Conjuntos Nebulosos - Introdução Adriano Joaquim de O Cruz NCE e IM, UFRJ ©2002 [email protected] Se você tem um martelo, tudo irá parecer um prego Atribuído a Dinísio de Agapunta (300 AC) Sumário Conjuntos Clássicos Função de Inclusão em Conjuntos Clássicos Operações com Conjuntos Clássicos Propriedades de Conjuntos Clássicos Conjuntos Nebulosos Funções de Inclusão em Conjuntos Nebulosos Terminologia de Conjuntos Nebulosos @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Conjuntos Nebulos Introdu₤₧o 2 Conjuntos Clássicos Universo de Discurso Corresponde ao espaço onde estão definidos os elementos do conjunto Por exemplo: alturas de seres humanos: 0 <= alt <= 2.5m temperatura ambiente: -70o<=temp<=70o @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Conjuntos Clássicos Função de Inclusão Define se um pertence ou não a um conjunto 1, x 1.70 A (X) 0, x 1.70 1 0 @2001 Adriano Cruz 1,70 NCE e IM - UFRJ altura Problemas/Conjuntos Clássicos Apresentam problemas quando aplicados à uma enorme classe de problemas do mundo real. O problema da escolha do limiar entre dois conjuntos (alto/não alto) é denominado de paradoxo de Sorites, atribuído ao dialético, Eubulides de Mileto, adversário de Aristóteles O paradoxo se enuncia com os seguintes termos Quando um monte de areia deixa de ser um monte de areia, caso retiremos um grão de areia de cada vez? @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Operações com conjuntos clássicos União Interseção Com plem ent o Diferença @2001 Adriano Cruz A B {x | x A x B} A B {x | x A x B} A {x | x A, x X } A | B {x | x A x B} NCE e IM - UFRJ Tabelas Verdade x y | x y x y x 0 0 | 0 0 1 0 1 | 1 0 1 1 0 | 1 0 0 1 1 | 1 1 0 Que funções matemáticas poderiam ser usadas para representar as operações de união, intercessão, e complemento? @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Propriedades de Conjuntos Clássicos Comutativi dade A B B A A B B A Associativ idade A ( B C ) ( A B) C A ( B C ) ( A B) C Distributi vidade A ( B C ) ( A B) ( A C ) A ( B C ) ( A B) ( A C ) @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Propriedades de Conjuntos Clássicos Idempotênc ia A A A A A A Identidade A A A A X X A X A De Morgan A B A B A B A B @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Leis de Aristóteles Tudo deve ser ou não ser, seja no presente ou no futuro. A União de um conjunto com seu complemento forma o conjunto Universo. A A X Esta é chamada de lei da exclusão do meio @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Conjuntos Nebulos Introdu₤₧o 10 Leis de Aristóteles A Intercessão de um conjunto com seu complemento é vazia. A A Esta é chamada de lei da não contradição @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Conjuntos Nebulosos A função de inclusão de elementos em um conjunto nebuloso A é caracterizada por (.) : X [0,1] que mapeia cada elemento do conjunto X em um número real no intervalo [0,1] 1.0 0.5 0 1,70 1,80 @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ altura Conjuntos Nebulosos - definição Um conjunto nebuloso pode ser expresso por um conjunto ordenado de pares: Valor A {( x, A ( x )) | x X } Conjunto Nebuloso @2001 Adriano Cruz Função de Inclusão NCE e IM - UFRJ Universo de Discurso Tipos de Inclusão Inclusão com grau: um elemento pertence a um conjunto com um determinado grau de certeza. Alguns elementos são mais representativos da idéia central do conjunto que outros alunos excelentes={(Pedro,0.8), (Ana,0.9), (Paulo,0.9), (Marta,1.0)} muito altos = {(Oscar,0.95), (Michael Jordan, 0.95), (Junior Baiano,0.8)} @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Tipos de Inclusão Inclusão em diversos conjuntos: um elemento pode ser membro parcial de mais de um conjunto crian₤as={Pedro, Ana, Paulo, Marta} adolescentes = {Pedro, Mateus, Joaquim} crianças(Pedro)=0.2 adolescentes(Pedro)=0.8 @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Não é probabilidade Pertencer ao conjunto das pessoas altas, com um grau de inclusão de 0.25, indica afastamento da definição ideal de uma pessoa alta por uma diferença de 0.75 O grau 0.25 não significa que uma pessoa com esta altura possa ser encontrada com probabilidade 0.25 no conjunto das pessoas altas @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Não é probabilidade Um líquido em uma garrafa tem 95% de probabilidade de ser veneno puro Um líquido em uma garrafa pertence a conjunto das garrafas com água pura com grau 0.95, isto é 5% de veneno na água Veneno nesta concentração não mata, mas você irá passar muito mal. De qual garrafa você beberia? @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Representando conjuntos nebulosos Pares ordenados: um conjunto nebuloso pode ser representado por um par ordenado de pares, sendo que o primeiro elemento denota o elemento do conjunto e o segundo o seu grau de inclusão no conjunto Altos = {(João=1.6, 0.0), (Ana=1.7,0.5), (Oscar=1.8,1.0)} @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Representando Conjuntos Nebulosos Função de Inclusão: um conjunto nebuloso pode ser representado por uma função que mapeia os elementos do conjunto no intervalo [0,1] altura 1.5 0 5 altura 7.5 1.5 altura 1.7 media (altura) 5 altura 9.5 1.7 altura 1.9 0 altura 1.9 @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Representando Conjuntos Nebulosos Função de Inclusão: um conjunto nebuloso pode ser representado por uma função que mapeia os elementos do conjunto no intervalo [0,1] µ(x) 1.0 Alturas médias 1.5 @2001 Adriano Cruz 1.7 1.9 NCE e IM - UFRJ altura Função Unimodal Uma função é unimodal se x1, x2 X , [0,1] : (x1 (1 ) x2 ) min[ ( x1), ( x2 )] Uma função unimodal contém informação de tal maneira que quando (x)>(y) para um conjunto A implica que x está mais perto da definição ideal de A do que y. unimodal @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ bimodal Função Singular Função singular (singleton) quando 1 x x x ( x) 0 x x 1 SvOutPla ceObjec t @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Função Clássica Funções clássicas são empregadas para definição de conjuntos clássicos 1 @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Função Linear Conjunto nebuloso dos mais simples @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Função Trapezoidal e Triangular Fáceis de implementar e permitem representar conjuntos complexos. Podem ser representadas por 4 valores (a, b, c, d) 2 1 a @2001 Adriano Cruz b c NCE e IM - UFRJ d Função Trapezoidal e Triangular Uma função trapezoidal pode ser especificada por 4 parâmetros (a, b, c, d). Triângulos , b=c 0 xa b a trap( x : a , b, c, d ) 1 d x d c 0 @2001 Adriano Cruz xa axb b xc c xd NCE e IM - UFRJ xd Função Sigmóide É definida usando-se três parâmetros: seu valor 0 de inclusão (a), seu valor 1 de inclusão (g) e o ponto de inflexão (b), que é o ponto onde o valor da função de inclusão vale 0.5 0 x a 2 x a axb 2 g a S ( x, a , b , g ) 2 1 2 x a b xg g a 1 x g @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Função Sigmóide 1 0 a @2001 Adriano Cruz b NCE e IM - UFRJ g Função Beta É definida com dois parâmetros, o valor em torno do qual a curva é construída (g) e um valor que indica a metade da largura da curva no ponto de inflexão (b) B ( x, g , b ) @2001 Adriano Cruz 1 x g 1 b 2 NCE e IM - UFRJ Suporte de um conjunto O suporte de um conjunto nebuloso A, definido sobre um universo de discurso X, é um conjunto clássico definido como S A {x X | A ( x) 0} @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Suporte compacto O suporte de um conjunto nebuloso é compacto quando seu tamanho é menor que o Universo de Discurso original. Caso a função de inclusão não seja compacta várias regras serão ativadas por cada entrada, causando que o sistema seja sobrecarregado. Suporte não compacto @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Suporte compacto Conjunto Corte Alfa O conjunto clássico Aa, , de elementos que pertencem ao conjunto nebuloso A até pelo menos o grau a é chamado de conjunto corte a. O conjunto é definido como: Aa {x X | A ( x) 0} O conjunto clássico Aé chamado conjunto corte a forte. Ele é definido como: Aa {x X | A ( x) 0} ' @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Conjunto Corte Alfa 1 a Nível alfa 0 @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Cardinalidade A cardinalidade |A| de um conjunto nebuloso finito A é definida como | A | ( x) x X A cardinalidade relativa de A é definida como A A @2001 Adriano Cruz X NCE e IM - UFRJ Cardinalidade - Exemplo Seja o conjunto A {(6.5,0.25), (7,0.5), (7.5,0.75), (8,1), (8.5,0.75), (9,0.5), (9.5,0.25)} definido no universo de notas de 0 até 10 com notas de 0.5 em 0.5. A cardinalidade de A vale | A | 0.25 0.5 0.75 1 0.75 0.5 0.25 4.0 Então a cardinalidade relativa de A vale 4.0 A 0.2 20 @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Cardinalidade - cont Para conjuntos X infinitos, a cardinalidade é definida como A A ( x) dx x @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Altura de conjunto nebuloso A altura de um conjunto nebuloso A é definida como H A max xX { A ( x)} Um conjunto é definido como normal se HA=1 e subnormal no caso contrário @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Distância Mede a distância que um valor está da definição ideal do conjunto. É definida como A ( x) 0 1 d ( A, x) 1 A ( x) 0 A ( x ) @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Distância Distância d(A,x) 1 Conjunto A(x) 0 @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Exemplo de Conjuntos @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Exemplo de Conjuntos @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Exemplo de Conjuntos @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ Exemplo de Conjuntos @2001 Adriano Cruz NCE e IM - UFRJ