, em especial, das três técnicas de pesquisas já citadas. Definida a estratégia de comunicação, eis que surge o processo criativo, uma definição de caminhos, formas de dizer e transmitir a mensagem publicitaria. As estratégias criativas que têm provado sua eficiência na comunicação com o consumidor tendem a ser repetidas e aperfeiçoadas, até que por saturação do próprio publico, 23 elas sejam abandonadas. Talvez a tarefa criativa mais importante e difícil para quem trabalha com a propaganda seja a inovação nas formas de abordagem, pois muitos estudiosos afirmam que a eficiência da propaganda só se sustenta ao longo do tempo, através da descoberta de novas formas de convencer o consumidor. Quando uma nova abordagem é criada, diz-se que inaugura mais um período de vida para a propaganda. A autora afirma que não existe um formato padrão de pesquisa específica para testar dúvidas a respeito da estratégia criativa, mas é possível adaptar algumas técnicas para coletar os dados que ofereçam as respostas desejadas, esta, deve ser rápida e de natureza qualitativa, a fim de permitir indicações sobre a receptividade do consumidor e o poder de atração da mensagem. O que não se pode esquecer é que nesta fase se constroem as qualidades estruturais da comunicação, que lhe asseguram o impacto, a atratividade e a durabilidade da campanha. Resolvido à estratégia criativa, desenvolvem-se então as peças de comunicação e as decisões que dizem respeito a essa fase são: a aprovação de ideias para serem encaminhadas à produção final e a aprovação da execução final para a avaliação. Para a autora é importante que ambas as decisões sejam fundamentadas em testes de avaliação da eficiência das peças de propaganda. Como a finalidade é avaliativa, utilizam-se técnicas quantitativas: pré-testes em peças em pré-produção; os pré-testes de peças produzidas e por fim os testes de peças em veiculação. Etapas posteriores aos testes de conceito consistem em pré-testes das peças produzidas e por fim, os testes destas em veiculação. O pré-teste antes da produção permite avaliar as qualidades de comunicação dos anúncios antes do investimento na produção final, dando mais segurança para a aprovação de ideias, podendo oferecer também indicações para melhoramento destas. Geralmente o teste em pré-produção elimina a necessidade de mais um teste, entretanto podem ocorrer casos em que é preciso testar a peça produzida, o que permite uma avaliação mais completa e detalhada das qualidades formais da propaganda e com isso fazer previsões mais seguras sobre o futuro desempenho da veiculação. A avaliação das peças pode ser realizada com o anúncio em período de veiculação. Existem técnicas para medir a eficiência da comunicação através da lembrança do conteúdo, o que ocorre entrevistando-se pessoas que foram expostas a veiculação do dia anterior. A vantagem dos testes de recall é a verificação da resposta após a situação de recepção em contraposição às situações dos testes que são criadas artificialmente, e por tanto limitadas. Cotrim (1988) afirma que o recall não é nada mais que a lembrança espontânea com algum tipo de estímulo oral, é baseado estritamente na memória do entrevistado que relata 24 quais anúncios – ou parte destes - lembra-se de ter visto. O mesmo autor descreve que as primeiras pesquisas de avaliação de peças de propaganda foram realizadas em 1903, e o objetivo destas experiências era saber a relação entre “tamanho do anúncio e a frequência de observação e lembrança” COTRIM (1988, p.94). A partir destas investigações foram realizadas pesquisas com objetivos parecidos, mas todas caracterizadas pelo autor como “pesquisa em condições de laboratório”, pois eram aplicadas nos próprios alunos dentro das universidades das quais financiavam as pesquisas. Somente em 1922, foi desenvolvido um método que eliminava todas as influências de laboratório, em pesquisas que consistiam basicamente em entrevistar pessoas em condições normais de leitura de algumas revistas. Nestas os anúncios eram apresentados para o reconhecimento em sua forma original, como estavam nas revistas. Alguns anos mais tarde Gallup desenvolveu o método readership de matérias editoriais e anúncios de jornal, neste método o leitor deveria marcar com lápis tudo que lembrava de ter visto ou lido no anúncio (título, imagem, parágrafos, etc...). em 1932 foi então estabelecido o Starch Continuing Readership Program, o primeiro serviço regular de estudo de recall no qual abrangia 13 títulos de revistas semanais e mensais, atualmente são fornecidos pesquisas de mais de 1000 títulos de revistas incluindo jornais e outdoors juntamente com mais de 240.000 entrevistas aplicadas por ano, salienta Cotrim (1988). Já para mídia eletrônica têm-se o DAR- Day After Recall, e tem os como objetivos verificar em que medida o comercial conseguiu produzir impressão memorável na mente do consumidor e fornecer a medida da eficiência da comunicação. Geralmente essas pesquisas são feitas sempre no dia seguinte ao da veiculação do comercial e as informações fornecidas pelo DAR são: audiência do programa, claimed recall (se o entrevistado lembra ter visto um comercial do produto testado), related recall (se o mesmo lembra-se de algum detalhe do comercial testado) e por fim, a audiência do comercial. Embora os autores se refiram ao recall como apenas o teste de memória no dia seguinte à veiculação, no presente estudo o termo será utilizado para verificar referências das ações publicitárias da marca em estudo em diferentes meios de comunicação nas últimas décadas. 25 3 METODOLOGIA 3.1 NATUREZA, TIPO E TÉCNICA DE PESQUISA Como o tema estudado é amplo, fez-se necessário primeiramente um levantamento bibliográfico sobre o assunto, utilizando para isso a pesquisa exploratória a fim de obter um problema de pesquisa mais claro. Para Figueiredo (2009), a pesquisa exploratória é a melhor opção quando preciso levantar as hipóteses possíveis sobre um determinado tema. Já para Marconi (2000) é de extrema importância que o pesquisador tenha referências teóricas anteriores para se basear e estruturar um problema de pesquisa. Além disso, este estudo é de natureza qualitativa descritiva, já que consiste em “uma interpretação dos fenômenos à luz do contexto, do tempo, dos fatos”, sendo o ambiente da vida real a fonte direta para a obtenção dos dados (MICHEL, 2009, p. 37). Ainda, é possível observar que, nas pesquisas qualitativas, o pesquisador deve privilegiar a compreensão do grupo estudado e não a representatividade numérica dele (FIGUEIREDO, 2009). Ou seja, para o autor é mais importante entender cada detalhe do estudo do que se preocupar com o número de unidades estudadas. Como técnica para coleta de dados foi utilizada a entrevista, que consiste em um encontro entre duas pessoas, com a finalidade de obter informações pertinentes ao estudo (MICHEL, 2009). A autora comenta também que, nesta técnica, se estabelece uma conversação face a face, que proporciona a averiguação dos fatos de uma forma interativa entre entrevistador e entrevistado. O entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada; permite explorar mais amplamente uma questão. Apresenta três modalidades: entrevista focalizada (com roteiro de tópicos, utilizada para estudos de situações de mudança de conduta); entrevista clínica (organizada em uma série de perguntas específicas; utilizada para estudar motivos, sentimentos, conduta das pessoas); entrevista não dirigida (liberdade incentivada do entrevistado) (MICHEL, 2009, p. 6869). Por essa razão, neste estudo, optou-se por abordar cinco famílias santa-marienses com escolha por conveniência, com filhos na faixa etária dos 7 aos 9 anos pois Kapferer (2007) afirma que nesta faixa etária as crianças tem respostas mais positivas aos seus pedidos na hora das compras. Foram selecionadas famílias da classe B, segundo o critério Brasil de 26 classificação econômica, pois têm um maior poder financeiro quando se trata da aquisição de produtos. Foram ouvidas então, através de entrevista semi-estruturada, cinco mães, pois em geral são elas que vão ao supermercado comprar produtos para o uso da família, por terem um sentimento de superproteção e nem sempre cederem aos caprichos dos filhos, conforme afirmação de Pollay (1968), página 14 deste estudo. Quanto ao método de entrevista semiestruturada, Marconi (2000) ressalta que esta é a mais utilizada e a mais simples técnica de pesquisa aplicada. Ressalta-se que, neste caso, optou-se pela entrevista semi-estruturada clínica, devido aos objetivos deste estudo que era identificar a possibilidade de interferência das crianças na escolha de marcas de compra realizadas pela família: a) observar se as crianças são levadas ao supermercados; b) verificar se estas reconhecem marcas e embalagens de iogurte – dentre elas o Danoninho- e c) averiguar se há recall das mensagens publicitárias da marca Danoninho entre as mães, cujas perguntas podem ser verificadas no Apêndice A. 3.2 OBJETO DE ESTUDO: O PRODUTO DANONINHO A empresa Danone foi fundada em 1966 por Isaac Carasso, na França, como uma pequena fábrica de iogurte. A empresa Danone expandiu-se, e em 2009 já estava presente em 120 países, contando com 92.209 mil colaboradores, sendo o sétimo maior fabricante de produtos alimentícios do mundo. Segundo a consultoria britânica InterBrand, a marca Danone está avaliada atualmente em US$ 5,4 bilhões. De acordo com seu site, a Danone iniciou suas atividades no Brasil em 1970, quando lançou o primeiro iogurte de polpa de frutas do país. Apenas nove meses depois a empresa começou a expandir sua linha de produtos, em 1973 foi lançado então o petit suisse Danoninho que foi o primeiro a adicionar cálcio, ferro e zinco na sua formulação. Nos anos 80 a Danone lançou o slogan “Danoninho vale por um bifinho”, comparando os nutrientes do produto com os nutrientes de um bife. Depois de um apurado estudo que afirmou que o Danoninho tinha um alto teor de açúcar e gordura sem alcançar o mesmo índice de proteína de um bife, a Danone deixou de usar o slogan por pressão do conselho de medicina do Brasil. Já em março de 2010 a marca lançou a campanha “Danone para plantar” no qual quem comprasse Danoninho ganhava também sementes de pitangueiras ou paineiras para serem plantadas nos potinhos vazios de Danoninho. A campanha unia sustentabilidade com nutrição 27 e tinha como objetivo educar de maneira interativa a consciência ecológica das crianças consumidoras, além de aumentar cerca de 24% as vendas do produto. A embalagem também trazia um código para a floresta do Dino, onde a criança acessava e aprendia um pouco sobre cuidados com o planeta e sua plantinha, além de brincar de reflorestamento 1. A empresa é um exemplo de diferenciação e agregação de valor em seus produtos, sua missão é “levar saúde e nutrição para o maior numero de pessoas no mundo”. A marca Danoninho é um exemplo de produto que segue fielmente a missão estabelecida pela empresa. A Danone tem como meta no Brasil aumentar as vendas, meta essa enviada pela matriz francesa. A empresa está trabalhando nisso buscando expandir as vendas junto às classes C e D. Segundo publicação da Folha de São Paulo (2011), o mercado nacional de iogurtes faturou cerca de 3 bilhões de reais com a venda de 650 milhões de quilos de iogurte. Mas a Danone acredita que o consumo no Brasil é pequeno se comparado com países Europeus, por isso a empresa está investindo cada vez mais em comunicação. Em 2010 a Danone representava cerca de 85% dos investimentos publicitários do segmento iogurte do Brasil. 1 Na realidade a Danone fez parceria com o instituto Ipê e cada árvore virtual crescida viraria 1m² de espécies nativas da Mata Atlântica. 28 4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES OBTIDAS Como citado na metodologia, foram feitas entrevistas com 5 mães: Jaqueline tem 31 anos e mora com o marido e a filha de 7 anos, é funcionária pública municipal; Ruth 39 anos, é empresária e mora com os filhos Bruno, de 8 anos e Igor de 17 anos; Elídia tem 29 anos, é casada e mãe de Diego com 7 anos; é dona de casa; Maria Luiza tem 41 anos, é casada e mãe de Camilla com 12 anos e Tanandra com 9 anos, e é secretária de escola; e por fim Noemi, de 44 anos, casada, mãe de Robson de 7 anos, trabalha como chef de restaurante. Primeiramente foi aplicado o formulário para verificar se todas realmente se encaixavam na classe econômica B, as questões foram feitas de acordo com o Critério Brasil de classificação econômica, ambas obtiveram entre 25 e 34 pontos, portanto todas se enquadram na classe B. Na primeira questão as mães deveriam responder se costumavam comprar iogurte com frequência e de quais marcas. Esta pergunta teve o objetivo de verificar a frequência da compra de iogurte realizada pela mãe: Jaqueline respondeu que costuma ir ao mercado pelo menos 2 vezes ao mês e sempre compra iogurtes para a família, geralmente compra as marcas Danone e Nestlé. Costuma comprar Activa e Corpus para ela e seu marido e compra Chandelly e Danoninho para seu filho. A segunda entrevistada, Ruth comentou que vai ao mercado toda semana e costuma comprar iogurte toda vez que vai, pois seus filhos comem muito, principalmente o menor que costuma levar de lanche ou comer de manhã antes de ir para a escola. Ruth geralmente compra Danoninho, pois é o preferido dos seus filhos, “eles comem Danoninho desde os 4 meses de idade e nunca enjoaram e eu, depois de velha, costumo comer também pois me lembra da minha infância” comenta ela dando risada. Ruth afirma comprar também outras marcas como Nestlé, Elegê e Vigor, pois as vezes os iogurtes da marca Danone estão bem mais caros que os outros. A terceira entrevistada foi Elídia; ela costuma ir ao supermercado uma vez por semana em média, compra iogurte pelo menos 2 vezes ao mês, e geralmente procura por gôndolas que tenham produtos em promoção, pois afirma não ter preferência por marcas. Já a quarta entrevistada, Maria Luiza, afirma que costuma fazer o rancho uma vez ao mês, embora tenha que voltar no decorrer do período para comprar alguns produtos que não estavam na lista. O iogurte é um deles, que ela costuma comprar de 2 a 3 vezes ao mês, salienta ela que quando acabam os iogurtes ela vai comprar novamente, geralmente compra 29 Piá, Elegê ou Danone, mas afirma que suas filhas não têm preferência por uma marca específica, geralmente comem os que ela compra. Noemi, quando questionada, disse que costuma ir ao mercado em média 3 vezes na semana pois gosta de comprar frutas e legumes bem frescos. Na sua casa todos seguem uma dieta muito saudável e iogurte faz parte da alimentação de sua família, por isso ela costuma comprar Nestlé e Danone por confiar na qualidade dessas marcas. Noemi comenta que apesar das outras marcas serem mais baratas ela não costuma comprar muito pois preza pela qualidade do que sua família consome e ela “desconfia” das propriedades das outras marcas então prefere não arriscar. Como podemos observar as mães Ruth, Noemi e Elídia costumam ir ao mercado semanalmente e consomem iogurtes com frequência. Embora Elídia e Maria Luiza não tenham preferência pela marca Danone, há aquelas que preferem por confiarem na marca que já está há anos no mercado, como comentou Noemi, nota-se que elas costumam comprar iogurtes de marca conhecidas. Na segunda pergunta, as mães foram questionadas se costumam levar os filhos ao mercado e qual a frequência, o objetivo desta pergunta foi saber quais as crianças que frequentam o supermercado com as mães, tendo assim a chance de influenciar sobre as compras no ponto de venda. Quanto a esta questão Jaqueline informou que costuma levar a filha sempre ao mercado, pois como trabalha fora ela só vê a menina à noite e quando tem tempo livre procura passar sempre com ela para compensar o tempo em que passa longe. Ruth também afirmou que costuma levar o filho mais novo junto. Geralmente ela o busca na escola e vão direto ao mercado; em contrapartida, Elídia costuma não levar seu filho ao mercado justamente para evitar que ele fique solicitando por produtos ou marcas de sua preferência. Maria Luiza, porém, costuma levar sempre que pode suas filhas ao mercado, ela afirma que as filhas pedem sempre para ir e ela prefere que as duas a acompanhem ao mercado para ajudar na escolha dos produtos, ela brincou dizendo “se eu deixo elas levam tudo para casa” comentando que elas estão sempre experimentando marcas novas e produtos que estão sendo lançados. Embora seu filho a acompanhe ao mercado, Noemi comenta que geralmente procura fazer as compras no horário em que seu filho está na escola, justamente para fazer com mais calma e poder conciliar a qualidade de alguns produtos com o preço. Esta afirma que às vezes chega a ir em mais de um mercado no mesmo dia para poder comprar os alimentos de que precisa. Como citado no capítulo sobre o consumidor infantil, hoje muitas mães trabalham fora para complementar a renda da família e com isso elas passam menos tempo com os filhos. 30 Jaqueline, Maria Luiza e Ruth costumam leva-los juntos para ajudar nas compras ou até mesmo para aproveitar o tempo em que estão de folga para ficar com eles, embora houvesse também Elídia e Noemi que não costuma levar o filho para evitar que ele fique pedindo tudo que quer ou até mesmo escolhendo e opinando sobre as marcas compradas pela mãe. Na pergunta seguinte o objetivo foi verificar se as crianças deste trabalho se comportam como estudado por White (1997) no capítulo abordado sobre o consumidor infantil. As mães foram questionadas se os filhos costumam fazer compras no supermercado sozinhos e se compram iogurtes, quais marcas, Jaqueline afirmou que nunca mandou sua filha sozinha ao mercado, embora ela já tenha consciência de quanto vale o dinheiro e já compre sozinha na padaria, “no mercado nunca mandei pois sabendo como ela é sei que compraria só metade das coisas que eu pedisse e o resto compraria de bobagens, acho que ela ainda não tem maturidade para isso ainda” afirma Jaqueline, salientando que embora quando solicitada a menina ajuda a pegar os produtos e por no carrinho do supermercado, claro que, todos com a supervisão da mãe. Já Ruth comentou que seus dois filhos costumam ir ao mercado sozinhos, pois ela mora muito próximo a um supermercado. Ela disse também que eles compram sempre produtos para o consumo próprio como bolachas, iogurtes, salgadinhos, e lanches em geral. Ela salientou que “Bruno costuma comprar sempre Danoninho, Danete, Chamito e outros de marcas famosas que estão sempre anunciando na TV”. Ela comentou que quando lançam algum produto novo, tipo bolachinha ou salgadinho de sabor diferente ele pede logo dinheiro para procurar se já tem no mercado. Elídia respondeu que seu filho até costuma comprar uma coisa ou outra sozinho, mas ela não gosta de mandá-lo sozinho, pois ele nunca volta com o troco; sempre gasta com algo a mais. Às vezes ela compra iogurtes, sempre traz Chandelly de chocolate ou Danete que é o preferido dele. Maria Luiza disse que suas filhas vão sozinhas ao mercado sempre que têm vontade de comer algo diferente, elas compram sempre suas marcas preferidas, mas como quando eu vou eu já compro iogurte, elas gastam mesmo com outras bobagens. Noemi respondeu que não manda seu filho sozinho ao mercado, pois acha ele muito pequeno e ela se sente insegura em mandá-lo sozinho, além de ele não saber escolher os “produtos mais saudáveis” comenta ela. Ao retomar o estudo feito por White (1997) citado no capítulo do consumidor infantil pode-se observar que embora todos os filhos das entrevistadas já dispunham de condições para realizar compras sozinhos, não são todos que as realizam, algum por insegurança das mães por acharem que ainda não são maduros o suficiente para comprar o que é melhor para 31 sua saúde como no caso de Noemi ou por acharem que ainda é muito cedo para liberarem dinheiro para seus filhos, mesmo que uma pequena quantia. Ao que pude observar isso devese ao fato de que as crianças gastam com produtos que muitas vezes não são aprovados pelas mães. O mesmo autor também afirma que os estrategistas de marketing começam a trabalhar suas ações para atingir esse público, e como podemos observar, algumas mães responderam que seus filhos, ao irem sozinhos ao mercado, aproveitam para comprar suas marcas preferidas e até lançamentos de produtos que lhes interessem. A autora Karsaklian (2000), também citada no Capítulo do Consumo Infantil, observou que quanto mais alta a classe social da família, mais abertura as crianças tem para as compras. Embora a autora tenha observado isso em famílias norte-americanas com filhos na faixa etária dos 7 anos, o que pôde-se observar é que as mães deste estudo nem sempre atendem as demandas dos filhos apesar deles influenciarem na escolha de determinadas marcas, uma vez visto também que essas famílias são de classe B, e portanto tem um poder de consumo razoável, podendo “mimar” seus filhos. Esta questão serviu principalmente para reforçar a afirmação do autor Pollay (1968), que esclareceu que as mães raramente cedem aos pedidos dos filhos devido ao sentimento de superproteção, como no caso de Noemi que respondeu não mandar o filho ao mercado, pois acredita que ele seja imaturo para escolher alimentos saudáveis sozinho. Quando perguntadas às mães se elas costumam comprar produtos da marca Danone e se compram, quais, Jaqueline responde que compra Danoninho, Danito, Densia e Activia por terem os nutrientes que precisam e por considerar a melhor marca de iogurtes, mas ela deixa claro que não consome apenas esses, pois dependendo do seu orçamento, ela compra outras marcas mais em conta. O que fica claro o quão importante são as estratégias de preço utilizadas pelas empresas, pois produtos de valor mais elevado em relação a outras marcas, quando quer alavancar suas vendas pode e deve utilizar da ferramenta de promoção para chamar a atenção do seu público e prospectar futuros consumidores assíduos da marca. Ruth disse que seu filho Bruno sempre pede o Danoninho e come só ele, se ela compra alguma marca diferente ele não come, pois diz que “ só Danoninho é Danoninho”, quando ele era menor eu até comprava outras marcas e ele comia igual mas depois que cresceu ninguém mais engana ele, comenta ela dando risada. Ela responde também que costuma comprar Activia para ela, pois gosta muito. Já Elídia respondeu que de vez em quando compra iogurte da Danone, mas não é sempre, pois a marca é mais cara em relação às concorrentes que têm os mesmos produtos, e também porque seu filho come sempre o que tem; ele não costuma ser muito exigente com 32 isso. Ao contrário de Elídia, dona Maria Luiza costuma comprar frequentemente Densia, Danoninho Para Beber e Danete que são os mais consumidos pela família. Noemi foi a mãe que se mostrou a maior compradora dos produtos Danone, pois ela afirmou sempre comprar Danete, Densia, Activia, Danoninho, Danito e a linha integral da marca. Ela comentou que sempre compra essa marca porque confia muito nela, também afirmou “ quando eu era criança consumia muito Danone e até hoje nunca me decepcionei com nenhum produto da marca”, além dela acreditar que seja o mais saudável, com mais nutrientes e que realmente atenda a todas as necessidades da sua família. Imagens do PDV: Degustação no supermercado Carrefour. Gôndolas de supermercado com produtos Danone. Do mesmo modo como Danone pode ser referência em iogurtes no mercado, algumas mães afirmaram que consomem produtos da Danone por acreditarem e confiarem na marca 33 que já está há anos no mercado brasileiro, além de algumas citarem que seus filhos preferem Danone, seja por influência de anúncios de TV ou até mesmo por suas próprias escolhas e opiniões ao acharem os produtos desta marca mais gostosos que dos concorrentes. A última mãe, a consumidora mais assídua de Danone, colocou que consome esta marca desde criança e, quando come Danoninho com o seu filho, ela se recorda dos tempos de criança e só tem experiências positivas com a marca. Enquanto a conversa fluía e as mães contavam suas experiências em supermercados, foi questionado sobre a impressão que ela tinha do Danoninho em relação aos seus concorrentes, Jaqueline respondeu que achava ao produto mais gostoso e de melhor qualidade, e disse: “com certeza Danoninho é o melhor, isso ninguém pode negar só que ele é bem mais caro que os outros, não é acessível a todos os públicos”, “gosto bastante de Danoninho e minhas filhas também, porém nem sempre posso oferecê-lo a elas, mas confio muito na qualidade da marca e isso vem da minha mãe pois ela comprava para mim quando eu era criança, e antigamente não tinham tantas opções assim como hoje em dia”. Nesta resposta de Jaqueline pode-se destacar a experiência positiva que ela tem com a marca desde criança, e o consumo motivado por influência da mãe quando ainda era pequena e fazia parte de um grupo primário de pertencimento. Ruth disse que gosta bastante da marca, confia nela como sinônimo de saúde, mas não leva isso tão à risca, pois afirma que hoje há muitos produtos bons, com as mesmas qualidades da Danoninho e o preço é bem menor. Ela ri enquanto comenta: “quando o Bruninho não vai comigo no mercado e eu compro um iogurte de outra marca. Já estou tão acostumada a chamar de Danoninho que chego em casa e digo: comprei Danoninho, e ele corre para olhar e me diz que aquele não é Danoninho de verdade”. Ela afirma também que o filho menor tem muitos argumentos para quando ela não tem a intenção de comprar Danoninho, e salienta que isso é culpa da televisão, pois ele passa a manhã assistindo TV e olha todos os anúncios. Ruth deixa claro que seu filho Bruno a influência a comprar não só Danoninho, mas como se pode perceber outros produtos também, ao salientar que “a culpa é da televisão” a mãe confirmou a idéia exposta no capítulo sobre o consumo infantil, onde havia sido falado sobre as crianças de hoje estarem mais informadas que as gerações passadas, além de só consumirem o que lhes agrada, muitas vezes nem sendo imposto pelos pais essas crianças não aceitam outros produtos ou marcas. Já Elídia, diz que sabe das propriedades da marca e sabe também que eles estão sempre estudando e melhorando a qualidade de seus produtos. Disse que quando o pediatra de seu filho o liberou para comer iogurte, explicou que de preferência fosse o Danoninho, pois 34 este não tinha conservantes e era o “mais saudável” para bebês. Elídia disse que sempre vê anúncios da Danone na TV e até acredita que ele realmente seja o melhor, mas como Jaqueline comentou também, percebe que o preço da marca é superior aos concorrentes que são gostosos como o Danoninho. Maria Luiza disse que ela sempre teve o Danoninho como referência de iogurte para criança, ela se lembra de alguns anúncios da marca e não sabe explicar como ela criou esse sentimento em relação a marca, mas Danone pra ela é a melhor e está sempre presente na sua casa. Noemi também disse que acha a marca a melhor, sem comparações com outras, “apesar de ser mais cara um pouquinho, vale a pena pagar”, afirma ela dizendo também os benefícios do Danoninho em comparação com outras marcas, tem mais cálcio, vitaminas que outros não têm e “sem contar que o sabor é inconfundível, eu reconheceria até de olhos vendados”, ela conta que sua relação com Danoninho vem de muitos anos, pois sempre consumiu a marca e pretende levar isso aos seus netos e assim por diante. Ficou constatado nessas respostas que a marca Danone sempre esteve presente nas vidas dessas mães, muitas o consumiram, assistiram a comerciais da marca na televisão, cresceram sendo expostas as promoções de venda da marca, e seus filhos hoje recebem esses mesmos estímulos, claro que de maneiras diferentes, pois se observa que o consumo do produto está sendo passado por gerações, e essas crianças tem uma opinião positiva formada quanto ao Danoninho. Pode-se afirmar isso porque pesar de Diego, filho de Elídia, não ter preferência por marcas, ele também consome Danoninho, pois de vez em quando sua mãe compra por acreditar que faz bem para a saúde. Apesar de algumas mães já terem comentado sobre os anúncios da Danone, questionou-se se seus filhos costumam comentar sobre os comerciais da marca e Jaqueline responde que quando sai um lançamento do produto ou vem algum brinde, a filha sempre comenta que viu o comercial na TV e pede para comprar. Ruth, como já havia comentado em perguntas anteriores, seu filho passa a manhã em casa, assistindo TV e jogando vídeo game por isso ele sempre esta atento aos comerciais de tudo quanto é tipo de produto, “e tudo ele me pede, com o Danoninho também é assim, ele já vem logo dizendo o que tinha no comercial, e as qualidades do produto, ele é muito esperto”. Elídia disse que seu filho Diego raramente costuma comentar muito os comerciais, mas quando ele vai pedir algum produto ele sempre diz que viu na televisão, então o produto deve ser bom. Maria Luiza apesar de sempre levar as filhas ao mercado e comprar as marcas que elas escolhem, ela afirma não lembrar de terem comentado sobre alguma propaganda específica de Danoninho. Geralmente elas comentam sobre propagandas de brinquedos ou 35 algo assim, ela comenta que isso deve-se ao fato de que o iogurte é um produto que ela está sempre comprando, talvez seja por isso que elas não comentam muito. Já Noemi disse não se lembrar de seu filho ter comentado sobre alguma propaganda específica da Danone. Ela recorda que ele vai a escola de manhã e a tarde quando não tem natação, fica na casa da avó, então, os horários que ele assiste televisão e usa o computador são bem controlados. Ela prioriza que ele brinque ao ar livre com os amigos, incentiva a leitura, então acredita que seu filho não seja muito exposto a esses tipos de propagandas. Como citado nos capítulos anteriores, as crianças de 7 a 9 anos, já frequentadoras de escola, usam internet, assistem TV e tem como referência seus familiares e amigos, costumam estarem atentas a tudo que surge de novo no mercado. Por serem crianças alfabetizadas, tem maior condições de entender o que falam os comerciais e já tem capacidade de guardarem na memória os detalhes que mais lhe chamaram atenção. Por último, foi perguntado as mães se elas lembravam de alguma frase, cena de comercial ou até mesmo de alguma promoção feita pela marca, Jaqueline depressa comentou do slogan que cresceu repetindo “ Danoninho vale por um bifinho”, e quanto as promoções ela lembra dos cards magnéticos da promoção que ocorreu em 2006 pois sua geladeira ainda é cheia deles e o Danoninho Ice, muito consumido por sua filha. Ruth disse não ter muito tempo para assistir televisão, não sabe como são os anúncios que estão sendo veiculados agora, mas lembra-se claramente do slogan “Danoninho vale por um bifinho” e sabe que o brinde que eles estão dando agora são as sementinhas para plantar, mas ela não compra esse, pois o seu filho não se interessou por esse brinde. Já Elídia respondeu que se lembra das crianças vestidas de esquimó no anúncio do Danoninho Ice e do “laboratório Danone” que foi exibido há alguns anos atrás. Maria Luiza afirmou que além da antiga propaganda de “Danoninho vale por um bifinho” ela só lembra da música do comercial do “pianhinho Danoninho”, ambos de anos atrás. Já Noemi disse não conseguir lembrar de nenhum comercial da Danone, nem de quando era criança, nem agora, o que surpreendeu pois ela disse que mais consumia Danone com frequência quando era pequena. Importante salientar é que nessa questão as mães deixaram claro que não lembram de propagandas atuais da Danone, mas sim das mais antigas. Conforme o que já havia sido levantado no histórico do objeto de estudo: a marca Danone, com slogan “Danoninho vale por um bifinho”, entrou para a história e até hoje é lembrado por mães que naquela época eram crianças. Algumas consomem Danoninho com seus filhos, e outras compram, pois confiam na marca Danone mais do que nas outras, seja por ela estar no mercado a há muitos anos ou 36 apenas pelo esforço publicitário que a marca vem fazendo há tempos para fidelizar seus consumidores. Quadro comparativo de respostas: QUESTÕES: Você costuma comprar iogurte com que freqüência? De quais marcas? Seus filhos acompanham você as compras em supermercados ? Se sim, com que freqüência? JAQUELINE RUTH ELÍDIA MARIA LUIZA Vou ao Vou ao Toda Geralmente mercado 2 mercado semana vou faço o vezes por mês, toda semana no mercado rancho uma sempre e compro e compro vez por compro iogurte toda iogurte pelo mês, mas iogurtes vez que menos 2 como Danone ou vou, o vezes por sempre Nestlé. Gosto Bruno come mês falta de Activia e muito e não geralmente alguma Corpus, meu dura 3 dias. eu compro coisa tenho marido come Eu compro da que voltar também. A todas as promoção. outros dias. Gabi gosta do marcas Não compro Iogurte Danoninho. Elegê, a mesma compro de Danone, marca 2 a 3 vezes Vigor, porque o no mês, Nestlé, Diego come compro Piá, depende do qualquer Elegê, que estiver coisa, o Danone, mais em importante todas as conta. O é sempre marcas, as Bruno gosta ter, eu dou meninas de comer de não Danoninho sobremesa escolhem e leva para quando ele muito, a escola come tudo, comem o também, o serve de que tem. Igor come e estímulo. até eu como de vez em quando. Sim. Sempre Quase Não, nunca Sempre que levo a Gabi, sempre o se não ele eu posso porque eu Bruno vai fica pedindo levo elas, acho que fico comigo, só besteira e gosto que muito pouco busco ele na eu não elas com ela, to escola e tenho escolham perdendo a sua vamos, o paciência. os produtos infância então Igor não que querem quando tenho gosta de comer e se folga quero sair comigo. deixo elas aproveitar Pro Bruno querem cada segundo não ir só se comprar o ao lado dela. ele ta no pai mercado NOEMI Sempre vou umas 3 vezes na semana, gosto das frutas e verduras frescas, compro aos poucos para não estragar, lá em casa a alimentação é a mais saudável possível, iogurte faz parte e compro as marcas Nestlé e Danone porque eu confio na qualidade. Não levo porque eu vou no horário da escola, assim consigo comprar com mais calma e escolher os melhores produtos. Geralmente vou a vários 37 Seus filhos fazem compras nos supermercados sozinhos? Se compram iogurtes quais as marcas eles costumam comprar? Você Saio pra trabalhar muito cedo e só vejo a Gabi de noite, é muito pouco tempo. Nunca mandei a Gabi sozinha no mercado, mesmo ela já conhecendo dinheiro eu nunca mandei porque sabendo como ela é, só compraria porcaria e metade das coisas da lista, acho que ela não tem maturidade para isso. Deixo ela ir só na padaria mesmo e no bar da escola e ainda sim nunca volta o troco. Claro que quando vamos no mercado ela me ajuda a escolher os produtos. Danoninho, dele. Os dois vão no mercado sozinhos, moro na esquina do Peruzzo e não precisa nem atravessar a rua. Geralmente eles compram alguma porcaria para comer. O Bruno compra Danoninho, Danete, Chamito e outras marcas que estão sempre anunciando. Se é lançamento ele pede dinheiro para comprar, quase sempre é bolachinha e salgadinho, semana passada foi o Danoninho Crunch. O Bruno inteiro, tenho sempre que dizer para se acalmarem. rmercados e fruteiras. As vezes vai comprar uma coisa ou outra mas eu não gosto de pedir porque ele gasta tudo e as vezes trás Chandelly e Danete que são seus preferidos, ele sempre gasta com algo a mais. Elas sempre vão no mercado aqui perto geralmente para comprar algo de comer diferente. Não compram iogurte porque sempre tem em casa. Elas gastam com outras bobagens, salgadinhos , bolachas... Não mando o Robson porque ele é muito pequeno e não sabe escolher os produtos mais saudáveis. Me sinto insegura em mandá-lo porque vai que aconteça algo no caminho? Acho ele muito pequeno ainda. De vez em Compro Ih, eu compro 38 compra produtos da marca Danone? Se sim, quais? Qual a sua impressão sobre o Danoninho perante outras marcas? Seus filhos costumam comentar algo sobre algum comercial do Danoninho? Densia, Danito e Activia porque acredito serem os melhores e tem muitos nutrientes, claro que não compro só esses, as vezes não tenho dinheiro e compro outros mais baratos. sempre pede o Danoninho se eu compro outro ele não come porque diz “só Danoninho é Danoninho” , quando ele era menor eu até comprava outros e ele comia mas depois que cresceu ninguém mais enganou ele. Pra mim sempre compro o Activia porque eu gosto muito. Acho o Gosto produto mais muito da gostoso, com marca e certeza confio nela Danoninho é o quando o melhor isso assunto é ninguém pode saúde mas negar, só que não levo ele é bem mais isso tão a caro e não é risca porque acessível a hoje em dia todos. Gosto há muitos bastante de produtos Danoninho e a bons com as Gabi também, mesmoas porém nem qualidades sempre posso do oferecê-lo a Danoninho ela, mas e preço quando eu compro mas não é sempre porque é mais caro e o Diego não é muito exigente, come o que tem. Densia, Danoninho pra beber e Danete que são os mais consumidos aqui em casa. Danete, Densia, Danoninho, Danito e a linha integral, amo os produtos e nunca me decepcionei. Como desde pequena. Eu sei das propriedade s da marca e vejo muitos programas e sei que a Danone está sempre estudando para melhorar a qualidade de seus produtos, quando o Diego foi liberado a comer o pediatra me Sempre tive o Danoninho como referencia de iogurte para crianças, me lembro de alguns comerciais mas não sei quando isso começou acho que foi ainda quando criança por isso sempre Acho a marca a melhor, sem comparação porque tem mais cálcio e vitaminas que outras marcas não tem. Mesmo sendo mais caro um pouquinho vale a pena pagar e o sabor é inconfundível , eu reconheceria até de olhos vendados. Eu 39 confio muito na qualidade e isso vem da minha mãe que comprava quando eu era criança, naquela época não existiam tantas marcas. A Gabi só lembra quando tem algum lançamento ou brinde, daí ela pede para mim comprar. Você lembra de alguma frase ou alguma cena de comercial, Eu me lembro muito bem do “Danoninho vale por um bifinho” e os menor, mais em conta. Quando vou sozinha no mercado e compro um iogurte de outra marca estou tão acostumada a chamar de Danoninho que chego em casa e digo: comprei Danoninho e o Bruno corre para olhar e me diz: esse não é Danoninho de verdade. Mas isso é culpa da TV, ele olha todos os anúncios e é muito influenciáve l, como ele passa a manhã olhando a TV e jogando, assiste os comerciais e tudo ele me pede, com o Danoninho também é assim. Não tenho tempo de assistir teve mas eu me lembro do disse que de preferência eu desse o Danoninho pois não tinha conservante s e era o mais saudável para os bebês. Eu sempre vejo os comerciais do Danoninho na TV, o Diego não comenta muito sobre as propaganda s mas quando vai me pedir algo sempre diz que viu na TV então deve ser bom. tenho Danone em casa. Elas comem Danone mas não me lembro de comentare m alguma propaganda específica. comi Danoninho quando criança, o Robson come e espero que meus netos comam também. O Robson vai para escola de manhã e a tarde fica com a minha mãe, ele não assiste muita TV e a internet são bem controlados porque ela prioriza brincar no pátio, por isso eu não me lembro dele ter comentado de algum comercial, evitamos este tipo de exposição. Lembro dos esquimós do Danoninho Ice e do “Danoninh o vale por um bifinho” e a música do Eu não consigo lembrar de nenhum comercial, 40 ou alguma promoção feita pela marca? cards magnéticos pois minha geladeira é cheia deles. Também os esquimós do Danoninho Ice. “Danoninho Laboratório vale por um Danone. bifinho” e o Danoninho para plantar mas não compro esse porque o Bruno não gostou do brinde. pianinho que nunca esqueci. nem de quando eu era pequena e nem de agora, não lembro mesmo. Imagens de campanhas publicitárias Danoninho mais lembradas: Danoninho para plantar: Danoninho Ice: Piano Danoninho: 41 42 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir das informações coletadas via entrevistas realizadas, é possível traçar o perfil dessas mães. Elas costumam ir semanalmente ao mercado, compram sempre o produto iogurte e, na maioria das vezes, da marca Danone. Nem todas costumam levar seus filhos no momento das compras, umas por hábito, outras por necessidade, por não terem com quem deixá-los. Contudo, algumas salientam que o fato de estarem acompanhadas por eles no supermercado faz com que levem algum produto a mais pra casa ou que, ao menos, sejam solicitadas para isso. Do mesmo modo, os filhos, segundo as entrevistadas, reconhecem a marca Danoninho e pedem por ela. Porém, nem sempre são atendidos, devido, segundo as mães, ao fato de que elas não podem consentir a todas as solicitações dos filhos. Ainda assim, foi possível verificar que as crianças tentam, a sua maneira, convencer suas mães para a compra do iogurte Danoninho. A maioria delas informou também que seus filhos costumavam fazer compras sozinhos, e que sempre que iam ao mercado compravam somente aquelas marcas e produtos de sua preferência, mesmo que as mães não concordassem com tal comportamento. Algumas campanhas publicitárias foram citadas pelas mães embora a maioria delas afirme que a propaganda não as influencia no momento da compra. Foram lembradas peças da campanha do Danoninho Ice e “Danoninho vale por um bifinho”, além da iniciativa da Danone com o “Danoninho para plantar”, o que demostra que as ações de comunicação realizadas pelas marcas têm impacto positivo sobre os consumidores principalmente as ações que foram realizadas quando esses atuais pais eram crianças consumidoras do produto. Ainda, foi possível constatar que os filhos, segundo os depoimentos das mães, não as influenciam no momento da compra. Mesmo assim, percebe-se que as crianças estão sempre solicitando algum produto aos pais, que na maioria das vezes precisam frear essas iniciativas, para não onerar seus orçamentos. Ao mesmo tempo, entende-se o papel dos meios de comunicação e da propaganda no processo de decisão de compra, pois as crianças tendem a pedir o que veem na televisão ou expostos nas prateleiras dos supermercados. Para mim, realizar este estudo foi uma oportunidade muito gratificante, ficou provado para mim que o consumo do Danoninho realmente é passado de geração para geração, não só na minha família, mas também nas famílias entrevistadas. Pude perceber mais uma vez como a campanha do Pianinho Danoninho ficou na memória de toda uma geração, e talvez isso tenha se dado ao fato de ter tido o slogan “proibido”, afinal sabemos como esse tipo de coisa tem uma forte repercussão entre a sociedade. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELCH, M. A.; WILLIS, L. A. A decisão familiar na virada do século: A mudança na estrutura das famílias impacta o processo de tomada de decisão da família? Journal of Consumer Behaviour, vol. 2, num. 2, p. 111-124, dezembro, 2002. CHAN, K. Visitando as lojasefontesde informaçãoentre ascrianças chinesas da população urbana. (tradução do autor). Journ of Consumer Marketing. Volume 22, Edição 4, 2005, p178-188. COX, D.F. & RICH, S.V. 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Você lembra de alguma frase, ou alguma cena de comercial, ou alguma promoção feita por essa marca? 47