UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO ALINE GEHLEN RODRIGUES SILVA COMPORTAMENTO SERVIDOR DE PROFISSIONAIS DE VENDAS NATAL 2015 ALINE GEHLEN RODRIGUES SILVA COMPORTAMENTO SERVIDOR DE PROFISSIONAIS DE VENDAS Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito para a avaliação em exame de qualificação do Mestrado em Administração, na área de Estratégia e Competitividade. Orientador: Prof. Dr. Kleber Cavalcanti Nóbrega. NATAL 2015 ALINE GEHLEN RODRIGUES SILVA COMPORTAMENTO SERVIDOR DE PROFISSIONAIS DE VENDAS Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito para a avaliação em exame de qualificação do Mestrado em Administração, na área de Estratégia e Competitividade. Aprovada em: _____/_____/_____. Nota:__________ BANCA EXAMINADORA ________________________________________________ Prof. Dr. Kleber Cavalcanti Nóbrega Orientador – Universidade Potiguar – UnP ________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Laís Karla da Silva Barreto Membro Examinador ________________________________________________ Prof. Dr. Miguel Eduardo Moreno Anez Membro Examinador ________________________________________________ Dr. Amaro Sales de Araújo - Presidente da FIERN Membro da Comunidade Externa Pessoas especiais nos ajudam na conquista dos nossos sonhos. Dedico esse trabalho aos meus familiares, em especial à minha mãe, Isabel, pelo incentivo e por acreditar que era possível. Ao meu esposo, Moacir, pelo apoio e sacrifício nesse período de dedicação aos estudos. E à minha filha, Amanda, pela dedicação e atenção sempre que precisei. AGRADECIMENTOS À Nossa Senhora, por me conceder sabedoria em oração nas escolhas dos melhores caminhos, coragem para acreditar, força para não desistir e proteção para me amparar. A toda minha família, pelo carinho, paciência e compreensão pelas ausências. Aos colegas de Mestrado que compartilharam comigo essa experiência de aprendizado, especialmente à Thereza Santos, Regina Stefan e Murielle Guanabara, que me incentivaram e motivaram a seguir em frente nos momentos difíceis. Ao Professor Dr. Kleber Cavalcanti Nóbrega, meu orientador, por compartilhar conhecimentos e experiências, em nome do qual agradeço a todos os docentes do Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar (UnP). Aos participantes deste estudo, profissionais e clientes do Mercado Imobiliário da cidade de Natal, respondentes que possibilitaram a viabilidade da pesquisa. Às professoras Dr.ª Laís Karla da Silva Barreto e Dr.ª Lieda Amaral de Souza, por suas valiosas contribuições na qualificação deste trabalho. À professora Dr.ª Sâmela Soraya Gomes de Oliveira, Reitora da Universidade Potiguar (UnP), e ao professor Raniery Christiano de Queiroz Pimenta, Diretor da Escola de Gestão & Negócios, pelo apoio e estímulo. Enfim, a todos aqueles que de uma maneira ou de outra contribuíram para que este percurso pudesse ser concluído. “Para realizar grandes conquistas, devemos não apenas agir, mas também sonhar; não apenas planejar, mas também acreditar” (Anatole France). RESUMO O presente estudo teve como objetivo geral analisar a presença de comportamento servidor em profissionais de vendas do mercado imobiliário. A pesquisa caracterizou-se como exploratório-descritiva e o seu universo foi composto por imobiliárias da cidade do Natal/RN, sendo selecionada uma amostra de 70 corretores de imóveis e 135 clientes, mediante o critério de acessibilidade. Como instrumento de coleta de dados foram utilizados dois questionários, ambos com questões fechadas, estruturadas e elaboradas com base em 24 atributos relacionados aos elementos do comportamento servidor, sendo considerados tanto a importância como o desempenho na percepção dos corretores de imóveis e de clientes. A pesquisa evidenciou que existem elementos de comportamento servidor nos corretores de imóveis pesquisados. Com relação às percepções, foram identificadas divergências entre a percepção dos profissionais consultados e a percepção de clientes. O estudo evidenciou que, na percepção dos clientes, o comportamento servidor precisa melhorar, pois o desempenho destes profissionais foi considerado inferior à importância. Foi possível também evidenciar relações quanto ao comportamento servidor dos corretores e seu desempenho, notadamente quanto ao cumprimento de metas e quanto à retenção de clientes. Palavras-chave: Comportamento Servidor. Vendas. Mercado Imobiliário. ABSTRACT This study aimed to analyze the presence of server behavior in the real estate sales professionals. The research was characterized as exploratory-descriptive and its universe was defined by some local real estate in the city of Natal/RN, being selected a sample of 70 realtors and 135 guests, by the criterion of accessibility. As data collection instrument, it was used two questionnaires, both with closed questions, structured and prepared based on 24 attributes related to the elements of the server behavior, and being considered both the importance and the performance in the perception of realtors and clients. The research showed that there are elements of behavior in the server realtors selected for this research. Regarding perceptions, differences were identified between the perception of the estate professionals and the perception of customers. The study showed that, in the costumer’s perception, server behavior needs to improve, as the performance of these professionals was considered less than the importance defined. It was also possible to show relationships between the realtors’ server behavior and their performance, especially regarding achievement of goals and as the customer retention. Keywords: Server Behavior. Sales. Real Estate Market. LISTA DE QUADROS Quadro 01 – Evolução da visão de atendimento .................................................. 22 Quadro 02 – Algumas diferenças entre as duas formas de se praticar o marketing nas empresas ................................................................. 23 Quadro 03 – A evolução da venda pessoal ......................................................... 29 Quadro 04 – Classificação da força de vendas de acordo com sua complexidade .................................................................................. 29 Quadro 05 – Tipo de vendas ............................................................................... 31 Quadro 06 – Técnica de abordagem de vendas “A Ponte” .................................. 33 Quadro 07 – Abordagens e características de vendas dos estudos de Stevens (1989)................................................................................ 42 Quadro 08 – Construto holístico de Rentz et al (2002) ........................................ 43 Quadro 09 – Modelo genérico de competências para vendedores...................... 44 Quadro 10 – Categorias analisadas, definições e referencias de acordo com Estudo de Martins (2010) ................................................................ 46 Quadro 11 – Traços que impressionam positivamente ........................................ 47 Quadro 12 – Traços que aborrecem .................................................................... 47 Quadro 13 – Regras e competências dos corretores de imóveis de acordo com o código de ética do COFECI ......................................................... 49 Quadro 14 – Ações vedadas aos corretores de imóveis de acordo com o código de ética do COFECI ............................................................ 49 Quadro 15 – Conceitos do comportamento servidor ........................................... 52 Quadro 16 – Relação entre as competências dos profissionais de venda de acordo com os autores da revisão da literatura – 1ª parte .............. 56 Quadro 17 – Relação entre as competências dos profissionais de venda de acordo com os autores da revisão da literatura – 2ª parte .............. 57 Quadro 18 – Elementos do C.S. e atributos dos P.V. do mercado imobiliário ..... 58 Quadro 19 – Composição da amostra da pesquisa estudada ............................. 62 Quadro 20 – Escala Likert de 11 (onze) pontos para avaliação da importância e desempenho ................................................................................ 62 Quadro 21 – Elementos e atributos do comportamento servidor ......................... 68 Quadro 22 – Resumo das análises estatísticas utilizadas ................................... 70 Quadro 23 – Sistematização das análises dos corretores de imóveis ................. 80 Quadro 24 – Sistematização das análises dos clientes. ...................................... 85 Quadro 25 – Comparativo entre matriz importância-desempenho de corretores de imóveis e a matriz importância-desempenho de clientes ........... 92 Quadro 26 – Sistematização das análises comparativas dos clientes versus corretores de imóveis...................................................................... 96 Quadro 27 – Comparativo dos elementos de C.S. quanto ao cumprimento de metas para nível de significância de 5% ......................................... 100 Quadro 28 – Comparativo dos atributos de C.S. quanto ao cumprimento de metas para nível de significância de 5% ......................................... 100 Quadro 29 – Comparativo dos elementos de C.S. quanto a retenção de clientes para nível de significância de ............................................ 103 Quadro 30 – Comparativo dos atributos de C.S. quanto a retenção de clientes para nível de significância de ............................................ 104 LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Modelo analítico do marketing de relacionamento ............................ 24 Figura 02 – Mudança de visão das empresas focadas no cliente ........................ 25 Figura 03 – Modelo iceberg .................................................................................. 39 Figura 04 – As três dimensões da competência................................................... 40 Figura 05 – Esquema metodológico ..................................................................... 60 LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Teste estatístico Cronbach’s Alpha ................................................ 64 Tabela 1.1 – Teste estatístico Cronbach’s Alpha ................................................ 64 Tabela 02 – Teste de esfericidade de Bartlett e KMO ....................................... 65 Tabela 03 – Autovalor e percentual da variância explicada ............................... 65 Tabela 04 – Cargas fatoriais na composição dos fatores .................................. 66 Tabela 05 – Perfil dos clientes ........................................................................... 71 Tabela 06 – Perfil dos corretores ....................................................................... 72 Tabela 07 – Estatística descritiva do grau de importância dos elementos – corretores .................................................................. 75 Tabela 7.1 – Análise de variância multivariada (MANOVA) das dimensões ....... 75 Tabela 08 – Estatística descritiva do grau de importância dos atributos – corretores ..................................................................... 77 Tabela 09 – Estatística descritiva do grau de desempenho dos elementos – corretores .................................................................. 78 Tabela 10 – Estatística descritiva do grau de desempenho dos atributos – corretores ..................................................................... 79 Tabela 11 – Estatística descritiva do grau de importância dos elementos – clientes ...................................................................... 80 Tabela 12 – Estatística descritiva do grau de importância dos atributos – clientes ......................................................................... 82 Tabela 13 – Estatística descritiva do grau de desempenho nas elementos – clientes ...................................................................... 83 Tabela 14 – Estatística descritiva do grau de desempenho dos atributos – clientes ......................................................................... 84 Tabela 15 – Comparação do grau da importância e desempenho entre clientes e corretores nos elementos do C.S................................... 86 Tabela 16 – Comparação dos atributos quanto ao grau da importância e desempenho entre clientes e corretores ..................................... 87 Tabela 17 – Matriz de importância ..................................................................... 88 Tabela 18 – Matriz de desempenho .................................................................. 89 Tabela 19 – Teste de Spearman dos 24 atributos no grau de importância e desempenho ............................................................................... 90 Tabela 20 – Análise geral da matriz de desempenho importância – média de clientes e corretores ....................................................................... 93 Tabela 21 – Avaliação das lacunas dos atributos por clientes e corretores (importância geral) ......................................................................... 94 Tabela 22 – Avaliação das lacunas dos atributos por clientes e corretores (importância dentro dos grupos) .................................................... 95 Tabela 23 – Comparação dos elementos quanto ao grau de desempenho por tempo de atuação no mercado imobiliário ............................... 97 Tabela 24 – Comparação dos elementos quanto ao grau de importância e desempenho por frequência de cumprimento de metas ................ 98 Tabela 25 – Comparação dos atributos quanto ao grau de importância e desempenho por frequência de cumprimento de metas ................ 99 Tabela 26 – Retenção versus o perfil dos corretores......................................... 101 Tabela 27 – Comparação dos elementos no grau de importância e desempenho por retenção de clientes ........................................... 101 Tabela 28 – Comparação dos atributos no grau de importância e desempenho por retenção de clientes ........................................... 102 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 – Gráfico de escarpa .......................................................................... 66 Gráfico 02 – Plot means (IC: 95%) dos elementos do grau de importância – corretores .................................................................. 76 Gráfico 03 – Plot means (IC: 95%) dos elementos do grau de desempenho – corretores ................................................................ 78 Gráfico 04 – Plot means (IC:95%) dos elementos do grau de importância – clientes ...................................................................... 81 Gráfico 05 – Plot means (IC: 95%) dos elementos do grau de desempenho – clientes .................................................................... 83 Gráfico 06 – Matriz de importância e desempenho padronizada – corretores ..... 90 Gráfico 07 – Matriz de importância e desempenho padronizada – clientes ......... 91 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 17 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................. 17 1.2 PROBLEMA E QUESTÃO DE PESQUISA ................................................ 18 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA ..................................................................... 19 1.3.1 Geral.......................................................................................................... 19 1.3.2 Específicos ............................................................................................... 19 1.4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ............................................................... 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 21 2.1 MARKETING TRANSACIONAL versus MARKETING RELACIONAMENTO 21 2.1.1 Orientação para vendas versus orientação para servir ....................... 25 2.2 VENDAS .................................................................................................... 27 2.2.1 Histórico de vendas ................................................................................. 28 2.2.2 Teoria e prática de vendas ...................................................................... 31 2.2.3 Vendas no mercado imobiliário.............................................................. 36 2.3 COMPETÊNCIAS ..................................................................................... 38 2.3.1 Estudos sobre competências: conceito, modelo e dimensões ........... 38 2.3.2 Estudos sobre as competências dos profissionais em vendas .......... 40 2.3.3 Estudos sobre as competências dos corretores de imóveis ............... 48 2.4 COMPORTAMENTO SERVIDOR ............................................................. 50 2.4.1 Senso de servir ........................................................................................ 51 2.4.2 Características do comportamento servidor ......................................... 52 3 RELAÇÃO ENTRE ELEMENTOS DO COMPORTAMENTO SERVIDOR E AS COMPETÊNCIAS DOS PROFISSIONAIS DE VENDAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO ....................................................................... 3.1 55 ELEMENTOS DO COMPORTAMENTO SERVIDOR E AS COMPETÊNCIAS DOS PROFISSIONAIS DE VENDAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO.......................................................................... 58 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................. 59 4.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA ...................................................................... 59 4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA DA PESQUISA ............................................. 60 4.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA ............................................................... 62 4.4 COLETA DE DADOS ................................................................................. 67 4.5 VARIÁVEIS ANALÍTICAS (OU DE ESTUDO) ........................................... 68 4.6 TRATAMENTO DOS DADOS .................................................................... 69 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................. 71 5.1 PERFIL DOS RESPONDENTES ............................................................... 71 5.1.1 Perfil dos respondentes apresentados em dois grupos: clientes e corretores de imóveis.............................................................................. 5.2 71 PERCEPÇÃO DOS CORRETORES DE IMÓVEIS E CLIENTES DO MERCADO IMOBILIÁRIO QUANTO AO C. S. ................................... 74 5.2.1 Análise dos elementos quanto ao grau de importância dos corretores de imóveis.............................................................................. 74 5.2.2 Análise dos elementos quanto ao grau de desempenho dos corretores de imóveis.............................................................................. 5.2.3 Análise dos elementos quanto ao grau de importância dos clientes .. 78 80 5.2.4 Análise dos elementos quanto ao grau de desempenho dos clientes .. 82 5.3 COMPARATIVOS DA PERCEPÇÃO DE CLIENTES VERSUS CORRETORES DE IMÓVEIS .................................................................... 85 5.3.1 Comparação dos elementos quanto ao grau de importância e desempenho dos corretores e clientes ................................................. 85 5.3.2 Comparação dos atributos quanto ao grau de importância e desempenho dos corretores e clientes ................................................. 86 5.3.3 Matrizes de importância e desempenho de clientes e corretores de imóveis ..................................................................................................... 88 5.3.4 Análise comparativa entre as médias de Importância e as lacunas de desempenho ......................................................................... 5.4 93 RELAÇÕES DO DESEMPENHO DOS CORRETORES DE IMÓVEIS COM O COMPORTAMENTO SERVIDOR ................................................ 96 5.4.1 Análise dos elementos quanto ao grau de desempenho por tempo de atuação no mercado imobiliário ............................................ 96 5.4.2 Análise dos elementos quanto ao grau de importância e desempenho por frequência de cumprimento de metas............................................. 97 5.4.3 Análise dos elementos quanto ao grau de importância e desempenho por retenção de clientes................................................... 100 5.4.4 Análise dos atributos quanto ao grau de importância e desempenho por retenção de clientes................................................... 102 6 CONCLUSÕES ......................................................................................... 105 6.1 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS ................................................................... 107 6.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA .................................................................... 107 6.3 FUTURAS PESQUISAS ............................................................................ 107 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 109 APÊNDICES .............................................................................................. 116 17 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO As relações comerciais vêm mudando no mercado. A oferta maior que a demanda, a concorrência e a facilidade de acesso às informações fizeram com que atender às necessidades do cliente deixasse de ser um diferencial, mas sim, um fator de sobrevivência das empresas. No mercado imobiliário especificamente, a alta mobilidade do capital, transformou o setor em um dos mais atrativos investimentos do capitalismo contemporâneo, propiciando a expansão da atividade, em um ambiente com pouca interferência de mecanismos reguladores (QUEIROZ, 1998). Porém, a complexidade do mercado requer uma nova concepção em vendas, bem como uma filosofia de marketing baseada em relacionamento (KOTLER; KELLER, 2012). Mas nem sempre se atribuiu a devida importância ao profissional de vendas e ao vendedor, que, no contexto histórico no período em que o foco era vender o produto ou serviço sem a preocupação com o cliente, contribuiu para a percepção negativa da profissão até a atualidade. Conquistar e manter os clientes exige profissionais qualificados e que possuam entendimento e prática em relacionamentos comerciais (ALPERSTEDT et al., 2011). Assim, os profissionais que projetam o sucesso necessitam oferecer mais que bons produtos ou serviços, necessitam oferecer valor de custo-benefício superior para seus clientes (GORDON, 2004). Para alcançar a diferenciação, a construção de relacionamento de qualidade com os clientes se dá no modo de servir (CARVALHO, 2011). Os serviços orientados para o relacionamento, quanto às percepções de qualidade dos clientes, se propagam e se transformam com o tempo, à medida que o relacionamento prossegue (GRÖNROOS, 2009). Os serviços profissionais, administrativos e complementares, demonstraram, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2014), um crescimento em maio de 2014 de 7,8%, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, contra 5,2% em abril. Sendo que, serviços técnico-profissionais, que abrangem os serviços intensivos em conhecimento, cresceram 6,7%. Com o aumento no volume de vendas ao ano no setor de serviços, segundo Grönroos 18 (2009), as empresas se orientam cada vez mais para o mercado e nos últimos anos, como uma estratégia para o crescimento das organizações, têm deixado de lado a orientação para o produto, passando a se orientar para o mercado, com o foco na necessidade e desejo do cliente, objetivando os “Serviços”. Para Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), a orientação para serviço é apontada como elemento de diferenciação competitiva, na qual uma das principais atribuições do gestor é relacionar o comportamento organizacional de modo que possa agregar valor de diferenciação para o cliente, permitindo que a empresa materialize suas práticas para torná-las um diferencial competitivo. De acordo com Kotler e Keller (2012), as empresas precisam entender as necessidades, desejos e demandas do seu mercado, e a partir de tais pressupostos, adotar uma estratégia voltada para o cliente. Para tanto, torna-se necessário que o vendedor tenha a visão de antecipação às necessidades e proporcione relacionamentos que visem a parceria e o entendimento do negócio do cliente, sendo um elo entre as organizações. Nesse contexto, Nóbrega (2009), refere-se a executar atividades que proporcionem atender de forma servidora às expectativas do cliente. Desse modo, na abordagem de serviço, com o foco voltado para o senso de servir, o autor destaca o comportamento Servidor e os elementos como responsabilidade, simplicidade, renúncia, iniciativa, desejo de ajudar e práticas do bem. Parece claro afirmar que, os mesmos possam vir a contribuir para um vendedor servidor e comprometido com as reais necessidades do cliente. 1.2 PROBLEMA E QUESTÃO DE PESQUISA A partir da importância em desenvolver diferenciais competitivos e obter destaque no mercado, garantindo melhores resultados e criando valor perante o cliente, os profissionais de vendas se deparam com um enorme desafio. Mas ao conquistar o cliente com esses diferenciais, a satisfação poderá acarretar na recomendação positiva, resultado de um atendimento distinto dos demais. E ainda, a orientação em servir, com uma proposta única de valor, personalizada, adequada e que supere às expectativas, poderá contribuir para um relacionamento de longo prazo com o cliente. Diante das considerações destacadas, o presente estudo configura-se numa 19 problemática voltada para avaliar: quão Servidor é o comportamento dos profissionais de vendas do mercado imobiliário? Dentre as contribuições esperadas, com base nos resultados, pretende-se compreender: como os elementos do comportamento Servidor se evidenciam em profissionais de vendas e de que maneira este conceito é percebido na prestação de serviço pelos clientes e pelos profissionais de vendas do mercado imobiliário. 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA 1.3.1 Geral Analisar a presença de comportamento servidor em profissionais de vendas do mercado imobiliário. 1.3.2 Específicos Identificar atributos de comportamento Servidor em profissionais de vendas; Avaliar a percepção de corretores de imóveis e de clientes sobre o comportamento Servidor do mercado imobiliário; Comparar a percepção de clientes e corretores de imóveis quanto ao comportamento Servidor do mercado imobiliário; Investigar interfaces entre o comportamento Servidor e o desempenho dos corretores de imóveis do mercado imobiliário; 1.4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA Esta pesquisa pretende contribuir para o mercado imobiliário, identificando as características do comportamento servidor a partir da ótica de clientes e de corretores de imóveis. O estudo torna-se relevante para academia, pois busca fazer uma relação entre a orientação para vendas e a orientação para servir nos profissionais de vendas. A relevância da pesquisa sobre comportamento dos profissionais de vendas pode ser constatada em Paiva e Melo (2008), que recomendam a realização de 20 estudos que forneçam novos elementos para o entendimento em processos de profissionalização. Do ponto de vista científico, há uma carência de estudos relacionados ao profissional de vendas e existe uma lacuna a ser preenchida na literatura. Há uma oferta de literatura comercial e uma ampla disseminação de teorias e técnicas na área de vendas, sendo muitas descontextualizadas e carentes de aprofundamento científico. Do ponto de vista prático, a abordagem, o conhecimento do mercado, bem como o entendimento das competências, habilidades, conhecimento técnico e atitudes que promovam o relacionamento com os clientes, partem, em grande parte nas organizações, destes profissionais. Estes representam as empresas em que atuam, tanto no ambiente externo como interno das organizações, recebendo investimentos e ferramentas para o alcance das metas organizacionais. Contudo, “o gerenciamento da força de vendas, em algumas empresas, ainda é negligenciado pelo marketing” (MCDONALD, 2013, p. 374). Especificamente, acerca de corretores de imóveis, o gerenciamento e o entendimento das competências, habilidades e conhecimento técnico necessário, tornam-se relevantes para um mercado altamente competitivo e diversificado, impondo ao corretor a flexibilidade e a expertise, ao lidar com dois clientes simultaneamente e aparentemente em conflito de interesses: um em comprar e outro em vender. Portanto, espera-se que os resultados deste estudo contribuam para o mercado imobiliário e proporcionem aos profissionais, as práticas do senso de servir, e destaquem, a partir dos construtos abordados e a análise empírica dos resultados, os atributos dos vendedores servidores. 21 2 REFERENCIAL TEÓRICO Esta pesquisa está direcionada à questão: quão servidor é o comportamento dos profissionais de vendas do mercado imobiliário? Isto remete a realizar uma revisão teórica sobre o marketing de relacionamento e a atividade de vendas. E ainda, através desta revisão, identificar as interfaces entre a orientação para vendas e a orientação para serviço, bem como identificar elementos do comportamento servidor em profissionais de vendas, especificamente, em corretores de imóveis. Para tanto, esta revisão abordará os estudos relacionados à área de vendas no mercado imobiliário e as interfaces entre os elementos do comportamento Servidor. E a partir da relação dos construtos, elencar atributos de competências de comportamento Servidor de profissionais de vendas do mercado imobiliário, aplicáveis às questões de trabalho para a pesquisa empírica. 2.1 MARKETING TRANSACIONAL versus MARKETING RELACIONAMENTO Nas décadas de 60 e 70, nas relações comerciais, a visão de atendimento ao cliente era efetuar a venda e entregar o produto. Com o aumento da concorrência, a partir das décadas de 80 e 90, as empresas começaram a se preocupar com a satisfação do cliente. Surgem novas formas de interação, como Customer Relationship Management (CRM) e Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) visando à qualidade do atendimento. Ao final da década de 90 e nos anos seguintes, a preocupação das empresas passa a extrapolar apenas a satisfação do cliente, tornando-se necessário antecipar os desejos do cliente, e o atendimento deixa de ser uma atividade de apoio às vendas e passa a ser o elemento principal da gestão do relacionamento (ZENONE, 2010). A transação comercial existe desde que os homens começaram a negociar bens e serviços, no processo inicial de troca. A partir da competição global nas organizações, estes relacionamentos adquirem caráter de gestão estratégica, o que colocou o poder nas mãos dos clientes (WILSON, 1997). Desta maneira, clientes exigem ofertas de maior valor que possam satisfazê-los e até mesmo superar às suas expectativas. Para Grönroos (2009), as empresas em geral precisam adotar uma visão mais abrangente do valor para os clientes, procurando construir estrategicamente uma plataforma competitiva que “satisfaça às necessidades 22 desses clientes da maneira mais conveniente possível, minimizando o gasto de tempo e energia nas atividades de pesquisa”, encomenda e recebimento dos bens e serviços. Em mercados altamente substancialmente consumidores competitivos, satisfeitos a significa habilidade uma de grande agregar vantagem competitiva, pois a ênfase baseada na transação em vendas está sendo substituída pela ênfase baseada no relacionamento (FERREIRA, 2008). No Quadro 01, Zenone (2010) apresenta a evolução da visão de atendimento aos clientes. Quadro 01 – Evolução da visão de atendimento. TRANSAÇÃO COMERCIAL RELACIONAMENTO COMERCIAL Atividades de apoio às vendas Atividades de gestão de relacionamento Visão tática Visão estratégica Efetuar a venda Acompanhar a evolução do cliente Receber e encaminhar as reclamações Antecipar as necessidades Telemarketing Telemarketing, e-mail, internet, telefone. ATENDIMENTO AO CLIENTE Fonte: Adaptado de Zenone (2010, p.17). O marketing transacional caracteriza-se basicamente em transações comerciais e direciona-se a atender às expectativas de curto prazo, orienta-se nas características dos produtos e quase não há ênfase em serviços (PAYNE, 2000). De acordo com Grönroos (2009, p. 327), o conceito de marketing de relacionamento: É identificar e estabelecer, manter, ampliar e terminar, quando necessário, relacionamentos com clientes e outros interessados, com lucratividade, de maneira que os objetivos das partes sejam atendidos, e que sejam realizados pela mútua troca e preenchimento de promessas. Segundo Gordon (2000), identificar a criação de novos valores para clientes individuais, e comunicá-los de forma personalizada e relevante são formas de relacionamento que proporcionarão benefícios às parcerias de negócio. Nesse contexto, quanto a insatisfação com o modelo clássico baseado na troca, alguns autores propõem uma evolução e mudanças de paradigmas em marketing, e consoante Grönroos (2009), há uma evolução do marketing transacional para o marketing de relacionamento. De acordo com Madruga (2010) existem diferenças entre as duas formas de se praticar o marketing nas empresas. No Quadro 02, o autor destaca algumas destas diferenças, no qual as empresas interagem com os clientes através de dois mecanismos distintos: mecanismo relacional, cujo interesse está na relação entre 23 ambos e o mecanismo transacional, cujo objetivo é a transação financeira, absolutamente. Quadro 02 – Algumas diferenças entre as duas formas de se praticar o marketing nas empresas. Princípios Foco Valores Planejamento Estratégico Planejamento de marketing Horizonte temporal Gestão de pessoas Marketing Transacional Transação Satisfação do acionista Marketing de Relacionamento Relacionamento duradouro Satisfação do cliente Alta administração Compartilhado com a operação Produtos, Serviços e Propaganda. Curto prazo Vistos como recursos estratégicos Interatividade, relacionamento e marketing interno. Longo prazo Reconhecidos e recompensados através do endomarketing Recompra, Indicação, cross selling, upselling Satisfação, índice de retenção e indicação. Satisfação, preferências, nível de interatividade. Personalizada e relevante Origem das receitas Transações ocasionais Indicadores dominantes Marketing share e top of mind Pesquisas junto ao cliente Comunicação Satisfação e grau de fixação da marca Em massa Fonte: Adaptado de Madruga (2010). Segundo Gordon (2000), o marketing de relacionamento possui seis dimensões: criar novo valor; reconhecer o valor que o cliente deseja; provocar mudanças da empresa para adaptá-la ao valor desejado do cliente; colaboração do vendedor e do comprador; manutenção contínua da união entre empresa e cliente; e a busca contínua por uma cadeia que visa criar o valor desejado pelo cliente. Estas dimensões visam à manutenção e a conquista contínua do cliente, proporcionando relacionamento duradouro nas organizações. Ao longo do relacionamento com o cliente, com o propósito de oferecer um melhor entendimento a respeito do marketing de relacionamento, Lindgreen (2001) desenvolveu um modelo analítico a partir de ampla revisão teórica, definindo como construtos a comunicação, confiança, compromisso, cooperação, valores partilhados, conflito, poder, comportamento sem oportunismo e interdependência. Na Figura 01, compreendendo as atividades do marketing de relacionamento, estão os objetivos da empresa para com os clientes, os construtos necessários e os instrumentos ou ferramentas essenciais. 24 Marketing de Relacionamento Objetivos • Satisfação dos clientes • Prazer dos clientes • Participação de mercado • Retenção de clientes • Lealdade Definição dos construtos • Confiança • Compromisso • Cooperação • Comunicação • Valores partilhados • Conflito • Poder • Comportamento sem oportunismo • Interdependência Instrumentos • Marketing direto • Banco de dados • Gerência qualidade • Marketing de serviço • Parceria • Escutar Figura 01 – Modelo analítico do marketing de relacionamento. Fonte: Adaptado de Lindgreen (2001, p.76). Quanto ao entendimento dos construtos do Modelo Analítico do Marketing de Relacionamento, Peppers (2012), descreve confiança como vantagem competitiva, sendo uma variável universal quanto à interação ou troca entre humanos. Nos estudos de Ferreira (2008), a confiança foi considerada pelos vendedores pesquisados, como um atributo que influencia positivamente na renovação de contratos. Compromisso representa uma parte integral e central de qualquer relacionamento de negócios (MORGAN, 2002). A cooperação se faz existente entre as partes, quando juntas se empenham em realizar objetivos mútuos, sendo, de acordo com Lindgreen (2001), fator necessário para o sucesso nos relacionamentos. A comunicação está presente nos diálogos de vendas na forma escrita, oral, visual e atualmente, digital. O autor do modelo destaca que o estilo da redação, a tonalidade da voz, o gestual e o conteúdo da comunicação definem as impressões de ambas as partes. Bem como os valores partilhados, de acordo com o mesmo autor, são as crenças e atitudes que permeiam a organização, influenciando os valores individuais dos funcionários. Para Morgan (2002), a existência de pontos de vista rivais pode gerar conflito nas organizações, o que não significa necessariamente um problema, podendo inclusive melhorar a qualidade da tomada de decisões. Nas organizações, quando indivíduos possuem a capacidade de mudar o comportamento, a atitude e a 25 convicção de outros, estes buscam o poder para promover seus interesses próprios (LINDGREEN, 2001). Ainda de acordo com o autor, para promover o relacionamento duradouro, o comportamento sem oportunismo é imperativo, sendo oportunistas aqueles envolvidos em mentiras, bem como, violar os acordos entre as partes. Por fim, a interdependência se dá, segundo o autor, quando as partes realizam em conjunto investimentos na manutenção do relacionamento. Miguel (2004), em um estudo que visava identificar competências essenciais em vendedores do segmento alimentício, consolidou os construtos de Lindgreen (2001), em parte dos estudos empíricos aplicados. 2.1.1 Orientação para vendas versus orientação para servir Segundo Kotler e Keller (2012, p. 138), “o cliente é a razão da existência da empresa, fonte geradora de lucro”. Portanto, “as empresas devem estar orientadas para servir o cliente, colocando-os no topo do organograma e mantendo todos os setores focados para atender suas expectativas” (ZENONE, 2010). Na figura 2, percebe-se a mudança de visão das empresas focadas no cliente em que o cliente assume o topo da pirâmide. Figura 02 – Mudança de visão das empresas focadas no cliente. Fonte: Zenone (2010, p. 21). Figura 02 – Mudança de visão das empresas focadas no cliente. Fonte: Zenone (2010, p. 21) A lealdade de um cliente, de acordo com Zeithaml, Berry e Parasuraman (1996), influencia positivamente a lucratividade da empresa, na qual o cliente satisfeito provavelmente recomendará e comprará serviços adicionais. Segundo Hogan, Lemon e Rust (2002), a empresa focada no cliente tem seus custos de 26 comunicação diminuídos, pois o cliente satisfeito fica mais indiferente às ações dos concorrentes e promove vendas futuras indicando positivamente o produto e a marca em seus círculos de contato. Além disso, a empresa deve ter ética e compromisso com o cliente, fortalecendo desta forma, a lealdade com relação à escolha da marca. Decomier e Beirn (2003), afirmam que muitos vendedores e gerentes de vendas se enganam ao acreditar que as técnicas de manipulação estão intimamente relacionadas com o processo de vendas. Na verdade, a concretização da venda depende da consciência sobre as necessidades urgentes. Neste aspecto, gerentes de marketing e vendas podem auxiliar no incremento de vendas através da utilização de apropriadas e oportunas informações, tais como razões inovadoras para compra, ou pontos fortes e fracos da concorrência. Para Ingram et al (2007), muitas organizações têm usado a ética como ponto chave para as vendas, uma vez que muitos compradores levam em consideração a reputação ética da empresa no momento da decisão de compra. Segundo o autor, tradicionalmente, organizações de vendas têm foco no desenvolvimento, comunicação e aplicação de leis e códigos de ética para aumentar o comportamento ético dos vendedores. Além do compromisso ético e transparência nas relações comerciais, os clientes exigem ofertas de maior valor que possam satisfazê-los e até mesmo superar as suas expectativas. Aumentar o valor para o cliente poderá proporcionar um relacionamento de longo prazo com ele (ZENONE, 2010). Em um estudo comparativo sobre o perfil ético dos profissionais do marketing e dos profissionais de vendas, Singhapakdi e Vitell (1992), concluíram que, na atuação profissional, estes tendem a valorizar mais seus interesses pessoais. Cativar o cliente significa surpreendê-lo quanto às suas expectativas. Segundo Moreira (2007), ser honesto é uma das formas mais simples de cativar o cliente. Para Churchill e Peter (2013, p. 73), “a ética exige honestidade no trato com clientes”. O estudo realizado por Malshe e Sohi (2009), baseado em 49 entrevistas com profissionais de vendas e profissionais de marketing, indicou que a obtenção de vendas realizadas com estratégias de marketing consiste em quatro componentes chaves: (1) persuasão objetiva e racional; (2) sensibilidade e capacidade de resposta; (3) envolvimento em estratégias de criação e (4) posicionamento para o sucesso. 27 Essa realidade faz com que as organizações busquem maior comprometimento com os seus clientes (PARVATIYAR; SHETH, 1994). Com a oferta de produtos e serviços similares, o cliente passou a ser o foco das organizações. Contudo, a forma tradicional das relações comerciais baseada em transações e não em clientes, ainda são o modelo de muitas organizações (MADRUGA, 2010). Para Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), a orientação para serviço tem sido apontada como elemento de diferenciação competitiva entre as empresas e organizações, na qual uma das principais atribuições do gestor é relacionar o comportamento organizacional de modo que possa agregar valor de diferenciação para o cliente, permitindo que a empresa materialize as suas práticas para torná-las um diferencial competitivo. Segundo Grönroos (2009), a orientação para serviço deve ser pautada na oferta de uma grande variedade de serviços acrescentados ao produto central, seja este um bem tangível ou um intangível, de forma a agregar valor em relação aos seus concorrentes com a mesma qualidade e preço de produtos centrais. Porém, o conhecimento total das características de um determinado produto ou serviço não se limita ao conhecimento das técnicas ou atributos, mas sim aos benefícios que poderá proporcionar ao cliente. Estes benefícios serão a parte intangível. “A parte tangível é constituída pelos atributos ou características físicas do produto, a parte intangível é identificada pelos símbolos ou valores que o produto confere ao seu possuidor” (COBRA, 2001, p.97). Isso permite afirmar que, a argumentação dos profissionais de vendas deve ressaltar as soluções e benefícios que o produto ou serviço trará ao cliente, redirecionando suas ações com o foco em vendas para o foco em servir. “Um cliente não compra um produto pelo que ele é, mas sim pelo que ele faz por ele” (GRÖNROOS, 2009). 2.2 VENDAS A atividade de vendas se destaca por projetar a imagem que a empresa procura enfatizar no mercado, através da comunicação de vendedores ou consultores, que têm função relevante no contato diário com os clientes e nas atividades de comercialização (LAS CASAS, 2010). Se esta imagem se preocupar 28 com a satisfação do cliente, parece claro afirmar que, vender é mais do que a entrega de um produto ou serviço por um custo estimado, é a entrega de um benefício que se adeque à necessidade de um mercado. 2.2.1 Histórico de vendas As primeiras atividades de trocas remontam a mais de três mil anos A.C. Na Grécia Antiga, a troca já era denominada venda e os primeiros mercadores mesopotâmicos já utilizavam o termo vendedor. Mas somente a partir da revolução industrial, quando a oferta de produtos passou a ser maior que a demanda é que surgiu o profissional de vendas como denominado na atualidade. O papel dos vendedores se intensificou, o que proporcionou o crescimento do comércio e a relevância da atividade de vendas (COBRA, 2001). Na era da produção, antes de 1930, a demanda pelos produtos excedia a oferta e o vendedor praticamente tirava pedidos. O foco era a produção e não os clientes. O papel do vendedor passa a ser relevante após a queda da bolsa de valores de Nova York, pois diminuiu o número de compradores e a competição tornou-se intensa entre os fabricantes. A partir de 1960, a filosofia do marketing determina atentar às necessidades e à satisfação dos clientes e os vendedores tornam-se solucionadores de problemas. Somente a partir de 1990, a parceria entre vendedores e compradores começou a se desenvolver em atividades de relacionamento, com a necessidade de criação de valor pelos profissionais de vendas, alinhando soluções que objetivem a lucratividade e a relação de satisfação mútua entre as empresas (CASTRO; NEVES, 2008). A evolução da venda pessoal, segundo Castro e Neves (2005), fica apresentada no Quadro 03, a qual as orientações seguidas pelos vendedores se distinguem nos diferentes períodos históricos, sendo que, algumas dessas antigas orientações ainda existem na atualidade. Para o autor, se está na era da parceria, na qual o papel do vendedor é agregar valor e promover relacionamentos de longo prazo com os clientes, criando alternativas para um comprador que possui a mesma aptidão de um vendedor. 29 Quadro 03 – A evolução da venda pessoal. ERA Período PRODUÇÃO Antes 1930 VENDAS 1930-1960 Objetivo Realizar vendas Realizar vendas Orientação Necessidades Curto prazo Vendedor Necessidades Curto prazo Vendedor Papel do vendedor Provedor Persuasor Conseguir Convencer pedidos, comprador a Entregar comprar mercadorias. Fonte: Adaptado de Castro e Neves (2008). Atividades do vendedor MARKETING 1960-1990 Satisfazer necessidades Necessidades Curto prazo Comprador Solucionador Problemas Igualar ofertas com necessidades do comprador PARCERIA Após 1990 Construir parcerias Necessidades Longo prazo Comprador e vendedor Criador de valor Criar alternativas, igualar necessidades. Comprador com aptidão de vendedor Segundo Dias et al (2003), a venda pessoal é uma ferramenta do composto de comunicação de marketing, sendo realizada de forma pessoal e direta entre a organização e seus clientes. Atualmente, a maioria das indústrias conta com uma força de vendas profissional para prospectar os clientes potenciais, transformá-los em clientes relacionais e aumentar os negócios. Kotler e Keller (2012) propõe, no Quadro 04, uma classificação quanto à força de vendas: Quadro 04 – Classificação da força de vendas de acordo com sua complexidade. TIPO PRINCIPAL TAREFA/FUNÇÃO A entrega é sua principal tarefa e possui a menor complexidade dentro Entregador desta escala, como por exemplo, os entregadores de jornais. A principal tarefa é visitar o maior número de clientes possíveis para Representante de realizar os pedidos de vendas, porém, dispensando pouca atenção para a Conta argumentação de venda. Temos como exemplo dos vendedores de bebidas. Sua principal é construir a imagem do produto aos influenciadores do Missionário ou processo de compra. O maior exemplo são os propagandistas da Propagandista indústria farmacêutica Além da atividade de vendas, tem também como principal tarefa servir Técnico ou como consultor técnico, como por exemplo, empresas de equipamentos Engenheiro de Vendas de segurança patrimonial. Busca identificar as principais necessidades do cliente, dentro de sua área de atuação, e oferece uma melhor solução de bens e/ou serviços Vendedor de Soluções para satisfazê-la. Os profissionais do ramo de tecnologia e informática são os melhores exemplos. Está no topo da escala como a maior a atividade de vendas mais Vendedor de complexa, pois o profissional comercializa produtos intangíveis, como, Intangíveis seguros, cursos, etc. Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2012). Levando em consideração as características das funções desempenhadas e ordenando numa escala de menor qualificação, como um simples entregador, até a maior complexidade de vendas – a venda de serviços ou intangíveis, o autor afirma 30 que, a venda pessoal é o método mais eficaz em termos de custo nas etapas finais do processo de compra, especialmente na formação da preferência, decisão e atitude do consumidor. Observando a classificação da força de vendas e a sua complexidade, de maneira geral, percebe-se que, os tipos de vendas têm pouca visibilidade quanto às suas peculiaridades, desde a existência desta antiga atividade. Ferreira (2011), em uma pesquisa que pretendia identificar a orientação de vendas em uma agência bancária, nos estudos empíricos realizados junto aos vendedores da agência, verificou uma marcante orientação internalizada pelos vendedores em busca de reforçar habilidades em convencimento e persuasão. Entretanto, uma menor percepção de competências importantes para a venda foi observada, como a empatia e a assertividade. A função vendas nas empresas não está necessariamente, no mesmo degrau em determinado tempo. Porém de acordo com Wotruba (1991), os estágios são crescentes e assim descritos: Provedor – atividades limitadas a aceitar pedidos conforme a oferta do produtor e conveniência do consumidor; Persuasor – tentativas em convencer a compra; Prospector – busca por consumidores com uma necessidade e recursos para adquirir os produtos; Solucionador de problemas – a fim de transformá-los em necessidades a serem atendidas e Procriador – colaboração comprador-vendedor, e criação de ofertas exclusivas que atendam às necessidades cliente. De acordo com Futrell (2014, p. 04): No mundo dos negócios, a venda pessoal refere-se à comunicação pessoal e informações para persuadir um potencial cliente a comprar algo – um bem, um serviço, uma ideia ou outra coisa que atenda suas necessidades individuais. Para cada indústria há diferentes denominações e funções de vendas, que vem evoluindo de acordo com as mudanças e transformações do mercado. No Quadro 05, baseado em Las Casas (2010), mostram-se alguns tipos de vendas e suas características, sendo denominadas vendas: tradicional, criativa, missionária, consultiva, negociação, colaboração, SPIN, equipe e personalizada. 31 Quadro 05 – Tipos de vendas. Venda tradicional O vendedor realiza uma transação comercial com mensagens sobre o produto e suas características visando impor ao comprador as vantagens que ele conseguirá com seu produto. Venda criativa Compreende a utilização de técnicas criativas e inéditas sobre os produtos e abordagens. Seu objetivo é gerar novas e impactantes impressões nos compradores levando-os a considerarem as mensagens interessantes para fechamento da venda. Venda missionária Quando a missão do vendedor atende vários canais de distribuição de bens industriais atuando como consultor e conselheiro, compartilhando conhecimentos. Venda consultiva O processo da venda consultiva destaca o vendedor como um profissional empenhado em melhorar a lucratividade de seus clientes. O vendedor consultor deve ter o foco no foco do cliente. E entender do negócio do cliente, atuando como uma consultoria de vendas, decidindo conjuntamente qual a melhor compra para a empresa. Venda negociação Nos vendedores profissionais, torna-se imperativo possuir habilidades negociadoras, mesmo que não percebam esta habilidade. Da mesma forma os compradores profissionais. A atitude ideal na venda negociação é aquela em que vendedor e comprador se tornam parceiros e ambos buscam a solução "ganha-ganha". Venda colaboração Não manipulativa - esta técnica incentiva o vendedor a se sentir "não culpado" desenvolver vendas. Em contraponto à venda tradicional, o vendedor não manipulativo constrói um relacionamento transparente alicerçado em confiança. Venda SPIN Esta venda descreve as questões que o vendedor precisa formular antes de abordar nos consumidores, relacionadas a: situação, problema, implicações e necessidade recompensada. Venda em Equipe Um grupo de profissionais trabalhando em equipe para atender o cliente e ajudá-lo na estratégia de negócios a fim de obter maior lucratividade. Venda personalizada Nesta venda torna-se necessário identificar características pessoais e saber diferenciá-las com mensagens que atendam as preferências pessoais. Fonte: Elaborado pela autora a partir de Las Casas (2010). 2.2.2 Teoria e prática de vendas Segundo Kotler e Keller (2012), o conhecimento do produto, do cliente, do mercado e da concorrência corrobora na concretização de novos negócios, e deve ser empregado pelo consultor. Assim, consoante Peixoto (2003), o vendedor deve possuir informações estratégicas através de pesquisas e mapeamento do mercado, a fim de analisar as distintas oportunidades de negócio com maior ou menor grau de importância, aumentando os resultados através de um plano de vendas. Nesse contexto, a adequação das mensagens e a flexibilização das mesmas, de acordo com grupos específicos de clientes, seguem, segundo Miguel (1995), os seguintes passos: Busca de informações essenciais sobre os clientes com perspectiva de negócios, antes ou durante a interação. 32 Desenvolvimento de táticas de abordagens com base nessas informações. Adaptação e transmissão de mensagens pessoais aos clientes com perspectiva de negócios. Avaliação dos resultados das abordagens e mensagens pessoais utilizadas. Ajustamento das mensagens pessoais conforme a avaliação. A forma de prestar informações e serviços e a comunicação, transmitida pelo profissional de vendas corporativas, pode afetar o relacionamento e a satisfação dos clientes. Deve-se somente persuadir o cliente quando tiver plena convicção de que suas ofertas atendam plenamente às suas necessidades (MIGUEL, 1995). A evolução do marketing nas relações comerciais estimulou os pesquisadores a desenvolverem modelos e práticas para as interações comprador-vendedor. Para Castro e Neves (2006), as orientações práticas e os treinamentos em vendas são necessários para qualificação dos profissionais e orientam os gestores sobre o que treinar nas principais etapas da venda. Ainda de acordo com o autor, uma das técnicas de abordagem de vendas (Quadro 06) consiste na metodologia conhecida como “A Ponte”, assim denominada, a fim de projetar uma ligação entre o vendedor e o cliente, na qual destaca seis passos: Abordar positivamente – no qual tem por objetivo conquistar a simpatia e confiança do cliente; Pesquisar o cliente – conhecer as suas motivações e necessidades e descobrir não somente “o que” ele procura, mas principalmente o “por que” ele procura determinado produto ou serviço; Oferecer uma demonstração envolvente – encantar o cliente apresentando os benefícios, vantagens e diferenciais dos produtos ou serviços da empresa; Neutralizar as objeções – ter conhecimento amplo sobre seu produto ou serviço prevendo antecipadamente as possíveis objeções; Tomar a iniciativa e fechar a venda – direcionar o cliente ao fechamento do negócio de forma profissional e assertiva; Estender o relacionamento – desenvolver um relacionamento de longo prazo com cada cliente a fim de atrair, manter e fidelizar. 33 Quadro 06 – Técnica de abordagem de vendas “A Ponte”. Técnica de Abordagem de Vendas “A Ponte” Atitudes positivas criam imagens positivas e estimulam o Abordar positivamente cliente. Conhecer o cliente, suas expectativas, necessidades e Pesquisar o cliente motivações. Oferecer demonstração envolvente Envolver o cliente com os benefícios do produto ou serviço. Neutralizar objeções Negociar e superar as principais objeções colocadas pelos clientes. Tomar iniciativa e fechar a venda Conduzir o cliente para o fechamento do negócio. Estender o relacionamento Desenvolver e manter relacionamentos de longo prazo. Fonte: Adaptado de Castro e Neves (2006). Segundo as pesquisas de Junior e Campanholo (2013), nos estudos sobre uma empresa de consultoria e treinamentos em vendas, as técnicas e o tipo de abordagens contribuíram de forma positiva para o desenvolvimento do plano estratégico de vendas dos consultores profissionais. Kotler e Keller (2012) sugerem que os vendedores recebam treinamento para aprendizagem de métodos de análise e gerenciamento de clientes. Além disso, os conhecimentos das etapas da venda, são essenciais para obter resultados nas negociações de vendas, pois recaem em ter habilidades relacionadas à prospecção e qualificação, pré-abordagem, abordagem, apresentação e demonstração, superação de objeções, fechamento e por fim, acompanhamento e manutenção (KOTLER, 2002). Em Stanton e Spiro (2000, p. 48-51), tem-se como etapas iniciais de vendas: Prospecção e qualificação: O processo de vendas se inicia com a identificação dos clientes potenciais. Os vendedores qualificam os clientes por meio da análise de sua situação financeira, volume de negócios, exigências especiais e em termos de sua probabilidade de continuidade no mercado. Os vendedores têm de ser capazes de desenvolver suas próprias indicações para reconhecimento dos clientes potenciais. Os clientes devem ser classificados para se priorizar o atendimento. Pré-abordagem ou preparação da venda: Os clientes devem ser estudados o máximo possível (quais as suas necessidades, quem está envolvido na decisão da compra) para se decidir a melhor abordagem a ser empregada. Deve-se também considerar o melhor momento para a abordagem, pois muitos clientes estão ocupados em certas ocasiões. Ainda como etapa de venda, tem-se a abordagem, apresentada por Levy e Weitz (2000). Nesta etapa, inicialmente, o vendedor deve, para obter um bom começo de relacionamento, saber como saudar o comprador. Deve-se olhar diretamente em seus olhos, evitar distração e mostrar cortesia, como, por exemplo, 34 não os interromper. “A apresentação ao cliente deve ser agradável e positiva. A abordagem de um cliente é um método para chamar a atenção do cliente e gerar interesse na mercadoria rapidamente” (LEVY; WEITZ, 2000, p. 522-523). Prosseguindo, Kotler (2002) aponta a apresentação e demonstração, descrevendo que o vendedor, nesta fase, ao demonstrar o produto, deve apresentar de maneira que atraia a atenção e provoque o desejo de compra por parte do cliente. As características, bem como, os benefícios devem ser ressaltados de modo que fique claro a obtenção destes benefícios. Nesta fase, costuma-se utilizar três estilos de apresentação. A mais comum e habitual, de acordo com o autor, é a “abordagem enlatada”, na qual o vendedor já tem em mente toda a sua exposição que se resume aos pontos básicos do produto. Baseia-se no princípio estímuloresposta no qual o comprador é o agente passivo que pode ser induzido a comprar pelo uso de palavras de estímulo, imagens, termos e ações. Este tipo de abordagem é utilizado principalmente na venda porta a porta e por telefone. A abordagem planejada também é baseada no princípio estímulo-resposta, porém o vendedor identifica antecipadamente às necessidades e o estilo de compra do cliente para depois abordá-lo com uma apresentação planejada. A terceira é a abordagem de satisfação de necessidades, que busca as necessidades reais do cliente. Esta abordagem requer do vendedor muita habilidade para ouvir e solucionar problemas. Ele exerce o papel de um experiente consultor de negócios, esperando ajudar o cliente a economizar ou a ganhar mais dinheiro. De maneira geral, as apresentações podem ser melhoradas com o auxílio de folhetos, livretos, slides, vídeos, amostras de produtos e simulações em computador. De acordo com Friedman (2003), em seguida tem-se a superação de objeções, que trata sobre a questão de que os clientes, quase sempre, colocam objeções durante a apresentação de vendas ou quando solicitados a assinar o pedido. A resistência pode ser psicológica ou lógica. A resistência psicológica pode incluir a preferência por outras marcas, apatia, associações desagradáveis ao vendedor, ideias predeterminadas e aversão a tomar decisões. A resistência lógica envolve questões como resistência ao preço, prazo de entrega ou certas características do produto. Para superar estas objeções, o vendedor precisa treinar ampla e profundamente suas habilidades de negociação. Na sequência, Soldow e Thomas (1993) apontam o fechamento, e explicam que neste estágio o vendedor tenta fechar a venda. Porém, alguns não chegam ou 35 não obtêm êxito. Por vezes, se sentem sem confiança ou até desconfortáveis em pedir ao cliente que assine o pedido. Os vendedores precisam saber como identificar ações físicas, declarações ou comentários e perguntas dos compradores que sinalizem a hora do fechamento. Existem várias técnicas de fechamento. Pode-se solicitar o pedido, recapitular os pontos do entendimento, perguntar se o comprador tem preferência por A ou B, ou até mesmo oferecer incentivos específicos ao comprador para fechar a venda, como preço especial, quantidade extra sem cobrar ou um brinde. Após o fechamento da venda, conforme Moreira (2007), a última etapa diz respeito ao acompanhamento e manutenção, sendo que esta será necessária se o vendedor desejar assegurar à satisfação do cliente e novos negócios, devendo programar uma visita de acompanhamento após a recepção do pedido, para assegurar-se de que instalação, instruções e serviços sejam adequados. O vendedor deve desenvolver um plano de manutenção para garantir que o cliente não seja esquecido ou perdido para um concorrente. Para Friedman (2003), uma boa linha de abertura é essencial para o sucesso das demais etapas de vendas, incluindo ainda a etapa de fechamento experimental, confirmação e convites, sendo a sequência das mesmas a seguinte: 1. Abertura da venda 2. Sondagem 3. Demonstração 4. Fechamento experimental 5. Contornando objeções 6. Fechamento da venda 7. Confirmação – apoio na escolha do cliente 8. Convites – incentivar o retorno do cliente Na abertura da venda, Friedman (2003) afirma que é necessário vencer a diferença, estabelecendo o primeiro contato com o cliente. Para o autor, esta é uma etapa delicada, pois é comum o cliente dizer “não obrigado, estou só olhando”, sendo uma reação automática na qual o cliente a faz sem perceber e para tanto, a linha de abertura não deve priorizar venda e sim a conversa e a interação. Na etapa sondagem, o autor por sua vez, destaca a relevância em descobrir as razões que levaram o cliente a desejar determinado produto ou serviço, ou seja, “clientes não compram características, compram benefícios”. 36 Assim, na demonstração, “profissionais de venda escolhem pontos a serem valorizados para oferecer ao cliente”. Ainda em Friedman (2003), tem-se que o fechamento experimental, se trata de uma técnica para oferecer adicionais e aumentar vendas e lucro. A etapa que exige maior sensibilidade do vendedor é contornar as objeções, na qual o autor ressalta que o vendedor não deve desistir da venda, respeitando a opinião do cliente. A hora decisiva para a concretização da venda é o fechamento, na qual o vendedor deve criar vínculo com o cliente, seguindo pela confirmação e convites, apoiando a decisão de compra e estimulando o cliente a conhecer os novos produtos. Segundo Duarte (2009), “o vendedor não é o único elemento que possibilita a venda, existem ações e variáveis que devem ser analisadas para descobrir quais são as lacunas de vendas”. Nesse contexto, as empresas devem considerar os objetivos, as estratégias, a estrutura, o tamanho e a remuneração quando da constituição da equipe de vendas (KOTLER; KELLER, 2012). McDonald (2013) destaca o impacto das vendas pessoais para as organizações, mas condiciona sua eficiência ao alinhamento com a estratégia de marketing e ao planejamento e profissionalismo por parte dos vendedores. Assim, segundo os autores, sugere-se dedicação e especial atenção às competências dos profissionais de vendas, a fim de atuarem com eficiência e eficácia. 2.2.3 Vendas no mercado imobiliário As vendas no mercado imobiliário sofrem influência de diversos fatores macroeconômicos como: nível de inflação, políticas fiscais, políticas monetárias, renda, planos habitacionais, investimentos estrangeiros e de acordo com dados do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI), o mercado imobiliário está em constante transformação devido a níveis de confiança do consumidor, às taxas de juros cobradas nas transações imobiliárias financiadas, ao crescimento do PIB e a variação na renda per capita da população (COFECI, 2015). Nas últimas décadas, essa transformação se deu através da estabilização da economia e da redução das taxas de juros para o crédito habitacional, o que facilitou o acesso ao sonho da aquisição do imóvel. Em 2005, segundo a Advanced Financial Network, quando o salário mínimo no Brasil era de R$ 300,00, eram necessários uma renda familiar de pelo menos quinze salários mínimos para aquisição de um 37 imóvel. Atualmente é necessária uma renda familiar de apenas 05 (cinco) salários mínimos para aquisição de um imóvel através do crédito imobiliário (ADVFN, 2015). Neste sentido, por tratar-se de uma atividade complexa, investigar o mercado de imóveis é um desafio que envolve especificidades de um sistema de difícil compreensão da realidade de determinada área, sendo um importante setor da economia no mundo. Além disso, o bom resultado desta atividade proporciona o desenvolvimento de cidades e grupos sociais, gerando benefícios para as indústrias e consumidores que adquirem um imóvel residencial ou comercial (PEREIRA, 2013). Esse desenvolvimento, com abertura do capital e a mudança de cenário da economia brasileira nas últimas décadas, atrai investidores de diversos países. Segundo pesquisa realizada em 2012 pela Associação de Investidores Estrangeiros em Imóveis, formada por 200 organizações de investimentos de 21 países que detêm mais de US$ 2 trilhões em ativos sob gestão globalmente, o Brasil era considerado o segundo melhor mercado para investimento em imóveis entre os países emergentes, possuía subsídios ao crédito e financiamentos, além de atrair investidores para os eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 (AFIRE, 2015). Apesar das boas perspectivas e previsões para o setor, os resultados não foram os esperados. Além da ameaça de uma bolha imobiliária, devido às incertezas do período – especificamente, a Copa do Mundo e as eleições presidenciais em 2014, as incorporadoras se viram com estoques parados e sofreram quedas de novos lançamentos (SECOVI, 2015). Nesse mercado cada vez mais competitivo, a habilidade de realizar negócios, requer alto nível de qualificação do profissional e segundo o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI), a administração de uma carteira de clientes não requer somente os conhecimentos tradicionais em vendas. Nas vendas ou transações imobiliárias, é necessário analisar e avaliar de maneira racional a escolha mais adequada para o cliente, o que irá exigir qualificação do corretor de imóveis e profundo conhecimento técnico sobre seus produtos ou serviços, sua empresa, seus concorrentes e habilidades negociais (CRECI, 2014). Conquistar e manter clientes requer ainda, compreensão e prática do marketing de relacionamento e a capacidade de ampliação da participação de mercado. Cobra (2001) reforça que o vendedor tradicional não sobrevive em mercados altamente competitivos, sendo necessário, gradativamente, tornar-se um 38 consultor de negócios. Segundo o autor, a palavra-chave é relacionamento, e numa atividade consultiva de vendas, é essencial promover parcerias. Essas parcerias aparecem em diversos papéis atuantes nas negociações de compra e venda, sendo alguns aliados, outros apoiadores, e ainda os influenciadores e os decisores do negócio, tanto nas transações comerciais em geral quanto no mercado imobiliário (PEIXOTO, 2003). Nesse contexto, faz-se necessário identificar as competências relevantes às atividades consultivas de vendas, as quais contribuem para o fechamento de parcerias e negociações. 2.3 COMPETÊNCIAS Este capítulo trata da revisão teórica sobre os estudos das competências de profissionais de vendas e as competências de corretores de imóveis. Após as revisões da literatura dos dois construtos, apresenta-se a intersecção dos mesmos, resultando assim as competências essenciais dos vendedores do mercado imobiliário segundo os autores. A priori, entretanto, se faz necessário conceituar competência, para um melhor entendimento sobre seus principais conceitos, modelos e dimensões. 2.3.1 Estudos sobre competências: conceito, modelo e dimensões Para Parry (1996, p. 50, 1998, p. 60), competência consiste em: Um agrupamento de conhecimentos, atitudes e habilidades correlacionados, que afeta a maior parte de um trabalho, que se relaciona com o desempenho no trabalho, que pode ser medido com padrões preestabelecidos, e que pode ser melhorado via treinamento e desenvolvimento. Spencer e Spencer (1993) classificam as competências em dois níveis: ocultas ou visíveis. As competências conhecimentos e habilidades tendem a ser mais visíveis e fáceis de serem visualizadas e, portanto, se desenvolvem mais facilmente, conforme modelo na Figura 03 a seguir. 39 Autoconceito Autoconceito Traços Motivos Habilidades Conhecimentos Autoconceito Traços Motivos Visível Atitudes Valores Oculto Centro da personalidade: Muito difícil de desenvolver Habilidades Conhecimentos Superfície: Mais fácil para desenvolver Figura 03 – Modelo iceberg. Fonte: Adaptado de Spencer e Spencer (1993, p. 11 apud MIGUEL, 2004). Rabaglio (2010) divide em três grupos ou dimensões as competências dos profissionais, no qual a autora apresenta a matriz de competências CHA (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes), e descreve cada componente: 1. Conhecimentos – saber: consiste no conhecimento teórico, cursos, escolaridade; 2. Habilidades – saber fazer: é a experiência prática nos conhecimentos adquiridos, saber realmente como executar as funções estudadas; 3. Atitudes – querer fazer: refere-se às atitudes e comportamentos compatíveis com a atividade para que se utilizem os conhecimentos e habilidades com eficácia. As três dimensões da competência, também são abordados nos estudos de Durand (2006), no qual ele desenvolveu um modelo de competências, que de acordo com Figura 04, apresenta uma síntese das três dimensões da competência individual, com destaque para o caráter de complementaridade e interdependência entre elas. 40 Figura 04 – As três dimensões da competência. Fonte: Adaptado de Durand (2006). 2.3.2 Estudos sobre as competências dos profissionais em vendas Além de oferecer produtos e serviços que atendam às reais necessidades dos consumidores, a empresa depende da proficiência de seus profissionais, sobretudo dos vendedores, que possuem papel determinante no atendimento. A venda, embora também dependa das estratégias internas que a apoiam, tem, na figura do vendedor, o seu ponto crítico (ALPERSTEDT et al, 2011). Para Moreira (2007), não existe um perfil único do profissional de vendas. Cada tipo de venda exige qualificações distintas. O profissional mais adequado para uma determinada empresa será aquele que reúna atributos e qualidades que se aproximem do esperado pelos seus revendedores ou consumidores. De acordo com Parente (2014), algumas qualificações básicas são necessárias ao profissional de vendas e contribuem para estratégias de vendas bem-sucedidas na área comercial. O autor cita os seguintes atributos que contribuem para o sucesso de um vendedor: Comunicabilidade – facilidade na comunicação pessoal. É a base para o processo de vendas pessoal; Aparência pessoal – roupas limpas, cabelo penteado, bom hálito, postura e sorriso simpático; 41 Personalidade – sociabilidade, sinceridade, honestidade, confiabilidade, gosto por pessoas, disposição para o trabalho e para ajudar seu cliente, criatividade, entusiasmo; Conhecimento – conhecer bem o produto que vende e fazer com que o consumidor perceba que o vendedor é um especialista; Atitude – atitude positiva para si mesmo, para sua capacidade profissional, para os produtos que vende, para a empresa, para o cliente; Saber ouvir – demonstrar empatia, atenção e interesse no cliente, observálo, manter contato visual, perceber suas emoções. Saber fazer perguntas para esclarecer; Similaridade – pessoas com maior similaridade em geral se comunicam mais facilmente. Assim, lojas de produtos mais sofisticados devem ter profissionais sofisticados que conheçam bem o que estão vendendo; Adaptabilidade – adequar à linguagem, perceber necessidades, adaptar métodos de vendas, sem perder a identidade. O profissional de vendas é elo da empresa com os clientes, sendo a empresa para muitos dos clientes dela. É ele que traz as informações relevantes sobre o cliente. O perfil do profissional de vendas deve atender a diferentes elementos comportamentais, pessoais e de conhecimento, e estes podem ter uma relevância de maior ou menor grau de acordo com as especificidades da organização (CASTRO; NEVES, 2006). A revisão da literatura sobre a competência dos profissionais de vendas ressalta alguns estudos relevantes sobre o comportamento do vendedor no mercado. A fim de correlacionar as competências dos vendedores, os pesquisadores têm utilizado a taxonomia do modelo de Churchill e Peter (2013), que descreve seis fatores básicos de desempenho: 1. Fatores pessoais; 2. Habilidade; 3. Varáveis do papel; 4. Aptidão 5. Motivação; e 6. Fatores organizacionais e ambientais. 42 Duarte (2009), em seus estudos sobre as competências de vendedores de uma concessionária de veículos, identificou três grupos quanto às atitudes. O primeiro compõe-se por atitudes genéricas, que dizem respeito, sobretudo a uma postura proativa e determinada ao alcance de objetivos pessoais. No segundo atitudes “com relação ao próximo” que permitem ao vendedor posicionar-se positivamente diante dos clientes, demonstrando aspectos como simpatia, cordialidade, paciência e interesse em ajudar. O último grupo, composto por atitudes referentes à tarefa, envolve gostar de vender carros e manter firmeza durante as negociações com clientes. Após estudar cerca de 250 forças de vendas de empresas americanas e em torno de 100.000 vendedores, Stevens (1989) elaborou, por meio de teses e perfis psicológicos de vendedores, quatro tipos de abordagens em vendas e suas respectivas características comportamentais. O Quadro 07 descreve as abordagens e características dos vendedores. Quadro 07 – Abordagens e características de vendas dos estudos de Stevens (1989). ABORDAGENS CARACTERÍSTICAS Extrovertido Fechamento de vendas: Enérgico O vendedor começa usualmente com poucas, mas Otimista promissoras visitas e, agressivamente, inicia Trabalho ético forte contatos com os clientes enquanto emprega todas Competitivo as habilidades técnicas de vendas para fechar um negócio que inclui estabelecer rapidamente uma Espera por sucesso financeiro Atitude positiva necessidade emocional do produto ao comprador. Autoconfiança alta Orientação à carreira corporativa Venda Consultiva: Status e consciência da imagem Apropriada para um produto de alta tecnologia ou Acadêmico serviços “inteligentes”, como TI, telecomunicação, Paciente serviços legais ou consultoria. Paciência, contato Autoconfiante interpessoal e agressividade são necessários. Requer desenvolvimento rápido de relacionamentos Independência e autodesenvolvimento Orientação à equipe e consultoria. Sem impulsividade, não assume riscos Venda relacionamento: Tipificada como sendo Trabalho ético forte (sente-se culpado) altamente dependente em relacionamentos de Autossuficiente longo prazo entre vendedor e o cliente, o que Independente (não gosta de dar ordens) requer grande paciência ao longo do tempo para Cooperativo, Paciente construir um negócio. Tradicional, tende a ser conservador Venda demonstração: Requer pouco Baixa ambição de carreira envolvimento pessoal e pouco risco de rejeição Aborrecimento fácil pessoal. O sistema de remuneração e premiação Gosta de pessoas tem pouca relevância para o fechamento da venda. Energia física alta Nesta categoria estão os vendedores varejistas e Impulsividade vendedores de telemarketing. Tende a focar o lar e outros objetivos Fonte: Adaptado de Stevens (1989). 43 Uma vez que o objetivo deste trabalho é avaliar a presença de comportamento servidor nos profissionais de vendas e, para tanto, espera-se que os estudos da literatura relacionem os elementos do comportamento e as competências em vendas, as habilidades interpessoais, no Quadro 08 a seguir, de Rentz et al (2002), aparentemente, apresentam ser a de maior relevância para o estudo. De acordo com Durand (2006), no quadro 3, o elemento “Atitudes”, que Rentz et al (2002) trata como habilidade interpessoal, estão relacionados aos aspectos de cunho social e afetivo relativos à atividade profissional. Dizem respeito à forma como o sentimento do indivíduo, influencia sua conduta frente aos trabalhadores, às tarefas ou situações, podendo influenciar diretamente na forma de negociar e servir de quem presta o atendimento. Com o objetivo de consolidar as habilidades em vendas como um construto holístico, Rentz et al (2002), desenvolveram uma escala para medi-las. O modelo foi desenvolvido com três dimensões, de acordo com o Quadro 08 abaixo: Quadro 08 – Construto Holístico de Rentz et al (2002). Habilidades interpessoais Capacidade de expressão não verbal Habilidade em falar de modo geral Facilidade em compreender a comunicação não verbal dos clientes Capacidade de controlar demonstrações de emoções Capacidade de apresentar-se socialmente, possivelmente por ação. Capacidade de manipular os outros para controlar a situação Conhecimento e entendimento de comunicações verbais de outros Habilidades em vendas Capacidade em prospectar clientes Capacidade em qualificar perspectivas Capacidade em iniciar relacionamentos com perspectivas Capacidade em fechar a venda Capacidade em apresentar uma mensagem de vendas Capacidade em prestar serviços à conta Conhecimento técnico Conhecimento dos marcadores e produtos dos clientes Conhecimento dos procedimentos da própria empresa Conhecimento dos produtos, serviços e políticas de vendas dos concorrentes. Conhecimento da linha de produtos, incluindo dispositivos e benefícios dos produtos. Conhecimento das operações dos clientes e treinamento dos empregados Imaginativo ao oferecer produtos e serviços que atendam às necessidades dos clientes Fonte: Adaptado de Rentz et al (2002). Segundo Levy e Weitz (2000, p. 522), “o processo de vendas é um conjunto de responsabilidade dos vendedores para facilitar a decisão de compra do cliente”. 44 No modelo genérico para vendedores, as competências relevantes de acordo com Spencer e Spencer (1993) são: iniciativa, pensamento conceitual, pensamento analítico, entendimento interpessoal, especialidade técnica e orientação de serviços ao cliente. As competências para o desempenho elevado em vendas variam conforme as características da empresa e região, os produtos e os tipos de clientes, bem como o tempo de duração e a complexidade dos encontros de vendas. Os tempos de duração dos encontros podem ser curto, intermediário e longo, e segundo o autor, as respectivas posições de vendas foram consideradas no modelo genérico para vendedores conforme o Quadro 09. Quadro 09 – Modelo genérico de competências para vendedores. Modelo genérico de competências para vendedores Estabelece credibilidade. Direciona problemas e preocupações dos clientes. Impacto e Influência Influencia indiretamente. Simula mentalmente os efeitos das próprias palavras e ações. Estabelece objetivos desafiadores, mas realizáveis. Usa eficazmente o tempo. Orientação à realização (Melhora as operações dos clientes) (Foca oportunidades de potencial de lucro). Persiste, não desiste facilmente. Iniciativa Mede as oportunidades. (Responde às ameaças dos concorrentes) Compreende o comportamento não verbal. Entendimento interpessoal Compreende as atitudes dos outros e seus significados. Prognostica reações dos outros. Realiza esforços extras para satisfazer às necessidades do cliente. Orientação de serviços aos Descobre e satisfaz as necessidades subjacentes do cliente. clientes Dá continuidade a contatos e reclamações dos clientes. (Torna-se um conselheiro do cliente). Confiar nas próprias habilidades. Autoconfiança Aceitar desafios. Ter estilo otimista. Manter amizades no trabalho. Construção de relacionamentos Ter e usar rede de contatos. Antecipar-se aos obstáculos e preparar-se pra eles. Pensamento analítico Pensar em planos e explanações diversificados. Usar regras práticas. Pensamento conceitual Observar similaridades entre presente e passado. Procura de informação Obter informações de muitas fontes. (Conhecimento organizacional) Compreender o funcionamento da organização do cliente. Inicial – Conhecimento técnico Ter conhecimento técnico ou relevante sobre produtos. Os itens entre parênteses são relevantes somente para algumas posições de vendas. Fonte: Adaptado de Spencer e Spencer (1993, p. 173 apud MIGUEL, 2004, p. 156). 45 Martins (2010), em um estudo que investigou o relacionamento entre o cliente e o vendedor de vendas pessoais de seguro de vida, realizou entrevistas com 15 profissionais que possibilitaram a identificação de algumas atitudes que, segundo o autor, facilitam um relacionamento de confiança de longo prazo. Depois de muito estudo dos resultados, a pesquisa identificou 26 categorias, dentre elas o despertar das necessidades, a ética, a confiança interpessoal, a expertise, ouvir e o rapport. Quanto o despertar das necessidades, nos estudos do referido autor, vendedores agregam valor a seu produto conduzindo a negociação de forma que eles e os clientes, mutuamente, percebam a necessidade. Quanto à ética nas negociações, o depoimento de um dos entrevistados permite afirmar que, conduzir de forma ética influencia o fator confiança nos relacionamentos com o cliente. O cliente percebe que eu estou moldando um produto exatamente de acordo com a necessidade dele, que não posso vender na primeira visita. Assim, ele sente mais confiança. De acordo com Martins (2010), Expertise abrange o conhecimento, a competência e habilidade técnica, o que leva a consequências relacionais como satisfação, compromisso e retenção do cliente. O bom vendedor tem que descobrir um problema e como pode resolvê-lo. Para construir uma solução customizada, única, que preencha exatamente as necessidades do cliente, o vendedor tem que ser um excelente ouvinte. Quanto a ouvir, segundo outro vendedor entrevistado, a escuta é tarefa difícil de ser exercida. Tem vendedor que escuta, mas está disperso, conversando com alguém, não está respeitando aquela pessoa. O bom vendedor fixa os olhos, deixa que o cliente desenvolva o seu raciocínio, sem retrucar. Às vezes, a pessoa não quer uma tréplica, ela só quer ser aceita. As pessoas se acalmam, isso evita objeções. Esta escuta é muito difícil ser exercida. Ainda no estudo de Martins (2010), os relatos sugeriram que os vendedores habilidosos constroem rapport através de interações agradáveis e de conexões pessoais com os clientes. Para um dos vendedores estudados, estabelecer rapport é falar a língua do cliente. Rapport é entrar no mundo daquele cliente, falar na linguagem daquela pessoa. Se ele conversa mais rápido, eu acelero. E se a pessoa é mais tranquila, eu desacelero. Tem gente que já nasce com uma sensibilidade maior de observar o outro. 46 Das 26 categorias identificadas nos estudos de Martins (2010), o Quadro 10, apresenta 12 categorias, as quais não se restringem às vendas de seguro de vida, adaptado para que permita contribuir com o estudo de profissionais de vendas corporativas de forma ampla. Quadro 10 – Categorias analisadas, definições e referências de acordo com estudo de Martins (2010). CATEGORIAS DEFINIÇÃO REFERÊNCIAS Tam e Wong (2001), Guenzi e Despertar das O vendedor tem que sensibilizar o cliente Georges (2008) Rackham necessidades quanto ao que ele necessita. (2009) Conger (2008) Gordon (1996) Roman e Ruiz (2005) Tam e Uma das variáveis mais relevantes para Ética Wong (2001) Guenzi e conquista de confiança na venda. Georges (2008) Kinder (2006) Berry (1996) Gundlach e O vendedor trabalha para que o cliente confie Confiança Murphy (1993) Berry (1995) nele; é um sentimento mais forte que a interpessoal Harris e Goode (2004) Crosby confiança nas organizações. (1990) Ganesan e Hess (1999) Tam e Wong (2001) HennigEstudo e a intensidade do trabalho inspiram Expertise Thurau (2004) Guenzi e confiança. Georges (2008) Prospecção – Como fazer uma ligação quente abrindo o Snyder (2005) Carnegie (2005) Impactar ciclo de vendas. Gordon (1996) Primeiro contato O que é mais importante fazer nos primeiros instantes na frente do cliente para garantir um relacionamento de longo prazo. Ouvir Parece simples, mas ouvir profissionalmente, de forma empática, exige treinamento e é capaz de inspirar confiança. Familiaridade O vendedor tem que conhecer o mundo do cliente e abrir o seu também para facilitar o relacionamento. Rapport É a química que qualquer pessoa sente ao fazer uma interação positiva com outra pessoa, uma interação que agrega valor. Interação agradável O sentimento do cliente, depois do encontro, deve ser positivo. Ele tem que sentir que o vendedor é uma pessoa que vale ter por perto. Laço forte Os clientes podem influenciar mais a decisão de compra das pessoas bem próximas. Relacionamento Comunal e O trabalho do vendedor faz bem ao próximo; Carinho isso ajuda na obtenção de recomendações. Hedônico Fonte: Martins (2010, p.40) adaptado. Coulter e Coulter (2000) Carnegie (2005) Rackham (2009) Carnegie (2008) Gordon (1996) Kearns (2005) Rackham (2009) Tam e Wong (2001) Bursk (2008) Garbarino e Johnson (1999) Tam e Wong (2001) Macintosh (2009) Gremler e Gwinner(2000) Gremler e Gwinner(2000) Tickle-Degnem e Rosenthal(1990) Weitz et al (1992) Dell (1991) Ashforth e Humphrey (1993) Tickle et al (1990) Jackson (1993) Carlzon (2005) Macintosh (2002) Gremler e Gwinner(2000) Bitner e Hubbert (1994) Brown e Reingen (1987) Weimann (1983) Mills e Clark (1994) Gremler, Gwinner e Brown (2001) Goodwin (1996) 47 Na pesquisa de Morgan (2002) foi solicitado a 476 compradores que citassem os traços dos vendedores que mais os aborreciam e os traços que mais os impressionavam. Para 63% dos pesquisados, o que mais aborrece os compradores é a falta de preparo e para 77% dos compradores pesquisados, o que mais impressiona é o vendedor ter disposição para lutar pelo cliente. O resultado completo deste estudo é apresentado nos quadros 11 e 12 respectivamente: Quadro 11 – Traços que impressionam positivamente. Traços que impressionam positivamente Disposição em lutar pelo cliente Atendimento do começo ao fim Conhecimento do mercado, disposto a dividi-lo Conhecimento da linha de produtos Diplomacia com os departamentos operacionais Imaginação Preparação para entrevistas Conhecimento técnico Conhecimento das necessidades do cliente Regularidade de visitas % de respostas 77 75 46 38 23 21 20 18 16 05 Fonte: Adaptado de Morgan (2002). Quadro 12 – Traços que aborrecem. Traços que aborrecem Falta de preparo Falta de continuidade Falta de conhecimento das operações do cliente Falta de interesse ou propósito Falta de marcar e cumprir agendamento Falta de conhecimento sobre produtos Arrogância / Agressividade Falta de franqueza Ter o cliente como certo Falha em cumprir promessas Falta de criatividade Falha no ouvir Falta de conhecimento técnico Fonte: Adaptado de Morgan (2002). % de respostas 63 58 55 54 49 43 28 26 23 22 17 15 14 No estudo de Morgan (2002), percebe-se que a disposição em lutar pelo cliente, traço que impressiona positivamente os compradores segundo o resultado da pesquisa, se caracteriza como uma competência relevante na atualidade. Para grande parte dos autores, colocar-se no lugar do cliente e lutar por ele, significa antecipar às 48 suas necessidades. Desta forma, cria-se uma experiência positiva nos processos de geração de valor e nos relacionamentos com o cliente, visto como estratégico e como uma vantagem competitiva sobre os concorrentes (GRÖNRROS, 2009). 2.3.3 Estudos sobre as competências dos corretores de imóveis Acerca dos vendedores que atuam no mercado imobiliário, faz-se necessário, revisar estudos literários que abordem a origem do corretor de imóveis. Segundo Junqueira (1989, p. 15), “o termo corretor vem do verbo correr – o que corre, anda, procura ou agencia”. O autor conceitua o corretor de imóveis como o profissional que procura negócio imobiliário, seja locando, vendendo, trocando ou ainda servindo como intermediário entre as partes interessadas. De acordo com Raimundo e Almeida (2002, p. 32), “o corretor de imóveis atua no mercado imobiliário na venda, compra, administração, locações, permuta e avaliações imobiliárias”. E para esses serviços, recebe pelo seu trabalho a comissão, denominada neste específico mercado, como corretagem (JUNQUEIRA, 1989). Nos estudos de Pereira (2009), a caracterização das competências dos corretores de imóveis se aprofundou quanto à responsabilidade civil destes profissionais. Para o autor, a primeira obrigatoriedade do profissional, de acordo com a Lei 6.530/78 – que regulamentou a profissão, bem como suas atribuições, responsabilidades e seus órgãos fiscalizadores –, é possuir o título de técnico em transações imobiliárias, o que regulamenta a sua profissão. Posteriormente, o profissional deverá registrar sua inscrição ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) na região onde for atuar. O autor ressalta que o profissional deve ser ético e agir de acordo com os princípios da boa-fé. Para esses profissionais do mercado imobiliário, a ética se apresenta como uma das competências relevantes para o exercício da profissão, na qual os corretores de imóveis devem cumprir as resoluções aprovadas no Código de Ética regido pela resolução 326 de 25 de junho de 1992, do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI, 2015). De acordo com o Art. 3º do Código de Ética do Conselho Federal de Corretores de Imóveis, os corretores devem zelar pela dignidade da profissão, manter contato com o conselho, atuar com discrição, lealdade e relacionar-se com harmonia. No Art. 4º do mesmo código, listam-se as competências e responsabilidades as quais os 49 corretores devem cumprir em relação aos clientes. Para melhor descrição das mesmas, o Quadro 13 abaixo cita as regras e competências descritas em relação aos clientes de acordo com o COFECI. Quadro 13 – Regras e Competências dos Corretores de Imóveis de acordo com o COFECI. Art. 4º - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação aos clientes: Parágrafo I Inteirar-se das circunstâncias do negócio antes de oferecê-lo. Parágrafo II Apresentar dados certos, não omitindo detalhes aos clientes. Parágrafo III Recusar transação imoral, injusta ou ilegal. Parágrafo IV Comunicar recebimento de valores e documentos aos clientes. Parágrafo V Prestar contas pormenorizadas aos clientes. Parágrafo VI Prestar orientação técnica exclusiva ao cliente. Parágrafo VII Restituir ao cliente os papéis de que não mais necessite. Parágrafo VIII Dar recibo das quantias pagas ou entregue a qualquer título. Parágrafo IX Contratar, por escrito e previamente, a prestação dos serviços. Parágrafo X Receber, de uma única parte, comissões. Salvo exceções. Fonte: Elaborado pela autora a partir do COFECI (2015). No Art. 5º do Código de Ética, o corretor de Imóveis responde civil e penalmente por atos profissionais danosos ao cliente, a que tenha dado causa por imperícia, imprudência, negligência ou infrações éticas. Já o Art. 6º do referido código, descreve as ações que são vedadas ao corretor de imóveis, as quais se apresentam no Quadro 14 abaixo. Quadro 14 – Ações vedadas aos Corretores de Imóveis de acordo com o COFECI. Art. 6º - É vedado ao Corretor de Imóveis, em relação aos clientes: Aceitar tarefas para as quais não esteja preparado ou nas normas vigentes e Parágrafo I que possam prestar-se a fraude. Manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos em lei Parágrafo II e em resoluções. Parágrafo III Promover a intermediação com cobrança de “over-price”. Parágrafo IV Locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente. Receber comissões em desacordo com a Tabela aprovada ou vantagens que Parágrafo V não correspondam a serviços prestados. Angariar, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo Parágrafo VI moral ou material, ou desprestígio para outro profissional ou para a classe. Parágrafo VII Desviar, por qualquer modo, cliente de outro Corretor de Imóveis Deixar de atender às notificações para esclarecimento à fiscalização ou Parágrafo VIII intimações para instrução de processos. Acumpliciar-se, por qualquer forma, com os que exercem ilegalmente atividades Parágrafo IX de transações imobiliárias. Parágrafo X Praticar quaisquer atos de concorrência desleal aos colegas. Parágrafo XI Promover transações imobiliárias contra disposição literal da lei. Abandonar os negócios confiados a seus cuidados, sem motivo justo e prévia Parágrafo XII ciência do cliente. 50 Continuação do Quadro 14. Parágrafo XIII Solicitar ou receber do cliente qualquer favor em troca de concessões ilícitas. Deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou Parágrafo XIV autoridade dos Conselhos, em matéria de competência destes. Aceitar incumbência de transação que esteja entregue a outro Corretor de Parágrafo XV Imóveis, sem dar-lhe prévio conhecimento, por escrito. Aceitar incumbência de transação sem contratar com o Corretor de Imóveis, Parágrafo XVI com que tenha de colaborar ou substituir. Parágrafo XVII Anunciar capciosamente. Parágrafo XVIII Reter em suas mãos negócio, quando não tiver probabilidade de realizá-lo. Utilizar sua posição para obtenção de vantagens pessoais, quando no exercício Parágrafo XIX de cargo ou função em órgão ou entidades de classe. Receber sinal nos negócios que lhe forem confiados caso não esteja Parágrafo XX expressamente autorizado para tanto. Fonte: Elaborado pela autora a partir do COFECI (2015). 2.4 COMPORTAMENTO SERVIDOR A venda de serviços é desafiadora para os profissionais. Diferentemente de um produto tangível, tangenciar os serviços aumentando a sua percepção pelos clientes quanto à qualidade, exige um comportamento impecável no atendimento, pois o mesmo de dá momentaneamente junto ao cliente, não permitindo erros. Para Nóbrega (2009, p. 11), “servir é executar atividades visando proporcionar benefícios àqueles a quem servimos”. Para tanto, o autor destaca o comportamento servidor, no qual através de pesquisas empíricas, relaciona as dimensões Responsabilidade, Utilidade, Simplicidade, Renúncia, Iniciativa, Desejo de Ajudar e Práticas do Bem. Segundo o autor, o comportamento Servidor pode ser resumido em uma frase: “por ser responsável e simples, o indivíduo que apresenta comportamento Servidor, coloca-se em segundo plano e toma a iniciativa de ajudar, fazendo bem aos outros com coisas e atitudes úteis” (NÓBREGA, 2009, p. 19). Na pesquisa de Medeiros (2010) em uma instituição de saúde, ao avaliar o desempenho dos funcionários da instituição em relação ao comportamento Servidor, o autor verificou que, para os funcionários, a dimensão Utilidade obteve maior desempenho, enquanto a dimensão Renúncia o menor desempenho dentre as demais. Já no estudo de Carvalho (2011), a pesquisa verificou a presença de comportamento Servidor nos funcionários de um restaurante. Segundo o autor, em três grupos analisados, o comportamento Servidor é perceptível de forma similar em seu grau de importância com grande ênfase na Responsabilidade, Desejo de Ajudar e Utilidade. Em uma instituição federal de ensino, também foi realizada uma pesquisa avaliando o comportamento Servidor, no caso, entre os docentes. De acordo com 51 Santos (2013), com relação aos docentes com doutorado, a pesquisa demonstrou um índice maior de comportamento Servidor. Entretanto, em docentes sem a titulação, o índice foi semelhante e com um grau pequeno inferior, o que não deixou claro se a titulação do docente tem relação com maior ou menor índice de comportamento Servidor (SANTOS, 2013). 2.4.1 Senso de servir As relações de consumo mudaram e os clientes querem relacionamentos de qualidade de forma a se sentirem realmente importantes. De maneira geral, as empresas sabem o que é importante para atender às necessidades de seus consumidores. É esperado ser bem atendido, com cortesia e eficiência. Parece simples, porém para algumas empresas, ainda existem dificuldades. O consumidor está mais exigente e consciente com o crescente alcance à informação e ainda, os consumidores modernos são sondados e conhecem sobre seu poder em um mercado saturado. Segundo McKenna (2002), deve-se considerar o foco do cliente, não apenas ter o foco no cliente. Dessa forma, deve-se entender que, ao mesmo tempo em que os clientes apresentam algumas similaridades na forma de consumir, as empresas devem desenvolver estratégias que sejam captadas na real necessidade, criando valor para seus consumidores e clientes, sendo possível surpreender e antecipar a futuras situações de conflito (MADRUGA, 2010). Urdan e Urdan (2013) afirmam que as organizações devem ser motivadas e orientadas para o marketing, de modo que as funções devam ser integradas e coordenadas em torno do cliente. Ao adotarem estratégias de competição visando a satisfação de clientes, as empresas que se baseiam no “senso de servir”, construindo uma “cultura de serviço”, podem vir a contribuir para a conquista e a manutenção de seus negócios (NÓBREGA et al, 2007). Mais do que uma boa marca, “na era dos serviços, é essencial ter algo mais e se diferenciar em qualidade de atendimento”, pois os “serviços são processos inerentemente orientados para relacionamento, é claro que as percepções de qualidade dos clientes se desenvolverão e se alterarão com o tempo, à medida que o relacionamento prossegue” (GRÖNROOS, 2009). O autor afirma ainda que a orientação para serviço deve ser pautada na oferta de uma grande variedade de serviços acrescentados ao produto central, seja este um bem tangível ou um 52 intangível, de forma a agregar valor em relação aos seus concorrentes com a mesma qualidade e preço de produtos centrais. Nesse sentido, faz-se necessário entender que o profissional de vendas presta um serviço aos seus clientes. O serviço em questão é o conhecimento sobre os atributos e benefícios dos produtos e quais são as necessidades que ele irá atender. “[...] a regra é simples, para poder atender é preciso entender o que o cliente quer ou precisa. Um cliente não compra um produto pelo que ele é, mas sim pelo que faz por ele” (COBRA, 2001, p.180). Cassara (2004), observa que, quando o vendedor vê a si como um agente em “servir” ao invés de “vender”, há um desapego quanto a “fazer a venda”. O cliente tem uma necessidade na qual o vendedor deve servir e servi-lo torna-se divertido. Nesse contexto, surge uma nova abordagem de serviço, que de acordo com Nóbrega (2009), refere-se a executar atividades que proporcionem benefícios àqueles a quem servimos, ou seja, voltada para atender de forma servidora às expectativas do cliente. 2.4.2 Características do comportamento servidor Para Nóbrega et al (2014), a visão de orientação para o consumidor, denominada de “comportamento servidor”, aborda os elementos de atendimento que proporcionem benefícios àqueles a quem servimos. As pesquisas empíricas realizadas pelo autor, permitiram construir as dimensões da Empresa Servidora, entre elas o Comportamento Servidor, apontando sete elementos a serem observados: Responsabilidade, Simplicidade, Renúncia, Iniciativa, Desejo de Ajudar, Práticas do bem e Utilidade. No entendimento do referido autor, os elementos do comportamento servidor assumem os conceitos apresentados no Quadro 15. Quadro 15 – Conceitos do comportamento servidor. Conceituação do Comportamento Servidor Elementos do Comportamento Conceituação Servidor Agir com responsabilidade, compromisso, consistência e desempenho Responsabilidade desejado. Fazer coisas simples, mas necessárias, de valor, sem temor de que isto cause Simplicidade qualquer sentimento de inferioridade. Agir com renúncia, abrindo mão de desejo, espaço ou valorização pessoal, Renúncia visando cuidar do outro. 53 Continuação do quadro 15 Iniciativa Tomar a iniciativa e agir proativamente, executando atividades com presteza. Agir com senso de proximidade, cumplicidade e reciprocidade, visando dar Desejo de ajudar atenção e ajudar o outro. Práticas do bem Agir com prazer e disposição, fazendo o bem para pessoas e comunidade. Dar significado às atividades, objetivando fazer coisas úteis, proporcionando Utilidade resultado, valor e produtividade. Fonte: Nóbrega (2014). Na abordagem de clientes, a busca pela diferenciação em atendimento, recorre aos elementos relacionados ao comportamento servidor. Pois, de acordo com Grönroos (2009), a percepção da qualidade do serviço está relacionada a tudo que o cliente perceba desde a sua aquisição, até o momento de pós-consumo, podendo variar através das abordagens feitas pelo vendedor. Quanto ao fator humano na prestação do serviço, Medeiros (2010 p. 31) afirma: Há uma complexidade em função da sua intangibilidade e da heterogeneidade, envolvendo múltiplos fatores humanos, como a formação, capacitação, motivação e cultura. Nas organizações de sucesso, o bom desempenho das habilidades pessoais é fruto de investimento em treinamentos como diferencial competitivo na prestação de serviços. De acordo com Robbins (2012), habilidade é a capacidade em desempenhar tarefas para determinada função. O autor cita as habilidades intelectuais que envolvem atividades mentais, tais como: raciocinar e a resolução de problemas. Quanto ao comportamento organizacional, o autor afirma ser resultante da compreensão das atitudes e da motivação. Para Castro e Neves (2005), motivação em vendas é definida como o montante de esforço que um vendedor está disposto a investir em atividades como visitar clientes, fazer relatórios, prestar serviço pós-venda entre outros. No contato inicial, o vendedor deve buscar uma harmonia com o cliente, demonstrar que está interessado em compreender e satisfazer às necessidades e indulgências. Na revisão da literatura, de acordo com os autores citados neste estudo, observa-se que a dimensão Comportamento Servidor e seus elementos Responsabilidade, Simplicidade, Renúncia, Iniciativa, Desejo de Ajudar, Práticas do bem e Utilidade, relacionam-se quanto ao comportamento organizacional e com as atitudes dos vendedores, bem como as competências destes profissionais de vendas, que primam por relacionamentos baseados no senso de servir. 54 Cabe frisar que, promover relacionamento de qualidade com os clientes, requer um alto nível de qualificação do profissional de vendas, e revela-se o papel estratégico destes profissionais, tornando-os um elo principal entre as organizações, em conjunto com os compradores. Neste contexto, como um diferencial competitivo, o senso de servir interfere no fator humano na prestação dos serviços prestados pelos profissionais de vendas, agregando qualidade na percepção de clientes em relação ao Comportamento Servidor. 55 3 RELAÇÃO ENTRE ELEMENTOS DO COMPORTAMENTO SERVIDOR E AS COMPETÊNCIAS DOS PROFISSIONAIS DE VENDAS A orientação para vendas transacionais vem perdendo espaço para a orientação em servir, baseada em relacionamento. O fenômeno de marketing de relacionamento entre as partes (comprador-vendedor) é considerado como central e necessário para que os clientes criem valor através de uma boa percepção de qualidade GRÖNROOS (2009). Para tanto, nos estudos sobre as competências dos profissionais de vendas, Lindgreen (2001) definiu construtos do marketing de relacionamento a partir de ampla revisão teórica. Na venda corporativa, Miguel (1995) cita formas de prestar o serviço de maneira a colaborar com o relacionamento e a satisfação dos clientes. Friedman (2003), Soldow e Thomas (1993), Stanton e Spiro (1999), Kotler e Keller (2012), Levy e Weitz (2000), Moreira (2007) e Castro e Neves (2006), propõem orientações quanto aos passos da venda a partir da abordagem do cliente até o acompanhamento e manutenção. Parente (2014) e Churchill et al (2013) definem algumas qualificações básicas para vender, enquanto os estudos de Stevens (1989) tratam das abordagens e características de vendedores. Rabaglio (2010), Rentz et al (2002) e Duran (2006), ressaltam em suas pesquisas as três dimensões da competência e Spencer e Spencer (1993), num amplo estudo, definem o dicionário de competências para vendedores. Morgan (2002) mostrou traços que aborrecem e que impressionam os clientes. Martins (2010), em recente pesquisa com vendedores de serviço, identificou em seus estudos atitudes que possibilitam o relacionamento de confiança de longo prazo entre clientes e vendedores e Nóbrega (2014), em seus estudos, abordou a respeito do comportamento servidor e seus elementos. Acrescenta-se a essas características dos profissionais de vendas os estudos sobre as competências dos corretores de imóveis, no qual diversos autores ressaltam qualificações relevantes dos profissionais de vendas do mercado imobiliário, embasados no Código de Ética que regulamenta esta profissão desde Junho de 1992, do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI, 2015). A partir da revisão da literatura, quadros sínteses apresentam o entendimento quanto à identificação das competências dos profissionais de vendas. O Quadro 16 – 1ª parte e o Quadro 17 – 2ª parte, mostram a relação das competências dos 56 profissionais de vendas de acordo com a abordagem dos autores da revisão bibliográfica, relacionando-as com os elementos do comportamento servidor. Quadro 16 – Relação entre as competências dos profissionais de vendas de acordo com os autores da revisão da literatura – 1ª parte. Fonte: Elaborado pela autora. 57 Quadro 17 – Relação entre as competências dos profissionais de vendas de acordo com os autores da revisão da literatura – 2ª parte. Fonte: Elaborado pela autora. 58 3.1 ELEMENTOS DO COMPORTAMENTO SERVIDOR E AS COMPETÊNCIAS DOS PROFISSIONAIS DE VENDAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO O Quadro 18 sintetiza as competências de profissionais de vendas com as competências relevantes do mercado específico deste estudo – o mercado imobiliário. Deste modo, tem-se a sistematização dos elementos e atributos do comportamento servidor dos profissionais de vendas do mercado imobiliário de acordo com a revisão da literatura. Quadro 18 – Dimensões do comportamento servidor e atributos dos profissionais de vendas do mercado imobiliário. ELEMENTOS ATRIBUTOS A1. Possuir ética A2. Possuir compromisso A3. Possuir pontualidade A4. Possuir honestidade A5. Transmitir confiança interpessoal REFERÊNCIAS 1;2;15;21 1;3;8;21 1;9 1;9;15;21 1;2;3;8;17;21 A6. Ter comunicação/transparência A7. Ter expertise (conhec. e prática) A8. Possuir entendimento/compreensão 1;2;20;19;8;10;21 1;17 1;3;16;10;21 A9. Promover relacionamento A10. Oferecer benefícios A11. Promover similaridade 1;2;11;3;6;18;8;14;13;17;21 3;16;10;12;13;17 20;19;8;17 Renúncia A12. Minimizar conflitos A13. Possuir flexibilidade (adaptabilidade) 1;8;21 1;20;19; Iniciativa A14. Possuir pró-atividade / iniciativa A15. Possuir assertividade A16. Buscar informações/necessidades 1;2;3;13 1;18 1;3;5;20;19;10;13;17;21 Responsabilidade Utilidade Prática do Bem Simplicidade A17. Exercer rapport (interação positiva) 1;8;17 A18. Possuir personalidade/ empatia 1;3;13;17 A19. Possuir criatividade/imaginação 9 A20. Ouvir com atenção A21. Ter paciência A22. Ser cooperativo Desejo de Ajudar A23. Possuir orientação em servir A24. Gostar de pessoas Fonte: Elaborado pela autora. 1;2;20;19;16;10;12;17 1;2 1;2;3;5;20;19;18;8;16;10;12 13;17 1;3;19;16;10;12;13;17;21 2;3;14 AUTORES 1. Junqueira (1989) 2. Stevens (1989) 3. Spencer e Spencer (1993) 4. Soldow e Thomas (1993) 5. Miguel (1995) 6. Stanton e Spiro (2000) 7. Levy e Weitz (2000) 8. Lindgreen (2001) 9. Morgan (2002) 10. Rentz et al (2002) 11. Friedman (2003) 12. Durant (2006) 13. Castro e Neves (2006) 14. Moreira (2007) 15. Pereira (2009) 16. Rabaglio (2010) 17. Martins (2010) 18. Kotler; Keller (2012) 19. Churchill et al (2013) 20. Parente (2014) 21. COFECI (2015) 59 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 4.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA Em relação à tipologia da pesquisa, este estudo, quanto aos objetivos, caracteriza-se como descritivo e exploratório. Por se tratar de uma temática ainda pouco explorada, visa buscar um maior aprofundamento sobre o fato e esclarecimento do fenômeno. Por sua vez, em relação aos procedimentos de coleta, foi realizada uma pesquisa de campo, na qual foi aplicado um instrumento de coleta de dados junto aos clientes e corretores de imóveis. Quanto à natureza do estudo, o mesmo possui uma abordagem quantitativa e exploratória. Para Gil (2010), as pesquisas exploratórias têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Já a abordagem quantitativa apresenta algumas características, como: abordar a observação e valorizar os fenômenos, evidenciar ideias e mostrar o grau de fundamentação (MARCONI; LAKATOS, 2010). Quanto aos elementos do comportamento servidor, estes já foram identificados nos trabalhos de Nóbrega (2009), porém quanto aos atributos, foram construídos a partir da relação entre elementos do comportamento servidor de Nóbrega (2009) e as competências dos profissionais de vendas do mercado imobiliário, segundo revisão da literatura, e, portanto, feita a elaboração dos instrumentos para a pesquisa empírica. Na Figura 05, apresenta-se o esquema metodológico utilizado para responder os objetivos da pesquisa. 60 Figura 05 – Esquema metodológico. Fonte: Elaborado pela autora. 4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA DA PESQUISA O universo de pesquisa foram corretores de imóveis e clientes do mercado imobiliário de Natal/RN. A seleção foi definida como uma amostra não-probabilística 61 por conveniência, a qual se baseia em uma seleção aleatória dos elementos de uma população (MATTAR, 2005). Nessa pesquisa – realizada inicialmente nas Imobiliárias A, B e C, assim denominadas, respeitando o caráter confidencial das informações individuais colhidas – a população estimada de clientes era em torno de 5.000 clientes e as três imobiliárias pesquisadas contavam com o total de 366 corretores de imóveis, sendo 20 da A, 16 da B e 330 da C. A coleta de dados teve início em 20 de outubro de 2014, sendo o grau de maior dificuldade o recebimento de dados dos clientes – apesar do grande número estimado pelas imobiliárias. Na Imobiliária A, foram enviados em torno de 500 questionários online para os clientes. Já na Imobiliária B, a pesquisa online foi enviada para 800 clientes de compra e venda de imóveis e 200 clientes do setor de locação de imóveis. E a Imobiliária C, enviou a pesquisa para cerca de 5000 clientes de sua base de dados. Apesar da quantidade de contatos que receberam a pesquisa online, os números de respondentes permaneciam muito baixos, apenas 45 clientes somadas as três imobiliárias pesquisadas. Foram reenviados questionários várias vezes. Além disso, foram realizadas reuniões com os corretores de imóveis, solicitando que os mesmos enviassem a pesquisa diretamente para seus clientes. Porém, foi detectada uma outra dificuldade na coleta dos dados, na qual uma certa apreensão foi percebida, pela pesquisadora, nos corretores de imóveis – a de que estariam sendo avaliados, mesmo os clientes não se identificando na pesquisa e tampouco os corretores de imóveis. Diante disto, foi explicada novamente a finalidade da pesquisa e os benefícios que as informações colhidas trariam para os profissionais do mercado imobiliário, o que promoveu tranquilidade quanto ao recebimento dos dados dos corretores. Entretanto, quanto aos clientes, ainda era um número tímido de respondentes, contando no final do mês de novembro de 2014 com apenas 61 respostas. A partir de 05 de novembro de 2014, a pesquisa amplia a população pesquisada em função do número de clientes ser inferior ao de corretores na coleta dos dados – como mostra no Quadro 19 – ampliando a coleta de dados apenas à população de clientes, sendo estes atendidos por diversas imobiliárias e diversos corretores de imóveis da cidade do Natal. 62 Mediante o critério de acessibilidade, e, considerando todos os respondentes da pesquisa, em 31 de janeiro de 2015, foi definida a amostra estudada em 70 corretores de imóveis e 135 clientes, conforme o Quadro 19 a seguir. Quadro 19 – Composição da amostra da pesquisa estudada. Imobiliárias Pesquisadas Nº de Corretores de Imóveis Imobiliária A 08 Imobiliária B 16 Imobiliária C 46 Total 70 Corretores Variados Natal RN Imobiliárias Variadas Natal RN Total Fonte: Elaborado pela autora. 70 Nº de Clientes 18 13 30 61 74 135 4.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA Quanto ao instrumento de pesquisa, o mesmo foi elaborado a partir da revisão da literatura sobre marketing transacional e de relacionamento, a atividade de vendas e o comportamento Servidor, as competências dos profissionais de vendas em relação ao comportamento Servidor, mediante livros, teses, dissertações e artigos de periódicos nacionais e internacionais, os quais deram suporte à construção do referencial teórico. Para este estudo, o instrumento de pesquisa aplicado foram dois questionários, com perguntas fechadas, claras e objetivas, conforme Apêndices 01 e 02. O instrumento aplicado teve como finalidade avaliar a percepção de corretores de imóveis e clientes quanto ao comportamento servidor do mercado imobiliário. O instrumento de pesquisa utilizou a escala Likert de 11 (onze) pontos para avaliação da importância variando de 0 (pouco importante) a 10 (muito importante) e para avaliação do desempenho 0 (desempenho péssimo) a 10 (desempenho excelente). No Quadro 20, observa-se a classificação das notas de acordo com a escala utilizada. Quadro 20 – Escala Likert de 11 (onze) pontos para avaliação da importância e desempenho. DESEMPENHO 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Péssimo Ruim Médio Bom Excelente IMPORTÂNCIA 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Não importante Pouco importante Mediana importância Importante Muito importante Fonte: Elaborado pela autora. 63 Antes de aplicar o instrumento de pesquisa, foi realizado um pré-teste com 15 corretores de imóveis das três imobiliárias estudadas na pesquisa, a fim de esclarecer quanto a possíveis dificuldades no entendimento das questões. Além disso, o pré-teste tinha o propósito de saber a importância que o corretor atribuía às perguntas. Não havendo dificuldades percebidas pelos respondentes, o instrumento de pesquisa passou pelo teste de validação, utilizando técnica de análise fatorial. A análise fatorial é um método estatístico multivariado, onde o propósito principal é definir a estrutura subjacente em uma matriz de dados. Esta técnica aborda o problema de analisar a estrutura das inter-relações entre um grande número de variáveis, definindo um conjunto de dimensões latentes, denominadas de fatores. Inicialmente, é possível identificar as dimensões e então determinar o grau em que cada variável é explicada por cada dimensão (HAIR Jr. et al., 2005). A análise fatorial busca extrair uma estrutura linear reduzida do conjunto original de dados, gerando um novo conjunto de variáveis, chamado de fatores, em que as variáveis mais significantes podem ser identificadas por meio da análise dos componentes principais (SINGH; MALIK; SINHA, 2005). A estatística multivariada consiste em um conjunto de técnicas estatísticas utilizadas em situação em que são consideradas inúmeras variáveis simultaneamente, originadas de múltiplas respostas sobre um mesmo indivíduo ou objeto de investigação. Quanto maior o número de variáveis tratadas no estudo, mais complexa torna-se a análise por métodos de estatística uni variada (MINGOTI, 2005). No que se refere à confiabilidade do instrumento de pesquisa, foi realizado o teste estatístico Cronbach's Alpha, que verifica a confiabilidade dos dados, pode-se observar que todos os 24 itens avaliados (Importância e desempenho) pelos clientes e corretores, obtiveram um alfa de Cronbach's oscilando entre 0,775 e 0,984. Enquanto os 7 fatores avaliados (Importância e desempenho), tivemos um alfa de Cronbach's oscilando entre 0,700 e 0,973. Ou seja, verifica-se a consistência dos dados classificada como satisfatória em ambos os cenários, pois não há um limite mínimo definido; um limite inferior geralmente aceito para o Alfa de Cronbach é de 0,7, apesar de poder diminuir para 0,6 em pesquisas exploratórias (HAIR JUNIOR et al., 2005). O que se verifica de acordo com a Tabela 01. 64 Tabela 01 – Teste estatístico Cronbach’s Alpha. Cronbach's Alpha Geral Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20 Q21 Q22 Q23 Q24 Clientes Grau de importância Grau de satisfação 0,889 0,983 0,887 0,983 0,885 0,983 0,884 0,983 0,886 0,983 0,885 0,983 0,884 0,984 0,887 0,983 0,882 0,983 0,884 0,983 0,889 0,984 0,891 0,983 0,887 0,983 0,883 0,983 0,883 0,983 0,883 0,983 0,883 0,983 0,884 0,983 0,884 0,983 0,881 0,983 0,884 0,983 0,883 0,983 0,882 0,983 0,880 0,983 0,883 0,956 Vendedores Grau de importância Grau de satisfação 0,790 0,903 0,786 0,903 0,787 0,901 0,789 0,904 0,790 0,903 0,789 0,895 0,786 0,896 0,786 0,897 0,787 0,895 0,781 0,895 0,785 0,896 0,807 0,927 0,783 0,905 0,776 0,896 0,768 0,895 0,781 0,894 0,782 0,895 0,782 0,895 0,776 0,897 0,776 0,895 0,788 0,900 0,775 0,902 0,769 0,900 0,763 0,897 0,787 0,901 Fonte: Pesquisa 2015. Tabela 1.1 – Teste estatístico Cronbach’s Alpha. Clientes Cronbach's Alpha Responsabilidade Utilidade Prática do bem Renúncia Iniciativa Simplicidade Desejo de ajudar Grau de importância 0,832 0,818 0,814 0,830 0,802 0,799 0,804 Grau de satisfação 0,973 0,971 0,969 0,972 0,969 0,970 0,969 Vendedores Grau de Grau de satisfação importância 0,767 0,864 0,763 0,835 0,700 0,863 0,741 0,860 0,707 0,825 0,711 0,829 0,707 0,854 Fonte: Pesquisa 2015. A análise de componentes principais está relacionada com a explicação da estrutura de covariância por meio de combinações lineares das variáveis originais, com objetivo de redução da dimensão original das variáveis e a facilitação da interpretação das análises realizadas. O objetivo é encontrar um meio de condensar a informação contida em um número de variáveis em um conjunto menor de variáveis estatísticas, com uma perda mínima de informação, por meio de uma transformação linear de um espaço p-dimensional para um espaço k-dimensional. A explicação de toda a variabilidade do sistema composto por p variáveis somente será possível se considerarmos p componentes principais. Porém, a maior parte 65 dessa variabilidade pode ser explicada por um número k de componentes (JOHNSON; WICHERN, 1992). Com a finalidade de verificar a existência de níveis de correlação aceitáveis entre as variáveis para maior confiabilidade no resultado da análise, testes de KMO e esfericidade de Bartlett, possibilitaram a adequação dos dados à aplicação da análise fatorial, o que se verifica na Tabela 02. Tabela 02 – Teste de esfericidade de Bartlett e KMO. Teste de esfericidade de Bartlett e KMO Teste de esfericidade de Bartlett: Estatística do teste = 2406,800; GL = 276; Valor-p = 0,000 KMO = 0,879 Fonte: Pesquisa 2015. Através do teste de esfericidade de Bartlett, que verifica a presença de correlações entre as variáveis, para um nível de significância de 5% temos evidência estatística de correlação entre as variáveis estudadas. O teste de KMO, que verifica o grau de Inter correlações entre as variáveis, gerou um valor de 0,879, o que implica em uma boa adequação dos dados à análise fatorial, pois o KMO é um índice utilizado para avaliar a adequação da análise fatorial, os valores altos devem estar entre 0,5 e 1,0 (HAIR JR. et al., 2005). Os valores obtidos nesse teste variam entre 0 e 1, quanto mais próximo de 1, mais adequada é a amostra com relação aplicação da análise fatorial nas questões em estudo (FERREIRA JR., BAPTISTA; LIMA, 2004). O critério de decisão do número de fatores utilizado a serem selecionados para representar a estrutura latente dos dados foi o de raiz latente, o qual seleciona apenas os fatores que os autovalores são superiores a 01. Sendo assim, observa-se na Tabela 03 e no Gráfico 01, que 06 fatores são selecionados, correspondendo a 65,94% da variabilidade total. Tabela 03 – Autovalor e percentual da variância explicada. Fator Autovalor % Variância explicada Autovalor acumulado % Variância explicada acumulada 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 8,52 2,37 1,50 1,30 1,12 1,03 0,84 0,77 0,70 0,68 0,60 0,57 0,51 35,49 9,88 6,23 5,41 4,65 4,28 3,51 3,22 2,90 2,85 2,51 2,38 2,13 8,52 10,89 12,38 13,68 14,80 15,82 16,67 17,44 18,14 18,82 19,42 19,99 20,50 35,49 45,36 51,60 57,00 61,65 65,94 69,45 72,66 75,57 78,41 80,92 83,31 85,43 66 14 0,47 15 0,44 16 0,41 17 0,37 18 0,33 19 0,33 20 0,29 21 0,27 22 0,26 23 0,20 24 0,13 Fonte: Pesquisa 2015. Continuação da Tabela 03 20,98 21,41 21,82 22,20 22,53 22,86 23,14 23,41 23,67 23,87 24,00 1,96 1,83 1,70 1,56 1,39 1,36 1,19 1,13 1,06 0,82 0,56 87,40 89,22 90,92 92,48 93,87 95,23 96,42 97,56 98,62 99,44 100,00 Gráfico 01 – Gráfico de escarpa. Esse resultado é satisfatório, pois no critério de percentagem da variância, sugere que uma explicação mínima de 60% da variabilidade seja suficiente. Com base nos autovalores, determinamos os autovetores que constituem a obtenção dos fatores e por meio deles temos a combinação linear das variáveis originais, dando origem às cargas fatoriais. Na Tabela 04, são apresentadas as cargas fatoriais que representam a contribuição de cada variável para a composição do fator. Utilizando rotação Varimax (07 interações) dos fatores para identificar as cargas fatoriais representativas em cada fator. Tabela 04 – Cargas fatoriais na composição dos fatores. Questões Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Fator 1 0,73 0,70 0,66 0,88 0,79 0,71 0,22 0,57 Fator 2 0,08 -0,06 0,37 0,12 0,24 0,35 0,45 0,20 Fator 3 0,11 0,25 0,01 0,08 0,01 0,03 -0,02 0,07 Fator 4 -0,09 0,08 0,24 0,05 0,13 0,19 0,52 0,38 Fator 5 0,19 0,18 0,07 0,03 0,10 0,13 -0,20 0,28 67 Continuação da Tabela 04 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20 Q21 Q22 Q23 Q24 0,34 0,14 -0,03 -0,08 0,18 0,15 0,47 0,36 0,22 0,24 0,14 0,41 0,13 0,14 0,21 0,08 0,29 -0,07 -0,17 0,07 0,24 0,31 0,23 0,46 0,09 0,20 0,48 0,72 0,78 0,68 0,56 0,18 0,09 0,15 0,72 0,45 0,77 0,72 0,33 0,07 0,10 0,08 0,23 0,05 0,13 0,27 0,49 0,09 0,14 0,75 0,30 0,53 0,08 0,06 0,24 0,16 0,41 -0,01 0,60 0,02 0,06 0,17 0,03 0,45 0,57 0,11 0,19 0,25 -0,01 -0,02 0,18 0,33 0,42 0,75 -0,02 0,14 0,28 0,20 0,24 0,47 Fonte: Pesquisa 2015. Considerando o critério da significância prática, o qual sugere que sejam consideradas as cargas fatoriais acima de “0,50” (MINGOTI, 2005, p.110), foi possível destacar as variáveis significativas. O fator 1, representa 35,49% da variabilidade total do conjunto de dados, com as seguintes variáveis significativas: Q1, Q2, Q3, Q4, Q5, Q6, Q8 e Q15. No fator 2 que explica 9,88% da variabilidade total, temos as composições das variáveis: Q16, Q20, Q21, Q22 e Q23. As variáveis Q11, Q13 e Q14 foram significativas no fator 3, com 6,23% de variabilidade total. Enquanto que no fator 4 (5,41%), temos as variáveis: Q7, Q10, Q12 e Q19. Por último, o fator 5, com 4,65% da variabilidade total sendo representadas pelas variáveis Q9, Q17, Q18 e Q24. As variáveis Q15, Q16, Q17 e Q24 apresentaram uma carga fatorial inferior a 0,50 conforme sugerido pelo critério de significância prática, logo, não havia obrigatoriedade de mantê-las no instrumento de pesquisa. Entretanto, dentro do objetivo do estudo, optou-se por continuar o questionário com as 24 perguntas fechadas. Desta forma, por meio da análise fatorial, o questionário sobre a percepção de comportamento servidor em profissionais de vendas do mercado imobiliário da cidade do Natal/RN foi validado. 4.4 COLETA DE DADOS A coleta de dados foi realizada através de dois questionários online, estruturados e de fácil compreensão. De estrutura auto administrável, um 68 instrumento foi enviado para os corretores de imóveis e outro para clientes de três grandes imobiliárias da cidade do Natal. A coleta desses dados foi realizada no período de 27 de outubro de 2014 a 05 de novembro de 2014. A partir desta data, foram enviados questionários somente aos clientes, sendo estes de imobiliárias diversas no qual os mesmos tivessem sido atendidos por um corretor de imóveis, encerrando a pesquisa no dia 31 de janeiro de 2015. 4.5 VARIÁVEIS ANALÍTICAS (OU DE ESTUDO) De acordo com a revisão da literatura, foram identificadas 48 variáveis, mostradas neste estudo nos quadros 16 e 17 do capítulo anterior. Destas, foram elencadas como variáveis de pesquisa 24 atributos, sendo criteriosamente relacionados com os elementos do Comportamento Servidor, obteve-se o que é demonstrado no Quadro 21. Quadro 21 – Elementos e atributos do comportamento servidor. ELEMENTOS ATRIBUTOS RESPONSABILIDADE A1. Possuir ética A2. Possuir compromisso A3. Possuir pontualidade A4. Possuir honestidade A5. Transmitir confiança interpessoal UTILIDADE A6. Ter comunicação/transparência A7. Ter expertise (conhecimento e prática) A8. Possuir entendimento/compreensão PRÁTICA DO BEM A9. Promover relacionamento A10. Oferecer benefícios A11. Promover similaridade RENÚNCIA A12. Minimizar conflitos A13. Possuir flexibilidade (adaptabilidade) INICIATIVA A14. Possuir pró-atividade / iniciativa A15. Possuir assertividade A16. Buscar informações/necessidades SIMPLICIDADE A17. Exercer rapport (interação positiva) A18. Possuir personalidade/ empatia A19. Possuir criatividade/imaginação DESEJO DE AJUDAR A20. Ouvir com atenção A21. Ter paciência A22. Ser cooperativo A23. Possuir orientação em servir A24. Gostar de pessoas Fonte: Elaborado pela autora 69 4.6 TRATAMENTO DOS DADOS O tratamento estatístico dos dados foi feito usando o software Excel, versão 2010, para confecção das tabelas descritivas e aplicação de testes estatísticos (ANOVA, análise fatorial, teste t de student, teste de Spearman e teste de Tukey). Através da análise de variância foi possível verificar se existe uma diferença significativa entre as médias oriundas de grupos diferentes e se os fatores exercem influência em alguma variável dependente. A análise de variância (ANOVA) permitiu ainda comparar as dimensões, classificando fatores e identificando entre eles qual era o mais significativo. O Teste de Tukey, nomeado em seguida John Tukey, é um teste estatístico usado geralmente quando análise de variância (ANOVA) é significativa, desta forma tornou-se necessário verificar quais fatores diferenciavam entre si. Para avaliar se as variáveis estão relacionadas com determinado nível de significância, foi realizado o teste Quiquadrado, o qual avaliou as variáveis quanto às hipóteses: Hipótese Nula (H0): As variáveis não estão relacionadas (as variáveis são independentes); Hipótese Alternativa (H1): As variáveis estão relacionadas (as variáveis são dependentes). A hipótese de nulidade pode ser testada por: 2cal k i 1 Oi Ei ² 2 Ei (k 1) Onde Oi = n° de casos observados classificados na categoria i; Ei = n° de casos esperados classificados na categoria i, sob H0. Assim, Rejeitamos H0, se ²cal ² (k – 1,), ou se a probabilidade associada à ocorrência, sob H0, do valor obtido do ²cal com (k - 1) q.l. não superar o valor de alfa, ou seja, P [²k - 1 ²cal] for significativo (menor que alfa). Por fim, utilizou-se o software Statistica SPSS, versão 20.0, para verificar o alinhamento entre os rankings e lacunas em todos os momentos pesquisados, enquanto que para a construção de matriz de oportunidades utilizou-se o software livre R, versão 3.0.0. No Quadro 22 a seguir, pode-se observar o resumo de todas as análises estatísticas aplicadas neste estudo. 70 Quadro 22 – Resumo das análises estatísticas utilizadas. Análise Nome da análise Objetivo da análise Técnica utilizada Resultados apresentados em Quem? Quantos? 01 Análise fatorial Validação do questionário Teste de esfericidade de Bartlett e KMO Tabela 02 Tabela 03 Tabela 04 Grau de importância de 24 atributos 135 clientes e 70 corretores 02 Alfa de Cronbach Testar consistência interna dos questionários Análise de Confiabilidade modelo alfa Tabela 01 Tabela 1.1 Questionários 135 clientes e 70 corretores Mínimo, máximo, 1º quartil, mediana, 3º quartil, média, desvio padrão e coeficiente de variação. Tabela 05 Tabela 06 Tabela 09 Tabela 10 Tabela 11 Tabela 12 Tabela 15 Tabela 16 Tabela 17 Tabela 18 Gráfico 01 Gráfico 02 Resultado do público alvo por atributos e dimensões 135 clientes e 70 corretores Comparar duas variáveis independentes normalmente distribuídas Teste de médias paramétrico Tabela 07 Tabela 08 Tabela 13 Tabela 14 Tabela 19 Tabela 20 Tabela 27 Tabela 28 Tabela 29 Tabela 31 Tabela 32 Resultado do público alvo por atributos e dimensões 135 clientes e 70 corretores 05 Anova seguido por Turkey Análise de variância para testar diferenças entre três variáveis independentes em um único teste Análise de variância paramétrica Gráfico 03 Gráfico 05 Gráfico 07 Gráfico 09 Resultado do público alvo por dimensões 135 clientes e 70 corretores 06 Teste Quiquadrato Verificar associação de variáveis categóricas Cruzamento de tabelas de contingências Tabela 30 Resultado por corretores 70 corretores Teste de ranking Matriz Tabela 21 Tabela 22 Tabela 23 Tabela 24 Tabela 25 Tabela 26 Gráfico 10 Gráfico 11 Resultado do público alvo por atributos 135 clientes e 70 corretores 03 04 07 Análise descritiva Teste t independente Teste de Spearmn Fonte: Pesquisa 2015. Medidas de tendência e dispersão dos dados Comparação de rankings Pesquisado 71 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados apresentados neste capítulo se dividem em quatro partes para melhor entendimento: i) perfil dos respondentes; ii) percepção dos corretores de imóveis e dos clientes do mercado imobiliário quanto ao comportamento servidor; iii) comparativo da percepção de clientes versus corretores de imóveis e, por fim, v) relação do desempenho dos corretores de imóveis com o comportamento servidor. 5.1 PERFIL DOS RESPONDENTES 5.1.1 Perfil dos respondentes apresentados em dois grupos: clientes e corretores de imóveis Em relação aos clientes, na Tabela 05 observa-se: Tabela 05 – Perfil dos clientes. Perfil do entrevistado Masculino Sexo Feminino Total Até 30 anos 31 – 40 anos Faixa Etária 41 – 50 anos Acima 50 anos Total Ensino fundamental completo Ensino médio completo Ensino superior incompleto Grau de Escolaridade Ensino superior completo Especialização/Mestrado Doutorado/Pós-doutorado Total Até R$ 2.000,00 R$ 2.000,01 - R$ 5.000,00 Renda salarial Individual R$ 5.000,01 - R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 - R$ 12.000,00 Acima de R$ 12.000,00 Total Menos de 06 meses Entre 06 meses e 01 ano Última vez que foi atendido por uma imobiliária Entre 01 e 03 anos Acima de 03 anos Total Sem preferência Preferência com quem comprar Mulher Frequência absoluta 75 60 135 12 42 31 50 135 02 07 10 46 62 08 135 14 39 33 22 27 135 67 23 19 26 135 108 16 % 55,56 44,44 100,00 8,89 31,11 22,96 37,04 100,00 1,48 5,19 7,41 34,07 45,93 5,92 100,00 10,37 28,89 24,44 16,30 20,00 100,00 49,63 17,04 14,07 19,26 100,00 80,00 11,85 72 Modalidade do cliente (Múltipla resposta) Continuação da Tabela 05. Homem Total Proprietário de imóvel Potencial comprador de imóvel Inquilino de imóvel 11 135 94 49 25 8,15 100,00 69,63 36,30 18,52 Fonte: Pesquisa 2015. a) 80,74% foram atendidos há menos de 03 anos, o que é muito positivo na amostra estuda para a pesquisa, pois os clientes recordam-se de seu último atendimento pelo corretor de imóveis; b) 80% dos clientes se consideram indiferentes em relação ao gênero (sexo) do corretor que lhe atende. Isto sugere que para o cliente, o que importa é ser bem atendido pelo corretor de imóveis, independente se é do sexo masculino ou feminino; c) A maioria dos clientes pesquisados, 54,07% encontra-se na faixa etária dos 31 aos 50 anos e 37,04% acima de 50 anos. O que caracteriza uma amostra de clientes adultos e sêniores; d) O nível de escolaridade dos clientes pesquisados é alto, sendo que 85,92% da amostra pesquisada possui no mínimo nível superior completo, sendo 45,93% possuem especialização/mestrado e 5,92% possuem doutorado/pós-doutorado; e) A maioria dos clientes pesquisados são proprietários de imóveis ou potenciais compradores de imóveis, sendo 69,63% e 36,30% respectivamente. Apenas 18,52% são inquilinos de imóveis. Em relação aos corretores de imóveis, na Tabela 06 observa-se: Tabela 06 – Perfil dos corretores. Perfil do entrevistado Feminino Sexo Masculino Total Até 30 anos 31 – 40 anos Faixa Etária 41 – 50 anos Acima de 50 anos Total Ensino fundamental incompleto Ensino fundamental completo Ensino médio incompleto Grau de Escolaridade Ensino médio completo Ensino superior incompleto Ensino superior completo Especialização/Mestrado Total Frequência absoluta 36 34 70 13 16 27 14 70 01 02 01 20 17 22 07 70 % 51,43 48,57 100,00 18,57 22,86 38,57 20,00 100,00 1,43 2,86 1,43 28,57 24,29 31,42 10,00 100,00 73 Continuação da Tabela 06. Perfil do entrevistado Renda salarial individual anual Participação em cursos de vendas Experiência anterior como corretor Tempo de que trabalha na área Perfil dos Clientes Maior remuneração já recebida como corretor Frequência que atinge suas metas Segmentos de Atuação (Múltipla resposta) Até R$12.000,00 R$12.000,01 - R$ 20.000,00 R$ 20.000,01 - R$ 25.000,00 R$ 25.000,01 - R$ 40.000,00 Acima de R$ 40.000,00 Total Sim Não Total Não Sim Total Menos de 01 ano Entre 01 e 03 anos Entre 03 e 06 anos Acima de 06 anos Total A maioria de meus clientes compra uma única vez A maioria de meus clientes compra de uma a duas vezes A maioria de meus clientes compra três vezes ou mais Total Até R$ 3.000,00 R$ 3.000,01 - R$ 6.000,00 R$ 6.000,01 - R$ 9.000,00 R$ 9.000,01 - R$ 12.000,00 R$ 12.000,01 - R$ 20.000,00 Acima de R$ 20.000,00 Total Nunca Raramente Quase sempre Sempre Total Imóveis novos prontos Lançamento na planta Imóveis de terceiros Locação Terrenos Em construção Estoque Frequência absoluta % 32 16 5 10 07 70 58 12 70 42 28 70 08 21 24 17 70 45,71 22,86 7,14 14,29 10,00 100,00 82,86 17,14 100,00 60,00 40,00 100,00 11,42 30,00 34,29 24,29 100,00 30 42,86 31 44,29 09 12,85 70 05 16 15 09 14 11 70 02 23 36 09 70 53 44 30 05 01 01 01 100,00 7,14 22,86 21,43 12,86 20,00 15,71 100,00 2,86 32,86 51,42 12,86 100,00 75,71 62,86 42,86 7,14 1,43 1,43 1,43 Fonte: Pesquisa 2015. a) Quanto ao gênero (sexo) dos corretores de imóveis pesquisados, a amostra pesquisada foi equilibrada, sendo 51,43% do sexo feminino e 48,57% do sexo masculino. 74 b) Em relação ao grau de escolaridade dos corretores de imóveis pesquisados, 28,57% completaram o ensino médio, 24,29% possuem o superior incompleto e 31,42% possuem o superior completo. Observa-se que o nível de escolaridade dos corretores de imóveis é menor do que nível de escolaridade dos clientes pesquisados. c) 82,86% dos corretores de imóveis pesquisados já participaram de algum curso técnico de vendas. d) Com relação ao atendimento prestado pelos corretores de imóveis aos seus clientes, 42,86% dos corretores de imóveis pesquisados atendem os clientes apenas uma única vez. Os corretores de imóveis que atendem duas vezes o mesmo cliente são 44,29% da amostra pesquisada. Já o corretor que atende o mesmo cliente três vezes ou mais foram apenas 12,85% da amostra pesquisada. Isto posto, observa-se que poucos corretores conseguem manter um relacionamento duradouro com os seus clientes. e) Em relação à frequência com que os corretores de imóveis pesquisados atingem suas metas, 64,28% afirmaram que quase sempre ou sempre atingem as metas estabelecidas, porém, 35,72% afirmaram que nunca ou raramente atingem suas metas. Observa-se que mais de um terço da amostra estudada não consegue atingir as metas de vendas estipuladas. 5.2 PERCEPÇÃO DOS CORRETORES DE IMÓVEIS E CLIENTES DO MERCADO IMOBILIÁRIO QUANTO AO COMPORTAMENTO SERVIDOR 5.2.1 Análise dos elementos quanto ao grau de importância na percepção dos corretores de imóveis Com relação aos elementos do Comportamento Servidor, quanto ao grau de importância, os corretores de imóveis pesquisados no estudo, avaliaram como o mais importante o elemento Responsabilidade (9,93), seguido do elemento Utilidade (9,89). O elemento menos importante, segundo os corretores foi a Renúncia (8,98), como mostra a Tabela 7. 75 Tabela 7 – Estatística descritiva quanto ao grau de importância dos elementos – corretores. Elementos Mínimo 8,80 Responsabilidade 9,00 Utilidade Desejo de ajudar 7,80 Iniciativa 7,33 Simplicidade 6,67 Prática do bem 6,67 5,00 Renúncia Fonte: Pesquisa 2015. Máximo 25% 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 9,20 10,00 9,33 10,00 9,33 10,00 8,33 10,00 8,50 Mediana 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 9,33 9,50 75% 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 Média 9,93 9,89 9,60 9,59 9,48 9,08 8,98 Desvio-padrão 0,19 0,27 0,61 0,66 0,79 0,99 1,25 CV 1,96 2,69 6,32 6,85 8,35 10,96 13,88 Para verificar se existem evidências estatísticas de quais desses elementos apresentam diferença estatística, foi realizado o teste estatístico paramétrico MANOVA (Análise de Variância Multivariada), como mostra a Tabela 7.1. Tabela 7.1 - Análise de variância multivariada (MANOVA) das dimensões Análise de variância multivariada (MANOVA) das dimensões Importância Clientes Wilks' Lambda Pillai's Trace Hotelling's Trace Estatística 0.997 0.003 362.154 FObs 6622.251 6622.251 6622.251 Valor - p 0.000 0.000 0.000 Estatística 1.000 0.000 3425.386 FObs 30828.472 30828.472 30828.472 Valor - p 0.000 0.000 0.000 Estatística 0.929 0.071 13.120 FObs 239.914 239.914 239.914 Estatística 0.998 0.002 600.902 FObs 5408.116 5408.116 5408.116 Corretores Wilks' Lambda Pillai's Trace Hotelling's Trace Desempenho Clientes Wilks' Lambda Pillai's Trace Hotelling's Trace Valor - p 0.000 0.000 0.000 Corretores Wilks' Lambda Pillai's Trace Hotelling's Trace Fonte: Pesquisa 2015. Valor - p 0.000 0.000 0.000 76 Através do teste de análise de variância multivariada, para um nível de significância de 5%, observa-se evidência de diferença estatística quanto à importância nos elementos estudados. Para identificar onde ocorre esta diferença significativa entre os elementos, foi aplicado o teste de Tukey. De acordo com a análise descritiva e do teste de Tukey, para um nível de significância de 5%, os elementos avaliados pelos corretores, segundo o Gráfico 02, apresentam-se a seguir. Gráfico 02 – Plot means (IC: 95%) dos elementos do grau de importância – corretores. Fonte: Pesquisa 2015. O elemento Responsabilidade foi o mais bem avaliado, seguido do elemento Utilidade. Já o elemento Renúncia (8,98) foi o mais severamente avaliado entre todos os 07 elementos pesquisadas, haja vista a média geral (9,51). O elemento Responsabilidade, nos estudos do comportamento servidor de Nóbrega (2009), é definido como: agir com reponsabilidade, compromisso, consistência e desempenho desejado. Ao analisar o Comportamento Servidor em um Instituto Federal de Educação, Medeiros (2010) demonstrou que na avaliação dos elementos do seu estudo, a Simplicidade foi o mais bem avaliado, de acordo com os alunos daquela instituição. Observa-se que, a percepção do serviço prestado pelos docentes de uma instituição de ensino, difere-se em relação à percepção do serviço prestado pelos corretores de imóveis, pois o elemento Responsabilidade foi o mais bem 77 avaliado. Há coerência neste resultado, visto que os profissionais do mercado imobiliário atuam em cumprimento ao código de ética do COFECI, no qual inclui em suas principais normas a responsabilidade, o compromisso e a ética com os seus clientes. De acordo com a revisão da literatura, o elemento Responsabilidade inclui atributos de Comportamento Servidor em profissionais de vendas do mercado imobiliário como a A4 – honestidade (9,99), A3 – a pontualidade (9,97) e a A5 – confiança interpessoal (9,94). Já para o elemento Utilidade, são atributos relevantes de Comportamento Servidor ter A6 –comunicação clara (9,94) e A8 – capacidade de compreensão (9,93). Isto posto, observa-se uma semelhança quanto à avaliação dos elementos e atributos em relação à importância para os corretores de imóveis. Dos 5 primeiros atributos mais bem avaliados, 3 atributos referem-se ao elemento Responsabilidade e 2 atributos ao elemento Utilidade, sendo a média geral (9,57), conforme a Tabela 08. Tabela 08 - Estatística descritiva quanto ao grau de importância dos atributos - corretores. DesvioAtributos Mínimo Máximo 25% Mediana 75% Média padrão 09 10 10 10 10 0,12 04 9,99 09 10 10 10 10 0,17 03 9,97 09 10 10 10 10 0,23 05 9,94 09 10 10 10 10 0,23 06 9,94 09 10 10 10 10 0,26 08 9,93 08 10 10 10 10 9,93 0,31 20 06 10 10 10 10 9,9 0,54 02 08 10 10 10 10 9,87 0,45 01 08 10 10 10 10 9,84 0,4 16 08 10 10 10 10 9,8 0,5 09 08 10 10 10 10 9,79 0,51 07 07 10 10 10 10 9,74 0,65 15 06 10 10 10 10 9,7 0,77 21 04 10 09 10 10 9,6 0,91 19 05 10 10 10 10 9,59 0,91 10 06 10 09 10 10 9,57 0,77 22 05 10 09 10 10 9,56 0,9 13 00 10 09 10 10 9,49 1,36 17 05 10 09 10 10 9,41 1,06 23 01 10 09 10 10 9,37 1,43 24 05 10 09 10 10 9,36 1,22 18 02 10 09 10 10 9,19 1,49 14 00 10 07 09 10 8,4 2,14 12 00 10 07 09 10 7,84 2,78 11 Fonte: Pesquisa 2015 CV 1,2 1,68 2,35 2,35 2,61 3,13 5,48 4,54 4,11 5,09 5,19 6,7 7,92 9,45 9,48 8,07 9,36 14,33 11,22 15,22 13 16,19 25,43 35,45 78 5.2.2 Análise dos elementos quanto ao grau de desempenho na percepção dos corretores de imóveis Com relação aos elementos do Comportamento Servidor, quanto ao grau de desempenho, os corretores de imóveis pesquisados no estudo, avaliaram como melhor desempenho o elemento Responsabilidade, seguido do elemento Desejo de ajudar. O elemento com pior desempenho, segundo os corretores, foi a Prática do Bem, como mostra a Tabela 09. Tabela 09 – Estatística descritiva quanto ao grau de desempenho dos elementos – corretores. Elementos Mínimo Máximo 25% Mediana 75% Média Desvio-padrão 8,00 10,00 9,60 10,00 10,00 0,42 Responsabilidade 9,71 7,80 10,00 9,20 9,80 10,00 0,60 Desejo de ajudar 9,53 Iniciativa 5,33 10,00 8,67 9,67 10,00 9,28 0,96 Simplicidade 5,67 10,00 9,00 9,67 10,00 9,28 0,88 Utilidade 5,00 10,00 9,00 9,33 10,00 9,22 0,95 Renúncia 5,00 10,00 8,50 9,50 10,00 8,96 1,31 4,33 10,00 8,00 9,00 10,00 1,39 Prática do Bem 8,67 CV 4,36 6,33 10,37 9,52 10,28 14,57 16,08 Fonte: Pesquisa 2015. De acordo com a análise descritiva e do teste de Tukey, para um nível de significância de 5%, os elementos avaliados pelos corretores, segundo o Gráfico 03, se apresentam abaixo. Gráfico 03 – Plot means (IC: 95%) das dimensões do grau de desempenho – corretores. 79 O elemento Responsabilidade foi o mais bem avaliado (9,71), seguido do elemento Desejo de ajudar (9,53). Já o elemento Prática do Bem (8,67) foi o mais severamente avaliado entre todos os 07 elementos pesquisados quanto ao desempenho, sendo a média geral (9,24). Percebe-se que o elemento Responsabilidade foi o mais importante na Tabela 07, avaliado com (9,93) pelos corretores de imóveis e, no entanto, quando avaliaram o seu desempenho quanto o mesmo elemento na Tabela 09, a Responsabilidade (9,71) teve um desempenho menor que o grau de sua importância. Com relação à avaliação dos atributos quanto ao grau de desempenho, dos 5 atributos com melhor desempenho, 4 atributos referem-se ao elemento Responsabilidade, sendo: A4 – honestidade com melhor nota de desempenho (9,89), seguido da A1 – ética (9,77), A2 – compromisso (9,74) e A3 – pontualidade (9,7). E um atributo – A20 – ouvir com atenção, obteve desempenho (9,73) e refere-se ao elemento Desejo de ajudar, sendo a média geral (9,31), conforme a Tabela 10. Tabela 10 - Estatística descritiva do grau de desempenho dos atributos - corretores. Atributos Mínimo Máximo 25% Mediana 75% Média Desvio-padrão 08 10 10 10 10 0,36 04 9,89 08 10 10 10 10 0,54 01 9,77 07 10 10 10 10 0,63 02 9,74 07 10 10 10 10 0,61 20 9,73 08 10 10 10 10 0,57 03 9,7 07 10 09 10 10 9,53 0,77 21 02 10 09 10 10 9,51 1,18 24 05 10 09 10 10 9,5 0,99 09 08 10 09 10 10 9,5 0,76 22 05 10 09 10 10 9,46 1,06 05 05 10 09 10 10 9,43 0,94 13 05 10 09 10 10 9,41 0,96 08 05 10 09 10 10 9,41 1,1 17 07 10 09 10 10 9,4 0,87 23 05 10 09 10 10 9,39 1,01 06 06 10 09 10 10 9,39 0,91 14 06 10 09 10 10 9,37 0,89 18 05 10 09 10 10 9,29 1,19 15 05 10 09 10 10 9,17 1,24 16 05 10 08 09 10 9,06 1,14 19 04 10 08 09 10 09 1,26 10 05 10 08 09 10 8,86 1,32 07 00 10 08 09 10 8,5 2,12 12 00 10 06 09 10 7,5 3,1 11 Fonte: Pesquisa 2015. CV 3,67 5,56 6,46 6,29 5,91 8,13 12,36 10,41 7,96 11,2 9,98 10,15 11,65 9,31 10,78 9,65 9,47 12,85 13,51 12,59 14,03 14,92 24,92 41,28 80 De acordo com a Escala Likert de 11(onze) pontos, observa-se que, quanto ao grau de Importância e Desempenho dos Corretores de Imóveis, as médias avaliadas pelos profissionais foram altas, demonstradas no Quadro 23. Quadro 23 – Sistematização das análises na percepção dos corretores de imóveis. CORRETORES DE IMÓVEIS Média Importância Elemento (9,51) Média Desempenho Elemento (9,24) Média Importância Atributo (9,57) Média Desempenho Atributo (9,31) Elemento + Importante Responsabilidade (9,93) Elemento – Importante Renúncia (8,98) Elemento maior Desempenho Responsabilidade (9,71) Elemento menor Desempenho Prática do Bem (8,67) Atributo + Importante Honestidade (9,99) Atributo – Importante Promover similaridade (7,84) Atributo maior Desempenho Honestidade (9,89) Promover similaridade (7,05) Atributo menor Desempenho Fonte: Elaborado pela autora. 5.2.3 Análise dos elementos quanto ao grau de importância na percepção dos clientes Com relação aos elementos do Comportamento Servidor, quanto ao grau de importância, os clientes pesquisados no estudo, avaliaram como o mais importante o elemento Responsabilidade, seguido do elemento Utilidade. Os elementos menos importantes, segundo os clientes foram: Prática do Bem e Renúncia, como mostra a Tabela 11. Tabela 11 – Estatística descritiva quanto ao grau de importância dos elementos – clientes. Elementos Mínimo Máximo 25% Mediana 75% Média Desvio-padrão Responsabilidade 5,00 10,00 9,80 10,00 10,00 9,81 0,52 Utilidade 5,00 10,00 9,00 9,67 10,00 9,45 0,81 Iniciativa 4,67 10,00 8,67 9,67 10,00 9,32 0,85 Desejo de ajudar 5,00 10,00 8,80 9,60 10,00 9,30 0,87 Simplicidade 4,67 10,00 8,33 9,33 10,00 9,08 0,99 Prática do bem 5,00 10,00 7,33 8,67 9,33 8,41 1,31 Renúncia 1,50 10,00 7,50 8,50 10,00 8,41 1,65 Fonte: Pesquisa 2015. CV 5,30 8,60 9,10 9,40 10,94 15,62 19,61 81 De acordo com a análise descritiva e do teste de Tukey, para um nível de significância de 5%, as dimensões avaliadas pelos clientes, segundo o Gráfico 04, apresentam-se a seguir. Gráfico 04 – Plot means (IC:95%) dos elementos quanto ao grau de importância – clientes. Fonte: Pesquisa 2015. O elemento Responsabilidade foi o mais bem avaliado (9,81), seguido do elemento Utilidade (9,45). Já os elementos Prática do bem e Renúncia, ambos com (8,41) foram os mais severamente avaliados entre os 07 elementos pesquisadas quanto à importância segundo os clientes, sendo a média geral (9,11). Com relação à avaliação dos atributos quanto ao grau de importância segundo os clientes pesquisados, dos 5 atributos com maior grau de importância, 4 atributos referem-se ao elemento Responsabilidade, sendo o atributo A4 – honestidade com o maior grau de importância para os clientes (9,92), seguido da A1 - ética (9,82), A5 – confiança interpessoal (9,81) e A2 – compromisso (9,79). O quinto atributo – A6 – comunicação clara, obteve desempenho (9,37) e refere-se ao elemento Utilidade, como apresenta a tabela 12. 82 Tabela 12 - Estatística descritiva do grau de importância dos atributos - clientes. Atributos Mínimo Máximo 25% Mediana 75% Média Desvio-padrão 04 9,92 05 10 10 10 10 0,5 01 9,82 05 10 10 10 10 0,61 05 9,81 05 10 10 10 10 0,63 02 9,79 05 10 10 10 10 0,73 06 9,78 05 10 10 10 10 0,65 03 05 10 10 10 10 9,73 0,7 20 05 10 10 10 10 9,67 0,84 08 05 10 09 10 10 9,53 0,91 16 05 10 09 10 10 9,53 0,87 21 05 10 09 10 10 9,43 1,02 23 05 10 09 10 10 9,38 1,12 15 03 10 09 10 10 9,37 1,11 18 05 10 09 10 10 9,37 1,12 09 05 10 09 10 10 9,36 1,02 22 05 10 09 10 10 9,24 1,16 17 05 10 09 10 10 9,14 1,2 07 00 10 09 10 10 9,06 1,53 14 03 10 08 10 10 9,05 1,36 13 00 10 09 10 10 8,97 1,73 24 03 10 08 10 10 8,79 1,67 19 02 10 08 10 10 8,73 1,69 10 01 10 07 08 10 8,02 1,95 11 00 10 07 08 10 7,86 2,39 12 00 10 07 08 10 7,86 2,27 Fonte: Pesquisa 2015. CV 5,09 6,2 6,37 7,43 6,69 7,23 8,64 9,58 9,14 10,8 11,93 11,86 11,93 10,89 12,56 13,17 16,94 14,99 19,31 19,01 19,37 24,25 30,39 28,84 Nos estudos de Peppers (2012), a confiança e honestidade são considerados vantagem competitiva na interação com os clientes. Segundo Ferreira (2008), a confiança é considerada pelos vendedores pesquisados em seu estudo, como um atributo que influencia positivamente na renovação de contratos. Ao observar o Modelo Analítico do Marketing de Relacionamento de Lindgreen (2001), percebe-se que os atributos elencados como os mais importantes pelos clientes coincidem com os construtos necessários, segundo o autor, para um relacionamento duradouro. 5.2.4 Análise dos elementos quanto ao grau de desempenho na percepção dos clientes Com relação aos elementos do Comportamento Servidor, quanto ao grau de desempenho, os clientes pesquisados no estudo, avaliaram com melhor desempenho o elemento Utilidade, seguido do elemento Responsabilidade. O 83 elemento com o pior desempenho, segundo os clientes, foi Prática do Bem, sendo a média geral dos atributos (9,22), como mostra a Tabela 13. Tabela 13 – Estatística descritiva quanto ao grau de desempenho dos elementos – clientes. Elementos Mínimo Utilidade 0,67 Responsabilidade 0,00 Iniciativa 0,67 Desejo de ajudar 0,40 Simplicidade 0,00 Renúncia 0,00 Prática do Bem 0,33 Fonte: Pesquisa 2015. Máximo 25% Mediana 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 5,67 5,40 5,67 5,20 5,00 4,50 4,33 7,33 7,40 7,33 7,20 6,67 6,50 6,33 75% Média Desvio-padrão CV 8,67 8,80 8,67 8,40 8,67 8,50 8,00 7,03 7,00 6,95 6,83 6,53 6,10 6,03 2,14 2,34 2,24 2,25 2,49 2,61 2,60 30,47 33,41 32,17 32,98 38,10 42,84 43,11 De acordo com a análise descritiva e do teste de Tukey, para um nível de significância de 5%, as dimensões avaliadas pelos clientes, segundo o grau de desempenho se apresentam a seguir no Gráfico 05. Gráfico 05 – Plot means (IC: 95%) dos elementos quanto ao grau de desempenho – clientes. Fonte: Pesquisa 2015. O elemento Utilidade obteve desempenho maior (7,03), seguido do elemento Responsabilidade (7,0). Já o elemento Prática do Bem (6,03) obteve o pior desempenho entre todos os 07 elementos pesquisados segundo os clientes, sendo a média geral (6,64). Em relação ao desempenho avaliado pelos corretores já mostrado neste estudo, percebe-se que o desempenho percebido pelos clientes foi bem abaixo, 84 obtendo na média geral um desempenho médio. Aquém das expectativas com relação à dimensão Comportamento Servidor. Na avaliação dos atributos quanto ao grau de desempenho, percebe-se na tabela 14 que, apenas 6 foram avaliados com nota superior a 7,0 pelos clientes, sendo respectivamente a A3 – pontualidade (7,24), seguido da A7 – expertise (7,16), A2 compromisso (7,13), A15 – assertividade (7,13), A5 – confiança interpessoal (7,07) e A6 – comunicação clara (7,04). Tabela 14 – Estatística descritiva quanto ao grau de desempenho dos atributos – clientes. Atributos Mínimo Máximo 25% Mediana 75% Média Desvio-padrão 03 7,24 00 10 06 08 09 2,44 07 7,16 01 10 06 07 09 2,14 02 7,13 00 10 05 08 09 2,56 15 7,13 00 10 06 08 09 2,29 05 7,07 00 10 05 08 09 2,58 06 7,04 00 10 06 08 09 2,47 21 00 10 06 07 09 6,99 2,43 24 00 10 05 07 09 6,95 2,26 20 00 10 05 07 09 6,93 2,54 08 00 10 05 07 09 6,88 2,55 16 00 10 05 07 09 6,87 2,45 14 01 10 05 07 09 6,85 2,38 04 00 10 05 08 09 6,79 2,77 17 00 10 05 07 09 6,78 2,5 01 00 10 05 07 09 6,77 2,57 09 00 10 05 07 09 6,67 2,57 22 00 10 05 07 08 6,64 2,5 23 00 10 05 07 09 6,63 2,45 13 00 10 05 07 08 6,52 2,62 18 00 10 05 07 09 6,42 2,78 19 00 10 05 07 09 6,39 2,74 10 00 10 05 07 08 6,01 3,01 12 5,69 00 10 03 06 08 3,02 11 5,43 00 10 03 06 08 3,13 Fonte: Pesquisa 2015. CV 33,77 29,85 35,88 32,09 36,54 35,04 34,75 32,48 36,69 36,99 35,61 34,74 40,78 36,84 37,89 38,61 37,62 36,94 40,19 43,31 42,95 50,12 53,15 57,61 Observa-se também, que dois atributos obtiveram pior desempenho, sendo eles A12 – a capacidade de minimizar conflitos (5,69) e A11 – promover similaridade (5,43). Em geral, quanto ao grau de desempenho avaliado pelos clientes, ele foi médio, sendo a média dos 24 atributos em (6,71). De acordo com a Escala Likert de 11(onze) pontos, observa-se que, quanto ao grau de importância e desempenho dos clientes, as médias avaliadas pelos clientes foram altas em relação à importância e baixas em relação ao desempenho, demonstradas no Quadro 24 a seguir. 85 Quadro 24 – Sistematização das análises na percepção dos clientes. CLIENTES Média Importância Elemento Média Importância Atributo (9,11) (9,22) Média Desempenho Elemento Média Desempenho Atributo (6,64) (6,71) Elemento + Importante Elemento – Importante Responsabilidade Renúncia (9,81) (8,41) Elemento maior Desempenho Elemento menor Desempenho Utilidade Prática do Bem (7,03) (6,03) Atributo + Importante Atributo – Importante Honestidade Minimizar conflitos (9,92) (7,86) Pontualidade Promover similaridade (7,24) (5,43) Atributo maior Desempenho Atributo menor Desempenho Fonte: Elaborado pela autora. 5.3 COMPARATIVO DA PERCEPÇÃO DE CLIENTES VERSUS CORRETORES DE IMÓVEIS 5.3.1 Comparação dos elementos quanto ao grau de importância e desempenho na percepção dos corretores e clientes Quanto ao grau de importância, observa-se que os corretores apontaram maior grau de importância a todos os elementos pesquisados, e consideraram os três elementos mais importantes a Responsabilidade (9,93), a Utilidade (9,89) e o Desejo de ajudar (9,60) enquanto os clientes elegeram os três mais importantes a Responsabilidade (9,81), a Utilidade (9,45) e a Iniciativa (9,32). Para todos os elementos, corretores e clientes atribuíram alto grau de importância, sendo a média avaliada pelos corretores em (9,51) e a média avaliada pelos clientes em (9,11). Quanto ao grau de desempenho, observa-se que os corretores apontaram maior grau de desempenho em todos os elementos do Comportamento Servidor comparados aos clientes. Sendo assim, percebe-se que os corretores de imóveis acreditam prestar um serviço com um alto grau de desempenho, enquanto os clientes apontam um desempenho médio para cinco elementos avaliadas. Para os clientes, o desempenho dos corretores foi médio, no qual o elemento Utilidade (7,03) foi apontado como o melhor e a Prática do bem (6,03) com o pior desempenho. Observa-se na Tabela 15, que os clientes avaliaram o desempenho dos corretores como um desempenho médio, entre 5 e 7, para as dimensões: Iniciativa, 86 Desejo de Ajudar, Simplicidade, Renúncia e Prática do Bem, e consideraram um melhor desempenho nos elementos: Utilidade e Responsabilidade. Tabela 15 – Comparação do grau da importância e desempenho entre clientes e corretores nos elementos do C.S. Importância Desempenho Elementos Valor-p Valor-p Clientes Corretores Clientes Corretores Responsabilidade 9,81 9,93 0,065 7,00 9,71 0,000 Utilidade 9,45 9,89 0,000 7,03 9,22 0,000 Prática do bem 8,41 9,08 0,000 6,03 8,67 0,000 Renúncia 8,41 8,98 0,013 6,10 8,96 0,000 Iniciativa 9,32 9,59 0,019 6,95 9,28 0,000 Simplicidade 9,08 9,48 0,004 6,53 9,28 0,000 Desejo de ajudar 9,30 9,60 0,012 6,83 9,53 0,000 Fonte: Pesquisa 2015. A média avaliada quanto ao grau de desempenho nos elementos pelos corretores foi (9,24) enquanto que a média quanto ao grau de desempenho avaliado pelos clientes foi (6,64). Convém ressaltar que há diferença na média avaliada pelos corretores e clientes tanto quanto a importância quanto no desempenho, sendo a avaliação pelos clientes menor em todos os elementos do Comportamento Servidor em relação aos corretores. 5.3.2 Comparação dos atributos quanto ao grau de importância e desempenho na percepção dos corretores e clientes Quanto ao grau de importância, observa-se que para os corretores os atributos A3 – possuir pontualidade (9,97), A6 – comunicação clara (9,94), A8 – ser compreensivo (9,93), A20 – ouvir com atenção (9,93), A16 – buscar informações (9,84), A9 – promover relacionamento (9,80) foram considerados os cinco mais importantes e possuem alta importância, enquanto os clientes elegeram os cinco mais importantes A6 – comunicação clara (9,78), A3 – possuir pontualidade (9,73), A20 – ouvir com atenção (9,67), A8 – ser compreensivo (9,53), A15 – Possuir assertividade (9,37). Deste modo, tanto corretores como clientes concordam ao avaliar os atributos como altamente importantes. Quanto ao grau de desempenho, observa-se que os corretores apontaram maior grau de desempenho nos atributos A4 – possuir honestidade (9,89), A1 – ter ética (9,77), A2 – comprometimento (9,74), A20 – ouvir com atenção (9,73) e A3 – possuir pontualidade (9,7), enquanto que para os clientes, os cinco atributos que 87 obtiveram melhor desempenho foram A3 – possuir pontualidade (7,24), A7 – ter expertise (7,16), A2 – possuir compromisso (7,13), A15 – possuir assertividade (7,13), A5 – transmitir confiança (7,07) foram os desempenhos melhor avaliados. Observa-se uma diferença considerável entre clientes e corretores quanto à avaliação de desempenho, no qual os corretores percebem um desempenho maior com relação ao Comportamento Servidor, enquanto os clientes avaliaram apenas cinco atributos como um desempenho bom, e os demais atributos com um desempenho médio, sendo que os atributos A12 – minimizar conflitos (5,69) e A11 – possuir orientação em servir (5,43), foram os mais severamente avaliados pelos clientes. A Tabela 16 apresenta os 24 atributos avaliados nesse estudo, na qual os clientes apontaram menor grau de desempenho e importância do que os corretores. Tabela 16 – Comparação dos atributos quanto ao grau da importância e desempenho entre clientes e corretores. Importância Desempenho Atributos Valor-p Valor-p Clientes Corretores Clientes Corretores 9,82 9,87 0,551 6,77 9,77 0,000 01 9,79 9,90 0,246 7,13 9,74 0,000 02 9,73 9,97 0,006 7,24 9,70 0,000 03 9,92 9,99 0,274 6,79 9,89 0,000 04 9,81 9,94 0,100 7,07 9,46 0,000 05 9,78 9,94 0,042 7,04 9,39 0,000 06 9,06 9,79 0,000 7,16 8,86 0,000 07 9,53 9,93 0,000 6,88 9,41 0,000 08 9,36 9,80 0,001 6,67 9,50 0,000 09 8,02 9,59 0,001 6,01 9,00 0,000 10 7,86 7,84 0,965 5,43 7,50 0,000 11 7,86 8,40 0,100 5,69 8,50 0,000 12 8,97 9,56 0,009 6,52 9,43 0,000 13 9,05 9,19 0,518 6,85 9,39 0,000 14 9,37 9,74 0,011 7,13 9,29 0,000 15 9,53 9,84 0,004 6,87 9,17 0,000 16 9,14 9,49 0,064 6,78 9,41 0,000 17 9,37 9,36 0,938 6,42 9,37 0,000 18 8,73 9,60 0,000 6,39 9,06 0,000 19 9,67 9,93 0,015 6,93 9,73 0,000 20 9,43 9,70 0,052 6,99 9,53 0,000 21 9,24 9,57 0,031 6,64 9,50 0,000 22 9,38 9,41 0,822 6,63 9,40 0,000 23 8,79 9,37 0,014 6,95 9,51 0,000 24 Fonte: Pesquisa 2015. 88 5.3.3 Matrizes de importância e desempenho da percepção de clientes e corretores de imóveis De acordo com análise da Tabela 17, os atributos que obtiveram maior importância para clientes e corretores de maneira geral são: A4 – possuir honestidade (9,94), A5 – confiança interpessoal (9,86), A1 – possuir ética (9,84), A6 – comunicação clara (9,83), A2 – possuir compromisso (9,82), A3 – possuir pontualidade (9,81), A20 – ouvir com atenção (9,76), A8 – entendimento/compreensão (9,66). Tabela 17 – Matriz de importância. Atributos Geral Especificação Possuir honestidade Transmitir confiança interpessoal Possuir ética Ter comunicação/transparência Possuir compromisso Possuir pontualidade Ouvir com atenção 04 05 01 06 02 03 20 Possuir entendimento/compreensão 08 Buscar informações/necessidades 16 Ter paciência 21 Promover relacionamento 09 Possuir assertividade 15 Possuir orientação em servir 23 Possuir personalidade/ empatia 18 Ser cooperativo 22 Ter expertise (conhecimento e prática) 07 Exercer rapport (interação positiva) 17 Possuir flexibilidade (adaptabilidade) 13 Possuir pró-atividade / iniciativa 14 Possuir criatividade/imaginação 19 Gostar de pessoas 24 Oferecer benefícios 10 Minimizar conflitos 12 Promover similaridade 11 Fonte: Pesquisa 2015. Clientes Corretores Média Ranking Média Ranking Média Ranking 9,94 01 9,92 01 9,99 01 9,86 02 9,81 02 9,94 03 9,84 03 9,82 01 9,87 06 9,83 04 9,78 04 9,94 03 9,82 05 9,79 03 9,90 05 9,81 06 9,73 05 9,97 02 9,76 07 9,67 06 9,93 04 9,66 08 9,53 07 9,93 04 9,63 09 9,53 07 9,84 07 9,52 10 9,43 08 9,70 11 9,51 11 9,36 11 9,80 08 9,50 12 9,37 10 9,74 10 9,39 13 9,38 09 9,41 17 9,37 14 9,37 10 9,36 19 9,35 15 9,24 12 9,57 14 9,31 16 9,06 14 9,79 09 9,26 17 9,14 13 9,49 16 9,17 18 8,97 16 9,56 15 9,10 19 9,05 15 9,19 20 9,02 20 8,73 18 9,60 12 8,99 21 8,79 17 9,37 18 8,56 22 8,02 19 9,59 13 8,04 23 7,86 20 8,40 21 7,85 24 7,86 20 7,84 22 Observa-se ainda na tabela acima que clientes e corretores consideram importante como 3º atributo (possuir ética) e como 8º atributo (possuir entendimento/ compreensão). No entanto, estes atributos não aparecem entre os 08 atributos com melhor desempenho. Todavia, tanto para os clientes como para os corretores de imóveis, honestidade, confiança, comunicação clara, compromisso, pontualidade e ouvir com atenção, são apontados tanto como mais importantes quanto com melhor desempenho entre os 08 primeiros do ranking geral. 89 Com relação à matriz de desempenho, na Tabela 18, os atributos que obtiveram melhor desempenho para clientes e corretores de maneira geral são: A3 – possuir pontualidade (8,08), A2 – possuir compromisso (8,02), A5 – transmitir confiança interpessoal (7,89), A20 – ouvir com atenção (7,88), A15 – possuir assertividade (7,86), A21 – ter paciência (7,86), A4 – possuir honestidade (7,85), A6 – comunicação clara (7,84), A24 – gostar de pessoas (7,82). Tabela 18 – Matriz de desempenho. Atributos Geral Especificação Possuir pontualidade Possuir compromisso Transmitir confiança interpessoal Ouvir com atenção Possuir assertividade Ter paciência Possuir honestidade Ter comunicação/transparência Gostar de pessoas Possuir ética 03 02 05 20 15 21 04 06 24 01 Possuir entendimento/compreensão 08 Ter expertise (conhecimento e prática) 07 Possuir pró-atividade / iniciativa 14 Exercer rapport (interação positiva) 17 Buscar informações/necessidades 16 Promover relacionamento 09 Ser cooperativo 22 Possuir orientação em servir 23 Possuir flexibilidade (adaptabilidade) 13 Possuir personalidade/ empatia 18 Possuir criatividade/imaginação 19 Oferecer benefícios 10 Minimizar conflitos 12 Promover similaridade 11 Fonte: Pesquisa 2015. Clientes Corretores Média Ranking Média Ranking Média Ranking 8,08 01 7,24 01 9,70 05 8,02 02 7,13 03 9,74 03 7,89 03 7,07 04 9,46 09 7,88 04 6,93 08 9,73 04 7,86 05 7,13 03 9,29 15 7,86 05 6,99 06 9,53 06 7,85 06 6,79 12 9,89 01 7,84 07 7,04 05 9,39 13 7,82 08 6,95 07 9,51 07 7,80 09 6,77 14 9,77 02 7,75 10 6,88 09 9,41 11 7,74 11 7,16 02 8,86 19 7,72 12 6,85 11 9,39 13 7,68 13 6,78 13 9,41 11 7,66 14 6,87 10 9,17 16 7,63 15 6,67 15 9,50 08 7,61 16 6,64 16 9,50 08 7,58 17 6,63 17 9,40 12 7,51 18 6,52 18 9,43 10 7,43 19 6,42 18 9,37 17 7,30 20 6,39 19 9,06 17 7,03 21 6,01 20 9,00 18 6,65 22 5,69 21 8,50 20 6,14 23 5,43 22 7,50 21 Para avaliar a correlação do ranking de importância e desempenho atribuído, foi utilizado o teste não paramétrico de Spearman com α = 5%, ou seja, quando o valor p for menor que 0,05, temos evidência que existe correlação significativa entre os grupos em estudo, onde essa associação pode ser positiva ou negativa, conforme mostra a Tabela 19. 90 Tabela 19 – Teste de Spearman dos 24 atributos no grau de importância e desempenho. Público alvo Geral Clientes Corretores Importância Geral 0,988** 0,881** 01 Clientes 0,828** 01 Vendedores 01 Desempenho Geral 0,968** 0,897** 01 Clientes 0,758** 01 Vendedores 01 **Valor p menor que 0,01 *Valor p menor que 0,05 Através do teste estatístico de Spearman, com um nível de significância de 5%, evidencia-se que existe uma correlação positiva entre o nível geral da importância e desempenho com os clientes e vendedores, ou seja, os dois públicos alvos possuem prioridades semelhantes. Neste estudo, de forma geral nos gráficos 6 e 7 da matriz de importância e desempenho, a maior parte dos atributos posicionou-se no quadrante MM, com recomendação de manter ou melhorar desempenho. Gráfico 6 – Matriz de importância e desempenho padronizada – corretores. Fonte: Pesquisa 2015. Legenda: DM: Definitivamente melhorar; ME: Melhorar; MM: Manter ou Melhorar; MA: Manter; MR: Manter ou Reduzir. 91 Gráfico 7 – Matriz de importância e desempenho padronizada – clientes. Fonte: Pesquisa 2015 Legenda: DM: Definitivamente melhorar; ME: Melhorar; MM: Manter ou Melhorar; MA: Manter; MR: Manter ou Reduzir. Foram mostrados, através da matriz importância-desempenho, os atributos que devem melhorar, sendo A7 – Expertise, A10 – Oferecer Benefícios, A19 – Criatividade na percepção dos corretores de imóveis, A18 – Empatia, A22 – Ser cooperativo e A23 – Orientação em servir na percepção de clientes. Eles se tornaram críticos por associarem alta importância com desempenho médio. Morgan (2002) já chamava a atenção em seus estudos em relação à falta de preparo e conhecimento técnico – a expertise, que pode vir a atrapalhar o serviço dos profissionais de vendas. Percepção de que este atributo deve melhorar na avaliação dos corretores de imóveis segundo a matriz. Nesse contexto, os estudos do mesmo autor corroboram a percepção dos clientes que avaliaram a empatia como um atributo que deve melhorar, seguido da cooperação e a orientação em servir. A arrogância e antipatia, ou seja, a falta da empatia – capacidade de se colocar no lugar do outro, são traços que aborrecem, segundo 63% dos 476 compradores pesquisados. Para melhor entendimento, no Quadro 25 percebe-se as diferenças dos atributos entre corretores de imóveis, as características e as recomendações sugeridas pela matriz. 92 Quadro 25 – Comparativo entre matriz importância-desempenho de corretores de imóveis e a matriz importância-desempenho de clientes. Matriz importância – desempenho dos corretores de imóveis Atributos Características Recomendação A7 Expertise Importância alta, 2Q A10 Oferecer Benefícios Melhorar (ME) desempenho médio. A19 Criatividade A1 Ética A2 Compromisso A3 Pontualidade A4 Honestidade A5 Confiança interpessoal A6 Comunicação clara A8 Compreensão A9 Relacionamento A13 Flexibilidade Importância alta, 3Q Manter ou Melhorar (MM) A15 Assertividade desempenho alto. A16 Buscar informações A17 Exercer rapport A18 Empatia A20 Ouvir com atenção A21 Ter paciência A22 Ser cooperativo A23 Orientação em servir A24 Gostar de pessoas Importância mediana, 6Q A14 Iniciativa Manter ou Reduzir (MR) desempenho alto. Importância baixa, 7Q A11 Similaridade Manter (MA) desempenho baixo. Importância baixa, 8Q A12 Minimizar conflitos Manter ou Reduzir (MR) desempenho mediano. Matriz importância – desempenho dos clientes Região Atributos Características Recomendação A18 Empatia Importância alta, 2Q A22 Ser cooperativo Melhorar (ME) desempenho médio; A23 Orientação em servir A1 Ética A2 Compromisso A3 Pontualidade A4 Honestidade A5 Confiança interpessoal A6 Comunicação clara Importância alta, 3Q A8 Compreensão Manter ou Melhorar (MM) desempenho alto. A9 Relacionamento A15 Assertividade A16 Buscar informações A17 Exercer rapport A20 Ouvir com atenção A21 Ter paciência A13 Flexibilidade Importância mediana, 5Q Manter (MA) A19 Criatividade desempenho mediano. A7 Ter expertise Importância mediana, 6Q A14 Iniciativa Manter ou Reduzir (MR) desempenho alto. A24 Gostar de pessoas A10 Oferecer benefícios Importância baixa, 7Q A11 Similaridade Manter (MA) desempenho baixo. A12 Minimizar conflitos Fonte: Pesquisa 2015 adaptado da Matriz de Slack (1994). Região 93 Apesar da avaliação dos clientes, na qual considerou o desempenho dos corretores de imóveis menor que a importância, convém ressaltar que, na matriz de importância e desempenho dos clientes e dos corretores de imóveis, nenhum atributo classificou-se no quadrante 1Q – DM (definitivamente melhorar). Entretanto, com importância e desempenho baixo, tanto na percepção de clientes quanto na percepção de corretores, oferecer benefícios, promover similaridade e minimizar conflitos, são atributos de comportamento servidor que devem ser mantidos, e foram mostrados, segundo a matriz de importância e desempenho no quadrante 7Q – MA (manter). 5.3.4 Análises comparativas entre as médias de Importância e as Lacunas de Desempenho Em todos os 24 atributos avaliados, de acordo com a média geral de importância e desempenho, como mostra a Tabela 20, as lacunas entre a importância e o desempenho foram negativas. Tabela 20 – Análise geral da matriz de desempenho importância – média de clientes e corretores. Atributos Descrição do atributo Importância Desempenho Possuir honestidade 9,94 7,85 04 Transmitir confiança interpessoal 9,86 7,89 05 Possuir ética 9,84 7,80 01 Ter comunicação/transparência 9,83 7,84 06 Possuir compromisso 9,82 8,02 02 Possuir pontualidade 9,81 8,08 03 Ouvir com atenção 9,76 7,88 20 Possuir entendimento/compreensão 9,66 7,75 08 Buscar informações/necessidades 9,63 7,66 16 Ter paciência 9,52 7,86 21 Promover relacionamento 9,51 7,63 09 Possuir assertividade 9,50 7,86 15 Possuir orientação em servir 9,39 7,58 23 Possuir personalidade/ empatia 9,37 7,43 18 Ser cooperativo 9,35 7,61 22 Ter expertise (conhecimento e prática) 9,31 7,74 07 Exercer rapport (interação positiva) 9,26 7,68 17 Possuir flexibilidade (adaptabilidade) 9,17 7,51 13 Possuir pró-atividade / iniciativa 9,10 7,72 14 Possuir criatividade/imaginação 9,02 7,30 19 Gostar de pessoas 8,99 7,82 24 Oferecer benefícios 8,56 7,03 10 Minimizar conflitos 8,04 6,65 12 Promover similaridade 7,85 6,14 11 Fonte: Pesquisa 2015. Lacuna -2,09 -1,97 -2,04 -1,99 -1,80 -1,73 -1,88 -1,91 -1,97 -1,66 -1,88 -1,64 -1,81 -1,94 -1,74 -1,57 -1,58 -1,66 -1,38 -1,72 -1,17 -1,53 -1,39 -1,71 Nota-se que o desempenho está abaixo da importância geral, sendo os atributos com piores desempenhos em relação à importância a A4 –honestidade, A1 94 – ética e a A6 – comunicação/transparência. Isto sugere, de acordo com a amostra estudada, que os corretores de imóveis acreditam exercer sua profissão à luz do código de ética, prestando um serviço com ética, honestidade e com comunicação clara e transparente no atendimento ao cliente. Porém, os resultados mostram que, para os clientes, estes atributos deixam a desejar quanto ao desempenho dos profissionais do mercado imobiliário, o que nos leva a supor que estas lacunas, influenciem na confiança que os clientes têm nos corretores de imóveis para o fechamento de seus negócios. E de acordo com dados do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI), o mercado imobiliário está em constante transformação devido a níveis de confiança do consumidor. Quanto ao desempenho avaliado em relação à importância geral, segundo a Tabela 21, com relação ao desempenho dos corretores, as lacunas foram positivas para A10, A12, A13, A14, A17, A18, A19, A21, A22, A23 e A24. Para os demais atributos, as lacunas foram negativas, com desempenho abaixo da importância. Tabela 21 – Avaliação das lacunas dos atributos por clientes e corretores (importância geral). Atributos 04 05 01 06 02 03 20 08 16 21 09 15 23 18 22 07 17 13 14 19 24 10 12 11 Geral Importância 9,94 9,86 9,84 9,83 9,82 9,81 9,76 9,66 9,63 9,52 9,51 9,50 9,39 9,37 9,35 9,31 9,26 9,17 9,10 9,02 8,99 8,56 8,04 7,85 Clientes Desempenho 6,79 7,07 6,77 7,04 7,13 7,24 6,93 6,88 6,87 6,99 6,67 7,13 6,63 6,42 6,64 7,16 6,78 6,52 6,85 6,39 6,95 6,01 5,69 5,43 Lacuna -3,15 -2,79 -3,07 -2,79 -2,69 -2,57 -2,83 -2,78 -2,76 -2,53 -2,84 -2,37 -2,76 -2,95 -2,71 -2,15 -2,48 -2,65 -2,25 -2,63 -2,04 -2,55 -2,35 -2,42 Corretores Desempenho Lacuna 9,89 -0,05 9,46 -0,40 9,77 -0,07 9,39 -0,44 9,74 -0,08 9,70 -0,11 9,73 -0,03 9,41 -0,25 9,17 -0,46 9,53 0,01 9,50 -0,01 9,29 -0,21 9,40 0,01 9,37 0,00 9,50 0,15 8,86 -0,45 9,41 0,15 9,43 0,26 9,39 0,29 9,06 0,04 9,51 0,52 9,00 0,44 8,50 0,46 7,50 -0,35 95 Fonte: Pesquisa 2015. Com relação ao desempenho de clientes, em todos os 24 atributos as lacunas entre a importância e o desempenho foram negativas. O que sugere que devem melhorar, pois o desempenho está abaixo da importância. Na Tabela 22, quanto ao desempenho em relação à importância definida por cada grupo pesquisado, com relação ao desempenho de clientes, em todos os 24 atributos as lacunas entre a importância e o desempenho foram negativas. O que sugere que devem melhorar, pois o desempenho está abaixo da importância. Tabela 22 – Avaliação das lacunas dos atributos por clientes e corretores (importância dentro dos grupos). Clientes Corretores Atributos Importância Desempenho Lacuna Atributos Importância Desempenho 9,92 6,79 -3,13 9,99 9,89 04 4 9,82 6,77 -3,05 9,97 9,70 01 3 9,81 7,07 -2,74 9,94 9,46 05 5 9,79 7,13 -2,66 9,94 9,39 02 6 9,78 7,04 -2,74 9,93 9,41 06 8 9,73 7,24 -2,49 9,93 9,73 03 20 9,67 6,93 -2,74 9,90 9,74 20 2 9,53 6,88 -2,65 9,87 9,77 08 1 9,53 6,87 -2,66 9,84 9,17 16 16 9,43 6,99 -2,44 9,80 9,50 21 9 9,38 6,63 -2,75 9,79 8,86 23 7 9,37 7,13 -2,24 9,74 9,29 15 15 9,37 6,42 -2,95 9,70 9,53 18 21 9,36 6,67 -2,69 9,60 9,06 09 19 9,24 6,64 -2,60 9,59 9,00 22 10 9,14 6,78 -2,36 9,57 9,50 17 22 9,06 7,16 -1,90 9,56 9,43 07 13 9,05 6,85 -2,20 9,49 9,41 14 17 8,97 6,52 -2,45 9,41 9,40 13 23 8,79 6,95 -1,84 9,37 9,51 24 24 8,73 6,39 -2,34 9,36 9,37 19 18 8,02 6,01 -2,01 9,19 9,39 10 14 7,86 5,43 -2,43 8,40 8,50 11 12 7,86 5,69 -2,17 7,84 7,50 12 11 Fonte: Pesquisa 2015. Lacuna -0,10 -0,27 -0,48 -0,55 -0,52 -0,20 -0,16 -0,10 -0,67 -0,30 -0,93 -0,45 -0,17 -0,54 -0,59 -0,07 -0,13 -0,08 -0,01 0,14 0,01 0,20 0,10 -0,34 Com relação ao desempenho de corretores as lacunas foram positivas apenas para A10, A11, A19 e A24. Para os demais atributos, as lacunas foram negativas, com desempenho abaixo da importância. Segundo Duarte (2009), “o vendedor não é o único elemento que possibilita a venda, existem ações e variáveis que devem ser analisadas para descobrir quais são as lacunas de vendas”. Este estudo possibilitou descobrir lacunas de vendas, pois as lacunas negativas, com o 96 desempenho dos corretores de imóveis inferior a importância na percepção dos clientes, provavelmente impactam no resultado das vendas do mercado imobiliário. No quadro 26, temos a sistematização das análises comparativas dos clientes versus corretores de imóveis. Quadro 26 – Sistematização das análises comparativas dos clientes versus corretores de imóveis. IMPORTÂNCIA CORRETORES DE IMÓVEIS Média Importância Elementos Média Importância Atributos CLIENTES (9,51) (9,57) Média Importância Elementos Média Importância Atributos (9,11) (9,22) DESEMPENHO CORRETORES DE IMÓVEIS Média Desempenho Elementos Média Desempenho Atributos (9,24) (9,31) CLIENTES Média Desempenho Elementos Média Desempenho Atributos (6,64) (6,71) MATRIZ IMPORTÂNCIA + Importante A4 Honestidade Geral (9,94) Corretores (9.99) Clientes (9,92) - Importante A11 Similaridade Geral (7,85) Corretores (7,84) Clientes (7,86) MATRIZ DESEMPENHO Maior desempenho A3 Pontualidade Geral (8,08) Corretores A4 Honestidade (9.89) Clientes (7,24) Menor desempenho A11 Similaridade Geral (6,14) Corretores (7,50) Clientes (5,43) MAIORES LACUNAS DO RANKING GERAL DE IMPORTÂNCIA E DESEMPENHO A4 Honestidade A1 Ética A6 Comunicação clara /transparência Lacuna: (-2,09) Lacuna: (-2,04) Lacuna: (-1,99) MAIORES LACUNAS IMPORTÂNCIA GERAL E DESEMPENHO NA PERCEPÇÃO DE CLIENTES A4 Honestidade A18 Empatia A9 Promover relacionamento Lacuna: (-3,15) Lacuna: (-2,95) Lacuna: (-2,84) MAIORES LACUNAS IMPORTÂNCIA E DESEMPENHO NA PERCEPÇÃO DE CLIENTES A4 Honestidade A1 Ética A18 Empatia Fonte: Elaborado pela autora Lacuna: (-3,13) Lacuna: (-3,05) Lacuna: (-2,95) 5.4 RELAÇÃO DO COMPORTAMENTO SERVIDOR COM O DESEMPENHO DOS CORRETORES DE IMÓVEIS 5.4.1 Análise dos elementos quanto ao desempenho por tempo de atuação no mercado imobiliário 97 Para um nível de significância de 5%, têm-se evidências de diferença estatística do tempo de atuação no mercado quanto ao grau de desempenho nos elementos Utilidade, Iniciativa e Simplicidade, na qual os corretores com tempo de atuação acima de 3 anos apontaram melhor desempenho nos respectivos elementos comparado aos corretores com até 3 anos de atuação no mercado imobiliário, conforme mostra a Tabela 23. Tabela 23 – Comparação dos elementos quanto ao grau de desempenho por tempo de atuação no mercado imobiliário. Desempenho Tempo de mercado Até 03 anos Acima de 03 anos Valor - p Média Desvio padrão Média Desvio padrão Responsabilidade 9,63 0,55 9,77 0,31 0,203 Utilidade 9,54 0,000 8,76 1,13 0,63 Prática do Bem 8,48 1,58 8,80 1,25 0,357 Renúncia 8,72 1,41 9,13 1,22 0,198 Iniciativa 9,52 0,012 8,94 1,24 0,61 Simplicidade 9,49 0,019 8,99 1,05 0,69 Desejo de ajudar 9,44 0,63 9,60 0,58 0,282 Fonte: Pesquisa 2015. As relações de desempenho dos corretores de imóveis com o comportamento servidor são perceptíveis em relação ao tempo de atuação destes profissionais no mercado. A pesquisa evidenciou que os corretores que possuem tempo de atuação superior a 3 anos no mercado possuem maior desempenho de comportamento Servidor. 5.4.2 Análise dos elementos quanto ao grau de importância e desempenho por frequência de cumprimento de metas Para um nível de significância de 5%, têm-se evidências de diferença estatística do cumprimento de metas, segundo a Tabela 24, quanto ao grau de desempenho nos elementos: Utilidade, Prática do Bem, Iniciativa e Simplicidade, nos quais os corretores com maior frequência de cumprimento de metas apontaram melhor desempenho nos respectivos elementos. Além disso, também com diferença estatisticamente significante, observa-se que os corretores que tem maior frequência de cumprimento de metas atribuem maior grau de importância com relação ao elemento Renúncia. 98 Ainda na Tabela 24, observa-se que para os corretores que nunca/raramente atingem as metas, a média da importância foi (9,38) e a média do desempenho foi (8,91); enquanto que, para os corretores que quase sempre/sempre atingem as metas, a média da importância foi (9,58) e a média do desempenho foi (9,42). Tabela 24 – Comparação dos elementos quanto ao grau de importância e desempenho por frequência de cumprimento de metas. Importância Cumprimento de Nunca/Raramente Quase sempre/Sempre Valor - p metas Média Desvio padrão Média Desvio padrão Responsabilidade 9,91 0,27 9,95 0,14 0,480 Utilidade 9,92 0,24 9,87 0,28 0,425 Prática do bem 8,79 0,90 9,24 1,02 0,069 Renúncia 8,58 9,20 0,045 1,42 1,09 Iniciativa 9,40 0,76 9,70 0,57 0,070 Simplicidade 9,44 0,76 9,50 0,82 0,750 Desejo de ajudar 9,64 0,56 9,57 0,64 0,663 Desempenho Responsabilidade 9,63 0,55 9,76 0,33 0,245 Utilidade 8,84 9,43 0,012 1,24 0,67 Prática do Bem 8,23 8,91 0,048 1,66 1,17 Renúncia 8,58 1,25 9,18 1,30 0,066 Iniciativa 8,79 9,56 0,001 1,28 0,59 Simplicidade 8,92 9,48 0,010 1,11 0,66 Desejo de ajudar 9,36 0,74 9,63 0,50 0,071 Fonte: Pesquisa 2015. Em relação à frequência com que os corretores de imóveis pesquisados atingem suas metas, 64,28% afirmaram que quase sempre ou sempre atingem as metas estabelecidas. E uma porcentagem significativa deste estudo (35,72%) afirmou que nunca ou raramente atingem suas metas, conforme dados já mostrados no perfil dos pesquisados. Isso permite afirmar que mais de um terço da amostra estudada não consegue atingir as metas de vendas estipuladas. Dada à relevância desses dados, convém avaliar a relação do comportamento servidor quanto ao cumprimento de metas. Faz-se necessário evidenciar quais atributos, tanto no grau de importância quanto no grau de desempenho, são relevantes pelos corretores de imóveis que atingem as metas e pelos que não as atingem. Para um nível de significância de 5%, têm-se evidências de diferença estatística quanto ao cumprimento de metas, de acordo com a tabela 25. 99 Tabela 25 – Comparação dos atributos quanto de cumprimento de metas. Importância Atributos Nunca/ Quase sempre/ Raramente Sempre 01 9,84 9,89 02 9,80 9,96 03 9,96 9,98 04 9,96 10,00 05 10,00 9,91 06 9,96 9,93 07 9,84 9,76 08 9,96 9,91 09 9,68 9,87 10 9,44 9,67 11 7,24 8,18 12 7,72 8,78 13 9,44 9,62 14 8,64 9,49 15 9,68 9,78 16 9,88 9,82 17 9,60 9,42 18 9,28 9,40 19 9,44 9,69 20 9,96 9,91 21 9,60 9,76 22 9,64 9,53 23 9,52 9,36 24 9,48 9,31 Fonte: Pesquisa 2015. ao grau de importância e desempenho por frequência Valor-p 0,665 0,253 0,674 0,182 0,128 0,651 0,509 0,454 0,135 0,321 0,178 0,046 0,418 0,021 0,552 0,570 0,604 0,695 0,275 0,532 0,421 0,583 0,536 0,638 Desempenho Nunca/ Quase sempre/ Raramente Sempre 9,68 9,82 9,60 9,82 9,76 9,67 9,88 9,89 9,24 9,58 9,00 9,60 8,44 9,09 9,08 9,60 9,12 9,71 8,60 9,22 6,96 7,80 8,00 8,78 9,16 9,58 9,04 9,58 8,72 9,60 8,60 9,49 9,04 9,62 9,16 9,49 8,56 9,33 9,48 9,87 9,32 9,64 9,40 9,56 9,16 9,53 9,44 9,56 Valor-p 0,297 0,159 0,518 0,923 0,203 0,016 0,048 0,028 0,015 0,047 0,280 0,142 0,075 0,016 0,003 0,003 0,032 0,138 0,006 0,010 0,093 0,414 0,087 0,697 Percebe-se que as médias de importância e desempenho dos corretores de imóveis que nunca ou raramente atingem suas metas em relação aos atributos do comportamento servidor são inferiores daqueles que quase sempre ou sempre atingem as metas. De acordo com a Tabela 25, os atributos A20 – Ouvir com Atenção (9,87) e A9 – Promover Relacionamento (9,71) obtiveram melhor desempenho entre aqueles que quase sempre ou sempre atingem suas metas. A lealdade de um cliente, influencia positivamente a lucratividade da empresa, na qual o cliente satisfeito provavelmente recomendará e comprará serviços adicionais (PARASURAMAN ET AL, 1996). Segundo Martins (2010), para construir uma solução customizada, única, que preencha exatamente as necessidades do cliente, o vendedor tem que ser um excelente ouvinte. Parece claro afirmar que corretores de imóveis com melhor desempenho quanto ao cumprimento de metas, possuem características mais relevantes nesses 100 atributos de comportamento servidor do que os corretores de imóveis com pior desempenho, o que é demonstrado no Quadros 27 e 28 a seguir. Quadro 27 – Comparativo dos elementos de Comportamento Servidor quanto ao cumprimento de metas para um nível de significância de 5%. COMPARATIVO QUANTO AO CUMPRIMENTO DE METAS DOS CORRETORES DE IMÓVEIS NUNCA/RARAMENTE 35,72% Ranking Elementos Importância Renúncia (8,58) Média Importância (9,38) Ranking Elementos Desempenho Simplicidade (8,92) Utilidade (8,84) Iniciativa (8,23) Prática do Bem (8,79) Média Desempenho (8,91) QUASE SEMPRE/SEMPRE 64,28% Ranking Elementos Importância Renúncia (9,20) Média Importância (9,58) Ranking Elementos Desempenho Iniciativa (9,56) Simplicidade (9,48) Utilidade (9,43) Prática do Bem (8,91) Média Desempenho (9,42) Fonte: Elaborado pela autora. Quadro 28 – Comparativo dos atributos de Comportamento Servidor quanto ao cumprimento de metas para um nível de significância de 5%. COMPARATIVO QUANTO AO CUMPRIMENTO DE METAS DOS CORRETORES DE IMÓVEIS NUNCA/RARAMENTE 35,72% QUASE SEMPRE/SEMPRE 64,28% Ranking Ranking Ranking Ranking Atributos Atributos Atributos Desempenho Atributos Desempenho Importância Importância A14 Iniciativa A20 Ouvir com atenção A14 Iniciativa A20 Ouvir com atenção A12 Minimizar A21 Ter paciência A12 Minimizar A9 Promover relacionamento Conflito A23 Orientação em servir/ A13 Conflito A17 Exercer rapport Flexibilidade A15 Possuir assertividade/ A8 Ser A9 Relacionamento compreensivo/A6 Ter comunicação A8 Ser compreensivo clara A14 Iniciativa/A17Exercer rapport A14 Possuir iniciativa A6 Ter comunicação clara A16 Buscar necessidades A15 Assertividade A19 Possuir criatividade A16 Buscar necessidades / A10 A10 Oferecer benefícios Oferecer benefícios A7 Ter expertise A7 Ter expertise Média Média Média Desempenho Média Desempenho Importância Importância (8,52) (9,53) (8,18) (9,13) Fonte: Elaborado pela autora. 5.4.3 Análise dos elementos quanto ao grau de importância e desempenho por retenção de clientes Através do teste Quiquadrado, para um nível de significância de 5%, têm-se evidências que existem diferenças estatisticamente significantes entre a retenção de clientes com a renda salarial do corretor. Observa-se que os corretores que recebem 101 mais de R$ 12 mil reais anuais, possuem maior retenção de clientes do que aqueles que recebem até R$ 12 mil reais, conforme mostra a Tabela 26. Tabela 26 – Retenção versus perfil dos corretores. Renda salarial anual individual Caracterização Até R$ 12 mil Acima de R$ 12 mil Fonte: Pesquisa 2015. Compra uma única vez 62,50% (n=20) 26,32% (n=10) Total Compra mais de 1 vez 100,00% (n=32) 37,50% (n=12) 73,68% (n=28) 100,00% (n=38) Valor - p 0,002 Nesse contexto, ficou evidenciada uma significativa relação entre a renda do corretor e o relacionamento duradouro com os clientes. Autores como Kotler e Keller (2006) e Duarte (2009) já afirmaram que as empresas devem considerar as estratégias, a estrutura e a remuneração como uma variável importante na concretização de seus objetivos. Para um nível de significância de 5%, na Tabela 27, têm-se evidências de diferença estatística quanto à retenção de clientes. Tabela 27 – Comparação dos elementos quanto ao grau de importância e desempenho por retenção de clientes. Importância Retenção de clientes Compra uma única vez Compra mais de 1 vez Valor - p Média Desvio padrão Média Desvio padrão Responsabilidade 9,89 0,27 9,97 0,10 0,076 Utilidade 9,94 0,041 9,81 0,35 0,17 Prática do bem 8,91 1,02 9,20 0,97 0,232 Renúncia 8,80 1,32 9,11 1,18 0,303 Iniciativa 9,49 0,74 9,67 0,59 0,266 Simplicidade 9,28 0,92 9,63 0,65 0,062 Desejo de ajudar 9,55 0,61 9,64 0,61 0,550 Desempenho Responsabilidade 9,82 0,017 9,57 0,51 0,32 Utilidade 9,56 0,000 8,77 1,07 0,69 Prática do Bem 8,47 1,50 8,82 1,31 0,302 Renúncia 8,95 1,25 8,98 1,36 0,938 Iniciativa 9,52 0,017 8,97 1,16 0,72 Simplicidade 9,53 0,005 8,94 0,98 0,72 Desejo de ajudar 9,67 0,029 9,35 0,69 0,49 Fonte: Pesquisa 2015. Percebe-se um melhor desempenho nos elementos: Responsabilidade (9,82), Desejo de Ajudar (9,67), Utilidade (9,56), Simplicidade (9,53) e Iniciativa (9,52), no qual os corretores com maior retenção de clientes apontaram melhor desempenho 102 nos respectivos elementos. Além disso, também com diferença estatisticamente significante, observa-se que os corretores que têm maior retenção de clientes atribuem maior grau de importância com relação ao elemento Utilidade (9,94). 5.4.4 Análise dos atributos quanto ao grau de importância e desempenho por retenção de clientes Para um nível de significância de 5%, na Tabela 28, têm-se evidências de diferença estatística da retenção de clientes. Tabela 28 – Comparação dos atributos no grau de importância e desempenho por retenção de clientes. Importância Desempenho Atributos Compra uma Compra mais Valor-p Compra uma Compra mais Valor-p única vez de 1 vez única vez de 1 vez 01 9,83 9,90 0,542 9,80 9,75 0,706 02 9,77 10,00 0,075 9,63 9,83 0,210 03 9,93 10,00 0,100 9,53 9,83 0,034 04 9,97 10,00 0,251 9,80 9,95 0,087 05 9,93 9,95 0,770 9,10 9,73 0,013 06 9,90 9,98 0,186 9,03 9,65 0,011 07 9,67 9,88 0,089 8,20 9,35 0,000 08 9,87 9,98 0,084 9,07 9,68 0,007 09 9,67 9,90 0,052 9,17 9,75 0,014 10 9,47 9,68 0,346 8,60 9,30 0,021 11 7,60 8,03 0,531 7,63 7,40 0,758 12 8,13 8,60 0,370 8,57 8,45 0,821 13 9,47 9,63 0,468 9,33 9,50 0,468 14 9,23 9,15 0,818 9,30 9,45 0,497 15 9,53 9,90 0,019 8,93 9,55 0,031 16 9,70 9,95 0,009 8,67 9,55 0,003 17 9,10 9,78 0,039 9,03 9,70 0,011 18 9,27 9,43 0,594 9,17 9,53 0,095 19 9,47 9,70 0,290 8,63 9,38 0,006 20 9,93 9,93 0,912 9,60 9,83 0,129 21 9,67 9,73 0,756 9,40 9,63 0,232 22 9,40 9,70 0,108 9,43 9,55 0,527 23 9,10 9,65 0,030 9,13 9,60 0,026 24 9,63 9,18 0,185 9,20 9,75 0,052 Fonte: Pesquisa 2015. Quanto ao grau de desempenho dos corretores de imóveis em relação à retenção de clientes observa-se que os corretores que possuem uma maior retenção de clientes apontaram maior desempenho aos atributos: A3 Pontualidade (9,83), A9 Relacionamento (9,75), A5 Confiança (9,73), A17 Exercer rapport (9,70), A8 Ser compreensivo (9,68), A6 Ser comunicativo (9,65), A23 Orientação em servir 103 (9,60) A15 Possuir assertividade (9,55), A16 Buscar necessidades (9,55), A19 Possuir criatividade (9,38), A7 Possuir expertise (9,35) e A10 Oferecer benefícios (9,30). De acordo com Lindgreen (2001), para promover um relacionamento duradouro com os clientes, compromisso - pontualidade e confiança são variáveis competitivas e influenciam positivamente na renovação de contratos. Percebe-se que os corretores de imóveis que possuem maior desempenho nessas variáveis, são consoante o autor, os que possuem maior retenção de clientes. Quanto ao grau de importância dos corretores de imóveis em relação à retenção de clientes observa-se que os corretores que possuem uma maior retenção de clientes apontaram maior grau de importância aos atributos A16 Buscar informações/necessidades (9,95), A15 Possuir assertividade (9,90), A17 Exercer rapport (9,78), A23 Orientação em servir (9,65). Parece claro afirmar que corretores de imóveis com melhor desempenho quanto à retenção de clientes, possuem características mais relevantes de comportamento servidor do que os corretores de imóveis com pior desempenho. Tanto em relação aos elementos de comportamento Servidor quanto aos atributos as médias de desempenho são superiores nos corretores de imóveis que possuem maior retenção de clientes, ou seja, os clientes compram mais de uma vez com o mesmo profissional do mercado imobiliário, o que é demonstrado nos Quadros 29 e 30 a seguir. Quadro 29 – Comparativo dos elementos de Comportamento Servidor quanto à retenção de clientes para um nível de significância de 5%. COMPARATIVO QUANTO À RETENÇÃO DE CLIENTES DOS CORRETORES DE IMÓVEIS COMPRA UMA ÚNICA VEZ 42,86% Ranking Dimensões Importância Utilidade (9,81) Média Importância (9,39) Ranking Dimensões Desempenho Responsabilidade (9,57) Desejo de Ajudar (9,35) Iniciativa (8,97) Simplicidade (8,94) Utilidade (8,77) Média Desempenho (9,0) Fonte: Elaborado pela autora. COMPRA MAIS DE 1 VEZ 57,14% Ranking Dimensões Importância Utilidade (9,94) Média Importância (9,55) Ranking Dimensões Desempenho Responsabilidade (9,82) Desejo de Ajudar (9,67) Utilidade (9,56) Simplicidade (9,53) Iniciativa (9,52) Média Desempenho (9,41) 104 Quadro 30 – Comparativo dos atributos de Comportamento Servidor quanto à retenção de clientes para um nível de significância de 5%. COMPARATIVO QUANTO À RETENÇÃO DE CLIENTES DOS CORRETORES DE IMÓVEIS COMPRA UMA ÚNICA VEZ 42,86% Ranking Atributos Importância A16 Buscar necessidades A15 Assertividade A17 Exercer Rapport Média Importância (9,47) Ranking Atributos Desempenho A3 Pontualidade A24 Gostar de Pessoas A9 Promover relacionamento A23 Orientação em servir A5 Confiança A8 Entendimento e Compreensão A17 Exercer Rapport A16 Buscar necessidades Média Desempenho (9,08) Fonte: Elaborado pela autora. COMPRA MAIS DE 1 VEZ 57,14% Ranking Atributos Importância A16 Buscar necessidades A15 Assertividade A17 Exercer Rapport Média Importância (9,65) Ranking Atributos Desempenho A3 Pontualidade A9 Promover relacionamento /A24 Gostar de pessoas A5 Confiança A17 Exercer Rapport A8 Entendimento e Compreensão A6 Comunicação e transparência A23 Orientação em servir A15 Assertividade A16 Buscar necessidades Média Desempenho (9,49) 105 6 CONCLUSÕES Alcançar a diferenciação e a construção de relacionamento de qualidade com os clientes requer uma nova concepção em vendas. Os mercados estão altamente competitivos e o mercado imobiliário sente os efeitos da diminuição da demanda, bem como o perfil desta, que se caracteriza como cada vez mais exigente e seletiva quanto aos prestadores de serviços. Este cenário exige profissionais especializados e com profundo conhecimento sobre seus produtos ou serviços, promovendo uma atividade consultiva de vendas e atuando como um consultor de negócios. Alicerçada a esta conjectura, a presente pesquisa propôs analisar a presença de comportamento servidor em profissionais de vendas do mercado imobiliário em seu objetivo geral. Todos os objetivos propostos no estudo foram atingidos, conforme demonstrados a seguir. Para que o objetivo geral fosse alcançado, iniciase pelos objetivos específicos. Através da revisão da literatura, foi possível identificar atributos de Comportamento Servidor nos profissionais de vendas, o que permitiu responder ao primeiro objetivo específico, exposto no capítulo três. Com relação à percepção dos corretores de imóveis e dos clientes do mercado imobiliário quanto ao comportamento servidor, equivalente ao segundo objetivo específico deste estudo, o elemento Responsabilidade foi o mais importante, avaliado com (9,93) pelos corretores de imóveis e, no entanto, quando avaliaram o seu desempenho quanto o mesmo elemento, obteve um desempenho menor (9,71) que o grau de sua importância. Responsabilidade foi o mais bem avaliado (9,81) com relação ao grau de importância pelos clientes, 4 atributos referem-se ao elemento Responsabilidade, sendo o atributo A4 –honestidade com o maior grau de importância para os clientes (9,92), seguido da A1 - ética (9,82), A5 – confiança interpessoal (9,81) e A2 – compromisso (9,79). Entretanto, com relação ao desempenho do elemento Responsabilidade pelos corretores de imóveis na percepção dos clientes, obteve apenas (7,0). Já o elemento Prática do Bem (6,03) obteve o pior desempenho entre todos. Os resultados obtidos com a pesquisa de campo indicaram um comportamento servidor com desempenho médio, entre 5 e 7 nos corretores de imóveis pesquisados, visto que a média de seu desempenho avaliado pelos clientes foi (6,71). Cabe ressaltar, que esta média de desempenho foi muito superior quando avaliada pelos próprios corretores de imóveis, obtendo (9,31). 106 Quanto ao terceiro objetivo específico, a comparação da percepção de clientes versus corretores de imóveis, foi possível identificar as variáveis e diagnosticar as lacunas a melhorar, as quais, segundo destacaram os corretores, são: a expertise, a criatividade e oferecer benefícios. Já segundo os clientes, os corretores de imóveis precisam melhorar a questão da empatia, a honestidade e a ética em seu desempenho. Além disso, a comunicação clara e transparente, ser mais cooperativo, promover relacionamentos duradouros e possuir orientação em servir. Esta comparação permitiu concluir que, mais do que negociar ou alugar um imóvel, os clientes esperam ser atendidos por corretores de imóveis comprometidos com estas variáveis e dispostos a prestar uma venda consultiva no mercado imobiliário. No que diz respeito à relação do desempenho dos corretores de imóveis com o comportamento servidor, quarto objetivo específico deste estudo, existe a relação entre o comportamento servidor e o desempenho profissional, bem como, quanto à capacidade de retenção de clientes. Foi possível identificar, de acordo com os corretores de imóveis, que aqueles que cumprem as suas metas de vendas, obtém médias maiores em relação aos atributos de comportamento servidor do que os corretores que não cumprem as suas metas. Quanto à relação de comportamento servidor com a capacidade de retenção de clientes, diante do estudo realizado, pode-se afirmar que os corretores de imóveis que possuem um relacionamento maior com seus clientes são aqueles que possuem maiores médias de desempenho em relação aos elementos Responsabilidade, Utilidade, Simplicidade e Desejo de Ajudar. Isto posto, pode-se concluir que os corretores de imóveis que possuem mais elementos de comportamento servidor em seu desempenho no mercado imobiliário têm maior capacidade de retenção de clientes. Diante do exposto, por meio das análises realizadas, o objetivo geral da pesquisa. Todas as análises permitiram alcançar o objetivo geral, uma vez que foram percebidas, tanto para os clientes quanto para os corretores de imóveis, a presença de comportamento servidor nos profissionais de vendas do mercado imobiliário. Os resultados permitiram evidenciar as diferentes percepções quanto ao serviço prestado pelos corretores de imóveis, tanto pelos próprios corretores quanto pelos clientes. 107 6.1 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS Os resultados deste estudo alertaram os profissionais para o competitivo mercado imobiliário quanto à diferença de percepção dos corretores de imóveis e dos clientes em relação ao serviço prestado. Além disso, reforça a necessidade de esforços gerenciais para a qualificação destes profissionais, de modo a enfatizar a orientação em servir e a melhorar as variáveis que obtiveram na matriz importânciadesempenho, um desempenho menor em relação ao grau de importância. Ademais, os resultados ficam condicionados de acordo com a amostra pesquisada, sendo esta restrita e caracterizada como conveniência, o que exige cuidados para generalizações. 6.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA A pesquisa realizada apresentou limitações quanto à sua população e amostra. Procurou-se responder de forma ampla, quão servidor é o comportamento dos profissionais de vendas do mercado imobiliário. Porém, não foi possível diagnosticar quanto à retenção na percepção de clientes, quais os atributos do comportamento servidor são relevantes para um relacionamento duradouro. Isto porque, não foram identificados na amostra, quais clientes eram atendidos pelos corretores de imóveis. Ficando os resultados limitados à percepção dos corretores de imóveis quanto à retenção de clientes. Na análise sobre o desempenho em relação ao cumprimento de metas pelos corretores de imóveis, a pesquisadora não teve acesso às estratégias gerenciais quanto às metas estabelecidas e tampouco a pesquisa direcionou aos gestores este questionamento, o que limitou os resultados quanto ao desempenho no cumprimento de metas à percepção dos corretores de imóveis. 6.3 FUTURAS PESQUISAS Sugere-se a realização de novos estudos sobre o comportamento servidor em profissionais de vendas, tanto do mercado imobiliário, quanto no mercado corporativo e no varejo. O aumento da competitividade exige profissionais atentos ao diferencial para conquistar e manter clientes – a orientação em servir. Além disso, do 108 ponto de vista científico, há uma carência de estudos a respeito do profissional de vendas de uma forma geral, no qual estudos sobre gestão e marketing são abrangentes, porém quanto à percepção de clientes em relação ao papel do vendedor, ponto crítico e determinante no atendimento das empresas, existe uma lacuna a ser preenchida na literatura. 109 REFERÊNCIAS ADVFN – Advanced Financial Network. Disponível em: <http://br.advfn.com/noticias>. Acesso em: 05 fev. 2015. AFIRE – Association of Foreign Investors in Real Estate. Disponível em: <http://www.afire.org/>. Acesso em: 08 fev. 2015. ALPERSTEDT et. al. Competências em vendas no varejo de materiais de construção. TAC, Curitiba, v. 1, n. 1, art. 1, pp. 1-13, jan./jun. 2011. AMA – American Marketing Association. Disponível em: <http://www.marketingpower.com>. Acesso em: 05 maio 2014. CARVALHO, Catherine Teixeira de. 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São Paulo: Atlas, 2010. 116 APÊNDICES APENDICE 01 Pesquisa Corretores Caro(a) Senhor(a), A Universidade Potiguar, através do Mestrado Profissional em Administração, está realizando uma pesquisa que tem como título “Comportamento Servidor de Profissionais de Vendas”. O objetivo é avaliar a presença de comportamento servidor nos profissionais de vendas. Este questionário tem como finalidade coletar dados para subsidiar a pesquisa. Nos relatórios e nos resultados do estudo será mantido o caráter confidencial das informações individuais colhidas. Os dados serão úteis para identificar a qualidade dos serviços prestados em relação às expectativas dos clientes. Atenciosamente, MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO *Obrigatório Sexo * o o Masculino Feminino Idade (em anos) * o Até 30 anos o 31 - 40 anos o 41 - 50 anos o Acima de 50 anos Grau de escolaridade * o Ensino fundamental incompleto o Ensino fundamental completo o Ensino médio incompleto o Ensino médio completo o Ensino superior incompleto o Ensino superior completo o Especialização/Mestrado o Doutorado/Pós-doutorado Renda anual individual * o Até R$12.000,00 o R$12.000,01 - R$ 20.000,00 o R$ 20.000,01 - R$ 25.000,00 o R$ 25.000,01 - R$ 40.000,00 o Acima de R$ 40.000,00 Qual foi a maior remuneração que você recebeu até hoje como corretor? * o Até R$ 3.000,00 o R$ 3.000,01 - R$ 6.000,00 o R$ 6.000,01 - R$ 9.000,00 o R$ 9.000,01 - R$ 12.000,00 o R$ 12.000,01 - R$ 20.000,00 o Acima de R$ 20.000,00 Empresa que é corretor * o Abreu Imóveis o Padrão Imóveis o Tertuliano Imóveis o Outra: Já participou de algum curso de vendas? * o Sim o Não Já tinha experiência como corretor antes de trabalhar nesta empresa? * o Sim o Não Há quanto tempo você trabalha no mercado imobiliário? * o Menos de 1 ano o Entre 1 e 3 anos o Entre 3 e 6 anos o Acima de 6 anos Em qual das alternativas abaixo melhor se encaixa o perfil de seus clientes? * o A maioria de meus clientes compram uma única vez o A maioria de meus clientes compram de uma a duas vezes o A maioria de meus clientes compram três vezes ou mais Com que frequência você atinge suas metas? * o Nunca o Raramente o Quase sempre o Sempre o Sempre supero as metas Em quais segmentos você atua como corretor? (Múltipla Resposta) * o Locação o Imóveis de terceiros o Imóveis novos prontos o Lançamentos na planta o Outra: Pesquisa Corretores *Obrigatório Etapa 1 - Grau de Importância do Comportamento do Corretor Queremos saber que importância tem para você cada uma das características abaixo. Atribua uma nota de zero a dez que mostre a importância de cada uma das características no comportamento dos CORRETORES DE IMÓVEIS. A nota 10 (DEZ) significa ALTAMENTE IMPORTANTE para o atributo, e a nota 0 (ZERO) significa NENHUMA IMPORTÂNCIA. Pode ser marcado qualquer valor da escala. Não existem respostas corretas ou incorretas. Estamos interessados na sua opinião. Os corretores de imóveis devem ser éticos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem demonstrar compromisso com os clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ser pontuais nos compromissos agendados. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ser honestos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem transmitir confiança para os clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ter comunicação clara e transparente com os clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem possuir "expertise", ou seja, conhecimento, prática e experiência na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem buscar informações e identificar necessidades dos seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem compreender os seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem promover relacionamento duradouro com seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem oferecer benefícios adicionais aos seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem possuir similaridade de valores com seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem contornar conflitos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem demonstrar flexibilidade na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem possuir iniciativa na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ser assertivos, ou seja, afirmativos e seguros com seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem exercer "rapport" - interação positiva com seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem possuir empatia (colocar-se no lugar do cliente) na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ser criativos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ouvir com atenção seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ser pacientes na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ser cooperativos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem possuir orientação em servir na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem gostar de pessoas na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Pesquisa Corretores *Obrigatório Etapa 2 - Grau de Desempenho de Corretores de imóveis Queremos saber sua opinião QUANTO A SUA ATUAÇÃO como corretor de imóveis. Pedimos que você assinale uma nota que expresse a sua percepção sobre o seu desempenho como corretor de imóveis avaliando as características abaixo. A nota 10 (dez) significa que você avalia que possui um EXCELENTE DESEMPENHO para a característica em questão, e a nota 0 (zero) significa que você avalia que possui um PÉSSIMO DESEMPENHO para a característica em questão. Pode ser marcado qualquer valor da escala. Não existem respostas corretas ou incorretas. Estamos interessados na sua opinião. Sou ético na minha atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Costumo demonstrar compromisso com os clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Costumo ser pontual nos compromissos agendados. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Me considero honesto na minha atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Costumo transmitir confiança para os clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Possuo uma comunicação clara e transparente com os clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Possuo "expertise", ou seja, conhecimento, prática e experiência na minha atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Busco informações e identifico necessidades dos meus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Procuro compreender os meus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Promovo relacionamentos duradouros com meus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Ofereço benefícios adicionais aos meus clientes? * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Enfatizo à similaridade (valores semelhantes) com os clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Procuro contornar conflitos na minha atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Costumo ser flexível na minha atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Possuo iniciativa na minha atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Costumo ser assertivo (afirmativo e seguro) com meus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Costumo exercer "rapport" - interação positiva com meus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Acredito possuir empatia na minha atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Costumo ser criativo na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Costumo ouvir com atenção os meus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Costumo ser paciente na minha atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Acredito ser cooperativo na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Possuo orientação em servir na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Gosto de lidar com pessoas na minha atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 APÊNDICE 02 Pesquisa Cliente Caro(a) Senhor(a), A Universidade Potiguar, através do Mestrado Profissional em Administração, está realizando uma pesquisa que tem como título “Comportamento Servidor de Profissionais de Vendas”. O objetivo é avaliar a presença de comportamento servidor na percepção dos clientes. Este questionário tem como finalidade coletar dados para subsidiar a pesquisa. Nos relatórios e nos resultados do estudo será mantido o caráter confidencial das informações individuais colhidas. Os dados serão úteis para identificar a qualidade dos serviços prestados em relação às expectativas dos clientes. Atenciosamente, MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO *Obrigatório Idade * o Até 30 anos o 31 - 40 anos o 41 - 50 anos o Acima 50 anos Sexo * o o Masculino Feminino Grau de escolaridade * o Ensino fundamental incompleto o Ensino fundamental completo o Ensino médio incompleto o Ensino médio completo o Ensino superior incompleto o Ensino superior completo o Especialização/Mestrado o Doutorado/Pós-doutorado Renda individual mensal * o Até R$ 2.000,00 o R$ 2.000,01 - R$ 5.000,00 o R$ 5.000,01 - R$ 8.000,00 o R$ 8.000,00 - R$ 12.000,00 o Acima de R$ 12.000,00 Você prefere comprar com: * o Homem o Mulher o Sem preferência Em qual modalidade de cliente você se insere? (Múltipla Resposta) * o Inquilino de imóvel o Proprietário de imóvel o Potencial comprador de imóvel Imobiliária da qual sou cliente * o Padrão Imóveis o Abreu Imóveis o Caio Fernandes o Tertuliano o Outra: Última vez que foi atendido pela imobiliária * o Menos de 6 meses o Entre 6 meses e 1 ano o Entre 1 e 3 anos o Acima de 3 anos Pesquisa Cliente *Obrigatório Etapa 1 - Grau de Importância do Comportamento do Corretor Queremos saber que importância tem para você cada uma das características abaixo. Atribua uma nota de zero a dez que mostre a importância de cada um dos atributos no comportamento dos CORRETORES DE IMÓVEIS. A nota 10 (DEZ) corresponde a "ALTAMENTE IMPORTANTE" para o atributo, e a nota 0 (ZERO) corresponde a "NENHUMA IMPORTÂNCIA". Pode ser marcado qualquer valor da escala. Não existem respostas corretas ou incorretas. Estamos interessados na sua opinião. Os corretores de imóveis devem ser éticos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem demonstrar compromisso com os clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ser pontuais nos compromissos agendados. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ser honestos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem transmitir confiança para os clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ter comunicação clara e transparente com os clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem possuir "expertise", ou seja, conhecimento, prática e experiência na sua atuação profissional? * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem buscar informações e identificar necessidades dos seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem compreender os seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem promover relacionamento duradouro com seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem oferecer benefícios adicionais aos seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem possuir similaridade de valores com seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem contornar conflitos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem demonstrar flexibilidade em sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem possuir iniciativa na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ser assertivos, ou seja, afirmativos e seguros com seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem exercer "rapport" - interação positiva com seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem possuir empatia (colocar-se no lugar do cliente) na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ser criativos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ouvir com atenção seus clientes. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ser pacientes na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem ser cooperativos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem possuir orientação em servir na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis devem gostar de pessoas na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Pesquisa Cliente *Obrigatório Etapa 2 - Grau de Desempenho do Comportamento do Corretor Queremos saber sua opinião sobre o comportamento de CORRETORES DE IMÓVEIS. Pedimos que você assinale uma nota que expresse SUA PERCEPÇÃO sobre como corretores de imóveis COSTUMAM LHE ATENDER em relação às características abaixo. A nota 10 (DEZ) significa que os corretores possuem EXCELENTE DESEMPENHO para a característica em questão, e a nota 0 (ZERO) significa que os corretores possuem PÉSSIMO DESEMPENHO na característica em questão. Pode ser marcado qualquer valor da escala. Não existem respostas corretas ou incorretas. Estamos interessados na sua opinião. Os corretores de imóveis são éticos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis demonstram compromisso ao lhe atender. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis são pontuais nos compromissos agendados. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis são honestos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis transmitem confiança ao lhe atender. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis comunicam de forma clara e transparente ao lhe atender. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis possuem "expertise" - conhecimento, prática e experiência na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis buscam informações e identificam às suas necessidades. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis compreendem seus clientes na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis promovem relacionamento duradouro ao lhe atender. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis oferecem benefícios adicionais ao lhe atender. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis partilham dos mesmos valores que os seus (similaridade) ao lhe atender. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis contornam conflitos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis são flexíveis na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis possuem iniciativa na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis são assertivos (afirmativos e seguros) ao lhe atender. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis exercem "rapport" (interação positiva) ao lhe atender. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis possuem empatia (colocam-se no lugar do cliente) ao lhe atender. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis são criativos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis ouvem com atenção ao lhe atender. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis são pacientes na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis são cooperativos na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis possuem orientação em servir na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Os corretores de imóveis demonstram gostar de pessoas na sua atuação profissional. * 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Gráfico 5 - Teste de Tukey das dimensões (Clientes) - Importância 1: Responsabilidade 2: Utilidade 3: Iniciativa 4: Desejo de ajudar 5: Simplicidade 6:Prática do bem 7:Renúncia Gráfico 6 - Teste de Tukey das dimensões (Clientes) - Desempenho 1: Utilidade 2: Responsabilidade 3: Iniciativa 4: Desejo de ajudar 5: Simplicidade 6: Renúncia 7: Prática do bem Gráfico 7 - Teste de Tukey das dimensões (Vendedores) - Importância 1: Responsabilidade 2: Utilidade 3: Desejo de ajudar 4: Iniciativa 5: Simplicidade 6: Prática do bem 7: Renúncia Gráfico 8 - Teste de Tukey das dimensões (Vendedores) - Desempenho 1: Responsabilidade 2: Desejo de ajudar 3: Simplicidade 4: Iniciativa 5: Utilidade 6: Renúncia 7: Prática do bem