30-10-2013 Tiragem: 16630 Pág: 14 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 29,29 x 33,47 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 1 Paulo Alexandre Coelho Comissão discute hoje prazo de transição nas rendas do comércio Sector do comércio tem alertado para o número de negócios a fechar por causa dos aumentos do valor da renda. Arrendamento Proprietários e inquilinos comerciantes divergem no aumento do prazo de transição das rendas não habitacionais. Paula Cravina de Sousa [email protected] O arrendamento não habitacional vai hoje estar de novo na ordem de trabalhos da comissão de acompanhamento da lei das rendas. O alargamento do prazo de transição para o comércio será um dos pontos discutidos e é um dos que mais preocupações traz ao comércio ao sector imobiliário e aos proprietários. Este é também um dos pontos onde mais divergência há entre as partes. A última reunião - que foi a primeira do novo ministro que tutela o arrendamento, Jorge Moreira da Silva - ocorreu em Setembro e foi dedicada também às rendas comercial. A reunião de hoje será, portanto, a continuação da anterior. O sector do comércio tem alertado para o número de negócios a fechar por causa dos aumentos do valor da renda e adverte que é mais complicado para uma empresa fechar portas e mudar o local de actividade do que os casos relacionados com o arrendamento habitacional, em que o inquilino muda de casa por não chegar a acordo com o senhorio. Posição que é refutada pelos proprietários. O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (Apemip), Luís Lima, considera que o aumento do período de transição de cinco anos, para que as pequenas empresas tenham um aumento O presidente da Apemip, Luís Lima, adverte que “estão arrependidos de ter feito propostas de subida do valor da renda”, porque não conseguem novos inquilinos. Presidente da Associação Lisbonense de Proprietários, Menezes Leitão, diz não ter conhecimento de casos de encerramento de lojas “por causa do aumento do valor da renda”. da renda mais suave, é essencial. “Há muitos proprietários que propuseram aumentos de renda e não chegaram a acordo com os inquilinos e agora não conseguem novos arrendatários e estão arrependidos de ter feito propostas de subida do valor da renda”. Mas o presidente da Associação Lisbonense de Proprietários, Menezes Leitão, diz não ter conhecimento de casos de encerramento de lojas “por causa do aumento do valor da renda”. “E os montantes negociados ficam ainda muito abaixo do valor de mercado: neste momento pode haver dois negócios iguais lado a lado, mas um paga uma renda inferior à outra”, defende. O vice-presidente da Confederação de Comércio de Portugal (CCP), Vasco Melo partilha das preocupações da Apemip e admite “alguns ajustamentos no valor das rendas”, para que se “arranjem critérios que definam o que acontecerá durante o período de transição mais alargado”. Menezes Leitão adianta que o que tem acontecido é o encerramento de estabelecimentos comerciais por obras profundas, sobretudo na zona da baixa de Lisboa. Mas isto ocorre “porque a câmara concordou com a reconversão dos imóveis, por exemplo, para hotéis”, explica. “Temos conhecimento de vários casos deste tipo”, acrescenta ainda, sem no entanto, quantificar. A CCP adverte precisamente para estes casos. “A forma como a lei consagra o despejo por demolição ou obras profundas não prevê qualquer controlo por parte das entidades administrativas, uma demolição depende apenas de uma declaração do proprietário e permite situações de abuso de direito”, considera Vasco Melo. “Têm ocorrido muitos casos, sobretudo nas zonas históricas, pelo que o regime deveria ser alterado”, afirma.■ Alterações nas rendas sem avanços no Parlamento A candidatura de Fernando Seara à Câmara de Lisboa apresentou aos grupos parlamentares do PSD e CDS algumas propostas de alteração à lei das rendas. No entanto, apesar de terem sido apresentadas ainda em Setembro, os deputados ainda não avançaram com as propostas no Parlamento. Entre elas prevê-se o aumento do período de transição para os mais idosos e com carência económica que vejam a renda antiga actualizada. A proposta prevê ainda a redução do limite máximo de actualização da renda, pelo que os inquilinos pagarão um valor inferior ao que está previsto actualmente. Se agora o tecto está nos 1/15 do valor patrimonial tributário (VPT), a proposta pretende reduzir o valor a pagar pelos inquilinos para 1/20 do VPT. Foram ainda propostas mudanças no regime de despejo por obras profundas. A intenção é que a necessidade de desalojamento seja confirmada pela câmara e só então o proprietário possa fazer o despejo. No arrendamento comercial existe o objectivo de alargar o número de entidades que poderão beneficiar do período de transição. A candidatura de Fernando Seara apresentou propostas de alteração à lei das rendas ao PSD e CDS em Setembro.