4 Opinião - [email protected] O Estado do Maranhão - São Luís, 14 de abril de 2015 - terça-feira OESTADOMaranhão SECRETÁRIO DE REDAÇÃO: ADEMIR SANTOS - [email protected] COORDENADOR DE REDAÇÃO: SELMA FIGUEIREDO - [email protected] COORDENADOR DE REPORTAGEM: DANIEL MATOS - [email protected] DIRETOR DE REDAÇÃO: CLÓVIS CABALAU “O Maranhão é uma saudade que dói e não passa. Não o esqueço um só dia, um só instante. É amor demais. Maranhão, minha terra, minha paixão.” DIRETOR COMERCIAL: MADELON ARAUJO José Sarney FUNDADORES: JOSÉ SARNEY E BANDEIRA TRIBUZI PRESIDENTE: TERESA SARNEY Editorial Rodízio de placas em São Luís? U m requerimento de autoria do vereador Professor Lisboa (PCdoB) solicita à Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) a implantação do sistema de rodízio de placas de veículos em São Luís. O objetivo da proposta é reduzir o número de veículos circulando nas ruas, desafogando o trânsito. Por ela, em cada dia da semana será permitido que somente aqueles com determinados finais de placascirculem pelas ruas. Mas será que esta é realmente uma solução viável para a capital maranhense? Não há dúvida de que São Luís já é uma metrópole – alcançamos e ultrapassamos o patamar de 1 milhão de habitantes, segundo o IBGE-, entretanto, respeitandose as proporções de grandes cidades, como São Paulo, que já adotou o sistema de rodízio de veículos, a capital maranhense nem de longe tem as mesmas dimensões da capital paulista, muito menos estrutura e tamanho número de veículos que justifiquem tal medida, pelo menos alguns coletivos. E o risco começa mesmo nas paradas. Nem nos terminais de integrapor enquanto. Que o trânsito da capital maranhense é ção os usuários estão seguros. A insegurancaótico, não se duvida, principalmente nos ça é geral. Em grandes cidades, o rodízio de placas horários de pico demora-se entre meia hora e 50 minutos para se chegar ao desti- é até bem vindo. Muitas vezes serve como medida de viagem no.Tempo perdimais rápida e até do que irrita, é E em São Luís? O que o de economia no verdade, mas não bolso. Mas, para motiva nenhum cidadão conta? Com ruas isso, a cidade concidadão a deixar ta com toda inseu carro na gara- esburacadas, ônibus em fraestrutura, com gem e se expor ao péssimas condições, pistas exclusivas sol e à chuva em para ônibus, o que paradas de ônibus assalto em paradas e torna as viagens sem infraestrutuainda mais rápira nenhuma – dentro dos ônibus... das e desafoga o muitas nem existem em determinados pontos dos bairros – trânsito; sistema de transporte eficiente e ou arriscar sua segurança e de sua família e até metrô. E em São Luís? O que o cidadão até a vida em ônibus, que têm sido alvos conta? Com ruas esburacadas, ônibus em constantes de assaltos, seja de dia ou à noi- péssimas condições, assalto em paradas e te. Isso sem falar nas péssimas condições de dentro dos ônibus... Cabral Sobe-Desce La Tête Haute, de Emmanuelle Bercot, será o filme de abertura da edição deste ano do Festival de Cannes, que acontece de 13 a 24 de abril. Será a primeira vez que um filme dirigido por uma mulher abre o evento desde 1987, quando a abertura ficou por conta de Un Homme Amoureux, de Diane Kurys. O Cruzeiro ganhou um desfalque mais que inesperado para o duelo diante do Huracán desta terça-feira pela Libertadores. O atacante Joel teve problemas com o visto para entrar na Argentina, acabou não podendo entrar no país e teve que retornar ao Brasil. Sem condições de viajar, ele, claro, está descartado para o duelo. Um dia como hoje 14 de abril 1988 Acordo 1814 1982 Os ministros de Exterior afegão, paquistanês, soviético e norteamericano firmam, em Genebra, um acordo para solucionar o conflito no Afeganistão, junto ao secretário-geral da ONU, Javier Pérez de Cuéllar. Guerra A Inglaterra e a Argentina começaram uma guerra pelo domínio das Ilhas Malvinas, após o país latino-americano invadir o arquipélago, localizado ao sul do continente. Café Um decreto das Cortes Espanholas habilita o Porto de Puntarenas para o comércio exterior, pelo qual se realizaram todas as exportações de café da região de Costa Rica até a segunda metade do século. Um mistério em Itapecuru JOSÉ NERES A distância entre as cidades ditas interioranas e a capital de cada Estado da Federação não pode ser medida apenas em quilômetros ou em horas de viagem, mas também em uma espécie de vácuo no que diz respeito à produção cultural de cada município. Parece que há uma cortina ou barreira invisível que impede a troca de informações culturais entre as diversas regiões de um mesmo território. Desse modo, o que é feito em uma cidade parece não surtir nenhum efeito nas circunvizinhanças, assim como a produção intelectual da capital parece também não atingir as demais cidades do mesmo estado. No caso do Maranhão, como praticamente em todo o Brasil, as cidades que têm uma, às vezes, efervescente vida cultural veem quase todos os esforços de seus produtores toldados por uma nuvem de descaso por parte da maioria das autoridades constituídas, de silêncio por parte da imprensa local e pela indiferença de um público-alvo que nem sempre atende aos desesperados clamores dos artistas locais. Por essas razões, e por muitas outras, possivelmente nem todos os leitores e até mesmo pesquisadores da literatura maranhense não conhecem o pequeno romance “O Mistério da Casa de Cultura”, publicado há pouco tempo pela jovem e talentosa es- critora itapecuruense Samira Diorama da Fonseca. A trama do livro segue deliberadamente a trilha de mistério e investigação que anda tão em voga atualmente e que tem em Dan Brown um de seus principais ícones para uma nova geração de leitores que começa a tomar gosto pela leitura de textos literários. O corpo de um jovem é encontrado dentro da Casa de Cultura de Itapecuru, levando as pessoas da cidade e, principalmente, os amigos mais próximos do falecido a uma grande comoção. Poderia ser apenas mais um jogo de intrigas para tentar-se descobrir quem é o autor de um crime que ficou encoberto por uma hipótese de suicídio. Sem muito esforço o leitor logo é conduzido para a descoberta tanto do mandante como do executor do assassinato. Não reside aí o mistério de que fala o título do livro, mas sim nas motivações que levaram ao homicídio. Sutilmente, o leitor é conduzido para um passeio pela história e pelas ruas da cidade, conhecendo alguns seus principais pontos históricos, revisitando importantes, e, muitas vezes, esquecidas personagens, mas que foram vitais para a construção identitária do município e da história de seu povo. Para compor seu cenário literário, Samira Diorama mescla aventura, mistério, planos mirabolantes, busca de tesouros escondidos e até mesmo algumas - às vezes desnecessárias – incursões no campo da espiritualidade. De modo geral, a aparente fragilidade na construção de algumas personagens é compensada por um estilo ágil e por uma boa concatenação dos episódios, o que possibilita que a leitura seja feita de um fôlego e que o leitor também se sinta como mais um componente na trama em busca dos verdadeiros fatores que levaram à execução do jovem e curioso pesquisador. Utilizando a técnica de compor capítulos curtos e ágeis, a escritora consegue imprimir a seu texto uma série de peripécias que irão culminar em um clímax, que pode até ser previsto pelos leitores mais experientes, mas que vem condimentado com temperos colhidos em nossa própria terra e com a cor local. Com seu romance, Samira Diorama da Fonseca passa a integrar um ainda incipiente grupo de jovens mulheres que vêm se dedicando à prosa de ficção em nosso estado. Essa ainda pouco estudada safra de mulheres ficcionistas já conta com nomes como Lorena Silva, Laura Barros, Heloísa Helena, Ahtange Ferreira e Delânia Rodrigues, entre outras. E esse grupo esse que ainda contribuirá muito para as nossas letras. Professor, escritor e membro da Academia Maranhense de Letras E-m mail: [email protected] Para o cidadão de São Luís, deixar o carro na garagem significa exatamente um grande risco, pois não tem garantia nenhuma por parte do poder público de que poderá chegar ao trabalho, escola ou outro compromisso e até mesmo voltar para casa em segurança. Nenhum pai ou mãe fica tranquilo em casa sabendo que os filhos estão correndo sérios riscos nas ruas. E o problema não é só da segurança. Hoje, a Prefeitura já não tem condições técnicas e de pessoal para fiscalizar o trânsito – tanto que adotou fiscalização eletrônica, como os fotossensores –, imagina quando da implantação do tal sistema de rodízio de placas. Quem vai fiscalizar os veículos que podem circular? E o processo de aplicação de multas? Como se dará? Será um caos ainda maior na cidade. A confusão será tão grande do ponto de vista operacional e de fiscalização que a medida poderá se transformar em mais uma dor de cabeça para a Prefeitura, que já tem muitas. O ano do mais com menos no setor de eventos *ANDRÉ NOGUEIRA O mercado de eventos tem crescido substancialmente nos últimos anos, tendo movimentado R$ 59 bilhões no ano de 2014 frente aos R$ 4 bilhões em 2002, segundo estudo encomendado pelo Sebrae Nacional e a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc). Além disso, uma boa notícia é que o setor deve continuar em crescimento, embora os problemas econômicos que o Brasil vem enfrentando. Contanto, para que o segmento continue em uma crescente, as empresas do setor precisam se adequar aos percalços criados pela crise. Empresas que têm como parte importante de seu planejamento os eventos, internos e externos, em parte, continuam com a mesma programação em termos de quantidade, pois entendem o quão importante são esses eventos, porém precisam diminuir o budget para os mesmos, por conta de ajustes financeiros diante do cenário econômico no Brasil. Sendo assim, a pauta das principais convenções e encontros do setor têm sido o “fazer mais com menos”, e aí entra o importante papel das agências organizadoras, que buscarão dentro do planejamento de eventos do cliente a melhor solução para otimizar o uso do budget disponível, com possível economia no final do processo. Essas soluções de otimização são obtidas, principalmente, por meio das negociações São esses padrões que o mercado de eventos deve seguir nos próximos anos para que o setor continue em crescimento feitas com fornecedores, buscando melhoria de preços e, até mesmo, a troca por fornecedores que estejam iniciando no mercado e buscam um crescimento conjunto, tudo isso sem que a qualidade desejada para o evento não seja comprometida. Dentro dessas soluções está também o Meeting Design, termo que tem aparecido aos poucos, inclusive dentro do setor, e que é como a palavra diz: o design de eventos, a utilização de alternativas inovadoras e que fazem uma ponte entre o presente e o futuro, mas que também se mantém no propósito da redução de custos atual. O Meeting Design se apresenta com a substituição de grandes estruturas de cenografia por projeções, que tendem a ter custo menor e poder de criação maior, e também múltiplas atividades dentro de um mesmo ambiente sem que haja interferências entre si, substituindo, por exemplo, a necessidade de duas salas para duas atividades diferentes. São esses padrões que o mercado de eventos deve seguir nos próximos anos para que o setor continue em crescimento e também para continuar a superar as expectativas das empresas que buscam a exposição de sua marca, o relacionamento com os clientes e seu desenvolvimento interno, capacitando os colaboradores e recompensando-os do trabalho árduo que têm durante o ano todo. *André Nogueira é pós-graduado em Gestão de Eventos e sócio diretor da Wemake Eventos O ESTADO DO MARANHÃO não se responsabiliza por opiniões emitidas nesta seção. Os comentários, análises e pontos de vista expressos pelos colaboradores são de sua inteira responsabilidade. 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