Este suplemento é um encarte
do jornal O MAGISTRADO,
editado sob a supervisão da
Diretoria Cultural da ASMEGO.
Seleção: desembargador Itaney
Francisco Campos, diretor de
Cultura. Edição: Deire Assis
(jornalista).
ASMEGO Cultural
CRÔNICA |
Paulo, você não passa de um coelho
Sebastião José de Assis Neto
Eu e minha mania idiota de ler revistas
nas horas vagas.
Nem me perguntem que revista era: não
me lembro. Certamente a Veja, a IstoÉ ou a
Época. Isso é o que menos importa agora.
O problema é que, dessa vez, me
deparei com uma pérola: um coelho
desafiando uma baleia.
E certamente era uma baleia azul.
E não é que o coelho resolveu dar um
dos seus famosos pitacos e disse: “Se você
disseca o Ulysses, dá um tuíte”.
O assunto parece ser de pouco interesse,
afinal, nem todos são obrigados a se
preocuparem com o comentário de um
escritor atual a respeito de uma obra lançada
há noventa anos.
Mas as pessoas precisam saber o que
significa isso que essa criatura disse.
Não vou nem perder meu tempo
criticando a obra do coelho. Só posso dizer
que li o primeiro, li o segundo e metade do
terceiro. Não mais do que isso. Depois cansei.
Leitura fácil, é verdade, mas sem muito a
acrescentar. Passatempo.
O problema é o coelho reduzir a baleia
azul a um tuíte.
Só para que as pessoas tenham a ideia
do que se trata, Ulysses é considerado por
muitos (muitos mesmo) a maior obra literária
produzida no Século XX. Rivaliza com Proust,
Mann e põe Saramago, Garcia Marquez e
outros tantos no chinelo.
Não cola essa desculpa de dizer que o
livro inteiro é só estilo. É preciso reconhecer a
grandiosidade de Joyce quando o sujeito
conta uma estória que se passa em dezoito
horas ao longo de mil páginas.
Tem muito estilo, isso é certo. Mas tem
muito mais conteúdo (mas muito mais
conteúdo mesmo) do que histórias sobre
magias, bruxas e tesouros enterrados. Harry
Potter também fala sobre isso,
presumidamente de forma mais satisfatória
(devo confessar que não li as estórias do
bruxinho).
Lembre-se que a obra de Joyce
parafraseia (para muitos é uma paródia) da
Odisseia de Homero.
Na tarefa de construir uma alegoria da
saga de Odisseu (Ulisses em grego), que
demorou dez anos para voltar de Troia para
Itaca, Joyce vai contando as desventuras de
Leopold Bloom em Dublin, desde o
momento em que deixa sua casa (e sua
Penélope, vivida por Molly Bloom), pela
manhã e só a reencontra na madrugada do
dia seguinte.
Durante as horas da narrativa, vê-se de
quase tudo que se tinha por literariamente
relevante na época. Desde relatos a respeito
das estremadas relações políticas entre a
Inglaterra e a Irlanda até questões
corriqueiras, como discussões de jovens
estudantes a respeito de Shakespeare ou o
enjoo externado pelo personagem principal à
entrada de um restaurante, enojado ao
observar, ainda que esfomeado, o ser
humano em uma de suas atividades mais
instintivas e animalescas: a satisfação da
fome.
Passamos por situações que revelam as
vicissitudes humanas, como o adultério de
Molly Bloom e até mesmo questões
existenciais, como a frustração do
personagem principal em pleno flerte com
uma donzela que ele vai idealizando ao
avista-la na praia até se desinteressar dela,
ao se revelar um defeito físico da moça,
pondo em xeque os preconceitos já naquela
época.
Isso sem contar os lugares comuns que
são tratados com maestria, como a
passagem em que jovens bêbados fazem
algazarra em uma maternidade, à espera do
nascimento de um rebento, até o final do ato,
que se encerra em um prostíbulo, que trata, é
lógico, dos impulsos próprios da juventude.
Em resumo, a saga retratada no Ulysses
de James Joyce está longe de ser apenas
estilo. Ela foi tão impactante no mundo
literário que instigou situações célebres,
como a proibição da divulgação da obra em
uma nação norte-americana até então
infensa ao realismo e à exposição das
defecções humanas de forma tão naturalista
e direta, com menção, vez ou outra, a partes
da anatomia.
Outra célebre menção à obra é o culto
oferecido a Joyce por seus compatriotas
irlandeses, que, desde 1954 (pelo menos),
comemoram o Bloomsday (o dia de Bloom),
em homenagem a Joyce e Leopold Bloom,
cuja saga se passa em 16 de junho de 1904.
Aliás, o Bloomsday é celebrado também em
vários outros países, inclusive no Brasil (em
Santa Maria, no Rio Grande do Sul).
Enfim, Ulysses é muito mais do que um
tuíte. Essa análise não conta nem um
centésimo da riqueza da obra. É realmente
árido e difícil de se ler, mas o resultado, ao
final – inclusive com a ajuda de amigos que
já leram e os comentários dos tradutores – é
recompensador.
É, de fato, uma baleia azul. Comparar
uma baleia a um coelho é covardia e talvez
(Deus queira!) não tenha sido essa a
intenção do roedor. Quiçá o ilustre
acadêmico brasileiro quisesse apenas se
referir de forma bem humorada a uma das
grandes virtudes de Joyce: a perfeição do
estilo.
Isto porque se, afinal de contas, a
intenção do coelho fosse a de se comparar à
baleia azul, isso só faria dele um roedor ainda
menor.
Um porquinho da índia.
Um preá.
Quem sabe um hamster...
Isso para não mencionar outros
roedores.
SEBASTIÃO JOSÉ DE ASSIS NETO é juiz da
3ª Vara Cível de Goiânia e autor do
Blog Veja Bem Meu Caro (www.vejabemmeucaro.blogspot.com.br)
ANÁLISE |
Escritor Jorge Amado
fala sobre contos de
magistrado goiano
Em artigo de apresentação do livro de contos do
desembargador goiano Maximiano da Mata Teixeira, o escritor
Jorge Amado teceu os seguintes comentários, que bem merecem
ser lidos pelos leitores contemporâneos deste Estado (*).
"Esses mestres goianos – Bernardo Elis, Bariani Ortêncio e Eli
Brasiliense – tão diversos um dos outros em sua literatura, têm, no
entanto, algo em comum, a ligá-los e aparentá-los. Evidentemente,
esse algo em comum é Goiás, sua terra, sua gente, sua complexa
unidade vital. Na ficção goiana três elementos se entrosam para lhe
dar uma contextura poderosa: a imaginação, o folclore e a vida
vivida. Todos os autores citados aqui trabalham com a realidade e a
conhecem de tê-la vivido, mas essa realidade está carregada de
criação popular, folclórica e dos mistérios que habitam o planalto, os
rios, a floresta, um mundo ainda primitivo e extremamente sedutor.
Ao que trabalham o território da ficção em Goiás, junta-se agora com
"Estórias de Goiás", um nome novo; a meu ver, logo permanente,
fadado a repercutir não só nos limites regionais, as em todo o Basil.
Maximiano da Matta Teixeira. Não pode haver exemplo mais perfeito
desse amálgama de vida, folclore, imaginação, do que seu livro de
estréia: são narrativas onde estão levantadas as paisagens, os
costumes, a linguagem, a legenda, a vida e o homem goianos.
Folclore e vida se confundem numa criação rica de colorido e de
acontecimentos; o autor conhece palmo a palmo a terra, os rios, as
plantas, os pássaros, os peixes, a bicharada toda, e o homem, o índio,
o caboclo, o pescador, o caçador, o coronel e o pobre - esse imenso
mundo goiano não tem segredos para ele; inclusive no que tem de
mágico, pois os mistérios mais além do quotidiano também fazem
parte da estrutura do escritor. Estamos, penso eu, diante de um livro
que é necessário saudar com entusiasmo e alegria, pois com sua
leitura nos deleitamos mas também nos enriquecemos no
conhecimento da vida e na emoção da vida. (…)"
(*) Jorge Amado, um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, falecido em 2001.
ASMEGO Cultural
POESIA |
Léguas
Floriano Gomes (*)
De Paraúna ao Veredão
quantas léguas são?
Seriam dez léguas?
- Nunca as pude contar.
Caminhos que caminhei,
com água e vento
com campos de sol e lua
mas as léguas não as pude contar.
Tudo era canto, água, terra, vento e sol.
Naquela quadra
eram alegres os meus sonhos
e curtos os meus caminhos.
Eram cantos de minhas lembranças,
terra vermelha, veredas claras
e buritizais que me saudavam ao passar.
Serras dos caminhos de minha infância.
Hoje, cansado de tanto andar,
ainda as léguas não posso contar
e, quebrado por um pena,
pergunto em minha solidão:
Quantas léguas são
de Paraúna ao Veredão?
(*) FLORIANO GOMES é desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.
ARTIGO |
A Literatura e
a magistratura
goiana ( parte II *)
Também nos albores da república, emerge o vulto de
Augusto Ferreira Rios, que exerceu por longos anos o
cargo de Juiz de Direito da Comarca de Jaraguá – ele
instalou a Comarca de Uruaçu, minha terra natal – e
ascendeu ao cargo de desembargador do Tribunal de
Justiça do Estado. Seu nome constou entre os primeiros
acadêmicos, quando da fundação, em 1904, em Vila
Boa, por iniciativa de Eurídice Natal e Silva, da
Academia de Letras, e também entre os primevos, ao ser
reativada a entidade, em Goiânia, na década de 30.
Escreveu poesias a vida inteira e ficou famoso por
formatar em versos as suas decisões e despachos.
Publicou os livros de poesias “Bouquet”, em 1911,
“Triságios”, em 1922, “Hosanas”, em 1928 e, ainda, em
1957, “Ramalhete”.
O primeiro juiz de Direito nomeado para a Comarca
de Anápolis, Gastão de Deus Victor Rodrigues, foi
também destacado literato, no seu tempo, tendo
publicado, em 1905, “Agapantos”, livro de poesias
prefaciado pelo poeta Augusto Rios; em 1917, “Páginas
Goianas”, de estudos de vultos literários de Goiás, no
qual, na segunda parte do livro, inseriu alguns contos
de sua autoria, sob o título “Traços Multicores”,
conforme se colhe da citada obra de Coelho Vaz, à p.
117. O juiz Guilherme Xavier de Almeida, natural da
cidade de Morrinhos e que judicou na comarca de
Caldas Novas, figurou também como um dos primeiros
acadêmicos goianos, destacando-se como bom poeta,
contista, cronista e conhecedor profundo da língua
francesa, tendo sido também Prefeito Municipal de sua
cidade natal.
Também figurando como um dos pioneiros da
entidade acadêmica goiana, o professor e escritor Dário
Délio Cardoso exerceu o cargo de desembargador do
Tribunal de Justiça do Estado, do qual, por mais de oito
anos, foi presidente. Foi uma das personalidades mais
notáveis de sua época, tendo sido também senador da
República, deputado federal e diretor e professor do
Liceu de Goiás e da Universidade Federal de Goiás.
Publicou as obras “A Família”, “Formas de Governo
eFormas de Estado”, “Pareceres”, “Mandado de
Segurança” e “Recurso Extraordinário Eleitoral” (ob. Cit.
p. 129). Outro jurista cultor do que então se chamava
Itaney
Francisco
Campos
belas letras foi o desembargador Jovelino de Campos
(Goiás, 1887-RJ,1965), que também integrou, em seus
primórdios – 1939 – a Academia Goiana de Letras, de
que foi orador oficial, além de ter-se dedicado ao
magistério universitário. Nas palavras do acadêmico
Coelho Vaz, “poeta romântico, fazendo versos em
linguagem simples, pretendeu publicar o livro
“Magnólias”, cujo título se identifica com os da época,
que é o culto e amor às flores”
Luiz Ramos de Oliveira Couto – Luiz do Couto –
consta também como um dos fundadores da Academia
Goiana de Letras, na sua versão original, no ano de
1904, na cidade de Vila Boa, então capital do Estado.
Nesse ano publicou o seu primeiro livro de poesias,
“Violetas”; em 1913 levou ao prelo “Lilazes”, seguido,
em 1927, por “Moema”. Poeta lírico, de temática
romântica, sua biografia foi objeto de uma publicação
da lavra do desembargador Rogério Arédio Ferreira, do
TJGO, que o tem como patrono de sua cadeira na
Academia Itumbiarense de Letras.
(*) Nas próximas edições do encarte cultural do
jornal O MAGISTRADO, a continuação do texto de
autoria do desembargador Itaney Campos, onde fala
sobre a obra literária de outros magistrados goianos.
Acompanhe.
ITANEY FRANCISCO CAMPOS é desembargador do Tribunal de Justiça
de Goiás e diretor de Cultura da ASMEGO.
(*) Nas edições posteriores do encarte cultural do jornal O Magistrado, o desembargador Itaney Campos fala sobre a obra literária de outros magistrados
goianos, como Augusto Ferreira Rios, Gastão de Deus Victor Rodrigues, Dário
Délio Cardoso, Jovelino de Campos, Rogério Arédio Ferreira, Cyllenêo Marques de Araújo Valle, Maximiano da Mata Teixeira, Romeu Pires de Campos
Barros, Modesto Gomes da Silva, Antônio Theodoro da Silva Neiva, Ney Teles
de Paula, Geraldo Deusimar de Alencar, Weimar Muniz de Oliveira e Abílio
Wolney Aires Neto.
HOMENAGEM |
CRÍTICA LITERÁRIA |
O desembargador
João Ubaldo Ferreira
Sobre Modesto
Gomes
Ney Teles de Paula
Abilio Wolney Aires Neto
Aposentou-se no dia 2 de maio de 2011 um dos
homens mais importantes do Judiciário goiano. Verdadeiro
homem de bem, praticante da lei da justiça na íntima
convicção. Fez todo o bem que podia, foi útil, não deixou
queixas contra si. Do seu currículo, depreende-se as
vicissitudes da vida para chegar e concluir sua carreira,
com saúde para mais uns dez anos, pelo menos. Fez o
bem pelo bem, sacrificando todos os interesses pela
justiça. Alegrava-se pelos benefícios que distribuía, pelas
lágrimas que fez secar, pelo seu aporte nas sessões do
Tribunal de Justiça e sua sabedoria peculiar nos
pronunciamentos históricos que fez da tribuna da sua
cadeira na Corte Especial.
Chefe amoroso da família, parecia trazer, contudo, o
impulso de primeiro pensar nos outros, de tratar dos
interesses dos jurisdicionados, antes que dos seus. Bom,
humano, benevolente para com todos, sem distinção. Em
todos os anos da sua trajetória não se registrou qualquer
senão de ódio ou rancor. Culto, dono de raro
conhecimento sobre a história de Goiás, demonstrava ter
lido bastante a respeito, parecendo sempre encontrar as
qualildades onde muitos viam os defeitos.
Impoluto, o desembargador João Ubaldo vai usufruir
de uma memória viva de exemplo, com muita coisa boa
para fazer pela frente, em nova fase, legando à
posteridade o currículo da sua vida. Como dizia Carlile, a
história da humanidade não é senão a biografia dos
grandes homens. Ei-lo, vivo, em breve escorço biográfico:
Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade
Federal de Goiás, concluindo o Curso de Direito em 1972.
Atuou como escrivão de Polícia na Secretaria da
Segurança Pública do Estado de Goiás e secretário da
Academia de Polícia de Goiás de dezembro de 1969 a
agosto de 1973; afastou-se do cargo de escrivão de
Polícia em 1973 para tratar de interesse particular, ocasião
em que se iniciou na advocacia. Porém, retornou à função
pública como delegado de Polícia de carreira, cuja
nomeação se deu mediante concurso público, em janeiro
de 1974, permanecendo nesse cargo até 31 de dezembro
de 1976.
Exerceu os cargos de vice-diretor e diretor da
Academia de Polícia de Goiás. Ao exonerar-se do cargo de
delegado de Polícia, a pedido, passou a exercer a
advocacia como também o magistério, já que passou a
lecionar a disciplina Direito Processual Penal na Faculdade
de Direito da Universidade Católica de Goiás. Afastou-se
das atividades advocatícias porque prestou concurso para
o cargo de Juiz de Direito, logrando-se classificar em
segundo lugar nesse certame, cuja posse se deu no dia 09
de março de 1978.
Iniciou sua carreira de juiz-adjunto em Goiânia e na
comarca de Pontalina.
Em maio de 1987, foi removido para o cargo de Juiz
Auxiliar e Substituto de 3ª Entrância de Goiânia, pelo que
passou a desempenhar sua função nas comarcas de
Gurupi, Peixe, Colina de Goiás, Guaraí, Anápolis e Goiânia,
quando retornou ao cargo de Juiz de Direito, efetivandose nesta Capital no ano de 1991, junto à 3ª Vara Cível.
Em agosto de 1989, prestou concurso público perante
a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás,
quando, a partir do mês de setembro daquele ano, passou
a lecionar as disciplinas Direito Penal e Processual Penal,
exonerando-se, a pedido, em junho de 1993.
Posteriormente, desempenhou o cargo de 1º Juiz
Corregedor e Diretor do Foro de Goiânia, de 1992 a 1995.
Foi lotado junto à 1ª Vara da Fazenda Pública
Municipal e de Registros Públicos de 1995 a 2001. Em
seguida, passou a exercer a função de 3º Juiz Corregedor
da Corregedoria Geral da Justiça. Foi promovido, por
merecimento, ao cargo de desembargador, tomando
posse no dia 22 de março de 2002.
ABILIO WOLNEY AIRES NETO é Juiz titular da
9ª Vara Cível de Goiânia, professor e tem dez obras publicadas
Modesto Gomes está
entre os melhores cronistas
de Goiás. Notabilizou-se
como cultor deste gênero
aparentemente de fácil
consecução, porém revelador
de nuances dificilmente
fixadas no papel. Além de
cronista emérito, é historiador
e ensaísta, com vários livros
publicados.
Estas
considerações nos vêm a propósito do seu livro
de crônicas intitulado Um Rio Dentro dos Olhos,
lançado em Goiânia, no ano de 1977, com capa
muito sugestiva feita por Maria Guilhermina.
Suas crônicas, singelas, muitas vezes irônicas,
líricas, falam do cotidiano de todos nós, ora
retratando os lances do homem citadino que se
volta para a contemplação e reaproximação com
a natureza, ora retratando as contradições e as
expectativas que cercam a vivência do homem na
cidade grande. Um Rio Dentro dos Olhos: a
beleza do título sugere a plasticidade de uma
literatura autêntica, tecida em fios de pura
sensibilidade, acontecimentos dos dia-a-dia
ganhando permanência e validade pelos
caminhos da literatura. Exímio na difícil arte de
escrever, Modesto Gomes pondera: “E quem não
tem o seu rio, quem não tem a sua fonte de
lágrimas que é ao mesmo tempo sua reserva de
saudade e de esperança? Todos somos sensíveis
e carregamos um rio dentro de nós” (in A Rosa
Paradisíaca e outros escritos. Ed. Kelps. UBE/GO,
onde Ney Teles de Paula teceu os comentários
intitulados “Modesto Gomes e os fios de pura
sensibilidade”).
NEY TELES DE PAULA é desembargador e escritor.
AGENDA CULTURAL
Sons para todos os ouvidos
Se a preferência é pra MPB, rock, orquestra, não importa. A Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO)
preparou um roteiro de eventos que serão realizados no segundo semestre de 2012 para que os associados possam se
programar com antecedência e ainda conseguir preços e locais privilegiados. Abaixo, podem conferir o que mais lhes
agrada e, de forma rápida, saber o que acontece na capital quando o assunto é arte, cultura e diversão.
Concertos com a Orquestra Sinfônica de Goiás
SÉRIE GRANDES SOLISTAS
23 de Outubro
Horário: 20h30
Local:Teatro Sesi
Neil Thomson (Inlgaterra), regente convidado
Luiz Garcia (RJ), trompa
MOZART: Sinfonia no 32 em Sol Maior
SCHOECK: Concerto para Trompa e
Orquestra de Cordas BRAHMS: Serenata no
01 em Re Maior
A curtíssima Sinfonia de Mozart é seguida
pelo Concerto para Trompa que, apesar da
qualidade artística considerável, ainda é
pouco executado. A monumental e brilhante
Serenata de Brahms vem da mesma vertente
dos divertimentos musicais do século XVIII,
mas com a expressividade romântica
característica do compositor.
14 de Novembro
Horário: 20h30
Local: Teatro Escola Basileu França
Alessandro Borgomanero, violino e regência
Albrecht Breuninger (Alemanha)
MOZART: Adágio e Fuga
BACH: Concerto para Dois Violinos em Re
Menor
KORSAKOV: Fuga “No Monastério”
YSAYE: “Variações Paganini” para Violino e
Cordas BARTOK: Danças Folclóricas
Romenas
Neste concerto, a Filarmônica contempla
todos os períodos da música erudita,
transitando do barroco ao moderno. Eugene
Ysaye faz homenagem ao grande gênio do
violino Niccoló Paganini, desafiando todas as
dificuldades técnicas desenvolvidas pelo
mestre italiano. Como solista teremos a
presença do exímio violinista alemão,
Albrecht Breuninger.
Coro de Câmara da EMAC-UFG
Solistas Convidados HAENDEL: O Messias
Importante nome no meio acadêmico
musical e no canto coral de Goiás, Ângelo
Dias rege o concerto de encerramento da
Série “Grandes Solistas”. Uma das obras
mais importantes do repertório sacro, o
oratório “O Messias”, contém páginas
conhecidas da música ocidental, como o
coro “Aleluia”. A obra narra a vida de Jesus
Cristo, desde sua anunciação, nascimento,
vida, morte e ascensão ao Céu.
Outras
agendas
CONCERTO PARA A JUVENTUDE
Plural - Cia de Teatro Nu escuro
Horário: 21h00
Ingresso:
R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
09 de dezembro
Horário: 11 horas
Local: Palácio da Música – CCON
Angelo Dias (GO), regente convidado
Coro de Câmara da EMAC-UFG
Solistas Convidados
HAENDEL: O Messias
NO TEATRO GOIÂNIA
29/09
30/09
Abertura do Projeto Workshop,
Grupo Bastet 9 Anos
Espetáculo: Perfume para argamassa –
Kleber Damasso e Viviane Domingues
Horário: 20h00
Ingresso: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
CONCERTOS DE CÂMARA
1 a 7 /10
16 de setembro
Horário: 11 horas
Local: Centro Cultural UFG Marshal Gaioso,
direção musical
REINECKE: Sexteto para Sopros
REINECKE: Octeto para Sopros
CONCERTO DE NATAL
6 de Dezembro
Horário: 20h30
Local: Igreja Rosa Mística
Angelo Dias (GO), regente convidado
Data: 18 de Novembro
Horário: 11 horas
Local: Centro Cultural UFG
Eliseu Ferreira, direção musical
TASMAN: Quatro Impressões para Sopros
NOVACEK: Sinfonietta
DUBOIS: Primeira Suite para Instrumentos
de Sopro
Goiânia Mostra Curtas
Com sessões diurnas e noturnas
18 a 21/10
Goiânia em Cena
Com sessões diurnas e noturnas
08 a 11 DE NOVEMBRO
Festival Sesi Canta Cerrado
Local: Teatro Sesi
Avenida João Leite, 1.013,
Setor Santa Genoveva
Horário: 20 horas
Informações: 62-4002-6213
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