XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 O PORTFÓLIO NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE LITERATURA: DA TEORIA À PRÁTICA Suellen Santos Alves (G–CLCA – UENP/CJ e bolsista PiBIC – Fundação Araucária) Hiudéa Tempesta Rodrigues Boberg (Orientadora – CLCA-UENP/CJ) RESUMO A comunicação tem a finalidade de divulgar os primeiros resultados sobre a sondagem de como os estagiários do curso de Letras/Literatura da UENP, do CLCA/campus de Jacarezinho, efetuam a transposição dos fundamentos teóricos e metodológicos às propostas de suas práticas pedagógicas a serem desenvolvidas em sala de aula durante a regência. A sondagem é feita por meio da análise dos registros reflexivos que os alunos fazem nos portfólios elaborados ao final da sua formação, englobando os planos de aula e a aplicabilidade de metodologias de ensino. Palavras-chave:Portfólio. Estágio Supervisionado. Professor reflexivo. 1 Introdução O presente artigo tem como objetivo tratar do portfólio como prática de reflexão para o professor, e mostrar ainda os primeiros resultados sobre a sondagem de como os estagiários do curso de Letras / Literatura da UENP, do CLCA/campus de Jacarezinho, efetuam a transposição dos fundamentos teóricos e metodológicos às propostas de suas práticas pedagógicas a serem desenvolvidas em sala de aula durante a regência. Em seguida, será falado do portfólio como proposta pedagógica, segundo as ponderações da pesquisadora portuguesa Idália Sá-Chaves, que defende o modelo como uma nova filosofia de avaliação para o professor. Logo após, será abordado o conceito de portfólio, mostrando as possíveis origens da palavra, bem como sua definição. De maneira breve, será mostrado o histórico da disciplina de Prática de Ensino de Literatura, do curso de Letras/Literatura, apontando as mudanças que sua ementa tem passado no decorrer dos anos. Será relatada ainda, a aplicabilidade desse instrumento reflexivo nas séries finais do curso, mostrando desde a elaboração do portfólio, até os benefícios obtidos pelo ato de refletir. 539 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 E por fim, será descrito o desenvolvimento da pesquisa que ainda está em andamento, e que tem como principal objetivo verificar, por meio dos portfólios reflexivos, se os alunos quartanistas da UENP têm de fato efetuado a transposição dos fundamentos teóricos e metodológicos aprendidos durante a graduação em suas regências e estágios. 2 Necessidade de reflexão sobre o ato de ensinar (professor reflexivo) benefícios Nos dias atuais, nos encontramos em momento de grandes complexidades no que diz respeito ao ensino: ouve-se falar muito em pesquisa-ação, professores reflexivos, práticas de ensino, metodologias eficazes. Apesar de todos esses assuntos serem de fato importantes para que as aulas tenham bons resultados, isso ainda tem ficado no campo teórico. É necessário que se tenha uma atenção maior sobre a formação de professores, bem como sobre o ato de se refletir sobre sua postura. O professor de Prática de Ensino tem o papel de provocar o habito da reflexão sobre a postura a ser exercida em sala de aula, apresentando aos alunos elementos teórico-metodológicos e recursos pedagógicos apropriados. Dentro de suas possibilidades o professor deve acompanhar o desenvolvimento dos alunos durante o período dos estágios e regências, avaliando a postura dos discentes, a transposição das teorias aprendidas, a escolha das lições, o modo como ele aborda as os temas ministrados, entre outras. Nesse percurso, é importante observar quais as teorias que realmente sustentam o cotidiano escolar, sempre buscando adequar os conceitos ao contexto escolar. Acerca da formação do professor reflexivo, Isabel Alarcão menciona que: Os formadores de professores têm uma grande responsabilidade na ajuda ao desenvolvimento dessa capacidade de pensar autônoma e sistematicamente. E têm vindo a ser desenvolvidas uma série de estratégias de grande valor formativo, com algum destaque para a pesquisa-acção no que concerne à formação de professores em contexto de trabalho. Penso que a pesquisa-acção, a aprendizagem a partir da experiência e a formação com base na reflexão têm muitos elementos em comum. (Alarcão, 2004, p. 46) 540 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 Ser um professor reflexivo liberta-o do comportamento rotineiro. A rotina é algo muito fácil de seguir, pois o professor pode seguir um livro ou um texto exatamente como ele propõe. No entanto, essa prática rotineira pode resultar em aulas não muito produtivas, uma vez que o professor não se preocupou em ajustar a abordagem do texto de acordo com as reais necessidades de seus alunos. No momento em que o educador passa a refletir sobre sua prática pedagógica, começa a agir de maneira deliberada. Assim, ele começa a ensinar não só o que mostra o texto, mas também faz abordagens de maneira particular, tentando sempre se adequar à realidade de sua de aula. Sandra Lee McKay aponta em seu livro O professor reflexivo: guia para investigação do comportamento em sala de aula, os benefícios de ser um professor reflexivo: Ser um professor reflexivo implica levar em consideração várias maneiras de ensinar uma lição em particular. Decidindo-se por qual dessas maneiras utilizar, os professores geralmente consideram fatores como o nível de proficiência dos alunos, seus interesses, os objetivos do currículo e o tempo disponível para o ensino. Considerar esses fatores ao decidir como ensinar uma lição geralmente traz resultados satisfatórios. (MCKAY, 2003, p. 9) Sabemos que cada sala tem realidades diferentes, cada aluno tem seus conhecimentos empíricos. O professor reflexivo procura analisar o perfil de sua sala de aula para decidir qual a melhor maneira de ensinar aos seus alunos, considerando fatores como o conhecimento de mundo dos alunos. Tendo o professor esses cuidados, a aula na maioria das vezes tem melhores resultados. 3 O portfólio como processo reflexivo (Idália Sá-Chaves) O portfólio, sem dúvida vem sendo cada vez mais utilizado como objeto de avaliação de práticas eficientes para o ensino. Ele é utilizado como ferramenta de coleta de dados e avaliação de ensino/aprendizagem. Nele, é registrado todo o percurso pelo qual o graduando passou, as práticas e metodologias utilizadas, dificuldades encontradas, obstáculos vencidos, entre outros elementos. Os dados coletados podem vir à auxiliar o futuro professor a lidar com os problemas percebidos dentro da sala de aula, como por exemplo: a maneira como ele ministrou suas aulas de regência, as dificuldades de interesse dos alunos durante a aula, o tipo de lição abordada por ele. 541 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 Atualmente, quando se pensa em pesquisa-ação, portfólio reflexivo, formação de professores, pensa-se sem dúvida em Idália Sá-Chaves, pois a pesquisadora tem grande destaque quando se trata desses assuntos. Ela é membro do Conselho científico da Universidade de Aveiro, do conselho pedagógico da Universidade de Aveiro, do Senado da mesma Universidade, da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, da Sociedade Portuguesa dos Autores e da Associação de Jornalistas e Escritores. Publicou várias obras, entres elas, Professores, eixo de mudança (1989); A construção pela análise reflexiva de práxis (1995); A qualidade da escola somos nós (1997), entre outras. Em uma entrevista concedida à revista Olhar de professor, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR), Idália Sá-Chaves afirma que: O portfólio sendo uma estratégia que concretiza cabalmente esta nova filosofia [de avaliação] constitui, por isso, uma narrativa de cariz reflexivo, que dá voz à pessoa do aluno que aprende, na medida da sua autoimplicação no processo e na complexa e múltipla interacção, que a relação entre aprender e ensinar pressupõem. De um modo sempre inacabado e intencional o aprendente vai dando conta não apenas dos conteúdos que medeiam essa interacção, como também dos significados e dos sentidos que ele mesmo atribui à informação com a qual interage. Por sua vez, o formador tomando conhecimento da evolução do aluno pode, em tempo útil, dar informação apropriada, que reencaminhe os processos de desenvolvimento de cada aluno. (Sá-Chaves, 2011) Segundo a pesquisadora, o portfólio seria uma nova filosofia de avaliação para o professor, e uma nova filosofia de formação para o graduando, sendo assim, surge uma nova compreensão da relação entre aprender e estudar. De modo que o discente tem a oportunidade de repensar sobre o ensino que lhe é dado, e ainda o modo como ele tem ministrado suas aulas nas regências e estágios. Dessa maneira, o aluno, bem como o professor que o avalia, podem ter grandes percepções, percepções essas que poderão fazer total diferença em sua formação, pois a partir do momento em que nos autoavaliamos fica mais fácil perceber os pontos que precisamos mudar ou adequar. 4 Conceito de portfólio A palavra portfólio pode ter mais de uma origem, como: do italiano, no qual a palavra é portafóglio e do inglês que é portfolio. No português, a palavra pode ser 542 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 encontrada de duas maneiras: portifólio ou portfólio, ao invés de porta-fólios, que seria a maneira mais natural na latinização da palavra. O conceito surgiu na história da arte, denominado como um conjunto de trabalhos artísticos (pinturas, desenhos, fotografias, etc.). No caso das artes, o portfólio tem o papel de armazenar as obras já realizadas de um artista, é um instrumento que possibilita ao artista mostrar as outras pessoas seus trabalhos individuais. O portfólio define-se como “recipiente onde se guardam folhas soltas” (CEIA, 2011), sendo assim, é uma coletânea de dados, reflexões, experiências, que são relatados de maneira escrita, como se fosse um diário do graduando. No decorrer dos estágios e regências, os alunos escrevem todas as suas experiências, sejam elas satisfatórias ou insatisfatórias. Essa prática possibilita ao próprio aluno analisar o próprio percurso. O uso desse instrumento no meu educacional serve como estratégia de autoavaliação do futuro educador, oferecendo-lhe a oportunidade de rever sua postura e redefinir metas, mostrando quais suas necessidades de mudança, com o intuito de suscitar reflexões sobre o ensino/aprendizagem. Ele pode propor ao profissional vários aspectos da aprendizagem, como construção de novos conhecimentos, investigação sobre o modo como ele ensina, autoavaliação, metodologias eficazes, entre outros. Sendo assim, ele pode contribuir para que o educador melhore sua qualidade profissional. 5 Histórico da disciplina No final de 2002, percebeu-se a necessidade de mudanças e adequações no curso de Letras da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho, que naquela época ainda não era uma instituição unificada. Era então, o momento de readequar as matrizes curriculares das habilitações, de rever os conteúdos ministrados pelos professores, e ainda, era o momento de repensar sobre as práticas pedagógicas e metodologias de ensino. A partir de 2003, essas mudanças de fato começaram a ser colocadas em prática, e assim observou-se a necessidade de incluir na grade do curso de Letras/Literatura a disciplina de Prática de Ensino de Literatura. Os discentes do curso de Literatura perceberam que deveriam assumir algumas medidas para tentar mudar o quadro de desinteresse dos alunos de Letras pela literatura 543 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 e leitura, uma vez que grande parte dos professores de Língua Portuguesa da região se formavam nesta instituição. Com essa percepção, foram criados grupos de pesquisa, práticas de iniciação científica e eventos anuais, onde alunos e professores têm a oportunidade de compartilhar suas produções. As medidas adotadas nasceram da necessidade de melhorar o curso de Letras, bem como o envolvimento dos alunos com a literatura e a leitura. A partir de 2006, houve um processo de ajustamento às carências reveladas pelo curso, no que diz respeito aos estágios, e também ao ambiente escolar. Com base nessas percepções, foi introduzido o portfólio na ementa de prática de ensino de Literatura e Língua Portuguesa, com o intuito de auxiliar os estudantes em suas reflexões acerca do ensino/aprendizagem, concepção e planejamento de aulas, análise de propostas pedagógicas e metodológicas, entre outras relevâncias. 6 Aplicabilidade do portfólio no curso de Letras /Literatura Desde que houve a introdução do portfólio como instrumento reflexivo, dentro da ementa de Prática de Ensino I e II, procurou-se elaborar um modelo de portfólio, sendo assim, ele foi inspirado nas deliberações de Isabel Alarcão, de Idália Sá-Chaves e de Carlos Ceia, autores portugueses que são conhecidos por tratarem de temas pertinentes à educação e formação de professores. Dessa maneira, foi criado um modelo de portfólio baseado nas ponderações desses autores. Os portfólios começam a ser elaborados no começo do 4º ano, com o auxílio da professora de Prática de Ensino. A partir desse momento, os alunos tomam conhecimento do conceito do portfólio, os autores no qual o instrumento foi baseado, o modo como ele deve ser montado e a importância que o portfólio reflexivo tem dentro da formação. O portfólio reflexivo dentro do meio educacional tem o papel de armazenar os registros que constatam os efeitos do processo de ensino na trajetória acadêmica do estudante, de modo que faz a recuperação de suas experiências durante os estágios e aulas de regências. Têm a finalidade de rever posturas, mostrar aos alunos se de fato, as práticas de ensino utilizadas por eles dentro de sala de aula, têm resultados satisfatórios. 544 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 7 Pesquisa em desenvolvimento A pesquisa a ser desenvolvida tem como propósito dar continuidade à investigação empreendida pela Professora Hiudéa Boberg, em seu projeto de pesquisa que trata de metodologias de ensino de literatura e propostas pedagógicas para o professor. Em especial, essa pesquisa tem o objetivo de estudar a realização dos estágios supervisionados de literatura, por alunos do curso de Letras, do Centro de Letras, Comunicação e Artes, da UENP/Jacarezinho. Com a pesquisa, pretende-se averiguar, nesses portfólios, de modo sistemático e objetivo, se os alunos contemplam, com pertinência, conceitos relacionados aos métodos de ensino de literatura, como “professor reflexivo”, “horizonte de expectativas”, “recepção do texto”, “dialogismo”, “transversalidade”, “transdisciplinaridade” e “rizoma”. A partir das propostas feitas por alunos, nos planos de aula das regências, serão observados os apontamentos reflexivos sobre a aplicabilidade delas, sobre as experiências realizadas nos estágios e os resultados colhidos. O conjunto de informações colhidas trará subsídios aos professores de Prática de Ensino de Língua Portuguesa e Literatura, que podem servir de parâmetros tanto para readequação dos conteúdos das disciplinas em questão, quanto para melhorar a abordagem do aproveitamento dos resultados dos estágios, tendo em vista a formação mais consistente e coerente dos futuros professores. Para realização da pesquisa foi necessário, além do conhecimento da bibliografia básica, tomar ciência dos autores que conceberam as metodologias de ensino de literatura adotadas na disciplina de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado de Literatura. Estes autores são os teóricos estudados pelos integrantes do Grupo de Pesquisa Literatura e Ensino, do qual faço parte. A pesquisa compreendeu, até o momento, a seleção dos portfólios dos alunos do 4º ano de Letras/Literatura, do CLCA/CJ, a elaboração dos instrumentos de apreciação e a aplicação desses instrumentos na análise dos portfólios. Os instrumentos de apreciação constituem dois formulários: o primeiro tem o título “Análise quantitativa de portfólio – Levantamento de dados”, e o segundo, “Análise qualitativa de portfólio – Interpretação dos dados”. Os dois formulários foram concebidos com a ajuda da orientadora e da professora da disciplina de Prática de Ensino, já que ela é uma das docentes interessadas no resultado do levantamento de dados que a pesquisa proporciona, justamente porque pode rever a sua prática como orientadora dos estágios, 545 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 além de verificar se os elementos teórico-metodológicos estão de fato sendo assimilados pelos quartanistas. O levantamento dos primeiros dados resulta da aplicação dos instrumentos de apreciação, com o propósito de constatar os registros reflexivos dos alunos nos planos de aula propostos e nos comentários sobre as fichas de avaliação das regências, dentre outros elementos observados. Até o momento, foi possível apenas a aplicação do primeiro formulário, conforme será descrito a seguir. Em uma natureza de trinta portfólios, dez se destacaram, e quatro entre esses dez se sobressaíram. A professora de Prática de Ensino auxiliou na escolha dos melhores portfólios, ou seja, daqueles que ofereciam reflexões mais substanciosas. O levantamento de dados, portanto, se deu a partir desses dez portfólios escolhidos. Para cada um dos portfólios analisados foi preenchido um formulário. Com base nos dados colhidos, pude perceber que as metodologias ensinadas no decorrer da graduação têm grande relevância para que o aluno tenha um norte para ministrar suas aulas. Pode ser observado que a elaboração do portfólio dentro do curso é um auxilio estratégico de autoavaliação, oferecendo-lhe a oportunidade de reflexão sobre seu ensino, com o intuito de suscitar reflexões sobre o ensino/aprendizagem. Pode ser notado ainda que os alunos têm algumas dificuldades de manter coerência entre as propostas que formulam para as suas aulas de regência e os princípios teórico-metodológicos adotados. As demais análises deverão esclarecer se estas dificuldades são predominantes no processo reflexivo dos alunos sobre suas práticas pedagógicas. 8 Considerações Finais Em suma, compreende-se que o portfólio tem extrema importância para a formação de futuros professores, auxiliando-o em suas práticas de ensino e seu autoconhecimento. Propõe também, ao professor que avalia o aluno, a oportunidade de verificar se as metodologias e propostas pedagógicas estão de fato sendo assimiladas pelos alunos, e assim, se esses conteúdos tem tido de fato boas repercussões. 546 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 Pode-se concluir que essa prática de reflexão ajuda o graduando a ter mais segurança na hora que se depara com possíveis problemas que acontecem com grande frequência no ambiente de sala de aula, e sendo ele um profissional reflexivo e crítico do seu próprio trabalho, conseguirá meios para tentar resolver esses possíveis problemas. 9 Referências ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva.3. ed. São Paulo, Cortez, 2004. (Coleção Questões da Nossa Época; 103). CEIA, Carlos. A construção do porta-fólio da prática pedagógica: um modelo dinâmico de supervisão e avaliação pedagógicas. Disponível em www.fcsh.unl.pt/docentes/cceia/Educacao/portafolio.pdf Acesso em 02/02/2006. MCKAY, Sadra Lee. O professor reflexivo: guia para investigação do comportamento em sala de aula. São Paulo, SBS, 2003. SÁ-CHAVES, Idália. Discutindo sobre portfólios nos processos de formação. Entrevista com Idália Sá-Chaves. Olhar de professor. Ponta Grossa, 7 (2): 09-17, 2004. Disponível em www.uepg.br/olhardeprofessor/pdf/revista72_artigo01.pdf Acesso em 20/02/2006. Para citar este artigo: ALVES, Suellen Santos. O portfólio no estágio supervisionado. In: XI CONGRESSO DE EDUCAÇÃO DO NORTE PIONEIRO Jacarezinho. 2011.Anais...UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná – Centro de Ciências Humanas e da Educação e Centro de Letras Comunicação e Artes. Jacarezinho, 2011. ISSN – 18083579. p.539- 547. 547