Impresso Especial 9912278225/DR/SPM SBDens CORREIOS FILIADA À: Informativo Oficial da ABrASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea, Osteoporose e Osteometabolismo Edição nº 39 - ano XIX - Out a Dez de 2013 EDITORIAL Para 2014, a reflexão a fazer é: o que ainda podemos melhorar? J 2014 á tornou-se um “lugar-comum” desejarmos um “Feliz Natal e Próspero Ano Novo” às pessoas que nos cercam e até aos desconhecidos. Entra ano, sai ano e esta é a frase popular mais utilizada quando cumprimentamos alguém nesse período do ano. O Conectividade Óssea não vê nada contra felicitarmo-nos uns aos outros com tal composição. Porém, nesses momentos de comemorações, muitas das vezes, deixamos nosso lado sensato de observarmos pormenores e nos permitimos seduzir pela “magia” do final de ano. E quanto ao que não foi realizado este ano? Importa concretizarmos depois? É esse o pensamento que aflora em muitos de nós para acostumarmos com aquilo que não desenvolvemos. O Conectividade Óssea despede-se de 2013 perguntando a seus leitores o que ainda falta a ser realizado para que nosso boletim atenda as suas demandas. Todas as sugestões e participações voluntárias serão muito bem vindas. Sempre nos perguntamos se lutamos com veemência para “fazer acontecer” hoje as mudanças necessárias para melhorar ou permanecemos parados e esperando a cada ano as transformações tão sonhadas e entregamos para terceiros a incumbência de executar aquilo que nos omitimos. É hora de participar. Tomar para nós mesmos a responsabilidade do progresso e das melhorias que tanto sonhamos. Nesta edição de final de ano, o Conectividade Óssea traz as sessões que se tornaram clássicos do nosso boletim, além de um apanhado de destaques observados por colegas que participaram do último evento anual da American Society for Bone and Mineral Research – ASBMR em outubro último em Baltimore, e do Congresso Brasileiro de Densitometria Óssea, Osteoporose e Osteometabolismo – BRADOO, realizado em Porto de Galinhas, PE. Aproveitamos a oportunidade para agradecer o empenho de todos os associados da Associação Brasileira de Avaliação da Saúde Óssea – ABRASSO que lutaram durante todo o ano pela coesão da nossa Associação e estiveram presentes nos seus eventos e atividades. Esperamos contar com a participação de todos no ano novo que logo se inicia. Que todo nosso traba- especial v bradoo Artigo científico CONEXÃO BÁSICA Realizado entre 24 e 26 de outubro, o V Bradoo reuniu centenas de profissionais em Porto de Galinhas (PE). Nesta edição do Conectividade Óssea, você vai conferir os principais momentos do congresso, tais como os temas livres , palestras e premiações. PG. 07 Como já amplamente conhecido, a vitamina D é ativada pela ação da 1-alfa-hidroxilase renal a qual converte a 25 hidroxivitamina D em 1,25 diidroxivitamina D3. Em muitos tecidos e células há expressão local de 1-alfa-hidroxilase (...) PG. 12 As fraturas do tornozelo correspondem à fratura articular mais frequente dos membros inferiores e nas últimas décadas tem aumentado sua prevalência e gravidade, especialmente na população mais idosa (...) PG. 17 lho possa se traduzir em frutos úteis para toda a sociedade. Feliz 2014 para todos os OSTEOAMIGOS. Charlles H. de Moura Castro Vera Lúcia Szejnfeld EXPEDIENTE 1º Secretário: Ben-Hur Albergaria (ES) 2º Secretário: Carolina Aguiar Moreira Kulak (PR) 1º Tesoureiro: Sergio Setsuo Maeda (SP) 2º Tesoureiro: Luiz Claudio Gonçalves de Castro (DF) Diretora Científica: Vera Lúcia Szejnfeld (SP) Diretoria do Programa de Qualidade: Jose Ricardo Anijar (SP) Comitê Conectividade Óssea: Rosa Maria Rodrigues Pereira (SP), Charlles Heldan de Moura Castro (SP), Vera Lucia Szejnfeld (SP) Comitê Site: Fernanda Cardoso Lopes (DF), Claudio Marcos Mancini Junior (MS) Diretoria do Comitê Clínico: Marise Lazaretti Castro Conselho Fiscal: João Francisco Marques Neto (SP), Jose Carlos Amaral Filho (MT), João Lindolfo C. Borges (DF) Conselho Consultivo: Cristiano Augusto de Freitas Zerbini (SP), Marise Lazaretti Castro (SP), Elaine Azevedo (SP), Jaime Kulak (PR), Cesar Eduardo Fernandes (SP), Maria Celeste Osorio Wender (RS) Conselho de Ética: Marcelo Medeiros Pinheiro (SP), Laura Maria Carvalho de Mendonça (RJ), Francisco de Paula Paranhos Neto (RJ), José Augusto Sisson de Castro (SP), Victoria Zeghbi Cochenski Borba (PR) Comitê Clínico (epidemiologia, osteometabolismo, básica): Marise Lazaretti Castro (Diretora - SP), Almir Urbanetz, Ben-Hur Albergaria (ES), Bernardo Stolnicki (RJ), Carolina Aguiar Moreira Kulak (PR), Cecilia Helena de Azevedo Gouveia (básicas) (SP), Cesar Eduardo Fernandes (SP), Cristiano Augusto de Freitas Zerbini (SP), Dalisbor Marcelo Weber Silva (SC), Diogo Souza Domiciano (SP), Elaine Azevedo (SP), Francisco Alfredo Bandeira e Farias (PE), Francisco Jose Albuquerque de Paula (SP), Henrique Mota Neto (CE), Jaime Kulak (PR), Jaime Sanson Danowski (RJ), João Francisco Marques Neto (SP), Ligia Araujo Martini (nutricionista) (SP), Lindomar Guimarães Oliveira (GO), Luiz Henrique Maciel Griz (PE), Marcio Passini Gonçalves de Souza (SP), Marco Antonio Araujo da Rocha Loures (PR), Maria Marta Sarquis Soares (MG), Marilia Gameiro Silva (PR), Nilson Roberto de Melo (SP), Pedro Weingrill, Pérola Grinberg Plapler (SP), Rosa Maria Rodrigues Pereira (SP), Victoria Zeghbi Cochenski Borba (PR), Tatiana Tourinho (RS) novas ferramentas de apoio. A nova diretoria da ABRASSO, com ações mais inclusivas, se compromete a pavimentar o caminho para a consolidação dos nossos ideais e cumprir de forma plena a nossa missão enquanto sociedade. Desejamos a todos um 2014 cheio de saúde , paz e realizações. Diretoria Nacional da ABRASSO 2013-2014 Sebastião Cezar Radominski- Presidente do Vice-presidência: Marcio Passini Gonçalves de Souza (SP) P rezados associados, estamos iniciando o terceiro ano de nossa sociedade, ainda engatinhando rumo a um futuro forte e pujante. O denso programa em educação continuada, incluindo a aproximação com a ciência básica em osteometabolismo 2013 e o sucesso do V BRADOO realizado no final de outubro, em Porto de Galinhas, coroaram a gestão anterior. Estes fatos animadores indicam que ainda temos muito a fazer e este será o nosso desafio em 2014. A missão da ABRASSO está muito clara em nosso novo estatuto, aprovado em 2013. Continuaremos apoiando a difusão de novos conhecimentos na área da densitometria óssea, avaliação da saúde óssea e osteometabolismo em todos os níveis. Teremos uma extensa agenda de cursos de educação continuada em 2014 que serão expandidos a várias regiões do Brasil em uma ação inovadora. Reforçaremos a parceria de evento conjunto com as cadeiras de ciências básicas para troca de experiências e melhora da produção científica focada em osteometabolismo em nosso país. Pretendemos ainda implementar melhorias na qualidade e quantidade de serviços prestados aos associados como a implementação imediata do novo site com novo visual, mais interativo e com Os editores ([email protected]). al n Presidência: Sebastião C. Radominski (PR) Uma nova e desafiadora ABRASSO Sugestões, críticas, considerações serão muito bem recebidas. Aguardamos seu contato. ca Rua Itapeva, 518, Ed. Scientia - cj. 111/112 - Bela Vista CEP: 01332-000 - São Paulo (SP) - Tel: (11) 3253-6610 Fax: (11) 3262-1511 - E-mail: [email protected] Jornalista responsável: Renato H. S. Moreira (Mtb 338/86 - ES) n ca al ESTE ESPAÇO É SEU! CARTA DO PRESIDENTE Informativo Oficial da ABrASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea, Osteoporose e Osteometabolismo - ed. 39 · ano XIV · outubro a dezembro de 2013. Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 o Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 d Joinville foi eleita para sediar o VII Bradoo Após um congresso de alto nível realizado em Porto de Galinhas/PE, em Assembleia da ABrASSO, tive a felicidade de ver decidido que o Congresso de 2016 será realizado em Joinville/SC. Joinville é a maior cidade de SC, o terceiro maior PIB da Região Sul, situada exatamente entre a Serra do Mar e um dos recortes mais encantadores do litoral brasileiro, a antiga Colônia Dona Francisca é um convite para os apreciadores de belezas naturais. Cidade florida, rica em indústrias, minuciosa na dança e conhecida majestosamente como Cidade dos Príncipes. Fundada em 9 de março de 1851, o lugar de cujo significado do nome é “cidade feliz”, foi dote de casamento da princesa Francisca Carolina, filha de D. Pedro I para o príncipe François Ferdinand Phillipe Louis Marie, de Joinville (cidade situada na França). A chegada dos imigrantes à região foi possível depois de o príncipe ceder, em 1849, oito léguas de área para a Sociedade Colonizadora Hamburguesa, de propriedade do senador Christian Mathias Schroeder. Os primeiros imigrantes alemães, suíços e noruegueses chegaram às terras brasileiras dois anos depois, juntando-se a portugueses e indígenas já estabelecidos na região. Em homenagem ao príncipe, os colonizadores passaram a chamar o local de Joinville. Em meados do século XX, a cidade mostrou grande crescimento com a industrialização e atraiu um movimento migratório de todas as regiões do Brasil. Hoje, conhecida como a “Cidade das Flores, dos Príncipes e das bicicletas”, apelidos atribuídos pelo charme, elegância, e pela relação histórica com seu período de colonização, Joinville tem mais de 500 mil habitantes, uma das maiores rendas per capita do país e é sede de grandes marcas da Indústria. Possui um moderno parque hoteleiro e infraestrutura turística de serviços e de equipamentos capaz de atender ao turista mais exigente. É uma cidade que se destaca pelo jeito acolhedor, educado, hospitaleiro e empreendedor da sua gente. Pessoas que buscam nas raízes européias o gosto pela arte, cultura e atenção ao meio ambiente, gerando e distribuindo riquezas através do desenvolvimento sustentável e contínuo. As antigas casas em estilo enxaimel e seus jardins, ainda hoje espalhadas pela área rural e no centro da cidade, convivem harmoniosamente com a modernidade dos prédios comerciais. Nós do Departamento de Endocrinologia e da Reumatologia de Joinville e a SBEM/SC, esperamos de braços abertos a todos que gostam da “Arte do Metabolismo Ósseo” e também de “marreco com repolho roxo, eisbein, apefelstrudel”! Dalisbor Marcelo Weber Silva Vice-presidente da SBEM/SC Vice-presidente do Departamento de Metabolismo Ósseo da SBEM Nacional Coordenador do Osteometa: Vera Lucia Szejnfeld (SP) Coordenador do TDOC: Laura Maria Carvalho de Mendonça (RJ) Coordenador do Body Comp: Sergio Setsuo Maeda (SP) Coordenador do Curso de Certificação: Sergio Setsuo Maeda (SP) Coordenador do Curso E-DXA: Guilherme Cardenaz de Souza (RS), Mirley do Prado (DF) Comitê Diagnóstico (DXA e outros métodos diagnósticos inclusive laboratoriais): Mirley do Prado (DF), Cynthia Maria Álvares Brandão (SP), Claudio Marcos Mancini Junior (MS), Charlles Heldan de Moura Castro (SP), Jose Ricardo Anijar (SP), Francisco de Paula Paranhos Neto (RJ), Laura Maria Carvalho de Mendonça (RS), Luiz Henrique de Gregório (RJ), Maria Lucia Fleiuss de Faria (RJ), Maria Guadalupe Barbosa Pippa (SP), Marilia Martins Marone (SP), Rosana Bento Radominski, Guilherme Cardenaz de Souza (RS) TIRAGEM: 3.000 exemplares (especial) EDITORAÇÃO: 2 RH comuni cação INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO Nova diretoria executiva da ABRASSO 2013-2014 Presidência: Sebastião C. Radominski (PR) Vice-presidência: Marcio Passini Gonçalves de Souza (SP) Primeiro Secretário: Ben-Hur Albergaria (ES) Segundo Secretário: Carolina Aguiar Moreira Kulak (PR) Primeiro Tesoureiro: Sergio Setsuo Maeda (SP) Segundo Tesoureiro: Luiz Claudio Gonçalves de Castro (DF) Diretora Científica: Vera Lúcia Szejnfeld (SP) Prezada Profa Dra. Marise Lazaretti Castro Coordenadora do “I Workshop de Integração das Ciências Básicas & Clínicas em Osteometabolismo” – Evento Abrasso 2013. Com grande satisfação participamos do “I Workshop de Integração das Ciências Básica & Clínicas em Osteometabolismo”. Desejamos parabenizá-la pela coordenação desse relevante evento que demonstrou a alta qualidade das pesquisas realizadas em nosso país nas áreas de avaliação da qualidade óssea e osteometabolismo. Temos a satisfação de informar que a Escola de Engenharia de São Carlos - USP criou, recentemente, o Centro de Engenharia Aplicada à Saúde (CEAS-USP) com a participação de mais de 20 docentes. O objetivo é disponibilizar uma infraestrutura de uso comum aos seus docentes que desenvolvem pesquisa aplicada à saúde. É uma meta do CEAS que um microtomógrafo por raios X faça parte desta infraestrutura. Informamos também que um dos nossos estudantes de doutorado (PPGIB-USP), Alessandro Márcio Hakme da Silva, está realizando um treinamento no Bone Imaging Laboratory (http://bonelab.ucalgary.ca/) da University of Calgary (Canadá) coordenado pelo Dr. Steven K. Boyd. O Dr. Boyd é o co-autor da publicação Guidelines for Assessment of Bone Microstructure in Rodents Using Micro-Computed Tomography (JBMR, 25-7:14681486, 2010) e presidente da Canadian Orthopaedic Reserarch Society. Em 2014, pretendemos trazer o Dr. Boyd para uma visita científica ao INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO 3 CEAS-USP e, nessa oportunidade, gostaríamos de promover uma palestra dele em São Paulo com a participação da ABRASSO. Finalmente, desejamos sugerir que eventos futuros da ABRASSO tragam importantes pesquisadores estrangeiros que investigam a avaliação da qualidade óssea. São exemplos o Dr. Peter Rüegsegger, pioneiro do desenvolvimento de microtomógrafos por raios X comerciais (Scanco, http://www.scanco.ch/) e o Dr. Ralph Müller, ambos do Institute for Biomedical Engineering, University of Zürich (Suiça). Atenciosamente, Prof. Dr. José Marcos Alves Escola de Engenharia de São Carlos - USP Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação Programa de Pós-graduação Interunidades Bioengenharia - USP Orivaldo Lopes da Silva Centro de Engenharia Aplicada à Saúde Escola de Engenharia de São Carlos Universidade de São Paulo Simultaneamente aumenta a formação óssea e diminui a reabsorção1 ÃO NO INOVAÇ TO DA EN TRATAM ROSE1 O OSTEOP Osteometabolismo: evolução e revolução O mundo da moderna biologia óssea tem produzido inúmeros eventos espetaculares que redefinem nosso entendimento da osteoporose e demais doenças osteometabólicas. Novas percepções de temas complexos (osteoimunologia), descobertas de novos conceitos para explicar antigas observações (mecanismos e vias celulares de sinalização e reguladores da remodelação óssea), aplicação de novas tecnologias na avaliação da micro-arquitetura esquelética (HR-pQCT, análise de elementos finitos, TBS), promovem uma revolução que é impressionante até para os mais ardentes otimistas, que não esperavam tanto em tão pouco tempo. Em um horizonte cada vez mais próximo, a pesquisa clínica enriquecerá o nosso armamentário terapêutico, inclusive com intensa e ativa participação de centros nacionais neste processo. Neste esforço internacional e multicêntricode pesquisa, duas vertentes se encontram em plena fase III : 1-novas substâncias anabólicas, tais como anticorpos dirigidos contra os inibidores endógenos de formação óssea (esclerostina e Dickkopf-1), análogos do PTH e PTHrp; 2- inibidores da reabsorção óssea, como os inibidores da catepsina K (em especial, o odanacatibe), que podem suprimir a função dos osteoclastos sem prejudicar a viabilidade destas células e, assim, manter a formação óssea, preservando acomunicaçaoosteoclastos-osteoblastos. Certamente, um dos desafios deste novo cenário é o de identificar os pacientes com alto risco de fratura, que devem se beneficiar ao máximo de uma terapia medicamentosa. A recente disponibilidade, em nosso meio, da ferramenta de avaliação do risco de fratura FRAX da OMS irá certamente desempenhar um papel fundamental neste sentido. Finalmente, acreditamos que a Abrasso, congregando especialistas das várias áreas ligadas à avaliação da saúde óssea e osteometabolismo, deve exercer o papel de liderança, catalizando esforços para a produção, difusão e implementação desses conhecimentos em nosso país. Eficácia contra fraturas vertebrais e de quadril3-4 Ben-Hur Albergaria Professor de Epidemiologia Clínica da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) Vice-Presidente da Comissão Nacional de Osteoporose da Febrasgo Pesquisador clínico do Centro de Diagnóstico e Pesquisa da Osteoporose (CEDOES) ANOTE NA AGENDA Fev/2014 20-22 Mar/2014 19-22 Mar/2014 26-29 1st IOF North American Regional Meeting and 1st IOF-ISCD Orlando (EUA) http://www.iof-iscd-meeting.org/orlando-2014/ Mar/2014 23º Jornada de Ginecologia e Obstetrícia Local: Ribeirão Preto –SP Maternidade Sinhá Junqueira Centro de Convenções Mar/2014 XX Encontro de Reumatologia Avançada Local: São Paulo –SP Hotel Tivoli Mofarrej www.eventus.com.br/era2014 Abr/2014 17-20 22 02-05 S T Q Q S S D ÁRIO CALEND XVIII Congresso de la Liga Panamericana de Asociaciones de Reumatologia Local: Punta del Este - Uruguai Pré-Congresso 15 e 16 de março IX Curso de Atualização em Endocrinologia na Prática Ambulatorial Local: São Paulo - SP www.eventus.com.br/endocrinologia2014 WCO-IOF-ESCEO-SEVILLE 2014 Local: Sevilha - Espanha www.wco-iof-esceo.org 1. Marie PJ, Ammann P, Boivin G, Boivin G, et al. Calcif Tissue Int. 2001; 69: 121-129. 2. European Summary of Product Characteristics. 3. Meunier PJ, Roux C, Seeman E, et al. N Engl J Med. 2004; 350: 459-468 4. Reginster JY, Seeman E, De Vernejoul MC, et al. J Clin Endocrinol Metab. 2005;90(5):2816-2822 Contraindicação: Hipersensibilidade à substância ativa Interação Medicamentosa: Medicamentos que contenham cálcio Registro: MS-1.1278.0070 Apresentação e Composição: cada sachê contém 2 g de ranelato de estrôncio. Indicação: Tratamento da osteoporose da pós-menopausa para reduzir o risco de fratura vertebral e de quadril. Dose: Um sachê ao dia, ao se deitar, diluído em um copo com água. Propriedades: Agente para a osteoporose que aumenta a formação óssea ao mesmo tempo em que reduz a reabsorção óssea, resultando num reequilíbrio do turnover ósseo em favor da formação óssea. Protos reduz significativamente o risco de fraturas vertebrais em mulheres osteoporóticas na pós menopausa, com ou sem fratura prévia, e também reduz significativamente o risco de fraturas de quadril. Contraindicações: hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer dos excipientes. Interações: deve ser tomado com um intervalo de 2 horas da ingesta de alimentos, leite e seus derivados, e de medicações contendo cálcio. Deve ser tomado 2 horas antes do uso de antiácidos. O tratamento deve ser suspenso em caso de uso de tetraciclina oral ou antibioticoterapia com quinolona. Efeitos adversos: Comuns: Náusea, diarréia, fezes moles, cefaléia, dermatite, eczema, entre outros. Precauções: Não é recomendado a pacientes com clearance de creatinina abaixo de 30 mL/ min, por falta de dados. Contraindicado em pacientes com risco aumentado de tromboembolismo venoso (TEV), incluindo pacientes com história prévia de TEV. Use indutivamente associado a espectometria plasmática de emissão atômica ou espectometria de absorção atômica para avaliar a concentração urinária e plasmática de cálcio, pois o estrôncio interfere com métodos colorimétricos. Use com cautela em pacientes com fenilcetonúria, pois Protos contém fenilalanina. Venda sob prescrição médica. LABORATÓRIOS SERVIER DO BRASIL LTDA. Estrada dos Bandeirantes, 4211 - Jacarepaguá - RJ CEP 22775-113 Tel.: (21) 2142-1414 FAX: (21)2142-1415. Escritório: Av. Paulista, 1439/conj. 144 - CEP 01311-200 - São Paulo - SP - Tel.: (11) 3141-2841. Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 ESPECIAL V BRADOO Destaques do V BRADOO – temas livres Osteolink é um programa que auxilia a adesão ao tratamento da Osteoporose, facilitando o acesso do paciente ao medicamento Aclasta®. Também fornece informações sobre a importância do tratamento, instruções precisas sobre Aclasta® e dá suporte aos profissionais de saúde, complementando o cuidado médico por intermédio de acompanhamento individualizado. Além disso, o programa monitora o paciente até o reagendamento da consulta médica para continuidade de seu tratamento. O paciente cadastrado no Osteolink terá os seguintes benefícios: Cerca de 650 profissionais da área médica estiveram presentes ao evento, em Porto de Galinhas (PE) 1 mês de Calcium D3TM sem custo. N Atendimento e apoio nutricional personalizado. Acompanhamento anual de seu tratamento. Informações sobre a doença e o tratamento com Aclasta. ACLASTA® – ácido zoledrônico. Observação importante: Consulte a bula completa antes de prescrever o medicamento. Forma farmacêutica e apresentações: Solução para aplicação intravenosa 5 mg/100 mL acondicionada em frascos plásticos, pronta para uso. Embalagem contendo 1 frasco de 100 mL. Indicações: - Tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa para reduzir a incidência de fraturas de quadril, vertebrais e não vertebrais e para aumentar a densidade mineral óssea. - Prevenção de fraturas clínicas após fratura de quadril em homens e mulheres na pós-menopausa. - Prevenção de osteoporose em mulheres com osteopenia na pós-menopausa. – Tratamento para aumentar a densidade óssea em homens com osteoporose. - Tratamento e prevenção de osteoporose induzida por glicocorticoides. - Tratamento da Doença de Paget do osso. Posologia: - No tratamento da osteoporose na pós menopausa, tratamento da osteoporose em homens, tratamento e prevenção da osteoporose induzida por glicocorticoide e na prevenção de fraturas clínicas após fratura de quadril em homens e mulheres na pós-menopausa: uma única aplicação intravenosa de 5 mg de Aclasta administrada uma vez ao ano.– Na Doença de Paget: uma aplicação intravenosa de 5 mg de ácido zoledrônico em 100 mL de solução pronta para aplicação. - Na prevenção de osteoporose em mulheres com osteopenia na pós-menopausa: uma aplicação intravenosa de 5 mg de ácido zoledrônico em 100 mL de solução pronta para aplicação. A necessidade de re-tratamento deve ser avaliada após 1 ano. Instruções para uso e administração: Aclasta (5 mg em 100 mL solução pronta para aplicação) é administrado intravenosamente por meio de uma via exclusiva com respiro, a uma taxa constante de aplicação. Aclasta não pode ser misturado ou administrado intravenosamente com qualquer outra medicação ou soluções contendo cálcio ou cátions bivalentes. O tempo de aplicação não deve ser menor que 15 minutos. Nenhum ajuste de dose é necessário em pacientes com clearanceGHFUHDWLQLQDP/PLQRXFRPLQVXILFLrQFLDKHSiWLFD$FODVWDQmRGHYHVHUXWLOL]DGRHPFULDQoDVHDGROHVFHQWHV5HFRPHQGDVH que o médico assegure concentrações séricas apropriadas de vitamina D antes da primeira aplicação caso uma dose de ataque de 50.000 a 125.0000 UI de vitamina D por via oral ou intramuscular não esteja disponível, na prevenção de fratura clínica após trauma de quadril de baixo impacto. Contraindicações: - Hipocalcemia. – Insuficiência renal severa com clearanceGHFUHDWLQLQDP/PLQ²*UDYLGH]²/DFWDomR+LSHUVHQVLELOLGDGHDRiFLGR]ROHGU{QLFRRXDTXDOTXHUH[FLSLHQWHRXD qualquer bisfosfonato. Precauções/Advertências: - Aclasta é contraindicado em pacientes com insuficiência renal grave (clearanceGHFUHDWLQLQDP/PLQ2VSDFLHQWHVGHYHPWHURclearance de creatinina calculado (pela fórmula de Cockroft *DXOWDQWHVGHUHFHEHUHP$FODVWD2VSDFLHQWHVGHYHPHVWDUDGHTXDGDPHQWHKLGUDWDGRVDQWHVHDSyVDDGPLQLVWUDomRGH$FODVWDLVVRpHVSHFLDOPHQWHLPSRUWDQWHSDUDSDFLHQWHVLGRVRVHSDFLHQWHVUHFHEHQGRWHUDSLDGLXUpWLFD5HFRPHQGDVHFDXWHOD quando da administração conjunta do Aclasta com medicamentos que podem impactar significativamente sobre a função renal (por exemplo, aminoglicosídeos ou diuréticos que podem ocasionar desidratação). - O aumento transitório na creatinina sérica pode ser maior em pacientes com função renal comprometida adjacente; o monitoramento da creatinina sérica deve ser considerado em pacientes de risco. - Hipocalcemia pré-existente deve ser tratada por administração adequada de cálcio e vitamina D antes do início da terapia com Aclasta. - Outros distúrbios de metabolismo mineral também devem ser efetivamente tratados (por exemplo, hipoparatiroidismo; má absorção intestinal de cálcio). - Os médicos devem considerar o monitoramento FOtQLFRSDUDHVVHVSDFLHQWHV$LQJHVWmRGHFiOFLRVXSOHPHQWDUHYLWDPLQD'pLPSRUWDQWH5HFRPHQGDVHTXHRVSDFLHQWHVFRP'RHQoDGHPaget recebam complementação adequada de cálcio (correspondente a, no mínimo, 500 mg duas vezes ao dia) e vitamina D. Isso deve ser garantido durante os 10 dias iniciais após a administração de Aclasta. - Os pacientes devem ser informados sobre os sintomas da hipocalcemia e devem receber monitoramento clínico adequado durante o período de risco. - Foi relatado não frequentemente dor muscular e/ou, dor nas articulações e nos ossos grave e ocasionalmente incapacitante em pacientes tomando bisfosfonatos, incluindo Aclasta. - O Aclasta contém o mesmo princípio ativo do Zometa (ácido zoledrônico), usado para indicações oncológicas, e o paciente que está sendo tratado com Zometa não deve ser tratado com Aclasta. - Osteonecrose de mandíbula tem sido relatada predominantemente em pacientes com câncer recebendo bisfosfonatos, incluindo o Aclasta. A maioria desses casos tem sido associado com procedimentos odontológicos. Portanto, os pacientes devem informar ao dentista quando em tratamento odontológico ou se cirurgia dental está prevista. -Fraturas subtrocantéricas e diafisárias atípicas do fêmur foram relatadas na terapia com bisfosfonatos, primariamente em pacientes recebendo tratamento a longo prazo de osteoporose. A descontinuação da terapia com bisfosfonatos deve ser considerada dependendo da avaliação do paciente. Durante a terapia com bisfosfonatos , incluindo Aclasta, pacientes devem ser aconselhados a reportar qualquer dor nas coxas, quadris ou virilha. Interações:5HFRPHQGDVHFDXWHODTXDQGRGDDGPLQLVWUDomRFRQMXQWDGR$FODVWDFRPIiUmacos que podem impactar significantemente a função renal, como os aminoglicosídeos ou diuréticos que podem ocasionar desidratação. Reações adversas: - suspeitas (avaliação do investigador) de estarem relacionadas com o fármaco: - Tratamento da osteoporose na pós-menopausa, osteoposose em homens, prevenção de fraturas clínicas após fratura de quadril em homens e mulheres na pós-menopausa, tratamento e prevenção de osteoporose induzida por glicocorticoides e Doença de Paget: - Muito comum: febre. - Comum: cefaleia, tontura, náusea, vômito, diarreia, mialgia, artralgia, dor nos ossos, dor nas costas, dor nas extremidades, sintomas similares aos da gripe, calafrios, fadiga, astenia, dor, mal-estar. - Incomum: gripe, nasofaringite, anemia, anorexia, diminuição do apetite, insônia, letargia, parestesia, sonolência, tremor, síncope, conjuntivite, dor ocular, vertigem, hipertensão, rubor, tosse, dispneia, dispepsia, dor abdominal superior, dor abdominal, constipação, boca seca, esofagite, refluxo gastroesofágico, erupção cutânea, hiperidrose, prurido, eritema, dor no pescoço, rigidez músculo-esquelética, tumefação das articulações, dor nos ombros, espasmos musculares, dor músculo-esquelética no peito, rigidez das articulações, artrite, fraqueza muscular, dor músculo-esquelética, aumento de creatinina sérica, polaciúrica, proteinúria, edema periférico, sede, reações de fase aguda, e dor no peito não-cardíaca. - Raro: uveíte, episclerite e irite. - Outras reações adversas observadas: hiperemia ocular, proteína reativa C aumentada, disgeusia, dor de dente, gastrite, palpitações, hipocalcemia, reações no local da aplicação. - Prevenção de osteoporose em mulheres com osteopenia na pós-menopausa: (não relatado em outras indicações ou relatados com maior frequência): - Muito comum: dor de cabeça, náusea, mialgia, dor, calafrios. - Comum: anorexia, tremor, letargia, conjutivite, dor ocular, irite, dor abdominal, dor abdominal superior, constipação, sudorese noturna, espasmos musculares, dor músculo-esquelética no peito, dor na mandíbula, dor no pescoço, edema periférico, reações nos locais de aplicação, dor no peito não cardíaca. - Incomum: ansiedade, hipoestesia, disgeusia, visão turva e dor em flanco. - Casos de osteonecrose de mandíbula (ONM) foram relatados principalmente em pacientes com câncer tratados com bisfosfonatos, incluindo o Aclasta. Foi relatada fibrilação atrial em um estudo em osteoporose em mulheres na pós-menopausa. - Uso de Aclasta após a aprovação: As seguintes reações adversas têm sido reportadas: Rara: reações de hipersensibilidade incluindo casos raros de broncoconstrição, urticária e angioedema, disfunção renal incluindo insuficiência renal com necessidade de diálise ou resultando em morte, especialmente em pacientes com comprometimento renal pré-existente ou outros fatores de risco como idade avançada, o uso concomitante de medicamentos nefrotóxicos, terapia diurética concomitante ou desidratação que ocorre após a administração. Muito rara: reação anafilática / choque, hipotensão em pacientes com fatores de risco adjacentes, desidratação secundária aos sintomas pós-aplicação como febre, vômito e diarreia, osteonecrose de mandíbula, esclerite ou inflamação orbital. Uso Adulto. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Reg. MS – 1.0068.1026. Informações completas para prescrição disponíveis à classe médica mediante solicitação. MKT 29/07/2008 + MS 01.07.09 + MS 16.07.09 + MS 18.08.09 + DOU 24.08.09 + DOU 05.10.09 + MS 14.10.09 + DOU 27.10.09 + DOU 18.01.10 + CDS 15.07.10 + CDS 20.09.11. 6303610 - AL OSTEOLINK ANUN 0,001 1113BR Contraindicações: Hipocalcemia. Insuficiência renal severa com clearance de creatinina < 35 mL/min. Gravidez. Lactação. Hipersensibilidade ao ácido zoledrônico ou a qualquer excipiente, ou a qualquer bisfosfonato. Interações: Recomenda-se cautela quando da administração conjunta do Aclasta com fármacos que podem impactar significantemente a função renal, como os aminoglicosídeos ou diuréticos que podem ocasionar desidratação. Material dirigido unicamente a profissionais da saúde habilitados a prescrever e/ou dispensar medicamentos. 2013 © - Direitos Reservados – Novartis Biociências S/A – Proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização do titular. Produzido pela Novartis em novembro/2013 6 Anuncio Osteolink_184,6 x 259 mm_2.indd 1 INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO o BRADOO 2013, 29 temas livres foram apresentados, o que nos deu uma amostra das pesquisas na área de osteometabolismo que estão sendo realizadas em diferentes universidades no Brasil. Entre os diferentes temas, o que relaciona o tecido ósseo com tecido adiposo, síndrome metabólica e diabetes foi prevalente. A influência do tecido adiposo da medula óssea no osteometabolismo, a qual foi medida por meio da técnica de espectroscopia de L3 (RNM), foi avaliada em pacientes com hiperparatireoidismo, diabetes e obesidade (FMRP-USP). Uma correlação negativa entre a adiposidade e a densidade mineral óssea, foi observada. A composição corporal foi avaliada em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil (UNICAMP) e em pacientes pós transplante de medula óssea (UFPR). O tema hipovitaminose D foi abordado e correlacionado com alta prevalência de diabetes tipo 2, baixos níveis de HDL e altos índices de triglicerídeos. A deficiência de vitamina D também foi apontada como fator de risco para gravidade de síndrome coronariana aguda em pacientes diabéticos (Hospital Agamenon Magalhães - Recife). Os níveis de 25OH vitamina D e fototipo de pele foram correlacionados com a taxa de exposição solar. Nesta amostra de 894 indivíduos, a diferença entre os valores de 25OH vitamina D foi pequena entre os grupos com maior e menor exposição solar, mostrando que o fototipo de pele tem influência na síntese de vitamina D. Em relação à atividade física, estudos em animais demonstraram que o exercício resistido previne a deterioração do tecido ósseo e também aumenta a força óssea (UNESP). Em mulheres osteopênicas na pós-menopausa, um estudo avaliou o efeito da plataforma vibratória de baixa intensidade e frequência e demonstrou que após 12 meses houve preservação da massa óssea associada à melhora da força muscular (UNIFESP). A influência da nutrição no metabolismo ósseo foi demonstrada em ratas. O chá mate (ilex paraguariensis) por reduzir o estresse oxidativo influenciou positivamente (UniSalesiano/Unesp) a massa e resistência ósseas, enquanto que e o excesso de leite de soja (extrato) apresentou efeito negativo no desenvolvimento do esqueleto (UNESP/AEMS). O metabolismo ósseo e mineral da doença renal crônica também foi tema livre. Em um grupo de 51 homens com DRC 3-4 os níveis de FGF23, PTH e fosfatase alcalina se correlacionaram negativamente com DMO, enquanto que a correlação com bicarbonato foi positiva. Nestes pacientes a avaliação da microarquitetura mostrou uma deterioração de osso cortical e trabecular, mais evidente nos pacientes com pior função renal (DRD-4). FGF23 e acidose metabólica foram os fatores independentes associados a esta alteração da arquitetura óssea (UFRJ). Outros estudos também utilizaram a HR-pQCT, entre eles na avaliação de pacientes com lúpus juvenil (FMUSP) e em pacientes com carcinoma de tireóide e terapia supressiva com levotiroxina (> 5 anos). Neste último, não foi observado alteração significativa (UFRJ). E, por fim, estudos epidemiológicos, muito bem desenhados, foram apresentados. O estudo SPAH (Aging & Health Study) avaliou a incidência de fratura vertebral por osteoporose em idosos brasileiros de uma comunidade de São Paulo. Este é o primeiro estudo da América Latina prospectivo de base populacional com este objetivo. Teve início em 2005, avaliou um total de 1025 idosos e observou que os fatores de riscos mais prevalentes para fratura foram idade, baixa DMO e aumento da remodelação óssea. Esse grupo de idosos foi avaliado prospectivamente por um tempo médio de 4 anos. Nesse período, houve 132 óbitos, sendo que a baixa DMO e alto PTH foram considerados fatores preditores independentes da mortalidade. Outro estudo avaliou os fatores de risco para vertebral e não vertebral em mulheres na pós-menopausa, com baixa massa óssea, que fizeram parte do estudo do Arzoxifeno em várias capitais do Brasil. Nesse grupo de 974 mulheres, foram observadas diferenças regionais entre a prevalência de fratura, sendo o maior fator preditor , a presença de uma fratura prévia. Carolina A. Moreira Kulak Profa. do Depto. de Clínica Médica da UFPR Médica da Unidade de Metabolismo Ósseo do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas da UFPR 27/11/2013 12:24:54 INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO 7 Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 ESPECIAL V BRADOO Prêmio de Incentivo à Pesquisa Básica em Osteometabolismo/Densitometria - área básica Trabalhos premiados no V Bradoo Pesquisas apresentadas foram de altíssimo nível, dificultando o trabalho da comissão que analisou e julgou o material enviado C erca de 100 trabalhos foram inscritos para apresentação durante o V BRADOO. Um verdadeiro sucesso, que reflete a grande produtividade dos colegas envolvidos com a pesquisa em densitometria óssea, osteoporose e doenças osteometabólicas. A comissão cientifica selecionou 29 estudos para apresentação oral e outros para pôster. Pela primeira vez na história dos BRADOOs, um quarto dos períodos disponíveis foi reservado para apresentação de estudos desenvolvidos pelos pesquisadores brasileiros. Oportunidade ímpar para os jovens mostrarem suas pesquisas, momentos interessantes para troca de experiências e debates. Para o V BRADOO a comissão científica estabeleceu nove prêmios distribuídos da seguinte forma: Prêmio Sergio Ragi Eis para os três melhores estudos realizados na área clínica. Prêmio Antonio Carlos de Araujo e Souza para os três melhores trabalhos realizados na área de densitometria óssea Prêmio de Incentivo à Pesquisa Básica em Osteometabolismo/ Densitometria para as três melhores pesquisas realizadas na área básica. Veja a seguir os premiados de cada categoria. Prêmio Sérgio Ragi Eis de Incentivo à Pesquisa Clínica em Osteoporose e Osteometabolismo O primeiro lugar ficou com Bruna Rezende Silva Martins de Oliveira. Trabalho: Consumo Excessivo de Leite de Soja Afeta o Desenvolvimento Ósseo. A entrega dos prêmios foi feita pela viúva do dr. Sergio Ragi Eis, Irani Francischetto Ragi Eis. Segundo lugar: Diogo Souza Domiciano. Trabalho: Incidência de Fatores de Risco para Fraturas Vertebral por Osteoporose em Idosos Brasileiros da Comunidade: São Paulo Ageing & Health Study (SPAH) Terceiro lugar: Alyne Diniz Loureiro (representada). Trabalho: Associação entre Deficiência de Vitamina D e Baixos Níveis de HDL em Diabéticas Tipo 2 com Síndrome Coronariana Aguda A premiação foi entregue por Guilherme Cardenaz, filho de Antônio Carlos de Araújo. 8 INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO Segundo lugar: Aline de Sousa dos Santos Trabalho: Análise de Osso Trabecular e Cortical de Camundongos Alimentados com Dieta rica em Ácido Graxo Linoléico A ABRASSO agradece a participação de todos e espera que a pesquisa na área de osteometabolismo continue crescendo. Parabéns !!! Conferências de alto nível marcaram a quinta edição do Bradoo 2013 O Prêmio Antônio Carlos de Araújo - categoria Densitometria Primeiro lugar: Iana Mizumukai de Araújo. Trabalho: Influência da Adiposidade da Medula Óssea e das Gorduras Visceral e Hepática sobre a Massa Óssea no Diabetes Mellitus Tipo 2 e na Obesidade Primária Primeiro lugar: Rafael Pacheco da Costa Trabalho: CX43 Scaffolding Cytoplasmic Domain is Responsible for the Antiresorptive Function of the Connexin but is Dispensablefor the Skeletal Anabolic Action of Intermittent PTH O terceiro lugar ficou com Camilla Scacco Pereira Trabalho: Aumento da Densidade Mineral e da Resistência Ósseas em Fêmur de Ratas Senis, Associado ao Consumo do Mate (Ilex Paraguariensis). Prêmio foi entregue por Vera Lúcia Szejnfeld e Irani Francischetto Ragi Eis. Segundo lugar: Diogo Souza Domiciano. Trabalho: Baixa Densidade Mineral Óssea e Maiores Níveis de Paratormônio: Preditores Independentes de Mortalidade em Indivíduos Idosos da Comunidade. São Paulo Ageing & Health Study Terceiro lugar: Aline Maria Santos Farias. Trabalho: Correlação entre os Índices de Massa e de Adiposidade Corporais, Composição Corporal por DXA e Parâmetros Clínicos em Pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico Juvenil 5º BRADOO que ocorreu em Porto de Galinhas em outubro de 2014 contou com diversas atividades científicas entre conferências internacionais e nacionais, mesas redondas, sessões de encontro com o professor, sessões de temas livres e um grande debate no final. Destaco a seguir algumas das atividades que marcaram o evento. O professor Richard Eastell do Reino Unido, fez a conferência inicial do evento sobre as interações entre o tecido adiposo e ósseo, mostrando inicialmente que o risco de fraturas é menor quanto maior o índice de massa corporal (IMC). Alguns fatores tentam justificar o menor risco, como a menor perda óssea; o IMC que perde seu valor quando ajustado para a densidade mineral óssea (DMO); menor número de quedas, modo de cair e maior coxim poderiam ser outros fatores de proteção. O estudo “Um milhão de mulheres“ mostrou maior número de fraturas de tornozelo quanto maior o IMC, chegando a ser 3 vezes maior quando este se aproximou de 35Kg/m2. As fraturas nos obesos estão mais relacionadas a distribuição da gordura, existindo uma correlação indireta entre a gordura do tronco e o volume trabecular. Vários fatores contribuem para as alterações metabólicas como diminuição da adiponectina; resistência Insulínica, vitamina D, baixo grau de inflamação Professor Michael McClung foi um dos palestrantes convidados entre outros. Professor Eastell salientou que estas fraturas que ocorrem em obesos não são fraturas osteoporóticas, pois os obesos tem o oposto da osteoporose, tem alta DMO e não respondem ao tratamento usual. Além do que as fraturas são muito específicas, como as de tornozelo, que não aumentam com a idade e não estão relacionadas a DMO. Fatores locais como a presença de gordura muscular e as alterações nos ligamentos contribuem de forma importante para que as fraturas ocorram em obesos. A importância da vitamina D para a força muscular, foi destacada pelo dr. João Lindolfo Borges, que mostrou a vitamina D aumenta a fibra muscular tipo II com efeitos de dose resposta em relação a força, sendo que níveis inferiores a 20 nmol/L e superiores a 80nmol/L são deletérios, e que talvez outros fatores, como o paratormônio, também estejam também envolvidos. Neste simpósio o dr. Charlles Heldan de Moura Castro fez uma ampla revisão sobre as ações da vitamina D em outros tecidos, destacando os mecanismos celulares e moleculares para que estas ações ocorram principalmente no sistema imune, salientando os efeitos benéficos na atividade da artrite reumatoide e no lúpus eritematoso sistêmico. A dra. Vera Lúcia Szejnfeld falou sobre o uso de bisfosfonatos na pré-menopausa, salientando a necessidade de se afastar causas secundárias de osteoporose nesta população, e que as indicações são muito pontuais como em casos de neoplasias e em usuárias de glicocorticóides. Mostrou um recente artigo publicado na revista Hormones de 2011 que avaliou a evolução de 78 gestações aonde houve exposição aos bisfosfonatos com desfecho desfavorável em 7, porém permanecendo a dúvida sobre o papel da doença de base. Durante o 5o Bradoo, a osteoporose masculina foi lembrada em uma excelente revisão realizada pelo professor Nelson Watts que discutiu além de aspectos epidemiológicos, as vantagens INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO 9 Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 e desvantagens para se usar, na análise densitométrica, o banco de dados masculino, atualmente recomendado pela ISCD, ao invés do feminino. Explicou que a nova proposta contemple homens que fraturam na vigência de osteopenia diagnosticada com base na análise anterior. As atualizações no tratamento da osteoporose foram abordadas pelo dr. Sebastião Radominski, atual presidente da ABRASSO, que mostrou os dados preliminares do uso do anticorpo antiesclerostina em mulheres na pós-menopausa que aumentou 3% e 6% a DMO do fêmur e coluna. Em seguida, o dr. Luiz Gregório apresentou os dados dos novos antirreabsortivos, salientando os efeitos do denosumab e do anticorpo anti-catepsina K (Odanacatib) que elevou a DMO da coluna e fêmur em 11.8 e 8,4% respectivamente, além de aumentar a espessura da cortical em fêmur. A validade de se trocar um bisfosfonato por outro foi amplamente discutida em uma conferência do professor M. McClung, que mostrou várias razões para que tenhamos que fazer essa troca. Porém, enfatizou que não existem dados mostrando superioridade em termos de prevenção à fratura. Aspectos da reposição hormonal foram discutidos pelo dr. Cesar Fernandes, que revisou os principais problemas do estudo WHI e mostrou o resultado do estudo KEPPS em mulheres de 42 a 58 anos, tratadas precocemente após a menopausa, mostrando que não houve progressão da aterosclerose, além de outros benefícios secundários. O dr. Ben-Hur Albergaria fez uma ampla revisão sobre os tipos de progestágenos e Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 suas diferenças, mostrando que a ação dos progestágenos vai depender de a quais receptores eles irão se ligar, o que os leva a ter um perfil de ação próprio. O Bradoo foi encerrado com chave de ouro. Os Professores M. McClung e Nelson Watts fizeram um caloroso debate sobre a realização ou não de densitometria óssea em pacientes que já tiveram fratura. Os professores apresentaram de forma extremamente didática a ambivalência que existe em muitas das evidencias científicas que regem as condutas médicas nos mostrando os dois lados desta controvérsia, e que, ao final, o bom senso deve prevalecer. Chegou o novo ula! órm va f No Dra. Victória Z. Cochenski Borba Profa. Adjunta de Clínica Médica - UFPR Vice-Presidente SBEM Vice-Presidente ABRASSO-Paraná Uma unidade supre: DESTAQUES A ABRASSO promove o I Workshop de Integração das Ciências Básicas & Clínicas em Osteometabolismo ++ * cremoso! saboroso! Peppery Comunic * NOVO SABOR C om o propósito de criar uma rede de pesquisadores interessados em osteometabolismo, a ABRASSO realizou, no dia 28 de setembro, no Hotel Golden Tulip, o “I Workshop de Integração das Ciências Básicas & Clínicas em Osteometabolismo”. O encontro propiciou a troca de experiências entre profissionais da bancada e da clínica. 10 INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO Foi um evento histórico, pioneiro e inédito que integrou os envolvidos no estudo do osteometabolismo brasileiro de forma translacional. Foram organizadas mesas-redondas sobre os principais temas desenvolvidos nas universidades brasileiras, incluindo a microestrutura óssea, os principais avanços tecnológicos em osteologia, a regulação do metabolismo do fosfa- to, modelos genéticos de doenças osteometabólicas e aspectos da remodelação e regulação do tecido ósseo, bem como a oportunidade para exposição da linha de pesquisa de cada serviço, em forma de visita guiada aos pôsteres. Sucesso. Parabéns a todos os responsáveis. Esperamos o “II Workshop” em 2014. TRADICIONAL *% Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 kJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas. ** Valores diários não estabelecidos. *** Porção de referência de 200g, conforme Resolução RDC n0 359/03 Apoio www.densia.com.br INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO 11 Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 ASBMR 2013 Annual Meeting De 04 a 07 de outubro, Baltimore (Maryland, EUA) foi a sede do ASBMR 2013 Annual Meeting. Baltimore foi fundada em 1729 e é um dos principais portos dos EUA. Também é reconhecida como um centro em medicina pela contribuição do Johns Hopkins Hospital. As moléculas que estão na crista da onda são a esclerostina e o FGF-23. A esclerostina é um regulador negativo da atividade do osteoblasto. Da observação de pacientes com a doença de Van Buchen que possuem alta massa óssea, descobriu-se que esta condição é causada por mutações inativadoras da esclerostina. A partir daí foram desenvolvidos anticorpos monoclonais anti-esclerostina (blosozumab e romosozumab) que estão em estudos fase II com resultados bastante promissores. O metabolismo do fosfato tem ganhado cada vez mais interesse e revela a cada descoberta um complexo mecanismo de regulação, que envolve várias outras subs- tâncias como o Klotho. Dentro dessa rede, uma substância de papel fundamental é o FGF-23, que estimula a expressão do canal NaPT2 que está relacionado com a excreção tubular do fósforo. Muito interessante foi o estudo fase I com o anticorpo monoclonal contra o FGF-23 usado em pacientes com raquitismo hipofosfatêmico ligado ao X durante um mês. Abriu-se uma esperança no tratamento de uma condição com manejo clínico atual muito difícil e com resultados aquém do ideal. Também foram apresentados os dados dos estudos de extensão de nove anos do ácido zoledrônico (HORIZON) e os oito anos do denosumab (FREEDOM). No primeiro, não houve grandes benefícios a partir dos seis anos de uso, ao passo que os pacientes em uso de Denosumab continuaram apresentando aumento de massa óssea ainda no oitavo ano, também sendo relatados poucos casos de osteonecrose de mandíbula e fratura atípica. No setor tecnológico, foi apresentado um modelo de análise de modelo finito em 3D feito em vértebras premiado como Young Investigator Award. É um avanço que possibilita o estudo num dos sítios mais comumente afetados pelas fraturas osteoporóticas, já que, atualmente, é disponível apenas para rádio e tíbia distais (HR-pQCT: High Resolution - peripheral Quantitative Computadorized Tomography). A relação osso-músculo continua sendo extensamente estudada, assim como possíveis contribuições do tecido adiposo marrom e do sistema nervoso simpático sobre a massa óssea. O avançar da idade muda diversos destes parâmetros e que levam à perda óssea e aumento do risco de quedas e fraturas. O cenário aponta para que o tratamento da osteoporose seja algo mais global e envolva conhecimentos sobre o tecido ósseo, muscular, nervoso, metabólico e articular. Sergio Setsuo Maeda ARTIGO CIENTÍFICO Vitamina D e Inflamação C omo já amplamente conhecido, a vitamina D é ativada pela ação da 1-alfa-hidroxilase renal, a qual converte a 25 hidroxivitamina D em 1,25 diidroxivitamina D3. Em muitos tecidos e células há expressão local de 1-alfahidroxilase. Uma vez na forma ativa, a vitamina D, exerce ações parácrinas e endócrinas com efeito sobre o crescimento, a diferenciação e a apoptose celular. Diferentemente da 1-alfa-hidroxilase renal, a 1-alfa-hidroxilase localmente produzida nessas células nos diversos tecidos não é regulada por outros hormônios (1). As ações parácrinas e endócrinas da vitamina D nos ajudam a entender as múltiplas ações esqueléticas e extraesqueléticas hoje imputadas a esse hormônio. Além das ações sobre a absorção de cálcio no tubo digestivo e a homeostase mineral, a vitamina D tem sido relacionada com risco cardiovascular (risco de hipertensão arterial, doença aterosclerótica e coronariana), risco de autoimunidade (artrite reumatoide, 12 INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO lúpus eritematoso sistêmico e esclerose múltipla), risco de infecções (em especial a tuberculose), risco de neoplasias malignas (próstata, mama, cólon, etc), além de estar implicada na homeostase da glicose e no risco de diabetes mellitus tipo 1 (2). Ações da vitamina D ativa são descritas no sistema imune, tanto na imunidade inata (especialmente sobre o macrófago e as células dendríticas), quanto na imunidade adaptativa (linfócitos T e B). Ações específicas da vitamina D são também descritas sobre o sistema renina-angiotensina-aldosterona e sobre a diferenciação de diversos tecidos (3). Neste número do Conectividade Óssea, revisaremos evidências da associação entre a vitamina D e a inflamação. Brevemente reportaremos potenciais associações entre a vitamina D com diversos estados inflamatórios e algumas doenças autoimunes. Estudos epidemiológicos demonstram que a deficiência da vitamina D é frequentemente associada a estados inflamatórios crô- Charlles Heldan de Moura Castro nicos e a várias doenças autoimunes, sugerindo que possa participar dos mecanismos fisiopatogênicos desses processos. Várias evidências sugerem uma associação entre artrite reumatoide (AR) e a Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 deficiência de vitamina D. A AR é mais comum em indivíduos com deficiência de vitamina D. Na mesma linha de evidência, a prevalência da AR aumenta com a latitude. De forma muito interessante, alguns estudos também demonstraram que a deficiência de vitamina D correlaciona-se com a atividade de doença na AR. Numa coorte de pacientes com AR, Patel e colaboradores demonstraram que níveis mais baixos de vitamina D associaram-se com maior atividade de doença medida pelo DAS28 e pela PCR (4). Em modelo animal de AR (artrite induzida pelo colágeno), o uso de vitamina D previne o aparecimento da artrite, além de ter significativo efeito terapêutico, reduzindo a inflamação articular. Baixas concentrações de 1,25di-hidroxicolecalciferol [20 ng por dia 1,25] associadas a cálcio reduziram a incidência de artrite induzida pelo colágeno em cerca de 50% em camundongos DBA/1 (5). Evidências similares ligam o lúpus eritematoso sistêmico (LES), protótipo das doenças autoimunes, com a deficiência de vitamina D. O LES é mais grave e tem início mais precoce em afro-americanos. Parece não haver uma razão genética para tal associação, uma vez que a doença é rara na África Ocidental. A deficiência de vitamina D reconhecidamente associada a etnia afro-americana tem sido imputada como causa do aumento da prevalência de LES nesse grupo étnico. Causa ou efeito, a deficiência de vitamina D é mais prevalente em pacientes com LES e em modelo animal de LES, o uso da vitamina D reduz a proteinúria e prolonga a sobrevida. Em estudo de 2006, foi demonstrado que a deficiência de vitamina D aumenta o risco de vários desfechos associados ao diagnóstico do LES (6). Corroborando um papel protetor para a vitamina D no LES, foi também demonstrado que o tratamento do lúpus murino com vitamina D reduz os desfechos clínicos e laboratoriais da doença (7). Vários estudos de associação tem relacionado o diabetes mellitus tipo 1 (DM1) com a deficiência de vitamina D. Estudos epidemiológicos também demonstram que a suplementação de vitamina D na infância e adolescência reduz o risco de DM1 (8). No modelo animal de DM1, o camundongo NOD, o tratamento com doses farmacológicas de vitamina D impede a progressão do DM através de efeitos sobre a imunidade com indução de células T regulatórias, estímulo da auto-tolerância e redução da expressão de Il-12. As células beta pancreáticas são alvos de múltiplos e frequentes ataques de eventos adversos ambientais que variam de infecções e doenças inflamatórias ao estresse metabólico. Todos esses eventos contribuem para sua disfunção, apoptose, e morte celular no pâncreas endócrino. Ao mesmo tempo, ocorre a regeneração das células beta pancreáticas. A vitamina D pode atenuar as reações imunes negativas tais como a expressão de moléculas MHC de classe II e a quimiotaxia de macrófagos; ela pode ainda induzir células T reguladoras e apoiar o equilíbrio entre células Th1 e Th2 (9). Em outras doenças autoimunes como a esclerose múltipla e a doença inflamatória intestinal há sólida evidência de que a vitamina modula o aparecimento e a gravidade dessas condições. Outra condição reconhecida com estado inflamatório de baixo grau é a doença aterosclerótica, com os desfechos da mortalidade cardiovascular. Em vários cenários clínicos, tais eventos cardiovasculares se associam a marcadores inflamatórios e recentemente tem sido demonstrada uma associação entre doença cardiovascular e a deficiência de vitamina D. Em coorte de mais de 3 mil indivíduos submetidos a cateterismo cardíaco, a mortalidade geral e cardiovascular foi associada com menores níveis séricos de vitamina D (10). Dados similares foram compilados em pacientes com doença renal crônica. Neste pacientes com excesso de espécies radicais livres de oxigênio, a suplementação de vitamina D tem sido sistematicamente associada com redução da mortalidade cardiovascular (11). Todas essas evidências apontam para um possível papel da vitamina D sobre a regulação de estados inflamatórios. Vários efeitos celulares e moleculares são demonstrados e ajudam a explicar as ações da vitamina D sobre as condições autoimunes e inflamatórios. A vitamina D modula a imunidade inata e adaptativa com efeitos sobre as células dendríticas, os neutrófilos, os macrófagos, linfócitos T e B (1). Por outro lado, apesar da evidência demonstrando associação, ainda não há limiares (cutoffs) definidos para os efeitos da vitamina D sobre essas condições. Valores de 25OH-vitamina D acima de 30 ng/mL não sugeridos e recomendados para prevenção de fraturas e manutenção da saúde óssea. Para outros desfechos inflamatórios e condições autoimunes, esses valores ainda não foram adequadamente definidos (12). Em resumo, a deficiência de vitamina D associa-se a vários estados inflamatórios e condições autoimunes. A Vitamina D promove modulação do sistema imune através de efeitos sobre a imunidade inata e adaptativa e dessa forma, seu uso e suplementação abrem perspectivas de intervenção preventiva e terapêutica nas doenças inflamatórias. Referências 1. Krishnan AV, Feldman D. Mechanisms of the anticancer and anti-inflammatory actions of vitamin D. Annual review of pharmacology and toxicology. 2011;51:311-36. Epub 2010/10/13. 2. Wolden-Kirk H, Gysemans C, Verstuyf A, Mathieu C. Extraskeletal effects of vitamin D. Endocrinology and metabolism clinics of North America. 2012;41(3):57194. Epub 2012/08/11. 3. Holick MF. Resurrection of vitamin D deficiency and rickets. The Journal of clinical investigation. 2006;116(8):2062-72. Epub 2006/08/04. 4. Patel S, Farragher T, Berry J, Bunn D, Silman A, Symmons D. Association between serum vitamin D metabolite levels and disease activity in patients with early inflammatory polyarthritis. Arthritis and rheumatism. 2007;56(7):2143-9. Epub 2007/06/30. 5. Cantorna MT, Hayes CE, DeLuca HF. 1,25-Dihydroxycholecalciferol inhibits the progression of arthritis in murine models of human arthritis. The Journal of nutrition. 1998;128(1):68-72. Epub 1998/01/31. 6. Kamen DL, Cooper GS, Bouali H, Shaftman SR, Hollis BW, Gilkeson GS. Vitamin D deficiency in systemic lupus erythematosus. Autoimmunity reviews. 2006;5(2):114-7. Epub 2006/01/25. 7. Vaisberg MW, Kaneno R, Franco MF, Mendes NF. Influence of cholecalciferol (vitamin D3) on the course of experimental systemic lupus erythematosus in F1 (NZBxW) mice. Journal of clinical laboratory analysis. 2000;14(3):91-6. Epub 2000/05/08. 8. Hypponen E, Laara E, Reunanen A, Jarvelin MR, Virtanen SM. Intake of vitamin D and risk of type 1 diabetes: a birth-cohort study. Lancet. 2001;358(9292):1500-3. Epub 2001/11/14. 9. Badenhoop K, Kahles H, Penna-Martinez M. Vitamin D, immune tolerance, and prevention of type 1 diabetes. Current diabetes reports. 2012;12(6):635-42. Epub 2012/09/15. 10. Dobnig H, Pilz S, Scharnagl H, Renner W, Seelhorst U, Wellnitz B, et al. Independent association of low serum 25-hydroxyvitamin d and 1,25-dihydroxyvitamin d levels with all-cause and cardiovascular mortality. Archives of internal medicine. 2008;168(12):1340-9. Epub 2008/06/25. 11. Pilz S, Iodice S, Zittermann A, Grant WB, Gandini S. Vitamin D status and mortality risk in CKD: a metaanalysis of prospective studies. American journal of kidney diseases : the official journal of the National Kidney Foundation. 2011;58(3):374-82. Epub 2011/06/04. 12. Bischoff-Ferrari HA, Giovannucci E, Willett WC, Dietrich T, Dawson-Hughes B. Estimation of optimal serum concentrations of 25-hydroxyvitamin D for multiple health outcomes. The American journal of clinical nutrition. 2006;84(1):18-28. Epub 2006/07/11. INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO 13 A diferença na proteção contra fraturas. 1 Prolia® é contraindicado para pacientes que apresentam hipocalcemia. Não foram conduzidos estudos sobre interações medicamentosas de Prolia®. Material de divulgação exclusiva para profissionais de saúde habilitados a prescrever ou dispensar medicamentos. Recomenda-se a leitura da bula e da monografia do produto antes da prescrição de qualquer medicamento. Mais informações à disposição sob solicitação ao Serviço de Informação Médica (DDG 0800 701 2233 ou http://www.sim-gsk.com.br). 3&1&/4%/#'&7 SERVIÇO DE INFORMAÇÃO MÉDICA 0800 701 2233 www.sim-gsk.com.br 3 cm C 0 M 40 Y 100 K 0 C 26 M 10 Y 0 K 0 Pantone 7409C Pantone 2708C C 100 M 75 Y 10 K 0 C 20 M 0 Y 0 K 50 Pantone 2945C Pantone 7544C www.gsk.com.br &TUSBEBEPT#BOEFJSBOUFTt+BDBSFQBHVÈ 3JPEF+BOFJSPt3+t$&1 $/1+ Referencias Bibliográficas: 1. CUMMINGS, SR. et al. Denosumab for prevention of fractures in postmenopausal women with osteoporosis. N Engl J Med, 361: 756-65, 2009. LEIA ESTA BULA ATENTAMENTE ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO. I – Identificação do medicamento Prolia® denosumabe Apresentação Solução injetável. O produto é apresentado em 1 seringa preenchida (1,0 mL). Uso subcutâneo. Uso adulto (a partir de 18 anos). Composição Uma dose de 1,0 mL de Prolia® contém 60 mg de denosumabe. Excipientes: ácido acético glacial, hidróxido de sódio, sorbitol, polissorbato 20, água para injeção. II – Informações ao paciente 1. Para que este medicamento é indicado? Prolia® é indicado para tratar: - Osteoporose em mulheres na fase de pósmenopausa. Nessas mulheres, Prolia® aumenta a densidade mineral óssea (DMO) e reduz a incidência de fraturas de quadril, de fraturas vertebrais e não vertebrais. - Perda óssea em pacientes submetidos a tratamentos de câncer de próstata ou de mama que causam diminuição hormonal. Nos pacientes com câncer de próstata, Prolia® reduz a incidência de fraturas vertebrais. 2. Como este medicamento funciona? Prolia® contém denosumabe, uma proteína (chamada de anticorpo monoclonal) que interfere na ação de outra proteína a fim de tratar a perda óssea e a osteoporose. O osso é um tecido vivo que se renova durante todo o tempo. O estrogênio é um hormônio que ajuda a manter os ossos saudáveis. Após a menopausa, os níveis de estrogênio caem, o que costuma tornar os ossos mais finos e frágeis. Isso pode às vezes levar a uma condicão chamada de osteoporose. Muitas mulheres com osteoporose não apresentam sintomas, mas correm o risco de sofrer fraturas ósseas, especialmente na coluna, no quadril e nos punhos. Cirurgias ou tratamentos medicamentosos de pacientes com câncer de próstata ou de mama que interrompem a produção de estrogênio ou de testosterona também podem levar à perda óssea. O osso se torna mais fraco e se quebra mais facilmente. 3. Quando não devo usar este medicamento? Contraindicações Este medicamento não deve ser utilizado caso você tenha hipocalcemia (baixa quantidade de cálcio no sangue). 4. O que devo saber antes de usar este medicamento? Converse com seu médico sobre a importância do consumo adequado de cálcio e de vitamina D durante o tratamento com Prolia®. A hipocalcemia (baixa quantidade de cálcio no sangue) precisa ser corrigida pela ingestão adequada de cálcio e de vitamina antes do início do tratamento. O médico deve acompanhar os níveis de cálcio caso você tenha predisposição à hipocalcemia (ver o item “Quais os males que este medicamento pode me causar?”). Num estudo clínico conduzido com mais de 7.800 mulheres em pósmenopausa com osteoporose, infecções graves que levaram à necessidade de internação foram relatadas com uma frequência maior no grupo de Prolia® do que no grupo de placebo. Infecções graves na pele (0,1% placebo vs. 0,4% Prolia®) assim como infecções na região do abdômen (0,7% placebo vs. 0,9% Prolia®), do trato urinário (0,5% placebo vs. 0,7% Prolia®) e ouvido (0,0% placebo vs. 0,1% Prolia®) foram mais frequentes em pacientes tratados com Prolia®. A inflamação de algumas regiões no coração (endocardite) também foi relatada mais frequentemente no grupo de pacientes tratados com Prolia® (não houve ocorrência em pacientes recebendo placebo, mas houve relatos em 3 pacientes recebendo Prolia®). A incidência de infecções que se aproveitam da queda da imunidade (oportunistas) foi semelhante entre os grupos placebo e Prolia® e a incidência do total de infecções foi semelhante entre os grupos de tratamento. Informe seu médico imediatamente caso você apresente dor, calor, vermelhidão e inchaço no local (infecção profunda ou superficial da pele). Informe seu médico caso você tenha alergia ao látex (a proteção da agulha da seringa preenchida contém um derivado do látex). Houve relatos de casos de osteonecrose da mandíbula (ONM), doença que atinge os vasos sanguíneos do osso, predominantemente em pacientes com câncer em estágio avançado que recebiam 120 mg de Prolia® a cada 4 semanas. Também houve relatos, embora raros, de ONM em pacientes com osteoporose que tomavam 60 mg de Prolia® a cada 6 meses (ver o item “Quais os males que este medicamento pode me causar?”). Uso em crianças, idosos e outros grupos de risco Crianças Não se recomenda o uso de Prolia® para pacientes pediátricos porque a segurança e a eficácia deste medicamento não foram estabelecidas para esse grupo de pacientes. Idosos Com base nos dados disponíveis de segurança e eficácia, concluiu-se que não é necessário nenhum ajuste de dose em idosos. Insuficiência renal Com base nos dados disponíveis de segurança e eficácia, concluiu-se que não é necessário nenhum ajuste de dose para pacientes com insuficiência renal. Os pacientes com insuficiência renal grave ou que se submetem a diálise correm maior risco de desenvolver hipocalcemia. A ingestão adequada de cálcio e de vitamina D é importante nesses casos. Insuficiência hepática A segurança e a eficácia de Prolia® para os pacientes com insuficiência hepática não foram estudadas. Gravidez Não há dados disponíveis sobre o efeito deste medicamento na gravidez, portanto não se recomenda o uso de Prolia® para mulheres grávidas. Lactação Não se sabe se o denosumabe é excretado no leite humano. Como este medicamento tem o potencial de causar reações adversas em bebês que são amamentados, o médico deve avaliar a interrupção do aleitamento ou do uso de Prolia®. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e de operar máquinas. Não houve estudos sobre o efeito na capacidade de dirigir veículos ou de operar máquinas pesadas em pacientes sob tratamento com denosumabe. Interações medicamentosas Não houve estudos sobre interações de Prolia® com outros medicamentos – ou seja, sobre a interferência deste medicamento no efeito de outros e vice-versa. Informe seu médico se você está fazendo uso de algum outro medicamento. Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde. 5. Onde, como e por quanto tempo posso guardar este medicamento? Cuidados de conservação O produto deve ser armazenado em temperatura de 2°C a 8°C, protegido da luz. Não o congele. A seringa deve ser mantida em sua embalagem original até o momento de uso do produto. Número do lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem. Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o na embalagem original. Aspecto físico/Características organolépticas Solução transparente, incolor ou ligeiramente amarelada, que pode conter resíduos de partículas proteináceas translúcidas ou brancas. Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo. Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças. 6. Como devo usar este medicamento? Modo de usar Pessoas sensíveis ao látex não devem manusear a proteção da agulha da seringa preenchida descartável, que contém borracha natural seca (um derivado do látex). Antes da administração, a solução de Prolia® deve ser inspecionada para detecção de material particulado e de descoloração. A solução não deve ser usada se estiver turva ou com a coloração diferente da descrita acima (vide item “Como e por quanto tempo posso guardar este medicamento?”). Não agite. Para evitar desconforto no local da injeção, deixe a seringa preenchida atingir a temperatura ambiente (até 25°C) antes da aplicação. Injete lentamente todo o conteúdo da seringa preenchida. Descarte qualquer produto medicinal que permanecer na seringa preenchida. As instruções de autoadministração por injeção subcutânea estão listadas a seguir. Deve-se descartar qualquer produto não usado ou material residual, de acordo com as normas locais. Método de administração A administração deve ser feita por uma pessoa adequadamente treinada em técnicas de injeção. Seu médico prescreveu uma seringa preenchida de Prolia® para injeção no tecido existente logo abaixo da pele (tecido subcutâneo). Você tem de injetar todo o conteúdo (1 mL) da seringa preenchida de Prolia®, e a injeção deve ser aplicada uma vez a cada 6 meses, conforme as instruções do médico ou do profissional de saúde. Equipamento Para aplicar uma injeção, você precisará de: 1. uma seringa preenchida nova de Prolia®; 2. um chumaço de algodão com álcool ou produto similar. O que fazer antes de aplicar uma injeção subcutânea de Prolia® 1. Remova a seringa preenchida do refrigerador. NÃO pegue a seringa preenchida pelo êmbolo nem pela ponteira da agulha. 2. A seringa preenchida pode ser deixada fora do refrigerador até atingir a temperatura ambiente. Isso tornará a injeção menos incômoda. NÃO aqueça a seringa de nenhuma outra maneira (nem no forno de micro-ondas nem em água quente). Não deixe a seringa exposta à luz direta. 3. NÃO agite excessivamente a seringa preenchida. 4. NÃO remova a ponteira da agulha da seringa preenchida até o momento da injeção. 5. Verifique o prazo de vencimento no rótulo da seringa preenchida. NÃO use o produto se a data já tiver ultrapassado o último dia do mês impresso. 6. Verifique a aparência de Prolia®, que deve ser de uma solução transparente, incolor ou ligeiramente amarelada. A solução não deve ser injetada se estiver turva ou com a coloração diferente da descrita acima. 7. Escolha uma superfície confortável, bem iluminada e limpa, e coloque todo o equipamento ao alcance das mãos. 8. Lave as mãos cuidadosamente. Onde você deve aplicar a injeção? Os melhores locais para injeção são a parte superior das coxas e o abdômen. A área externa dos braços também pode ser utilizada. Descarte de seringas usadas ä NÃO coloque a ponteira da agulha de volta nas seringas usadas. ä0DQWHQKDDVVHULQJDVXVDGDVIRUDGRDOFDQFHHGD vista das crianças. A seringa usada deve ser descartada de acordo com as normas locais. Pergunte ao farmacêutico como descartar medicamentos que já não são necessários. Essas medidas ajudarão a proteger o meio ambiente. Instruções para injeção de Prolia® com a seringa preenchida equipada com proteção manual da agulha Importante: para reduzir o risco de ferimentos acidentais com a agulha, a seringa preenchida descartável de Prolia® tem uma capa de segurança verde; ative essa capa depois da aplicação da injeção. NÃO mova a capa de segurança verde para a frente, ao longo da agulha, antes de administrar a injeção; o Capa protetora (plástico verde) Êmbolo Janela Ponteira da agulha (plástico transparente) Empunhadeira (plástico transparente) dispositivo travará e impedirá a aplicação da injeção. Ative a capa de segurança verde (movendo-a ao longo da agulha) depois da administração da injeção. A ponteira cinza da agulha da seringa preenchida descartável contém borracha natural seca (um derivado do látex). Pessoas sensíveis ao látex não devem manusear a ponteira. 1º- passo: remova a ponteira cinza da agulha. Remova a ponteira da agulha. 2º- passo: aplique a injeção. Insira a agulha e injete todoo líquido. NÃO ponha a ponteira cinza de volta na agulha. 3º- passo: mova imediatamente a capa de segurança verde ao longo da agulha. Com a ponta da agulha voltada para a direção oposta à sua, segure a seringa preenchida pela empunhadura de plástico transparente com uma das mãos. Em seguida, com a outra mão, segure a capa de segurança verde pela base e mova-a suavemente em direção à agulha até que trave com firmeza e/ou você ouça um clique. NÃO segure a capa de segurança verde com força – ela se moverá com facilidade se você a segurar e puxar suavemente. Segure a empunhadura. Mova suavemente a capa de segurança verde ao longo da agulha e trave-a com firmeza no lugar. NÃO segure a capa com muita força ao movê-la ao longo da agulha. Descarte imediatamente a seringa e a ponteira da agulha no recipiente apropriado mais próximo. Não ponha a ponteira da agulha de volta na seringa usada. Posologia A dose recomendada de Prolia® é uma injeção subcutânea única de 60 mg administrada uma vez a cada 6 meses. Os pacientes devem receber suplementos de cálcio e de vitamina D durante o tratamento. Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico. 7. O que devo fazer quando eu me esquecer de usar este medIcamento? Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou do seu médico. 8. Quais os males que este medicamento pode me causar? Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): catarata2, dor nas extremidades. Reações incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento): infecção profunda ou superficial da pele (celulite) irritação da pele 3 (eczema). Reações raras (ocorrem de 0,01% a 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento): osteonecrose da mandíbula (doença que acomete os vasos sanguíneos do osso). Reações muito raras (ocorrem em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento): hipocalcemia (baixa quantidade de cálcio no sangue)1. 1. Ver o item “O que devo saber antes de usar este medicamento?” 2. Nos homens com câncer de próstata sob terapia de privação androgênica. 3. Inclui dermatite (inflamação da pele), dermatite alérgica, dermatite atópica e dermatite de contato. Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, informe seu médico. 9. O que fazer se alguém usar uma quantidade maior do que a indicada deste medicamento? Não há dados disponíveis de estudos clínicos sobre superdosagem de Prolia®. No entanto, em estudos clínicos preliminares, denosumabe foi administrado em doses maiores, de até 180 mg a cada 4 semanas (doses cumulativas de até 1.080 mg durante 6 meses), representando 18 vezes a posologia recomendada para o tratamento da osteoporose (60 mg a cada 6 meses). Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento se possível. Ligue para 0800 722 6001 se você precisar de mais orientações. III – Dizeres Legais MS: 1.0107.0288 Farm. Resp.: Milton de Oliveira CRF-RJ Nº- 5522 Fabricado por: Amgen Manufacturing Ltd. State Road 31, Km 24,6 – P.O. Box 4060 – Juncos – 00777-4060, Porto Rico Registrado e Importado por: GlaxoSmithKline Brasil Ltda. Estrada dos Bandeirantes, 8.464 – Rio de Janeiro – RJ – CNPJ: 33.247.743/0001-10 VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Nº- de lote e data de fabricação e validade: vide embalagem. Esta bula foi aprovada pela ANVISA em 26/12/2011. BL_PROLIA_CCDS3_IPI02_P_V14 Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 CONEXÃO BÁSICA As fraturas de tornozelo são fraturas causadas por osteoporose? A s fraturas do tornozelo correspondem à fratura articular mais frequente dos membros inferiores e nas últimas décadas tem aumentado sua prevalência e gravidade, especialmente na população mais idosa. Com um aumento em número de idosos, do nível de atividade e da incidência de osteoporose, a previsão é que o número de fraturas de tornozelo na população geriátrica triplique nas próximas três décadas. No estudo multicêntrico GLOW1, publicado este ano, foi estudada uma população grande, buscando a correlação entre peso, altura, IMC e focos de fratura. Verificou-se que a obesidade é um fator que aumenta o risco de fraturas do tornozelo e úmero proximal, assim como diminui os riscos de fraturas do quadril. Outros estudos já relataram esta característica: as fraturas do tornozelo não apresentam aumento de incidência em relação à baixa densidade mineral óssea (osteoporose), mas sim com a obesidade2. Geralmente, a fratura do tornozelo tem sido relacionada à maior energia e força torsional no momento do trauma. A abordagem atual para este tipo de fratura na população inclui o princípio da restauração anatômica da articulação do tornozelo, com fixação rígida, para permitir mobilização precoce e boa recuperação funcional. Atingir um resultado satisfatório depois de fraturas com desvio de tornozelo na população geriátrica é 16 INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO essencial para reduzir a morbidade provocada pela imobilidade. A melhor abordagem destes pacientes continua sendo controversa, na medida em que alguns autores consideram inaceitáveis os riscos da redução aberta e fixação interna, tais como condições de pele ruins, diminuição da vascularização e condições clínicas coexistentes. O que os estudos mostram hoje é que a população geriátrica não apresenta aumento significativo no número de complicações pós operatórias3. Assim, pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico das fraturas de tornozelo têm uma recuperação funcional melhor e mais rápida do que aqueles submetidos ao tratamento não-cirúrgico destas fraturas. A complicação pós-operatória mais frequentemente relatada é a deiscência de ferida operatória que, ainda assim, é mais incidente em pacientes com diabetes mellitus do que em pacientes sem comorbidades. A fixação pode ser realizada com placas bloqueadas ou não bloqueadas. Apesar da superioridade das placas bloqueadas na fixação das fraturas de úmero proximal e fêmur, esta característica não se mostrou fundamental na fixação das fraturas de tornozelo. A liberação de carga ocorre duas semanas após a cirurgia, sem aumento na incidência de falha do material. Em resumo, as fraturas de tornozelo aumentam em até três vezes após os 60 anos de idade. Entretanto, nenhum estudo demonstrou relação direta entre este tipo de fratura e a diminuição da densidade mineral óssea. Apesar das complicações do tratamento cirúrgico, este se apresenta vantajoso na recuperação mais rápida do paciente, tendo que ser ponderadas as suas condições clínicas, em especial o diabetes mellitus, responsável por Tania Szejnfeld Mann Ortopedista e Traumatologista um atraso na cicatrização da ferida cirúrgica. Referências bibliográficas 1. Compston JE et al. Relationship of weight, height, and bodymass index with fracture risk at different sites in postmenopausal women: The global longitudinal study of osteoporosis in women (GLOW). J Bone Miner Res (2013) (epub ahead of print). 2. Greenfield DM, Eastell R. Risk Factors for Ankle Fracture. Osteoporos Int (2001) 12: 97–103. 3. Lynde MJ , Sautter T, Hamilton GA, Schuberth JM. Complications after open reduction and internal fixation of ankle fractures in the elderly. Foot and Ankle Surgery, 18(2): 103-107, 2012 Tania Szejnfeld Mann Ortopedista e Traumatologista Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo Assistente do Grupo de Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo da UNIFESP INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO 17 Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 ARTIGO COMENTADO DIVULGUE SUA TESE Antes e após fratura de quadril, a deficiência de vitamina D não está sendo tratada adequadamente Baixo valor sérico de P1NP: preditor de perda de massa óssea em mulheres na prémenopausa com Lúpus Eritematoso Sistêmico S. Maier et al. Osteoporosis International 24: 2765-2773, maio de 2013 O A s evidências apontam que a suplementação de vitamina D é capaz de reduzir em 30% o número de quedas e de fraturas de quadril. Esta ação benéfica foi observada tanto em idosos da comunidade como nos institucionalizados. A partir de dados obtidos de estudos de metanálise que envolveram mais de 32.000 idosos, ficou estabelecido que a dose mínima necessária para reduzir quedas e fraturas é 800 UI por dia. Embora existam inúmeras evidências sobre a utilidade da vitamina D, é surpreendente o número de pacientes com fratura de fêmur que apresentam deficiência de vitamina D. Cerca de 80% apresentam deficiência de vitamina D e, destes, 60% tem níveis inferiores a 10 ng/ml. Deficiência grave de vitamina D pode causar osteomalácia e quadro histológico sugestivo de osteomalácia tem sido frequentemente encontrado em pacientes com fratura de fêmur. No presente estudo, os autores avaliaram a prática clínica, em relação à suplementação de vitamina D, em pacientes imediatamente antes e após fratura de fêmur. Também avaliaram a concentração sérica de vitamina D na admissão do paciente com fratura, exploraram as variações sazonais e investigaram se havia algum subgrupo de pacientes com fratura de fêmur com maior tendência para receber suplementação de vitamina D. E, por fim, os pesquisadores perguntaram para os clínicos por que eles não prescreviam vitamina D após fratura de fêmur. Foram estudados 1.090 pacientes com fratura de fêmur, idade igual ou superior a 65 anos. A concentração de vitamina D foi medida imediatamente antes da fratura em 854 pacientes e 362 foram acompanhados durante 12 meses após a fratura. A concentração e vitamina D foi medida no momento da internação pela fratura, na alta hospitalar, 6 e 12 meses após o evento. Dos 1.090 pacientes com fratura de fêmur (média de idade 85 anos, 78% mulheres, 59% da comunidade), 19% tinham recebido em algum momento antes da fratura alguma suplementação de vitamina D, 27% (dos 854 avaliados) na alta hospitalar, 22% (dos 362 seguidos) durante os 6 meses e 21% (dos 285 avaliados) nos 12 meses após a fratura ( Tabela 1). Durante a internação devido à fratura, 45% tinham nível sérico de vitamina D abaixo de 10 ng/ml, 81% abaixo de 20 ng/ml e 96% abaixo de 30 ng/ml. Os níveis séricos de vitamina D não varia- ram com a estação do ano ou gênero, mas foram significativamente mais elevados em 164 pacientes com fratura de fêmur, que receberam previamente, qualquer suplementação de vitamina D (19.9 versus 10,8 ng/ml; p < 0.0001). Os autores concluíram que apenas 20% dos idosos recebem vitamina D durante ou após internação por fratura de fêmur. E isso ocorre embora 81% dos pacientes apresentem deficiência de vitamina D. Enfim, os resultados mostram que a recomendação de suplementação com vitamina D necessita ser mais divulgada entre os clínicos, e que deve ser feita tanto para prevenção primária como após a fratura. Esforços para a introdução da suplementação de vitamina D devem ser feitos, principalmente entre os cirurgiões ortopédicos e traumatologistas. Atualmente, a suplementação de vitamina D é extremamente baixa, especialmente em homens idosos e em indivíduos institucionalizados. Vera L Szejnfeld Profa. Dra. Adjunta da Disciplina de Reumatologia da UNIFESP/EPM Tabela 1. Prevalência de suplementação de vitamina D na época da fratura de fêmur, na alta, 6 e 12 meses após. 18 Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 Tratamento Na internação (n=1090) Na alta da fratura (n=854) 6 meses (n=321) 12 meses (n=285) Sem Vitamina D Apenas Vit D Vit D e cálcio Vit D e bifosfonato Apenas Vit D ou combinação 884 (81,1%) 1 (0,1%) 161 (14,8%) 628 (73,5%) 3 (0,3%) 174 (20,4%) 252 (78,5%) 2 (0,6%) 56 (17,4%) 226 (79,3%) 3 (1,1%) 45 (15,8%) 2 (0,2%) 3 (0,3%) 0 (0%) 1 (0,4%) 206 (18,9%) 226 (26,5%) 69 (21,5%) 59 (20,7%) INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO bjetivos: Determinar a incidência de perda de massa óssea em um ano em pacientes com lúpus na pré-menopausa e o valor preditor dos marcadores do metabolismo ósseo para essa complicação. Métodos: Sessenta e três pacientes foram avaliadas à entrada no estudo e após um ano de seguimento. Variações na densidade mineral óssea (DXA) acima da mínima variação significativa (MVS) foram consideradas significativas, como recomendado pela Sociedade Internacional de Densitometria Clínica (International Society for Clinical Densitometry). Os níveis séricos dos marcadores do metabolismo ósseo foram determinados no início do estudo: propeptídeo N-terminal do pro-colágeno tipo 1 (P1NP) e telopeptídeo C-terminal do colágeno tipo 1 (CTX) por eletroquimioluminescência; osteoprotegerina (OPG) e ligante do receptor ativador do fator nuclear κB (RANKL) por ELISA. Resultados: 36,5% dos pacientes apresentaram perda de massa óssea e 17,5% ganho de massa óssea na coluna lombar e/ou fêmur. Os pacientes foram divididos em três grupos: perda de massa óssea (Perda), massa óssea estável (Estável) e ganho de massa óssea (Ganho). Pacientes com Perda e Estável tomaram doses cumulativa, média e máxima de glicocorticoide semelhantes durante o estudo, mas pacientes com Ganho receberam doses menores (Ganho vs. Perda e Ganho vs. Estável, p<0,05). Os níveis séricos basais de P1NP foram diferentes nos três grupos (Perda: 36,95 ± 23,37 vs. Estável: 54,63 ± 30,82 vs. Ganho: 84,09 ± 43,85 ng/ml, p=0,001). Análises de múltiplas comparações demonstraram diferenças significativas nos níveis de P1NP entre Perda vs. Estável, p=0,031; Perda vs. Ganho, p<0,001 e Estável vs. Ganho, p=0,039. Não houve diferença entre os grupos com relação aos níveis de CTX, OPG/RANKL, fatores de risco para osteoporose ou parâmetros relacionados à doença. Após análise multivariada, níveis baixos de P1NP permaneceram como fator de risco independente para perda de massa óssea (p<0,013). Conclusão: Este estudo fornece evidência original que níveis mais baixos Luciana Parente Costa Seguro de P1NP, o marcador de formação óssea mais específico, são preditores de perda de massa óssea em um ano em mulheres com lúpus na pré-menopausa. Orientadora: Prof. Dra. Rosa Maria Rodrigues Pereira Aluna: Luciana Parente Costa Seguro Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 21/10/2013 Laboratório nas doenças osteometabólicas: atualização Hipocalcemia A hipocalcemia tem muitas causas. Pode resultar de insuficiência da secreção ou resistência ao PTH, deficiência ou resistência a vitamina D, metabolismo anormal do magnésio, e deposição extravascular de cálcio, o que pode ocorrer em diversas situações clínicas. O primeiro passo na avaliação de um paciente com a hipocalcemia é a medição da concentração de albumina no soro. O cálcio no soro está ligado às proteínas, principalmente à albumina. Como resultado, a concentração de cálcio total no soro em pacientes com níveis de albumina bai- xa ou alta pode não refletir com precisão a concentração de cálcio ionizado (ou livre). Para cada 1 g/dL, a redução na concentração de albumina de soro irá baixar a concentração de cálcio total em cerca de 0,8 mg/dL (0,2 mmol/L), sem afetar a concentração de cálcio ionizado e, portanto, sem produzir quaisquer sintomas ou sinais de hipocalcemia. Um paciente que tem uma concentração de albumina de soro de 2 g/dL (20 g/L), que é de 2 g/dL (20 g/L) abaixo do normal, terá uma queda na concentração de cálcio total no soro de 1,6 mg/dL (0,4 mmol/L). Se a concentração de cálcio total no soro medido é de 8 mg/dL (2 mmol/L), o valor corrigido será de 9,6 mg/dL (2,4 mmol/L), o que é normal. Assim, em pacientes com hipoalbuminemia ou hiperalbuminemia, a concentração de cálcio no soro medido deve ser corrigido. Se o diagnóstico de hipocalcemia está em dúvida, quer porque os sintomas do paciente são atípicos ou a concentração de cálcio no soro é apenas um pouco menor, o cálcio ionizado no soro deve ser medido. É importante notar que a afinidade do cálcio pela albumina é aumentada na presença de alcalose. Assim, a alcalose respiratória pode causar uma diminuição aguda no cálcio ionizado. Aspectos clínicos - A etiologia da hi- INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO 19 Edição nº 39 · ano XIX · out a dez/2013 pocalcemia pode ser evidente a partir da história clínica. Uma história familiar de hipocalcemia sugere uma causa genética. Hipocalcemia crônica é muitas vezes vista em pacientes com uma mutação ativadora do receptor sensor de cálcio e no pseudohipoparatiroidismo. Por outro lado, o hipoparatiroidismo adquirido é mais frequentemente o resultado de danos pós-cirúrgicos ou autoimunes às glândulas paratireoides. Assim, uma história de cirurgia da cabeça e pescoço ou na presença de uma cicatriz cervical sugerese o hipoparatiroidismo pós-cirúrgico. O hipoparatiroidismo autoimune pode ocorrer como uma anormalidade isolada e também é uma característica comum do síndrome poliglandular autoimune tipo I, uma doença familiar. A presença de candidíase mucocutânea crônica e insuficiência adrenal sugere uma síndrome poliglandular. Outras causas de hipocalcemia que podem ser evidentes a partir da história, exame físico e dados laboratoriais de rotina incluem doença renal aguda ou crônica, pancreatite aguda, rabdomiólise, e síndrome de lise tumoral. Aspectos laboratoriais - Entre os testes que podem ser úteis na definição da etiologia da hipocalcemia, a medição do hormônio da paratireóide (PTH) intacto no soro é o mais valioso e deve ser realizada em todos os pacientes com hipocalcemia (1). Outros testes que podem ser úteis incluem o magnésio no soro, a creatinina, o fosfato, metabólitos da vitamina D (25-hidroxivitamina D e 1,25-di-hidroxivitamina D), fosfatase alcalina, amilase, cálcio urinário e excreção de magnésio (1). Estes ensaios devem ser realizados seletivamente, com base no histórico do paciente e no exame físico. PTH - medições de PTH intacto no soro fornecem informações críticas em pacientes com hipocalcemia, mas podem ser corretamente interpretado apenas quando o cálcio sérico é medido simultaneamente. A hipocalcemia é o estímulo mais potente da secreção de PTH. Como resultado, uma baixa concentração ou mesmo valores normais de PTH no soro de um paciente com hipocalcemia é uma forte evidência de hipoparatiroidismo. A concentração de PTH no soro varia de acordo com a causa da hipocalcemia (2): O PTH é reduzido ou inapropriadamente normal em doentes com hipoparatiroidismo; O PTH sérico é elevado em pacientes com doença renal aguda ou crônica, deficiência de vitamina D, e pseudohipoparatiroidismo; O PTH é tipicamente normal 20 INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO ou baixo em pacientes com hipomagnesemia ou hipocalcemia autossômica dominante, uma desordem rara caracterizada por uma mutação ativadora no gene do receptor sensor de cálcio. Magnésio – A hipomagnesemia (concentração de magnésio no soro inferior a 0,8 mEq/L [1 mg/dL ou 0,4 mmol/L]) produz hipocalcemia pela indução de resistência ou deficiência de PTH. O magnésio sérico deve ser medido em qualquer paciente com hipocalcemia em quem a causa não seja óbvia. Fosfato – A hipocalcemia persistente e a hiperfosfatemia são, na ausência de doença renal, sugestivas do diagnóstico de hipoparatiroidismo (deficiência do PTH) ou pseudohipoparatiroidismo (resistência ao PTH). A concentração de fosfato sérico elevado está associado a uma indevidamente baixa excreção fracionada de fosfato. A presença de uma baixa concentração de fosfato no soro indica um excesso de secreção de PTH, o que, no contexto de hipocalcemia significa hiperparatiroidismo secundário (e alguma anormalidade na ingestão ou o metabolismo da vitamina D). Metabólitos da vitamina D - a deficiência de vitamina D aumenta a secreção de PTH, causando hipocalcemia (devido à redução da absorção intestinal de cálcio) e, em menor grau, pela remoção do efeito inibidor normal do calcitriol sobre a produção de PTH. A deficiência de vitamina D também diminui a absorção de fosfato intestinal. O excesso de PTH aumenta a excreção de fosfato e reduz o fosfato sérico. A determinação dos níveis séricos de 25-hidroxivitamina D (25OHD, calcidiol) fornece mais informações sobre a deficiência de vitamina D do que a medição dos níveis séricos da 1,25-hidroxivitamina D (calcitriol). Assim, em indivíduos com deficiência de vitamina D, a 25-OHD no soro é baixa enquanto que a 1,25-dihidroxivitamina D é tipicamente normal ou elevada. Em contraste, doentes com hipoparatiroidismo podem ter níveis de 25OHD normais no soro e baixas concentrações de 1,25-di-hidroxivitamina D. As várias causas da deficiência de vitamina D geralmente pode ser distinguidas pela história e outros achados clínicos (deficiente ingestão dietética, exposição solar inadequada, má absorção, uso de fenitoína) e pela determinação dos níveis séricos de 25-hidroxivitamina D (25OHD, calcidiol). Uma baixa concentração de 25OHD em um paciente com hipocalcemia e hipofosfatemia geralmente indica que o consumo ou absorção de vitamina D é baixa. Outras possibilidades incluem o uso de fenitoína, doença hepatobiliar, ou a síndrome nefrótica (em que a proteína de ligação da vitamina D é perdida na urina). A combinação de concentração 25OHD no soro normal ou baixa e baixa concentração de 1,25-di-hidroxivitamina D associados com fosfato normal alto ou elevado, indica a presença de doença renal crônica (facilmente diagnosticados a partir da concentração da creatinina no soro). A doença renal crônica é o único estado em que a hipocalcemia e o hiperparatiroidismo secundário, não estão associados com fosfato sérico baixo ou de normal baixo (como resultado da incapacidade do rim doente responder ao elevado PTH). A combinação de concentração de 25OHD normal ou baixa, baixos níveis séricos de 1,25-di-hidroxivitamina D, e de baixo fosfato sérico sugere a presença de raquitismo dependente de vitamina D (tipo 1), também chamado pseudo raquitismo, deficiência de vitamina D. O raquitismo hereditário resistente à vitamina D (também chamado de raquitismo dependente de vitamina D, tipo 2) apresenta-se na infância e está associada a um defeito no receptor de vitamina D. Deve ser suspeitada em doentes hipocalcêmicos se o fosfato sérico for baixo e a 1,25-di-hidroxivitamina D for elevada. Outros exames - outros exames que podem ser úteis para determinar a causa da hipocalcemia incluem a fosfatase alcalina sérica, amilase, e a excreção urinária de cálcio e magnésio em 24 horas: uma elevação da fosfatase alcalina é comum na osteomalácia (como resultado de uma severa deficiência de vitamina D e hiperparatiroidismo secundário) e pode ocorrer com metástases ósseas osteoblásticas, que podem causar hipocalcemia devido a rápida deposição de cálcio nas metástases ósseas (1). A amilase é elevada na pancreatite aguda, mas apenas ligeiramente elevada na pancreatite crônica. Calciúria de 24 horas reduzida ocorre em pacientes com hipoparatiroidismo não tratado ou na deficiência de vitamina D. A avaliação do magnésio urinário pode ser útil em indivíduos com hipomagnesemia. Nesta cenário, valores elevados de magnésio na urina de 24 horas são consistentes com as perdas renais. Referências 1. Cooper MS, Gittoes NJ. Diagnosis and management of hypocalcaemia. BMJ. 2008;336(7656):1298302. Epub 2008/06/07. 2. Hannan FM, Thakker RV. Investigating hypocalcaemia. BMJ. 2013;346:f2213. Epub 2013/05/11. Charlles Heldan de Moura Castro