SOU PROFESSOR: DEIXO MARCAS? * Claudia Luciane da Silva Queiroz Resumo O referido texto leva a reflexão sobre o papel importantíssimo da auto-estima, da segurança que o professor deve ter em relação ao seu trabalho, para que desempenhe sua função de educador. O professor deve ter em mente que seu sucesso em sala de aula dependerá do modo como ele próprio se vê diante da turma. Um professor que se julga fracassado, certamente será um fracasso, em contrapartida, aquele que possui segurança de seu conteúdo e capacidades terá enormes chance de conquistas. O aluno desafia seu professor a todo instante, e este deve estar preparado para tal, pois disso dependerá seu respeito diante dos educandos. Palavras chaves: autoconfiança, motivação pessoal, paixão em educar. Abstarct: The alrcady mentioned text, take us to think about the very important paper of self-esteem and about the confidence that the teacher may have in relation to his fob, to carry out his function of educator. The teacher may have in mind that his sucess in classrooom will depend the way he sees himsef before the students. A teacher that judges himself failed, surely will be a fail, on teh other hand, teh one who is confident about his contents and capabilities will have an enourmous chance to suceed. The students clallenges his teacher all the time, and the teacher must be prepared for this, his respect before the classrooom will depend on it. Keywords: Self-steem, personal motivation, love in educate. É importante para o desempenho de qualquer profissão que a pessoa tenha consciência de seus defeitos e limitações, mas é primordial que ela conheça também seus talentos e capacidades. Durante anos de docência, percebemos que muitos colegas traziam em seus semblantes um desânimo, uma frustração, uma vontade de tentar algo novo, porém a baixa auto-estima, como uma muralha, os impedia de olhar além das quatro paredes de sua sala * Acadêmica do 4º Ano do Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação, Administração e Tecnologia de Ibaiti-FEATI, professora da Rede Municipal de Ensino de Ibaiti. de aula e perceber novos horizontes. Em decorrência desse sentimento, muitos talentos e dons são sufocados e a rotina monótona torna seu cotidiano escolar um martírio. Chalita (2001, p.81) discorre a respeito desse tipo de professor,”os desanimados, sem ânimo, sem alma, não acreditam em si mesmos nem nos outros. Tornam-se tímidos, à força de fugir, e evidentemente não se sentem felizes” e essa infelicidade profissional limita sua capacidade criativa. Além de limitar a criatividade, psicologicamente, sentimentos dessa natureza fazem com que o profissional fantasie conceitos e neles fundamente seu trabalho: “Aquela professora trabalha desse jeito porque sabe falar em público, a diretora da escola gosta dela e os demais também. Eu não sei cantar, nem dançar, tenho vergonha de expor o que penso. Mas se eu fechar as portas da minha sala, talvez ninguém me compare aos outros”. É muito triste encontrar pessoas com um enorme potencial, sofrendo sob o jugo de complexos que foram plantados desde a infância. Como construir pessoas críticas, se o próprio professor não é capaz de assumir, propagar e fazer acontecer sua própria cidadania? Todo ser humano traz dentro de si inteligências diferentes, como defende a teoria de Gardner. Ninguém é necessariamente obrigado a ter facilidades para falar em público, dançar, cantar, ter um esplendido raciocínio matemático. É fundamental, sim, pleno conhecimento de suas habilidades e competências para poder traçar seu plano de ação docente, também se conscientizar de seus limites e, incansavelmente, procurar superá-los. Segundo Vasconcelos ( 2003, p.48): “O professor tem um grande papel dado que trabalha com dois elementos da maior importância para a espécie: as novas gerações e o conhecimento. Sua atividade envolve conceitos, imagens, a produção de valores, ideais, deveres, direitos, visão de mundo, decifração e desvelamento da realidade, projetos, propostas. Não se trata absolutamente de uma tarefa fácil, mas, com certeza, é muito bonita! É uma das experiências mais fortes e significativas do ser humano: poder participar da formação do outro. Tudo isso pede, pois, do professor uma revisão de compreensão de sua atividade e de sua atitude profissional”. Antes de iniciar qualquer trabalho é importante que o professor esteja seguro de sua capacidade, de que o que irá trabalhar está adequado à turma, ter a sua auto-estima sempre em alta, pois o aluno irá coloca-lo à prova constantemente, testará as convicções de seu educador, que deverá estar preparado para tal, para que a criança e, principalmente, o adolescente não se decepcione com ele. “ O professor precisa acreditar no que diz, ter convicção em seus ensinamentos para que os alunos também acreditem e se sintam envolvidos. Precisa de preparo para ir no rumo certo e alcançar os objetivos que almeja ” ( CHALITA, 2001, p.169). Para o aluno o professor sempre é o melhor e sabe mais que ele, no momento que percebe que isso não é verdade, perde o respeito e desafia o professor, às vezes procurando ridicularizá-lo. Quando o aluno chega à conclusão de que seu professor realmente se valoriza e conhece sua disciplina, nasce dentro dele o sentimento de respeito. Está pronto o clima ideal para uma relação de cumplicidade, afeto e troca de experiências. É cômodo demais que entreguem a nós planejamentos prontos, livros didáticos puramente tecnicistas, vestir a pele da autopiedade e deixar os dias passarem. Devemos ter a consciência de que nosso material de trabalho são vidas humanas, designadas à nossa responsabilidade. Se forem marcados positiva ou negativamente a culpa será nossa. Levante seu olhar, tire a névoa que embaça seus olhos, perceba a beleza da profissão que escolhestes, revista-se de um novo vigor, de uma esperança de realizar algo novo, saia de sua posição segura e arrisque um passo em direção a uma nova práxis. Lembrando-se sempre das palavras de Chalita (2001, p.163): “a alma de qualquer instituição de ensino é o professor. Professor tem luz própria e caminha com pés próprios”. Você vai ser criticado? Com certeza. Vai encontrar dificuldades? Sempre. Muitas vezes sentirá medo e não saberá o que fazer? Procure alguém otimista, que pense como você, some experiências. Revigore a cada dia um pacto de dedicação e amor à causa de uma nova educação. Ame primeiramente a si próprio, depois ame sua profissão, para que esse amor se espalhe pelos rostinhos curiosos que te aguardam com ansiedade todos os dias. O futuro da educação não está na mudança de currículo, nem no apoio político, e sim, dentro do coração e no trabalho desses heróis anônimos, desvalorizados monetariamente, desvalorizados socialmente, incompreendidos por muitos, mas amados e respeitados pelos alunos que realmente recebem parte de cada professor. Sinta-se competente, lute para sê-lo e você será um excelente educador deixando suas marcas por onde passar. Referências Bibliográficas: CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Gente, 2001. VASCONCELOS, Celso dos Santos. Pra onde vai o professor? Resgate do Professor Como Sujeito de Transformação. 10ª ed. São Paulo: Libertad, 2003.