A. Começo por agradecer a presença de v. Exas, convidados, autoridades, Bombeiros, comunicação social e saudar, o executivo na pessoa do Sr. Presidente Luís Antunes, saudar todos os eleitos das Assembleia Municipal, dirigir um abraço fraterno aos membros das Juntas de Freguesia aqui presentes e quero dizer que é com muita satisfação pessoal e institucional que hoje estou aqui convosco nesta cerimónia de todos os habitantes deste nosso progressista concelho. B. Não irei repetir hoje o que aqui já disse em anteriores comunicações no âmbito das comemorações do 25 de Abril. E, também não irei comentar exaustivamente aspetos da vida da sociedade portuguesa, da politica portuguesa que nos têm de forma continuada afetado, e em particular, desde que os Portugueses elegeram em 2011, um Governo que se propôs como ele próprio costuma insinuar "a contragosto", corrigir os males do nosso universo em tempo record, assumindo-se, como, o pináculo da perfeição, mas revelando uma suprema indigência de responsabilidade moral e institucional perante os portugueses que a cada dia que passa se tornam mais ignorados, incómodos e até provavelmente dispensáveis se atentarmos aos insuspeitos dados sobre o nível de pobreza do Instituto Nacional de Estatística recentemente publicados. C. A situação que vivemos e a atitude da governança quando refere a insensibilidade popular que não sente que o país está melhor, conduz-me para uma frase de Miguel Torga “ A olhar a mentira dos salões esquecemos a verdade das celas” mas também me ocorre, convenhamos de forma mais dura, a obra de Saramago "Ensaio sobre a Cegueira". D. Sei meus amigos que também poderíamos estar aqui todo o dia a desfolhar o livro de reclamações da sociedade portuguesa, poderíamos 1 listar quase até à exaustão as personalidades que por aí ainda pululam alegremente, de bem relacionadas que são, que até parecem pertencer ( como dizia um amigo meu) a um certo tipo de casta portuguesa com um sistema imunitário muito eficaz à Justiça. E. Poderíamos referir a crescente degradação humana e da submissão dos valores da ética à pressão da elementar necessidade de sobrevivência das famílias; podíamos falar do regresso do medo, podíamos tornar a confirmar que estamos a assistir a um recuo social e civilizacional nunca antes visto e do qual será difícil e demorado sair. Podemos e devemos afirmar e não devemos ter medo de o dizer desassombradamente que estamos a viver sobre um regime de ditadura económica e social encapotado de democrata que diariamente destrói a dignidade humana e os valores básicos da nossa sociedade. E, minhas senhoras e meus senhores, creiam que enquanto não interiorizarmos esta realidade e a ela reagirmos podem acreditar que Abril foi e estará adormecido pelo regime que ele próprio criou. Por isso, é urgente mudar, mudar não o regime como alguns parecem querer, mas sim a forma de o gerir prosseguindo os mesmos princípios de base social que norteou a sua génese, blindandoo contra sequestros do interesse público pelos desmandos e interesses privados , criando um nova vivacidade, e uma mais segura estratégia de desenvolvimento para o nosso País. F. Manter a presente matriz, tolerar, a falta de respeito; a promiscuidade entre o interesse público e o interesse privado, incomoda, asfixia, e mata! G. Não podemos continuar a considerar quem não nos considera e respeita. Há que considerar ilegítimo e abjeto aqueles que afrontam o Tribunal Constitucional, quando recorrentemente pretendem ignorar a nossa 2 Constituição da Republica, resultante da Assembleia Constituinte nascida de Abril. H. Estou certo que chegámos ao limite da paciência e tolerância democrática mas tal sentimento não nos pode dobrar mas sim dar força para mais resistir e demonstrar a nossa indignação. I. Resistir também, porque muito de perto nos toca, contra a dissimulação e mentira permanente que envolve o projeto Metro Mondego, desde 2010 e que também, mereceu do atual Governo, depois de muitas promessas e declarações de intenções a classificação de investimento não prioritário quando já estão gastos dezenas de milhões de euros. Mas ao mesmo tempo mereceu, e aqui dá para entender o nível das pessoas com que estamos confrontados, mereceu como dizia, umas palavras sinuosas do Senhor Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Dr. Miguel Poiares Maduro ao dizer, que o projeto está dentro dos projetos prioritários apresentados pelo Governo. Isto é, num documento, julgo eu politicamente validado não está incluído, mas em Coimbra perante os autarcas intyeressados já passou a parecer estar! Não é credível tal comportamento agravado pelo facto de que essas nebulosas palavras terem sido amparadas pelo Sr. comissário europeu Johanes Hahn, responsável pela política regional, que também disse, quanto a mim a título de ajuda do seu anfitrião, que o projeto "está inserido nas propostas do Governo português". Em que ficamos então?! Há que reagir e estar atentos e por isso e a título ilustrativo, relevo e chamo a atenção para o que se passou na AR no dia 17 de Abril a propósito da discussão e votação de propostas apresentadas pelo BE e pelo PCP respetivamente sobre a regime de exclusividade e incompatibilidades dos Srs. Deputados. 3 Como sabem, é recorrente a referencia à promiscuidade existente entre algumas personalidades que se sentam no hemiciclo e que foram inclusivamente referidas como um dos focos da interferência danosa de interesses privados na "cousa pública", tendo dado o mote a uma intervenção muito clara do Sr Prof. Paulo Morais na AR a convite do Sr. deputado Mendes Bota Presidente da Comissão de Ética. Não penso, acreditem, que essas interferências e misturas publico privadas proporcionem, a quem use tal expediente, direito a carteira profissional apelidável de "facilitador" porque se assim fosse estaria a admitir (que julgo não ser a situação) de estarmos em presença, no seio da Assembleia da Republica, de vários "clones" de um ex governante, que anunciou recentemente na comunicação social essa sua nova e empreendedora atividade! Mas, o que incomoda neste episódio é que, independentemente, da oportunidade no tempo das iniciativas legislativa ser ou não conveniente ou dos "termos das propostas " serem ou não a única solução possível, já que naturalmente outras soluções e enquadramento existirão, é que no fim transpareceu da decisão/chumbo da AR foi a exata noção, e essa sim muito clara, que a situação atual é como é, parece não estar bem e que se recomenda o não agitar muito das águas. Muito mal vai a nossa representação democrática ao pactuar com tanta tibieza e contradição com tal preocupante realidade. J. Para concluir e tal como referi no breve texto inserto na publicação que foi difundida pelo executivo desejo saudar todas as pessoas que depois de abril de 74 assumiram missões autárquicas (comissões administrativas e órgãos autárquicos) e em particular, saudar hoje o nosso jovem 4 Presidente Luis Antunes porque tem representado e com empenho valorizado em diversos fóruns e assim espero e desejo que o continue a fazer , os valores do municipalismo com o enfoque principal de ação na proximidade às pessoas porque essas, pelo menos aqui na Lousã, não são desconsideradas, não são descartáveis e estão sempre, e digo isto porque o sinto, independentemente dos quadrantes partidários que representam, na missão e espírito de todos os eleitos locais. K. Na Lousã os eleitos estão e muito bem, sujeitos a uma saudável e permanente avaliação e desejamos que assim continue a ser e que os munícipes utilizem crescentemente todos os meios ao seu alcance para fazerem vingar com rigor democrático os direitos e deveres de cidadania que Abril lhes deu. Que a esperança não morra nunca e possamos coletivamente com firmeza e alegria alcançar um novo e virtuoso futuro para Portugal. Viva Lousã Viva o 25 de Abril Bem hajam 5