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Opinião
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O Estado do Maranhão - São Luís, 14 de abril de 2015 - terça-feira
OESTADOMaranhão
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“O Maranhão é uma saudade que dói
e não passa. Não o esqueço um só dia,
um só instante. É amor demais.
Maranhão, minha terra, minha paixão.”
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José Sarney
FUNDADORES: JOSÉ SARNEY E BANDEIRA TRIBUZI
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Editorial
Rodízio de placas em São Luís?
U
m requerimento de autoria do vereador Professor Lisboa (PCdoB) solicita à Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) a implantação do
sistema de rodízio de placas de veículos em
São Luís. O objetivo da proposta é reduzir o
número de veículos circulando nas ruas, desafogando o trânsito. Por ela, em cada dia
da semana será permitido que somente
aqueles com determinados finais de placascirculem pelas ruas. Mas será que esta é
realmente uma solução viável para a capital maranhense?
Não há dúvida de que São Luís já é uma
metrópole – alcançamos e ultrapassamos
o patamar de 1 milhão de habitantes, segundo o IBGE-, entretanto, respeitandose as proporções de grandes cidades, como São Paulo, que já adotou o sistema de
rodízio de veículos, a capital maranhense nem de longe tem as mesmas dimensões da capital paulista, muito menos estrutura e tamanho número de veículos
que justifiquem tal medida, pelo menos alguns coletivos. E o risco começa mesmo
nas paradas. Nem nos terminais de integrapor enquanto.
Que o trânsito da capital maranhense é ção os usuários estão seguros. A insegurancaótico, não se duvida, principalmente nos ça é geral.
Em grandes cidades, o rodízio de placas
horários de pico demora-se entre meia hora e 50 minutos para se chegar ao desti- é até bem vindo. Muitas vezes serve como
medida de viagem
no.Tempo perdimais rápida e até
do que irrita, é
E em São Luís? O que o
de economia no
verdade, mas não
bolso. Mas, para
motiva nenhum cidadão conta? Com ruas
isso, a cidade concidadão a deixar
ta com toda inseu carro na gara- esburacadas, ônibus em
fraestrutura, com
gem e se expor ao péssimas condições,
pistas exclusivas
sol e à chuva em
para ônibus, o que
paradas de ônibus assalto em paradas e
torna as viagens
sem infraestrutuainda mais rápira nenhuma – dentro dos ônibus...
das e desafoga o
muitas nem existem em determinados pontos dos bairros – trânsito; sistema de transporte eficiente e
ou arriscar sua segurança e de sua família e até metrô. E em São Luís? O que o cidadão
até a vida em ônibus, que têm sido alvos conta? Com ruas esburacadas, ônibus em
constantes de assaltos, seja de dia ou à noi- péssimas condições, assalto em paradas e
te. Isso sem falar nas péssimas condições de dentro dos ônibus...
Cabral
Sobe-Desce
La Tête Haute, de
Emmanuelle Bercot, será
o filme de abertura da
edição deste ano do
Festival de Cannes, que
acontece de 13 a 24 de abril. Será a primeira vez
que um filme dirigido por uma mulher abre o
evento desde 1987, quando a abertura ficou por
conta de Un Homme Amoureux, de Diane Kurys.
O Cruzeiro ganhou um
desfalque mais que
inesperado para o duelo
diante do Huracán desta
terça-feira pela Libertadores. O atacante Joel teve
problemas com o visto para entrar na Argentina,
acabou não podendo entrar no país e teve que
retornar ao Brasil. Sem condições de viajar, ele,
claro, está descartado para o duelo.
Um dia
como hoje
14 de abril
1988
Acordo
1814
1982
Os ministros de Exterior afegão,
paquistanês, soviético e norteamericano firmam, em Genebra,
um acordo para solucionar o
conflito no Afeganistão, junto ao
secretário-geral da ONU, Javier
Pérez de Cuéllar.
Guerra
A Inglaterra e a
Argentina começaram
uma guerra pelo
domínio das Ilhas
Malvinas, após o país latino-americano invadir o
arquipélago, localizado ao sul do continente.
Café
Um decreto das Cortes
Espanholas habilita o Porto de
Puntarenas para o comércio
exterior, pelo qual se realizaram
todas as exportações de café da
região de Costa Rica até a
segunda metade do século.
Um mistério em Itapecuru
JOSÉ NERES
A distância entre as cidades ditas interioranas e a
capital de cada Estado da Federação não pode ser
medida apenas em quilômetros ou em horas de viagem, mas também em uma espécie de vácuo no que
diz respeito à produção cultural de cada município.
Parece que há uma cortina ou barreira invisível que
impede a troca de informações culturais entre as diversas regiões de um mesmo território. Desse modo, o que é feito em uma cidade parece não surtir nenhum efeito nas circunvizinhanças, assim como a
produção intelectual da capital parece também não
atingir as demais cidades do mesmo estado.
No caso do Maranhão, como praticamente em
todo o Brasil, as cidades que têm uma, às vezes, efervescente vida cultural veem quase todos os esforços
de seus produtores toldados por uma nuvem de descaso por parte da maioria das autoridades constituídas, de silêncio por parte da imprensa local e pela indiferença de um público-alvo que nem sempre atende aos desesperados clamores dos artistas locais.
Por essas razões, e por muitas outras, possivelmente nem todos os leitores e até mesmo pesquisadores da literatura maranhense não conhecem o pequeno romance “O Mistério da Casa de Cultura”, publicado há pouco tempo pela jovem e talentosa es-
critora itapecuruense Samira Diorama da Fonseca.
A trama do livro segue deliberadamente a trilha
de mistério e investigação que anda tão em voga
atualmente e que tem em Dan Brown um de seus
principais ícones para uma nova geração de leitores
que começa a tomar gosto pela leitura de textos literários. O corpo de um jovem é encontrado dentro da
Casa de Cultura de Itapecuru, levando as pessoas da
cidade e, principalmente, os amigos mais próximos
do falecido a uma grande comoção. Poderia ser apenas mais um jogo de intrigas para tentar-se descobrir quem é o autor de um crime que ficou encoberto por uma hipótese de suicídio.
Sem muito esforço o leitor logo é conduzido para a descoberta tanto do mandante como do executor do assassinato. Não reside aí o mistério de que
fala o título do livro, mas sim nas motivações que
levaram ao homicídio. Sutilmente, o leitor é conduzido para um passeio pela história e pelas ruas
da cidade, conhecendo alguns seus principais pontos históricos, revisitando importantes, e, muitas
vezes, esquecidas personagens, mas que foram vitais para a construção identitária do município e
da história de seu povo.
Para compor seu cenário literário, Samira Diorama mescla aventura, mistério, planos mirabolantes,
busca de tesouros escondidos e até mesmo algumas
- às vezes desnecessárias – incursões no campo da
espiritualidade. De modo geral, a aparente fragilidade na construção de algumas personagens é compensada por um estilo ágil e por uma boa concatenação dos episódios, o que possibilita que a leitura
seja feita de um fôlego e que o leitor também se sinta como mais um componente na trama em busca
dos verdadeiros fatores que levaram à execução do
jovem e curioso pesquisador.
Utilizando a técnica de compor capítulos curtos e ágeis, a escritora consegue imprimir a seu texto uma série de peripécias que irão culminar em
um clímax, que pode até ser previsto pelos leitores
mais experientes, mas que vem condimentado
com temperos colhidos em nossa própria terra e
com a cor local.
Com seu romance, Samira Diorama da Fonseca passa a integrar um ainda incipiente grupo de
jovens mulheres que vêm se dedicando à prosa de
ficção em nosso estado. Essa ainda pouco estudada safra de mulheres ficcionistas já conta com nomes como Lorena Silva, Laura Barros, Heloísa Helena, Ahtange Ferreira e Delânia Rodrigues, entre
outras. E esse grupo esse que ainda contribuirá
muito para as nossas letras.
Professor, escritor e membro da Academia Maranhense
de Letras
E-m
mail: [email protected]
Para o cidadão de São Luís, deixar o carro na garagem significa exatamente um
grande risco, pois não tem garantia nenhuma por parte do poder público de que poderá chegar ao trabalho, escola ou outro
compromisso e até mesmo voltar para casa em segurança. Nenhum pai ou mãe fica
tranquilo em casa sabendo que os filhos estão correndo sérios riscos nas ruas.
E o problema não é só da segurança. Hoje, a Prefeitura já não tem condições técnicas e de pessoal para fiscalizar o trânsito –
tanto que adotou fiscalização eletrônica, como os fotossensores –, imagina quando da
implantação do tal sistema de rodízio de
placas. Quem vai fiscalizar os veículos que
podem circular? E o processo de aplicação
de multas? Como se dará? Será um caos ainda maior na cidade. A confusão será tão
grande do ponto de vista operacional e de
fiscalização que a medida poderá se transformar em mais uma dor de cabeça para a
Prefeitura, que já tem muitas.
O ano do mais
com menos no
setor de eventos
*ANDRÉ NOGUEIRA
O mercado de eventos tem crescido substancialmente nos últimos anos, tendo movimentado R$ 59 bilhões no ano de 2014 frente aos R$ 4
bilhões em 2002, segundo estudo encomendado pelo Sebrae Nacional e a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc). Além disso,
uma boa notícia é que o setor deve continuar em
crescimento, embora os problemas econômicos
que o Brasil vem enfrentando.
Contanto, para que o segmento continue em
uma crescente, as empresas do setor precisam
se adequar aos percalços criados pela crise. Empresas que têm como parte importante de seu
planejamento os eventos, internos e externos,
em parte, continuam com a mesma programação em termos de quantidade, pois entendem
o quão importante são esses eventos, porém
precisam diminuir o budget para os mesmos,
por conta de ajustes financeiros diante do cenário econômico no Brasil.
Sendo assim, a pauta das principais convenções e encontros do setor têm sido o “fazer mais
com menos”, e aí entra o importante papel das
agências organizadoras, que buscarão dentro
do planejamento de eventos do cliente a melhor solução para otimizar o uso do budget disponível, com possível economia no final do processo. Essas soluções de otimização são obtidas, principalmente, por meio das negociações
São esses padrões que o
mercado de eventos deve
seguir nos próximos anos
para que o setor continue
em crescimento
feitas com fornecedores, buscando melhoria de
preços e, até mesmo, a troca por fornecedores
que estejam iniciando no mercado e buscam
um crescimento conjunto, tudo isso sem que a
qualidade desejada para o evento não seja comprometida.
Dentro dessas soluções está também o Meeting Design, termo que tem aparecido aos poucos, inclusive dentro do setor, e que é como a
palavra diz: o design de eventos, a utilização de
alternativas inovadoras e que fazem uma ponte entre o presente e o futuro, mas que também
se mantém no propósito da redução de custos
atual. O Meeting Design se apresenta com a
substituição de grandes estruturas de cenografia por projeções, que tendem a ter custo menor e poder de criação maior, e também múltiplas atividades dentro de um mesmo ambiente sem que haja interferências entre si, substituindo, por exemplo, a necessidade de duas salas para duas atividades diferentes.
São esses padrões que o mercado de eventos
deve seguir nos próximos anos para que o setor
continue em crescimento e também para continuar a superar as expectativas das empresas
que buscam a exposição de sua marca, o relacionamento com os clientes e seu desenvolvimento interno, capacitando os colaboradores
e recompensando-os do trabalho árduo que têm
durante o ano todo.
*André Nogueira é pós-graduado em Gestão de
Eventos e sócio diretor da Wemake Eventos
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