ISSN 2236-3335
EM QUE MEDIDA É POSSÍVEL INCORPORAR A
IDEOLOGIA DE AUTORES DA ÁREA EDUCACIONAL
NA CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Flági la Marinho da Si lva Lima 1
L i c e n c i a t u r a e m L e t r a s V e r n ác u l a s
f l a g i l a . e n eb @g m a i l . c o m
Res umo : O pr es ent e a rt i go v i sa re fl et i r em que medi da é
pos s ív el i ncorpora r a i deol ogi a de a ut ores da á rea educa ci ona l
na const ruçã o do Pro j et o Pol í t i co - Peda gógi co ( PPP) . A met odo l ogi a é de cunho bi bl i ográ fi co, des s a forma , o emba sament o
t eóri co da r - s e-á com es t udi os os da á rea e duca ci ona l , bem
como a ut ores da Aná l is e de D i s curs o de L i nha F rancesa . Ta l
di á l ogo ent re a s referi da s t eori a s foi i mport a nt e pa ra uma
ma i or compreensã o/es cl a reci ment o a cerca da el a bora çã o do
PPP e a s nua nces i deol ógi cas que permei a m es s a cons t ruçã o.
L ogo, a pa rt i r dos es t udos s obre o t ema , foi p os s ív el compre ender que nenhum di s curs o é dot ado de neut ra l i da de, nem
mesmo qua ndo s e t ra t a do di s curs o ci ent í fi co. Port a nt o, os
a ut ores da educa çã o, a o pa rt i l ha rem em s eus di s curs os peda gógi cos : i dei a s , v a l ores , pre ferênci a s , ca rrega m nel es det ermi na das i deol ogi a s , que, por s ua v ez, s ã o compa rt i l ha da s pel o
PPP da es col a , que os es col heu como s us t ent a çã o t eóri ca pa ra
a s ua cons t rução.
Pa l av ras- chav e: Es col a. Pl a nej a mento. Proj et o Pol í t i co - Peda gó gi co. D is curs o. Ideol ogi a .
1 INTRODUÇÃO
É i mporta nt e perceber que a es cola as s ume um pa pel
fundament a l na soci eda de, pri nci pa l ment e no que concerne à
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cons t rução de i dent i da de e ci da da nia . L ogo, é fundament a l que
el a pos sa a dota r um pos i ci ona mento peda gógi co e pol í t i co que
di reci one s ua prá xi s . N es t e ca s o, o pl a neja mento es cola r s e
t orna uma ferramenta i mpres ci ndív el , poi s , como a fi rma L i bâ neo
( 1 9 94 , p. 22) , “[ . . . ] pl anej a ment o é uma a t ivi da de de refl exã o
a cerca das noss as opções e a ções . ” É, porta nt o, ness a
conj unt ura do pl anej a ment o es col a r, que s e encont ra o
cha ma do Proj et o Pol í t i co - Pedagógi co ( dora va nt e PPP) que,
s egundo Vas concel l os ( 200 9 ) , va i defi ni r c l ara ment e o t i po de
a çã o educa t iv a que s e a l mej a rea l i za r.
Ora , s endo ent ã o o PPP o “pla nej ament o ma ior” de ori en t a çã o pa ra prá xis peda gógi ca da es cola e tendo es t e como o
di s curs o que rege s ua concepçã o de educaçã o, pri nci pa l ment e
no âmbi t o pol í t i co e s oci a l , é necess á ri o que el e s ej a compre endi do, nã o a pena s qua nt o a s ua el a bora çã o e es t rut ura çã o,
mas , s obret udo, na i deol ogi a que l he permei a . Por i deol ogi a
ent ende- s e, como a fi rma F i ori n (2007 , p. 28) :
A e s s e c o n j u n to d e i d e i a s , a e s s a s r e p r e s en t a çõ e s
q u e s e r v em p a r a j u s t i f i c a r e e x p l i c i t a r a o r d em s o c i a l ,
a s c o n d i ç õ e s d e v i d a d o h o m em e a s r e l a ç õ e s q u e e l e
m a n té m c o m o s o u t r o s h o m en s é o q u e c o mu m en t e
s e c h a m a d e i d eo l o g i a .
D e ta l modo, F rei re ( 201 1 , p. 1 22) i nfere que “Sa ber i gua l ment e funda ment a l à prá t i ca educa t iv a do profes s or ou da
profes s ora é o que di z res pei t o à força , às v ezes ma i or do
que pensamos da i deol ogi a. ” D e ta l modo, é i mporta nt e que o
educa dor conheça os process os i deol ógi cos e s e pos i ci one de
forma cons ci ent e e crí t i ca dia nt e da s ma i s di v ersa s ci rcuns t â nci as .
Pa rt i ndo do pres supos t o de que não exi s t e t ot a l neut ra l i da de dis curs iv a, mesmo qua ndo s e fa l a em di s curs o ci ent i fi co,
é que o pres ent e t ra ba l ho v i sa refl et i r em que medi da é pos s í v el i ncorpora r a i deol ogi a de a utores da á rea educa ci ona l na
cons t rução do Proj et o Pol í t i co - Peda gógi co. As s im s endo, pa ra o
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des env ol v iment o do referi do t ra ba l ho foram ut i l i za dos os a ut o res : L i bâ neo ( 1 994 ) , Vas concel l os ( 200 9 ) , Padi l ha ( 200 1 ) , F rei re
( 20 1 1 ) , F i ori n ( 2007 ) , Orl a ndi ( 20 01 , 20 12, 201 2b) , Muss a l im ( 20 12) ,
Cha uí ( 20 1 2) e Pêcheux ( 19 88) t endo em v is t a que t a i s es t u di os os cont ri buem s i gni fi ca t i va ment e pa ra essa di s cus sã o.
2 PLANEJAMENTO E PROJETO POLÍTICO -PEDAGÓGICO
D e a cordo com o di ci oná ri o Aurélio ( 20 10 , p. 59 0 ) Pla nej a r
é: “v t d. 1 . Fa zer o pl a no ou a pla nta de; t ra ça r. 2. Tenci ona r,
proj et a r. 3. El a bora r um pl a no de. ” N ess e cont ext o do di ci oná ri o
Aurélio , o pl a neja mento as s ume um pa pel muit o res t ri t o, pois s e
ref ere a penas a o a t o de pl a nej a r e nã o fa z ou s upõe uma
dependênci a ent re a el a bora çã o e a rea l i za çã o. N o cont ext o da
es col a , ess e “pl a nej a r” as s ume uma di mens ão mui t o ma i or, uma
v ez que a brange nã o a pena s o a t o de pl anej a r, ma s , s obre t udo, a efet i va çã o des s e pla nej ament o. Iss o i mpl i ca a fi rma r que
é preci s o pôr em prát i ca o que foi pl a neja do s em perder o
foco do obj et iv o fi na l . Só as s im o pl a nejament o es col a r t erá
s ent i do; em out ra s pa la v ra s, s erá rea l .
Como a ss egura Va s concel l os ( 2009 , p. 7 9) , o que v a i
i nt eres sa r à es cola é um concei t o ma is i nt egra l de
pl a nej ament o, o qua l s ej a : “[ . . . ] pl a nej a r é a nteci pa r ment a lment e
uma a ção a s er rea l i za da e a gi r de a cordo com o prev i s to.
Pl a nej a r nã o é, poi s , a pena s a l go que s e fa z a nt es de agi r,
mas é t ambém a gi r em funçã o da qui l o que s e pens ou. ”
Ai nda s obre pl a neja mento, os a ut ores F ons eca , N as ci ment o & Si lv a ( 19 9 5, p. 81 - 86 a pud PAD ILHA, 200 1 , p. 31 ) apon t a m a i mport â ncia e as condi ções neces sári a s pa ra um bom
pl a nej ament o e ress a l tam que es ta é uma capa ci da de excl us i va
do homem, conforme s egue:
É u m a a t i v i d a d e e s s e n c i a l e e x c l u s i v a me n t e h u m an a .
S o m en t e o h o m em , c o m o a n i m a l r a c i o n a l e t e mp o r a l
q u e é , r e a l i z a a c o m p l e x a a t i v i d a d e d e p l a n e j a m en t o .
[ . . . ] P e n s a r a n t e s d e a g i r . O r g a n i z a ç ão e a ç ã o .
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A d eq u a r m e i o s a f i n s e v a l o r e s . E s t a s e x p r e s sõ e s
s i n t e t i z am o c o n c e i t o d e p l a n e j a me n to , c o n s i d e r a n d o - o
u m a t é cn i c a , u m a f e r r a m en t a p a r a a a ç ã o . C o l o c a - s e
e s t a q u e s t ão d e n t r o d o q u e s e c o n v en c i o n o u c h am a r
d e v i s ã o i n s t r u me n t a l d o p l a n e j am en t o , d e s t a c a n d o - s e
s e u a s p e c to u t i l i t á r i o . [ . . . ] G l o b a l , i n t e g r a d o , c o n t í n u o ,
real ista , f lexível , interdiscipl inar e multiprofis sional ,
p ar tic ip a t iv o : e sta s s ão a lg umas co nd içõ es , en tr e o u tr a s ,
p ar a u m b om p lan ej amen to , in c lu s iv e o ed u cac io n al .
D es ta rt e, a a t i v i da de docent e é cons ci ent e e s i s t emá t i ca ,
e o a t o de p l a nej a r é de s uma i mport â nci a pa ra que s ua s
i nt enções educa t iv as s ej a m e fet i v adas . N ão obs t ant e, es sas
i nt enções educa t iv as nec ess i t am d e que es t ej am di ret a ment e
a t rel a da s a o cont ext o s oci ocul t ura l da s ua c omuni da de, dos
s eus s uj ei t os , i s t o é, dos que, ef et i vament e, cons t roem a
es col a .
Poi s bem, pa ra L i bâ neo ( 1 9 94 ) , O pl a nej ament o es col a r
es t á di v i di do em pel o menos t rês ní v ei s : O pl a no da es col a
( PPP) , o pl a no de ens i no e o p l a no de a ul a . As s i m s endo, o
Proj et o Pol í t i co - Peda gógi co es t á i ns eri do nes s es ní v ei s de
pl a nej ament o e s e confi gura como s endo o document o ma is
gl oba l que l i ga a es col a a o s i s t ema es col a r ma i s ampl o e
t a mbém a os pl a nos de ens i no propri ament e d i t os . E é j us t a ment e es s e ní v el de pl a nej ament o que o r efer i do t ra ba l ho s e
a t ent a rá .
Pa rt i ndo
do
própri o
t ermo
“Proj et o
Pol í t i co Peda gógi co” ( como a ma i ori a dos a ut ores prefer em chama r) ,
pode- s e t er uma noçã o de qua l s ej a a s ua f unçã o dent ro da
es col a . Segundo o di ci oná ri o Aurélio ( 20 10 ): Proj et o v em do
l a t i m projectu, que s i gni fi ca l a nça do pa ra di a nt e; Pol í t i ca s i gni fi ca a a rt e e a ci ênci a de bem gov erna r; e Peda gógi co é
rel a t i v o ou conforme à Peda gogi a . Ass i m, o P PP é i nt enc i ona l ,
compromet i do com a forma ção pol í t i ca do ci da dã o e é uma
proemi nênci a nas a ções educat i va s .
Pa ra Vas concel l os ( 2009 , p. 16 9 ) :
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O P r o j e to P o l i t i c o - P e d ag ó g i c o ( o u P r o j e t o E d u c a t i v o ) é
o p l a n o g l o b a l d a i n s t i t u i ç ã o . P o d e s e r e n t en d i d o c o mo
a s i s t em a t i z a ç ã o , n u n c a d e f i n i t i v a , d e u m p r o ce s s o d e
P l a n e j a me n to P a r t i c i p a t i v o , q u e s e a p er f e i ç o a e s e
c o n c r e t i z a n a c a m i n h ad a , q u e d e f i n e c l a r a m en t e o t i p o
d e a ç ã o e d u c a t i v a q u e s e q u e r r e a l i z a r . É u m i n s tr u m en t o t e ó r i c o - me t o d o l ó g i c o p a r a a i n t e r v en ç ão e
mu d an ç a d a r e a l i d a d e . É u m e l e m en t o d e o r g an i z aç ã o
e i n t e g r a ç ã o d a a t i v i d ad e p r á t i c a d a i n s t i t u i ç ã o n es t e
p r o c e s so d e t r a n s fo r m a ç ã o .
Concebendo o PPP de forma efi ca z, a escol a ev i ta o
i mprov i s o, defi ne met as e o cami nho pa ra a lca nçá - l a s, a l ém de
ofert a r s egura nça t eóri co - met odol ógi ca . O gra nde desa fi o,
a i nda hoj e, cons i st e na es t rut ura çã o e el a bora çã o do PPP de
forma col et i va e democrát i ca , s em fa l a r que mui t os depois de
pront os s ão “engav eta dos ”, o que l ev a a perceber que s ó
foram preparados para suprir a exigência de uma instância maior .
Pa ra Va s concel l os ( 20 09 ) , o PPP é compos to de ba s i ca ment e t rês gra ndes pa rt es : Ma rco Referenci a l , D i a gnós t i co e
Programa çã o. E é com ba s e no referi do a utor que s e a borda
a qui t a is di mens ões . O Ma rco Referenci a l di z res pei t o a o pos i ci ona ment o da es cola ; é a t oma da de pos içã o da i ns t i t ui çã o
frent e a s ua i dent i da de, s ua v is ã o de mundo, va l ores , obj et iv os
e compromi ss os. Al ém di ss o, ev i denci a a “di reçã o”, o rumo que
a es col a es col heu pa ra proj et a r a s ua prá t i ca . É s ubdiv i do em:
Ma rco Si t ua ci ona l ( onde es ta mos e como vemos a rea l i da de) ;
Ma rco D out ri na l ( pa ra onde queremos i r) ; e o Ma rco Opera t i v o
( que hori zont e queremos pa ra a nos sa a çã o). Ai nda de a cordo
com o referi do a ut or, é i mport ant e perceber que o Ma rco
Refer enci a l nã o s e t ra ta de um i dea l i smo que v a l ori za a pena s
a s i dei as , os press upos t os fi l os ófi cos , a s boa s i nt enções s em
l ev a r em cont a s ua efet iv a çã o, is t o é, s em a l t era r a rea l i da de.
D ess a forma , s ó i rá s e confi gura r enqua nt o el a bora çã o qua ndo
s e t em a ções concret as na es col a .
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O D i a gnós t i co, por s ua v ez, é a l oca l i za çã o da s necess i da des da i ns t i t ui ção pa rt i ndo da a ná l i s e da rea l i da de, ou ent ão
do confront o com um pa râ met ro a cei t o como vá l i do. Fa z pa rt e
do di a gnós t i co: conhecer a rea l i da de, j ul gá - l a e l oca l i za r as
s uas necess i da des . Da mesma forma que o Re ferenci a l , o
D i a gnós t i co nã o pode s e confi gura r a penas como a cons t a t a çã o da rea l i da de a t ua l .
E, por fi m, a Programa çã o, que v a i corres ponder ao
conj unt o de a ções concreta s que a i ns t i t ui ção a ss ume na quel e
es pa ço de t empo prev i s t o no pla no, e t em por obj et i v o s upera r
a s di fi cul da des encont ra da s . El a es tá s ubdi v i di da em qua t ro
formas de organi za çã o da prá t i ca : Ações Concret a s , L i nhas de
Açã o, At iv i da des Perma nent es ou D et ermi nações . A t a refa de
t ra ns forma çã o nã o é uma t a refa fá ci l , ma s é nec ess á ri a pa ra
s e des env olv er. Contudo é preci s o t er a t ençã o pa ra a qua l i da de da a çã o que s e propõe a des env olv er, i s t o é, promov er
uma a çã o poss í v el e s i gni fi ca t iv a pa ra a i nsti t ui çã o que a t enda
a s ua s rea i s neces s i da des.
D i a nt e di s so, fi ca a cert eza da importâ nci a do pl a nej a ment o, pri nci pa lment e no âmbi t o educa ci ona l. L ogo, o PPP s e
confi gura como um fort e a l i a do na cons t ruçã o de uma ori en t a çã o peda gógi ca bem es t rut urada . Lament av el ment e, es t udos
t êm demons t ra do que, mui ta s v ezes , ess e documento é
dei xa do de l ado pel as i ns t i t ui ções , o que ocas i ona numa es cola
des organi za da , s em ori ent a çã o t eóri co -metodol ógi ca , na qua l
prev a l ece o i ndiv i dua l i smo em v ez do col et ivo, do democrá t i co.
3 IDEOLOGIA
É i negá v el que a i deol ogia permei a a conv iv ênci a em
s oci eda de. N os rel a ci onament os com a s pess oas , expri mem - s e
uma s éri e de el ement os i deol ógi cos por mei o de a t os , pa l av ra s
e emoções . D es ta forma , em s e t ra ta ndo de ideol ogi a , percebe s e quão pert i nent e é refl et i r s obre. Afi na l , conhecer como os
proces s os i deol ógi cos permeia m as rel a ções s oci a i s é impor Graduando, Feira de Santana, v. 4, n. 6/7, p. 19-32, jan./dez. 2013
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t a nt e pa ra que o suj ei t o pos sa i r a l ém do v is í v el , a dota ndo
uma pos t ura refl exi va dia nt e do que l he a pa renta s er a l go
na t ura l e homogêneo, como mui ta s v ezes é ev i denci a do pel a
i deol ogi a de grupos domi na nt es .
D i a l oga ndo com a concepçã o ma rxis t a , Cha uí ( 201 2) a fi rma
que é necessá ri o, a nt es de qua lquer coi sa , nã o confundi r i deo l ogi a com i deá ri o ( v is ão comum/nã o crí t i ca ) , em que a i deol ogi a
é emprega da no s ent ido de s er a pena s um conj unt o qua l quer
s i s t ema t i za do e enca dea do de idei a s , s em refl exões , a ss u mi ndo, a ss i m, uma pos tura de “pas s iv i da de”. Ideol ogi a nã o é
“qua l quer” conj unt o enca dea do de i dei a s , mas é um i deá ri o
hi s t óri co, soci a l e pol í t i co, que ocul ta a rea l i da de pa ra ma nt er a
expl ora çã o econômi ca , a des i gua l da de s ocia l e a domi na çã o
pol ítica. Assim, a autora caracteriza a ideologia segundo a
concepção marxista como um instrumento de dominação de
classe, uma vez que a classe dominante faz com que suas ideias
sejam aderidas por todos. Como bem cita Chauí (2000, p. 63):
Mar x d e sco b r iu q u e temo s a i lu s ão d e e st ar mo s
p en san d o e ag in d o co m n o s sa p r ó p r i a cab eça e p o r
n o ssa p r ó p r ia v o n tad e , r ac io n al e l iv r emen te, d e aco r d o
co m n o sso en ten d imen to e n o ss a l ib er d ad e , p o r q u e
d esco n h ecemo s u m p od er in v i s ív el q u e n o s fo r ça a
p en sar co mo p en samo s e ag ir co mo ag imo s. A es se
p o d er - q u e é so ci a l - e le d eu o n ome d e id eo lo g ia .
L ogo, conhecer a s t á t i cas da i deol ogi a é a ss umi r uma
pos t ura “cri t i ca ” frent e à rea l i da de.
Ai nda de a cordo com Cha uí ( 20 12) , o t ermo I deol ogi a foi
us a do pel a pri mei ra v ez na F ra nça , no i ní ci o do s écul o XIX, em
1 80 1 , por D es t utt de Tra cy em Eléments d`idéologie ( Elementos
de ideologia ) . Com i s s o, D es t ut t de Tra cy bus cav a uma gênes e
da s i de i as e, nes s e cont ext o, el a v a i des i gna r uma ci ênci a
na t ura l da a qui s i çã o pel o homem das i dei a s ca l ca da s s obre o
própri o rea l . D a í em di a nt e, v á ri as corrent es de es t udi osos ut i l i za ram ta l t ermo pa ra expressa r s ua s concepções de i deol ogi a .
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Na concepção marxista, a ideologia é t ida como
“mascaramento da realidade” a favor de uma det erminada classe
social, no caso, a dominante. Fiorin (2007, p. 26), ao refl etir sobre
ideologia, também na l inha marxista, a firma que: “Numa formação
social, temos dois níveis de realidade: um de essên cia e um de
aparência, ou seja, um profundo e um superficial, um não -visível
e um fenomênico.” Dessa forma, é no nível da aparência que
maciçamente é vista a ideologia, ficando o nível da essência
quase despercebido. Freire (2011) vai fazer uma comparação da
ideologia com a “miopia” no s entido de dificultar uma percepção
mais clara, mais nítida das coisas.
Cha uí ( 20 12, p. 131 ) concei t ua - a como:
A i d e o lo g i a é u m c o n j u n t o l ó g i co , s i s t e m á t i c o e
c o e r e n te d e r e p r e s en t a ç õ e s ( i d e i a s e v a l o r e s ) e d e
n o r m a s e r e g r a s ( d e c o n d u t a ) q u e i n d i c a m e p r e s cr e v em a o s m e mb r o s d a s o c i e d ad e o q u e d ev em p en s a r
e c o mo d e v em p en s a r , o q u e d e v em v a l o r i z a r , o q u e
d ev em s e n t i r e c o mo d e v em s e n t i r , o q u e d ev e m
f a z e r e c o mo d e v em f a z e r . E l a é , p o r t an t o , u m c o r p o
e x p l i c a t i v o ( r e p r e s e n t a çõ e s ) e p r á t i c o ( n o r m a s , r e g r a s ,
p r e ce i t o s ) d e c a r á t e r p r e s c r i t i v o , n o r m a t i v o , r e g u l a d o r ,
c u j a f u n ç ão é d a r a o s m em b r o s d e u m a s o c i ed a d e
dividida em c lasses uma explicação r acional para as
d i f e r e n ç a s s o c i a i s , p o l í t i c a s e c u l t u r a i s , s e m j a ma i s
a t r i b u i r t a i s d i f e r e n ç a s à d i v i s ã o d a s o c i ed a d e e m
c l a s s e s a p a r t i r d a s d i v i s õ e s n a e s f e r a d a p r o d u çã o .
P e l o c o n t r á r i o , a f u n ç ão d a i d eo l o g i a é a d e a p a g a r a s
d i f e r e n ç a s c o mo d e c l a s s e s e f o r n e ce r a o s m e mb r o s
d a s o c i ed a d e o s e n t i m en t o d a i d e n t i d ad e s o c i a l ,
e n co n t r a n d o c e r to s r e f e r en c i a i s i d en t i f i c a d o r e s d e
t o d o s e p a r a t o d o s , c o mo , p o r e x e m p lo , a H u m an i d ad e ,
a L i b e r d ad e , a I g u a l d ad e , a N a ç ão , o u o E s t a d o .
Com i s so a a ut ora res ume bem o concei t o e a funçã o da
i deol ogi a , s obret udo na rea l i da de a t ua l . Pa ra Pêcheux ( 1 97 5) a s
forma ções i deol ógi ca s nã o s ã o nem uni v ersai s nem i ndi v i dua is ,
mas l i ga das a grupos s ocia i s .
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A Análise de D iscurso de L inha Francesa (doravante ADLF),
que tem como s eu principal representante o fi lósofo Michel
Pêcheux, parte do principio de que não existe sujeito s em
discurso nem discurso sem i deologia. Isso impl ica dizer que todo
sujei to ao enunciar, o faz de um dado lugar, que é social, e o
seu discurso será sempre marcado por questões ideológicas.
Diferentemente da concepção marxista, em que a ideologia é tida
como “inversão da realidade”, a ADLF vem evidenciar, por meio
dos seus discursos, expressões, posturas, dentre outros os
posicionamentos ideológicos dos sujeitos. Sendo assim, Pêcheux,
que foi aluno e discípulo de Althusser, vai concordar com a
concepção de ideologia do s eu mestre. Para Althusser, a
ideologia tem material idade e não fi ca apenas no plano das ideias,
é o que ele vai se chamar de materialismo históri co.
4 IDEOLOGIA E SEUS REFLEXOS NO PROJETO
POLÍTICO-PEDAGÓGICO
Conhecer como funci ona a i deol ogi a , s ua i mport â nci a , s ua
i mpl i ca çã o, no que concerne à forma çã o do s uj e i t o, é de a l t a
rel ev â nci a, i ncl us i v e no s et or da educa çã o, poi s es t e t em s i do
a i ns tâ nci a ma i or de forma dores de suj ei t os .
A pa rt i r do momento que s e compreende a rel ev â nci a da
es col a na forma çã o ci da dã, compreende -s e t a mbém quã o
i mporta nt e é re fl et i r s obre a i deol ogi a na regi ã o es col a r. D ess a
forma , Al t huss er, em Ideologia e aparelhos ideológicos do
estado ( 1 970 /197 4 a pud MUSSAL IN, 20 1 2) , fa zendo uma re l ei t ura de Ma rx, no que t a nge à i deol ogi a , pa rt e do pres s upos t o
de que a s i deol ogi as t êm uma exi s t ênci a ma t eria l e que a s
mesmas dev em s er es t uda das nã o como i dei a s , mas s i m como
conj unt o d e prá t i cas ma t eri a i s . É A l t huss er t a mbém que v a i
defi ni r a es col a como s endo um a pa rel ho i deol ógi co do es t a do,
i s s o porque el a s e a pres ent a , de uma forma gera l , com o obj e t i v o de ma nt er o func i onament o da i deol ogi a d omi na nt e. N ess e
cont ext o, a ss ev era Sobri ño ( 1 986 , p. 8) :
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A s r e p r e s en t a çõ e s i d eo l ó g i c a s v e i c u l a d a s p e l a e d u c a ç ã o – f o r t e me n t e i n t e r n a l i z a d a p e l a s p e s s o a s , i n co r p o r a d a s e a t u a l i z ad a s n a s c o n d u t a s , p r i n c ip a l m en t e
c o mo r e s u l t a d o d a s p r á t i c a s p e d a g ó g i c a s c o n c r e t a s c o n s t i t u e m u m p o d er o so i n s t r u m en to d e d o m i n aç ã o
s o c i a l q u e c o n s eg u em u m a t á c i t a a c e i t a ç ã o , i n c l u s i v e
d o s s e to r e s co mp r o m e t i d o s n a t r a n s f o r m a ç ão .
L ogo, o a ut or cha ma a a t ençã o pa ra a força da i deol ogi a
e a força que el a pode exercer, i ncl us i v e, s obre a funçã o
ma i or da es col a , qua l s ej a : de t ra ns forma çã o. I s s o i mpl i ca di zer
que, enqua nto que a es col a dev eri a “t ra ns forma r”, a ca ba
s endo, na ma i ori a da s v ezes , um l uga r de a l i ena çã o e ma nt e dora da i deol ogi a domi na nt e. N ess e s ent i do, s endo o PPP um
document o t eóri co - met odol ógi co que ca ract eri za a es col a ,
conferi ndo - l he i dent i da de, ne ces s i ta s er cont empla do s ob o
v i és di s curs iv o, t a nt o na s ua cons t ruçã o como na s ua propos t a de a çã o dent ro da es col a.
Ass i m, qua ndo a es col a s el eci ona det ermi na dos a ut ores e
a pa rt i r de l es fa z s uas l e i t uras pa ra cons t ruçã o do s eu PPP,
nes s e moment o, l a nça - s e mã o da i nt erpreta çã o e, port a nto,
compa rt i l ha rá da i deol ogi a des s es a ut ores . Como bem ci t a
Orl a ndi ( 20 1 2, p. 4 5) , “O fa t o mes mo da i nt erpret a çã o, ou
mel hor, o fa t o de que nã o há s ent i do s em i nt erpret a çã o, a t es ta
a pr es ença da i deol ogi a ”. É por i s s o que para P êcheux ( 1 9 88)
nã o exi s t e neut ra l i da de di s curs i va , e que nenhum di s curs o é
i ngênuo do pont o de v i s t a i deol ógi co, m esmo qua ndo s e t ra t a
do di s curs o ci ent í fi co.
É nes s a pers pect i va t a mbém que Orl a ndi ( 200 1 ) va i expor
a l gumas cons i dera ções s obre o D i s curso P eda gógi co ( D P) , que
el a concei t ua como s endo um “s upos t o” di s curs o neut ro ( s ó
t ra nsmi t e i nforma çã o) , ca ra ct eri zado pel a a us ênci a da
enunci a çã o e da mesma forma s em s uj ei t o, v i s to que qua l quer
um poderi a s er o s uj ei t o e, port a nt o, ha veri a uma di s tâ nci a
má xima ent re emi s s or e recept or. Ora , t em -s e a i l us ã o de que
o di s curs o ci ent i f i co é i mpa rci a l . Ai nda de a cordo com a r efe Graduando, Feira de Santana, v. 4, n. 6/7, p. 19-32, jan./dez. 2013
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ri da a ut ora , o D P, t a l como s e mos t ra hoj e, é s i m um di s curs o
a ut ori tá ri o, l ogo, s em nenhuma neut ra l i da de.
A t í t ul o de exempl i fi ca çã o, s obre o fa t o de que os D P
ca rregam s i m i deol ogi a s a t rav és da s s uas i dei a s , va l ores , opi ni ões , pos i ci onament os em rel a çã o a d etermi na do as s unt o,
obs erv a- s e a s egui nt e pas sa gem do l i v ro d e Va s concel l os
( 200 9 , p. 16 9 ) :
E m r e l a ç ã o a o u t r a s n o m en c l a t u r a s c o r r e l a t a s , t e mo s
a d i z e r q u e p r e f er i mo s P r o j e to P o l í t i c o - P e d ag ó g i co a
P r o p o s t a P ed a g ó g i c a p o r e n t en d e r q u e a p r i m e i r a é
m a i s a b r an g e n t e , q u a l s e j a , c o n t em p l a d e s d e a s
d i m en sõ e s m a i s e s p e c í f i c a s d a e s c o l a ( c o mu n i t á r i a s e
a d m in i s t r a t i v a s , a l é m d a p e d ag ó g i c a ) , a t é a s m a i s
g e r a i s ( p o l í t i c a s , c u l t u r a , e co n o m i a e t c . ) .
N ess e momento, o a ut or que é um s uj ei t o s oci a l , cons t i t uí do na hi s t óri a e, port a nt o, i nt erpel a do por i deol ogi a s , pel a
própri a es col ha do nome ( Proj et o Pol í t i co - Pedagógi co) j á
ev i denci a uma ma rca i deol ógi ca , uma v ez que det ermi na s ua
pos i çã o, s ua concepçã o de PPP. Ou s ej a , o PPP, pa ra el e
( s uj ei t o di s curs iv o) , nã o é a pena s um document o que express a
a s a t iv i dades peda gógi cas e a dmi ni s t ra t iv as da es col a , ma s ,
s obret udo, um document o que express a a pos t ura pol i t i za dora
des sa i ns t i t ui çã o. As s im, mui t as es col a s , em c ons onâ nci a com
o re feri do a ut or, t a mbém a s s umem t a l nomencl a t ura e, cons e quent ement e, s ua v i sã o i deol ógi ca – es col a como uma i ns t ânci a
pol i t i za dora .
É nes s e s ent i do que F i ori n ( 2007 ) v a i a fi rma r que nã o
exi s t e um conheci ment o neut ro, poi s e l e s empre expres sa o
pont o de v i s t a de uma det ermi nada cl a s s e a r es pei t o da rea l i da de. E o des ej o de mui t os a ut ores de s epa ra r c i ênci a de
i deol ogi a , fi ca apenas no âmbi t o i dea l .
Port a nto, cons i dera ndo o PPP como s endo um d i s curs o
que r ege a s prá t i cas peda gógi ca s da es col a , cons t ruí do a t ra v és de out ros di s curs os ( nes s e ca s o, dos a ut ores ) , s erá
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pos s ív el perceber, port a nt o, ges t os de i deol ogi a s no s eu
di s curs o peda gógi co a dv i nda s dos di s curs os des s es a ut ores
da á rea educa ci ona l .
Afi na l , a i nda d e a cordo com Orl a ndi ( 20 1 2, p . 1 53) , “O
di s curs o é o l uga r em que podemos obs erv a r a a rt i cul a çã o
ent re l í ngua e i deol ogi a . D is curs iv ament e, cons i deramos que a
ma t eria l i da de es pecí fi ca da i deol ogi a é o di s curs o e a ma t eri a l i da de es pecí fi ca do d i s curso é a l í ngua . ” Sendo a s s im, no
di s curs o do PPP ( ma t eri a l i za do em forma de document o) é
pos s ív el perceber a i deol ogi a da s ua i ns t i tui çã o de ens i no e
es t a , por s ua v ez, a l i cerça s ua prá xi s peda gógi ca .
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a c ert eza de que t a l di s cuss ã o nã o fi nda a qui , pe l o
cont rá ri o, é a penas um i nt ent o de que s e bus que ma is a cerca
do t ema que, por s i na l , s e mos t ra mui t o i nt eres sa nt e, é que s e
a v ent uram a l guma s cons i dera ções . L ogo, di ant e do expos t o, é
pos s ív el a fi rma r que nã o v a i exi s t i r neut ra l i da de compl eta nos
di s curs os e que, i ncl us iv e o di s curs o ci ent í fi co, a pes a r de s er
obj et i v o, t a mbém rev el a a i deol ogi a dos s eus pes qui s adores a
pa rt i r do moment o em que expres sa um pont o de v i s t a , uma
i dei a .
Ass i m, t oda e qua l quer ci ênci a es t á i mpregnada de i deol o gi a s . Enga na -s e a o s e pens a r que exi s ta di s curs o i mpa rci a l .
D ess e modo, a s t eori a s educa ci ona i s s ã o di ret a ment e i nfl uen ci a das pel o s eu cont ext o s óci o - his t óri co - i deol ógi co. Os a ut ores
da s obras s ã o s uj ei t os hi s t óri cos, env ol v i dos com ques t ões
dos ma is di v ers os â mbi t os s oci a i s, i ncl us iv e d o educa ci ona l , e
pos suem det ermi nadas concepções de v i da , de educa çã o.
Sendo a ss i m, é na t ura l que s eus di s cursos , por ma i s obj et i v os
e di ret os ( c i ent í fi cos ) , a pres ent em t ra ços i deol ógi cos . Por
cons egui nt e, qua ndo a es col a a dot a det ermi na dos a ut ores e
cons t rói s eu PPP é, d e c ert a forma , i nfl uenc i a da pel a s i dei a s e
concepções dess es a ut ores , i st o é pel as suas i deol ogi as .
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Abs t ra ct : This pa per a ims t o refl ect i n whi ch way i t i s pos s i bl e
t o i ncorpora t e t he i deol ogy of a ut hors from t he educa t i ona l
a rea i n t he cons t ruct i on of t he Peda gogi ca l Pol i t i ca l Proj ect
( PPP) . The met hodol ogy i s cha ra ct eri zed a s a bi bl i ogra phi c
s t udy, whos e t heoret i ca l founda t i on i s bas ed on expert s i n t he
educa t i ona l a rea a nd a uthors from F rench di s cours e a na l ys is
t rend. The di a l ogue between t hos e t heori es was importa nt t o
unders ta nd the PPP el a bora t i on a nd t he ideol ogi ca l nua nces
t ha t permea t e thi s cons t ruct i on. Accordi ng t o t he s t udi es a bout
t he s ubj ect i t was poss i bl e t o comprehend t ha t no s peech i s
neut ra l , not ev en t he s ci ent i fi c di s cours e. There fore, when t he
a ut hors from t he educa t i ona l a rea s hare i dea s, va l ues ,
prefer ences , t hey ca rry i n t hei r pedagogi ca l di s cours es s peci fi c
i deol ogi es t ha t a re s ha red on t he PPP of t he s chool tha t chos e
t hem as t heoret i ca l bas ement t o cons t ruct i t .
K eywords: School . Pl anni ng. Peda gogi ca l Pol i t i ca l Proj ect .
D i s cours e. Ideol ogy.
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N OT A S
1
B ols i s ta de Ini c i a ção Ci ent í fi ca na á rea da Aná l i s e de Discurso
de L i nha F ra nces a – ADLF . Membro do Grupo de Es t udos e
Pes qui sa s em Aná l i s e de D i s curs o – GEPEAD, coordenado pel a
Profa . D ra . Pa lmi ra Hei ne.
Env ia do em 14 /0 6/20 1 3.
Aprov a do em 09 /0 1 /20 14 .
Graduando, Feira de Santana, v. 4, n. 6/7, p. 19-32, jan./dez. 2013
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em que medida é possível incorporar a ideologia de autores da