Um rio de histórias. O São Francisco é um milagre da natureza, pois “corre ao contrário”: ao invés de seguir para Sudeste, Oeste ou Sul, como os outros rios da região, ruma para o Nordeste, devido a uma falha geológica chamada “depressão sanfranciscana’. Sua importância histórica é ímpar, pois serviu de caminho para o interior do país e de ligação entre o Sudeste e o Nordeste. Pra aí trouxe água, fertilidade, gente, trabalho, alimento, energia, beleza, cultura, história... E foi tido como “rio da unidade nacional”. 12ª Romaria do Pau de Colher Casa Nova, 13/12/14 Rio São Francisco: Quem Gera a Vida Não Pode Morrer, Não! Os índios o chamavam “Opará”, “rio-mar” ou “sem paradeiro certo”. Os portugueses o chamaram São Francisco quando deram com sua foz no dia 4 de outubro de 1501, dia de São Francisco. De lá para cá, é uma grande história, bela e triste ao mesmo tempo, que ainda não terminou... O Rio São Francisco é o maior rio inteiramente brasileiro: Extensão Nascentes Foz Afluentes Área População Municípios Estados 2.863 km Histórica: Serra da Canastra, em São Roque de Minas – MG Geográfica: Serra d’Água, como rio Samburá, em Medeiros – MG Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe 158: 90 perenes e 68 temporários 2 641.000 km 16 milhões 521 Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Distrito Federal Um rio condenado. Estes 513 anos de história foram também de abuso, depredação e morte. Tanto que o Velho Chico está cada vez mais a caminho da extinção. Porque é visto como “recurso hídrico” apenas e sua bacia como se fosse um inesgotável “depósito de material de construção” (Apolo Heringer), o qual se pode tirar sem repor, sem cuidar. Dos currais de gado, passando pela navegação, pesca predatória, hidrelétricas, irrigação, mineração, até o atual Projeto de Transposição, o complexo de vida que é o São Francisco está sendo destruído ao ser transformado em lucro fácil e capital. Desmatamento, assoreamento, poluições (doméstica, industrial, agrícola) o condenam. Este ano quase foi interrompido em alguns trechos e sua nascente histórica secou. A falta de chuvas apenas revelou mais de seu estado de penúria. Um rio-povo de lutas. Quem mais sofre com esta situação é o povo pobre que depende de suas águas, seu peixe, suas terras férteis, para delas tirar o sustento. São homens e mulheres lavradores, ribeirinhos, pescadores, vazanteiros, geraiseiros, quilombolas, indígenas, moradores de fundos e fechos de pasto, populações urbanas na luta pelo saneamento. Apoiados por estudantes, professores, ambientalistas, organizações não governamentais, sindicatos, associações, pastorais, movimentos sociais, juntos buscam e praticam um modo de vida mais harmônico com a natureza do rio. Lutando por seus territórios, suas áreas ribeirinhas, suas lagoas e vazantes, seus gerais, defendendo-se do avanço dos grandes projetos capitalistas, estes povos e comunidades e entidades são a esperança de vida para o Velho Chico e todos que dele vivem. Veja mais: www.saofranciscovivo.org.br O que você pode fazer para salvar o Rio São Francisco? Converse com seus familiares, amigos, companheiros e juntos FAÇAM ALGUMA COISA! Entre em contato com: [email protected] ou [email protected]