CONHECENDO MELHOR O SEU CÉREBRO
Pesquisa aponta quais os estímulos
que mais frequentemente
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desencadeiam crises de enxaqueca.
É
muito comum as pessoas que apresentam
POR DR. RICARDO A. TEIXEIRA
enxaqueca relatarem que costumam ter
crises de dor de cabeça quando expostas a
determinadas situações, mas pouco foi
estudado até o momento no que diz respeito
ao tipo de paciente que é mais suscetível a
essas situações. Uma pesquisa acaba de ser
publicada na última edição da revista Headache,
periódico da Academia Americana de Cefaléia,
e veio preencher parcialmente essa lacuna no
conhecimento sobre a enxaqueca, condição
que acompanha cerca de 20% das mulheres e
8% dos homens.
Duzentos pacientes consecutivos (172
mulheres) de um serviço americano
especializado em dor de cabeça, e que
apresentavam o diagnóstico de enxaqueca,
tipos de odores (46.5%) e jejum prolongado
responderam a um questionário que avaliava
(39%). O clima, especialmente o calor, foi
fatores desencadeantes de suas crises de
mencionado como um fator desencadeante
dor de cabeça, também chamado de gatilhos
por 19% dos voluntários e 18% identificavam
de crises, além de outras características da
algum alimento, sendo o chocolate, queijos e
enxaqueca.
salsicha os mais lembrados. Outros gatilhos
menos comuns foram a exposição à luz e ruídos
Os resultados mostraram que 91% dos
fortes e o consumo de cafeína.
pacientes reconheciam ao menos um fator
que desencadeava suas crises e 82.5% deles
Entre as mulheres que apresentavam ciclo
reconheciam múltiplos fatores. Os mais
menstrual, 62% delas relataram que a
citados foram o estresse emocional (59%),
menstruação era um gatilho de crises. Aquelas
privação ou excesso de sono (53.5%), alguns
que apresentavam enxaqueca associada à
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menstruação, 67% responderam que suas
crises no período menstrual eram mais fortes e
duradouras, e também mais difíceis de passar
após o uso de analgésicos. Um quarto das
mulheres que apresentava enxaqueca apenas
no período menstrual tinha ocasionalmente
crises com duração superior a três dias, condição
conhecida por estado de mal enxaquecoso. A
freqüência de crises, assim como o tempo que a
pessoa já apresentava o diagnóstico, não foram
fatores que influenciaram a sensibilidade aos
diferentes estímulos.
Os resultados da presente pesquisa são
concordantes com estudos anteriores
realizados em diferentes regiões geográficas,
em diferentes climas, sugerindo que os
gatilhos de crises não são muito diferentes
nas diferentes regiões estudadas. A pesquisa
reforça ainda a importância de se identificar
os gatilhos de crises e tentar evitá-los quando
possível, já que isso pode vir a colaborar de
forma significativa no controle das crises. Vale
ressaltar que não existe uma lista rígida de
situações que devem ser evitadas, pois cada
pessoa responde de forma diferente a cada
uma delas.
Set 2010
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