O TRABALHO TEMPORÁRIO NÃO É UMA FORMA DE TRABALHO PRECÁRIA Razões para lutar contra 10 equívocos sobre o Trabalho Temporário Equívoco 1: O Trabalho Temporário não proporciona segurança no trabalho Em muitos países, trabalhadores temporários podem ser empregados com base em um contrato permanente (Japão, República Tcheca, Finlândia, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Holanda, Portugal, Eslováquia e Suécia). O Trabalho Temporário é uma maneira efetiva de encontrar um contrato permanente, já que facilita a transição de um contrato temporário para um permanente. O Trabalho Temporário proporciona mais segurança no trabalho que qualquer outra forma de emprego flexível É do interesse das empresas de trabalho temporário assegurar estabilidade no trabalho para os trabalhadores temporários. Elas atuam como empresários, procurando encontrar novas oportunidades de trabalho no final de cada atribuição e apoiam trabalhadores na sua busca por emprego. Ao contrário de trabalhadores temporários, trabalhadores empregados através de contratos diretos indefinidos não recebem nenhuma orientação ou apoio para encontrar suas próximas oportunidades de trabalho ao final do contrato. Do mesmo modo, trabalhadores com baixas remunerações e contratos indefinidos para tarefas menos qualificadas e servis que carecem de oportunidades são frequentemente encurralados em situações precárias, já que carecem de oportunidades para tirar partido das transições. O Trabalho Temporário permite tirar partido das transições. O trabalho temporário melhora a transparência e acessibilidade à informação no mercado de trabalho. Baseado em uma rede de 47.000 sucursais, 215.000 funcionários internos e contatos diários para empregadores e trabalhadores, a indústria do trabalho temporário tem um conhecimento preciso das necessidades do mercado de trabalho e oferecem oportunidades de trabalho através das centenas de milhares de companhias. O trabalho temporário facilita o acesso à formação profissional. A formação profissional é baseada em ações de formação a nível empresarial e fundos de formação a nível setorial, existentes em sete países europeus. Somente com base em estes fundos, mais de 520 milhões de Euros foram investidos em formação em 2008. O Trabalho Temporário oferece direitos sociais seguros e segurança na carreira, permitindo que os trabalhadores progridam em empregos decentes e de qualidade. Equívoco 2: Trabalhadores Temporários sofrem com a alteração do horário ou horas de trabalho irregulares Uma grande parcela de trabalhadores temporários prefere realmente trabalhar de uma maneira flexível 18% de trabalhadores temporários na Holanda, 40% de trabalhadores temporários na França e 47% de trabalhadores temporários na Finlândia indicam uma preferência real por trabalhar de uma maneira flexível para satisfazer suas necessidades atuais. É essencial considerar o perfil dos trabalhadores temporários. A maioria deles são jovens ( percentual de trabalhadores com idade de 25 anos ou abaixo contabilizam 37% na Bélgica, 40% na Polônia, 45% no Brasil e 47% na Holanda). A maioria dos trabalhadores são pouco ou razoavelmente qualificados, utilizando o trabalho temporário para ganhar experiência e desenvolver suas habilidades (percentual de trabalhadores pouco qualificados na Espanha 56%, no Reino Unido 36%, na Bélgica 27% e nos Estados Unidos 26%. A parcela de trabalhadores razoavelmente qualificados (que completaram o ensino secundário) contabiliza 48% na Noruega, 40% na Austrália, 51% na Hungria e 53% na Holanda. Particularmente na Holanda e Bélgica, uma grande parcela de trabalhadores temporários é de estudantes, que têm uma preferência real pelo trabalho temporário para combinar experiência profissional e os estudos. Uma pesquisada realizada pela ECORYS em 2009 com 8.000 trabalhadores temporários na Holanda mostrou que trabalhadores temporários estão satisfeitos com seu trabalho. O estudo mostra que trabalhadores temporários muitas vezes escolhem conscientemente o trabalho temporário e que a atmosfera na empresa tomadora e o contato com o pessoal permanente foram jugados positivamente por mais de 80 dos trabalhadores. Quanto às condições de trabalho, trabalhadores temporários também estão satisfeitos. 80% estão satisfeitos com o número de horas trabalhadas por semana e 61% com o salário. Somente uma minoria de 16% esta descontente com o salário e um quarto têm uma opinião neutra. Uma pesquisa francesa realizada em 2011 mostrou que trabalhadores temporários estão satisfeitos com seu trabalho. Entre as pessoas entrevistadas, 93% estão satisfeitas ou muito satisfeitas com a participação no trabalho desenvolvido, 91% estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com o relacionamento com a agência de emprego privada, 89% indicaram que estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o equilíbrio trabalho-vida oferecido através do trabalho temporário, 81% estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com os intervalos entre atribuições e 79% estão satisfeitos ou muito satisfeitos com suas remunerações. As horas de trabalho dos trabalhadores temporários são reguladas compreensivelmente pela lei nacional do trabalho e não se diferenciam substancialmente de outros trabalhadores empregados através de contratos de trabalho flexíveis. Equívoco 3: Trabalhadores temporários sofrem com salários incertos e irregulares Em muitos países Europeus, trabalhadores temporários são permitidos ou – depois de certo período de tempo – obrigados a contratos indefinidos para trabalhadores temporários (ex.: Holanda, Alemanha, Itália, Japão e Suécia), os quais oferecem pagamento entre atribuições, desta maneira fornecendo salários estáveis e previsíveis. É do interesse das agências de Trabalho Temporário providenciar trabalho para trabalhadores temporários sempre que ele/ela visem trabalhar e de acordo com as aptidões e qualificações do trabalhador. Atuando como um empresário e “gerente de transição”, os assessores e conselheiros nas filiais das agências de emprego asseguram a transição entre empregos diferentes e atribuições para os trabalhadores temporários. Ao contrário de outras formas de emprego flexíveis, o trabalho temporário é baseado no conceito da transferência e portabilidade de direitos e benefícios sociais para o trabalhador. Como a agência de emprego permanece como empregador enquanto o trabalhador esta se movendo de uma atribuição à outra, direitos e benefícios são acumulados. Trabalhadores temporários estão completamente assegurados pela regulamentação nacional e acordos sobre salário mínimo entre parceiros sociais, assim proporcionando um nível de renda mínimo e aceito. Na França, trabalhadores temporários se beneficiam de uma compensação ao fim da atribuição, correspondente a 10% do salário total. Equívoco 4: Trabalhadores Temporários não tem acesso a outros benefícios não associados à remuneração O tratamento igualitário das provisões da Diretiva da união Europeia para o Trabalho Temporário protege o emprego e as condições de trabalho dos trabalhadores temporários. Estabelece o princípio do tratamento igualitário com relação ao pagamento e as condições básicas de trabalho dos trabalhadores temporários. A Diretiva regula o acesso às comodidades e instalações coletivas na empresa tomadora (incluindo cantina, creches e serviços de transporte) sob as mesmas condições de trabalhadores empregados diretamente pela companhia, a não ser que a diferença seja justificada por um razão objetiva. A Diretiva incentiva os Estados Membros a promover o diálogo social setorial entre parceiros sociais de acordo com as tradições nacionais e visa à melhora do acesso dos trabalhadores temporários às instalações de formação e creche. Trabalhadores Temporários possuem os mesmos direitos que trabalhadores efetivos com relação ao acesso a subsídios de desemprego, previdência social e aposentadoria. O Trabalho Temporário é a única forma de trabalho externo e flexível que é organizada como um setor, sendo capaz de proporcionar aos seus trabalhadores outros benefícios não associados à remuneração. Parceiros sociais têm assinado acordos para implantar ações de formação profissional em sete países europeus (Áustria, Bélgica, França, Itália, Espanha, Holanda e Lituânia). Na França, um fundo social foi estabelecido baseado em um acordo de parceiros sociais. Fundado pela indústria de trabalho temporário, FAS.TT oferece aos trabalhadores serviços e benefícios para facilitar o acesso à moradia, trabalho, crédito, e mais amplamente, melhora suas vidas diariamente. Em 2009, a emissão de 114.000 benefícios FAS.TT, mobilizou 33 milhões de Euros. Os assessores da FAS.TT responderam à mais de 500.000 pedidos de informação e aconselhamento. Planos de aposentadoria e de saúde foram criados pelos parceiros sociais na França, Itália e Holanda. Equívoco 5: Trabalhadores Temporários não são adequadamente representados e não recebem suficiente cobertura por parte das convenções coletivas de trabalho O Trabalho Temporário é a única forma de trabalho externa e flexível, que é organizada como um setor com representantes das organizações patronais e sindicatos para representar os interesses das empresas e trabalhadores. A nível nacional, o diálogo social desempenha um papel importante em muitos países europeus (incluindo Áustria, Bélgica, Alemanha, Espanha, França, Itália, Holanda, Suécia, Finlândia, Noruega e Portugal). Parceiros Sociais por essa razão contribuem para a adequação da regulamentação do trabalho temporário e oferecem mais direitos para os trabalhadores temporários. Em termos de Europa, Eurociett e Uni-Europa estão engajados em um diálogo social construtivo desde o ano 2000. Declarações conjuntas foram assinadas, por exemplo, no contexto do debate Flexisegurança (2007), no acesso a formação profissional (2009) e no contexto do debate politico sobre Trabalho Temporário na Diretiva da União Europeia. Pesquisas conjuntas foram conduzidas sobre a regulamentação do trabalho temporário (2005 + 2008), formação profissional (2008) e atividades transnacionais dentro do trabalho temporário (2009). Além disso, mesas redondas estão sendo organizadas para promover o diálogo social setorial em mercados emergentes. O diálogo construtivo social setorial levou a conclusão de convenções coletivas de trabalho sobre pagamento e condições de trabalho para trabalhadores temporários em diversos países da União Europeia (ex.: Alemanha, Dinamarca, Holanda e Suécia). Benefícios complementares e condições de trabalho são determinados pelas convenções coletivas de trabalho em um número significante de países (particularmente Brasil, Holanda, Bélgica, França, Itália, Finlândia, Suécia, Noruega e Lituânia). A nível global, a Ciett está acoplada a sindicatos abertos e de diálogo construtivo (ITUC, UNI Global, algumas outras GUFs) para intercambiar visões sobre a indústria. Equívoco 6: Trabalhadores Temporários não possuem acesso à formação profissional Trabalhadores Temporários têm a oportunidade única de adquirir experiência profissional em vários e diferentes ambientes de trabalho e empresas através da mudança de uma atribuição para outra. Isso ajuda a multiplicar suas aptidões e a melhorar sua inserção profissional futura. O acesso à formação profissional para trabalhadores temporários é ainda mais fácil baseado em dois desafios principais: Programas e esquemas de formação a nível empresarial foram implantados na maioria dos países Europeus dentro da indústria de trabalho temporário, proporcionando assistência direcionada e formação para o trabalho temporário. Fundos de formação a nível setorial foram implantados em sete países Europeus (Áustria, Bélgica, França, Itália, Espanha, Holanda e Lituânia). Em 2008, mais de 520 milhões de Euros foram investidos em formação profissional através desses fundos. Acesso a oportunidades de formação profissional para trabalhadores pouco qualificados é particularmente frequente na França e Bélgica. Os parceiros sociais setoriais Europeus para a indústria do trabalho temporário, Eurociett e Uni-Europa, assinaram em 2008 uma declaração sobre formação profissional, enfatizando o compromisso da indústria para facilitar o acesso à formação e propondo recomendações para melhorar o acesso a formação. Equívoco 7: Trabalhadores Temporários correm mais riscos de acidentes no trabalho O trabalho temporário está completamente assegurado pela legislação nacional e políticas públicas para proteger a saúde e a segurança no trabalho. Em termos de União Europeia, a Diretiva de saúde e segurança para trabalhadores em contratos indeterminados e em contratos temporários fornece a proteção apropriada. Em vários países, a indústria do trabalho temporário desenvolveu um programa específico para promover a saúde e segurança para trabalhadores temporários. Na Bélgica, por exemplo, uma organização específica e bipartidária foi organizada para a saúde e segurança dos trabalhadores temporários (Prevention & Interim (Prevenção & Temporário)). Campanhas educacionais e de conscientização sobre saúde e segurança no trabalho da P&I levaram a redução de acidentes no trabalho dentro da indústria de trabalho temporário de -12% em 2010, comparado a 2009. A gravidade dos acidentes entre trabalhadores temporários, medida através de números de dias de licença caiu para -5% em 2010 comparado a 2009. Em vários países da União Europeia (República Tcheca, Estônia, França, Grécia, Lituânia e Polônia) o legislador nacional proibiu a designação de trabalhadores temporários para tarefas perigosas e setores de risco. Equívoco 8: Trabalhadores Temporários fazem mais trabalhos por turno e possuem menos tempo para completar trabalhos Trabalhadores temporários são empregados em vários setores, cobrindo a produção, serviços, construção, administração pública e outros. Uma concentração no setor que predominantemente utilize o trabalho por turno não é comum. As empresas utilizam o trabalho temporário particularmente por razões relacionadas a flexibilidade para atender os picos de demanda (como mencionado por 75% dos empregadores usando Trabalho Temporário na Holanda) ou para cobrir baixas a curto-prazo (como citado por 60% dos empregadores usando Trabalho Temporário na Holanda). Isso significa que o trabalho temporário na verdade leva a uma melhor distribuição e repartição do trabalho a ser realizado e proporciona mais tempo e recursos para desenvolver as tarefas solicitadas. Equívoco 9: O contrato de trabalho para trabalhadores temporários não é claro ou implícito O trabalho temporário é baseado em um relacionamento de trabalho único e triangular, onde as responsabilidades e deveres de todas as partes envolvidas estão claramente definidos. O trabalhador é empregado pela agência de trabalho temporário para realizar um trabalho na empresa tomadora sob a sua supervisão e direção. Esse relacionamento de trabalho triangular é claramente reconhecido pela lei trabalhista nacional e Europeia. Em quase todos os países, os trabalhadores temporários têm um contrato de trabalho escrito com a agência de trabalho temporário. Enquanto esses contratos de trabalho podem ter formas diferentes, o que é estabelecido sob lei nacional (como contratos de jornada completa, contratos de meia jornada, contratos de estagiários e contratos de reinserção no mercado de trabalho), os direitos e obrigações dos trabalhadores temporários são sempre claramente definidos de acordo com a lei nacional. Em muitos países Europeus, contratos específicos de trabalho temporário foram introduzidos (República Tcheca, França, Irlanda, Holanda, Portugal e Espanha). Quanto a outras formas de contratos laborais, os direitos e obrigações dos trabalhadores temporários estão compreensivelmente regulados e claramente definidos dentro destes contratos de trabalho temporário. Além disso, geralmente não é possível terminar um trabalho antes do final de uma atribuição ou mudar a função do trabalhador temporário durante a atribuição. As razões para utilizar o trabalho temporário são aplicadas em 13 países baseado na lei nacional ou em convenções coletivas de trabalho, na duração máxima das atribuições definidas em 12 países e nas limitações na renovação dos contratos temporários previstas em quatro países definindo condições claras quando contratando e atribuindo trabalhadores temporários. Equívoco 10: Trabalhadores Temporários jovens estão encerrados em trabalhos precários Trabalhadores jovens tiram proveito da função dupla de trampolim do trabalho temporário: do desemprego ao trabalho e de contratos temporários para permanentes. Jovens contam com uma representação significativa entre o público das agências de trabalho temporário. 50% dos trabalhadores temporários na Polônia, 47% dos trabalhadores na Holanda, 43% dos trabalhadores no México e 37% dos trabalhadores na Bélgica possuem 25 anos ou menos. Pesquisas ao longo dos últimos anos mostram que dentro do público total das agências de trabalho temporário, jovens permanecem contando com uma representação significativa. Isso significa que a maioria dos jovens não permanece como trabalhadores temporários por um longo período, mas se movem para empregos mais permanentes uma vez que adquirem experiência de trabalho relevante. De acordo com um levantamento realizado entre 5.373 cidadãos Europeus, a grande maioria confirmou que o trabalho temporário é uma maneira efetiva de encontrar um primeiro trabalho (percentual de pessoas que concordaram com a declaração: 93% no Reino Unido, 86% na Bélgica, 85% na Polônia, 84% na França e 82% na Espanha). As estatísticas mostram que a maioria dos trabalhadores permanecem empregados depois de se envolver com o trabalho temporário (80% Noruega, 77% na Bélgica e 74% na França) Em muitos países, jovens escolhem o trabalho temporário para combinar educação e trabalho, por exemplo, para obter uma renda adicional ao mesmo tempo em que estudam. O trabalho temporário não é, portanto uma armadilha, mas em muitos casos uma escolha de um estilo de vida para jovens.