A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS É O SETOR QUE MAIS CRESCE NA ECONOMIA BRASILEIRA O setor de serviços no Brasil respondeu, no ano passado, por 68,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e por mais de 70% dos empregos formais no país. Além disso, foi a atividade econômica que mais recebeu investimentos estrangeiros diretos: em torno de 45% das aplicações externas no setor produtivo. O resultado explica porque o setor de serviços é o que mais cresce no Brasil, afirmou recentemente o secretário de Comércio e Serviços, Edson Lupatini, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ao anunciar o Panorama de Comércio Internacional de Serviços referente a 2009. Depois de cruzar os dados do Banco Central (BC) sobre balanços de pagamentos com números do ministério sobre balanços comerciais, a Secretaria de Comércio e Serviços (SCS) concluiu que, mesmo com a crise econômica internacional, que reduziu os fluxos mundiais do comércio exterior no ano passado, o desempenho das exportações brasileiras de serviços caiu 8,8% em relação a 2008. Essas exportações de 2009 somaram US$ 26,3 bilhões, contra US$ 28,8 bilhões no ano anterior. Foi o único resultado negativo das exportações do setor, desde que a SCS começou a divulgar o balanço, em 2005. Mas, como enfatizou o secretário Lupatini, as exportações mundiais de serviços caíram em média 12,9%, com diminuições mais acentuadas nos países desenvolvidos, que sofreram mais o impacto da crise financeira. O Brasil, ao contrário, manteve as importações de serviços praticamente estáveis, que declinaram apenas 0,7% na comparação anual. Lupatini destacou que “o setor de serviços é o que mais cresce, aqui e lá fora”, a ponto de representar cerca de 80% do PIB em países como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, dentre outros. Ele afirmou que a previsão para este ano é de forte recuperação das exportações brasileiras de serviços, na faixa de 23% aproximadamente, como nos anos que antecederam a crise mundial. (Fonte: Agência Brasil) INDÚSTRIA TEM ALTA RECORDE NO PRIMEIRO SEMESTRE DO ANO Apesar da queda de 1% registrada em junho (em relação a maio) e de ter crescido apenas 1,4% no segundo trimestre de 2010 (em relação ao trimestre anterior), o primeiro semestre desse ano teve uma expansão industrial de 16,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, o melhor desempenho da indústria do país, desde a série histórica iniciada em 1991 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Analistas chamam a atenção que a base de comparação, o primeiro semestre de 2009, influenciou o resultado obtido, pois foi um período em que os efeitos da crise foram fortes e causaram uma queda industrial de 13,4% nessa ocasião. Eles afirmam que o desempenho da indústria no segundo trimestre foi um ajuste que já era esperado pelo mercado. A produção industrial do Brasil deverá crescer num nível da ordem de 11% em 2010. O COMÉRCIO EXTERNO BRASILEIRO EM JULHO O comércio externo brasileiro, em julho de 2010, manteve a mesma tendência registrada no primeiro semestre deste ano (ver matéria específica nesta edição), com o percentual de aumento das importações superior ao das exportações. Nesse referido mês as exportações brasileiras registraram US$ 17,674 bilhões, um aumento de 30,7% em relação ao mês de julho de 2009, e as importações 16,316 bilhões, um crescimento de 51,9% 38 - BRAZIL EXPORT na mesma base de referência. Com esses números, o comércio exterior brasileiro voltou ao nível imediatamente anterior ao da crise financeira mundial. Com uma maior taxa de crescimento nas compras externas em relação às vendas, o superávit comercial ficou 52,1% abaixo daquele obtido no mesmo mês do ano passado, totalizando US$ 1,358 bilhão. O que chama a atenção na balança comercial de julho de 2010 é que os Estados Unidos importaram apenas US$ 1,581 bilhão, caindo, pela primeira vez, para a terceira posição entre os maiores compradores de produtos brasileiros, sendo superados pela China (US$ 3,258 bilhões) e Argentina (US$ 1,618 bilhão). Não se sabe se esse fato devese aos efeitos da crise sobre os americanos ou se a China vem ocupando os espaços comerciais anteriormente pertencentes ao Brasil. SUPERÁVIT PRIMÁRIO CONTINUA LONGE DA META DO GOVERNO Em junho desse ano, o superávit primário (somente receitas menos despesas) do Governo brasileiro, destinado ao pagamento dos juros da dívida pública, totalizou somente R$ 2,059 bilhões, representando uma queda de 39% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando os efeitos da crise financeira mundial ainda eram fortes Trata-se do pior resultado dos últimos 7 anos. No primeiro semestre de 2010, o valor acumulado do superávit primário foi de R$ 40,105 bilhões, o que num fluxo de 12 meses sig- nificou 2,07% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse percentual ainda está distante da meta estabelecida pelo Governo para 2010 que é de 3,3% do PIB. Analistas econômicos não acreditam no cumprimento dessa meta, mas o Governo afirma que esse objetivo é possível devido ao aumento previsto na arrecadação no segundo semestre, em função do fim dos subsídios fiscais concedidos por causa da crise mundial, e das restrições impostas aos gastos públicos devido à proximidade das eleições. O superávit primário de junho (R$ 2,059 bilhões) contou com a contribuição dos saldos positivos dos governos regionais (estaduais e municipais) de R$ 1,7 bilhão e do governo central (governo federal, Banco Central e INSS) de R$ 746 milhões. As empresas estatais, entretanto, tiveram um saldo negativo de R$ 387 milhões. O Banco Central divulgou que a dívida líquida do setor público totalizou, em junho, o valor de R$ 1,386 trilhão, o que equivale a 41,4% do PIB. O Governo espera que no fim desse ano essa dívida seja reduzida para 40% do PIB. A CHINA JÁ É A SEGUNDA MAIOR ECONOMIA DO MUNDO A crise financeira global acelerou ainda mais o avanço da China no ranking das maiores economias do mundo. Nos últimos anos, a China vinha obtendo fortes crescimentos econômicos (em torno de 10%) bem acima daqueles registrados pelos países desenvolvidos. Com a crise mundial, os chineses mantiveram a sua trajetória e os países desenvolvidos amargaram muitas perdas principalmente com o abalo dos seus setores financeiros. No fim da década de 90, a China era a quinta maior economia mundial. Em 2005, ela superou a França. Em 2007, o seu Produto Interno Bruto ficou maior que o da Alemanha. E, agora, no primeiro semestre de 2010, com o espantoso crescimento econômico de 11,1%, ultrapassou o Japão, tornandose a segunda maior economia do mundo, atrás apenas da dos Estados Unidos. Analistas chamam a atenção que não basta avaliar um país pelo que ele produz. Embora a China seja a segunda maior economia do mundo, a renda dos chineses ainda é muito baixa e o país possui uma desigualdade social muito elevada com um alto nível de pobreza em sua população. A renda per capita anual exprime o nível de vida de um país como um todo: a da China é de US$ 3,677, muito inferior à do Japão (US$ 39,731) e à dos Estados Unidos (US$ 46,380). AS MAIORES ECONOMIAS DO MUNDO EM 2009 E 2010 (PIB EM US$ trilhões) 2009 EUA Japão China Alemanha França 2010 (*) 14,256 5,068 4,909 3,353 2,676 EUA China Japão Alemanha França 14,800 5,365 5,273 3,333 2,669 (*) – Projeções do FMI para o fim do ano. BRAZIL EXPORT - 39