Análise de Resultados 1T14 ALIANSCE (ALSC3) Após o fechamento do pregão desta segunda-feira (12/05/2014), a administradora de shoppings divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2014. No período, as vendas totais de seus shoppings cresceram 20,5%, atribuído 64% a crescimento orgânico, enquanto o restante pode ser explicado pelo aumento de ABL própria advinda de inauguração de dois novos shoppings, duas expansões e três aumentos de participação ocorridos desde o 1T13. Com relação às lojas operantes há mais de 12 meses, na média, suas vendas cresceram 7,7% (SSS), e os alugueis foram reajustados em 8,7% (SSR e SAR). Bastante ajudada por maiores recursos de aluguel e estacionamento – respectivamente 18,3% e 10,5% -, a receita líquida crescera 13,2% (R$ 117,2 milhões), enquanto seus custos começaram a refletir a depreciação dos shoppings inaugurados no fim do ano passado, penalizando ligeiramente sua margem bruta, e, consequentemente, seu NOI, que ainda foi prejudicado por maior provisão para devedores duvidosos. Seu potencial de geração de caixa, medido pelo Ebitda ajustado, mostrou leve ganho de 0,5 p.p na margem, por conta de despesas administrativas quase neutras, mesmo frente ao pagamento de bônus à administração. Já a rubrica de despesas financeiras mostrou-se bastante pressionada pelos custos das dívidas, contratadas nos trimestres anteriores para investimentos em expansões e greenfields, o que se somou à maior alíquota de impostos para gerar um resultado líquido não ajustado inferior em 46,5%, respectivamente. Seu FFO ajustado também apresentou comportamento semelhante, com redução de 33% em relação ao primeiro trimestre de 2013. Ademais, a companhia informou que dos R$ 78,7 milhões investidos no início de 2014, quase dois terços foram destinados à aquisição de terrenos e áreas adjacentes às atuais unidades operacionais; e que sua Dívida líquida encontra-se em 6,2x seu Ebitda ajustado de 12 meses. OPINIÃO Consideramos satisfatórios os resultados apresentados pela Aliansce. Seu lado operacional apresentou indicadores de vendas e aluguel relativamente fortes, se levada em consideração a Páscoa tardia desse ano. Tal evento impactou fortemente a performance das lojas âncora, e, consequentemente, o fluxo total de pessoas nos shoppings em comparação com o 1T13, que contou com os benefícios da data já em março. Além disso, entendemos que esses indicadores operacionais têm espaço para ganharem força, dado que o portfólio da Aliansce é relativamente pouco maturado, e que suas vendas e reajustes de aluguel tendem a acompanhar a evolução da idade média de seus shoppings. Além disso, a administração já adiantou que o mês de abril fora positivo e que projetam o nível de 9% da SSS observada no mês, para o restante do ano. Também transpareceu sua meta de aumentar em 7,6% - cerca de 35.000 m² - sua ABL própria até o final de 2014. Entretanto, seu nível de endividamento, mesmo contratado a taxas competitivas, apresenta um ponto de preocupação que tende a impactar seus resultados futuros. Além de suas despesas financeiras mostrarem-se bastante pressionadas, a companhia ainda precisa cumprir um cronograma de amortização de dívida bastante concentrado ‘já’ no biênio 2016-2017. Em resumo, vemos com bons olhos o fato de seus investimentos estarem focados na expansão de unidades já existentes e que apresentam bons indicadores, com baixos níveis de vacância (2,6%). E, mesmo com patamares não exatamente confortáveis de alavancagem, entendemos que suas expansões possuem condição de continuar entregando bons resultados, fazendo frente às suas obrigações e trazendo seu endividamento para próximo de níveis mais equilibrados. Em suma, o resultado enfraquecido teve origem em externalidades naturais de processos que agregam competitividade e valor ao acionista, mantendo assim, o viés positivo para suas ações. Principais Indicadores: _______________________________________________________________________________________________________________ EQUIPE DE ANÁLISE KARINA FREITAS – Analista responsável (CNPI) DANIELA MARTINS (CNPI) DANILO DE JULIO (CNPI-P) _______________________________________________________________________________________________________________ DISCLAIMER Este relatório foi elaborado pela Concórdia S/A Corretora de Valores Mobiliários, Câmbio e Commodities (“Concórdia Corretora”) e distribuído com o propósito de apenas informar, não se constituindo em uma oferta ou solicitação de oferta para comprar ou vender quaisquer títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. As opiniões expressadas neste relatório são baseadas em julgamento e estimativas, podendo ser alteradas a qualquer momento. 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