Série REALIDADE RURAL Diagnóstico do Setor Pesqueiro no Rio G rande do Sul Engª de Pesca Maria de Fátima Sobral Rangel. VOLUME Porto Alegre, 1995 15 Governador do Estado do Rio Grande do Sul ANTÔNIO BRITTO Secretário da Agricultura e Abastecimento CÉZAR SCHIRMER Diretoria da EMATER-RS Presidente: Júlio Carlos Feldens Diretor Administrativo: Paulo Roberto Terroso Diretor Técnico: Jair Seidel Grupo de Trabalho MERCOSUL - EMATER/RS Henrique Roni Borne - Coordenador do Setor Pêssego José Ivan da Rosa - Coordenador do Setor Tomate Norman Simon - Coordenador do Setor Maçã Luis Ataídes Jacobsen - Coordenador do Setor Trigo Aurelino Dutra de Farias - Coordenador do Setor Soja Eniltur Anes Viola - Coordenador do Setor Milho Gesner Nunes Oyarzábal - Coordenador do Setor Mandioca/Feijão José Mauro Cachapuz - Coordenador do Setor Bovinos de Corte Henrique Augusto Bartels - Coordenador do Setor de Suínos Fernando Ripalda de Freitas - Coordenador do Setor de Ovinos Aluízio Terra de Oliveira - Coordenador do Setor de Leite Darci Barros Coelho - Apoio em Administração Rural Narciso G. de Castro - Apoio em Administração Rural Naira de Azambuja Costa - Digitação e Sistematização de Dados Renan Corá de Lima - Revisor Técnico Marcos Newton Pereira - Coordenador do GT MERCOSUL Paulo Ebling Rodrigues Chefe do Departamento de Planejamento José Luiz Bortoli de Azambuja Chefe do Departamento de Operações SÉRIE REALIDADE RURAL - VOLUME 15 Diagnóstico do Setor Pesqueiro no Rio Grande do Sul Engº de Pesca Maria de Fátima Sobral Rangel. Porto Alegre, 1995. SÉRIE REALIDADE RURAL, v.15 Esta série contém trabalhos elaborados por técnicos do Grupo de Trabalho MERCOSUL da EMATER/RS para subsídio dos Escritórios Regionais e Municipais. EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo, 1051 - CEP 90150-053 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone: (051)233 31 44 - Fax: (051)233 95 98 1995 C196d RANGEL, M. de F. S. Diagnóstico do Setor Pesqueiro no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EMATER/RS, 1995. 70p. (EMATER/RS. Realidade Rural, 15) CDU 339.92:639.2(816.5) APRESENTAÇÃO A piscicultura no Estado do Rio Grande do Sul é, no cenário do MERCOSUL, uma das atividades que apresentam maior necessidade de estudos e informações. Isto nos impinge a preocupação e a necessidade de divulgarmos, e fazer-mos circular as informações disponíveis, no espectro mais amplo que nos for possível. Com esta diretriz, estamos publicando o trabalho que foi organizado em nível da SECRETARIA DA AGRICULTURA E DE ABASTECIMENTO DO RIO GRANDE DO SUL. Soma-se a este volume, no Banco de Dados MERCOSUL da EMATER, um acervo de informações, que tem parametrizado a problemática da participação brasileira na produção regional. Os documentos referem, entre tantas outras questões, as propostas que o setor pesqueiro tem manifestado em diversas oportunidades. Destacamos, a respeito disso, os dados que foram apresentados no Seminário de Agricultura Sul-Rio-Grandense no MERCOSUL de agosto de 1994, e que comentam a produção nacional de pescado. Neste encontro cita-se o crescimento de importância da atividade nos anos 80 quando o pescado passou a ser a 2ª fonte nacional de proteína de origem animal. Contrapõe, no entanto, que no momento a pesca brasileira vive a mais grave crise dos últimos 30 anos, considerada sob três principais aspectos: o institucional, o econômico, e o social. O Seminário caracterizou a Crise Institucional pela desestruturação de organismos de decisão, exemplificando que o setor, após dispor da SUDEPE como autarquia federal para desenvolver a pesca, viu-se relegado a um departamento de uma diretoria de um instituto vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, ocupando, assim, escassos recursos governamentais. Em conseqüência, o sistema de estatística, que já foi o melhor da América Latina, hoje apresenta grandes dificuldades. O Seminário referiu também que os principais projetos de pesquisa pesqueira funcionam em alguns estados precariamente, assim como o serviço de extensão pesqueira. A fiscalização do setor vem sendo exercida com dificuldades e o conselho nacional das entidades da pesca vem denunciando a presença de barcos pesqueiros piratas, e pedindo medidas de solução. Isto nos atinge diretamente porque O Rio Grande do Sul tem perdido em arrecadação de ICMS, decorrente da ação de pescadores de outros estados, e até de outros países para realizar a captura de pescado em água gaúcha. A Crise Econômica foi apresentada sob o prisma da ausência de crédito específico, e incentivos fiscais, que foram instrumentos responsáveis pela duplicação da produção pesqueira na década de 1970. No Brasil se criam entraves para importação de barcos, e no abastecimento de óleo diesel, enquanto que na Argentina aprovou-se o acordo de pesca com a União Européia para a operação na Argentina. Nos países pertencentes ao grupo do MERCOSUL, existe a isenção de impostos nas exportações, consolidando as diferenças tributárias que causam percalços no novo mercado. Estas situações levam o Brasil a comercializar com a Argentina cerca de 50 milhões de dólares/ano de matéria-prima para ser processada em seu parque industrial, colocando-se numa situação de importar ¾ de todo o pescado importado na América Latina. Conseqüentemente gera-se neste cenário a crise social, afetando o pescador artesanal, onde previdência social e seguro desemprego, durante a paralisação da pesca, imposta pelo governo, para a proteção das espécies no período da defesa, são pontos ineficientes. A pesca no Brasil tem problemas grandes a serem solucionados. Atualmente o setor pesqueiro tem discutido pontos como a Identidade de Padrões de Qualidade e as equalizações das normas técnicas dos produtos, assim como a formação de empresas binacionais para a captura, processamento, industrialização e comercialização de pescado. O tema ganha espaços no contexto do MERCOSUL, apontando perspectivas positivas. O setor tem encaminhado propostas em nível de estado que, uma vez atendidas, dinamizarão a atividade pesqueira. Entre elas estão a equalização das alíquotas do ICMS, desenvolvimento de diagnósticos setoriais, a estruturação de pesquisa pesqueira, e financiamentos com fontes de recursos estaduais e municipais para crédito e investimentos. Solicita-se também a promoção de cursos dirigidos à formação de pessoal desenvolvendo um programa de pesca com vistas a novos estoques pesqueiros. A pesca ganha a atenção do meio técnico, que discute os seus impasses, e encaminha novas opções. O potencial da atividade pesqueira como ofertante de alimento protéico é inegável, pois nenhum setor de produção animal responde tão prontamente aos estímulos produtivos quanto o setor pesqueiro, mas estudos necessitam ser feitos relativamente ao crescimento do mercado interno. Empiricamente observa-se um entusiasmo sobre a aqüicultura. Temos a realidade de nosso serviço de extensão que tem sido demandado para uma ação mais fortalecida nesta atividade em nível de unidades produtivas, na alternativa de nosso complexo de açudes e fontes de água virem a ser utilizados racionalmente com a piscicultura. Cresce também o número de municípios que se envolvem, embora ainda que incipientemente, com a produção de peixes. Acredita-se hoje que este potencial, que conta com uma rápida resposta, um açude pode tornar-se piscoso em 8 meses, e com um custo de produção baixo, pois pode ser viabilizada a alimentação com restos de culturas, venha a ser um componente de diversificação de renda das unidades familiares de produção. A piscicultura, em consorciação, e ou em sucessão com a lavoura de arroz é matéria de discussão em nosso ambiente extensionista. Os projetos de desenvolvimento da aqüicultura crescem em demanda e mais de 100 municípios se manifestam como interessados, e a agroindustrialização já surge prevendo uma produção de 2.000kg por dia, em municípios como Teotônia. O momento é de pensar em alternativas de desenvolvimento agrícola, e a pesca se mostra como um ponto atrativo, particularmente porque dentro do quadro nacional, onde se avolumam os problemas, a perspectiva de uma piscicultura em unidades produtivas, onde o controle de produção e produto é maior, torna-se promissora. 4 Programas e Projetos de estruturação setorial necessitam ser feitos, construídos através de parcerias do setor público, em nível de União, Estado, Municípios, e o setor privado. Por isso divulgar os dados existentes, nesta série REALIDADE RURAL com vistas a ajudar a realização destes projetos e, ou, ações regionais, é nossa missão extensionista, e o trabalho realizado pela Engª de Pesca Maria de Fátima Sobral Rangel traz importante contribuição ao nosso grupo de trabalho. A Coordenação do GT-MERCOSUL/EMATER-RS. 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9 2 PRODUÇÃO .................................................................................................................... 11 2.1 Produção Mundial de Pescados............................................................................... 11 2.2 Produção Nacional de Pescados ............................................................................. 14 2.3 Produção dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.......................... 16 2.4 Perspectivas e Situação Atual dos Principais Recursos Pesqueiros do Brasil............................................................................................................................ 25 2.4.1 Principais Espécies da Costa Gaúcha.................................................................. 27 2.4.2 Espécies Pelágicas ................................................................................................. 28 2.4.3 Espécies Demersais ............................................................................................... 29 2.4.4 Consumo Potencial de Pescados no Brasil......................................................... 29 3 CARACTERÍSTICAS DO SETOR ................................................................................. 31 3.1 Zona Comum de Pesca .............................................................................................. 31 3.1.1 Pesca Pelágica......................................................................................................... 31 3.1.2 Pesca Demersal....................................................................................................... 31 3.2 Equipamentos e Métodos de Pesca ........................................................................ 32 3.3 As Perdas do Setor .................................................................................................... 32 3.4 Situação Atual dos Principais Recursos Pesqueiros em Exploração pela Pesca Industrial no Rio Grande do Sul .............................................................................. 33 3.4.1 Principais Entraves do Setor Pesqueiro ............................................................. 33 3.5 Estratégia para a Evolução e Desenvolvimento da Tecnologia de Pesca no Rio Grande do Sul ..................................................................................................... 34 3.6 Posição das Empresas de Pesca do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Segundo Balanço Anual de 1991 ............................................................................. 35 3.6.1 Linha de Tunídeos .................................................................................................. 35 3.6.2 Consumo Nacional dos Principais Insumos......................................................... 36 3.6.3 Potencial................................................................................................................... 36 3.6.4 Número de Estabelecimentos que Industrializam Pescado Inspecionado ..... 37 3.7 Colônia de Pescadores do Rio Grande do Sul ...................................................... 37 3.8 Colônias de Pescadores de Santa Catarina ........................................................... 37 4 CUSTOS..........................................................................................................................39 4.1 Custos de Pescado Industrializado, Inteiro sem Cabeça e Filetado do Rio Grande do Sul.............................................................................................................39 4.2 Custos de Produção das Espécies de Maior Valor Econômico de “Pescados Kowolsky Ltda.” - Itajaí/SC ........................................................................................42 4.3 Custo de Capturas por Embarcações......................................................................42 4.4 Custo Bruto de Captura “Camaroneiro ...................................................................42 5 COMERCIALIZAÇÃO ......................................................................................................45 5.1 Fatores que Dificultam a Comercialização do Pescado ........................................45 5.2 Principais Formas de Comercialização do Pescado no Rio Grande do Sul .......45 5.3 Condições Específicas para o Comércio dos Produtos e Subprodutos da Pesca para Exportação..............................................................................................46 5.3.1 Barreiras não Tarifárias ..........................................................................................47 5.3.2 Legislação Sanitária ................................................................................................48 5.3.3 Pesos e Medidas......................................................................................................48 6 EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO ..................................................................................49 7 INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS ECONÔMICAS .....................................................53 7.1 Crédito e Assistência Técnica ..................................................................................53 7.2 Pesquisa.......................................................................................................................53 7.3 Estatística Pesqueira..................................................................................................54 7.4 Carga Tributária e Previdenciária ............................................................................54 7.5 Legislação Pesqueira.................................................................................................54 7.6 Fiscalização .................................................................................................................56 7.7 Preços Mínimos...........................................................................................................57 8 IMPACTOS NA INTEGRAÇÃO DO MERCOSUL.........................................................59 9 PROPOSTAS DE AÇÃO DO SETOR PESQUEIRO ....................................................63 10 CONCLUSÃO ................................................................................................................67 11 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...................................................................................69 8 1 INTRODUÇÃO O presente diagnóstico tem por objetivo demonstrar o perfil do Setor Pesqueiro no Brasil e em particular no Rio Grande do Sul com base em observações e na coleta de informações, fundamentais para uma análise de competitividade na integração do MERCOSUL. Técnicos do IBAMA elaboraram e aprovaram alguns Planos Nacionais de Desenvolvimento Pesqueiro. Inúmeros obstáculos antepuseram-se ao pleno alcance dessas metas, os problemas avolumaram-se ao longo dos anos. O principal deles devese ao otimismo quanto à potencialidade do nosso litoral em pescado. As primeiras metas de produção previstas para serem alcançadas em cinco anos eram de 2 milhões de toneladas/ano de pescado. A produção brasileira jamais ultrapassou a 1 milhão de toneladas/ano. Segundo estimativas o potencial pesqueiro sustentável do Brasil foi estimado em 1,4 a 1,7 milhões de toneladas/ano, entre recursos pelágicos e demersais, até a isóbata de 200m. A pesca reveste-se de algumas características marcantes e peculiares. Além de desenvolver-se num ambiente complexo, está sujeita a uma série de efeitos externos como oscilações climáticas naturais que tornam difícies as previsões. Estes aspectos contribuem para torná-la uma atividade incerta, sujeita a reveses econômicos se considerarmos ainda outros fatores como a perecibilidade do pescado, as instabilidades do mercado, os altos investimentos na produção, as dificuldades em investimentos na capacitação de pessoal (escolas de Pesca) e modernização da frota nacional, hoje quase completamente obsoleta. A administração do setor pesqueiro encontra-se dispersa e desconectada, sem ações concretas para promoção do setor e não dispõe de um plano nacional para o desenvolvimento da Pesca. Torna-se evidente a necessidade de uma adequada ordenação de modo a garantir a preservação das espécies e permitir sua continuidade como atividade economicamente rentável. A Pesca no Estado do Rio Grande do Sul vem sendo praticada desde o período da Colonização. Entretanto, o levantamento de dados estatísticos das pescarias inicia-se em 1945. Naquela época, todo o peixe capturado no Estado provinha da pesca artesanal. A pesca industrial iniciou-se em 1947 e suplantou a artesanal a partir de 1967. O parque industrial de Rio Grande expandiu-se em 1970, quando foi ampliado o mar territorial, para 200 milhas náuticas, mas um acordo de pesca com o Uruguai permitiu a pesca em ambos os países até 1978. Atualmente, para suprir a demanda de matéria-prima no parque industrial de Rio Grande, importamos 30% do pescado processado, apesar de o Rio Grande do Sul apresentar alta produtividade primária que sustenta grande biomassa de peixes pelágicos, dentre os quais, destacam-se: sardinha, tainha, enchova, e outros. E também peixes demersais como a corvina, pescada, castanha e outros. E ainda estoques relativamente grandes de camarões como: sete-barbas, rosa e o branco. A atividade pesqueira no Rio Grande do Sul ocupa aproximadamente 150.000 pessoas, deste total 25.000 são pescadores. A pesca carece de uma legislação efetiva a fim de ampliar uma produção pesqueira de 57.151t, sendo 61% provenientes da pesca industrial e 34,4% da artesanal, a esta soma-se a produção importada do Uruguai e Argentina que contribui com mais 13.065 toneladas. Através deste diagnóstico teremos o perfil da atividade pesqueira no Brasil e particularmente no Rio Grande do Sul, e como equalizarmos os principais problemas do setor, para competirmos em nível de igualdade com os demais países integrantes do Mercado Comum do Sul. Devemos também viabilizar esta nova relação entre o Estado e a sociedade, qualificar e quantificar a participação do complexo pesqueiro no abastecimento de proteínas no mercado interno e externo. 10 2 PRODUÇÃO 2.1 Produção Mundial de Pescados A produção mundial de pescados em 1992 foi estimada em 98,1 milhões de toneladas, sendo 72,8% destinados ao consumo humano, 24,1% na forma de congelado, 27,0% são consumidos frescos, 12,4% elaborados na forma de conservas, 9,3% salgados e/ou defumados e 27,2% na forma de farinha de pescados; ver Gráfico 1 abaixo. Durante o período de 1945 e 1970, foi observada uma expansão da pesca no mundo com uma taxa de crescimento de 7% ao ano. Porém, na década de 70, foi observado um decréscimo na produção de 1% a 2% ao ano. Essa queda pode ser atribuída a dois fatores: saturação nas áreas de pescas em todos os Oceanos e aumento do preço nos combustíveis. A produção mundial na década de 1983 registrou uma expansão de 21.279t passando de 77.497.000t em 1983 para 98.113t no ano de 1992. (Ver Tabela 1 abaixo) O Brasil, no ano de 1992, participou com menos de 1% da captura total mundial de pescados, enquanto que a produção total dos países membros do MERCOSUL foi de 1.457.071t, a participação do Brasil foi de 56,78%, Argentina 35,12%, Uruguai 7,3% e Paraguai 0,73%, sendo, portanto, o Brasil o maior produtor, como podemos ver na Tabela 2. GRÁFICO 1 Percentagens dos produtos pesqueiros sobre o total capturado no ano de 1992 Farinha de Peixe 27,2% Enlatado 12,4% Fresco 27,0% - Para consumo humano Congelado Defumado 9,3% 24,1% - Para outros fins Fonte: Gráfico Adaptado FAO/1992. Adaptado: SAA/CEPA/RS. Tabela 1 - Capturas mundiais de pescados - 1993/92 (Em 1.000t) Discriminação 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1990 1991 1991 1992 Capturas Mundiais 77.497 83.932 86.378 92.845 94.402 99.086 100.311 97.556 97.052 98.113 Consumo Humano 55.029 57.830 59.693 63.613 66.307 69.373 70.547 69.864 68.950 71.409 Pescado Fresco 15.114 16.089 17.141 19.544 21.547 22.906 24.071 22.444 21.632 26.428 Defumado e Salgado 19.099 20.481 20.846 22.227 22.352 23.488 24.171 23.973 23.669 9.846 9.878 10.265 10.315 10.710 10.914 10.293 10.624 10.536 9.151 10.970 11.382 11.441 11.527 11.698 12.065 12.502 12.625 12.809 12.161 Conserva Outros Fins Fonte: FAO - Yearbook Annuaire da FAO, 1992. Elaboração: Secretaria da Agricultura e Abastecimento - CEPA - RS. 12 23.681 De acordo com informações da Organização de Alimentação e Agricultura da ONU (FAO), em 1992 os maiores países produtores de pescado no mundo foram em ordem decrescente Japão 21,6% do total mundial, seguido da URSS 14,7%, China 5,87%, USA 5,80%, Peru 5,72% e Chile 5,30%. Tabela 2 - Produção e comércio mundial de pescado dos maiores produtores e países do MERCOSUL 1 - Produção Total - 98.112.846t 2 - Principais Produtores (tm) ù ù ù ù ù ù Japão URSS China USA Peru Chile 11.930.633 11.250.556 9.234.983 5.696.452 5.611.561 5.198.720 3 - Produção Países do MERCOSUL ù ù ù ù Brasil Argentina Uruguai Paraguai 827.450 511.827 106.629 11.167 4 - Comércio Internacional (1.000 US$) a) Importações b) Exportações US$ US$ 45.451.914 40.275.558 5 - Principais Importadores (1.000 US$) ù ù ù ù ù Japão USA França Espanha Itália 12.831.762 6.024.064 2.934.589 2.898.232 2.643.440 6 - Principais Exportadores (1.000 US$) ù ù ù ù ù USA Tailândia Noruega Dinamarca Canadá 3.582.545 3.071.780 2.436.832 2.319.917 2.085.495 7 - Importação Países do MERCOSUL (1.000 US$) ù ù ù ù Brasil Argentina Uruguai Paraguai 133.508 48.173 5.985 928 8 - Exportação Países do MERCOSUL (1.000 US$) ù ù ù ù Brasil Argentina Uruguai Paraguai 170.808 559.029 101.500 13 Fonte: Anuário FAO - 1992. Elaboração: Secretaria da Agricultura e Abastecimento - CEPA - RS. 13 2.2 Produção Nacional de Pescados A produção nacional de pescados foi de 827.450 toneladas, já a produção industrial gira em torno de 300.000t/ano, a pesca artesanal gira em torno de 450.000t/ ano e é equivalente a 60% da produção total nacional. Desse total, 70% se destina ao mercado interno e o restante à exportação. A produção pesqueira no país praticamente dobrou entre 1970 e 1986, crescendo de 526.292 toneladas para 941.712 toneladas o que corresponde a uma taxa de crescimento médio anual de 4,0% (Ver Tabela 3). Tabela 3 - Produção pesqueira e participação relativa da pesca artesanal e industrial - 1970/1988 Ano 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 Artesanal Toneladas 270.822 346.197 360.937 423.699 437.622 333.394 398.833 379.439 392.260 347.410 404.481 427.621 445.533 451.571 467.754 491.981 483.337 495.618 455.412 (%) 57,2 58,5 59,7 60,6 59,8 43,9 60,5 50,4 48,6 40,5 55,0 57,0 61,0 60,0 56,0 58,0 62,0 69,0 68,0 Industrial Toneladas 255.570 245.344 243.736 275.103 293.686 426.396 260.014 373.168 414.068 510.773 329.855 329.113 290.115 303.924 371.860 349.490 301.133 223.691 219.182 (%) 42,8 41,5 40,3 39,4 40,2 56,1 39,5 49,6 51,4 59,5 45,0 43,0 39,0 40,0 44,0 42,0 40,0 31,0 32,0 Total Toneladas 526.292 591.543 604.673 698.802 731.308 759.792 658.847 752.667 806.328 858.183 734.136 756.733 735.648 755.495 839.614 841.471 784.470 719.309 674.594 Fonte: Estatística da Pesca SUDEPE/IBGE - 1979/1980 e Estatística da PESCA-IBGE - 1981/1988 (ajustados). Elaboração: Secretaria da Agricultura e Abastecimento - CEPA - RS. A pesca artesanal, a partir de 1987, voltou a crescer em relação à industrial, atingindo mais de 50% do volume total capturado no Brasil (Tabela 4), muito embora dados referentes ao primeiro trimestre de 1989 mostrem que essa tendência pode inverter-se. Podemos ver pela Tabela 4 que a pesca artesanal é mais representativa que a industrial. 14 Tabela 4 - Desembarque brasileiro por pescado por tipo de pesca - 1984/89 (Em toneladas) Ano 1984 1985 1986 1987 1988 1989(¹) Industrial 491.155 479.647 480.984 462.224 388.616 211.098 (%) 51,22 49,37 51,07 49,47 46,92 51,79 Artesanal 467.752 491.891 460.729 472.186 439.677 196.506 (%) 48,78 50,63 48,93 50,53 53,08 48,21 Total 958.907 971.537 941.717 934.408 828.290 407.604 Obs.: (¹) Primeiro semestre. NOTA: As diferenças porventura apresentadas entre soma de parcelas e totais são provenientes de arredondamento de dados. Fonte: Fundação IBGE. Anuário Estatístico do Brasil, v. 48-49, 1987-89. Fundação IBGE. Estatística da Pesca, 1º-2º semestre/1988 e 1º semestre/1989. Elaboração: Instituto CEPA/SC. Os principais estados capturadores de pescado em 1988 foram: Rio de Janeiro (171.990t), Santa Catarina (125.730t), Pará (88.337t), São Paulo (87.389t) e Rio Grande do Sul (81.905t). Informações do IBAMA indicam que de janeiro a abril de 1989 em Santa Catarina foram desembarcadas 37.037 toneladas de pescado. (Tabela 5), sendo que as espécies que mais contribuíram foram: sardinha-verdadeira (39,3%), bonito-listrado (25,3%) e outros (8,0%). Tabela 5 - Quantidade de peixes, crustáceos e moluscos sob controle, desembarcados em Santa Catarina - 1984 a 1993 (Em toneladas) Ano 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 Peixes 87.976 114.683 102.815 63.593 69.853 76.902 70.082 84.055 81.986 99.620 CLASSES Crustáceos 8.668 5.690 4.431 3.485 4.314 5.430 3.137 2.001 1.587 3.030 Moluscos 474 564 1.209 816 1.092 613 522 825 466 979 Total 97.119 120.938 108.456 67.896 75.260 82.946 73.741 86.882 84.040 103.629 Fonte: IBAMA. Estatísticas preliminares/Instituto CEPA/SC. Elaboração: Secretaria da Agricultura e Abastecimento - CEPA - RS. NOTA: As diferenças porventura apresentadas entre soma de parcelas e totais são provenientes de arredondamento de dados. 15 Já o setor artesanal capturou apenas 3.786 toneladas e as espécies mais importantes foram: camarão-rosa (18%), corvina (12,5%) e espada (9,2%). Comparando-se os resultados alcançados em 1989 (até abril) com os do mesmo período de 1988, conclui-se que o desembarque aumentou cerca de 45%. As espécies que mais contribuíram para esse aumento foram: chicharro (94,9%), sardinhalaje (43,2%) e palombeta (42,7%). A produção pesqueira de Santa Catarina, na última década, tem-se mantido no patamar das 100.000 toneladas anuais segundo Tabela 5 abaixo. Comparando-se os resultados de 1984 com o ano de 1993, podemos observar que o desembarque de peixes no ano de 1993 representou 96,13% da captura total. As espécies que registraram decréscimo no período foram: corvina, lula e camarão-setebarbas. Apesar do aparente aumento do desembarque catarinense, essa atividade ainda convive com muitos problemas. A época do defeso não é respeitada, os pescadores artesanais e as indústrias de pesca estão muitas vezes em conflito devido a seus interesses. 2.3 Produção dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina A pesca no Rio Grande do Sul tem suas origens nos municípios de Rio Grande e São José do Norte através de imigrantes portugueses. Nossa fronteira pesqueira, incluindo o mar e as águas interiores, é 15 vezes maior que nossa fronteira agrícola. O nosso estado pela sua localização meridional, com águas frias, é muito rico em extensão de costa marítima, águas interiores (mais de 50 lagoas entre as quais a Lagoa dos Patos com mais de 10.360km² e a Mirim com 2.838km² no território do Estado. Acompanhando a costa gaúcha, em alto mar, 30 a 50 milhas da costa, está localizado um dos maiores bancos de camarões do Estado. Na década de 1950, a Lagoa dos Patos produzia cerca de 28.000t de pescado/ano. Na década de 70, com o aumento do número de indústrias e embarcações, a captura passou a 50 mil toneladas. O Rio Grande do Sul sustenta grande biomassa de peixes pelágicos, os quais são: sardinha, tainha, enchova, etc. Os peixes demersais são: corvina, pescada, castanha e outros. A pesca industrial, atuando sobre os estoques adultos, é realizada ao redor de profundidades de 40 metros. Quanto à potência dos motores usados, varia de 36 HP a 635 HP, tendo como média 280 HP. Em 1992 a produção do Rio Grande do Sul foi de 57.152 toneladas. A pesca do Rio Grande do Sul é realizada principalmente por arrasteiros simples, parelha, tangones, as traineiras, linheiros, atuneiros e boniteiros. A atividade da pesca industrial em Santa Catarina opera com embarcações de grande porte, e capacidade de carga superior a 20 (vinte) toneladas de arqueação bruta, enquanto que a pesca artesanal é desenvolvida por pescadores profissionais que se utilizam de equipamentos e apetrechos de captura sem nenhuma sofisticação tecnológica. O porto de Rio Grande é responsável pelo desembarque de 86% de pescado do Estado. É importante salientar-se a participação dos números dos barcos e tipos de artes de pesca no Rio Grande do Sul como podemos ver na Tabela 6. 16 Tabela 6 - Número de desembarques por frota no Rio Grande do Sul em 1992 Discriminação Arrasto simples Arrasto de parelha Arrasto de tangones Traineiras Emathe/espera Armadilha/covos Linha Espinhel longline Isca viva Total Geral Número de Barcos Desembarque Total 10 122 56 43 47 2 4 22 4 310 40 415 278 133 305 18 21 52 23 1.285 Fonte: Centro de Pesquisa do Rio Grande do Sul - CEPERG/RS. Elabotação: Secretaria da Agricultura e Abastecimento - CEPA - RS. Armadores japoneses e coreanos com suas embarcações estrangeiras, principalmente atuneiros e boniteiros, foram arrendadas para a pesca de atuns e afins, pescados com alta cotação no mercado internacional. O número de embarcações de pesca industrial foi de 1.285. Comparando-se os resultados de 1992 cujo desembarque total de pescados foi de 57.151t e 13.067t importados, com os dados de 1991 cuja captura foi de 55.381t e importados 14.691t como podemos observar no Gráfico abaixo, houve uma diminuição dos importados. (Ver Tabela 7 e Gráfico 2 abaixo) Podemos observar na figura abaixo que importamos uma quantidade menor de pescados em 1992 em comparação com o ano de 1991. Atualmente a frota da Lagoa dos Patos, que é a mais importante do Estado, concentra-se em ordem de importância nos municípios de Rio Grande, com 925 barcos, São José do Norte, com 643, Pelotas com 387 e São Lourenço do Sul, Camaquã, e Tapes com 225, num total de 2.213 barcos, sendo 78% motorizados. Destes, 2.213 não possuem cabine nem qualquer instrumento de navegação. Em se tratando de qualidade desembarcada a região Sudeste destacou-se no item “peixes” e a Nordeste no item “crustáceos”. Em termos de valor, a região Nordeste como aconteceu nos anos anteriores, destacou-se em todos os itens, como podemos ver na Tabela 8 e Tabela 9. A pesca em Santa Catarina tem sido praticada em 16 microrregiões do estado; as espécies mais capturadas foram: sardinha, bonito, listado, camarão, entre outros, a produção no ano de 1992 foi de 82.375t, deste total 76.072 é pesca industrial e 6.303 é artesanal. 17 Tabela 7 - Desembarque total por artes de pesca no RS e importação interestadual e internacional de pescados em 1992 (kg) A rrasto Discriminação Artesana l Simples Parelha Espera Tangone s Covos Linha Espinhel Isca Cerco Subtotal Emalhe Longlin Viva Interestadu al Internacion al Total Geral PEIXES ÓSSEOS Abrotea 4476 4740 99030 84960 122 51 1260 194639 13800 208439 Agulhão-Branco 97364 97364 97364 Agulhão-Negro 46725 46725 46725 Agulhão-Vela 29571 29571 29571 307110 307110 307110 2066412 Albacora-Bandolim Albacora-Branca Albacora-Laje 846 Bagre 723700 Beiru 98910 Bonito 562 Cabra 12666 Cará 27075 Castanha 272174 13526 26026 427974 35 9 166902 15468 268 683 883 170 220 6 5658 4149 216678 195800 105 2080 34421 59659 747 11620 Cherne 2066412 451746 139763 593550 160 593710 1028025 147000 1175025 3047 194119 Cavala Cavalinha 960 107576 100 5286887 2065452 5239 160 40 178 6366 733 155863 98910 3323811 3323811 487776 487776 27075 27075 6253180 47571 763 3310069 98910 80200 47571 6333380 47571 11565 4590 17051 203992 221043 119 3304 171842 476 172318 Cavala-Churan 37235 37235 37235 Continua... 18 ...Continuação A rrasto Discriminação Artesana l Simples Parelha Espera Tangone s Covos Linha Espinhel Isca Cerco Subtotal Emalhe Longlin Viva Interestadu al Internacion al Total Geral PEIXES ÓSSEOS Congro-Negro 560 15240 104980 10550 Congro-Rosa 176 20 470 753 Corvina 8644600 118629 1880399 110602 494 Enchova 599235 180 9609 240 25 2265 133595 2355 3781 269535 273310 219 414581 11169524 606032 11775556 1936109 16994 2562392 82968 2645360 7 Espadarte 1009242 133595 1009242 1009242 Goete 2800 440 201060 3473 802 208575 208575 Gordinho 3450 1700 27680 1120 220 34170 34170 Grumatá 2229 2229 Jundiá 147794 147794 Linguado 116100 Manganga 12694 Merluza Mira-céu 51057 Miragaia 9894 Namorado 1783 Olhete 4551 Pampo 44691 20191 121292 974693 4336 1236612 200 2000 8840 120 1000 1900 3806 52 3810 14822 280 58043 5291 140 1054 208 520 1731 180 9 120 81086 1526 412 28669 8030 180 9445 80 1097140 147794 21720 12894 8070 1135 1094911 1258332 12894 8917827 8932649 58043 17964 321213 339177 5252 38792 44044 43370 142219 43370 253692 395911 Continua... 19 ...Continuação A rrasto Discriminação Artesana l Simples Parelha Espera Tangone s Covos Linha Espinhel Isca Cerco Subtotal Emalhe Longlin Viva Interestadu al Internacion al Total Geral PEIXES ÓSSEOS Papa-Terra 27702 420 138885 37063 Pargo-Rosa 206969 360 9120 2678 44591 2360 28 7 Peixe-Espada 11465 40 20 204130 204130 1674 16456 281848 281848 13860 13860 266772 266772 Peixe-Porco 2136 160 232250 32176 50 Peixe-Prego 1094 390 6200 3860 1280 Peixe-Rei Peixe-Rei-A.Doce Peixe-Sapo 35980 125826 67152 67152 114460 114460 114460 2055 37053 37053 31944 51736 5685008 683656 6368664 35 6940 1110382 78420 1188802 489 1133 18120 1174628 489729 3853576 83375 Pescadinha 29121 80 1031684 42522 Pintado 45901 136 Savelha 1296417 7384 5840 Serrinha 696 140 160 1502384 11000 Tambica 23899 Tira-Vira 4538 20 45901 Pontudo Tainha 89846 67152 15256 Pescada Olhud 77022 368 1720 20363 48 110 614 18614 1309641 16103 14367 16103 237279 1866 1752577 211 18000 1309641 740 49420 45901 36560 1789131 23899 23899 76252 76252 Continua... 20 ...Continuação A rrasto Discriminação Artesana l Simples Parelha Espera Tangone s Covos Linha Espinhel Isca Cerco Subtotal Emalhe Longlin Viva Interestadu al Internacion al Total Geral PEIXES ÓSSEOS Traíra 709235 709235 709235 Viola-A.Doce 132836 132836 132836 Xixarro 466487 133560 3685145 3685145 Mistura 15803 1420 25 17339 17339 Outros 11575 940 934 87410 7160 1131997 13754652 1754160 48327 755725 27043 150814 138578 19 Arraia 25769 34297 85413 65934 Cação 283883 44292 324327 103250 Peixe p/Farinha SUBTOTAL 517 189386 16837274 3085098 91 161 3022 159800 7 964 10735 340 29195 7900 5636 614 5361209 915614 4183514 24996 664148 1761323 822 46080 258315 600 1925612 0 298106 3451132 47597679 0 9096 38291 60 298160 12914090 60511769 3092 1764415 ELASMOBRÂNQUIOS Anjo 3437 800 Cação-Azul Cação-Cinza 6263 Cação-Mangona 5054 Cação-Martelo 10652 11 258315 115855 2802056 23829 205268 205268 17460 23723 23723 2453 2825885 207721 1054 402 689 25427 32637 32637 440 5437 755 48488 65772 65772 83428 83845 83845 12149 12149 12149 Cação-Moro 417 Mouka Continua... 21 ...Continuação A rrasto Discriminação Viola Nadadeira Caça SUBTOTAL Artesana l Simples Parelha Espera Tangone s Covos Linha Espinhel Isca Cerco Subtotal Emalhe Longlin Viva 65435 2620 89069 16404 617 4891 5332 4429 0 1153398 113154 656449 334434 3456 91 8 245 25368 142906 Interestadu al Internacion al 178150 Total Geral 60 4562 178150 0 1126 77100 29629 0 123124 0 0 123124 800 29048 2791834 463789 0 5546362 2453 26921 5575736 124006 124251 MOLUSCOS/CRUSTÁCEOS Calamar 146 Camarão-Barba 117538 Camarão-Rosa 3828583 3828583 2065 3830648 28317 28317 13499 41816 Siri Outros SUBTOTAL TOTAL GERAL 142906 6027 0 18 1691 0 0 0 56 0 0 7792 0 0 7792 3980611 0 109 27067 0 0 0 56 0 0 4007843 15564 124006 4147413 21971283 1245151 14411210 2115661 51783 160600 5390257 3707504 4647303 3451132 57151884 18017 13065017 70234918 Fonte: Centro de Pesquisa do Rio Grande do Sul - (IBAMA). 22 GRÁFICO 2 Desembarque total de pescados no RS e importação 1991/92 em toneladas 60.000 50.000 40.000 Desembarques 30.000 Importados 20.000 10.000 0 1991 1992 Fonte: IBAMA - Centro de Pesquisa do RS. Elaboração: SAA/CEPA/RS. 23 Tabela 8 - Desembarque de pescado por classe, segundo as grandes regiões do Brasil e Santa Catarina - 1986/88 1986 REGIÃO Peixes Crustáceos 1987 1988 Moluscos e outros Total (¹) Peixes Crustáceos Moluscos e outros Total (¹) Peixes Crustáceos Moluscos e outros NORTE 129.068 15.493 1.358 145.918 154.026 17.808 1.751 173.596 135.616 18.603 1.718 NORDESTE 161.262 41.237 2.060 205.207 149.333 41.915 2.221 194.063 139.110 37.518 2.821 SUDESTE 315.739 17.413 1.395 334.546 334.246 17.476 1.254 352.978 257.512 20.607 1.198 SUL 223.115 18.147 3.037 244.298 189.128 14.728 1.721 205.576 188.106 21.219 1.026 SANTA CATARINA 149.617 6.829 1.366 157.812 118.422 6.969 1.052 126.442 115.254 9.679 795 CENTRO-OESTE 11.739 6 11.743 8.193 3 8.196 5.045 7.854 941.712 834.926 6.951 934.408 725.389 BRASIL 840.921 92.291 91.926 Obs.: (¹) Inclusive pescado não especificado. NOTA: As diferenças porventura apresentadas entre soma ELABORAÇÃO: Instituto CEPA/SC. Fonte: Fundação IBGE. Anuário Estatístico do Brasil, v. 40, 1989. Fundação IBGE. Estatística da Pesca 1º-2º semestre. 1988. de parcelas e totais são provenientes de arredondamentos. 24 97.947 3 6.765 Tabela 9 - Valor do pescado desembarcado, por classe, segundo as grandes regiões de Santa Catarina - 1987/88 1987 Região Peixes Moluscos e outros Crustáceos Total (*) NORTE - Valor Corrente 3.439.898 1.324.398 5.301 4.769.710 - Valor out./90(*) 15.249.729.353 5.871.311.026 23.500.352 21.145.041.682 - Valor Corrente 4.447.236 5.742.065 149.052 10.387.507 - Valor out./90(*) 19.848.448.195 25.455.678.388 660.776.180 46.049.816.129 - Valor Corrente 5.868.641 1.240.170 66.125 7.174.949 - Valor out./90(*) 26.016.814.138 5.497.912.104 293.144.841 31.807.928.715 - Valor Corrente 2.638.759 901.439 34.755 3.574.954 - Valor out./90(*) 11.698.126.101 3.996.252.441 154.075.599 15.848.458.573 - Valor Corrente 1.430.925 450.160 25.905 1.906.988 - Valor out./90(*) 6.343.565.703 1.995.645.849 114.841.847 8.454.044.532 - Valor Corrente 225.863 - 232 226.095 - Valor out./90(*) 1.001.294.114 - 1.028.501 1.002.322.615 - Valor Corrente 16.650.398 9.208.070 255.465 26.133.216 - Valor out./90(*) 73.814.4l6.334 40.821.145.093 1.132.525.473 115.853.572.145 NORDESTE SUDESTE SUL SANTA CATARINA CENTRO-OESTE BRASIL Obs.: (*) Valores em cruzeiros corrigidos pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas. Fonte: Fundação IBGE. Anuário Estatístico do Brasil, v. 48-49, 1987-89. Fundação IBGE. Estatística da Pesca, 1º-2º semestre 1988. Elaboração: Instituto CEPA/SC. 2.4 Perspectivas e Situação Atual dos Principais Recursos Pesqueiros do Brasil A extensão do litoral brasileiro é de aproximadamente 8.400km, e é constituído de várias regiões distintas. A plataforma continental é bastante estreita, variando normalmente entre 20 a 50 milhas, com um máximo de aproximadamente 80 milhas na altura da foz do rio Amazonas. 25 REGIÃO NORTE Devido à influência do rio Amazonas, a região norte apresenta alta produtividade primária e, através do fornecimento de nutrientes, favorece significativamente a abundância de peixes e crustáceos. Estima-se para esta região um potencial entre 385 mil e 475 mil toneladas/ano, das quais 235 mil toneladas de espécies pelágicas e entre 150 mil e 240 mil toneladas de espécies demersais. REGIÃO NORDESTE Possui uma vasta extensão costeira, porém sua produtividade é baixa com exceção dos ambientes estuarinos. Os estoques mais importantes desta região são: lagosta e pargo. Estima-se para esta região um potencial da ordem de 200 mil a 275 mil toneladas/ano das quais 100 mil toneladas de espécies pelágicas e entre 100 mil e 175 mil de espécies demersais. REGIÃO SUDESTE No trecho localizado entre Cabo Frio (RJ) e Ilha Grande (RJ), essa região se beneficia de uma significativa produtividade primária causada por ressurgências, principalmente estoques de peixes demersais, pescados, corvinas e grande cardume de sardinha. Estima-se um potencial de produção, sem comprometimento de estoques, de 265 mil a 290 mil toneladas/ano das quais 195 mil de espécies pelágicas e entre 70 mil e 95 mil de espécies demersais. REGIÃO SUL Apresenta alta produtividade primária, que sustenta grande biomassa de peixes pelágicos e demersais. Estima-se o potencial pesqueiro desta região entre 550 mil a 660 mil toneladas/ano das quais 370 mil de espécies pelágicas, e entre 180 mil e 290 mil de espécies demersais. RECURSOS DE ÁGUAS INTERIORES No momento não dispomos de trabalhos técnicos confiáveis do potencial pesqueiro das grandes bacias hidrográficas do Brasil. Contudo acreditamos que estas, pelas suas dimensões (Tabela 10), e piscosidade, poderão apresentar significativos incrementos na produção de pescado. Com relação aos grandes reservatórios, estima-se que o potencial pesqueiro das 46 maiores represas brasileiras é da ordem de 123.091 toneladas/ano. 26 Tabela 10 - Área das grandes bacias hidrográticas Bacia Amazônia Tocantins Nordeste São Francisco Leste Paraguai Paraná Sudeste Uruguai Total Área (km2) (%) do Total 3.984.467 803.250 884.835 631.133 569.310 345.701 891.309 223.688 178.235 8.511.965 46,8 9,4 10,4 7,4 6,7 4,1 10,5 2,6 2,1 100,0 No tocante a 7 açudes da região Nordeste, estes apresentaram uma estimativa de captura máxima sustentável de 8.894t/ano/1980, para as espécies (Curimatã, Pescada-do-Piaui e Traíra). Quanto à aqüicultura, não conhecemos qualquer estimativa confiável de sua potencialidade no Brasil, contudo, se considerarmos a grandeza das nossas bacias hidrográficas, associada à vastidão de áreas inundadas pelas grandes represas e açudes, além da extensão do nosso litoral concluiremos que o Brasil tem grandes possibilidades de incrementos da produção pesqueira, podendo-se inclusive concluir que a médio e longo prazo seria mais racional buscar aumentos de produção através do cultivo. 2.4.1 Principais Espécies da Costa Gaúcha Camarões: A pesca do camarão é uma atividade de grande importância sócio-econômica no extremo sul do país. Temos três espécies: rosa, branco e sete-barbas. É a atividade mais importante na pesca artesanal no Rio Grande do Sul, devido ao alto valor comercial. No período de 1979 a 1983, contribuiu com 39,5% da receita da pesca artesanal. Camarão-Rosa: Família: Peneidae. Espécies: Penaeus brasiliensis e Penaeus paulensis. Frota: 349 barcos (1985). Método de pesca: arrasto; com uma produção máxima registrada no ano de 1972 de 8.211 toneladas. A pesca do camarão é de enorme significado e representa aproximadamente 80% do seu rendimento anual, visto que 70% do produto é exportado e processado principalmente para o Japão, Estados Unidos e Europa. 27 O camarão-rosa está perfeitamente adaptado às condições ambientais do Rio Grande do Sul, o que permite viabilizar a curto prazo o repovoamento das áreas costeiras atualmente inaproveitadas, isto com a possibilidade de controle e manutenção de níveis de produção elevados sem contudo desequilibrar o suporte natural. 2.4.2 Espécies Pelágicas São peixes que nadam livremente na coluna d’água, geralmente em cardumes nas superfícies exibem comportamento migratório acentuado, são geralmente planctófagos ou carnívoros. Sardinha: (Sarinella brasiensis) Amplitude de comprimento de 12 a 24cm; peso médio 60g; comprimento da primeira maturação: 16,7cm; tamanho mínimo de captura: 17cm; produção de 1985: 124 mil toneladas; frota: 400 embarcações; método de pesca: rede de cerco (traineira). O pico da captura da sardinha ocorreu em 1973 quando a produção atingiu cerca de 240 mil toneladas; porém no ano de 1990 foram capturadas apenas 32 mil toneladas. No ano de 1992 a captura de sardinha foi de 100.000 mil toneladas. Bonito-Listrado: Os exemplares possuem comprimento médio de 54cm; peso médio de 3,2kg; comprimento da primeira maturação de 40cm; produção de 1985: barcos nacionais 14.037 toneladas; barcos arrendados: 10.255 toneladas; frota: 33 nacionais e 04 japoneses. Enchova: Habita a plataforma continental da Argentina, Uruguai e sul do Brasil. Migra para o norte com a corrente das Malvinas durante os meses de junho e agosto. Produção de 2.032 toneladas em 1984. Método de pesca: rede de cerco. Tainha: Ocorre na plataforma continental dos Estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul. 28 2.4.3 Espécies Demersais São espécies associadas ao fundo, vivem sobre ou próximo dos substratos estuarinos. As principais espécies demersais são: corvina, castanha e pescada. Corvina: Comprimento médio: 34cm; peso médio: 917g, ocorre na barra do Rio Grande; produção média em 1985: 20.495 toneladas. Frota: 214 barcos; métodos de pesca: rede de cerco, rede de esmalhar. Castanha: Estende-se desde o Estado do Rio de Janeiro até Buenos Aires. Produção média em 1985: 14.937 toneladas; frota: 214 barcos; método de pesca: parelha e arrasto de popa. 2.4.4 Consumo Potencial de Pescados no Brasil O consumo per capita de pescados no Brasil chega à média de 8,5kg/habitante/ano, enquanto que no mundo é de 12kg/habitante/ano. No Norte o consumo per capita é de 10kg/habitante/ano. O Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o consumo per capita de pescados é de 3,5kg/habitante/ano. Com base nestes números, podemos concluir que a oferta de pescado no Brasil está muito aquém da demanda, vislumbramos assim um grande mercado de produção de pescados. 29 3 CARACTERÍSTICAS DO SETOR 3.1 Zona Comum de Pesca A nossa costa, inclusive a nossa Zona Econômica Exclusiva (ZEE), é pouco produtiva quanto a recursos pesqueiros. No entanto, é passagem de espécies migradoras (atuns e afins) e de reprodução de baleias, e sazonalmente possibilitam expressivas capturas comerciais, através da frota de altura. Todavia deve-se destacar que a ZEE é pouco conhecida. A CONEPE (Confederação Nacional das Entidades de Pesca) pede uma igualdade de condições pelo estabelecimento de uma zona comum de pesca, sem os limites impostos pela barreira do mar territorial. O não atendimento a esse procedimento fundamental equivaleria a abrir o nosso potencial mercado às empresas estrangeiras cujos países de origem continuariam mantendo para o Brasil a reserva de suas fontes de captura. As características físico-químicas no mar territorial variam com a incidência das correntes marinhas de cada estação. As correntes frias das Malvinas, vindas do sul, encontram-se com a corrente do Brasil formando-se a “convergência subtropical”. A região sudeste/sul abriga os três maiores portos pesqueiros do Brasil: Santos, Itajaí e Rio Grande. 3.1.1 Pesca Pelágica Redes de cerco (traineira) cerco de grandes pelágicos, redes de espera flutuante para grandes peixes pelágicos. Pesca de tunídeos com isca viva e atuneiros. 3.1.2 Pesca Demersal Pesca do camarão, camarão-rosa, camarão sete-barbas, frota artesanal, pesca de parelha, pesca de linha, espinhel de fundo e “long line”. 3.2 Equipamentos e Métodos de Pesca Existem vários tipos de capturas e estas são dirigidas a todas as espécies conhecidas de valor comercial. Os petrechos de pesca em geral foram importados pelos armadores. Equipamentos eletrônicos de auxílio à pesca e navegação. Os aparelhos eletrônicos estão se tornando cada vez mais populares na frota comercial. Os principais são sonda, sonar, navegador por satélite, radar, etc. 3.3 As Perdas do Setor • Recrutamento de peixes imaturos. • Estima-se que a perda anual de sardinha por mau manuseio e conservação é da ordem de 20.000 toneladas. Toda essa produção é transformada em farinha. • Operação de pesca envolvendo uma conservação inadequada do pescado, situação que acarreta elevados custos operacionais, como: descarga de pescado, excesso de mão-de-obra, elevado gasto de combustível, perdas na produção por mau acondicionamento nos porões e como conseqüência, baixa produtividade e lucros reduzidos. • As próprias empresas pesqueiras possuem seus equipamentos que constituem pontos de desembarque. Entretanto os investimentos são elevados. • Devido à falta de infra-estrutura de embarque e desembarque, ocorrem perdas de 10 a 12% ao ano no Sul. Esta perda chega até 25% no Norte e Nordeste. • Perdas anuais de 10 a 15% da produção pesqueira são devidas às deficiências de informação e de tecnologia no setor. A nível de pescador, estas perdas chegam a 65% pelos mesmos motivos expostos acima. A implementação da condição tecnológica do setor pesqueiro gaúcho é necessária, tendo em vista a necessidade de suprir a sua demanda, importar em toneladas aproximadamente 40% do pescado processado, enquanto que em valor este percentual chega a 50%. • Analisando bem as operações de pesca, conservação e descarga do pescado, é fácil verificar que os nossos recursos pesqueiros estão sendo mal aproveitados, desperdiçados e depredados. 32 • A pesca do camarão é um bom exemplo onde grande parte de peixes imaturos são chamados de “fauna acompanhante”. A produção de captura gira de 10:1. O desperdício chega a 60% tendo como causas a modalidade de pesca e as condições sócio-econômicas da região Norte do Brasil. • Na pesca artesanal, a falta de cuidados com o pescado ocorre desde a captura, acondicionamento até a oferta do produto, (este processo ocorre sem gelo e sob o sol), acarretando com isso imensas perdas de qualidade ofertada. 3.4 Situação Atual dos Principais Recursos Pesqueiros em Exploração pela Pesca Industrial no Rio Grande do Sul A frota de arrasteiros de fundo operante no porto de Rio Grande expandiu-se consideravelmente e hoje é maior que a de outros portos brasileiros. O litoral do Rio Grande do Sul é o maior produtor de peixes demersais. O Rio Grande do Sul possui um parque industrial em condições de processar aproximadamente 220 mil toneladas por ano, operando hoje com ociosidade em torno de 40%. Os recursos demersais tradicionalmente explorados não mais suportam um incremento na intensidade de pesca devido a seus potenciais biológicos se encontrarem quase acima do limite. As principais indústrias de Rio Grande importam matéria-prima principalmente da Argentina e Uruguai. Atualmente pesquisas são direcionadas para diversificar a captura através da FURG (Fundação Universitária de Rio Grande) e IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais e Renováveis. 3.4.1 Principais Entraves do Setor Pesqueiro • Ausência de uma política governamental voltada para o Desenvolvimento do Setor. • Legislação desatualizada. • Carência de informações precisas sobre os estoques em explotação e não explotados tradicionalmente. • Descontrole de esforço de pesca sobre os estoques. • A poluição e a degradação de importantes ecossistemas costeiros e estuarinos em nível nacional, onde se dá a produção de alimento e o crescimento de fases larvares e juvenis dos recursos pesqueiros, vêm acarretando redução dos estoques exploráveis em níveis tão acelerados que seu impacto é sensível nas produtividades e índices de abundância. 33 • Ausência de pesquisa dirigida à pesca. • Fiscalização precária. • Ineficiência de mão-de-obra. • Excesso de carga tributária à produção pesqueira. 3.5 Estratégia para a Evolução e Desenvolvimento da Tecnologia de Pesca no Rio Grande do Sul • Devemos ter uma política pesqueira capaz de promover o desenvolvimento de uma tecnologia de pesca com um maior poder de captura. • Que seja promovida a realização de cursos dirigidos à formação de pessoal de bordo, que está a exigir uma mão-de-obra cada vez mais especializada. • Promover um programa de pesca exploratória nas profundidades superiores aos 200 metros, com vistas à localização de novos estoques pesqueiros, contribuindo para a consolidação da Zona Econômica de 200 milhas. EMPRESAS DE PESCA DO RIO GRANDE DO SUL E SANTA CATARINA Os Estados de Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina possuem 17 empresas com turno de 8 horas, processando sardinha, cavalinha e outras. O Brasil produz 420 milhões de latas de 135g/ano. 34 3.6 Posição das Empresas de Pesca do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Segundo Balanço Anual de 1991 Estado Data do Balanço Pescal RS 12/91 Receita Operacional Líquida 12.954,4 Pioneira da Costa SC 12/91 2.505,0 150 Itasul SC 12/91 2.176,0 114 Furtado RS 12/91 2.030,7 350 Sul Atlântico SC 12/91 1.366,0 500 Empresas Nº de Funcionários Fonte: Revista Gazeta Mercantil nº 16. EMPRESAS PESQUEIRAS DO RIO GRANDE DO SUL - 1993 • Indústrias: 15 • Barcos: 300 • Empregos: 5.000 • Exportações: US$ 40 milhões • Receita Anual: US$ 200 milhões • Pescado Processado: 70.000t/ano 3.6.1 Linha de Tunídeos • Brasil - 55 milhões de latas de 200g por ano. • Distribuição por Estado: − Rio de Janeiro ............ 75% − Santa Catarina ........... 15% − São Paulo ................... 10% 35 860 PRODUÇÃO MÉDIA ATUAL a) Sardinha - 250 milhões de latas de 135g por ano. b) Linha tunídeos - 30 milhões de latas de 200g por ano. EMPREGOS DIRETOS - 4.500 a) Pessoas - 4.500. b) Potencial pela capacidade instalada 8.000 pessoas. 3.6.2 Consumo Nacional dos Principais Insumos • Sardinha: 70 mil toneladas • Atum: 12 mil toneladas • Óleo de Soja: 08 mil toneladas • Folhas Metálicas: 25 mil toneladas 3.6.3 Potencial • Sardinha: 133 mil toneladas • Atum: 23 mil toneladas • Óleo de Soja: 15 mil toneladas • Folhas Metálicas: 48 mil toneladas As nossas indústrias estão dez anos atrás das indústrias de outros países, precisam importar equipamentos. Temos técnicos capacitados e precisamos vencer as barreiras alfandegárias. 36 3.6.4 Número de Estabelecimentos Inspecionado 1991 que Industrializam Pescado Estabelecimentos Rio Grande do Sul 19 Paraná 06 Santa Catarina 51 São Paulo 53 Rio de Janeiro 63 Mato Grosso 05 Mato Grosso do Sul 04 3.7 Colônia de Pescadores do Rio Grande do Sul A Federação dos Pescadores do Rio Grande do Sul reúne hoje 17 colônias de pescadores com mais de 20.000 pescadores artesanais registrados num total de 100.000 pessoas envolvidas. Os maiores problemas dos pescadores artesanais são: defeso, legislação, comercialização, fiscalização, crédito, treinamento, apetrechos de pesca (compra de embarcações) e, assistência médico-odontológica. 3.8 Colônias de Pescadores de Santa Catarina O Estado de Santa Catarina possui 20 colônias, 19 agências da ACARPESC, que fomenta, financia e organiza a pesca, recebendo os financiamentos em produto. Alguns veículos desativados do Estado foram destinados às colônias. Um percentual do ICMS, recolhido do pescado é destinado diretamente ao setor. Existem convênios com o IBAMA para fiscalização com recursos do Governo Federal. 37 4 CUSTOS 4.1 Custos de Pescado Industrializado, Inteiro sem Cabeça e Filetado do Rio Grande do Sul Um dos itens mais importantes que compõe este diagnóstico é a formação do preço de custo dos peixes industrializados congelados, os quais são: a) Peixe inteiro congelado - Tabela 11 b) Filé de peixe congelado - Tabela 12 c) Peixe congelado eviscerado sem cabeça - Tabela 13 Tabela 11 - Formação do preço de custo de peixes industrializados Produto: Peixe Congelado Inteiro Rubrica Nível de Utilização da Capacidade Produtiva 40% 50% 60% 70% 80% 120,00 96,00 80,00 68,57 60,00 Mão-de-Obra Direta 5,50 5,50 5,50 5,50 5,50 Mão-de-Obra Indireta 3,00 2,40 2,00 1,71 1,50 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 188,50 163,90 147,50 135,79 127,00 60,00 48,00 40,00 34,29 30,00 Custos com Vendas 120,00 96,00 80,00 68,57 60,00 Custos Financeiros 22,11 18,47 16,05 14,32 13,02 390,61 326,37 283,55 252,96 230,02 Gastos de Produção Embalagens Custo Industrial Custos Administrativos Preço de Custo (US$/t) Fonte: Centro das Indústrias de Rio Grande - RS/92. Tabela 12 - Formação do preço de custo de peixes industrializados Produto: Filé de Peixe Congelado Rubrica Nível de Utilização da Capacidade Produtiva 40% 50% 60% 70% 80% Gastos de Produção 370,00 296,00 246,67 211,43 185,00 Mão-de-Obra Direta 175,00 175,00 175,00 175,00 175,00 Mão-de-Obra Indireta 120,00 96,00 80,00 68,57 60,00 85,00 85,00 85,00 85,00 85,00 750,00 652,00 586,67 540,00 505,00 60,00 48,00 40,00 34,29 30,00 Custos com Vendas 120,00 96,00 80,00 68,57 60,00 Custos Financeiros 55,80 47,76 42,40 38,57 35,70 985,80 843,76 749,07 681,43 630,70 Embalagens Custo Industrial Custos Administrativos Preço de Custo (US$/t) Fonte: Centro das Indústrias de Rio Grande - RS/92. Tabela 13 - Formação do preço de custo de peixes industrializados Produto: Peixe Congelado Eviscerado Sem Cabeça Rubrica Nível de Utilização da Capacidade Produtiva 40% 50% 60% 70% 80% Gastos de Produção 280,00 224,00 186,67 160,00 140,00 Mão-de-Obra Direta 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 Mão-de-Obra Indireta 40,00 32,00 26,67 22,86 20,00 Embalagens 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 440,00 376,00 333,33 302,86 280,00 60,00 48,00 40,00 34,29 30,00 Custos com Vendas 120,00 96,00 80,00 68,57 60,00 Custos Financeiros 37,20 31,20 27,20 24,34 22,20 657,20 551,20 480,53 430,06 392,20 Custo Industrial Custos Administrativos Preço de Custo (US$/t) Fonte: Centro das Indústrias de Rio Grande - RS/92. 40 Podemos considerar como sendo custo, do ponto de vista econômico, todo e qualquer esforço feito para produzir um determinado bem, desde que seja possível atribuir a esse esforço um valor monetário. Neste trabalho foram coletadas informações sobre a formação de custos de diferentes empresas, com o objetivo de obtermos um valor típico do setor. IDENTIFICAÇÃO DAS RUBRICAS • Custos de Produção − − − − − − − • Energia Elétrica Água Manutenção Combustíveis Lubrificantes Depreciações Seguros Mão-de-Obra Direta Compreende a mão-de-obra diretamente associada ao produto (tarefa) e seus encargos, bem como a apropriação da mão-de-obra por centro de custos de cada produto com seus respectivos encargos. • Mão-de-Obra Indireta • Embalagens e Montagem • Custos Administrativos • Custos com Vendas • Custos Financeiros 41 4.2 Custos de Produção das Espécies de Maior Valor Econômico de “Pescados Kowolsky Ltda.” - Itajaí/SC a) Sardinha: 180,00 p/t b) Atum: 400,00 p/t c) Parelha: 300,00 p/t d) Camarão: 5.000,00 p/t Os custos que mais oneram a produção são: manutenção e combustíveis (óleo diesel). 4.3 Custo de Capturas por Embarcações a) Parelhas - Custos estimados para 2 viagens (15 dias) e produção entre 100t e 150t de peixe, com barcos de 20 a 24m, Região Sudeste/Sul: US$ 42.146,50 ou US$ 421,27 a US$ 280,98/t a preços de agosto/91; sendo 25,54% em combustível, 17,08% gelo, 38,47% com mão-de-obra e 9,30% com falhas pesqueiras. b) Camaroneiras - Custos estimados para 2.168kg/barco/mês, em embarcações de 12 a 22m: US$ 16.756,68 ou US$ 7,73kg. Camarão descabeçado (90-110kg) = US$ 4.430,00/t camarão processado (31-35/Lb) = US$ 11.860,00/t; atum US$ 1.420,00/t. c) A região Sudeste/Sul capturou em 1985 um valor correspondente a Cr$ 173,3 bilhões, 69,2% do global nacional. A frota camaroneira considerada industrial opera em toda região Sudeste/Sul com um total de 401 embarcações. Dessas, 235 são de São Paulo, 84 de Santa Catarina, 70 do Rio de Janeiro, 11 do Espírito Santo e 3 do Rio Grande do Sul. 4.4 Custo Bruto de Captura “Camaroneiro Para o estudo do custo de captura, foram pesquisadas 2 embarcações durante 10 meses do ano de 1986. A operação de pesca das duas embarcações abrangem toda a Região Sudeste/Sul da costa brasileira, e os portos de desembarque da produção variam de acordo com o local de pesca de cada viagem. A partir de 1986 a produção de camarões na Região Sudeste/Sul manteve-se praticamente estabilizada no patamar das 20.000 toneladas. 42 CARACTERÍSTICAS DAS EMBARCAÇÕES Discriminação A B 17 anos 13 anos 20 metros 20 metros Material do casco madeira madeira Potência 225 HP 220 HP 35t 20t Idade Comprimento Capacidade porão CUSTO DE PRODUÇÃO DO “CAMARONEIRO” Altos investimentos correspondentes à aquisição de embarcações potentes para arrasto com grande raio de ação e automia, equipadas com câmaras frigoríficas e equipamentos eletro-eletrônicos de navegação e detecção, bem como os altos investimentos com operações de captura e armação de barcos (óleo diesel, óleo lubrificantes, graxa, tripulação e faina pesqueira). Custo de Captura do Camarão (Camaroneiro) Obtido em Embarcação - Set./1991 Discriminação Captura Total Embarcação A Embarcação B 58.222kg 62.309kg 8.531kg 8.220kg 49.691kg 54.089kg US$ 167.207,48 US$ 176.518,58 US$ 2,87 US$ 2,83 Receita Total US$ 291.727,08 US$ 270.883,24 Receita/Camarão US$ 127.632,22 US$ 98.601,91 Receita/Peixe US$ 164.094,86 US$ 172.281,32 5.822,20kg/viagem 6.230,90kg/viagem 853,10kg/viagem 822,00kg/viagem 4.969,10/kg/viagem 5.408,90kg/viagem 3,30kg 3,36kg 14,96kg 12,64kg 5,01kg 4,58/kg US$ 124.519,61 US$ 94.364,66 74,2% 52,4% Captura/Camarão Captura/Peixe Custo Total Custo Unitário Médio Captura Média/Total Captura Média/Camarão Captura Média/Peixe Preço Médio/Peixe Preço Médio/Camarão Preço Médio/Total Lucro Rentabilidade Fonte: G.P.E. do camarão 1987. Elaboração: SAA/CEPA/RS. 43 5 COMERCIALIZAÇÃO 5.1 Fatores que Dificultam a Comercialização do Pescado • Deficiência e, em certos casos, total ausência de uma infra-estrutura de apoio à frota pesqueira. • O grande número de intermediários entre o produtor e consumidor ocasionam uma elevação excessiva nos preços. • Ineficiência no sistema de transporte o que acarreta perdas no produto final por ser o pescado altamente perecível. • Uma das conseqüências dos problemas gerados na comercialização a nível nacional se reflete na participação percentual do produtor no preço final do pescado que alcançou 27,7% em 1968 contra 72,3% dos comerciantes (varejista/atacadista), sendo que em 1985 a participação do produtor reduziuse a 19,76% do comerciante. 5.2 Principais Formas de Comercialização do Pescado no Rio Grande do Sul • Congelado • Resfriado • Salgado • Enlatado Em nosso Estado, as espécies demersais são comercializadas sob a forma de congelado, resfriado, salgado e enlatado. A preferência do mercado está voltada para o pescado resfriado e congelado; o volume de comercialização de corvina, castanha, pescada e pescadinha no período de 1984 a 1990 totalizou 193.645 toneladas. O Estado tem como principal mercado consumidor a Bahia, que consome os produtos congelados, Pernambuco que dá preferência aos produtos salgados e São Paulo que consome o produto resfriado. 5.3 Condições Específicas para o Comércio dos Produtos e Subprodutos da Pesca para Exportação As condições específicas para o comércio dos produtos e subprodutos da pesca estão no protocolo de intenções do Ministério da Agricultura na Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária, no Capítulo VI, elaborado em setembro de 1983, ainda em vigor. PORTARIA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA ARTIGO 44 A matéria-prima a ser industrializada deverá enquadrar-se nas condições físicoquímicas, microbiológicas e, sobretudo, organolépticas ideais do pescado fresco, respeitando-se as peculiaridades pertinentes a cada espécie, segundo as especificações da legislação do país importador. ARTIGO 45 a) Os produtos congelados deverão ser produzidos de modo que a faixa de temperatura compreendida entre 0,5 (meio) e -5ºC (menos cinco graus centígrados) seja vendida em espaço de tempo não superior a 2 (duas) horas e que o centro interno do produto atinja a temperatura de -18ºC (menos dezoito graus centígrados). b) A estocagem de produtos congelados deverá efetuar-se a temperaturas não superiores a -20ºC (menos vinte graus centígrados). c) A forma de apresentação e as fases operacionais de elaboração dos produtos de pesca congelados deverão ser compatíveis com aqueles produtos idênticos produzidos no país importador. d) Os aditivos utilizados respeitarão a legislação vigente do país importador, quando ao tipo e condições de utilização. 46 ARTIGO 47 a) As semiconservas de pescado deverão ser obtidas de pescado íntegro, lavado e eviscerado, respeitando-se as demais fases tecnológicas de conformidade com a finalidade pretendida. b) Na identificação das semiconservas deve ser incluído o uso da expressão ”Conservar sob Refrigeração”. ARTIGO 49 a) Os moluscos bivalvos procedentes de área onde o N.M.P. de bactérias coliformes é superior a 700/100 ml água não podem ser aproveitados. b) Devem ser submetidos a um processo de depuração adequado os moluscos bivalvos (ostras, mariscos, mexilhões) provenientes de áreas de pesca cujo N.M.P. de colifornes está compreendido entre 70 e 700/100ml. c) Para valores de N.M.P. de coliformes superiores a 230/100g, nas análises de carnes dos bivalvos, deve ser obrigatório o tratamento de depuração. d) Os estabelecimentos industriais voltados para a elaboração dos moluscos, quando privados de suas valvas, devem possuir câmaras frigoríficas para congelamento e armazenagem, compatíveis com sua capacidade de produção, possuindo a temperatura não superior a -25ºC (menos vinte e cinco graus centígrados). ARTIGO 52 a) A rotulagem dos produtos de pesca comestíveis e não comestíveis deverá conter o nome do produto, o nome da firma responsável pela elaboração, carimbo oficial de inspeção do país exportador, a marca oficial do produto, data de fabricação e os pesos bruto e líquido respectivamente. 5.3.1 Barreiras não Tarifárias Agilizar o sistema de transporte rodoviário entre as fronteiras do Brasil e Argentina devido à implantação do SISCOMEX, prejudicando a agilização do comércio entre os países com conseqüente aumento dos custos de transporte os quais são transferidos para os preços finais dos produtos. Além disso, o sistema da fiscalização da fronteira comum entre os dois países devido ao horário de funcionamento (domingos e feriados) tem prejudicado a agilização na liberação dos caminhões utilizados nos transportes dos produtos perecíveis. 47 5.3.2 Legislação Sanitária A legislação sanitária brasileira é no geral mais rígida do que a dos demais países integrantes do MERCOSUL embora todos participem dos mesmos internacionais e também operem entre si. 5.3.3 Pesos e Medidas É necessário uniformidade entre as normas vigentes. Hoje, por exemplo, enquanto as indústrias brasileiras são obrigadas a respeitar nas embalagens o critério 1,2,5 (divisores de peso), existem competindo no nosso Estado embalagens estrangeiras com fracionamento distinto. 48 6 EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO Segundo técnicos do IBAMA, a média anual de exportação no Brasil entre os anos de 1985 a 1990 foi de 42.740 toneladas de pescado. Deste total, cerca de 8.320 toneladas são de caudas de camarão beneficiado, representando 19,47% do total exportado em peso. Os produtos pesqueiros de exportação são: pescados congelados, resfriados, conservas e outros. Com relação às conservas, está havendo uma acentuada redução nas exportações, agravando a ociosidade do parque industrial instalado. Num turno de 8 horas/dia, produzem-se 490 milhões de latas/ano com peso unitário de 135g. De janeiro a junho de 1991, importaram-se 96.936t de peixes, sob várias formas e espécies, correspondentes à cifra de US$ 102.620,727, este valor para: peixes frescos, peixes congelados, filé congelado e bacalhau. Em contrapartida, no mesmo período, exportaram-se US$ 81.075.584,00 correspondentes a 20.757,30t de crustáceos (lagostas e camarões), conforme Tabela 14 abaixo. Na balança comercial tem-se verificado um ligeiro saldo em favor do país. Obviamente as exportações brasileiras de pescado são pouco significantes, frente à totalidade de exportação nacional, representando algo em torno de 0,5%. No que tange a pescados da Argentina na balança comercial, importamos em 1993, cerca de 50 milhões e exportamos apenas US$ 5 milhões. Confederação Nacional das Entidades de Pesca (CONEPE). O Brasil possui uma centena de empresas que estão envolvidas no processo de exportação/importação de pescado. Tabela 14 - Importação brasileira de pescados - Período jan./jun-91 Peso em (kg) Espécies Peixes Frescos Peixes Cngelados Filé de Peixe Congelado Peixe Seco Salgado Outros Prod. p. Congelado Peixes Defumados Bacalhau Salgado Seco Crustáceos Congelados Carne Caranguejo Congelado Mexilhão Lulas Frescas Peixe Calamar Congelado Polvo Congelado Moluscos Congelados Peixes Ornamentais Vivos Outros (Trutas, Embriões, Alevinos, etc.) Totais Valor em (US$) 12.242.879 56.635.594 17.642.154 6.284.092 30.910 81.588 2.786.138 34.393 7.300 500 25.000 985.386 172.754 2.052 3.348 2.679 96.936.767 4.466.797 23.552.191 26.818.001 27.166.576 105.182 736.429 18.011.002 344.698 44.220 2.500 8.000 688.839 475.245 20.148 130.799 50.100 102.620.727 Fonte: Min. Econ. Faz. Planej./CTIC Adaptado: Secretaria da Agricultura e Abastecimento - CEPA - RS. Em 1989, as importações brasileiras de pescado já representam cerca de 2/3 do total enquanto que as exportações não ultrapassam 1/10 do exportado pela região (Tabelas 15 e 16). Os dados de 1990/91 revelam uma tendência positiva crescente em relação a 1989. Tabela 15 - Valores importação/exportação de pescados da América do Sul Países Argentina 1986 Importação $ 1.000 1987 1988 1989 Total 1986 Exportação US$ 1.000 1987 1988 1989 1990 10.780 14.310 9.740 9.740* 62.110 216.030 162.790 266.770 266.770* 1.321 2.204 431 533* 8.965 52 80 58 65* Brasil 30.530 38.390 121.410 21.410* 600.230 155.311 182.342 189.869 128.939 Chile 200 1.400 1.070 1.070* 6.140 516.023 635.583 804.746 804.746* 48.142 36.182 48.573 48.773* 301.882 42.374 50.050 62.849 62.849* 5 - - - 129 383.565 481.039 449.394 449.394* 14.479 10.527 3.159 3.159* 65.379 23.792 33.507 4.967 4.967* - - - - - 27.322 20.640 15.260 15.260* Bolívia Colômbia Equador G.Francesa Guiana Paraguai Peru Suriname Uruguai Venezuela - - - - - - - - - 2.230 8.370* 9.660* 9.660* 38.430 258.085 291.610* 420.700* 443.104* - - - - - - - - - 1.442 2.846 1.616 3.170 10.766 65.141 82.772 63.880 21.185 64 95 129 129* 1.429 19.291 2.572 2.068 2.068* OBS.: (*) Valores Estimados Adaptado: Secretaria da Agricultura e Abastecimento - CEPA - RS. Fonte: CTIC/Min. Econ. Faz. Planej. 50 139.742 Tabela 16 - Importação de pescados da Argentina, Paraguai e Uruguai - Jan./Jun./91 Espécies Salmonídeos Linguados Outros Peixes Chatos Esqualos Corvina Merluza (Fresca e Congelada) Pescada Outros Peixes Sardinhas Cavalas Castanha Pargo-Rosa Filé de Merluza Filé de Pescada Outros Filés Outras Carnes de Peixes Merluza (Seca, Salgada) Outros Peixes Secos Salgados Bacalhau Camarões Anchovas Salgadas Caranguejos Sibas, Sépidas Calamar ou Lulas Total Argentina 408.000 3.000 5.250 463.613 9.573.180 245.780 7.622.750 81.000 12.786.424 168.397 2.212.517 30.000 110.000 285.000 40.000 25.100 10.000 5.000 25.000 760.992 34.761.003 Paraguai Uruguai Preço Médio em (US$/kg) 144.000 144.000 25.675 150.840 35.000 39.000 1.864.085 1.146.250 657.740 1.699.071 28 10.698 228.451 16.532 2.034.295 59.455 687.358 224.394 8.878.872 1,03 0,95 0,49 3,19 0,20 0,34 0,41 0,41 0,33 0,51 0,48 1,03 1,50 1,54 2,34 2,99 1,63 1,03 2,40 9,84 3,40 5,00 3,13 0,74 - Fonte: CTIC/Min. Econ. Faz. Planej. Adaptado: Secretaria da Agricultura e Abastecimento - CEPA - RS. O Rio Grande do Sul conquista novos mercados como o Oriente: China, Japão e Coréia, para os quais foram exportados US$ 40 milhões em 1993. O Parque Industrial de Rio Grande ampliou sua frota pesqueira e diversificou seus produtos. Atualmente algumas indústrias pesqueiras têm um contrato de “joint-venture” com 4 grandes companhias coreanas, o que possibilitou o arrendamento de dez barcos pesqueiros de grande porte como os atuneiros e camaroneiros num investimento inicial de US$ 25 milhões e espera faturar US$ 24 milhões na primeira safra. Há uma perspectiva de crescimento de 30% das exportações para o mercado consumidor da China. A PESCAL investiu em 1993 de 10 a 15 milhões de dólares na modernização de seu parque industrial. A LEAL SANTOS investiu e já exportou 22 milhões de dólares no ano de 1993. 51 POLÍTICA IMPORTAÇÃO/EXPORTAÇÃO PARA PESCADO Política Sanidade e qualidade do pescado Brasil Argentina Normas sanitárias de inspeção de produtos do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária e do Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais de Saúde. Uruguai O INAPE estabelece os regulamentos e realiza o controle de qualidade e higiênico-sanitário (Decreto 443/89) também existem normas Bromatológicas a nível departamental que controlam os estabelecimentos elaboradores e distribuidores de alimentos. Comércio exterior 1.1- Gravames Exportação Importação 0% de impostos para produtos industrializados havendo imposto de 2,6% para produtos semielaborados. 0% para todos produtos. ICMS 2% a 18% produtos “in natura”, animais vivos 10%; bacalhau 0%; frete marítimo 25%. 5% animais vivos; 7,5% para produtos manufaturados; 10% Direito de Estatística para todos os produtos agropecuários. Peixes e crustáceos frescos 15%; 5% Mercosul Peixes e crustáceos congelados processados; 20% geral; 0,4% Mercosul. 1.2 - Medidas restritivas Exportação Não há medidas restritivas. Importação Importação controlada por comissão ou guias portaria nº 29/04/92 estabelecimento de cotas para sardinha congelada e conserva de pescados. CONSIDERAÇÕES FINAIS O percentual de exportação do nosso parque industrial é competitivo nos mercados dos países do MERCOSUL. No âmbito do mercado interno, o setor compete com produtos importados ganhando participação no mercado de 10% ao ano. As exportações brasileiras de pescado são pouco significantes, frente à totalidade da exportação nacional, representando algo em torno de 0,5%. Estima-se que aproximadamente 2.000 empresas atuam no setor pesqueiro, das quais 200 são de médio/grande porte. 52 7 INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS ECONÔMICAS 7.1 Crédito e Assistência Técnica A política de incentivos deve ser mais um instrumento de administração pública para melhor ordenar as atividades do setor pesqueiro. No Brasil ela foi usada para o desenvolvimento da produção/exportação, principalmente por que autoridades do setor, partindo do pressuposto de que o litoral brasileiro era inesgotável quanto as suas potencialidades pesqueiras, fizeram com que as embarcações continuassem pescando e, com isso dizimando os estoques. Podemos citar como exemplo sardinha, camarão no Sul, lagostas e pargos no litoral do Nordeste. No momento o melhor incentivo a se conceder para a exportação de produtos pesqueiros para a adoção de uma política cambial realista. (Desenvolvimento tecnológico das embarcações pesqueiras e técnicas de captura). Não existe crédito oficial ao setor pesqueiro nacional, temos a nível estadual o “FEAPER” (Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais) que propicia crédito ao pequeno pescador artesanal. Com assistência técnica precária, a pesca industrial no Rio Grande do Sul passa por um processo de descapitalização muito acentuado, com sua frota sendo sucateada. Devemos, portanto, agilizar o acesso das empresas pesqueiras às linhas de crédito já existentes quer para fiscalização dos investimentos físicos já em andamento ou projetados, quer para custeio de produção. 7.2 Pesquisa A Universidade de Rio Grande/RS atua nas áreas de ensino, pesquisa e extensão, gera e transfere conhecimentos na biologia marinha, ecologia e produção. O Governo Federal aprovou a criação da “Comissão Interministerial de Recursos do Mar”. Com isso foi possível iniciar uma programação de pesquisa visando: computar dados e avaliar a potencialidade dos recursos vivos da nossa ZEE. Este grandioso trabalho deverá ser executado pelo Brasil ao ratificar, em dezembro de 1988, a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar. Temos 10 (dez) anos para que se proceda esse levantamento sob pena de perdermos o direito de exclusividade na pesca e exploração dos recursos vivos na nossa ZEE. 7.3 Estatística Pesqueira O Centro de Pesquisas de Rio Grande (IBAMA) realiza Estatística Pesqueira desde 1945, sob a forma de projeto desenvolvido por técnicos e auxiliares que realizam coleta de dados com informações completas de desembarques individuais, por peixe, e descarga por barco, todos os números são valores reais, não havendo portanto qualquer valor estimado. 7.4 Carga Tributária e Previdenciária A tributação no Setor Pesqueiro é um fator relevante para a competitividade interna e externa e se dará mediante as vantagens comparativas dos estados e países do MERCOSUL. Numa avaliação macroeconômica das políticas cambial, fiscal e monetária, deverá haver uma harmonização entre os países membros para o setor pesqueiro tornarse competitivo. A carga tributária indireta no Brasil penaliza seus produtos na condição de semielaborados, o que dá aos estados a faculdade de tributarem as exportações com ICMS. O mesmo não ocorre com os países do MERCOSUL. TRIBUTAÇÃO/PREVIDÊNCIA Política Estadual Brasil − − − − Federal − − − ICMS: 7% a 12% − Imposto sobre − Circulação de Mercadorias. PIS: 0,65% sobre o Faturamento Bruto. FINSOCIAL; 2 % FGTS: 8% sobre Folha de Pagamento. INSS. Argentina Imobiliário 2,5% Ingressos Brutos 1% Uruguai − Insenções tributárias − Imposto de Exportação de Produtos do Mar:(3%) do valor de exportação. 7.5 Legislação Pesqueira O Governo Federal, através do IBAMA, administra os Recursos Pesqueiros das águas de domínio da União, sendo de competência do Governo Federal legislar e fiscalizar todos os recursos aquáticos do país. 54 PESCADOR AMADOR • Licença de Pesca Amadora, fornecida pelo IBAMA, permite pescar por um ano em todo o território nacional. • Pescador utilizando linha de mão não precisa licença (Portaria/IBAMA 1584/89). • Proibido o uso de redes. PESCADOR PROFISSIONAL • O pescador profissional é aquele que vive da pesca ou faz dela seu principal meio de vida (Decreto-Lei 221/67 - Art. 26). • Pequeno Pescador: menos de 10 TAB (toneladas de arqueação bruta). • Armador de Pesca: Pescador profissional possui embarcações acima de 10 TAB e deverá se registrar no IBAMA como ARMADOR DE PESCA (Portaria/IBAMA - 1624/89). DEFESO DA PIRACEMA • Outubro ou novembro, daí contando 90 dias, nesse período é proibido pescar. PESCADOR PROFISSIONAL • Lei 7679/88 - Proibido pescar: − época da Piracema; − em água parada na época de reprodução e desova; − com substâncias tóxicas; − com explosivos. 55 1) É proibido pescar em águas interiores (Portaria/SUDEPE 466/72). 2) Tamanhos mínimos permitidos (Portaria/SUDEPE 068/85). 3) Camarão na Lagoa dos Patos (Portaria/IBAMA 371-p/92. Obs.: Foi permitida a pesca do camarão na Lagoa dos Patos, no período de 11/02/92 a 30/09/92. 4) Marisco Branco (Portaria/IBAMA 100/90). Proibida a extração do Marisco Branco da Barra de Rio Grande ao Arroio do Chuí. Permitida (Portaria/SUDEPE 19/84). 5) Proibida Captura do Siri (Portaria/SUDEPE 24/83). amanhos Mínimos de Malhas no Rio Grande do Sul. PESCADORES PROFISSIONAIS a) Tarrafas: − 25mm - mar; − 50mm - em águas interiores. b) Arrasto de praia − 100mm (Portaria/SUDEPE 26/83). c) Após 3 milhas da Costa na região Sudeste/Sul, redes de arrasto com malhas de (Portaria/SUDEPE 26/83). d) Águas interiores (Portaria/SUDEPE 466/72). 7.6 Fiscalização A Fiscalização da Pesca, cuja responsabilidade desde 1982 é do IBAMA, carece de recursos humanos, materiais, financeiros e embarcações de grande porte, para fiscalização além da costa, o decreto-lei (IBAMA) regimenta a ação da fiscalização através de multa aos infratores A CONEPE denuncia a constante presença de frotas pesqueiras praticando o exercício da pesca em nossa Z.E.E.(Zona Econômica Exclusiva), sendo impossível o Governo Federal fiscalizar todos os recursos aquáticos do país. O Governo do Estado do Rio Grande do Sul perdeu no último trimestre de 92 cerca de Cr$ 3 bilhões de arrecadação de ICMS com a atividade ilegal dessas embarcações vindas de outros estados e países. 56 7.7 Preços Mínimos Sistema Nacional de Informação de Mercado Agrícola. O Governo Federal mantém há mais de 25 anos, vinculado recentemente ao Ministério de Agricultura e Reforma Agrária, um sistema nacional de informações de Mercado Agrícola, com o objetivo de levantar e divulgar diariamente os preços de atacado de produtos agropecuários (cereais, frutas, legumes, pescados, etc.) são publicados boletins diários, semanais e anuais. Diariamente são publicadas cotações de preços de peixes e crustáceos e diversas modalidades de oferta para venda (fresco, congelado, eviscerado, salgado, descabeçado, etc.). 57 8 IMPACTOS NA INTEGRAÇÃO DO MERCOSUL O MERCOSUL - Mercado Comum do Sul, estabelecido pelo tratado de Assunção, tem como objetivo a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, através de eliminação dos direitos alfandegários e restrições não tarifárias à circulação de mercadorias. Estabelecem-se uma única tarifa comum e a adoção de uma política comercial comum, em relação a terceiros Estados, bem como a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes de comércio exterior, agrícola inclusive a pesca industrial, fiscal, monetária, cambial, e de capitais, de serviços, alfandegários, de transportes e comunicações. A fim de assegurar as condições adequadas de comércio entre os estados Partes, e o compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislações nas áreas pertinentes para lograr o fortalecimento do processo de integração, o MERCOSUL se propõe a criar uma maior realidade entre os quatro países do Cone Sul, análoga à do Mercado Comum Europeu, que, há décadas, vem sendo implantado pelos países da Europa. O MERCOSUL segue também a tendência atual de formação de mercados comuns em outras regiões mundiais, como são exemplos o Nafta - México, Estados Unidos e Canadá e os chamados “Tigres Asiáticos”. Já são ponderáveis os benefícios que estão sendo auferidos pelos quatro países nessa fase de implantação do MERCOSUL, pois muitos setores de suas economias formam integração e associação de interesses para a geração de economia de escala na ocupação do novo mercado, com cerca de mais de 180 milhões de consumidores e negócios de 10 bilhões de dólares em 1994. Diversos subgrupos de trabalho foram constituídos para administrar a execução do Tratado de Assunção e dos acordos específicos. Nessa fase de implantação do MERCOSUL, o subgrupo 8 trata da política agrícola, inclusive da Pesca. A fraqueza competitiva do setor pesqueiro é agravada na confrontação, em situação de comparação com os dois países parceiros argentinos e uruguaios que assumem nível de ministro e são respaldados por interesses prioritários nacionais pela pesca de seus países. 1 IMPACTOS NEGATIVOS NA INTEGRAÇÃO DO MERCOSUL • Fragilidade da nossa economia pesqueira na competitividade com os produtos da indústria uruguaia e argentina no mercado interno, quanto aos produtos “in natura”, devido a preços e estrutura comercial mais eficiente. • Deficiente Política Governamental Pesqueira em relação ao MERCOSUL. • Desativação da frota de parelhas na Região Sul, devido à falta de condições competitivas. • Impostos maiores para exportação para a Argentina, Paraguai e Uruguai de nossos produtos e cotas limitadas. 2 IMPACTOS POSITIVOS NA INTEGRAÇÃO DO MERCOSUL • Aumento da oferta de pescado de consumo “in natura” para o mercado interno com possível redução do preço a nível de consumidor. • Redução de impostos e barreiras diversas ao comércio multilateral. 3 VANTAGENS DA ARGENTINA E URUGUAI EM COMPARAÇÃO COM BRASIL • Uruguai e Argentina adotam políticas de modernização para suas frotas pesqueiras e de novas unidades industriais como incentivos de investimentos estrangeiros e mantêm o Tratado do Rio da Prata, desde a década de 60, criando uma zona comum de pesca entre os dois países sem acesso ao Brasil. • A Argentina mantém atualmente um acordo de pesca com a Comunidade Econômica Européia que permite a operação de 70 grandes pesqueiros estrangeiros na ZEE Argentina, com metas de capturar até 250 mil toneladas/ano e ao amparo de volumosos auxílios financeiros. 60 • A política de abertura Internacional tem possibilitado à Argentina receber fantásticas doações externas para o desenvolvimento da Pesca: do Japão, US$ 11 milhões para a construção do Centro de Pesquisa e sede do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Pesqueiro, US$ 17 milhões para construção, (Comunidade Econômica Européia) como cooperação científica, bem como modernos barcos de pesquisa do Japão, e da Alemanha. Em benefícios internos, além do reduzido preço dos combustíveis, e a carga tributária sobre as atividades comerciais pesqueiras, o Governo Argentino vem assumindo em mais de 50%, os encargos sociais incidentes ao custo das tripulações para dar melhores condições de viabilidade econômica e de competitividade da sua produção pesqueira no mercado internacional. 61 9 PROPOSTAS DE AÇÃO DO SETOR PESQUEIRO Com a criação do MERCOSUL, para a integração das atividades econômicas do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, estes quatro países terão que criar um sistema de informação pesqueira de interesse comum. O Brasil não dispõe de canal que opere com regularidade e de forma sistemática para a divulgação de informações sobre produção pesqueira nacional dimensionada às exportações e em sentido inverso, o mercado internacional pesqueiro. O Brasil possui infra-estrutura e equipamentos nos setores governamentais (C.S.P.A., SIMA, SEPES, IBGE, DECEX) e empresários (CONEPE, FAPESC, etc.). Falta um agente catalisador para eliminar a falta de informação no setor pesqueiro. Assim encampamos a criação da INFOPESCA, tendo sido inicialmente sugerida pela CÂMARA SETORIAL DE PESCA E AQÜICULTURA. O Conselho Nacional das Entidades de Pesca e os Sindicatos das Indústrias de Pesca dos Estados reivindicam a abertura de linhas de crédito subsidiado à exportação brasileira. A concessão de um desconto de 30% sobre o preço pago pelo combustível, consumido pela frota de captura do pescado de exportação para equalizar preço de combustível 1/3 mais barato do Brasil, sendo este fator altamente relevante e competitivo nos países do MERCOSUL. No ano de 1988, exportamos cerca de US$ 200 milhões contra US$ 35 milhões em 1966. Grande parte desse desenvolvimento deve-se à redução até 1988 do preço do óleo diesel utilizado nas operações de captura de pescado destinado à exportação (Portaria CNP-DIPRE nº 296 de 06/08/81). Embora o incentivo apenas aproximasse o preço do óleo diesel ao de outros países, esta medida foi importante no desenvolvimento de pesca de camarão (Norte) e de atuns no Sul e Centro do País, atividades até então inexploradas ou subexploradas e cuja produção é destinada quase que exclusivamente ao mercado externo. Identificação de fontes de recursos por parte do Governo Federal, Estadual e Municipal para créditos p/giro e investimentos a serem colocados na pesca artesanal, via bancos de repasse (BADESUL) ou através de bancos de investimento (Carteira de Crédito Rural - BANRISUL), bem como divulgação, numa linguagem acessível, dos procedimentos para buscar tais recursos. Destinar verbas para a pesquisa pesqueira para aplicação, segundo critérios técnicos, que o setor poderia priorizar em conjunto com instituições de pesquisa de conceito. Investir na procura de novos recursos alternativos, especialmente na nova área da Zona Econômica Exclusiva. Existem índices de recursos potenciais para calamares de águas profundas, caranguejos e atuns. Integrar as pesquisas com o Uruguai e Argentina para os recursos compartilhados. Estabelecer uma política clara de médio e longo prazo para a pesquisa dos recursos marinhos. Afirmar o papel do Estado do Rio Grande do Sul na defesa de seus recursos marinhos, através de estímulos que visem o conhecimento, desenvolvimento e exploração racional desses recursos. Sejam tomadas medidas preventivas de proteção destes estoques, com um constante acompanhamento científico de pesca, visando registrar a resposta dos estoques frente a diferentes níveis de exploração. Seja incentivada a maior capacidade de decisão, a nível de fronteira marinha, entre governo do Estado e país vizinho, viabilizando um intercâmbio mais efetivo. Identificação e incorporação das futuras demandas tecnológicas para a capacitação do setor pesqueiro frente a cenários de curto e médio prazo, com a questão da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e o MERCOSUL. DIESEL/1992 País US$/m3 Brasil 243 Estados Unidos 144 Costa do Marfim 161 Japão 165 Participação em percentuais (%) Brasil x Estados Unidos 69 Brasil x Costa do Marfim 51 Brasil x Japão 47 Os produtos pesqueiros provenientes da Aqüicultura (peixes e crustáceos) têm grandes perspectivas face às imensas potencialidades do Brasil. Sugerimos uma maior atuação dos Governos Federal e Estadual no desenvolvimento da aqüicultura. O Brasil dispõe de uma importante superfície de água em reservatórios que deriva tanto de lagos e lagoas, e da constituição de reservatórios artificiais. Estima-se em cerca de 69.615 o número de reservatórios no país cobrindo uma área de aproximadamente 5.320.000ha. A exploração desses recursos, em geral por populações de baixa renda, é de relevante importância social. No Rio Grande do Sul, estima-se que 25.000 produtores rurais se interessam pela piscicultura. O setor empresarial pesqueiro e Colônia e/ou Federação dos Pescadores reivindicam o retorno ao âmbito do Ministério da Agricultura e Reforma Agrária das áreas de gerenciamento dos recursos pesqueiros e econômicos de Pesca, no momento subordinadas ao IBAMA, em nível de terceiro escalão, sem poder de decisão. 64 PROPOSTA DE AÇÃO • Aquisição de embarcações estrangeiras modernamente equipadas, para operarem no litoral de outros países e na nossa ZEE, independentemente da idade, desde que comprovadamente em boas condições, bem como isentar de imposto de importação as embarcações estrangeiras e equipamentos de pesca a serem adquiridos, pelo prazo mínimo de 10 anos. • Instalar uma Escola de Pesca, em Rio Grande, para capacitar pessoal a nível técnico-profissional para a Pesca, principalmente de Patrões-de-Pesca de altura, para operação de barco arrendado ou adquirido. 65 10 CONCLUSÃO Devido ao aumento de preço do óleo diesel, em 1989, houve uma queda das exportações, as quais neste ano representam uma redução de 43% (US$ 140 milhões em 1989 x US$ 200 milhões em 1988). O óleo diesel representa em média, nos dias de hoje, 50% do custo de captura. Apesar do crescimento das exportações nas últimas décadas, as vendas brasileiras para o exterior atingem somente 1% (um por cento) dos negócios internacionais de pescados. O Setor Empresarial Pesqueiro, portanto, não tem condições de transferir aos compradores seus custos. A ausência de linhas creditíceas específicas, a presença de barcos piratas atuando na costa gaúcha e do Brasil, assim como a disparidade de normatização entre os países são alguns dos desafios que o setor pesqueiro terá que enfrentar para que seja bem sucedido com a implantação do MERCOSUL. Estima-se que o Governo do Estado perdeu cerca de 3 bilhões de arrecadação de ICMS, no último trimestre de 1992 por causa da atividade de armadores de pesca de outros estados, até mesmo de outros países, para realizar a captura de pescado em águas gaúchas. Outro problema, que o setor industrial enfrenta, é a ociosidade do seu parque industrial que atinge 40%. Apesar das dificuldades de obtenção de informações precisas e atualizadas do setor pesqueiro, acreditamos que os pontos mais importantes foram abordados e discutidos. Finalmente sugerimos a padronização de pesos e normatização das legislações Pesqueira e Tributária entre os países participantes do MERCOSUL. Concluímos que ainda não há elementos suficientes para determinar o grau de competitividade do setor pesqueiro da região Sul. Isso só será possível após ser feita a equalização de tarifas e normas dos quatro países que participam do MERCOSUL. 11 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BRASIL. Ministério da Agricultura. Política, Diretrizes e Ações Desenvolvimento da Pesca e da Aquacultura Nacional. Brasília, 1994. para o BRASIL. Ministério da Agricultura. Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Brasília, 1980. BRASIL. Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento. Departamento de Comércio Exterior. Coordenadoria Técnica de Intercâmbio Comercial. Importação de Pescado - Brasil, janeiro/junho 1992. Brasília, 1991. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES DE PESCA. pesqueiro. Rio Grande, 1991. MERCOSUL: Setor CONFERENCIA REGIONAL DE LA FAO, 22., Montevideo, 1992. FAO, 1992. p. 16,17. DIAS NETO, J.; MESQUITA, J. X. Potencialidade e Exploração dos Recursos Pesqueiros do Brasil. Ciência e Cultura. v.40, n.5, p.427-441, maio 1988. FAO. Yearbook, 1989. Roma, 1989. v.69, p.24-27, 85-89 (FAO. Fishery Statistics). FAO. Yearbook of Fishery Statistics: cactches and landing. Roma, 1981. v.52. 357p. GRUMANN, A.; OLIVEIRA NETO, F.M. A Pesca em Santa Catarina. EPAGRI, 1995. (não publicado) Florianópolis: IBAMA. Anuário Estatístico da Pesca, 1989. Brasília, 1989. (Citado por Reinaldo Silva e Saldanha Neto). IBAMA. Rio Grande do Sul. Centro de Pesquisa. Subcomissão para o Estudo da Pesca no Rio Grande do Sul. Rio Grande, 1994. NEIVA, G. de S. Subsídios para a Política Pesqueira Nacional. Pesqueiro de Santos, [198.] 64p. Santos: Terminal NEIVA, G. de S. Pesca Industrial Sustentabilidade e Meio Ambiente. Brasília, 1991. NEIVA, G. de S.; MAGALHÃES, R. C. de; PINHO, S. MERCOSUL: diagnóstico do setor pesqueiro do Brasil. Brasília, 1991. p-4,45,64. RANGEL, M. de F. S. Proposta de Roteiro para Elaboração do Diagnóstico do Setor Pesqueiro do Rio Grande do Sul de Responsabilidade Institucional no Subgrupo 8 no Processo de Instalação do MERCOSUL. Porto Alegre: SAAB, 1992. 6p. REUNIÃO QUADRIPARTITE INTERNACIONAL DO PESCADO - MERCOSUL. Subgrupo 8, 1., São Paulo, 1992. (Informações) REUNIÃO DOS ESTADOS DO CODESUL - MERCOSUL. Subgrupo 8. Florianópolis, mar. 1993 (informações pessoais) REUNIÃO QUADRIPARTITE INTERNACIONAL DO PESCADO - MERCOSUL. Subgrupo 8. Cordoba, maio 1994. (informações pessoais) SILVA, V. A. da; SILVA, J. N. A. Desembarque de Pescados no Rio Grande do Sul 1992: versão preliminar. Rio Grande: CEPERG-IBAMA, 1992. 41p. URUGUAI. Instituto Nacional de Pesca. Compêndio Estatístico Pesqueiro, 1975-1990. Boletim Comercial, ene./dico 1990. p.1, 18,19,22. 70 PUBLICAÇÕES DA SÉRIE REALIDADE RURAL Volume 1 - O setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas (Resumo Geral). Volume 2 - O Setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas (Análises Setoriais). Volume 3 - O Setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas (Análises por Atividades). Volume 4 - A Incorporação de Pequenos e Médios Produtores no Processo de Integração do MERCOSUL. Volume 5 - Lã e Carne Ovina: O MERCOSUL, Frente aos Maiores Produtores Mundiais. Volume 6 - Sojicultura Rio-Grandense - Panorama Setorial/MERCOSUL. Volume 7 - O Panorama Setorial da Bovinocultura de Corte Gaúcha no Processo de Integração do MERCOSUL. 2ª edição. Volume 8 - O Panorama Setorial da Triticultura Gaúcha no Processo de Integração do MERCOSUL. Volume 9 - A Suinocultura Rio-Grandense: um Panorama Setorial no MERCOSUL. Volume 10 - O Panorama Setorial do Feijão no Processo do MERCOSUL. Volume 11 - Acompanhamento Técnico das Lavouras de Soja Assistidas pela EMATER/RS - 1992/93. Volume 12 - O Panorama Setorial da Cultura da Maçã no Processo de Integração do MERCOSUL. Volume 13 - A Cultura do Pêssego no Rio Grande do Sul, no Processo de Integração do MERCOSUL. Volume 14 - Diagnóstico Agroeconômico da Cebola no Rio Grande do Sul. Volume 15 - Diagnóstico do Setor Pesqueiro no Rio Grande do Sul.