EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ABORDAGEM QUALITATIVA NA ESCOLA
MODELO LUÍS EDUARDO MAGALHÃES- ILHÉUS/ BAHIA.
Mariane de Santana Gama- UESC
[email protected]
Tassiana de Oliveira Santos- UESC
[email protected]
Naiane Moreno Souza- UESC
[email protected],
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo analisar a percepção dos alunos acerca
dos conhecimentos sobre as questões ambientais.
Palavra-chaves: Aprendizagem; redes sociais; meio ambiente; sociedade.
INTRODUÇÃO
O ser humano tem por natureza a necessidade de apropriar-se do
meio como garantia de sua sobrevivência. Desde os tempos mais remotos o
homem buscou se organizar no espaço e associar-se em grupos para autopreservação
da
espécie
(OLIVEIRA,
2000).
Tais
agrupamentos
se
caracterizavam por seres brutos e desobedientes; caçadores e coletores dos
bens que o meio provia que desenvolveram aptidões físicas e técnicas. O ser
homem começou por desbravar o planeta virgem. A partir daí o homem fora
obrigado a conviver em grupo e criar regras e limites para a sua própria
existência, o que não difere da sociedade contemporânea que não foge desse
dilema, porém, enfrentando novas dificuldades e/ou facilidades que os avanços
tecnológicos a proporcionam.
Todo o meio foram sofrendo alterações, seja por força da própria
natureza em movimentos endógenos ou exógenos, seja pela degradação do
ser homem. Urge então a premência de estudar medidas de ações positivas
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que visem à preservação e incitem na sociedade o sentimento de cuidado para
com o ambiente em que vive. Visto isso nos cabe pesquisar o papel da
educação na transmissão de determinados saberes, sobretudo a temática
“Educação Ambiental”; qual o entendimento dos alunos sobre a temática e
onde passam a buscar conhecimento sobre o assunto.
Atualmente, a internet proporciona todo em câmbio em alguns cliks.
Tornou-se ferramenta quase que indispensável à população, que está mais
dinâmica e dependente dos meios de comunicação. A nova geração busca nos
sites de pesquisas qualquer coisa que lhe chamem à atenção. O grande fato é
que “as novas mídias mudaram a forma como os jovens socializam e
aprendem” (COMO..., 2013, online). Desta maneira, escola, professores e
alunos devem compreender que os jovens de hoje veem nos ambientes virtuais
novas formas de aprendizado e socialização de informações. A escola
necessita absorver esses novos mecanismos tecnológicos a fim de instigar o
aluno a buscar novos caminhos de interação com o meio em que vive, podendo
visualizar o entorno local e mundial no qual vive. Abordar o tema “Educação
Ambiental- EA” no espaço escolar vai além que apenas discutir preservação
por preservação, sendo que em muitos casos, este conhecimento é transmitido
num discurso vazio e descontextualizado, reduzindo a realidade local e as
necessidades que o meio em que o aluno vive necessita. “O homem não pode
se compreendido fora de suas relações com o mundo, de vez que é um serem-situação (grifo do autor), é também um ser do trabalho e da transformação
do mundo” (FREIRE, 1975, apud OLIVEIRA, 2000, p. 80). Deve-se conhecer
para aplicar e não ensinar ao aluno a refletir no vazio.
Há então premência de discutir e analisar os conhecimentos que os
alunos possuem sobre a temática, sobre suas próprias atitudes e se isto é
discutido na escola. Para isso, utilizando de um questionário aplicado com
alunos da Escola Modelo Luis Eduardo Magalhães, do 1º, 2º e 3º anos do
Ensino Médio, no município de Ilhéus/ BA. Nosso objetivo consistia em saber
como a disciplina era abordada, ou se existia, bem como revelar a intimidade
dos alunos com o assunto.
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METODOLOGIA
Utilizamos da pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo pesquisa-ação,
com levantamento bibliográfico, para melhor entendemos o comportamento e
ações dos indivíduos frente ao tema delineado.
A confecção desse trabalho se deu em duas etapas. Na primeira,
utilizamos o questionário como instrumento de pesquisa, a relação dos alunos
com os conhecimentos prévios sobre questões ambientais. A segunda etapa
fora a fase de tabulação dos dados obtidos pela análise inicial, levantando
discussões teorizadas por autores da área.
A presente pesquisa foi realizada no Colégio Estadual Luís Eduardo
Magalhaes situado no Município de Ilhéus-BA, onde foi possível a aplicação de
questionário aos respectivos alunos matriculados regularmente no ensino
Médio, 1º, 2º e 3º ano. Ao total aplicamos 210 questionários. As perguntas
foram formuladas com linguagem simples, facilitando a interpretação das
questões apresentadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Abaixo podemos visualizar as perguntas direcionadas aos discentes
do Colégio Luiz Eduardo Magalhães.
Perguntas
Opções
Nenhum
Pouco
1.
Qual o seu nível de
conhecimento sobre
Razoável
Educação Ambiental?
Bom
Muito bom
Sim
2.
Você sabe o que
Não
vem a ser Resíduos Sólidos?
Um pouco
Sim
3.
Você sabe o que
são energias renováveis?
Não
4.
Você tem
Sim
Quantidade de
alunos
0
4
34
28
4
46
6
18
66
4
64
% de
alunos
0%
5,71%
48,58%
40,00%
5,71%
65,72%
8,57%
25,71%
94,29%
5,71%
91,43%
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consciência dos impactos
ambientais que suas atitudes
diárias podem causar?
Não
6
8,57%
Nenhum
0
0,00%
5.
Qual o seu nível
Pouco
4
5,71%
de conhecimento em relação
Razoável
20
28,57%
a coleta seletiva e
Bom
40
57,15%
reciclagem?
Muito bom
6
8,57%
Sim
62
88,57%
6.
Você sabe o que
é sustentabilidade?
Não
8
11,43%
Professor
12
17,14%
7.
Qual o meio de
Livro
lhe auxilia mais para que
didático
10
14,29%
adquira conhecimento sobre
Mídia
30
42,86%
as áreas citadas a cima?
Redes
Sociais
18
25,71%
Tabela 1Resultados dos questionários aplicados com os alunos.
Diante dos dados (Tabela1) evidenciamos alguns elementos vivenciados
no cotidiano dos alunos, bem como suas interpretações acerca dos recursos
naturais, preservação e meios que auxiliam na compreensão sobre EA. Isso
nos deu base para discussões posteriores.
A Educação Ambiental é um processo contínuo e permanente através de
todas as fases do ensino, seja ele formal ou não, e que dentro de uma
educação critica e inovadora visa a formação de indivíduos voltados para uma
transformação social. O advento da revolução dos transportes e, por último, do
fluxo intenso das informações, as relações entre os seres humanos sofreram
significativas alterações e numa velocidade incrível dentro de um espaço curto
de tempo (DIAS, 1999). Por conta dessas mudanças e dos impactos que as
mesmas apresentam ao planeta, uma reeducação acercas das questões
ambientais deve ser apresentada a sociedade. Com a análise da tabela acima,
a partir das respostas apresentadas pelos alunos, podemos perceber que eles
possuem “conhecimento” sobre pontos que estão em pauta nas mídias, porém
não sabemos com extremamente certeza que esses “conhecimentos” são mais
superficiais que profundos.
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Quando verificamos a questão da aquisição das informações sobre
ecologia, notamos que a maioria advém das mídias e redes sociais. Uma das
hipóteses é que o livro didático não oferece recursos nem informações
suficientes para sanar a curiosidade ou necessidade de se aprender EA, além
da internet proporcionar maneiras mais atraentes de verificar o assunto; outra é
que, o constante contato dos jovens com as redes e mídias sociais, facilitam a
visualização e interação com diversas linhas de abordagem científica.
A popularização da internet permite que o aluno que chega à sala de
aula esteja conectado as mais diferentes redes. Elas lhes fornecem
informações instantâneas. Além do mais a mesma informação que é
passada pelo professor em sala de aula na Internet aparece de forma
muito mais atraente com vídeos, áudios, entrevistas e pontos de vista
diferentes (FORMENTIN; LEMOS, 2011, online).
Mas urge salientar que se visamos o preparo da sociedade para lhe dar
com as questões ambientais, sobretudo a recuperação do ambienta, o papel da
educação é de suma premência para se configurar consciência e percepção
desse assunto ao longo dos séculos e como se apresenta na escola global.
Neste momento, a Educação Ambiental deverá desempenhar o
importante e fundamental papel de promover e estimular a adesão
das pessoas e da sociedade como um todo a esse novo paradigma.
Aliás, este não seria o papel da Educação Ambiental, mais da
Educação como um todo (DIAS, 1999, p. 128).
Quando pensamos em desenvolver uma EA dentro das escolas e
para os alunos, necessitamos refletir sobre o cidadão que pretendemos formar.
Discutir, avaliar e problematizar o meio vai além que do discurso. Há a
necessidade de retirar do contexto os elementos para essa reflexão bem como
elaborar ferramentas que modifiquem ou provoquem um impacto no social. A
discussão teórica sobre a problemática deve ser revertida em atividades
práticas, com a participação de todos focados num bem comum. O ponto de
partida para o desafio das questões ambientais deve ser retirado do meio que o
sujeito está inserido e “deve começar em casa, ganhar as praças e as ruas,
atingir os bairros e as periferias, evidenciar as particularidades regionais,
apontando para o nacional e o global” (OLIVEIRA, 2000, p. 88), a gerar um
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conhecimento espacial cada vez maior, revitalizando a pesquisa em campo,
formando pesquisadores que também serão participantes, sem perder de vista
o envolvimento de toda comunidade.
Pensar uma educação escolar quem pensar além dos seus muros, é
uma covardia para com o processo de ensino/aprendizagem. A educação ela é
uma força viva, não acontece única e exclusivamente dentro das salas de
aulas; eis um fenômeno que respira por conta própria. A escola vem reforça-lá,
sistematizando saberes para áreas específicas que, frequentemente, se vem
entrelaças ou multidisciplinadas, indissociáveis entre si. Todavia ao abordamos
a EA nas escolas, não a queremos apresentar como matéria que deve
aparecer dentro de outras, mas que deve se integrar sem perder um espaço
destinado a ela. Nesta perspectiva concordamos com Dias (2000) ao falar da
EA como um conteúdo sem espaço próprio no currículo escolar, sendo
integrada às ciências físicas e biológicas, restante a esta um caráter
essencialmente naturalista.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio dos dados nota-se a necessidade de se implementar na grade
curricular, a EA de forma contextualizada e dinâmica , criar mecanismos de
interação entre os alunos, seja programa de coleta seletiva, ou até fóruns de
debates ecológicos, para que a EA não seja só tida como teórica mas
vivenciada, tal como outras disciplinas. Pois através da educação o enfoque
traz uma perspectiva de ação holística relacionando o homem, a natureza e
seu espaço produzido, respeitando os recursos naturais, onde o homem é o
principal agente perturbador desse equilíbrio.
Com a expansão tecnológica vivenciada nos últimos séculos, o fluído de
informações tem sido cada vez maior. A facilidade em buscar e colher
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informações substituiu o trabalho mecânico das pesquisas em livros. O caráter
“cansativo” que esse mecanismo apresenta, foi substituído pela agilidade de
um click.
Na ausência desse apoio crítico do educador, as duvidas e curiosidades
são sanadas pelo meio de comunicação mais abrangente a exemplo da TV e
da Internet. A informação concentra-se em inúmeros bancos de dados, em
revistas, livros, textos, endereços de todo o mundo. O aluno precisa ter o seu
senso crítico apurado para interpretar o que chega ao seu alcance de forma
coerente num mundo capitalista que vivemos muitas informações são
maquiadas em detrimento dos interesses da classe dominante.
A mídia é um recurso pedagógico, infelizmente mal utilizado no meio
escolar, onde poderia exercer influencia ao responder os alentos dos alunos,
infelizmente não é isso que se vê, sendo deteriorado pela sociedade de
maneira equivocada, principalmente pela escola por muitas vezes os
professores não saber utilizar esse instrumento, por isso necessita com
urgência de uma implementação na grade curricular onde a EA, onde se criem
mecanismo de interação entre os alunos e a mídia como recurso pedagógico
através das redes sociais, seja programa de coleta seletiva, enquetes, ou até
fóruns de debates ecológicos, para que a EA não seja só tida como teórica,
mas vivenciada, tal como outras disciplinas. Pois através da educação o
enfoque traz uma perspectiva de ação holística relacionando o homem, a
natureza e seu espaço produzido, respeitando os recursos naturais, onde o
homem é o principal agente perturbador desse equilíbrio.
REFERÊNCIAS
DIAS, Genebaldo Freire. Elementos para capacitação em educação ambiental.
Ilhéus: Editus, 1999. 182p.
OLIVEIRA, Elísio Márcio de Oliveira. Educação ambiental: uma possível
abordagem.
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COMO os jovens vivem e aprendem com as novas mídias?Disponível em:<
http://www.proppi.uff.br/leeccc/como-os-jovens-vivem-e-aprendem-com-novasm%C3%ADdias>. Acesso em: 26 jun. 2013.
FORMENTIN, Cláudia Nandi; LEMOS, Maite. Mídia sociais e educação. In.:
Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP, 3, Santa Catarina, 2011.
Disponível em: <
http://linguagem.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/simfop/artigos_III%20s
fp/Claudia%20Formentin_Maite%20Lemos.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2013.
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