BAIRRAL, M.A. 1 APRENDER MATEMÁTICA NA CIBERCULTURA1 2 MARCELO ALMEIDA BAIRRAL 1. Pesquisa vinculada ao GEPETICEM/NEPPE. www.gepeticem.ufrrj.br; 2. Professor do Instituto de Educação, DTPE/ UFualJ, [email protected]. RESUMO: BAIRRAL, M.A. Aprender matemática na cibercultura. Revista Universidade Rural: Série Ciências Humanas, Seropédica, RJ: EDUR, v. 27, n. 1-2, p. 91-97, jan.-dez., 2005. O desenvolvimento e a construção da identidade do professor tem sido aspectos ressaltados da pesquisa educacional contemporânea. E, os processos (meta) cognitivos na aprendizagem da matemática devem ser valorizados pelas pesquisas interessadas na construção do conhecimento através da diversidade de práticas e do trabalho colaborativo, por exemplo. Pode a tecnologia contribuir com a formação em matemática? Qual a contribuição da Internet no ensino-aprendizagem de geometria? Nossas investigações tem como objetivo analisar a importância da mediação tecnológica para o desenvolvimento profissional em geometria e apresentar singularidades dos cenários virtuais à aprendizagem docente em matemática e aos princípios da eqüidade na formação profissional do professor. Palavras-chave: Desenvolvimento Profissional – Geometry – Educação a Distância - Internet. ABSTRACT: BAIRRAL, M. A. Learning mathematics in the cyber culture. Revista Universidade Rural: Série Ciências Humanas, Seropédica, RJ: EDUR, v. 27, n. 1-2, p. xx-xx, jan.-dez., 2005. Professional development and the building of a teaching identity have been highlighted aspects of the contemporary educational research. The cognitive and metacognitive processes in the mathematics learning have to be encouraged by researches which are interested in building knowledge through a variety of teaching practices and collaborative work. Is technology able to contribute with mathematics education? What is the role of the internet in fostering geometry teaching and learning? Thus, we want to analyse the importance of the technological mediation for a professional development in geometry, and show how virtual communities are singularly able to help in it. Key words: Professional development, geometry, distance learning and internet. INTRODUÇÃO Com as transformações sociais, o grande avanço da tecnologia e a repercussão desta nos meios educacionais, novas formas de ensinar e de aprender deverão ser reavaliadas, já que o professor, elemento fundamental no processo ensinoaprendizagem, necessitará de um constante aperfeiçoamento profissional e atualização, garantindo assim a qualidade da ação educativa. Nesta perspectiva, um grande desafio da pesquisa sobre a prática pedagógica é a relação teoria-prática e a análise do trabalho de formação de um professor reflexivo e crítico nas práticas de auto-formação como aspectos do desenvolvimento profissional (ANDRÉ, 1998). No Brasil, embora a necessidade de um trabalho de formação integradora para atuar na Educação Básica em Matemática tenha sido ressaltada pelas Diretrizes Curriculares para a Formação de Professores (BRASIL, 1999), a importância de implementarmos projetos de pesquisa que analisem o desenvolvimento profissional nos processos de formação e analisar a evolução do saber docente dos professores em matemática, ainda é incontestável (A Educação Matemática em Revista, número especial 2002). O professor é um profissional que deve constantemente aprender a aprender (PONTE, 1994). Umas das finalidades do desenvolvimento profissional é tornar os professores cada vez mais aptos a conduzir um ensino de Matemática adaptado às necessidades e interesses de cada aluno e a contribuir para a melhoria das instituições educativas (D‘AMBRÓSIO, 1999), realizando-se, pessoal e profissionalmente. Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. Humanas. Seropédica, RJ, EDUR, v. 27, n. 1-2, jan.-dez., 2005. p. 91-97. 2 Para isso, a formação continuada, enquanto dever do Estado (BRASIL, 1996, LDB, art.13, inciso II), deve propiciar ao professor o uso de ferramentas para enfrentar situações de aprendizagem novas de tipos diferentes. Uma dessas ferramentas é o desafio tecnológico, que deve contribuir, entre outros aspectos, para a transformação da escola pública atual. Conforme enfatizado no documento do MEC, ¨a formação de professores à distância justifica-se antes de mais nada pelas dificuldades que muitos professores enfrentam para participar de programas de formação em decorrência da distância entre os lugares em que vivem e os polos urbanos onde se dão as ações de formação¨. No entanto, no contexto educacional brasileiro, as experiências de formação ‘a distância ainda estão pautadas em dinâmicas de trabalho presencial (Pátio Revista Pedagógica, 2001) e, em matemática, poucas (BORBA & PENTEADO, 2001) estão promovendo a construção de cenários que preconizem novas formas de aprender também a distância ou na semipresencialidade. Na Educação Matemática, diversas pesquisas têm ressaltado a importância dos conceitos geométricos tanto para contribuir na formação integral dos alunos (BRASIL, 1997-1998), bem como para contribuir na superação da insegurança ainda sentida pelos professores no trabalho com os mesmos (PIRES, 2001), uma vez que tais conteúdos curriculares não foram objeto de atenção no currículo de sua formação inicial. Tradicionalmente, o ensino de geometria tem se pautado em técnicas ultrapassadas. Nos diferentes espaços de formação profissional que atuamos, ainda temos percebido a insegurança e medo de professores e futuros professores quando são colocados em situação de ensino em geometria. No Brasil, as poucas pesquisas em geometria focalizaram-se em três Aprender matemática na cibercultura. pontos: (a) o estabelecimento de níveis de aprendizagem, (b) o uso do computador no ensino e, (c) o desenvolvimento cognitivo dos professores num processo de utilização das novas tecnologias em situações presenciais. Neste sentido, ampliar as pesquisas e os projetos de atuação sobre as influências do uso do computador como instrumento de mediação (professorprofessor, professor-computador, professoratividade matemática) também na formação continuada em geometria através da Internet, irá trazer novas perspectivas para o processo de desenvolvimento profissional docente e na constituição de comunidades de aprendizagem que contribuam com os princípios de eqüidade (SECADA et al., 1997) na Educação Publica Brasileira. Assim, na perspectiva da formação continuada de professores, considerando a falta de atuações integradoras de pesquisa e extensão no Brasil, nossos projetos objetivam implementar e acompanhar experiências formativas com atenção: (1) ao desenvolvimento do conteúdo do conhecimento profissional em matemática, (2) à formação inicial e continuada à distância/semi-presencial, (3) à criação de ambientes virtuais de aprendizagem para a geometria do Ensino Fundamental e, (4) as interações profissionais que são resignificadas com a mediação através das ferramentas da Internet. MATERIAL E MÉTODOS Nossas investigações fazem parte de um grande projeto para formação inicial e continuada docente em matemática, que está sendo desenvolvido desde agosto de 2000 no campus virtual da UFRuralRJ. A seguir apresentaremos elementos metodológicos estratégicos dos cenários virtuais que constituem objeto de estudo de cada pesquisa. Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. Humanas. Seropédica, RJ, EDUR, v. 27, n. 1-2, jan.-dez., 2005. p. 91-97. BAIRRAL, M.A. Estruturação do Conteúdo e Integração Curricular Apesar de centrarmos atenção à geometria, as atividades propostas ao longo da pesquisa têm uma perspectiva integradora com outras áreas da matemática. Além do mais, buscando despertar os participantes para a necessidade de inserir em suas aulas temas que perpassam as diferentes áreas curriculares e que são fortemente importantes na formação de um cidadão comprometido com mudanças sociais significativas, a transversalidade é um elemento curricular integrador preconizado pelas tarefas formativas e que está em constante discussão em todo o desenvolvimento das teleinterações no ambiente de aprendizagem. Nesta perspectiva, geometria, arte, linguagem e ciência fazem parte de nossa proposta para o desenvolvimento de um conhecimento profissional integrador. Considerando o (futuro) professor como autor do seu próprio conhecimento e que este está em constante desenvolvimento e processo de apropriação de significados, nossos ambientes virtuais são estruturados em 6 eixos hipertextuais: (a) atividade que objetiva uma revisão dos próprios conhecimentos geométricos e das distintas ações profissionais dos professores, (b) observação do papel que assume o cotidiano nas distintas atividades geométricas, (c) reconstrução de processos cognitivos dos alunos em classe, (d) reconhecimento e atenção para o uso de recursos em cada tema estudado, (e) síntese organizada do conteúdo e, (f) atenção à importância da avaliação continuada. Após a seleção das tarefas, os participantes podem traçar o caminho hipertextual que desejarem. Assim, pensamos que além de propormos ferramentas de valor cognitivo que ajudem o professor na realização e comunicação das tarefas, estamos dando autonomia de trabalho ao professor. 3 Material e Acessibilidade ao Ambiente Virtual Formativo Reconhecendo a importância da motivação, da auto-aprendizagem e da teleinteratividade, nossos ambientes possuem variados componentes motivacionais, tais como: fotos de professor em sala com seus alunos, fotos de alunos em ação, quadro diálogo (que se abre quando é acessada a página e aparece uma fala, constantemente mudada, de um dos professores), imagens com movimentos, vínculos para eventos diversos e outras novidades educacionais. Os pontos de interatividade são outras ferramentas que também propiciarão o caminhar hipertextual pelo ambiente (e fora dele) e a teleinteração contínua entre todos os participantes do curso. Cada um deles possui uma função importante no desenvolvimento hipertextual da dinâmica de trabalho virtual, tais como: livros e demais trabalhos disponíveis na rede; enlace à página do MEC, na qual o professor pode acessar os Parâmetros Curriculares Nacionais e outros documentos oficiais; artigos e links a leituras inerentes a temática de cada unidade. O acesso a cada ambiente, que poderá ser feito de qualquer computador conectado à Internet, se dá através de uma senha pessoal, recebida pelo docente no ato de sua inscrição. Visando reduzir ao máximo para o professor o custo com o curso, todo o material está disponível em rede e ele pode, como e quando lhe convier, imprimílo, salvá-lo em disquete, etc. Todas as tarefas de formação são disponibilizadas em arquivos do word e o participante poderá realizá-las sem estar conectato e, caso esteja, poderá acessar aos diferentes links opcionais que são sugeridos para o desenvolver das mesmas. No entanto ter a possibilidade de imprimir as atividades, lêlas e discutí-las, inclusive com os seus colegas de trabalho, outros atores importantes na construção do conhecimento, é um componente motivacional importante ao desenvolvimento profissional do professor. Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. Humanas. Seropédica, RJ, EDUR, v. 27, n. 1-2, jan.-dez., 2005. p. 91-97. 4 Formas de Interação No desenvolvimento das pesquisas as teleinterações são distintas e de diferentes níveis. Enquanto o e-mail permite um contato mais personificado, a lista de discussão é uma ferramenta comunicativa à qual todos poderão acessar, ver o que está sendo discutido e participar da discussão, com um tempo próprio para reflexão e resposta. Todas as atividades desenvolvidas pelos cursistas são enviadas por e-mail ao formador e algumas também são enviadas para a lista de discussão, para que se possam enriquecer e aprofundar aspectos de cada unidade didática considerados relevantes pelo coletivo profissional. Além de algumas tarefas que necessitam realizar coletivamente, os integrantes do cenário virtual podem comunicar-se continuamente também entre si e com o formador em tempo real ou diferido e, também, com o técnico que acompanha todo o curso para assessorar em problemas de informática. Assim, distintas são as teleinterações que são estabelecidas entre os professores (realização conjunta de tarefas, intervenções no fórum de discussão ou participação nos chats), entre cada professor e o formador (troca de mensagens eletrônicas, envio de arquivos e tarefas, auto-avaliação ao final de cada unidade didática, etc.). Enfim, todas as formas de interação são incentivadas e valorizadas. Também são previstas interações por telefone com a equipe coordenadora, cujo número e horário de atendimento são divulgados na ocasião do início do curso. Coleta de Dados e Avaliação A coleta de dados é realizada a partir de diversas fontes de informação, ou seja, interações docentes em tempo real ou diferido. Em tempo real utilizamos chats (opcionais e obrigatórios), entrevista, filmagem e mensagem do ICQ ou MSN. Em tempo diferido temos: e-mails (autoavaliação, ficha de inscrição, contrato de trabalho, planejamentos e relatos de aula, Aprender matemática na cibercultura. realização e envio de tarefas), fórum de discussão e questionários semiestruturados. A informação proveniente dessas distintas teleinterações, juntamente com as observações e análise do investigador em seu diário de campo, constituem a triangulação dos dados na pesquisa. Além das especificidades dos conceitos geométricos trabalhados, dos diferentes tipos de mensagens eletrônicas trocadas, cada integrante também será avaliado considerando sua participação na lista de discussão e nos chats obrigatórios, o envio das tarefas no prazo estabelecido e demais contribuições e produções ao longo do curso. Assim, a avaliação tem caráter processual para o qual a policemia de instrumentos anteriormente apresentada, constitui uma rica prática comunicativoavaliativa (BAIRRAL, 2001, 2002, 2003b). PESQUISAS EM DESENVOLVIMENTO O GEPETICEM (Grupo de Estudos e Pesquidas das Tecnologias da Informação e Comunicação em Educação Matemática: www.gepeticem.ufrrj.br), fundado em outubro de 1999, está vinculado ao NEPPE (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Política Educacional, cadastrado no CNPq) do Instituto de Educação da UFRuralRJ/DTPE. O GEPETICEM tem desenvolvido pesquisas em colaboração com a Universidade de Barcelona (Espanha). Obteve financiamento da CAPES e, atualmente, conta com apoio do CNPq (PIBIC-UFRuralRJ) e da SESu/ MEC (Dext/UFRuralRJ). A seguir apresentamos os objetivos das pesquisas que estamos desenvolvendo: (1) identificar e analisar significados produzidos por alunos do ensino médio para elementos da geometria espacial (mestrado); (2) analisar elementos do discurso do tutor-formador no processo teleinterativo (mestrado); (3) inventariar ambientes que estão sendo implementados no Brasil via Internet (PIBIC/ CNPq-UFRuralRJ); (4) elaborar, implementar Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. Humanas. Seropédica, RJ, EDUR, v. 27, n. 1-2, jan.-dez., 2005. p. 91-97. BAIRRAL, M.A. 5 e avaliar um cenário virtual geométrico como disciplina da graduação em matemática da UFRuralRJ (PIBIC); (5) analisar processos cognitivos de estudantes na construção dos diferentes espaços geométricos; (6) analisar impactos da graduação em matemática à distância do CEDERJ na região de Paracambi; (7) verificar a influência de uma sequência de atividades com APPLETS na aprendizagem de geometria; e (8) estudar implicações da multimodalidade num ambiente virtual para a formação continuada em geometria (MEC/SESu). DISCUSSÃO A base principal das práticas de qualidade nos projetos e processos de educação é garantir continuamente melhorias na criação, aperfeiçoamento, divulgação de conhecimentos culturais, científicos, tecnológicos e profissionais que contribuam para superar os problemas regionais, nacionais e internacionais e para o desenvolvimento sustentável dos seres humanos, sem exclusões, nas comunidades e ambientes em que vivem (MEC/SEED, 2000). Assim, para o estabelecimento de programas eficientes de educação a distância em geral e, especialmente em matemática, STEPHEN et al. (1996) ressaltaram a necessidade de considerarmos como princípios fundamentais: o da cooperação (diferentes e valiosas formas de colaboração, em todos os estágios do planejamento, desenvolvimento, implementação e avaliação dos programas), o princípio da cultura e linguagem (necessidade de considerar as variações lingüísticas e culturais), e o princípio da eqüidade (garantir formação que responda às expectativas e necessidades dos diferentes indivíduos ou grupos sociais). No processo interativo são relevantes as contribuições de cada espaço comunicativo e suas especificidades (BAIRRAL, 2001). Não se trata de valorizar um instrumento em detrimento do outro, pois é na utilização diferenciada dos mesmos que o processo comunicativo se enriquece e, conseqüentemente, o formador tem mais elementos sobre o desenvolvimento profissional dos participantes. Além da integração de cada espaço na atividade virtual formativa (tarefa+interação+colaboração), é importante que haja um equilíbrio entre a quantidade de espaços de interação em tempo real com os mediadores em tempo diferido (BAIRRAL, 2003a). Visando a construção de uma sociedade mais justa e tecnodemocrata (LÉVY, 1998) e a ruptura dos espaços e tempos na busca de intercâmbio de informação e, desta forma, construir novas metáforas de espaço social para facilitar os processos interativos, autônomos e críticos, seguimos investindo na formação a distância como uma das estratégias de formação profissional, principalmente num país de grande extensão territorial e com dificuldade de acesso ao conhecimento oficial, como é o caso do Brasil. No entanto, considerando as especificidades educacionais brasileiras, gostaríamos de concluir ressaltando algumas dificuldades ainda vigentes e que devemos superá-las no campo da formação via Internet (BAIRRAL et al., 2001). A primeira se refere à necessidade de aumentarmos as formas de comunicação entre os professores participantes que contemplem mais interação em vídeo conferências, por exemplo. Como segundo desafio, não basta apenas aumentarmos a comunicação docente se não propiciarmos ao professor oportunidades concretas de discutir sua prática (meta)cognitivamente, a partir de análise de situações concretas do que faz o docente em sala de aula (análise de vídeos, incidentes críticos, etc.). Neste sentido a tipologia das tarefas de formação assumem papel primordial. O terceiro desafio é dotar a instituição proponente de uma infra-estrutura (telefone, fax, equipamentos de informática em geral), não apenas para elaboração e Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. Humanas. Seropédica, RJ, EDUR, v. 27, n. 1-2, jan.-dez., 2005. p. 91-97. 6 implementação de cursos, mas para subsidiar o acompanhamento ao longo de todo o processo formativo, visando auxiliar o participante em todas as suas dificuldades, incluindo as técnicas. A composição de uma equipe multidisciplinar é outro desafio a ser vencido, ou seja, além dos professores especialistas, devemos ter profissionais das demais áreas do conhecimento, inclusive a participação de profissionais das tecnologias da informação e comunicação (STEPHEN et al., 1996; MEC/SEED, 2000). Estes dois desafios já estão sendo minimizados através da inserção de suporte informático em colaboração com a COINFO/UFRuralRJ e dos graduandos em matemática da UFRuralRJ. O real envolvimento e a co-participação das secretarias (estaduais, municipais) de educação e demais organizações governamentais ou não, se fazem importantes no tocante a atenção especial para realidades curriculares locais e, como enfatizaram STEPHEN et al. (1996), para o mais importante, que é tornar o processo de formação a distância também como objeto de pesquisa. Como um último desafio, é imprescindível que o (futuro) professor tenha reais condições econômicas (i) para uma infra-estrutura informática, seja em sua própria residência ou em sua escola, de maneira que possa acessar e ter disponível, incluso impresso, todo o material necessário para o acompanhamento no curso, e (ii) para que disponha de tempo suficiente para investir seriamente em seu desenvolvimento profissional. Finalizando, cursos a distância, por Internet ou não, devem pautar-se para colaborar com uma formação de qualidade, não massificadora e de reais possibilidades de acesso e continuidade de formação para todos os nossos profissionais (BAIRRAL, 2001). Aprender matemática na cibercultura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A Educação Matemática em Revista. Publicação Semestral da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM). São Paulo, n. 11A, abril/2002. ANDRÉ, M. 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