ECONOMIA
Terça-feira, 15 de Março de 2011
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CNI
Menor ritmo de crescimento
Faturamento real da indústria caiu 1,3% em janeiro na comparação com dezembro, a segunda queda mensal consecutiva
Eduardo Rodrigues
Da Agência Estado
A diminuição do ritmo de
crescimento da indústria no início de 2011, comparado ao verificado ao longo de 2010, deve
continuar durante o ano. A avaliação é do gerente-executivo de
Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria
(CNI), Flávio Castelo Branco.
“A atividade industrial come-
çou o ano de 2011 crescendo e a
comparação com 2010 é positiva,
mas o ritmo de crescimento é
muito menor do que o que vinha
sendo observado anteriormente”, afirmou o economista.
O faturamento real da indústria recuou 1,3%, em janeiro, na
comparação com o último mês
de 2010, de acordo com os Indicadores Industriais divulgados
ontem pela CNI. Apesar de essa
ser a segunda queda consecu-
tiva, na comparação mensal, o
faturamento da indústria ficou
7,9% acima do patamar registrado em janeiro do ano passado.
Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) na indústria
recuperou-se da queda registrada
em dezembro do ano passado e
aumentou 0,2 ponto percentual,
para 82,6% em janeiro. Na comparação com janeiro do ano passado,
a utilização do parque instalado
aumentou 1,4 ponto percentual.
ROYALTIES
Da Agência Estado
O governo entrou na briga
entre a Vale e o Departamento
Nacional de Produção Mineral
(DNPM) em torno do valor dos
royalties de mineração devidos a
estados e municípios produtores
com um propósito: o de forçar a
mineradora a reconhecer sua dívida de cerca de R$ 4 bilhões para,
então, negociar o parcelamento
dos débitos em até 60 meses.
Com o sinal verde da presidente Dilma Rousseff para
“dar um aperto” no presidente
da Vale, Roger Agnelli, o ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão, foi duro na abordagem.
Na reunião de ontem à tarde
com Agnelli, o ministro deixou
claro que o governo não aceita
mais “essa conversa de não pagar” os royalties.
“Vocês publicam um balanço
com R$ 30 bilhões de lucro e não
querem pagar R$ 4 bilhões?”, cobrou Lobão. Outro ministro que
acompanha o assunto desde o
governo passado informa que o
Planalto está convencido de que
a Vale “planejou” o impasse para
pagar menos royalties e acertar a
diferença quando fosse cobrada.
O governo federal também
está sob pressão de municípios
da Bahia, Pará e Minas Gerais,
mas o assunto ganhou destaque
na Presidência quando a superintendência do DNPM no Pará
cassou o alvará da Vale para
explorar Carajás. A decisão foi
cancelada pela direção do departamento por ordem do ministro
Lobão, mas o Planalto quer aproveitar a oportunidade para rediscutir os “compromissos” da Vale
com o desenvolvimento do País.
Queixas - Também está em
jogo, neste debate, a permanência de Agnelli à frente da
empresa. Interlocutores da presidente Dilma já dão sua substituição como certa e um dos
mais cotados é o presidente da
Suzano Papel e Celulose, Antonio Maciel Neto, que tem a simpatia do presidente do Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES),
econômico é menos favorável.
Internamente, temos o aumento dos juros e as medidas de
restrição ao crédito, enquanto
a economia mundial ainda não
recuperou e volta a enfrentar
problemas, como a crise política
dos países árabes e o terremoto
no Japão”, completou.
As horas trabalhadas na indústria cresceram 0,6% em
janeiro ante o mês anterior e
acumulam crescimento de 3,7%
ante janeiro de 2010. Ainda assim, ressaltou a CNI, esse indicador se mantém ao nível 3,3%
inferior ao patamar pré-crise, de
setembro de 2008.
Apesar da queda do ritmo da
atividade industrial, o emprego
voltou a crescer pelo terceiro
mês consecutivo. O indicador de
novas contratações aumentou
0,2% em janeiro na comparação
com dezembro, com expansão de
4,8% ante janeiro de 2010.
COMÉRCIO
Mujica: intercâmbio com Brasil
pode ser feito com moedas locais
Governo pressiona
Vale a pagar R$ 4 bi
Christiane Samarco
Castelo Branco destacou que
os primeiros meses do ano normalmente têm atividade mais
moderada, mas no decorrer do
ano as taxas de crescimento
devem continuar baixas em relação ao ano passado porque a
base de comparação é alta. No
início de 2010, por exemplo, ainda estava em vigor parte dos incentivos tributários concedidos
pelo governo durante a crise.
“Além disso, o quadro macro-
Interlocutores da
Anne Warth
Da Agência Estado
presidente Dilma já
O presidente do Uruguai, José
Mujica, disse ontem que seu país
e o Brasil estão próximos de fechar um acordo comercial que
permitirá o uso das moedas locais
para exportações e importações
em substituição ao dólar. “Estamos trabalhando nessa agenda
e ambicionamos conseguir esse
acordo que permitirá o intercâmbio em nossa própria moeda”,
afirmou Mujica, após participar
do “Encontro Empresarial Brasil-
dão como certa a
substituição de Roger
Agnelli da presidência
da mineradora. O mais
cotado para o cargo é
Antonio Maciel Neto,
presidente da Suzano
Uruguai”, na sede da Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp), na capital paulista.
“Tenho confiança de que de alguma forma poderemos alcançar
esse acordo porque ele traz uma
vantagem relativa interessante.”
De acordo com o ministro da
Economia do Uruguai, Fernando
Lorenzo, todos os trâmites desse
acordo já foram aprovados em
seu país. “Falta apenas a aprovação do Congresso brasileiro”,
disse. No ano passado, a corrente comercial entre os dois países
atingiu US$ 3 bilhões, com US$
1,5 bilhão em exportações para
cada um, conforme o diretor titular-adjunto de Relações Internacionais e Comércio Exterior
da Fiesp, Thomaz Zanotto.
No encontro de ontem, o ministro brasileiro das Relações
Exteriores, Antonio Patriota,
afirmou que o Brasil deve enviar
uma missão ao Uruguai em breve para discutir o modelo de TV
digital para a região. Também de
acordo com ele, os países discutiram a visita que a presidente
Dilma Rousseff fará ao país vizinho no dia 16 de maio.
O presidente da Fiesp, Paulo
Skaf, disse que uma das prioridades da indústria nacional é aumentar a presença de produtos brasileiros no Uruguai em substituição
aos chineses. Além disso, a Fiesp
ofereceu, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(Senai), a possibilidade de um convênio para a qualificação profissional de uruguaios. Ainda não foi
definido se o Senai formará professores e multiplicadores para cursos de qualificação profissional no
Brasil, no Uruguai ou por meio de
parceria com outras instituições.
BALANÇA COMERCIAL
Luciano Coutinho.
A queixa geral contra a mineradora se dá pela “opção” da
empresa por exportar o minério
bruto e não investir em produtos
com valor agregado, forçando o
Brasil a pagar caro para importar chapas de aço, por exemplo.
Na avaliação do governo, a
Vale privilegia as exportações,
beneficiando-se da isenção tributária da Lei Kandir, em detrimento da indústria nacional.
O que mais irrita o Planalto é a
“autos suficiência” da empresa,
comparada à da Petrobras.
As reclamações aumentaram
depois que o governo federal
decidiu investir na retomada da
indústria naval. Um técnico do
setor lembra que, embora a Vale
tenha de fazer compensação ambiental nos locais de onde extrai
minério, os Estados não ganham
“praticamente nada”.
O DNPM alega que as empresas fazem interpretação equivocada da lei, no que se refere aos
valores da compensação que devem ser recolhidos, o que, segundo o governo, acaba gerando um
pagamento aquém do estimado.
Mas a principal queixa do Planalto vem desde o governo Lula,
com a resistência de Agnelli em
patrocinar a construção de uma
siderúrgica no Pará, para que a
Vale passasse a exportar chapas
de aço, em vez de importar chapas de navio e trilhos da China
e da Polônia, como ocorre hoje.
Saldo acumulado em março
é positivo em US$ 841 milhões
O saldo da balança comercial
nas duas primeiras semanas de
março foi positivo em US$ R$ 841
milhões, informou o Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O resultado acumulado das duas semanas
foi divulgado ontem por conta do
feriado prolongado do Carnaval.
Do superávit de US$ 841 milhões, as exportações responderam por US$ 6,477 bilhões (média diária de US$ 925,3 milhões)
e as importações atingiram US$
5,636 bilhões (média diária de
US$ 805,1 milhões).
Na primeira semana do mês,
com quatro dias úteis, a balança
comercial registrou um superávit
de US$ 802 milhões e, na segunda
semana (três dias úteis), houve superávit de US$ 39 milhões. No acumulado de 2011, a balança comercial registra um superávit de US$
2,463 bilhões - valor 211% maior
que o de igual período de 2010.
A média diária das exportações
em março até o dia 13 é de US$
925,3 milhões. Esse desempenho
é 35,3% superior à média de US$
683,8 milhões registrada em março
de 2010. Nesta base de comparação,
houve crescimento nas exportações
nas três categorias de produtos.
As vendas de básicos cresceram 47,6%, com destaque para
as exportações de minério de
cobre, trigo em grão, minério
de ferro, milho em grão, carne
de frango, bovina e suína, café
em grão e farelo de soja. As
vendas externas de semimanufaturados tiveram aumento de
42,1% e as principais vendas
foram de ferro fundido, semimanufaturados de ferro e aço,
óleo de soja em bruto, couros
e peles, celulose, ferro-ligas e
açúcar em bruto.
Com relação aos manufaturados, que registraram incremento
nas vendas de 22,7%, o destaque
ficou por conta de suco de laranja, óleos combustíveis, polímeros
plásticos, partes de motores para
veículos, açúcar refinado, automóveis e autopeças.
Na comparação com a média
diária exportada em fevereiro
(US$ 836,7 milhões), as vendas
externas das duas primeiras semanas de março tiveram aumento
de 10,6%. Nesse período de comparação, foram maiores as vendas
de produtos básicos (15,7%), semimanufaturados (112,6%) e manufaturados (6,7%).
Com relação às importações,
que somam US$ 5,636 bilhões no
mês de março até o dia 13, média
diária está em US$ 805,1 milhões,
o que representa aumento de 23%
ante a registrada em março do ano
passado (US$ 654,6 milhões). Neste comparativo, segundo dados do
MDIC, aumentaram os gastos com
adubos e fertilizantes (80,8%), cobre e obras (40%), plásticos e obras
(37,7%), equipamentos mecânicos
(34,5%), veículos automóveis e
partes (28,3%), combustíveis e lubrificantes (28,3%) e equipamentos elétricos e eletrônicos (26,7%).
Na comparação com fevereiro,
que registrou média diária de US$
776,7 milhões, as importações das
duas primeiras semanas de março registraram aumento de 3,7%.
Os destaques foram as compras
de adubos e fertilizantes (14,5%),
equipamentos mecânicos (12,1%),
plásticos e obras (10,7%), combustíveis e lubrificantes (7,9%), equipamentos elétricos e eletrônicos
(7%) e siderúrgicos (6,7%).
OMC - O valor do comércio
mundial de mercadorias aumentou 17% no quarto trimestre de 2010 em comparação com
o igual período do ano anterior,
impulsionado pelas potências
emergentes e com destaque
para o Brasil, informou ontem
a Organização Mundial do Comércio (OMC), de acordo com
a agência Dow Jones. Os dados
de dezembro sinalizam que o
valor do comércio recuperouse aos níveis anteriores à crise
financeira internacional.
De acordo com a OMC, os
mercados emergentes continuam operando como propulsores
do comércio internacional. As
exportações brasileiras aumentaram 38% entre o quarto trimestre de 2009 e o mesmo período do ano seguinte. A Índia
exportou 28% a mais no período analisado e a China, 25%.
Com aumento de 18% entre
os quartos trimestres de 2009
e 2010, as exportações dos Estados Unidos tiveram um desempenho próximo da média.
As exportações da Europa, por
sua vez, aumentaram apenas
10% no período avaliado.
HN COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S.A.
CNPJ Nº 32.069.015/0001-00
BALANÇO PATRIMONIAL - PERÍODO: 01/01/2010 A 31/12/2010
ATIVO
31/12/2010
31/12/2009
CIRCULANTE - Disponível
Caixa Geral e Bcos c/Movimento
5.113.832,74 4.482.579,60
Aplicações Financeiras
1.627.131,00
Clientes
60,95
75.000,00
Outros Créditos
Impostos a Recuperar
26,34
Total do Ativo Circulante
6.741.024,69 4.557.605,94
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo
Créditos de Coligadas
825.000,00
Investimentos
Participações Societárias
3.593.267,22 3.268.662,13
Outros Investimentos Permanentes
9.531.985,74 6.031.985,74
(-) Amortização s/Benfeitorias
(69.012,96)
(69.012,96)
Total do não Circulante
13.056.240,00 10.056.634,91
TOTAL DO ATIVO
19.797.264,69 14.614.240,85
PASSIVO
CIRCULANTE
Encargos Sociais
Encargos Tributários
Outras Obrigações a Pagar
Total do Passivo Circulante
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Outras Exigibilidades
Total do Passivo Exigível a Longo Prazo
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
Reserva de Capital
Reserva Legal
Reserva de Lucros
Total do Patrimônio Líquido
TOTAL DO PASSIVO
31/12/2010
31/12/2009
620,00
32.285,66
3.444.288,83
3.477.194,49
620,00
43.459,61
1.649.064,91
1.693.144,52
2.000.000,00
2.000.000,00
-
3.770.000,00 3.770.000,00
1.506.747,64 1.506.747,64
419.048,48
338.144,58
8.624.274,08 7.306.204,11
14.320.070,20 12.921.096,33
19.797.264,69 14.614.240,85
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM 31/12/2010
Capital Social
ReservasCapital
Reserva Legal Reserva de Lucros
Total
Saldo em 31/12/2009
3.770.000,00
1.506.747,64
338.144,58
7.306.204,11 12.921.096,33
Ajuste Exercício Anterior
11.472,00
11.472,00
Lucro Líquido 2010
1.618.077,69 1.618.077,69
Transferência para Reserva: Reserva Legal
80.903,90
(311.480,02)
230.576,12
Saldo em 31/12/2010
3.770.000,00
1.506.747,64
419.048,48
8.624.274,08 14.320.070,20
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - ANO 2010
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO - PERÍODO: 01/01/2010 A 31/12/2010
RECEITAS OPERACIONAIS
31/12/2009
31/12/2008 MODELO INDIRETO
Receita de Aluguel de Imóveis
850.000,00
925.000,00 I - ATIVIDADES OPERACIONAIS
Receita de Prestação de Serviços
682.174,55
210.715,85 Lucro líquido do período
1.618.077,99
IMPOSTOS S/SERVIÇOS
Redução de Contas a Receber
74.939,05
(-) PIS s/Faturamento
(9.902,32)
(8.050,23) Redução de Impostos a Recuperar
26,34
(-) Cofins
(45.703,02)
(37.154,95) Redução de Devedores a Receber
825.000,00
(-) ISS
(33.671,67)
(4.396,90) Redução de Encargos Tributários a Pagar
(11.173,95)
LUCRO BRUTO
1.442.897,54 1.086.113,77 Aumento de Obrigações a Pagar
1.564.647,80
RECEITAS FINANCEIRAS
507,54 Aumento de Outras Exigibilidades
2.000.000,00
OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
Aumento de Retenção de Lucros
11.472,00
Resultado Líquido Equivalência Patrimonial
597.397,76 1.128.318,96
6.082.989,23
Dividendos Recebidos
- 2.521.981,95 II - ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
DESPESAS OPERACIONAIS
Aumento em Investimentos Permanente
(3.500.000,00)
(-) Despesas c/Pessoal
(30.580,00)
(28.800,00) Aumento em Participações Societárias
(324.605,09)
(-) Despesas Administrativas
(13.746,34)
(13.225,78)
(3.824.605,09)
(-) Despesas de Vendas e Serviços
(5.378,16)
- Saldo do Período
2.258.384,14
(-) Impostos e Taxas
(92.827,84)
(21.268,22) Saldo Anterior
4.482.579,60
(-) Despesas Financeiras
(133.918,31)
(3.087,51) Saldo Final
6.740.963,74
(-) Despesas Indedutíveis
(417,04)
MOVIMENTAÇÃO
DA
CONTA
LUCROS
ACUMULADOS
EM
2010
LUCRO OPERACIONAL
1.763.427,61 4.670.540,71
Saldo de Lucro do Exercício
1.618.077,99
RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS
(80.903,90)
(-) Outras Perdas de Capital
- (286.109,94) Reserva Legal
Dividendos
(230.576,11)
RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES
1.306.597,98
DOS IMPOSTOS
1.763.427,61 4.384.430,77 Saldo Final de Lucros Acumulados
(1.306.597,98)
(-) Contribuição Social
(43.874,90)
(35.714,44) Transferência p/Reserva Retenção Lucros
(-) Imposto de Renda
(101.474,72)
(75.293,39) Rio de Janeiro, 31/12/2010. Hermann Nachbar - CPF 012.260.887-91; Maria
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
1.618.077,99 4.273.422,94 Peixoto Castro da Silva - Contadora - CRC-RJ 39.002-3 - CPF 296.242.407-44.
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