Platão e Aristóteles Platão (429-347 a.C.): 1. A idéia do Belo em Platão – Mundo sensível X Mundo das idéias. 2. O Mito da Caverna (República, Livro VII) 3. O Papel dos artistas. Aristóteles (384-322 a.C.): 1. A imitação - Mimese 2. A Ação 3. A Verossimilhança 4. A Necessidade Platão - - Dissociava o Belo do mundo sensível, sua existência ficava confinada ao mundo das ideias. Estava, portanto, no plano do ideal, era o Belo em si, colocado como absoluto e eterno, independente dos objetos da materialidade Ideia da perfeição: resta ao mundo sensível apenas a imitação, a cópia dessa beleza perfeita O Belo associa-se ao Bem, à Verdade, ao imutável e à perfeição. O Belo platônico está separado também da intromissão do julgamento humano. Aristóteles - Concepção do belo a partir da realidade sensível (do efeito). A beleza não é imutável nem eterna, evoluindo. - Perspectiva dos critérios de julgamento do fazer artístico: confere ao artista a possibilidade de individuação. - O Belo aristotélico segue os critérios de simetria, composição, ordenação, proposição, equilíbrio. A Poética • Proposta de estudo da poesia e de suas espécies como artes miméticas • Meios de imitar, objetos que imitam e maneira de imitar – Meios: Cores, voz, ritmo (Dança: atitudes rítmicas), linguagem, harmonia. – Poesia: imita a ação dos homens (imita os homens melhores ou piores ou iguais a todos nós). – Narrativa simples ou com a ajuda de personagens que vemos agirem e executarem as ações (Dramas: fazem aparecer e agir as personagens). Tragédia • Imitação de uma ação importante e completa, de certa extensão; num estilo tornado agradável pelo emprego separado de cada uma de suas formas, segundo as partes; ação apresentada, não com a ajuda de uma narrativa, mas por atores, e que, suscitando a compaixão e o terror, tem por efeito obter a purgação (catarse) dessas emoções. • Como é pela ação que as personagens produzem a imitação, daí resulta necessariamente que uma parte da tragédia consiste no belo espetáculo oferecido aos olhos; vêm, em seguida, a música e, enfim, a elocução. A ação • A parte mais importante [da tragédia] é a da organização dos fatos, pois a tragédia é a imitação, não de homens, mas de ações, da vida, da felicidade e da infelicidade (pois a infelicidade resulta também da atividade), sendo o fim que se pretende alcançar o resultado de uma certa maneira de agir, e não de uma maneira de ser. • Os caracteres permitem qualificar o homem, mas é de sua ação que depende sua felicidade ou infelicidade. A ação, pois, não se destina a imitar os caracteres, mas, pelos atos, os caracteres já são representados. Daí resulta serem os atos e a fábula a finalidade da tragédia. Extensão e Unidade da Ação • A ação deve ter início, meio e fim. • É suficientemente extensa a peça, no decurso da qual os acontecimentos, que se produzem em acordo com a verossimilhança ou a necessidade, mudem em infortúnio a felicidade do personagem principal ou inversamente a façam transitar do infortúnio para felicidade. • O que dá unidade à fábula não é a presença de uma personagem principal (no decorrer de uma existência produzem-se em quantidade infinita muitos acontecimentos que não constituem uma unidade). Muitas ações, pelo fato de terem sido executadas por um só agente, não constituem uma unidade. • Convém que a imitação seja uma e total (unidade de objeto) e que as partes estejam de tal forma entrosadas que baste a suspensão ou o deslocamento de uma só para que o conjunto fique modificado ou confundido. Catarse • O terror e a compaixão podem nascer do espetáculo cênico, mas podem igualmente derivar do arranjo dos fatos, o que é preferível e mostra maior habilidade no poeta. • A compaixão nasce do homem injustamente infortunado; o temor nasce do homem nosso semelhante, que, não se distinguindo por sua superioridade e justiça, não obstante não é mau nem perverso, mas cai no infortúnio em consequência de qualquer falta. • Os autores que provocam, pelo espetáculo, não o terror, mas só a emoção perante o monstruoso, nada têm em comum com a natureza da tragédia; o poeta deve proporcionar-nos o prazer de sentir compaixão ou terror por meio de uma imitação, e estas emoções devem ser suscitadas nos ânimos pelos fatos. Necessidade e Verossimilhança • Não compete ao poeta narrar exatamente o que aconteceu; mas sim o que poderia ter acontecido, o possível, segundo a verossimilhança ou a necessidade. • Tanto na apresentação dos caracteres como no entrosamento dos fatos, é mister ater-se sempre à necessidade e a verossimilhança, de modo que a personagem, em suas palavras e ações, esteja em conformidade com o necessário e verossímil, e que o mesmo aconteça na sucessão dos acontecimentos. • É preferível escolher o impossível verossímil do que o possível incrível. • Sendo o poeta um imitador, como o é o pintor ou outro qualquer criador de figuras, perante as coisas terá induzido a assumir uma das três maneiras de as imitar: como elas eram ou são, como os outros dizem que são ou como parecem ser, ou como deveriam ser.