CONJUNTURA DE MERCADO DA CAPRINOCULTURA, COM BASE EM ANALISES
DE CADEIA NACIONAL E REGIONAL.
Jucimara Alves Silva(1); Lais Andressa Silva de Souza(2); Jéssica da Costa da
Silva(3); Rafaela Portal Castro (4); Clebenilson Santos Carneiro(5); Marcos Antônio
Souza dos Santos
Acadêmica de Engenharia Agronômica da Universidade Federal Rural da Amazônia: Belém – PA, E-mail:
[email protected]
(1)
Acadêmica de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia: Belém – PA, E-mail: [email protected]
(2)
Acadêmica de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia: Belém – PA, E-mail:
[email protected]
(3)
Acadêmica de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia: Belém – PA, E-mail:
[email protected]
(4)
Acadêmico de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia: Belém – PA, E-mail:
[email protected]
(5)
(6)
Docente de Economia Regional e do Agronegócio da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Belém
– PA, Brasil. E-mail: [email protected]
RESUMO: De modo geral a caprinocultura é uma atividade que durante séculos constituiu-se apenas em
um modo de subsistência entre os pequenos agricultores, principalmente os agricultores familiares do
Nordeste brasileiro. A cadeia produtiva de caprinovinocultura é caracteristicamente desarticulada, como
oferta irregular de produtos, tanto em quantidade como em qualidade, apresentando um padrão que não
satisfaz ao mercado. As criações de caprinos estão voltadas para a produção de carne, peles e leite de
cabra para consumo familiar, num sistema de produção extensivo, de cria e venda de animais vivos ou
abatidos. Avaliou-se os panoramas internacionais, nacionais e regionais, utilizando dados da Food and
Agriculture Organization (FAO), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Censo Agropecuário
no período de 1990 a 2010, analisando o crescimento da produtividade das práticas de caprinovinocultura.
INTRODUÇÃO
A caprinocultura brasileira é uma atividade econômica que continua concentrada na Região
Nordeste, devido a elevada capacidade desses animais se adaptarem às condições do semiárido e a
variedade de produtos que podem ser explorados comercialmente (reprodutores, carne, pele, leite e
derivados), constituindo-se num importante fator de geração de renda, além de ser fonte tradicional de
proteína na dieta alimentar. Nas últimas décadas houve maiores investimentos nessa produção, abrindo
assim perspectivas de consolidação do agronegócio da caprinocultura. Entretanto, no cenário brasileiro a
caprinocultura, quando relacionada a outras atividades, ainda não se destaca e na Região Norte essa
atividade é ainda discreta. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é analisar a forma de produção, visando
sua importância econômica no cenário nacional e regional.
MATERIAL E MÉTODO
Os dados foram obtidos através de um levantamento na FAO (Food and Agriculture Organization),
no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Censo Agropecuário, analisando a taxa geométrica
das regiões. Foram utilizadas uma série temporais de produção de caprinovinocultura, fazendo analises
estatísticas descritivas e comparativas entre os devidos panoramas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Panorama Nacional
Neste país é uma atividade realizada majoritariamente por pequenos produtores, pois 68% do
rebanho é criado em propriedades com até 100 hectares e em 2010 segundo o IBGE o Brasil correspondeu
com um rebanho caprino de 9.312.784 animais. Porém, essa criação no cenário nacional oscilou bastante
nos últimos vinte anos, configurando-se por uma queda bem acentuada em 1996, quando apresentou o
menor contingente registrado nesse intervalo, ou seja, um efetivo de 7.436.454, sendo que 1995 esses
números eram de 11.271.653 cabeças. Já a recuperação só aconteceu dez anos depois, quando em 2006 a
produção alcançou a casa dos 10 milhões desses ruminantes, atingindo o maior crescimento ainda hoje não
superado, como pode ser visto no gráfico abaixo:
Gráfico1: Efetivo de rebanhos no Brasil entre 1990 e 2010.
Fonte: IBGE,2010
Conforme o IBGE a maior parte do rebanho caprino do brasileiro situa-se na Região Nordeste, que
em 2010 apresentou o seu efetivo de caprinos foi de 8,45 milhões de cabeças, totalizando 90,83% de toda a
produção nacional, e mantendo um crescimento de 1,87% frente ao ano de 2009. Contudo, considerando os
vinte últimos anos passados durante esse período, todas as regiões apresentaram taxa de crescimento
negativa (tabela 1), com destaque para o Sudeste com a menor taxa de crescimento (-2,25%), Norte (1,78%), Sul (-1,34%), Centro-Oeste (-1,56%), Nordeste (-1,05%).
Tabela 1- Taxas de crescimento geométrico das regiões
Região
Taxa de Crescimento
Norte
-1,78%
Nordeste
-1,05%
Sudeste
-2,25%
Sul
-1,34%
Centro-Oeste
-1,56%
Fonte: IBGE, 2011
Os estados que mais se destacam no cenário nacional em 2010, a Bahia permaneceu na liderança
e totalizou 2,84 milhões de cabeças, crescimento de 2,85% frente a 2009. Pernambuco manteve o segundo
lugar no ranking, somando 1,73 milhões de cabeças, aumentou de 5,89% comparado a 2009. A terceira
posição é ocupada pelo Piauí, com 1,38 milhões de cabeças. O Ceará apresentou crescimento de 0,85% e
a Paraíba decréscimo de 3,78%. As cidades com maior rebanho do Brasil, se destacam as cidades da
Bahia, como: Casa Nova, Juazeiro e Caraçá.
Panorama Regional
A Região Norte contribui com 1,76% do rebanho nacional estando apenas a frente do Centro-Oeste
segundo dados do IBGE (2011), sendo que o estado do Pará apresenta 44,40% do rebanho regional
destacando-se dos demais estados, seguido pelo estado do Tocantins, Amazonas e Rondônia, 14,50%,
13% e 11,64% respectivamente. A Região Norte apresentou uma taxa de crescimento geométrico no
período compreendido entre 1990 a 2011 de -1,78%, atualmente comporta 165.264 cabeças de caprinos
distribuídos por toda a região. Porém, esses rebanhos concentram-se no Sudeste Paraense (gráfico 8)
destacando-se os municípios de Breu Branco, São Félix do Xingu, Prainha e Novo Repartimento.
No período entre 1990 e 2011 o Pará manteve-se na liderança do efetivo de rebanhos da região
norte apesar da uma queda brusca entre 1995 e 1996, observados em todos os estados da região, como
podemos verificar no gráfico abaixo:
Gráfico 4: Evolução do efetivo de rebanho na Região Norte entre 1990-2011
Fonte: IBGE,2011.
CONCLUSÃO
Através dos resultados obtidos da análise da caprinocultura, nos últimos 20 anos foi possível
constatar que essa é uma atividade de manejo predominantemente extensivo, que ainda faz uso de práticas
rudimentares, possui uma assistência técnica deficitária e baixo nível de organização da unidade produtiva.
Mesmo essa atividade se destacando na Região Nordeste, a caprinocultura ainda não possui um
significativo papel na economia brasileira, visto que os produtos gerados não são, culturalmente, inseridos
na dieta alimentar de todo brasileiro e não há investimentos nessa área, para que esses produtos sejam
exportados. No entanto essa atividade possui perspectiva de crescimento, já que é geradora de diversos
produtos, precisando apenas de incentivo governamental na estrutura produtiva, para que haja maior
controle da qualidade desses produtos, valorizando assim sua comercialização no Brasil e no mundo.
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Conjuntura de mercado da caprinocultura, com base em analises