NOVAS POSSIBILIDADES DE ENSIN@R E APRENDER A GEOGR@FIA NA
EDUCAÇÃO BÁSICA: A WEBQUEST E O BLOG EM QUESTÃO
Simone Santos de Oliveira/UNEB
[email protected]
REFLEXÕES INICIAIS
“Ensinar e aprender é criar possibilidades
Para que uma criança chegue sozinha
às fontes de conhecimento que estão
a sua disposição na sociedade”.
(Bagno, 1998)
Sob a influência das tecnologias da informação e da comunicação (TIC), os
espaços de informação eclodiram e o domínio de uma estratégia informacional tornouse uma alavanca essencial para a aquisição e a apropriação de saberes, pondo em
questão a sala de aula como modelo único de espaço de ensino e aprendizagem, já que
estamos vivendo na cibercultura, no ciberespaço, habitualmente designado como o
conjunto das redes de computadores interligados, sendo uma espécie de planeta virtual,
onde as pessoas se relacionam virtualmente por meios eletrônicos e multimidiáticos.
Este trabalho é resultado das vivências e saberes adquiridos e desenvolvidos
durante as utilizações da webquest e do blog como novas possibilidades de ensinar e
aprender dinamicamente a Geografia na Educação Básica, sendo ressignificado no
componente curricular Prática de Ensino no curso de formação de professores de
Geografia no Território de Identidade do Sisal, no nordeste baiano (figura 01).
Trata-se, portanto, de práticas desenvolvidas numa escola estadual de Ensino
Básico no município de Feira de Santana, no interior do estado da Bahia, no Território
de Identidade Portal do Sertão1 (Figura 01) e ressignificadas nas práticas formativas
1
Fazem parte do Portal do Sertão os municípios de Água Fria, Amélia Rodrigues, Anguera, Antonio Cardoso,
Conceição de Feira, Conceição do Jacuípe, Coração de Maria, Feira de Santana, Ipecaetá, Irará, Santa Bárbara,
Santanópolis, Santo Estevão, São Gonçalo dos Campos, Tanquinho, Teodoro Sampaio e Terra Nova.
desenvolvidas no âmbito do componente curricular Prática de Ensino, no curso de
Licenciatura em Geografia da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus XI,
situado em Serrinha, cidade inserida no recorte espacial denominado de Território de
Identidade do Sisal2 (figura 02), abrangendo uma área de 20.454 Km², o equivalente a
3,6% do território baiano.
FIGURA 01: Bahia Territórios de Identidade
1. Irecê
2. Velho Chico
3. Chapada Diamantina
4. Sisal
5. Litoral Sul
6. Baixo Sul
7. Extremo Sul
8. Itapetinga
9. Vale do Jiquiriçá
10. Sertão do São Francisco
11. Oeste Baiano
12. Bacia do Paramirim
13. Sertão Produtivo
14. Piemonte do Paraguaçu
15. Bacia do Jacuípe
16. Piemonte da Diamantina
17. Semi-Árido Nordeste II
18. Agreste de Alagoinhas/Litoral Norte
19. Portal do Sertão
20. Vitória da Conquista
21. Recôncavo
22. Médio Rio das Contas
23. Bacia do Rio Corrente
24. Itaparica (BA/PE)
25. Piemonte Norte do Itapicuru
26. Metropolitana de Salvador
FONTE: http://www.seagri.ba.gov.br/bahia_territorios_identidade.asp
Segundo últimos dados do IBGE (2007) o Território de identidade do Sisal
possui uma população (555.708 hab.) correspondente a 4,1% do total da população
baiana, sendo que 63% dessa população residente na zona rural. Já a taxa de
analfabetismo neste mesmo Território de Identidade, corresponde a 34,2% contra 20,4%
do Estado da Bahia (IBGE, 2007).
2
O Território de Identidade do Sisal, mais conhecido como Região Sisaleira, está localizado no semi-árido da
mesorregião do Nordeste Baiano, distante da capital baiana aproximadamente 180 km, envolvendo cerca de vinte
municípios, entre os quais merecem destaque Santa Luz, Conceição do Coité, Queimadas, São Domingos e Valente,
conhecida como a capital do sisal e sede do Território de Identidade do Sisal, pois estes municípios são os que mais
se destacam na produção por hectare do sisal entre os anos de 1990 e 2006 (IBGE-SIDRA, 2008) e se tornaram
referências nessa área, embora o cultivo do sisal tenha sofrido uma queda na produção. Os municípios que formam
este território são: Araci, Barrocas, Biritinga, Candeal, Cansanção, Conceição do Coité, Ichu, Itiúba, Lamarão, Monte
Santo, Nordestina, Queimadas, Quijingue, Retirolândia, Santa Luz, São Domingos, Serrinha, Teofilândia, Tucano e
Valente.
O principal objetivo da utilização da prática do webquest e do blog foi
dinamizar as aulas, possibilitando o aluno da Educação Básica a pesquisar e aprender
conteúdos significativos, utilizando-se dessas ferramentas interativas da internet de
forma didática.
FIGURA 02 – Território de Identidade do Sisal
Fonte: IBGE, 2007.
As novas possibilidades de ensin@r e aprender a Geogr@fia
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.
Esses que-fazeres se encontram um no corpo do
outro. Enquanto ensino, continuo buscando,
reprocurando. Ensino porque busco, porque
indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso
para constatar, constatando, intervenho, intervindo
educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que
ainda não conheço e comunicar ou anunciar a
novidade (FREIRE, 2005, p.29).
No contexto da sociedade globalizada e tecnológica, novos desafios são
colocados para a sociedade e, consequentemente, para a educação. Novos cenários,
tempos e espaços diferenciados implicam na mudança do fazer pedagógico, fazendo
emergir novas possibilidades de ensinar e aprender a Geografia.
O ciberespaço se constitui como um espaço de práticas sociais cuja função é a
de inibir ou acabar com práticas antigas. A escola virtual é vista como forma de
organização do ensino, substituindo a escola real e a comunidade virtual como
substituta da comunidade real, e por fim a cidade virtual em substituição a cidade real.
A cibercultura, por sua vez, é definida como sendo um conjunto de técnicas,
práticas, atitudes, modos de pensamento e valores que se desenvolvem juntamente com
o crescimento da internet como meio de comunicação, que surge como a interconexão
mundial de computadores. Trata-se de um espaço de comunicação, de sociabilidade, de
organização, acesso e transporte de informação e conhecimento.
Desta maneira, os espaços educativos formais têm que acompanhar essas
mudanças. Assim, surgiu a necessidade de inovação nas aulas de Geografia na
Educação Básica, através das ferramentas da internet webquest e blog.
A webquest é entendida como uma atividade investigativa onde as informações
com as quais os alunos interagem provêm da internet. O conceito de webquest foi
criado em 1995 por Bernie Dodge, professor da Califórnia (EUA) tendo como proposta
metodológica o uso da internet de forma criativa. Sua elaboração é feita por um
professor para ser solucionada por alunos reunidos em grupos, preferencialmente. E os
recursos, também chamados de fontes, podem ser livros, vídeos e mesmo pessoas a
entrevistar, mas normalmente são sites ou páginas da web.
Já o blog é considerado como uma página pessoal, em formato de diários,
atualizada a qualquer momento, trazendo links para outros blogs do cotidiano ou temas
específicos, como cinema, arte música, educação e gira em torno de comentários sobre
atualidades trazendo mais cor, expressão, identificação e individualidade à internet.
Desta maneira, o blog consiste em publicações de conteúdos de textos, links, fotos,
poesias, notícias que ficam arquivados por um período determinado, incluindo as
pessoas também da comunidade web, proporcionando uma dinâmica surpreendente.
Assim, fica evidenciado que essas ferramentas da internet, blog e webquest
podem e devem ser utilizados como novas possibilidades de ensinar e aprender a
Geografia na Educação Básica, uma vez que as pessoas se relacionam virtualmente por
meios eletrônicos e multimidiáticos, pondo em questão a sala de aula como único
modelo de espaço de ensino e aprendizagem, embora a internet seja ainda muito pouco
utilizada com fins didáticos nos campos da educação formal.
As experiências vivenciadas e os caminhos percorridos pela Webquest Africabrasis
e pelo Blog Geonoticiando
[...] na formação permanente dos professores, o
momento fundamental é o da reflexão crítica sobre
a prática. É pensando criticamente a prática de hoje
ou de ontem que se pode melhorar a próxima
prática (FREIRE, 2005, p. 39).
Falando de webquest...
A Lei n.º 10.639/2003 determina a obrigatoriedade do ensino da história e da
cultura afrobrasileira e africana nos currículos escolares. Os professores da Área de
Humanas do Colégio Estadual Dr. Jair Santos Silva - CEJASS, localizado no interior do
estado da Bahia, no território de Identidade Portal do Sertão (Figura 01), buscando o
cumprimento da lei e a possibilidade de inserir o estudante em outro ambiente de
aprendizagem, resolveram organizar um projeto interdisciplinar intitulado Áfricabrasis3.
Este mesmo projeto foi disponibilizado na internet em forma de webquest, uma vez que
A Web multimídia pode tanto favorecer a prática do professor, como
expô-lo aos olhos da comunidade, ante as mínimas dificuldades no
uso dos dispositivos e do novo repertório vocabular, bastante
conhecido pelas crianças e jovens. Estar na rede não lhes deixa outra
opção além do movimento e da participação, mas respeitando a
dinâmica dos participantes [...] (GOMEZ, 2004, p. 62).
Um dos desejos motivadores para utilizarmos a webquest Africabrasis4 foi
tornar o processo ensino e aprendizagem mais interessante e significativa, uma vez que
temos, enquanto educadores o poder de modernizar os modos de fazer educação,
sincronizando com o nosso tempo, além de garantir o acesso à informação atualizada e
promover uma aprendizagem cooperativa, já que as aprendizagens significativas são
resultantes de atos de cooperação e as webquests estão baseadas na convicção de que
aprendemos mais e melhor com os outros do que sozinhos.
Na perspectiva da interatividade, o professor pode deixar de ser um transmissor
de saberes para converter-se em formulador de problemas, provocador de interrogações,
coordenador de equipes de trabalho, sistematizador de experiências, e memória viva de
3
Projeto idealizado pela professora de História Ilnara Barros Daltro de Santana do Colégio Estadual Dr.
Jair Santos Silva - CEJASS e construído em co-autoria com a autora deste artigo.
4
Editoração e publicação feita pela autora deste artigo.
uma educação que, em lugar de prender-se à transmissão, valoriza e possibilita o
diálogo e a colaboração.
Para Silva (2003)...
Os fundamentos da interatividade podem ser encontrados em sua
complexidade nas disposições da mídia on line. São três basicamente:
a) participação-intervenção: participar não é apenas responder "sim"
ou "não" ou escolher uma opção dada, significa modificar a
mensagem; b) bidirecionalidade-hibridação: a comunicação é
produção conjunta da emissão e da recepção, é co-criação, os dois
pólos codificam e decodificam; c) permutabilidade-potencialidade: a
comunicação supõe múltiplas redes articulatórias de conexões e
liberdade de trocas, associações e significações (SILVA, 2003, p.
100-155).
E, foi com base nesses fundamentos de Silva (2003), em especial o fundamento
da permutabilidade-potencialidade que a proposta da webquest foi embasada, enquanto
ferramenta interativa da internet.
Na proposta da webquest os alunos obtêm todas as orientações necessárias para
a realização da atividade proposta pelo professor, deixando clara a introdução, as
tarefas, o processo, a forma de avaliação e a conclusão que se quer chegar com esta
respectiva atividade, pois esta ferramenta se configura numa forma muito interessante
de ensinar e de aprender e em muitos casos podem até substituir alguns livros, como
afirmam muitos profissionais da área de educação, uma vez que é um método no qual o
professor e o aluno se utilizam da tecnologia informacional para obter os meios
necessários ao ensino e à aprendizagem. Através de uma questão problema ou de uma
temática, os alunos são induzidos à pesquisa e a solução de problemas via web, podendo
viabilizar um trabalho interdisciplinar, com muitas redes articulatórias de conexões,
como foi o Africabrasis criado pelos professores da Área de Humanas do Colégio
Estadual Dr. Jair Santos Silva, em Feira de Santana-BA.
Embora a webquest seja constituída de sete seções como Introdução, Tarefa,
Processo, Fonte de informação, Avaliação, Conclusão e Créditos, consideramos as
seções discriminadas a seguir como sendo essenciais na sua construção:
- Introdução – Nesta seção o aluno terá uma idéia geral do que é a atividade,
determinando os objetivos a serem atingidos e o que será proposto, deixando clara a
intencionalidade da mesma;
- Tarefa – Esta seção, o aluno é informado da maneira como a atividade será
realizada, os conteúdos a serem pesquisados, analisados e utilizados posteriormente.
Nela deve conter também as fontes que auxiliarão os discentes a fazerem o
levantamento das informações acerca do conteúdo solicitado;
- Processo – Define-se a(s) forma(s) como serão organizadas as informações
adquiridas na seção tarefa. Nela também deve conter as fontes que auxiliarão os
discentes a fazerem o levantamento das informações acerca do conteúdo solicitado;
- Avaliação – Deixa evidente a forma pela qual os alunos serão avaliados, a
pontuação de cada atividade solicitada, se for o caso;
- Conclusão – Ficam evidenciados os objetivos supostamente atingidos, os
agradecimentos às pessoas que tenham colaborado na elaboração e execução das
atividades propostas.
No caso da nossa webquest Africabrasis5, contemplamos essas seções citadas
acima por considerarmos as mais importantes, onde todas as turmas do segundo ano do
Ensino Médio diurno e noturno do Colégio Estadual Dr. Jair Santos Silva - CEJASS,
em Feira de Santana-BA, foram convocadas a participarem, até mesmo porque as
atividades solicitadas pelo projeto configuraram-se como avaliativas durante o período
do segundo bimestre letivo do ano de 2008, onde os alunos pesquisaram, analisaram,
construíram e socializaram atividades no decorrer da referida unidade letiva nas
disciplinas envolvidas.
E para a elaboração do webquest Africabrasis foi necessário um planejamento
cuidadoso dos professores envolvidos, definindo primeiramente o tema, feita a seleção
das fontes de informação, delineamento das tarefas, estruturação do processo, a forma
de avaliação e a conclusão. Depois foi feito o cadastramento no site da Escolabr e em
seguida a digitação, editoração e publicação da webquest Africabrasis para que os
alunos tivessem acesso a todos os procedimentos que envolveram o referido projeto.
Pensando numa maior interatividade foram criados os seguintes objetivos da
webquest Africabrasis: - desenvolver a prática da tolerância e, sobretudo o respeito às
diferenças; proporcionar ao estudante o contato com informações diferentes do
continente africano; conhecer a história da África pré-colonial e as características
naturais do continente; discutir o conceito de belo como uma criação de uma
determinada sociedade; produzir e apresentar materiais sobre os temas estudados e
socializá-los na "Semana de Consciência Negra" na Unidade Escolar de Ensino;
5
Disponível em:
http://www.webquestbrasil.org/criador/webquest/soporte_mondrian_w.php?id_actividad=8012&id_pagin
a=2
desenvolver atividades em grupos, proporcionando uma melhor interação entre os
discentes para que os mesmos possam aceitar o outro e por fim conhecer os diferentes
países africanos, reconhecendo seus aspectos naturais, econômicos e sociais.
E para atingirmos os objetivos mencionados acima, os alunos formaram grupos
pequenos para pesquisar assuntos diversos sobre o continente africano de acordo com as
orientações disponibilizadas na webquest Africabrasis no site da Escolabr. Dentre os
conteúdos abordados pelo projeto/ferramenta webquest Africabrasis, solicitamos
pesquisas sobre a África pré-colonial, enfatizando os antigos reinos africanos, conceito
de rei e impérios; lendas africanas; religiões na África pré-colonial; organização social;
estudo do conceito de belo; manifestações culturais; a importância da música e
vocabulário. Quanto aos aspectos geográficos do continente africano foram solicitadas
as seguintes informações: localização geográfica, divisão política e regional e aspectos
naturais, econômicos, sociais e populacionais. Foi solicitado também pesquisa sobre o
imperialismo, mestiçagem e manifestações culturais afro-brasileiras com o intuito de
enriquecer ainda mais o trabalho do webquest Africabrasis.
Para a realização do levantamento de informações solicitadas foram indicados
livros didáticos e paradidáticos, assim como sites de pesquisa disponibilizado na própria
webquest Africabrasis. Esses livros e sites foram de fundamental importância para a
pesquisa, pois possibilitaram aos discentes obterem as informações necessárias para o
bom desenvolvimento dos trabalhos/tarefas solicitadas pelos professores no decorrer do
segundo bimestre letivo do ano de 2008, durante a utilização da webquest Africabrasis.
Depois de realizada toda a pesquisa, os professores organizadores e parceiros
deram as devidas orientações para os alunos sistematizarem as informações, conforme o
processo de construção das atividades avaliativas do Africabrasis expostos na webquest
disponibilizada para os alunos, envolvendo desde a produção de bandeiras dos países
africanos até slides e folders, contendo aspectos geoeconômicos e culturais da África.
Todas essas atividades foram distribuídas no decorrer das aulas de História e
Geografia, e contaram com a participação dos alunos do segundo ano do Ensino Médio
dos três turnos de funcionamento da Unidade Escolar de Ensino envolvida no projeto,
onde cada grupo de alunos, em seus respectivos turnos de estudo ficou responsável por
fazer pesquisas e apresentações de seus respectivos países africanos.
Vale ressaltar que ao final do segundo bimestre letivo de 2008, todas as
produções e materiais foram guardados, após serem avaliados, foram reutilizados e
reapresentados na III Semana da Consciência Negra do Colégio Estadual Dr. Jair Santos
Silva - CEJASS, no mesmo ano. Neste mesmo período tivemos a apresentação de um
coral orientado por um dos professores colaboradores, assim como a formação de
grupos de dança, envolvendo alunos do Ensino Fundamental e Médio, apresentando
coreografias de danças africanas, como por exemplo, o Kuduro6 de Angola, além da
apresentação do maculelê7, capoeira também formada por alunos da nossa unidade
escolar. É importante destacar que essas apresentações foram feitas espontaneamente
durante o Evento da Consciência Negra.
De fato, os alunos foram avaliados no decorrer de todo o processo que envolveu
o projeto Africabrasis no período da segunda unidade letiva do ano de 2008 e todas as
atividades foram pontuadas, conforme a discriminação exposta no processo
disponibilizado no site da webquest Africabrasis. Foi realmente um projeto pedagógico
prazeroso para os discentes e docentes envolvidos e o mais importante foi o processo de
ensino-aprendizado, onde os professores puderam utilizar de uma forma dinâmica,
prazerosa e contemporânea para mediar a construção e sistematização do conhecimento
adquirido sobre o continente africano, proporcionado principalmente pela ferramenta
webquest.
Em um dos depoimentos sobre a webquest Africabrasis no ano letivo de 2008, o
aluno Pedro Danilo8 assim relatou:
A ferramenta de ensino webquest foi muito interessante porque nos
trouxe uma nova forma de aprendizado a respeito do continente
africano, sendo abordado de forma interdisciplinar, ajudando-nos a ler
de várias formas as diferentes faces da mesma moeda. Vimos assuntos
que abordaram a história da África e dos seus aspectos geográficos,
históricos, assim como nos fez refletir sobre as desigualdades e as
diferenças étnico-raciais, principalmente (Pedro Danilo, 2º Ano A,
CEJASS, 2008).
De fato, a elaboração do webquest Africabrasis necessitou de um planejamento
cuidadoso dos professores organizadores/executores/envolvidos.
6
Dança angolana que se assemelha a hip hop, ou seja, dança de rua.
Tipo de dança que se exibe na festa de Santo Amaro da Purificação, na Bahia. É um misto de dança e
jogo de bastões, com os quais os participantes desferem e aparam golpes. Nos graus de maior dificuldade
e ousadia, os bastões podem ser substituídos por facões, o que dá um bonito efeito visual pelas faíscas que
saem após cada golpe.
7
8
Os nomes dos(as) colaboradores(as)/alunos(as) da Educação Básica (Colégio Estadual Dr. Jair Santos Silva CEJASS) do referido texto foram mantidos na escrita deste artigo, conforme combinado e autorizado pelos
mesmos(as).
A aluna Lorane, também da turma do segundo Ano A, do Ensino Médio do
Colégio Estadual, ora mencionado anteriormente, em entrevista escrita também em
2008, comentou:
O projeto Africabrasis contribuiu muito para o meu crescimento
pessoal, pois posso dizer que ‘presenciei’ a vida dos africanos através
das pesquisas, das leituras de livros e de apresentações na escola. [...]
E com tudo isso, eu aprendi que devemos agradecer a Deus e as
pessoas que nos ajudam a estarmos hoje aqui, pois muitas crianças
africanas queriam poder ter uma alimentação, estudo e boa saúde e na
sua maioria, elas não têm. Apesar das elevadas taxas de mortalidade,
desemprego e fome, muito temos ainda que aprender sobre a África,
pois é um continente muito rico culturalmente e as paisagens são
belíssimas. Aprendi também que há muito da África no Brasil (Lorane,
2º Ano A, CEJASS, 2008).
Esses relatos dos alunos Pedro Danilo e Lorane do segundo ano do Ensino
Médio, da Educação Básica, deixam claro que o projeto Africabrasis e a ferramenta
webquest intitulado pelo próprio nome do projeto, de fato, superou e muito as
expectativas dos professores organizadores e executores do mesmo, fazendo-nos
analisar que o ato de educar vai além do espaço da sala de aula e dos recursos do quadro
e do giz, deixando claro que a escola e os profissionais da educação precisam realmente
repensar a sua prática para atender a esse grupo de pessoas/alunos inseridos no contexto
da cibercultura9.
E falando de blog...
O blog ainda é novidade como recurso de aprendizagem, mas a linguagem é
bem conhecida pelos adolescentes, que o utilizam para publicar páginas pessoais, como
os tradicionais diários.
No contexto escolar da sala de aula, serve para registrar os conhecimentos
adquiridos pela turma, durante os projetos de estudo, sendo possível enriquecer os
relatos com links, fotos, ilustrações e sons. Os professores acompanham e orientam as
pesquisas abrindo novos canais de comunicação e incentivando, com isso, o convívio e
aprendizagem das tecnologias envolvidas, convidando os alunos para criarem juntos o
blog da turma ou colaborarem com comentários acerca de uma temática tratada.
Durante ano letivo de 2008, ao trabalhar o eixo temático meio ambiente e
globalização no Ensino Fundamental, foi utilizado o blog Geonoticiando10 como
9
Considerada uma cultura contemporânea fortemente marcada pelas tecnologias digitais, ou seja,
envolvem comunidades que ampliam e populariza a internet e outras tecnologias de comunicação,
possibilitando maior aproximação entre as pessoas de todo o mundo.
10
Blog construído pela autora deste artigo, envolvendo artigos diversos, disponibilizado em:
http://geonoticiando.blogspot.com
ferramenta interativa dinamizadora e avaliadora sobre os assuntos tratados em sala de
aula, sendo ampliados em outros espaços formativos, como exemplo as lan houses
utilizadas também como espaços de jogos e de lazer, principalmente por aqueles alunos
que não têm computadores e internet nas suas residências.
O fato de muitos alunos não terem computadores e internet em suas residências
não configurou em empecilhos para ampliar seus estudos, pois a experiência com o blog
Geonoticiando possibilitou aos discentes lerem fragmentos de artigos, verem vídeos e
postarem comentários sobre os mesmos no blog, enriquecendo e ampliando os seus
conhecimentos sobre a questão ambiental, servindo também de instrumentos avaliativos
no processo de ensino e aprendizagem.
O blog Geonoticiando proporcionou também uma dinâmica pedagógica
surpreendente no fazer educativo, ampliando as discussões acerca da temática abordada
nos espaços formais do cotidiano escolar sobre o meio ambiente, uma vez que
proporcionou aos alunos acesso a leituras de fragmentos de artigos, verem vídeos e
exporem as suas idéias acerca da temática tratada. E, ao fazer uma avaliação sobre os
recursos utilizados nas aulas de Geografia nas turmas da 8ª série/9º Ano do Ensino
Fundamental, no ano letivo de 2008, no Colégio Estadual Dr. Jair Santos Silva –
CEJASS, foi relatado pelo aluno Eric:
Achei muito bom o fato de a professora explicar o assunto sobre meio
ambiente e globalização e se utilizar da internet e do blog para
dinamizar a aula de Geografia. Ao ler os artigos sobre número de
filhos e meio ambiente e ver vídeos que abordaram também assuntos
sobre o que estávamos estudando, achei muito bom e diferente. [...]
isso deveria ser seguido pelos outros professores daqui da escola. Eu
não sabia o que era blog. Na verdade, eu nem sabia que podia colocar
comentários depois de ler o material numa página na internet, fazendo
comentários sobre o que li. Foi muito legal! (Eric, 8ª série A, CEJASS,
2008).
E a aluna Laryssa também da 8ª série A/9º Ano do Ensino fundamental, assim
relatou sobre a experiência do blog Geonoticiando:
Eu sempre usei o computador e a internet para fazer pesquisas, quando
os professores pediam. Na verdade eu sempre copiei e colei os mais
diversos assuntos solicitados pelos professores e sempre usei o
Control C e Control V 11para realizar as minhas pesquisas na net.
Além disso, usava mais o computador e a internet para acessar o MSN
e o Orkut. [...] usar blog para fazer leituras e postar comentários foi
algo novo para mim. O mais interessante que achei foi a forma como a
professora quis dinamizar as aulas de Geografia, dando o assunto na
11
Grifo da autora. Maneira pela qual os discentes se apropriam de um dos periféricos do computador
(teclado) para ganhar tempo no processo de copiar textos/assuntos retirados da internet, justificando-os
como pesquisas.
sala, usando o livro e depois se utilizou desse recurso da internet para
avaliarmos, através dos comentários que fazíamos sobre o assunto
depois de discutido em sala, lido os textos e vistos vídeos através do
blog Geonoticiando. Foi bom porque ela explicou tudo, como iríamos
entrar ou acessar o blog, ensinando-nos a realizar o que queria, deu
também um prazo para colocarmos os comentários no blog (Laryssa,
8ª série A, CEJASS, 2008).
Ao ler estes e outros comentários avaliativos sobre os recursos comunicacionais
utilizados nas aulas de Geografia na Educação Básica, em 2008, pude perceber o quanto
o profissional da área de educação precisa estar atento ao novo contexto cultural que
estamos vivendo, o da cibercultura, e buscar maiores e melhores estratégias de ensino
que permitam dinamizar as aulas, tornando-as atrativas e prazerosas.
Tecendo considerações finais
Esses novos tempos da contemporaneidade têm demonstrado que é preciso criar
condições favoráveis para a inclusão de um ensino aprendizagem dinâmica, pois educar
é um processo complexo, não é somente ensinar idéias, é ensinar também a lidar com
toda essa gama de sensações, emoções que nos ajudem a nos equilibrar e a viver com
confiança. O professor que tem uma atitude de equilíbrio e que inspira confiança ajuda
muito os seus alunos a evoluírem no processo de aprendizagem.
Um dos desafios desse novo tempo é como transformar a informação em
conhecimento e em sabedoria e a utilização do blog Geonoticiando e da webquest
Africabrasis foram experiências resultantes de idéias que foram articuladas e postas em
prática com a intencionalidade de mostrar aos nossos alunos que a internet é uma mídia
de pesquisa, cuja palavra chave é a “busca”, embora ainda muito pouco utilizada para
fins pedagógicos. Ela é também uma mídia de comunicação, com ferramentas como o
“chat”, o “e-mail”, o fórum, começando a ser também um grande meio de negócios, um
espaço onde estão surgindo novos serviços virtuais, on line.
Didaticamente, a internet ainda está engatinhando, pouco utilizada para fins
didáticos e pedagógicos nos ambientes da Educação Básica, pois se encontra na sua fase
embrionária, mas vai explodir como afirmam muitos profissionais da área técnica
informacional.
Muitos cientistas calculam que em dez anos a internet será mais famosa do que
a televisão hoje, porque ela, de alguma forma, vai-se ligar com todas as outras mídias,
porque ela não vai ser acessada somente por um computador, que ainda é considerado
um elemento de consumo caro, mas também por outras tecnologias, agora pelo celular,
vai estar no carro, vai estar na nossa casa, em qualquer eletrodoméstico. No futuro bem
próximo, teremos acesso a internet por mil formas que hoje nem imaginamos, pois ela
será uma mídia extremamente popular nesses próximos anos, levando muitas pessoas a
acreditarem que vai se tornar a maior mídia de massa, é o que a maioria dos cientistas
da área informacional acreditam.
Portanto, faz-se necessário que o profissional de educação esteja atento às
mudanças ocorrentes nesse novo contexto histórico e busque alternativas dinamizadoras
no seu fazer pedagógico, unindo os mais diversos recursos e ferramentas para tornar o
processo ensino-aprendizagem mais prazeroso e significativo, tendo em vista a
formação do cidadão crítico e reflexivo, como afirma Marques et al (2001):
O educador deve saber também que se o computador é um ótimo
ajudante para o seu trabalho, conseguindo ajudar alunos a resolverem
exercícios, resolverem problemas lógicos, até mesmo aprenderem
matérias novas, ele só será um ajudante inteligente quando a matéria
tiver a possibilidade de ser formalizada, ou seja, quando existirem por
trás dela regras bem claras. O computador pode ajudá-lo na parte
objetiva de seu ensino e não na parte subjetiva. Esta limitação não
retira o valor do novo instrumento. Afinal de contas, todos os
instrumentos, que apenas situam o seu uso e, ao situá-lo, realçam as
suas vantagens (MARQUES et al, 2001. p. 30).
Percebe-se que a dinâmica e as potencialidades da interface on line permitem ao
professor superar a prevalência da pedagogia da transmissão. Na interface, ele propõe
desdobramentos,
arquiteta
percursos,
cria
ocasião
de
engendramentos,
de
agenciamentos, de significações. E, isso fica claro no relato da aluna Juliane do 2º Ano
A do Ensino Médio do Colégio Estadual Dr. Jair Santos Silva - CEJASS (2008), quando
retrata a webquest Africabrasis afirmando que:
A disponibilização do projeto Africabrasis em webquest fez com que
percebêssemos a importância da pesquisa nas mais diversas fontes. Foi
muito bom conhecer mais sobre os países africanos, analisá-los,
descobrir sua cultura, seus costumes, carências [...]. Pudemos ver a
África como um continente rico em diversidades de paisagens e de
grande beleza cultural, apesar do alto índice de pobreza e fome. As
minhas impressões sobre este projeto e a ferramenta webquest foram
satisfatórias, pois aprendi muito sobre este continente, ora relatado, em
seus diversos aspectos através dos links disponibilizados na webquest
Africabrasis. Todas as etapas foram bem elaboradas e distribuídas. [...]
a única coisa que não me satisfez foi a falta de incentivo de alguns
professores que estavam envolvidos no projeto. A utilização da
webquest foi muito importante, pois nos cedeu muitas informações
para a elaboração das atividades solicitadas porque tivemos que
acessar links que auxiliaram e muito as nossas pesquisas e construções
dos trabalhos solicitados pelos professores (Juliane, 2º ano Ensino
Médio, CEJASS, 2008).
Diante do exposto, percebe-se que os alunos reconheceram a importância das
novas tecnologias educacionais, da webquest como ferramenta interativa, assim como
também percebem a desmotivação de alguns professores, especialmente aqueles
extremamente tradicionais que perdem a oportunidade de fazer um trabalho
dinamizador proporcionado pelas tecnologias da informação e da comunicação (TIC).
Estas experiências das ferramentas webquest e do blog na Educação Básica em
Feira de Santana, no Território de Identidade do Portal do Sertão está sendo
ressignificada no processo formativo do Curso de Licenciatura em Geografia na
Universidade do Estado da Bahia – UNEB, campus XI, no Território de Identidade do
Sisal no estado da Bahia, no componente Curricular Prática de Ensino. E, ao trabalhar a
ferramenta webquest com uma turma de Prática de Ensino IV neste primeiro semestre
de 2009 no curso de formação de professores neste campus, o discente Saulo12,
professor em formação inicial, relata:
Webquest é um recurso tecnológico criativo que auxiliam os
professores em suas atividades docentes. Ela pode ampliar a forma de
construção de conhecimentos aliando recursos audiovisuais às aulas.
Esta ferramenta é inovadora e viável na Educação Básica, podendo
substituir as aulas tradicionais, que muitas vezes são consideradas
pelos alunos como chatas (Saulo, 4º semestre em Licenciatura em
Geografia, 2009).
A aluna Ana Cláudia, também do 4º semestre do Curso em Licenciatura em
Geografia no Território do Sisal, relata que...
A webquest é uma ferramenta que possibilita e dinamiza os usos
educacionais da web, e dá ao educador a opção de trabalhar o
conhecimento de forma moderna e atualizada. [...] considero
inovadora a ferramenta webquest, pois dá ao educador possibilidades
que vão desde a dinamização das aulas, como a construção do
conhecimento pelos alunos de forma significativa pelo fato de dar a
web uso educacional. Contudo, é preciso considerar que nem todas as
escolas possuem recursos que dão suporte a webquest. [...] com
certeza utilizaria essa ferramenta nas minhas aulas quando estiver
regendo aulas, pois a construção do conhecimento requer ações
inovadoras possibilitadas por ferramentas interativas como a webquest
(Ana Cláudia, 4º semestre em Licenciatura em Geografia, 2009).
12
Os nomes dos(as) colaboradores(as)/alunos(as) do curso de Licenciatura em Geografia do referido texto também
foram mantidos na escrita deste artigo, conforme combinado e autorizado pelos mesmos(as).
Realmente a experiência de trabalhar com a ferramenta webquest no
componente curricular Prática de Ensino IV neste primeiro semestre letivo da
universidade foi muito significativa, principalmente para os professores em formação
inicial, pois a turma foi orientada para construírem as suas webquests coletivas,
abordando temas diversos, ligados as fontes de energias alternativas, globalização,
águas continentais e urbanização, sendo disponibilizadas no site Escolabr13 para serem
consultadas por outros profissionais da área de Geografia e/ou utilizadas, de fato,
quando estiverem lecionando, ministrando aulas na Educação Básica.
Desta forma, em lugar de guardião da aprendizagem transmitida, o professor
propõe a construção do conhecimento disponibilizando um campo de possibilidades, de
caminhos que se abrem quando elementos são acionados pelos aprendizes. Ele garante a
possibilidade de significações livres e plurais e, sem perder de vista a coerência com sua
opção crítica embutida na proposição, coloca-se aberto a ampliações, a modificações
vindas da parte dos aprendizes. Assim, o professor educa na cibercultura e constrói
cidadania em nosso tempo, onde começa a reinar as informações e interações on line.
As experiências vivenciadas com as ferramentas interativas webquest e o blog
aqui tratadas na Educação Básica já estão servindo de vieses para repensarmos a nossa
prática, enquanto professores formadores, redefinindo os nossos rumos no que diz
respeito a nossa prática pedagógica neste novo milênio que se inicia e ressignificá-la
nos espaços formativos do curso de Licenciatura em Geografia no Território do Sisal,
onde o seu Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB é muito baixo.
Por fim, espera-se que estes relatos de experiências destas práticas pedagógicas
numa escola de Educação Básica, ressignificadas no curso de formação de professores
de Geografia, no interior do estado da Bahia possam servir de estímulo para futuras
práticas dinamizadoras, não somente nas disciplinas da Área de Humanas, como
História e Geografia, mas que possam ser estimuladoras nas mais diversas áreas do
conhecimento, devendo ser estimuladas nos cursos de formação de professores, não
perdendo de vista este novo contexto histórico pelo qual estamos passando, o da
cibercultura, onde cada vez mais a internet e suas ferramentas interativas devam ser
utilizadas para fins educacionais.
13
Algumas das webquests construídas pelos alunos/professores em formação inicial estão disponibilizadas em:
http://www.webquestbrasil.org/criador/webquest/soporte_derecha_w.php?id_actividad=12970&id_pagina=1;
http://www.webquestbrasil.org/criador/webquest/soporte_derecha_w.php?id_actividad=12960&id_pagina=1;
http://www.webquestbrasil.org/criador/webquest/soporte_derecha_w.php?id_actividad=12970&id_pagina=1
Referências
BAHIA
TERRITÓRIOS
DE
IDENTIDADE.
Disponível
em:
http://www.seagri.ba.gov.br/bahia_territorios_identidade.asp. Acesso em 10 de mai.,
2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa. 31
ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005.
GOMEZ, Margarita Victoria. Educação em rede. Um visão emancipadora. São Paulo:
Cortez Instituto Paulo Freire, 2004.
LEMOS, André. Cibercultura, tecnologia e vida social na cultura contemporânea.
Porto Alegre: Sulina, 2002.
MARQUES, Cristina P. C. et al. Computador e Ensino. Uma aplicação à linguagem
portuguesa. São Paulo: Ática, 2001.
MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO. Territórios da Cidadania.
Disponível em: http://www.territoriodacidadania.gov.br. Acesso em 28 de set., 2008.
SILVA, Marco. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 2003.
WEBQUEST. Disponível em: http://www.webquestbrasil.org/. Acesso em 27 de jul.
2009.
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