A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
Jamili Souza Costa1
RESUMO
Avaliar vem do latim segundo o autor Cipriano Carlos Luckesi (2006, p. 92)
provém da composição a-valere, que quer dizer “dar valor a...” Em decorrência
de padrões históricos- sociais, que se tornaram crônicos em exercícios
pedagógicos escolares, a avaliação no ensino assumiu a prática de provas e
exames, o que tem gerado um desvio no seu uso. Deixou de ser utilizada para
a construção de resultados satisfatórios tornou- se um meio para classificar e
titular; tem significado um poder que só o professor detém e o torna capaz de
decidir sobre a mudança de série, classe, ou nível do aluno, perdendo o seu
verdadeiro papel: auxiliar o crescimento e a aprendizagem dos educandos.
Palavras – chave: avaliação, aprendizagem, educandos.
INTRODUÇÃO
A avaliação é uma constante em nosso cotidiano, em casa, em nossa
trajetória profissional, durante a folga, quando nos relacionamos, tudo que
fazemos inclui um julgamento de valor um apreço ou merecimento.
A avaliação faz parte da vida humana, ela acompanha o ser humano em
todos os seus processos decisórios, ela é um dos motores da vida na escola,
na família, nas comunidades, nas gestões educacionais ela é presença nas
relações interpessoais, sociais e culturais – nas mais diversas dimensões da
vida de homens e de mulheres.
1
Graduanda do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia- CFPCentro de Formação de Professores. Av. Nestor de Melo Pita, n. 535, Centro, Amargosa/BA, Brasil. CEP: 45.300000. E- mail: [email protected]
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A avaliação neste sentido implica um ato de julgamento e classificação
do que é bom ou não para nós para nossa família e para o nosso futuro. A
escola igualmente assim acaba tendo sua prática de julgar que não deixa de
ser também excludente.
Segundo Luckesi(2006) “a avaliação pressupõe acolhimento, tendo em
vista a transformação”, porém a prática avaliativa de provas e exames visa a
separação entre os que conseguiram atingir um meta e os que não
conseguiram, se pensada desse jeito ela acaba sendo um julgamento de valor.
Na verdade a avaliação por ser uma ação humana deveria envolver um ato
amoroso, sendo que:
“este é o que acolhe a situação, na sua verdade (como
ela é). Assim manifesta- se o ato amoroso consigo
mesmo e com os outros... o ato amoroso é um ato que
acolhe atos, ações, alegrias e dores como eles são;
acolhe para permitir que cada coisa seja o que é, neste
momento. Por acolher a situação como ela é, o ato
amoroso tem a característica de não julgar.
Julgamentos aparecerão, mas, evidentemente, para
dar curso à vida( à ação) e não para excluí- la. (
LUCKESI, 2006, p. 171)
Esse sentimento precisa estar presente principalmente nas relações em
sala de aula, o professor precisa respeitar as dificuldades e o processo de
aprendizagem dos alunos, dando todo apoio e orientação necessária para
ampliar sua formação enquanto estudante e ser social.
“Um outro lado na questão avaliativa é o aspecto
normativo do sistema de ensino que diz respeito ao
controle social. À escola é socialmente delegada a
tarefa de promover o ensino e a aprendizagem de
determinados conteúdos e contribuir de maneira efetiva
na formação de seus cidadãos; por isso a escola deve
responder à sociedade por essa responsabilidade.”
(BRASIL, 1997,p. 90)
De acordo com o exposto é possível observar que é por esta questão
que existem as notas escolares, o retorno que a sociedade deseja é a através
da atribuição de pontuações que resultará no avanço ou permanência do aluno
de uma série para outra.
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O fenômeno da avaliação tem múltiplos olhares e por ser uma ação
humana a concepção que cada um dos professores tem da mesma é
dependente também de sua história de vida, de suas recordações escolares,
como acontecia o processo de ensino e de avaliação, e igualmente suas
perspectivas sobre a classe que leciona, da maneira como discerne a
educação no Brasil, bem como seu compromisso frente à profissão de
educador.
Se o professor é um profissional que não investe pedagogicamente e
não exerce a profissão por amor e compromisso, com certeza em sala de aula
será apático pouco se preocupando se realmente houve aprendizado e
desenvolvimento dos educandos. Neste sentido avaliação terá objetivo apenas
de classificação e exclusão.
Mas se por outro lado o educador é comprometido com seu papel social
ele sempre estará atento ao que acontece em sua sala de aula e estará
sempre desempenhado a buscar sempre bons subsídios tanto para seu
trabalho docente quanto para o desenvolvimento dos discentes. Por esse
ângulo a avaliação terá caráter acolhedor.
“A avaliação só pode funcionar efetivamente
num
trabalho
educativo
com
essas
características. Sem essa perspectiva dinâmica
de aprendizagem para o desenvolvimento, a
avaliação não terá espaço; terá espaço, sim, a
verificação, desde que ela só dimensiona o
fenômeno
sem
encaminhar
decisões.
A
avaliação implica a retomada do curso de ação,
se ele não tiver sido satisfatório, ou a sua
reorientação, caso esteja se desviando.” (
LUCKESI, 2006, p. 100)
Por tudo que foi exposto é possível compreender que como ato humano
a avaliação é inerente a nossa vida, e na escola sendo um espaço de
aprendizagem, onde nos relacionamos com outras histórias e culturas não será
diferente.
Porém é preciso ter cuidado e refletirmos sobre a função que atribuímos
a ela, assim e fundamental que cada educador se sinta desafiado a repensar
sobre sua atuação pedagógica reconhecendo a necessidade de construir
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métodos avaliativos eficientes que atendam a toda a sua classe, e contribua
para a progressão da aprendizagem dos alunos.
AVALIAÇÃO NA PRÁTICA ESCOLAR: FUNÇÕES E CLASSIFICAÇÃO
Existem vários modalidades de avaliação como, por exemplo, a
somativa em que seu principal foco é classificar os alunos ao final de cada
unidade, para rotula-lo como aprovado ou reprovado, a classificatória que se
objetiva verificar a aprendizagem através de quantificações:
Este tipo de avaliação pressupõe que as
pessoas aprendam do mesmo modo, nos
mesmos momentos e tenta evidenciar
competências isoladas. Ou seja, algumas,
pessoas que por diversas razões têm maiores
condições de aprender, aprendem mais e
melhor. Outras, com outras características, que
não respondem tão bem ao conjunto de
disciplinas, aprendem cada vez menos e são
muitas vezes excluídos do processo de
escolarização. (SANTOS, VARELA, 2007, p.3)
A avaliação formativa tem o propósito de informar sobre os resultados
durante o desenvolvimento das atividades escolares, ela indica como os alunos
estão referentes aos objetivos propostos, um outro tipo de avaliação conhecida
é a diagnóstica, ela se dá como uma espécie de sondagem sobre o que o
aluno aprendeu e geralmente ocorre no inicio de cada ciclo para uma tomada
de decisões em favor do ensino. A avaliação também tem varias funções
dentre elas:
...condiciona os fluxos de entrada e de saída do
sistema escolar, bem como as passagens entre
os diferentes subsistemas, classes e cursos;
torna possível o controle parcial sobre os
professoresquer
por
parte
dos
administradores da educação quer por parte
dos próprios pares; define as informações e as
mensagens a transmitir aos pais e aos
organismos de tutela; constitui um elemento
importante na gestão da aula na medida em
que influencia as aprendizagens, o sistema de
disciplina e as próprias motivações dos alunos;
fornece ao professor informações importantes
sobre a sua própria imagem profissional e
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sobre os métodos pedagógicos que utiliza. (M.
BONAMI, 1986, PP. 63-64, Apud AFONSO,
2005, p. 18)
No entanto a presente pesquisa se remete a avaliação da aprendizagem
que visa determinar se os objetivos pedagógicos elaborados no inicio do
processo estão sendo atingidos pelos sujeitos participantes.
A avaliação da aprendizagem deve ser uma parceria entre professor e
aluno, e estes devem ser avaliados em suas capacidades levando em conta
não só o que ele sabe, mas também como utiliza o saber.
“A avaliação da aprendizagem existe propriamente para garantir a
qualidade da aprendizagem do aluno. Ela tem a função de possibilitar uma
qualificação da aprendizagem do educando.”( Luckesi, 2006, p. 66)
A avaliação da aprendizagem escolar subsidia o professor com
elementos para uma reflexão contínua sobre sua prática, para a criação de
novos instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos que devem ser
revistos e ajustados para adéqua- los ao processo de aprendizagem de todo o
grupo. Para o aluno é o instrumento de tomada de consciência de suas
conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização
de seus
investimentos na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir
prioridades e localizar quais aspectos das ações educacionais demandam
maior apoio.
Tomar a avaliação nessa perspectiva e em todas essas dimensões
requer que esta ocorra sistematicamente durante todo o processo de ensino e
aprendizagem e não somente após o fechamento de etapas do trabalho, como
é o habitual. Isso possibilita ajustes constantes, num mecanismo de regulação
do processo de ensino e aprendizagem, que contribui efetivamente para que a
tarefa educativa tenha sucesso.
“Somente podemos considerar que uma avaliação do rendimento
escolar seja eficiente quando é produto de uma observação constante, e não
somente concentrada nos momentos de provas e exames” (Antunes 2002)
Partindo destes pressupostos apresentados por Antunes (2002) é
possível afirmar que não existe avaliação se não existir perspectiva por
resultados. Assim, o primeiro passo a ser dado para se pensar em uma
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mudança no critério utilizado para a avaliação da aprendizagem é esclarecer
que quando um professor propõe uma atividade escolar ele pressupõe a
melhoria da capacidade de seus alunos, suas inteligências e suas
competências.
A avaliação investigativa instrumentalizará o professor para que possa
por em pratica seu planejamento de forma adequada as características de seus
alunos. Esse é o momento em que o professor vai se informar sobre o que o
aluno já sabe de determinado conteúdo para a partir daí estruturar sua
programação, definindo os conteúdos e o nível de profundidade em que devem
ser abordados.
Para Hoffmann (1993) a avaliação pode ser entendida como uma
atividade constante do professor que segue passo a passo o processo de
ensino-aprendizagem. Pela avaliação é possível analisar os resultados obtidos
pelo aluno, comparando-os aos objetos propostos, verificando os progressos e
dificuldades, na qual o professor deve saber que cada aluno possui um modo
de aprender diferente e utilizar metodologias adequadas para seus alunos. A
avaliação escolar é muito importante, pois faz com que o aluno assuma poder
sobre si mesmo, tenha consciência do que é capaz de melhorar.
O ato de avaliar por sua constituição mesma, não se
destina a um julgamento definitivo sobre alguma coisa,
pessoa ou situação, pois que não é um ato seletivo. A
avaliação se destina ao diagnóstico e por isso mesmo,
a inclusão; destina- se a melhoria do ciclo de vida.
Desse modo, por si, é um ato amoroso. (LUCKESI,
2006, p. 180).
Assim constata-se que a avaliação da aprendizagem é inerente e
indissociável ao processo de aprendizagem do aluno, pois com ela o mesmo é
capaz de reconhecer o seu erro e através dele buscar futuros acertos e novos
aprendizados; para o professor esse instrumento é capaz de revelar possíveis
mudanças na sua prática e lhe conduzir a novos meios para transformar as
dificuldades de seus educandos em fontes de virtudes.
Diante de todas essas questões, percebe- se que a avaliação depois do
processo de ensino é o eixo mais importante na formação do individuo e por
isso se faz necessário uma quebra total do tradicionalismo que infelizmente nos
dias de hoje ainda encontra-se inserido na maioria das escolas.
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A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO: PERSPECTIVAS SOCIOFORMATIVAS
A avaliação permite uma reflexão para mudança da prática e do
planejamento, através dela é possível diagnosticar o que está favorecendo ou o
que está impossibilitando o avanço do aluno.
A avaliação subsidia o professor com
elementos para uma reflexão contínua sobre a
sua prática, sob a criação de novos
instrumentos de trabalho e a retomada de
aspectos que devem ser revistos, ajustados e
reconhecidos como adequados para o
processo de aprendizagem individual ou de
todo grupo. (BRASIL, 1997, P. 81)
Vista dessa forma a avaliação deve ocorrer durante todo o processo e
não somente no final das etapas de unidades, a avaliação deve ter como fim a
aprendizagem dos alunos e não somente a nota, pois esta acaba gerando
desconforto e certo medo nos mesmos que já entram na escola com a visão de
que as provas são apavorantes e que precisam tirar uma nota para ser
aprovado, não dando nenhuma importância ao aprendizado, o qual na verdade
deveria ser o foco principal da avaliação.
Paro (2001) vem sabiamente dizer que “a educação se dá por meio da
ação pedagógica que, como atividade adequada a um fim, constitui trabalho
especificamente humano, passível de avaliação como todo trabalho humano”.
O autor acrescenta que a ação pedagógica é também trabalho, pois possui
propriedades e especificidades, e tem como objeto e sujeito o educando.
...o educando é ao mesmo tempo objeto e
sujeito. É objeto porque, como todo objeto de
trabalho é a “matéria” sobre a qual se aplica o
trabalho e cuja transformação se busca, não
acertadamente a transformação física, mas a
transformação em sua personalidade viva por
meio da aquisição da cultura (novos
conhecimentos, valores, crenças, habilidades,
competências etc.). Mas é também sujeito, pois
o objetivo central da educação é precisamente
a atualização histórica do homem. (PARO,
2001, p. 36).
Essa
ação
pedagógica
requer
um
cuidado
na
avaliação
da
aprendizagem, pois o sujeito não pode ser visto apenas como objeto, no qual a
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escola fará a transposição de informações e ao fim deste processo verificará se
os conteúdos formam aprendidos, mas sim como sujeitos únicos e singulares e
a avaliação concebida durante todo o processo com a possibilidade de retomar
os aspectos que não foram atingidos. A avaliação deve garantir a boa
qualidade do aprendizado, o cuidado com o ensino e com a formação do
indivíduo.
Nunca se deve esquecer que a importância de
um processo educativo deriva do fato de que é
em seu interior que se realiza a formação
humana de cujo êxito depende o futuro do
indivíduo e também o da sociedade. Por isso a
importância da avaliação é função direta da
necessidade de se evitar a má formação do
indivíduo, que lhe impõe marcas indeléveis que
nunca serão detectadas pelos mecanismos
convencionais da avaliação do produto, mas
que poderão comprometer irremediavelmente
sua vida e seu desempenho social. (PARO,
2001, p. 39).
Quando a avaliação ocorre com a função de fornecer subsídios para
analisar o processo e corrigir os erros cometidos em busca de objetivos, ela
demonstra o cuidado com a qualidade do ensino e com o aprendizado dos
educandos, quando isso acontece o aluno se sente contemplado, pois em geral
fazemos construções por meio dos significados que atribuímos aos fenômenos
em que nos rodeiam no contexto em que vivemos, logo os alunos farão um
significado positivo da avaliação.
A avaliação deveria ser e entendida por educadores e educandos como
aquela que tem como propósito a modificação e a melhora continua, ela é um
instrumento educativo que informa e valoriza o processo de aprendizagem e
oportuniza a propostas educacionais mais apropriadas.
É ou deveria ser
flexível, uma intervenção nos próprios planejamentos para adéqua- lós as
necessidades da turma.
A adoção do conceito de educação como
atualização histórico- cultural de indivíduos leva
a constatação não apenas da extrema
importância da contínua avaliação para o bom
desenvolvimento do processo, mas também da
necessária consciência do sujeito a respeito
desse andamento, ou seja, da auto - avaliação.
Se educação é processo de apropriação da
herança histórico - cultural pelo individuo, isto
se dá com o fim de construir a própria
personalidade deste, sendo crucial, para tanto,
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a autoconsciência de seus progressos e
dificuldades. (PARO, 2001, 43)
Observa – se através da afirmação citada por Paro (2001) que o sujeito
de todo o processo é o aluno e este deve querer aprender tornando assim sua
aprendizagem prazerosa e significativa, porém a avaliação tradicional de
práticas de provas e exames para a reprovação ou aprovação não contribui
para essa conquista, pelo contrário essa prática torna os alunos reféns de um
processo de seleção e classificação.
A avaliação na perspectiva de auxiliar o conhecimento e formação plena
do individuo é a aquela que provoca no aluno o desejo de aprender e corrigir os
seus erros, porém quando ela é utilizada como punição e repreensão ela vem
carregada de medos e insatisfação.
O prazer de aprender desaparece quando a
aprendizagem é reduzida a provas e notas; os alunos
passam a estudar para se dar bem na prova e para
isso têm de memorizar as respostas consideradas
certas pelo professor ou professora. Desaparecem o
debate, a polêmica, as diferentes leituras do mesmo
texto, o exercício da dúvida e do pensamento
divergente, a pluralidade. A sala de aula se torna um
pobre espaço de repetição, sem possibilidade de
criação e circulação de novas ideias. (GARCIA, 1999,
p. 41apud MELO e BASTOS, 2012, p. 6)
Não basta apenas para os alunos adquirir os conhecimentos isolados
sem nenhum significado e não saber usa-lós para a vida em comunidade é
preciso que esses novos conhecimentos sejam introduzidos de maneira que os
alunos compreendam a sua aplicabilidade. A finalidade, por conseguinte do
ensino
e
da
avaliação
da
aprendizagem
é
criar
condições
para
desenvolvimento das capacidades dos alunos.
Nesta percepção o professor é o mediador desse conhecimento é ele
quem oferece condições para que ocorra a aprendizagem dos alunos, sua
presença é indispensável para que aconteça de forma competente a ação
educativa. O papel dos alunos é estar abertos a esses novos conhecimentos,
portanto ele também é um elemento ativo no processo ensino- aprendizagem.
Não é possível separar a prática avaliativa da prática educativa tendo
em vista que elas se constituem em um conjunto que se completam e tem
como fim o processo ensino-aprendizagem. Assim a avaliação e a prática
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educativa assume o papel de formação do individuo em sentido amplo e
emancipatório.
Para que isso ocorra à avaliação deve subsidiar a formação de sujeitos é
preciso que ela assuma o papel de guia para o trabalho pedagógico para que
seja um processo construtivo que busque conhecer o desempenho dos alunos
e a partir dele refazer, ajustar e aprimorar o fazer pedagógico para trazer
resultados efetivos para que os indivíduos desenvolvam as competências
previstas e obtenham aprendizagem proveitosa tanto para o presente como
para o futuro, se vista deste ângulo a avaliação permitirá formar e inserir
indivíduos com percepção, criatividade posicionamento e criticidade.
Partindo do pressuposto acima citado é fundamental que ocorra uma
entrega do professor e também do aluno para que ambos estejam aliados na
busca deste novo significado para a avaliação da aprendizagem escolar, a fim
de que ela seja um instrumento que venha a favorecer nos aspectos mais
amplos do processo ensino aprendizagem.
A Lei de Diretrizes e Bases nº
9.394 de 20 de Dezembro de 1996, não prioriza o regra rígida de notas, de
acordo com ela a avaliação deve privilegiar os resultados obtidos durante todo
o processo e não somente no final das etapas, ela determina que a avaliação
devem ter critérios contínuos e cumulativos, com prioridades dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos. Para tal o professor deve conscientizar- se
que aspectos não são apenas notas são registros de acompanhamentos do
percurso e direcionamento do caminhar dos alunos.
CONCLUSÃO
Para que os processos avaliativos executados em sala de aula venham
contribuir para a aprendizagem é preciso que haja um diálogo entre
professores e alunos a fim de discutir o que vem contribuindo ou não e o que
poderia ser feito para melhorar o processo.
A avaliação é uma tarefa didática necessária e
permanente do trabalho docente, que deve
acompanhar passo a passo o processo de ensino e
aprendizagem. Por meio dela, os resultados que vão
sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do
professor e dos alunos são comparados com os
objetivos propostos, a fim de constatar progressos,
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dificuldades e, também, reorientar o trabalho docente.(
BARBOSA, 2008, P. 1)
Através das palavras da autora é possível evidenciar que é preciso
haver uma sintonia, pois a avaliação reflete não só a aprendizagem dos alunos,
mas também a qualidade do trabalho do professor, esta avaliação da
aprendizagem deve se refletir em processo contínuo tendo o professor como
observador das mudanças e objetivos alcançados para decidir sobre o
caminhar de seus planejamentos e ações.
No processo interativo entre docentes e discentes a avaliação assume
um caráter de cooperação para a aprendizagem, sendo o professor um
facilitador para esse processo e o diálogo a peça chave para que essa
interação professor aluno aconteça, e a educação provém dessas relações.
Avaliar por simplesmente avaliar não traz nenhum resultado satisfatório
porque se o professor não faz uma reflexão com os docentes acerca do que
está incorreto ele talvez nunca saberá os caminhos necessários para o acerto.
“O processo avaliativo deverá ocorrer em favor do
aluno, sujeito do processo, aliado de sua aprendizagem
e promover o desenvolvimento de sua autoestima,
gerando o desejo de conhecer mais e fortalecendo o
seu vínculo com a escola.” (Santos, Varela, 2007, p. 6)
Este processo deve ser um procedimento dinâmico de constante
interação entre professor e aluno e não uma espécie de castigo onde o
professor o utiliza como uma forma de punição ou repreensão para os alunos
que não se enquadram dentro um padrão estabelecido pela sociedade.
A relação professor aluno tem um papel essencial para estimular os
alunos a buscar a aprendizagem e o professor é o grande responsável por
fazer com que os alunos desenvolvam suas capacidades, pois os alunos
reconhecem quando um professor está disposto a ensinar, dialogar, a respeitar
as diferenças, toda a sua pratica reflete na vida escolar dos alunos.
As condutas do professor influem sobre a
percepção que os alunos têm de sua própria
relação com os professores. Não basta o que o
professor faz; é necessário que o aluno
perceba o interesse do professor. O trato do
professor com alunos concretos (ou com todos,
cada um em seu momento) tem um impacto
muito poderoso nos alunos. (MORALES, 1999,
p. 60 apud GUEDES, 2010, p. 17).
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Esta citação nos faz refletir sobre a postura que o professor deve ter
com seus alunos e da consciência que ele necessita ter de que em suas salas
de aula há uma diversidade de seres, cada um com suas crenças, culturas,
saberes e dificuldades e o professor é o mediador para que aconteça a
aprendizagem desses alunos. Ainda sobre a relação professor aluno Freitas
(2008) vem afirmar que:
Ao professor, cabe a responsabilidade inicial de, como ponte, fomentar
os seus sonhos e de seus alunos, incentivando-os com seus exemplos e
ações. Ao aluno cabe a ousadia de trazer seus sonhos e de não aceitar nada
menos do que ser tratado como homem – sujeito – nessa relação; a “rebeldia”
de não aceitar nada preestabelecido, mas negociando na parceria as
estranhezas. Aos dois, cabe a “loucura” de se permitirem a relação com tudo
que é peculiar de suas diversidades. (FREITAS, 2008, p. 21, apud MORALES,
2010, p. 19).
Quando ocorre a troca de vivencias de forma afetiva a oportunidade de
construir aprendizagem significativa é mais favorável porque o aluno irá atribuir
importância ao que esta aprendendo e o professor irá ter um retorno positivo de
sua prática.
Atualmente a avaliação da aprendizagem assume o papel de provas e
exames para atribuir uma nota quantitativa aos alunos promovendo- os ou
retendo- os a uma série ou ano, dessa forma ela perde o seu verdadeiro papel
que seria um processo de permanente ação mútua educador educando para
avaliar o desenvolvimento de ambos visando analise, aprimoramento e
mudança.
A necessidade de avaliar será sempre necessária não há como não
praticá-la, entretanto é possível torná- la mais eficaz se destinando a melhoria
do processo educativo, para tanto o educador precisa olhar sempre para seus
alunos com olhar atencioso procurando identificar suas ações e reações só
assim poderá compreender o que eles necessitam para que a aprendizagem se
consolide verdadeiramente.
Os alunos esperam sempre serem reconhecidos e valorizados em suas
qualidades, sendo assim a relação educador- educando não deve ser uma
relação de imposição e sim uma relação de troca, de respeito e de cooperação,
sendo o aluno considerado um sujeito ativo para a construção do conhecimento
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e o professor o mediador desses conhecimentos. Paulo Freire (1996) reflete
sobre a influência do professor na relação com os seus alunos:
“[...] o professor autoritário, o professor licencioso, o professor
competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o
professor amoroso da vida e das gentes, o professor malamado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio,
burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos
sem deixar sua marca”. (FREIRE, 1996, p.96 apud MIRANDA,
2008, p. 5)
Esses sentimentos não devem interferir na prática do professor com
seus alunos, pois muitas vezes a relação professor aluno transpõe a sala de
aula. É visível que quando existe sentimentos, troças, respeito mútuo,
confiança e comunicação uma relação pode se tornar uma ligação que irá durar
uma vida toda.
Alguns momentos vividos por professores e alunos em sala de aula
deixam marcas jamais esquecidas, por esse motivo que ambos precisam estar
empenhados
para
que
se
concretize
uma
relação
de
doação
e
comprometimento para que a sala de aula se torne um ambiente favorável a
aprendizagem.
Considerando – se que avaliar requer atenção é crucial que o professor
se mobilize a ver sua sala de aula como um espaço de vivências múltiplas,
onde o professor precisa estar atento para não romper ou abalar a relação
construída ao longo do processo. O professor precisa ter cuidado de planejar a
avaliação de acordo com as características de seus alunos para que esta
venha favorecer o seu avanço durante o ano letivo.
A avaliação da aprendizagem escolar é uma pratica que necessita de
mudanças, a medida que estas forem se concretizando a relação professor
aluno também mudará, está será pautada no diálogo, reflexão, ação
e
melhoria da qualidade da aprendizagem dos alunos, e será uma prática
inclusiva, dinâmica e construtiva.
Considerando, então, a concepção de que deve – se pensar a avaliação
da aprendizagem escolar, cabe – nos questionar: a avaliação da aprendizagem
que ocorre nas escolas serve para avaliar ou classificar? Para responder essa
indagação é preciso propor uma discussão a respeito do significado da
avaliação na concepção pedagógica no atual contexto escolar que vivemos.
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – DCIE NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD
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RESUMO INTRODUÇÃO