www.cartapolis.com.br Nº 1041 - SETEMBRO/2014 CIRCULAÇÃO NACIONAL R$ 9,90 ELEIÇÕES 2014 AS FALSAS PROMESSAS ÁREA ECONÔMICA Lula manteve um diálogo de tons realistas com Dilma: se for reeleita, o controle da área econômica será dele. “Acabarei a burocracia no Brasil” “Imposto único para todos os brasileiros” “Reduzirei os ministérios para 12” “Banco Central será independente” “Criarei o Ministério da Infraestrutura” DESASTRE POLÍTICO Romulo F. Federici escreve ensaio sobre o pós-Eduardo Campos: “Desastre Aéreo, Desastre Político, o que se confirma com a mudança do cenário eleitoral do país. “Criarei o Ministério da Segurança Pública” “Decretarei o fim da corrupção” “Inflação no centro da meta” “Salário mínimo de R$ 1.OOO,OO” “Fim do fator previdenciário” “Ampliarei a Bolsa Família” “Escola integral para todos” “BRUXOS” LULA-DILMA EXCLUSIVO. Conversa mais do que sincera e objetiva: Lula traça com Dilma roteiro para corrigir erros e aprumar visões na campanha. Said Farhat, notável articulador de bastidor e como empresário de comunicação deixa o palco que sempre o cativou: a política e o poder RANKING OS 10 MAIS INFLUENTES NA POLÍTICA E DIAS TOFFOLI Na presidência do TSE comanda o processo eleitoral com diligência e presente a tudo. RENATA CAMPOS PODER EM AGOSTO BETO ALBUQUERQUE Candidata a personalidade do ano pela energia, capacidade de aglutinação e fidelidade. Candidato a vice de Marina Silva, da linha mais próxima a Eduardo, é aceito pelo empresariado. ABILIO DINIZ FERNANDO GABEIRA Empresário vocaliza o mercado com ideias cada vez mais lúcidas sobre gestão e governabilidade. Chega ao auge da experiência e tirocínio com entrevistas precisas na GloboNews e artigo na Folha. LUIZA ERUNDINA JOÃO SANTANA Marqueteiro oficial da campanha de Dilma Rousseff controla absolutamente as rédeas. ANDRÉ LARA RESENDE Coordenadora geral da campanha de Marina Silva, volta por cima que destaca habilidade. Um dos pais do Plano Real, o economista foi chamado integrar a equipe econômica de Marina Silva. JUNITI SAITO JORGE BORNHAUSEN Comandante da Aeronáutica com atuação profissional e técnica irrepreensível no Cessna. Empresário, político, liderança nacional do PSD, atua com intensidade no eixo das articulações no eixo sul. (*) Esse ranking será publicado mensalmente para compor os 10 MAIS INFLUENTES DO PODER DO ANO DE 2014, na edição de dezembro próximo. 2 CONTEÚDOS DESTA EDIÇÃO 2 - OS MAIS INFLUENTES NA POLÍTICA E NO 25/26/27/28/29 - ENSAIO POLITICO PODER DE AGOSTO -DESASTRE AÉREO, DESASTRE POLÍTICO 3 - CONTEÚDOS EDIÇÃO AGOSTO/DO 30/31/32- POLÍTICA - PROMESSAS DE LEITOR/EXPEDIENTE CAMPANHA; FALSAS COMO R$3 4 - POLÍTICA - SENADO:10 TENTAM 33/34 - FÓRUM POLÍTICO DAS MULHERES REELEIÇÃO 35 - PODER - O SÁBIO HABITO DE 6 - POLÍTICA - EQUILÍBRIO SERÁ MANTIDO DIZER “NÃO” 7 - POLÍTICA - “CARDEAL” MAIS 36/37- MAIS SONAR - RICARDO RAMOS RESPEITADO FALA 38/39- POLIS CONFIDENCIAL 8/9- A ARTE DA POLÍTICA/CONSELHOS DE 4O/41 -SWING POLÍTICO (II) MAURÍCIO DE NASSAU 42/43 - MEDICINA - IMEB, PIONEIRO NA 1O/11 - COLUNA LEONARDO MOTA NETO MEDICINA DIAGNÓSTICA 12/13 - OS ‘BRUXOS’ DE 45/46/47 - WEB - O MELHOR DOS BRASILIA - SAID FARHAT CONTEÚDOS DE www.cartapolis.com.br 14/15 - SWING POLÍTICO (I) 48/49 – JUDICIÁRIO: O JUGAMENTO DE 16/17 - POLÍTICA - LULA QUER FICAR CESARE BATTISTI COM A ECONOMIA 5O/51 - PÁGINAS AZUIS - 18 - POLÍTICA - LULISMO NÃO PASSA, ANTÔNIO AURELIANO DILMISMO FICA 52/53 - ÚLTIMO SONAR - ÁLVARO DE 19 - POLÍTICA - PMDB SEGUIRÁ MANDANDO CAMPOS 20/21 - SONAR - ALBERTO CAEIRO 54 - EDITORIAL - PORQUE INSISTIR NO BRASIL 22/23 - FRASES DO MÊS 54 - OPINIÃO - ELLEN BARBOSA EXPEDIENTE CARTA POLIS revista mensal de bastidores do poder em Brasília. Editor-responsável: Leonardo Mota Neto ([email protected]) Diretora: Ellen Rôse Aguiar Barbosa ([email protected]) Editora de Arte: Ana Ingrid Ruckschloss ([email protected]) Fotos: Divulgação e Internet Comercial: ([email protected]) 61- 8533-3335 Diagramação e projeto gráfico: Dorgival Reis ([email protected]) - 61 - 8528-0628. Redação, Comercial e Administração: SCN, Qd 1, Lote 50, Bl. E, Sala 512, Ed. Central Park, CEP: 70.711.903. Tel: 61 3201 1224 CARTA POLIS é uma publicação da POLIS.COM; Todos os direitos reservados. *Os artigos assinados nesta edição são de responsabilidade de seus autores. CARTA POLIS não se responsabiliza pelos conceitos neles emitidos. 3 POLÍTICA SENADO APENAS DEZ TENTAM REELEIÇÃO O Senado Federal terá renovação de um terço de suas cadeiras nas eleições deste ano, mas não são apenas os senadores eleitos em 2006 que estão no páreo por sua reeleição. Na verdade, dos 27 senadores que têm seu mandato encerrado em janeiro de 2015, apenas 10 estão tentando retornar para mais um período de oito anos. São eles: Álvaro Dias (PR), Fernando Collor (AL), Gim (DF), Jayme Campos (MT), Mario Couto (PA), Mozarildo Cavalcanti (RR), Maria do Carmo Alves (SE), Kátia Abreu (TO), Acir Gurgacz (RO) e Eduardo Suplicy (SP). Dos outros 17 eleitos para o período 2007-2015, muitos estão se aposentando e outros se candidatam a outros cargos, como governador, deputado federal e vice-governador. Apesar da renovação de um terço das cadeiras, na verdade são 38 os senadores que participam das eleições em 2014. Para o cargo de governador, são 21 os senadores que participam das eleições: Benedito de Lira (PP-AL), Eduardo Braga (PMDB-AM), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Lobão Filho (PMDB-MA), Delcídio Amaral (PT-MS), Pedro Taques (PDT-MT), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Vital do Rêgo (PMDB-PB, Armando Monteiro (PTB-PE), Wellington Dias (PT-PI), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Roberto Requião (PMDB-PR), Lindberg Farias (PT-RJ), Marcello Crivella (PRB-RJ), Angela Portela (PT-RR), Ana Amélia (PP-RS), Paulo Bauer (PSDB-SC), Eduardo Amorim (PSC-SE), Ataídes Oliveira (Pros-TO) e Lídice da Mata (PSB-BA). Outro sete senadores concorrem para cargos diversos. São os casos de Francisco Dornelles, do PP, que é candidato a vice-governador no Rio de Janeiro. Já para o cargo de deputado federal estão concorrendo os senadores Alfredo Nascimento (PR-AM) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Para deputada estadual, tenta uma vaga a senadora Ana Rita (PT-ES). Cyro Miranda, do PSDB de Goiás, que se tornou senador por ser suplente, concorre novamente como suplente neste ano, desta vez na chapa do candidato Vilmar Rocha, do PSD. O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira, concorre à vice-presidente, na chapa de outro senador tucano, Aécio Neves, de Minas Gerais. Dos 43 senadores que estão fora da campanha deste ano, 31 permanecerão no Senado, seis não receberam legenda de seus partidos para concorrer, e outros seis se aposentam. 4 Fale com os Correios: correios.com.br/falecomoscorreios CAC: 3003 0100 ou 0800 725 7282 (informações) e 0800 725 0100 (sugestões e reclamações) Ouvidoria: correios.com.br/ouvidoria Correios. As melhores soluções que aproximam você e seu eleitor. • Mala Direta Postal • Serviços de Resposta • Selos Personalizados • e-DNE • SEDEX • PAC Em uma eleição, tem mais chance o candidato que for mais lembrado pelo eleitor. Por isso, conte com a capilaridade, os serviços e produtos dos Correios para fazer com que o seu nome chegue da melhor forma até quem você quer atingir. correios.com.br/candidato TM Rio 2016. TM Rio 2016. SIC: correios.com.br/acessoainformacao POLÍTICA SENADO: EQUILÍBRIO SERÁ MANTIDO NAS BANCADAS E m relação às perspectivas de mudanças na correlação de forças partidárias, analistas que se dedicam à movimentação eleitoral no Congresso analisam que pouco deverá mudar na atual composição atual das bancadas no Senado. O PMDB, o maior partido do Senado, com 20 parlamentares, continuará liderando o ranking das maiores agremiações, embora tenha chance de ver diminuída sua bancada. Segundo as atuais pesquisas, o PMDB tem cinco senadores liderando nos estados (Gilvan Borges, no Amapá; Geddel Vieira Lima, na Bahia; Simone Tebet, no Mato Grosso do Sul; José Maranhão, na Paraíba; e Kátia Abreu, no Tocantins), e como são seis os que encerram seus mandatos em fevereiro de 2015, o partido iniciaria a próxima legislatura com uma bancada de 19 membros. Os dois partidos que estão logo abaixo do PMDB – o PT e o PSDB – teriam pouca ou quase nenhuma mudança no tamanho de suas bancadas. O PT, atualmente possui 13 senadores, e perderá três no encerramento da atual legislatura. Como no momento apenas dois petistas lideram as pesquisas para o Senado em seus estados (João Coser, no Espírito Santo, e João Paulo, em Pernambuco), o partido ficaria em 2015 com uma bancada de 12 senadores. O PT acabaria assim empatando com o PSDB que hoje conta com 12 senadores e tem a perspectiva de se manter neste mesmo patamar a partir do ano que vem. Isto porque ao mesmo tempo em que serão seis os tucanos a deixar o mandato em 31 de janeiro de 2015, outros seis postulantes ao cargo lideram no momento as pesquisas em seus estados (Tasso Jereissati, no Ceará; Antonio Anastásia, em Minas Gerais; Mario Couto, no Pará; Álvaro Dias, no Paraná; (PSDB); Anchieta Junior, em Roraima; e José Serra, em São Paulo). Atualmente a quarta colocação no ranking das bancadas no Senado é dividida por PTB e PDT, ambos com seis parlamentares. Se o resultado de momento das pesquisas for confirmado nas urnas, essa situação será drasticamente alterada com a entrada em cena de uma nova quarta força no Senado Federal: o PSB, agora liderado por Marina Silva. O PSB, até recentemente liderado pelo falecido Eduardo Campos, tem uma bancada de quatro senadores que só deixarão seus mandatos em 2019. A esses quatro podem vir a se somar cinco novos senadores socialistas: Roberto Rocha, no Maranhão; Wilson Martins, no Piauí; Romário, no Rio de Janeiro; Wilma de Faria, no Rio Grande do Norte; e Paulo Bornhausen, em Santa Catarina. O PDT poderá vir logo atrás do PSB, pois ao passo em que perderá dois senadores devido ao fim do mandato, ganhará, segundo as pesquisas, três novas posições para sua bancada (Reguffe, no Distrito Federal; Lasier Martins, no Rio Grande do Sul; e Acir Gurgacz, em Rondônia), chegando a uma bancada de sete membros. Entre os partidos que estão em posição baixa na lista descrita acima, a situação mais dramática em 2014 é a do PTB. O partido de Roberto Jefferson conta atualmente com uma bancada de seis senadores, e cinco deles precisarão se reeleger neste ano. Pelas pesquisas até aqui, entretanto, apenas um estaria eleito – Fernando Collor, em Alagoas – o que faria a bancada petebista murchar para meros dois senadores. Os outros partidos que podem eleger senadores de acordo com as sondagens estaduais realizadas até este dia 22 de agosto, não terão mudanças significativas em suas bancadas. É o caso do PP, que pode eleger Gladson Camelli no Acre para substituir um senador que deixará o mandato em 2015 e manter sua bancada de cinco senadores, mesma situação vivida pelo PR, que pode vir a eleger Wellington Fagundes, no Mato Grosso, para manter seu tamanho atual (quatro senadores). Os outros dois partidos que podem eleger senadores neste ano – o PSD e o DEM – vivem situações distintas. O PSD, que hoje conta apenas com o senador Sérgio Petecão, poderá vir a ampliar sua bancada, caso seja confirmada a eleição de Omar Aziz, no Amazonas. O DEM, ao contrário, com a eleição de Ronaldo Caiado, em Goiás, não compensará integralmente a perda de dois parlamentares que encerram mandatos em 2015. Se Caiado for realmente eleito, o DEM cairá de quatro para três senadores em sua bancada. Das outras legendas que possuem senadores atuando (PCdoB, PRB, Pros, PSOL, PV e Solidariedade), apenas o PCdoB terá mudanças em sua bancada, já que dos dois atuais senadores, ficará apenas um (Vanessa Grazziotin). Senadora Kátia Abreu POLÍTICA “CARDEAL” MAIS RESPEITADO DO VATICANO PETISTA ADVERTE: A PRECISAMOS NOS RENOVAR! quele considerado de raciocínio político mais elaborado do PT para a subciência de conquistar e manter o poder, nesse momento transita por graves meditações a respeito do futuro de sua agremiação. Tido como “camelengo” – o mais velho e preparado intelectualmente – da alta cúria do PT – ele passa imediatamente da meditação à análise pontiaguda de uma crise que perpassa o PT: a do envelhecimento. Cita inúmeros casos em que a gerontologia passou a ser uma categoria médica muito respeitada entre os petistas. Para essa análise de situação a troca dos candidatos a governador de São Paulo, de Marta Suplicy por Alexandre Padilha – foi feita sob o signo de rejuvenescimento. O antídoto ao velho e bolorento já havia sido o móvel da escolha de Fernando Haddad para se candidatar a prefeito de São Paulo. Dos quadros atuais no governo preocupa-se com os ministros que estão envelhecendo, conformados e conformistas, disputando pequenas quinquilharias de espaços. Cita logo um caso visível: o ministro Aloysio Mercadante, que para ele é o “Serra do PT”. Por quê? Provavelmente por constituir um mundo próprio para se encerrar nele. O “cardeal” mais respeitado do Vaticano petista – o “camelengo” do sacro colégio – deu, portanto, a palavra de ordem: é preciso renovar o PT! 7 A PRESIDENTE A arte da política CONSELHOS DE MAURÍCIO DE NASSAU À DILMA (ficção bem humorada) “C om os oficiais convém que V. Sª proceda de um modo cortês e polido, sem, todavia admiti-los à familiaridade e às relações íntimas de amizades, pois sei, por experiência, que tal convivência é muitas vezes fontes e origem de muitas desordens.” (Conselho: polidez nos contatos com os chefes militares!). >>>>>>>>ooo<<<<<<<< “Cumpre que V. Sª proveja sempre os lugares vagos com os mais dignos, não prestando ouvidos a paixões, a considerações de partido, de sociedade, a importunas recomendações e a coisas semelhantes.” (Conselho: notadamente dos partidos políticos da base). >>>>>>>>ooo<<<<<<<< “A preterição de pessoas que merecem é coisa que produz perniciosos efeitos secretamente e sem que se sinta, principalmente quando [os preteridos] vêem que foram preferidos sujeitos inferiores.” (Conselho: atenção para ex-ministros que permanecem em ronda). >>>>>>>>ooo<<<<<<<< “Neste particular não se pode fazer muito fundamento em gente ínfima, pois, se um dia dizem a verdade, em outro en8 ganam com muitas mentiras. Devem, contudo, ser admitidos para que V. Sª aproveite de suas comunicações o que lhes parecer bem, pois, às vezes, de algum deles se pode tirar alguma coisa de importância.” (Conselho: o reino do leva-e-traz palaciano muitas vezes é altamente eficiente). >>>>>>>>ooo<<<<<<<< “Mas, os avisos e as comunicações mais seguras devem ser procuradas entre os mais qualificados. Um ou dois deles bastam para comunicar segredos que, a não ser assim, escapariam a V. Sª.” (Conselho: esses têm os nomes de Aloysio Mercadante e Beto Vasconcelos). “Não convém desgostar o governador da Bahia por coisas de pouca monta.” (Conselho: prática obrigatória desde Antônio Carlos Magalhães). >>>>>>>>ooo<<<<<<<< “Quanto à matéria civil, cumpre autorizar a um do conselho de V. Sª para despachar e assinar o despacho das petições e se não fizer assim, cairá no ódio e no descrédito público.” (Conselho: para a pasta de Ricardo Berzoini). >>>>>>>>ooo<<<<<<<< “Deve V. Sª abster-se de lançar novos impostos, pois os tributos geram indisposições no povo.” (Conselho: muito cuidado, Guido Mantega, com o impulso de uma mão solta). Quem foi NASSAU? >>>>>>>>ooo<<<<<<<< Johann Mauritius Van Nassau Siegen nasceu em Dillenburg( Alemanha) em 1604 e morreu em Kiev (Alemanha), em 1679. Era sobrinho-neto do príncipe Guilherme I de Orange, governador provincial da Holanda. Coronel de cavalaria, ele governou o Brasil holandês de 1637 a 1644. Notável administrador, Nassau modificou o sistema das câmaras municipais, substituindo-o pelo dos conselhos de escabinos, dividiu o Brasil holandês em administrações distritais, desapropriou e alienou os engenhos de açúcares abandonados pelos seus proprietários, proibiu os juros extorsivos ao setor agrícola e instaurou um clima de relativa tolerância religiosa. O Recife substituiu Olinda como capital pernambucana e a cidade foi inteiramente remodelada, com o aproveitamento dos rios, a abertura de canais, construção de pontes e novos palácios. Da Europa vieram pintores, como Franz Post, Albert Eckbout e Zacarias Wagener; cartógrafos como Cornelius Golijatb; astrônomos, como Georg Marcgrave . Em razão de divergência com a Companhia das Índias – sobretudo contra o rigor na cobrança dos financiamentos aos senhores de engenhos – Nassau partiu para a Europa em maio de 1664. E deixou, ao sucessor, recomendações para seu governo. Numa livre adaptação da CARTA POLIS, sempre mantendo o bom humor, eis os conselhos a Dilma Rousseff. O livro-fonte é “Conselhos aos Governantes, editado pelo Senado Federal.” 9 “O povo é um rebanho de carneiros que se tosquiam, mas quando a tosquia vai até à carne, produz infalivelmente dor e, como esses carneiros raciocinam, por isso mesmo se convertem muitas vezes em terríveis alimárias.” (Conselho: quem consome via crédito fácil quer muito mais). >>>>>>>>ooo<<<<<<<< “O país não deve ser esgotado de dinheiro corrente porque este é o músculo e o nervo, sem os quais este corpo nenhuma força pode ter.” (Conselho: de vez em quando é sempre bom olhar a coluna dos gastos públicos) >>>>>>>>ooo<<<<<<<< “No eclesiástico ou em coisas da Igreja, a tolerância ou condescendência é mais necessária ao Brasil do que entre qualquer outro povo a que se tenha concedido liberdade religiosa.” (Conselho: receber Dom Raimundo Damasceno, da CNBB, de 4O em 4O dias, é uma ótima providência). >>>>>>>>ooo<<<<<<<< “Cumpre que V. Sª não admitam queixas particulares em matéria de religião.” (Conselho: ao gabinete do ministro Gilberto Carvalho). COLUNA LEONARDO MOTA NETO DILMA MUDA_______ Na cabeça da presidenta Dilma paira nomes que poderão compor um eventual segundo mandato em cargos-chaves do governo. A avaliação é feita a partir de conversas com colaboradores da presidenta que conhecem muito bem suas preferências e estilo. Assim, é que se poderia apostar em pelo menos três mudanças no chamado “grupo de elite do governo”. Todas elas com remanejamentos no atual ministério. Fazenda - Aloysio Mercadante - considerada uma solução natural; Casa Civil - José Eduardo Cardozo (foto); Comunicações - Ricardo Berzoini. CAMPANHA MUDOU_______ A campanha eleitoral está insossa em relação às anteriores. Saíram inteiramente de moda os comícios e carreatas, a palavra “palanque” foi extirpada do dicionário político. Prevalecem outras fórmulas de seduzir o eleitor com conversas em residências com pequenos grupos, famílias e vizinhos. O hábito do passado que vigora, é o dinheirinho no bolso do candidato: se for para a rua para um corpo a corpo e não levar uma graninha para distribuir, estará frito. DECOLAGEM CARA_______ Um Cessna Citation daquele modelo que vitimou o candidato Eduardo Campos para decolar de qualquer aeroporto brasileiro, exige R$ 7 mil em combustível. Some-se a isso as taxas de aeroporto e o pagamento de hotel para os dois pilotos na cidade de destino. Na volta são as mesmas despesas. RANKING DO PETITÓRIO_______ Assessores parlamentares do Congresso Nacional elaboraram um, “ranking” do que os eleitores mais pedem aos senadores e deputados federais em mandato. A lista é pela ordem de intensidade dos pedidos: * emprego para si mesmo; * emprego para filhos e parentes; * passagens aéreas ou de ônibus; * solução para problemas médicos; * ajuda para chamamento após aprovação em concursos; * dinheiro. MÍDIA BRABA_______ Uma frase antiga do deputado federal sergipano Albano Franco continua ribombando no Congresso para medir a influência junto à mídia de um senador, em contraposição a um governador: - “Vale muito mais um mandato de senador que um de governador. Logo que toma posse um governador começa a se isolar e o senador começa a aparecer”. SACRO COLÉGIO_______ No famoso encontro de São Paulo que sucedeu a primeira pesquisa que deu Marina Silva com 21% das intenções de votos - um a mais que ele -, Aécio Neves chamou para consultas, seu sacro colégio de cardeais. Imediatamente, nomeou o grupo que consultará em seu eventual governo em qualquer crise: FHC - o decano José Serra, Geraldo Alckmin, Aloysio Nunes Ferreira. Pelo DEM, José Agripino. Quem ficou de fora será bispo, não cardeal, se Aécio for presidente. ATÉ NOVEMBRO_______ Quando Dilma Rousseff tinha Aécio Neves e Eduardo Campos como adversários, investidores estrangeiros olhavam o Brasil de soslaio, mas não passavam disso. A partir do momento em que Marina Silva entrou no páreo, precipitaram-se o movimento para efetuarem investimentos para identificar oportunidades de negócios. Tudo fica para novembro. Grupos chineses são os mais prudentes de todos. FRANCISCANO DEMAIS_______ Reguffe, deputado federal (PDT), candidato a senador disparado nas pesquisas, é um fenômeno em matéria de “franciscanismo”. Simples, despojado, não tem santinhos, cartazes, diretório, carros, muito menos faixas e bandeiras. O único cabo eleitoral é ele mesmo. Faz sua campanha a pé, de chinelos, apenas conversando com as pessoas. E - o mais curioso: não aceita doações. Orçou sua campanha em 1 milhão de reais, mas quer economizar 2OO mil. PETROBRÁS ESPERA_______ Na bolsa de cotações de Brasília, o presidente dos Correios Wagner Pinheiro é considerado futuro diretor de um cargo estratégico na Petrobrás, isso ainda no primeiro mandato de Dilma. Será uma escadinha para prepará-lo a assumir a presidência em lugar de Graça Foster num eventual segundo mandato. Para o lugar dele nos Correios só se fala em Carlos Eduardo Gabas. CAVOUCAR POSTALIS_______ Os operadores do mercado financeiro garantem que a crise do Postalis, fundo de pensão dos Correios, não chegou ainda à superfície. Há muito mais a cavoucar. A direção é política para averiguar porque o PMDB - ala Edison Lobão - afastou a ala Renan Calheiros, expulsou do jogo o parceiro de diretoria PT e passou a imperar sozinho na outrora capitalizadíssima fundação, uma das joias do mercado. As investigações têm encontrado tantos indícios de sevícias ao patrimônio dos funcionários dos Correios que a prisão de um dos ex-presidentes do Postalis é dada como certa. 11 POLÍTICA OS “BRUXOS” DE BRASÍLIA S AID FARHAT: J O FAZEDOR DE PRESIDENTES ornalista, publicitário, cientista político, empresário, escritor, advogado, Said Abrahim Farhat, nascido em Rio Branco, Acre, o que mais poderia ser? Foi presidente da Embratur no governo Geisel (1974-1979) e secretário de Comunicação Social da Presidência da República (com “status” de ministro) no governo João Figueiredo. Recentemente falecido em São Paulo, participou de tudo no Brasil que foi inovador e extremamente ousado. Foi “Publisher” da revista Visão, no Rio, que marcou época. Um ângulo de sua biografia que poucos conhecem é o de fazedor de presidentes. Tinha o fato atestado para a arte do “build up” - a construção de perfis presidenciais. Contemos uma história para esclarecer o que se chama fazedor de presidentes: Nos idos de 9O, governo de João Batista Figueiredo, seu compromisso gravado em bronze - era ser o último do regime militar, o que efetivamente cumpriu, mas sabe-se lá a que custo. Nos desvãos do governo pululavam as linhas duras que desejavam eternizar o ciclo. Por esta razão o general Golbery do Couto e Silva, um apaixonado da abertura para os civis, foi expulso do jogo após o episódio do Riocentro. Said Farhat estava entre os que admitiam que um dos perfis civis era de Petrônio Portella, o ascético e magérrimo ministro da Justiça, fumante inveterado de cigarrihas Du Mourier, e com uma universalmente reconhecida capacidade de dialogo com o Congresso, governadores e chefes militares. A oposição - do então MDB o aceitava porque portava o discurso do desarmamento de espíritos. Portella urdira a Lei da Anistia que permitiu a volta dos exilados o primeiro dos quais, Leonel Brizola. Naquela manhã de 5 de janeiro de 80, em um sábado, Farhat, que enxergava à distância os emergentes à Presidência, saiu de sua casa na Península dos Ministros (era ministro da Comunicação Social de Figueiredo) para a Base Aérea de Brasília aguardar a chegada do HS da FAB que trazia Petrônio Portella de uma viagem a Santa Catarina. Não era recepção festiva nem um pulo na base para um cochicho político com Portellaque. Não poderia falar por telefone. Farhat soubera que o ministro da Justiça havia sido acometido por um infarto de proporções leves em Florianópolis. Mas, sempre um infarto. Seguiu-se que seu chefe de Gabinete queria levá-lo direto a São Paulo para uma consulta de emergência no Hospital do Coração. Petrônio avaliou bem a situação, e como já se sentia melhor, embora pálido e com mãos trêmulas, mandou tocar o HS da FAB para Brasília. “Já viu candidato a presidente internar-se em hospital?” - teria dito. Foi por isto que o diligente Farhat estava ao pé do jatinho quando pousou na pista da Base e taxou até o pavilhão das autoridades. Insistiu muito com Petrônio para que fossem dali direto ao Hospital das Forças Armadas fazer um checkup. Petrônio recusou-se a ir. Quis ir para casa. Um bom repouso resolveria tudo. No dia seguinte, domingo, 6 de janeiro, o candidato de Farhat e da metade civilista do governo, sentiu-se mal depois do almoço com a família e amigos do Piaui. Uma ambulância o levou às pressas ao Hospital Sana Lúcia. Nem chegou lá. Quando cruzou a Presidente Costa e Silva (nome de presidente), o coração de Petrônio Portela não suportou. SaId Fahat sofreu muito. “Bruxos” também sofrem a perda de um projeto presidencial. (Leonardo Mota Neto). Farhatianas (I) MARKETING DA ABERTURA Anchieta Hélcias, um dos amigos mais próximo de Farhat desde a correspondência da “Visão” no Nordeste, estava engendrado escrever cm Said Farhat um livro-súmula da transição democrática. A ideia foi de Antonio Lavareda, cientista político e grande admirador de Farhat, que se propunha a financiar o projeto e se dispunha a escrever o prefácio. Chamar-se-ia: “O Marketing da Abertura”, apenas versando sobre a temporada que Said vivenciou na transição de Geisel para Figueiredo sob a liderança farhatiana e a inspiração de Golbery do Couto e Silva para afirmar ao país, não apenas à sociedade civil, mas em especial aos estamentos militares, que Figueiredo seria o último general presidente e, após ele, o Brasil entraria em pleno regime democrático. O que aconteceu! O projeto não pode nem deve morrer com a morte de Farhat! Farhatianas (II) O HOMEM DE VISÃO Quando Anchieta Hélcias estava secretário do Desenvolvimento de Pernambuco, Frahat, presidente da Embratur e do Fungetur, aprovou os projetos estaduais de turismo e garantiu os recursos para construção do Centro de Convenções de Pernambuco (entre Olinda e Recife). Iniciou a organização e regularização do litoral pernambucano. Um PROJETO estruturante que o Banco do Nordeste e o BID tomaram como modelo para o Projeto Costa Dourada, englobando os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia e Pernambuco. Farghat, o homem de visão, além de ter sido homem da Visão. Farhatianas(III) “RESUMINHO” DO RÁDIO Mário Nelson Duarte, repórter de rádio no Palácio do Planalto durante a era Figueiredo, guarda de Farhat as melhores lembranças começando pelo respeito aos radialistas, pouquíssimo lembrados pelos secretários de imprensa palacianos. Sofrem horrores nas coletivas. Lembra Mário Nelson que Faghat instituiu (depois de encher muito o saco dele, é claro) o “resuminho” para “as rádias” depois do briefing coletivo. Detalhe (“Sincronicidade”): Farhat foi dono de rádio em Belém, do Pará quando saiu do Acre para lá. Explicado, Mário Nelson? Farhatianas (IV) PORTA-VOZ ESCOLHIDO Jantar na casa dos Farhat em Brasília, após a eleição indireta de Figueiredo. Ray Farhat, a anfitriã sempre espirituosa, determinada e franca diante da qual Said pouco falava, era a hierarquia natural se exercendo. O convidado era um jornalista político, colaborador da campanha. Seguiu-se uma dificílima conversa para o convidado. Foi uma sondagem sobre o perfil do porta-voz do governo - Assessor de Imprensa da Presidência - que trabalharia sob as ordens de Said Farhat, já escolhido ministro. Conversa vai e vem com nomes sendo lembrados e quase todos derrubados, sobraram três. Farhat, constrangidíssimo, porque o convidado havia trabalhando com ele lado a lado e era seu favorito para porta-voz. E era também de Ray. Mas, os dois outros candidatos, grandes profissionais, eram mais palatáveis pelos militares. O convidado percebeu a situação e desempatou o jogo: - Acho que deve o ser Marco Antônio Kramer. O casal não disse palavra, mas agradeceu. No dia seguinte, o jornalista gaúcho Marco Antonio Kramer foi anunciado oficialmente. Farhatianas (V) A CAIXA DE CHOCOLATES Ray, “Raimundinha” para os mais carinhosos, era uma mulher extraordinária. Uns 7O%do que foi Farhat devia-se à ela, à sua pertinácia, inteligência e intuição conjugada com visão empresarial e talento para separar boas das más pessoas. Um dia de trabalho normal, Farhat chega no carro oficial para almoçar com a mulher. Já eram decorridos os primeiros dois anos do governo. Ray lia, deitada. No sofá do quarto de casal, Farhat passou a ler documentos. Tocam a campainha. A empregada vai abrir. Eram flores e uma caixa de chocolates para Dona Ray, dizia tão somente o cartão. Não constava o nome do subscritor. Farhat - que estava sob pressão terrível das “forças ocultas” que não queriam abertura coisa alguma - desconfia. Pede a mulher para não mexer na caixa de chocolates. Farhat pega a caixa e joga longe. A caixa explode. Era uma bombinha infantil arrumada no interior da caixa, mas mortífera, caso aberta se um só chocolate retirado. Farhatianas (VI) A CHAPA VERDE-AMARELA Logo no início do governo, o carro oficial que servia o ministro da Comunicação estava demorando a receber a chapa verde-amarela. Utilizava um carro com chapa de bronze, e por isso tinha acesso mais imitado que seus colegas de ministério às solenidades e estacionamentos reservados a ministros. Enfim, um estorvo para quem precisava chegar na frente de todos. Ele reclamava e nada acontecia. Um dia, um alto hierarca do Planalto ofereceu-lhe um carro com chapa verde-amarela. Era o carro reserva do presidente da República. Farhat, descendente de libaneses, portanto, desconfiadíssimo, pensou e teve a exata intuição de uma armadilha promovida por forças estranhas. Um fotógrafo, quem sabe, já estaria a postos para colher o flagrante dele se servindo de um carro presidencial reserva. Era tudo que queriam para intrigá-lo com Figueiredo. Seria o pecado da soberba manifestado. Mas Said Farhat jamais entrou no carro número 2 de Figueiredo. 13 SWING POLÍTICO I FARHAT ESCREVIA DISCURSOS PARA FIGUEIREDO COM CUIDADO PARA QUE NÃO FALASSE “NÓS VAI” S aid Farhat, paraense, jornalista, publicitário, mas, sobretudo homem de ideias ousadas, era o pensador de comunicação externa do presidente João Batista Figueiredo. Nada de “marquetagem” simples, mas um intelectual que elaborava desde discursos às estratégias de longa durabilidade do general, que prometia ser o último do ciclo militar e repassar o poder aos civis. A campanha de Figueiredo foi feita para uma eleição indireta pelo Congresso, e precisava conquistar apoios militares e políticos. O principal, porém, tinha sido o apoio do presidente Geisel, e este já fôra obtido graças ao trabalho de convencimento de Humberto Barreto e Heitor Ferreira. Sucederam-se viagens do candidato pelos estados para se encontrar com os grupos da sociedade, como se fosse campanha presidencial aberta. Em cada estado, um discurso. Em cada discurso, o dedo de Said Farhat, sempre claro e preciso em seu texto. Quanto mais aproximava a eleição, mais discursos para Farhat escrever. Certo dia já não mais suportando a carga da demanda de discursos, Said Farhat chamou seu principal assessor, jornalista Anchieta Hélcias, e lhe disse: - Olhe, tome conta disso. Vão escrevendo rápido. Não liguem muito para o estilo. Basta não escrever “nós vai” que tudo estará bem para o Figueiredo. PREFEITO DE PAU DOS FERROS DEU LIÇÃO PRÁTICA DE PACTO A AGRIPINO E MACIEL Q uando o atual senador José Agripino era governador do Rio Grande do Norte, reuniu os prefeitos do PFL de todo o Estado para ouvir a pregação do senador Marco Maciel sobre o Pacto Social. Maciel, líder nacional do PFL, viajava pelo país para vender a ideia de um pacto globalizante que incluía reforma política, Constituinte e o Pacto Federativo. Era uma salada teórica difícil de entender pelos prefeitos. Não deu outra. Ao finalizar a palestra, o prefeito de Pau dos Ferros, José Fernandes, tio do jornalista Calazans Fernandes, levantou a mão e pediu a palavra. Queria dar sua opinião sobre os pactos. - Senador, o que a gente vai fazer no agreste quando o Aluízio Alves tirar nossos empregos do PFL e passar para o PMDB? Será esse o pacto social? E o astuto prefeito concluiu, para espanto de Maciel e Agripino: - Os caminhos da pátria passam pelo quintal de minha casa. Maciel há de ter pensado dez vezes antes de prosseguir a campanha pelo Pacto Social. 14 SWING POLÍTICO I ARRUDA DEVE CONSULTAR EPISÓDIO OCORRIDO COM JK E LACERDA PARA FORTALECER SUA CRENÇA A eleição de José Roberto Arruda a governador no Distrito Federal estava por um fio. O TSE poderia impugná-lo antes mesmo da eleição. O ambiente judicial era hostil ao ex-governador afastado do poder devido ao que ele chama de “golpe” engendrado pelo PT. E também apelidou a Lei das Fichas Limpas de “leizinha”. Os advogados do candidato do PR e apoiado pelo Joaquim Roriz, no entanto, estavam bem confiantes. A teoria do fato consumado e do direito adquirido era para eles maior que a lei da ficha limpa. Arruda obteve o registro de candidato. Existe uma passagem na história política recente do país que os advogados “arrudistas” poderiam levá-lo em conta, pois é maior do que qualquer súmula jurídica. Passou-se em 56. JK, então governador de Minas, apresentou-se como candidato a presidente pelo PSD. Carlos Lacerda, udenista ferrenho, governador do Estado da Guanabara, rancoroso contra JK como havia sido contra Getúlio, dispara sua metralhadora giratória: - Juscelino não será candidato. Se for, não se elege. Se se eleger, não toma posse. Se tomar posse, não governa… Ou seja, Lacerda dispunha-se a TRÊS CORTES DE SARNEY: NÃO BATIA NA MESA, QUERIA VER CHARGES E ÍA A FESTAS DE INIMIGOS G overno Sarney. O presidente da Câmara dos Deputados e do PMDB nacional, Ulysses Guimarães, mantém praticamente um governo paralelo. Chama constantemente os ministros do PMDB à sua residência oficial na Península para passar diretrizes de comportamento e ação. Sarney, que se lixe. Os assessores palacianos vão ao presidente. Advertem-no que Ulysses está comendo sua autoridade pelas bordas. Que a opinião pública o está considerando um frouxo. Pedem para que bata na mesa e enquadre os ministros do PMDB. Sarney, prudentemente, com seu estio conciliativo: - “Meu filho, se eu bater pesado na mesa ou quebro a não deixar JK cumprir as quatro etapas, tanto quanto levou Getúlio ao suicídio. JK acabou eleito, e Lacerda saiu da história com uma morte natural até hoje suspeita. mesa ou quebro os dedos…” Em outra ocasião os assessores comentaram com Sarney, indignados com a enxurrada de charges e caricaturas depreciativas sobre ele, publicadas nos jornais de todo o País. Aconselham-no a usar a força de pressão publicitária do governo para coibir os chargistas. Sarney abre um sorrisinho “matreito” e responde: - “Nada disso. Até gosto dessas charges. Na verdade as recorto dos jornais e coleciono...”. A trilogia se completa com um episódio ocorrido no aniversário da Revista Veja, que tratava Sarney com dura aversão editorial. O patriarca Victor Civita vem pessoalmente a Brasília convidá-lo a ir à recepção do aniversário da revista na Academia de Tênis. A conversa no gabinete do presidente transcorre cordialmente, e Sarney aceita o convite para a festa. Quando Civita sai, entra no gabinete seu secretário de imprensa, com voz ativa sobre ele: - “Sarney, como é que você aceita ir à festa de uma revista que lhe “desce o pau” todas as semanas?” - “Querido, ele não me “desceu o pau hoje…” 15 POLÍTICA L U L A FICARÁ COM U CONTROLE DA ÁREA ECONÔMICA SE DILMA GANHAR A REELEIÇÃO ma conversa recentíssima entre Lula e Dilma, em São Paulo, entre quatro paredes – suas únicas testemunhas – teve ingredientes inimagináveis de crueza. Jogaram ali toda a roupa suja acumulada para lavar e enxaguar. E depois passaram a ferro. Aos pouquíssimos que ouviram essa versão, a conversa soa como absurda e inacreditável por sua rude essência. É importante ressaltar esse detalhe: foi a pedido dela, fato que mudou a psicologia do encontro. Lula sentiu-se à vontade mais que nunca como mestre do universo. O colóquio foi longo entremeado com muitas frases cortantes. Lula e Dilma puseram na mesa todos os escondidos ressentimentos e queixas. Ela, humilde, admitia diante do criador que estava em dificuldades extremadas de sustentação de sua candidatura e poderia vir a perder a reeleição. Nada parecido com aquela Dilma de um ano e pouco atrás, antes das manifestações de rua, quando pairava sobre os seus 75% de aprovação. Lula não se fez de rogado. Diante da sua criatura, que está a apenas 4 pontos de perder o privilégio de decidir a eleição no primeiro turno, uma vez que Aécio encosta cada vez mais. Essa conversa ocorreu bem antes dos episódios dessa semana e particularmente do Datafolha em que Marina Silva já ultrapassou o tucano em ponto. Lula vivenciava um daqueles dias em que diz as verdades com palavras chãs na cara do freguês. Dilma estava mesmo disposta a manter uma conversa definitiva com aquele que muitos julgam estar jogando capciosamente com ela, ao incentivar o “Volta Lula”. A presidenta fixou logo de início sua impressão de si mesma: - “Sou sua sucessora!” (Ou seja, leia-se: “Não sou mais o poste de 2010!”). Como a dizer: “Não sou mais aquele “poste” da primeira eleição. Portanto, mereço respeito pelo que fiz, (faço e poderei fazer mais ainda”). Afinal, foi ela quem pediu a conversa para apelar a Lula por seu apoio cerrado e fechado, sem medidas capciosas. Deva-se dizer que Dilma jamais acreditou nas manobras sub-reptícias de Lula para fragilizá-la. Repele quem se aventura a abordá-la com esse tema. Porém, as realidades são mais “A economia faz água”. A receita “Mantega” está dando errado e o 16 ministro atingiu o fundo do poço, com confiabilidade zero como “czar” da equipe econômica. Lula teceu uma análise fria sobre as deficiências de comando de Dilma nessa área. Sua mania de ser ministra da Fazenda de si mesma. Passou para a seara política. Criticou cruamente a forma como a campanha de reeleição está sendo conduzida, desde a estratégia geral à temática e ao discurso. A distância que Dilma mantém do PT e de sua direção nacional foi também lembrada. Por delicadeza, Lula não deve ter repisado uma velha suspeita que corre no partido de que Dilma é brizolista de coração, não petista. Tudo foi jogado na mesa, afinal decidia-se ali o apoio de Lula para retirar Dilma de sua estação no inferno. Lula foi com tudo. Repassou todas as dificuldades que a cercam. Analisou o cenário regional e deu com o praticamente perdido o Sudeste: Minas, São Paulo e Rio. São 55% do eleitorado do país. Indicou com derradeira chance de ganhar, apostar tudo no Nordeste que garantiu a eleição dela em 2010. Lula não quer que Dilma foque sua campanha ali. Ele próprio vai cuidar disso: mergulhar nos grotões e sertões. Espera com isso compensar a perda do Sudeste. Tarefa de Dilma será enfurnar-se nas demais regiões para tentar obter o maior volume de votos sem Lula por perto. Dilma seguia concordando com tudo. Não esqueça que ela solicitou a conversa. Afinal cedeu, prometeu emprestar total apoio, mas impôs condições severíssimas. Bem mais caras (no sentido literal da palavra, de serem altamente dispendiosas para Dilma se reeleita) que as de 2010. POLÍTICA O XEQUE-MATE: “TEMOS DE JOGAR TUDO AGORA...” E m certo momento da conversa, Lula deu o xeque-mate: - Olha Dilma, eu te elegi em 2010. Se você não se reeleger, nós dois perderemos já que não poderei me eleger em 2018. Nosso projeto estará liquidado. Temos que jogar tudo agora nessa reeleição. Não devemos mais ligar para diferenças sobre modo de governar e fazer campanha. Tudo isso é secundário agora. Dilma, concordando. Senhor absoluto da situação, Lula ia pondo seu “molho” próprio na conversação. Foi quando largou o bote: - Se tudo der certo, como vai dar, e você se reeleger no primeiro turno, vou ter uma participação ampla no governo para não deixar mais acontecer o que aconteceu na economia e na política. Citou expressamente as áreas que receberão sua intervenção para que o governo não aderne até 2018, criando dificuldades para sua eleição. E citou quais: toda a área econômica será polvilhada por nomes indicados por ele. Tudo em aberto, não nos bastidores. O consulado “lulista” cobrirá a Fazenda, o Planejamento, o Banco Central e os bancos oficias. E Dilma? Aceitando, claro. Ela é que pediu a conversa. Lula ainda fez um arremate ao seu estilo. Lembrou que se Dilma se reeleger, no atual estado da economia e do pessimismo do mercado, deverá ter muito cuidado com o PMDB. Advertiu que nos primeiros anos de seu segundo mandato, se os indicadores da economia continuarem ruins, o PMDB, orquestrado por Michel Temer, poderá conspirar para desestabilizar seu governo. Lembrou o que aconteceu com Collor. “O que derrubou Collor foi a economia, não a política”. Fez uma pausa e recordou o que fez José Alencar, seu vice, quando estourou o processo do mensalão: ficou neutro. Dar toda a área econômica e os bancos a Lula não será um preço tão caro assim. Lula já não manda integralmente no BNDES? Também não será uma conta salgada Dilma expelir do eventual segundo governo o secretário do Tesouro Arno Augustin – que Lula considera o fim da picada. Será um prêmio à disciplina dela. 17 POLÍTICA LULISMO NÃO PASSOU, MAS DILMISMO É LEGÍTIMO Gabinete da Presidência A presidenta Dilma tem toda a razão para se sentir monitorada pelos representantes do “lulismo” em seu governo. E o ex-presidente Lula tem toda a razão para se sentir responsável pelos destinos do governo Dilma. Essa é a velha história do criador e da criatura em suas variações mais contemporâneas. Entretanto, mais uma variante sobre a culpa: Lula está se sentindo mais fora do poder do que Dilma dentro. O criador é culpado pelos males que sofre entre os quais o orgulho, soberba e superestima. Quando o criador cria, está criado e pronto. A criatura deve ser deixada livre, andando com suas próprias pernas, regida por seus próprios cuidados, auto gerenciada e comandada por seus planos e programas. Não há cargo no Brasil de “Super Condestável da República”. Se ela errou, deverá se substituída por outro presidente, legítima e democraticamente eleito. Reeleição é para isto mesmo: para confirmar se o presidente da hora foi bem ou não. Se foi bem, será reeleito. Se não foi bem, passe a faixa. Como dizia Disareli: “Ou faça ou saia”. “Sem choro nem vela”, a derrota 18 sempre dói, mas seria republicana. Nesse caso, todos os que ocupam os lugares do avião devem desembarcar e deixar seus assentos livres para os passageiros da outra coligação que embarcará. Chato? Sim, mas um fato histórico. Perder muitas vezes não é feio. Perder é uma contingência do momento. Não é um decreto de longevidade. O criador pode sentir-se até mesmo feliz vendo que a criatura cumpriu o dever de casa, com exatidão e honra. Mas, se perder, as circunstâncias terão sido mais fortes. Se ganhar, ela é que ganhou sozinha. POLÍTICA PMDB: DARÁ AS CARTAS COM RECORDE DE PARTIDOS R ecentes rodadas de pesquisas dos institutos Datafolha, Ibope e Vox, o resultado das disputas para os 27 governos estaduais projeta duas constatações iniciais: a primeira, a de que o PMDB segue firme para ser o grande vencedor das eleições gerais de 2014; a segunda, que a multiplicação de partidos (são 32 os que se habilitaram para participar do pleito deste ano) vem causando o efeito de levar a uma maior pulverização nas intenções de voto dos brasileiros. Se em 2010 os governadores eleitos ingressavam as fileiras de apenas seis partidos, em 2014, se os que lideram as atuais pesquisas acabarem sendo eleitos, seria 10 as agremiações que obteriam vitórias para os governos estaduais. O PMDB, que está participando da disputa estadual em 18 estados, possui nada menos que nove líderes nas atuais pesquisas. São eles: Renan Filho, em Alagoas; Eduardo Braga, no Amazonas; Eunício Oliveira, no Ceará; Paulo Har- tung, no Espírito Santo; Helder Barbalho, no Para; Henrique Alves, no Rio Grande do Norte; Confúcio Moura, em Rondônia; Jackson Barreto, em Sergipe; e Marcelo Miranda, no Tocantins. Se houvesse um índice que medisse a taxa de sucesso do PMDB em relação ao número de candidaturas, o partido estaria atingindo a marca de 50% de vitórias. Em segundo lugar no ranking dos partidos que mais têm líderes de pesquisas para os governos estaduais são o PT e o PSDB, cada qual com quatro até aqui vitoriosos. O PT, que lançou 16 candidaturas, até aqui venceria em apenas quatro estados: no Acre, com Tião Viana; no Mato Grosso do Sul, com Delcídio Amaral; em Minas Gerais, com Fernando Pimentel; e no Piauí, com Wellington Dias. A taxa de sucesso do PT seria de apenas 25%. Já o PSDB obteria vitórias em Goiás, com Marcone Perillo; na Paraíba, com Cássio Cunha Lima; no Paraná, com Beto Richa; e em São Paulo, com Geraldo Alckmin. Como lançou apenas 12 candidatos para disputar o cargo de governador, o PSDB estaria melhor do que o PT no ranking de aproveitamento, com taxa de sucesso de 33,3%. Na sequência do ranking de partidos que mais conseguem obter vitórias nas eleições para os governos estaduais aparecem PR e o PP, com duas vitórias. O PR vem liderando as pesquisas no Distrito Federal, com José Roberto Arruda, e no Rio de Janeiro, com Anthony Garotinho. Já o PP vence, até aqui, no Rio Grande do Sul, com Ana Amélia, e em Roraima, com Neudo Campos. Os outros partidos que conseguiriam eleger apenas um governador são o DEM (Paulo Souto, na Bahia), o PCdoB (Flávio Dino, no Maranhão), o PDT (Pedro Taques, no Mato Grosso), o PTB (Armando Monteiro, em Pernambuco) e o PSD (Raimundo Colombo, em Santa Catarina). 19 S NAR>>>>> Alberto Caeiro TELEFONE MUDO No final de agosto, em Amapá, onde está, o senador José Sarney tentou falar com a presidenta Dilma várias vezes. Ela estava disponível, em viagem. Recebeu o recado e não quis atender. Mandou um recado para ele dizendo que na segunda-feira seguinte o chefe do gabinete pessoal, Beto Vasconcelos, ligaria para ele. Sarney insistiu que era urgente. Resposta dela: - “Urgente pra ele...” GUARARAPES DECOLA A escassez crônica de caixa do governo já está inspirando simulações para um eventual segundo mandato de Dilma. Os estrategistas da logística entendem que para dar certo em mais um ano, terá que com ela ser engendrada agora. Uma das mais viáveis é privatização de um novo lote de aeroportos em importantes capitais. A joia da coroa nessa segunda seria o Aeroporto Internacional de Recife/Guararapes, considerado o melhor aeroporto do Brasil operacionalmente e o segundo melhor da América do Sul, de acordo com o ranking 2012 da Skytrax, é o maior complexo aeroportuário do Norte-Nordeste brasileiro. DESGOSTOS PRESIDENCIAIS Se for feito um balanço no final deste primeiro mandato dos assessores da presidenta Dilma que lhe causaram maior decepção, o ranking poderá ser encabeçado pelo ex-homem-forte, Bernardo Figueiredo, ex-dono do setor da logística governamental. A seguir, Nélson Barbosa, ex-czar dos bastidores da política econômica. PRESSÃO ALTA “Marineiros” acusam pressão do governo para evitar que doadores institucionais poderosos migrem para a candidatura de Marina Silva. Essa cantilena não vale, entretanto, para o Itaú. 20 PREVISÃO PETISTA Um estrategista do PT nacional, do mais alto coturno em capacidade de uso da bola de cristal teceu uma previsão não tão sombria da o quadro de candidatos a governador do partido. Dividiu-os em blocos: 1) devem eleitos; 2) devem disputar; 3) têm condição de disputar. Bloco 1: Delcídio Amaral (Mato Grosso do Sul),Tarso Genro (Rio Grande do Sul),Tião Viana (Acre),Camilo Capiberibe (Amapá) e Padre Ton (Rondônia). Bloco 2: Fernando Pimentel (Minas) e Alexandre Padilha (São Paulo). Bloco 3: Rui Costa (Bahia). INVESTIMENTOS ATRASAM CRISTIANIZAÇÃO VOLTA Empresários estrangeiros atualmente refratários a trazerem seus dólares, euros, libras, yuans e ienes para o Brasil, apostam que os horizontes do país somente se desanuviará quando o futuro presidente for eleito e anunciar sua equipe econômica. Se houver segundo turno, esse procedimento atrasará ainda mais. Entre os candidatos existe uma leve preferência pela pregação de Aécio Neves. TUDO CONSERVADOR Uma frase de especialista em componentes humanos é uma aposta em que em São Paulo os modelos estratificados superam as aventuras. Lá há dicotomia PT x PSDB e o PMDB é livre atirador. Não acredita no sucesso de Paulo Skaf e põe Padilha no segundo turno. E mais: Skaf apoiará Padilha no segundo. A frase é: - “Os dois (Padilha e Skaf) são petistas, mas falam como PMDB. Lula foi buscar o mais conservador do PT (Padilha) para agradar o PMDB e combater o PSDB...” O pessoal mais ligado a Eduardo Campos, que viu em Recife a candidatura presidencial faz advertência a Marina Silva: _ “Se o grupo que o Eduardo articulou e escolheu para concorrer a governador nos estados for sabotado pelos “marineiros”, o pessoal do PSB tira o carro e ela ficará reduzida à Rede.” A isto se chama “cristianização”. Já aconteceu em Minas, com o então candidato Cristiano Machado. AGRIPINO PONTIFICA Sobre as dificuldades que Marina Silva encontraria no Congresso Nacional, caso eleita e não quisesse manter o regime do “toma lá da cá”, um consultor político que há 3O anos circula os gabinetes mais influentes, relembra uma conversa que manteve com o senador José Agripino, quando crepitava no primeiro mandato de Lula o fogo morro acima de seu impeachment: - “Aqui no Congresso só se vota o “impeachment” de algum presidente quando o povo bate à porta.” GAZA MARANHENSE Uma cena rude, terra a terra, afastou de vez os clãs Sarney e Lobão no Maranhão. Deu-se num diálogo extremamente azedo entre a governadora Roseana Sarney e o ministro Edison Lobão em torno do apoio do governo estadual à candidatura do senador Lobão Filho a governador. Isto é: não haverá apoio algum. Roseana recebeu Lobão pai, rispidamente. Lembrou que nas horas de maior aperto por que passou ultimamente não contou com a solidariedade do clã número 2. Lobão pai ficou indignado com a conversa, dizendo que sem o apoio do governo a candidatura, vai para o sal. E que Edinho só entrou porque houve a promessa do engajamento da máquina do governo Roseana. Sarney, pai, observava tudo, mas não disse palavra. O clã se dar por satisfeito se eleger alguns deputados - federais e estaduais - e o senador, o ex-ministro do Turismo, Gastão Vieira. Para este, sim, haverá “apoio”. 21 FRASES DO MÊS ção”. “Não há quem controle a corrup rvalho, (Do ministro Gilberto Ca vista à Veja). em entre- que qualquer agente dela, “A Petrobrás é muito maior do es, equívocos e que sejam diretor ou não, que cometam crim condenação da empresa. condenados. Isso não significa as instituições. A Petrobrás Homens e mulheres falham, não está acima disso. entrevista coletiva on(Da presidenta Dilma, em rada, segundo O Globo) tem no Palácio da Alvo “A Marina ainda vai crescer mu ito. Inicialmente, achávamos que ela ia trazer votos para o Ed uardo, mas agora é o Eduardo que vai trazer votos para ela ”. (Do deputado Júlio Delga do, do PSB de Minas, após a missa em memó ria de Eduardo Campos na Catedral de Bras ília. segundo O Globo) “Tragédia com Campos marca rá a história do País”. (De Roberto Freire, pres idente nacional do PPS, a TV UOL) 22 “Às vezes digo para os meus filhos: posso perder a esperança porque tenho 68 anos e vou completar 69 em 27 de outubro. Meus sonhos e esperanças têm que ser menores do que o son ho e a esperança de um moleque de 16, 17 anos, que está em casa, que está no iPad falando mal de alguém. Além de sentar na fren te da televisão, do computador e xingar todo mundo, dizer que nin guém presta, é preciso pergun tar: o que eu fiz?” (Do ex-presidente Lula, em vídeo gravado ontem no Instituto Lula, dirigi do aos jovens, questionand o o uso abusivo das redes sociais, segundo o Porta l A Tarde). uardo Cam“Depois de Miguel Arraes e Ed (PSB) é tido pos, a maior liderança do par Renata (Campos)”. esidente (De Roberto Amaral, pr ura do nacional do PSB, a abert Recife, encontro do partido em segundo O Globo) FRASES DO MÊS e esse conhecimento “Comoção gera conhecimento, pessoa que melhor se transforma em referencial. A cial é Marina”. pode representar esse referen nheiro, do PT (Do senador Walter Pi eira pesquisa da Bahia, sobre a prim ra presidente, sobre Marina Silva pa segundo O Globo) reforma política. Há um “Sou a favor do voto distrital na eleição proporcional já não sentimento de que esse tipo de e ninguém mais está disdá mais, que o que se gasta hoj fala numa campanha de posto a pagar. Em São Paulo se s, federal, R$8 milhões. deputado estadual de R$5 milhõe e fora de propósito”. Isso é impossível, completament residente na chapa tu(Do candidato a vice-p rreira, em entrevista cana Aloyzio Nunes Fe ndendo à pergunta: ao Globo, ontem, respo o do governo, tirar Como será, na formaçã de receber ministério hábitos tão arraigados paredar o presidende porta fechada, de em troca permanente?) te, governar sem essa um querendo valorizar a “Não é hora de ficarmos cada Nosso compromisso parte. É hora de lutar pelo todo. mandato será um mané pelo fim da reeleição. O meu que eu quero é ajudar dato de apenas quatro anos. O a renovar a política.” “Vamos deixar claro: o PSB não é a Rede, nem a Rede é o PSB. Nem Marina é Eduardo, nem Eduardo era Marina. São dois projetos que se encont raram. Se todos pensássemos igualmente, não seríam os partidos diferentes. As divergências são salutares. Fic o muito feliz quando vejo o debate das ideias e dos projeto s dentro do PSB. Só partidos stalinistas conhecem a una nimidade.” obo) (De Marina Silva, a O Gl (De Roberto Amaral, pr esidente nacional do PSB, em entrevista a O GLOBO) de Eduardo Campos, se “Marina não representa o legado não aceito isso. Eu que não comportou muito mal comigo e Não aceito, não continuarei quis ficar na coordenação dela. porque meu compromisso era na coordenação da campanha representa o legado dele, com Eduardo Campos. Ela não entar o legado. Eram muito ela está muito longe de repres gicamente, em todos os sendiferentes politicamente, ideolo a, mas como se está numa tidos. Não tenho mágoa nenhum é o que ela é, tem que se instituição como hospedeira, que rer mandar na instituição. respeitar a instituição e não que a, não no PSB. No PSB, Ela que vá mandar na Rede del mandamos nós” “Se isso for verdade (denúncia da venda do patrimônio imobiliário por Graça Foster para evitar bloqueio de bens) e, dependendo da sua extensão, isso configura uma burla ao processo de apuração da irregularidade. Então é gravíssimo. É grave porque é como se fosse uma tentativa de burlar o caso.” -coordenador-geral da (De Carlos Siqueira, ex va, ao deixar a função campanha de Marina Sil va, segundo O Globo) brigado com Marina Sil 23 (Do ministro José Jorge, do TCU e relator do caso do bloqueio de bens da presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que a notícia publicada ontem por O Globo, se confirmada, é gravíssima) www.tse.jus.br CONHEÇA O PASSO A PASSO NA HORA DO VOTO. AO CHEGAR À SUA SEÇÃO, NÃO SE ESQUEÇA DE APRESENTAR UM DOCUMENTO OFICIAL COM FOTO. • Você vota primeiro para deputado estadual/distrital. Para esse cargo, são cinco dígitos. Após conferir o nome, a foto e o número, pressione CONFIRMA ou CORRIGE. • O segundo voto é para deputado federal. Agora são quatro dígitos. Proceda da mesma forma para confirmar ou corrigir. • O terceiro voto é para senador. O número deverá ter três dígitos. Atenção: ao digitar o número, aparecerão também a foto e os dados dos suplentes. • O quarto voto é para governador. Ao digitar o número do seu candidato, a tela mostrará também os dados e a foto do candidato a vice na mesma chapa. Lembre-se de que agora são dois dígitos apenas. • Por último, o voto é para presidente. Também são dois dígitos e, da mesma forma, ao digitá-los, aparecerão a imagem e os dados do candidato a vice. • Confira bem o seu voto. Ao digitar e confirmar um número de candidato ou partido que não existe, o seu voto será anulado. • Para votar em branco, pressione a tecla BRANCO e depois CONFIRMA. Se você desejar votar em branco para todos os cargos, deverá repetir o procedimento um a um. • Seu voto estará concluído quando a urna emitir um sinal sonoro mais longo e a tela exibir a mensagem FIM. 24 ENSAIO POLÍTICO DESASTRE AÉREO: UM DESASTRE POLÍTICO Romulo F. Federici* U m tempo chuvoso, visibilidade nenhuma, uma pista de aterrissagem primitiva numa base aérea mal equipada, uma manobra complicada, uma tragédia aérea sem sobreviventes que vem gerando uma enorme barafunda política. Antes dos bombeiros chegarem ao local do acidente que matou EDUARDO CAMPOS e seus acompanhantes naquele avião, o mundo político entrou em convulsão via internet. Todos os candidatos, principalmente os aspirantes à Presidência da República entraram numa catarse coletiva - o que Aristóteles definia como uma reação dos espectadores impressionados e atarantados após assistirem uma representação dramática. Mesmo postando-se como compungidos e em luto respeitoso diante dos holofotes, passados os primeiros momentos todos os políticos e respectivos entourages começaram a correr pelos bastidores em busca de soluções para suas ambições diante do novo quadro que se apresentava. Eduardo Campos era um jovem que vinha sendo uma das opções de LULA para suceder DILMA ROUSSEFF daqui a quatro anos. A cria, que vinha sendo alimentada era, no entanto, ambicioso e havia sido criado sob a sombra de MIGUEL ARRAIS, político inteligente e matreiro, que lhe transmitiu todas as habilidades para sobrevivência na selva política. Desconfiado, Campos preferiu liberar-se do mestre e lançar candidatura própria sabendo que não tinha muita chance de vitória, mas sabendo que tinha todas JID WEBB as chances de consolidar seu nome para as futuras eleições Presidenciais, dificultando que lhe puxassem o tapete mais adiante. Para lhe acompanhar como Vice-Presidente usou a veia política que lhe foi transmitida pelo seu famoso antecessor e deu uma tacada de alto risco: Convidou MARINA SILVA, uma pessoa que não tinha nada a ver com ele, mas tinha votos, muitos votos e não tinha partido naquele momento. Sabia que MARINA era mais forte que ele no imaginário coletivo, predominantemente ingênuo e que prioriza o sonho em detrimento do mundo real. Ele sabia que nesse mesmo imaginário ela era vista como uma vestal que reunia todas as virtudes humanas, mas, sabia também que ela tinha muitos votos e era isso que interessava naquele momento. Sabia que teria engolir muitos sapos porque ela era uma pessoa que misturava religião com política e não abriria mão disso porque não poderia abrir mão da legião de votos carreados pelos crentes. Sabia que teria de ter muita paciência porque se tratava de uma figura autoritária e cercada de dogmas, mas confiava que o mundo real, onde ela teria de encarnar, se encarregaria de desmantelar esta casca. Sabia, enfim, que ter MARINA no cangote era o preço que teria de pagar, mesmo com todos os riscos que isso trazia. *Consultor de Relações Institucionais, Direito Político e Administrativo. [email protected] 25 ENSAIO POLÍTICO UMA “SANTA” EM TROCA DE UM PARTIDO O grande trunfo que CAMPOS tinha era o partido, o PSB, pouco expressivo, mas pedra fundamental para qualquer projeto político dele e, principalmente de MARINA, que não conseguiu regularizar seu próprio partido, a REDE. Passariam a estar inexorável e umbilicalmente ligados e mutuamente dependentes, mas, ao mesmo tempo, tinham consciência de que, na primeira oportunidade, um deles abandonaria o outro. Lançaram a chapa unindo CAMPOS para Presidente e MARINA para vice, mas no dia seguinte, a turma de um lado já passou a brigar e disputar poder com o outro lado. No entanto, vinham se tolerando com olhos fincados no projeto de poder que estava em jogo. MICHEL ZAIDAN, cientista político da UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, foi incisivo ao sentenciar: “A ex-senadora do Acre não tem nada a ver com a agenda do PSB, nem na forma nem no conteúdo. Não é e nunca foi socialista, ela é evangélica” ... “O que ocorre é a presença de um partido (REDE) dentro de outro partido (PSB), por mera conveniência político-eleitoral”. (Jornal Brasil, 247 em 25/08/14). As candidaturas, a partir da “fusão” vinham caminhando com menos velocidade e abrangência com que sonhavam. Marina trouxe votos, mas não o suficiente. Veio a neblina, a chuva, a pista de um aeródromo sem recursos, a tentativa lograda de pouso, a arremetida, a manobra para retorno e nova tentativa... O fim! De repente e, não mais que de repente, a musa coadjuvante transformou-se na RAINHA que agora como a dona do pedaço, reeditou a frase histórica de D. PEDRO: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que FICO”. A partir daí, passou a atrair um tsunami de votos até então vacilantes. Os fiéis abraçaram sua “santa”, o imaginário coletivo tomou sua decisão e todos os sonhadores deste país lançaram-se aos pés de MARINA SILVA. Estavam, como estão, convencidos que ela irá eliminar, definitivamente, todos antros de corrupção do país bem como todos os demais males, trazendo a “felicidade geral da nação”. Sim, o potencial eleitoral de MARINA SILVA está assentado, predominantemente, nos crentes, nos conservacionistas e nos sonhos daquela enorme parcela da sociedade que tem uma cultura política superficial, alimentada pelas informações das manchetes de jornais e revistas semanais que, via de regra, não tem nenhum interesse em repassar informações consistentes, senão que comprometam seus próprios interesses. Esse apoio é reforçado pelas pregações religiosas e pelos devaneios intelectuais e “intelectualóides” que poucos compromissos têm com este purgatório a céu aberto que é o mundo real. 26 ENSAIO POLÍTICO “RICHELIEU” GIANNETTI DA FONSECA ABRE O JOGO: D e repente convencionou-se que a “Santa” traria uma nova era de virtudes que iria eliminar todos os defeitos e malfeitos da vida pública; que implantaria uma época de bem-aventuranças, com a solução dos problemas econômico, financeiros, sociais e os demais que atormentam o brasileiro comum. Mas, eis que vem o balde de água fria em nossas cabeças: EDUARDO GIANETTI DA FONSECA, o “Cardeal de Richelieu” de MARINA para assuntos econômicos, dá longa entrevista à FOLHA DE SÃO PAULO (25/08/2014) dizendo, nada mais nada menos que: Marina Silva quer LULA e FHC como aliados e procurará pessoas do PT e do PSDB para formar sua equipe de governo. Confessando a falta de interlocução de seu grupo na área política, diz que os ex-presidentes LUIZ INÁCIO DA SILVA e FERNANDO HENRIQUE CARDOSO poderiam colaborar. Confessa-se preocupado com a possível ida de SARNEY, RENAN e COLLOR para a oposição, e aí lança a pergunta e ao mesmo tempo a resposta: “Com quem se governa e com quem se negocia? É com LULA e FHC” sentencia. Pois é, confessa o valor de SARNEY, RENAN e COLLOR e teme a fuga deles para a oposição, pois sabe que, mesmo não sendo “santos”, garantem base de apoio a qualquer cristão... digo, evangélica ... E acrescenta: “O PSDB é um partido de muitos técnicos e pouca liderança”; “O PT também tem técnicos de excelente qualidade que trabalharam no primeiro mandato de Lula e a gente adoraria trazê-los”. Um pequeno lapso do dedicado conselheiro: Além de LULA e FHC, são fundamentais para qualquer governo o poderoso PMDB com todos os seus RENANs espalhados pelos plenários do Congresso, o baixo clero que tem o poder de criar inúmeros problemas, o PR comandado por WALDEMAR COSTA NETO desde a cadeia onde cumpre pena de 7 anos e 10 meses de prisão, o PTB comandado também da cadeia por outro presidiário não muito equilibrado, ROBERTO JEFFERSON, além de outros não mencionados para evitar a monotonia da leitura. Sem isto, meu caro RICHELIEU GIANETTI DA FONSECA, ninguém governa sem eles, nem mesmo uma “santa”, sob pena do risco de impeachment e/ou destruição de imagem. Perca uns minutos e converse com o COLLOR e com JOSÉ DIRCEU e ele lhes dirão quão perigoso é afrontar o poder devastador de um CONGRESSO NACIONAL aborrecido. Seguem-se uma série de considerações que misturam os fundamentos macro econômicos de FHC e as conquistas sociais de LULA. Assim, o discurso de MARINA, que induz a grandes mudanças, é desmentido por GIANNETTI, que informa vir por aí, mais do mesmo, misturando o “liberalismo” do PSDB com o “progressismo” do PT, algo como misturar azeite e água... Só com milagre da “santa”. Falando sério: Tal como todos os outros, MARINA vai ter de se despir do manto santo, dos fundamentalismos e ir ao CONGRESSO, ajoelhar no milho, e barganhar os indispensáveis apoios para governar, como todos os outros mortais que passaram pelo PALÁCIO DO PLANALTO. O resto é figuração! 27 ENSAIO POLÍTICO UM “EBOLA” POLÍTICO M arina chegou semeando a destruição de votos e apoios políticos a tucanos e petistas. O fenômeno era previsto, mas subestimado pelos “analistas” (sempre eles) porque foi analisado no contexto da parceria de MARINA com EDUARDO CAMPOS. Era evidente que o neófito CAMPOS, com raio de ação limitado inclusive por preconceitos no “sul maravilha” (saudades do ENFIL) contra nordestinos, prejudicava MARINA, cuja “santidade” já lhe tinha valido sua consolidação política e cerca de 20 milhões de fiéis, digo, votos nas eleições presidenciais anteriores. Com MARINA sozinha, o contágio “marineiro” foi perverso porque sugou eleitores justamente nos principais redutos do PSDB e PT, abduzindo os votos de nicho dos dois partidos: OS TUCANOS: Assistiram a aspiração de votos das elites, notadamente da classe média clássica que tem aversão ao viés populista do PT e onde se alojam contingentes de doutrinados pela grande mídia. O engraçado é que parte desse segmento não percebeu o viés populista-evangélico de MARINA e a recepcionou como opção à bipolaridade radical em curso. Lamentou fuga de muitos artistas, formadores de opinião e da intelligentsia em geral, encantados, tal como mariposas, pela luz emanada da santa figura. Certamente veremos multidões de artistas despindo camisetas retratando o simpático tucano e vestindo camisetas personalizadas em homenagem à MARINA (de punhos erguidos), declamando palavras de louvor à ela. Marina se dá ao luxo de desfrutar do apoio entusiástico de uma banqueira, importante acionista de um dos grandes bancos brasileiros, que não se cansa de manifestar seu fascínio pela candidata. Não se sabe o montante da ajuda eleitoral, mas não deverá ser desprezível. Resta saber se os demais sócios, executivos e decisórios da organização, focados no “bottonline” que fotografa os vultosos ganhos do banco, estão formando um jogral a ecoar os mesmos cânticos da referida senhora. Há controvérsias. E isso se dá numa candidatura, a de AÉCIO NEVES, que, apesar do imenso esforço em seu favor por parte das elites mais conservadoras e da grande imprensa, com seus colunistas, blogueiros, “especialistas consultados”, “fontes” e tudo o mais, permanece patinando sem uma decolagem firme, consistente e convincente, pelo menos até o momento em que estas mal traçadas linhas são digitadas. Parecem confirmadas as previsões de que a “troika” paulistana, que controla e vem desconstruindo o PSDB, não encontrou à sua volta lideranças capazes de manter a estatura do partido. Isto porque vêm embalsamando as velhas figuras, incrustradas no comando do partido e espantando os novos valores com potenciais de renovação e interlocução popular. Ah! José Serra? Nem pensar, os velhos senho- res têm pavor dele! AÉCIO NEVES foi uma saída de emergência e uma tentativa de mostrar algo que pensavam ser uma “cara nova”. O mineiro esforçou-se: Partiu para uma operação plástica que não foi tão feliz assim. Continua com cara de “tiozinho”. O discurso começou ultraliberal, mas, rapidamente, teve de ser mudado porque não vinha produzindo resultado. O mantra (já meio monótono) de cortes no orçamento (praticamente engessado), congelamento de salários, mexidas nos benefícios sociais e outras pérolas politicamente incorretas e com as feições do banqueiro ARMINIO FRAGA, teve de ser mudado. Só que, de uma hora para outra, o discurso passou para o lado oposto: a pregação passou a representar mais gastos e chegou ao ponto de, virtualmente, acabar com o “FATOR PREVIDENCIÁRIO” mediante a invenção de um bônus para os aposentados comprarem remédios. Faça-me o favor! Neo-petismo não! OS PETISTAS: Também foram seriamente afetados! Não podemos esquecer que MARINA foi petista militante por muitos anos e só abandonou o partido quando percebeu que os espaços disponíveis eram pequenos para o tamanho de seus projetos e pretensões. Conhece bem as entranhas do PT, sua história, seu pensamento, suas convicções, seus projetos de poder e seus maneirismos. Ninguém melhor do que ela para enfrentar o petismo. Aliás, se por um lado o PSDB demonstra flagrante fadiga de material, o PT também já dá os primeiros sinais do fenômeno que, se não tratado a tempo, levará o partido para o mesmo esgotamento político do seu rival. A base eleitoral do PT e de MARINA são similares e ambos bebem da mesma fonte: A principal fonte são as camadas populares, secularmente abandonadas e marginalizadas, e que começaram a ser resgatadas há relativamente pouco tempo. Uma área que sempre farejou elitismo no PSDB, e que recebeu de braços abertos o PT. Mas, agora, os evangélicos chegaram no pedaço e, sem cerimônia, se estabeleceram. O território está inexoravelmente dividido, ainda não em partes iguais, mas com um belo naco ocupado pelos fiéis. Talvez o PT esteja enfrentando o maior desafio de sua história isto porque, além do fenômeno MARINA, tem de administrar o fenômeno DILMA que, ao invés de catalisar votos incondicionais como LULA, mostra uma figura tecnocrática, sem o mesmo carisma, sem os sorrisos e os braços aberto jogando-se nos braços da multidão. Portanto, sem os ingredientes históricos do grande líder popular o partido. É lógico que a posição do PT parece ser melhor que a do PSDB, mas não dá para ter garantia de nada. Os petistas devem ganhar o primeiro turno, porque os tucanos não devem ser páreo, principalmente depois do advento MARINA que dividiu a oposição e ficou com o maior pedaço. Mas, o segundo turno está totalmente em aberto, pois ninguém sabe para onde irão os votos tucanos: Os vingativos deverão ir para MARINA por revanche; os radicais podem votar em branco, anularem o voto ou simplesmente não votar; os conformados, mais prudentes, temerosos de aventuras, podem votar no PT simplesmente porque já conhecem os limites do partido. Impossível quantificar cada uma dessas fatias e, consequentemente, cravar quem vencerá mas ... as primeiras projeções revelam um empate de alto risco para DILMA. 28 ENSAIO POLÍTICO OS RESTOS DO DESASTRE E A COZINHA DE MARINA ecolhidos e analisados, os fragmentos do desastre político revelam uma possibilidade real de termos de encarar a santa senhora, MARINA SILVA, descendo dos céus e se acomodando no PALÁCIO DO PLANALTO. É extremamente preocupante o fato de um estado laico como o Brasil, em plena marcha para um novo patamar Preocupa o fato de que ao assumir o poder efetivo (o PSB terá posição secundária) a banda religiosa-ambientalista-fundamentalista que, há anos vem tentando influir, com pouco sucesso, deslumbre-se ao ter nas mãos o comando supremo da nação. Preocupa o fato de que as inevitáveis dificuldades para formar uma base parlamentar sólida não produzam um mínimo de estabilidade do poder liderado por MARINA. Seria ingênuo supor que o PSDB e o PT contribuam para a perpetuação da REDE SUSTENTABILIDADE no poder. O PMDB, por seu turno poderá fragmentar-se. A entrevista de EDUARDO GIANETTI DA FONSECA, o “Cardeal Richelieu” de Marina Silva tinha o objetivo de transmitir tranquilidade à opinião pública e aos agentes econômicos, teve efeito inverso: trouxe mais preocupação. Em primeiro lugar, quando valoriza e espera um futuro apoio de SARNEY, RENAN, COLOR, LULA e FHC demonstra que vai contar com os mesmos do mesmo jeito. Depois demonstra extrema fragilidade política diante da impossibilidade confessa de formatar uma base de sustentação no Congresso com seus próprios meios, desprezando as velhas geopolítico, tendo de interagir pelo mundo afora com toda a sorte de lideranças e tendências, inclusive nos BRICS, se apresente guiado por uma senhora fundamentalista religiosa. Seria extremamente preocupante que tenhamos, em pleno momento de desenvolvimento, uma liderança que discrimina setores importantes da economia como o agronegócio que, na prática, vem sustentando nossa balança de pagamentos. Somos um verdadeiro subcontinente em construção onde ainda existe muito a fazer e a construir. A inadiável construção de represas, usinas hidroelétricas, termoelétricas, estradas, tuneis, portos, aeroportos, enfim toda infraestrutura da qual ainda estamos carentes poderia ser retardada e mesmo paralisada se analisadas com viés radical no aspecto do meio ambiente. lideranças. E arremata dizendo que “tentaria levar para a cozinha do governo os membros das siglas rivais”, referindo-se ao PT d PSDB, confessando-se muito interessado nos técnicos de ambos os partidos. Difícil imaginar LULA e FHC sentadinhos da antessala da cozinha do governo MARINA, esperando para serem atendidos e dando palpites. Façam-me o favor, poupem-me. Francamente: Para ter a mesma base de apoio e a mesma estrutura do PT e PSDB, é melhor votar nos originais e não na cópia a ser montada com retalhos dos dois partidos, sob a liderança imprevisível de MARINA SILVA. CONCLUSÃO: Rezem, façam suas orações se forem religiosos ou cruzem os dedos se forem laicos. R 29 POLÍTICA E les prometem tudo nas campanhas para presidente da República, governadores senadores e deputados. Prometer não dói. Prometer vem do italiano “promittere”, que significa “atirar longe”. Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves estão atirando longe demais nesse exercício de pseudo-conquista do eleitor, insistindo numa tática equivocada, pois na verdade os candidatos encontram uma parede compacta de convicção. tante do tempo se dediquem às atividades de consultas particulares. Seria uma alternativa ao Mais Médicos, mas o eleitor logo percebe que é uma balela a mais, porque representaria um rombo na despesa pública do Tesouro. A crise da saúde é estrutural e não será resolvida via BNDES com suas taxas de juros astronômicas. Não é meta de banco oficial conceder sacos de bondades, candidato! TUDO É PROMETIDO, QUASE NADA SE PODERÁ FAZER O Datafolha, último de agosto, assegura a persistência desse erro, ao mostrar que cresce mais ainda a quantidade de eleitores que exige reformas de métodos, de costumes e de palavreado políticos. O eleitor está sabendo o que cola e o que não cola no discurso de cada candidato. O fenômeno da alta capacidade de informação do eleitor brasileiro é novíssimo e peculiar a esta eleição. É derivado das redes sociais. Em 2O10 não havia tal onda de opinião própria disseminada via computadores, laptops. celulares e e-mail super-rápidos como o whatsApp. Hoje, todo internauta se fez comunicador e dono de sua opinião. Também disseminador de dados conjunturais e distribuidor de opções políticas. É um integrador de tendências e um divulgador de imagens instantâneas. Nada escapa ao poderio interativo desse repercutidor solto na globosfera. Atingiu de chofre o pensamento do eleitor. Para construir e destruir. O eleitor bem informado está repelindo os discursos com promessas que sabe serem irrealizáveis. Outro dia, Aécio prometeu no interior de São Paulo que, se eleito presidente, colocará o BNDES a serviço de um programa para financiar a abertura de consultórios médicos no interior para que os profissionais da medicina doem meio expediente ao SUS e no res30 D i l m a Rousseff também comete seus pecadilhos na sua campanha. Em Jales, São Paulo, no encontro com os prefeitos do PMDB, prometeu (sempre o “promittere”: atirar longe) acabar a burocracia pública no seu segundo mandato. Ora, a burocracia é tão velha que pode morrer. Chegou ao Brasil com Pedro Álvares Cabral. Se Dilma quisesse ter priorizado o fim da burocracia no seu primeiro governo teria usado do mesmo voluntarismo do ministro Hélio Beltrão, que no governo Costa e Silva, de uma só penada, acabou com mais de mil exigências que fazem as delícias dos cartórios e dos apanhadores de propinas. Marina Silva não ficou para trás nesse páreo. Defendeu a retomada do programa nuclear brasileiro, que empacou há 20 anos .É um programa caríssimo, e além das possibilidades do Tesouro - e logo depois voltou atrás, passando a defender a energia alternativa. Aliás, de promessas vazias os candidatos a presidente alcançam rapidamente o estágio de contradições. Das contradições chegam às impropriedades. Quando um deles se sentar na cadeira de presidente (Dilma eventualmente pela segunda vez) verá então que a realidade é outra, bem outra. POLÍTICA ESPLANADA REDUZIDA: FALSO COMO NOTA DE R$ 3 T udo começou nas manifestações de rua de junho do ano passado. As faixas e cartazes em todo o país foram mais insistentes ao pedirem a redução do atual fotografia da Esplanada dos Ministérios Nenhum clamor público foi mais incisivo. Perpassou a era dos protestos, sobreviveu à Copa do Mundo - ganhando do “Não Vai ter Copa” - e chegou à campanha eleitoral como maior grito de protesto da cidadania. A mais constante das promessas dos candidatos oposicionistas do governo Dilma - incluindo os “nanicos” - é sem dúvida a redução do número atual de ministérios, 39. Uns, mais drásticos, querem passá-los a 12. Outros, a 2O. Dilma, realista. Não fala em mexer em nenhum. Sabe que para sua estabilidade governamental teve que negociar a atual estrutura de pastas. Quando o novo presidente puser os pés no Palácio do Planalto começará a entender porque não pode mexer no desenho dos ministérios. Toda a arquitetura ministerial está negociada com os partidos políticos da base. A base poderá ser outra, de acordo com o presidente eleito - se for Marina Silva, por exemplo, esta seria mais drástica nas reformas, mas é inadmissível que, tendo um PSB tão restrito no número de senadores e deputados federais queira se indispor com o Congresso Nacional logo de saída. Como um presidente recém-empossado confrontará o Congresso, onde serão aprovadas as reformas que este mesmo presidente irá propor? Na memória de todos está a malfadada tentativa de Fernando Collor de constituir um eixo de poder independente do Legislativo, poiado por uma mínima base congressual. Deu em “impeachment”. O alerta é para Marina Silva, mais radical em suas propostas. A única saída para Marina, se eleita presidente, e se dispuser a reduzir os ministérios, seria tangenciar a via da negociação política e partir para a democracia direta, apelando às massas para que pressionem o Congresso. Mas, se assim o fizer, ganhará contornos bolivarianos. Caso eleita, Marina precisará do Poder Legislativo para aprovar a redução de pastas ministeriais dentro de uma reforma administrativa ampla a ser negociada pelo governo com sua base no Congresso, com apoio de outros partidos, mesmo PT e PSDB. Do contrário, seria uma aventura perigosamente ditatorial. Se Aécio Neves for o eleito, o PSDB no poder tenderá manter a atual filosofia de repartição de ministérios uma vez que já foi utilizada no governo de Fernando Henrique Cardoso. A aprovação da emenda constitucional da reeleição seguiu essa lógica de negociação com a base governista, da qual participou o indefectível PMDB. Aécio tenderá a manter o atual cenário uma vez que revela um pensamento mais conservador que Marina. 31 POLÍTICA INFRAESTRUTURA, Q IDEIA RECORRENTE Não se conhece nem sequer o nome de seu titular. Seria um favor à pesca brasileira se o novo presidente o devolvesse ao Ministério da Agricultura. Da mesma forma, a Secretaria de Portos com seu monstruoso orçamento e uma política de concessões na fase dois, que a torna a joia da coroa. Seu titular tem “status” de ministro, mas deveria por racionalidade pura voltar ao aconchego do Ministério dos Transportes. Lá atrás, no governo Lula, essa secretaria foi criada apenas para agasalhar Ciro Gomes e sua trupe. Se Dilma Rousseff for reeleita, não se espere nenhuma reforma nesse capitulo dos 39 ministérios. Seus compromissos político-partidários para manter a governabilidade a amarram e a continuarão amarrando. uando se menciona a redução do número de ministérios se começa com o Ministério da Infraestrutura, com a junção das pastas de Minas e Energia, Transportes e Comunicações. Mesmo porque essa experiência já foi tentada no governo Collor e não deu certo. Sob a legítima pretensão de integrar-se três pastas gigantescas que cuidam da infraestrutura do país e que lidam com obras públicas de notável envergadura, logo se avaliou que o monstrengo não funcionou, pois trata de questões que não se ligam com uma coordenação única. Aécio é o campeão dessa proposta. Porém, bem mais racional seria - se o novo presidente se dispuser a encarar o desafio de mudar os prédios da Esplanada - atacar os pontos mais óbvios: o Ministério da Pesca, por exemplo, é uma aberração. O POLVO QUE TOMA CONTA DA DECISÃO FINAL O governo - seja com Dilma, Marina ou Aécio - é coordenado por um emaranhado de interesses coordenado por um presidente da República que os medeia. Tome-se a imagem de um polvo e suas ramificações para se ter uma exata ideia do quanto é limítrofe a relação entre o poder federal e o establishment brasileiro. Observe-se: estamos falando não de elite mas de establishment, que não tem ainda uma conotação mais clara no Brasil. É uma espécie de rede de poder invisível - às vezes, visível demais - que conglomera a banca financeira, as empreiteiras e as grandes organizações de comunicação. Basta? Tem mais. A elite política dos partidos é apenas serviçal deles que atuam como doadores das campanhas eleitorais. Essa turma é capaz de, a um olhar para o colega de “ranking” de poderosos, saber que o outro está em dificuldades. Como são solidários - concorrência, só no exterior - tratam de manter os gabinetes do poder abertos para os demais. O polvo prefere lidar com Dilma Rousseff mais quatro anos porque seria ganhar tempo: já a conhece. Já sabe quais são suas reações, e elas são previsíveis. Ademais, aprenderam o caminho do Instituto Lula para expor ao ex-presidente alguma dificuldade que porventura se interponha entre eles e o governo. Se não for Dilma a nova presidente, o polvo terá que se adaptar, mas não o preocupará demasiado a mudança. Será uma mudança apenas pontual porque o Brasil não pode ser reinventado a cada quatro anos. Sabe que as regras do mercado - um dos campos de batalha do establishment, mas não o único - são imutáveis, porquanto elas mandam no mundo e o Brasil não quererá ser uma ilha com Marina ou Aécio. O polvo confia mais em Aécio, acompanhando a tendência dos “advisers” internacionais das grandes corporações. Os investidores estrangeiros não escondem essa preferência - os norte-americanos à frente. Aécio seria aceito até com certo alívio, mas também eles aceitam Marina no clube. Dilma é ainda a melhor opção, pois, bem ou mal, está com as rédeas na mão e poderá mudar no eventual segun32 do mandato para uma ação de maior eficácia gerencial, conquanto ainda pesem sobre ela a suspeita do bolivarianismo e o excessivo intervencionismo na economia. Não obstante, ela detém a bandeira do pré-sal, nosso maior trunfo para os próximos anos. Marina tem a seu favor um sopro de renovação democrática após 12 anos de governos do PT, os quais se assemelham ao PRI mexicano. O establishment considera a hora a mais precisa para mudar, fazer como o México fez: uma revolução consentida, sem armas e sem sangue, por uma reavaliação do papel do Estado e a introdução de um governo desenvolvimentista, como no Peru, Colômbia e Chile, enquanto o Brasil estreita laços com Argentina, Venezuela. Bolívia e Equador. Marina oferece para isto a legitimidade com as ruas, determinismo nas reformas política, tributária, administrativa e do pacto federativo, e uma leve aragem ideológica, porém contida no ramal ambiental-religioso-direitos humanos, não entrando na condenação do atual sistema - o polvo dos polvos, ou seja, sua filosofia de domínio. POLÍTICA FÓRUM P CO I T Í OL DAS MULHERES “NECA”, MARINISTA E HERDEIRA DO ITAÚ No debate da Band, Marina Silva foi interpelada por outro candidato sobre sua parceria com Maria Alice Setúbal, a “Neca”, herdeira (um dia, é claro) do Banco Itaú. Um dos melhores perfis de “Neca” foi descrito pelo jornal O Globo, recentemente: “Reservada, fala pausada, estatura alta (1,76 metro) e elegante, Maria Alice Setúbal também é conhecida por “Neca”, de “boneca”. O apelido foi dado pelo pai, o falecido dono do Banco Itaú, Olavo Setúbal, encantado pela única filha mulher, nascida em 1951, a segunda de outros seis, todos homens. Maria Alice não nega suas origens de herdeira — a fortuna da família é avaliada em mais de R$ 5 bilhões —, mas procura ir além disso. Dirige uma fundação, a Tide Setúbal, e fundou o Centro de Pesquisa para Educação e Cultura (Cenpec), entidade de referência no setor. Doutora em Psicologia da Educação pela PUC de São Paulo, ela também administra, ao lado do marido, um hotel-fazenda no interior paulista chamado Capoava (diárias a partir de R$ 1 mil).” E por aí vai. Ajudou Marina a construir seu novo partido, a Rede Sustentabilidade. No primeiro debate na Band, “Neca” acompanhou Marina (foto). A candidata enfrentava as câmeras com um, par de óculos de grau com armação vermelha. Bastou um sinal de “Neca”, sentada na plateia, para Marina tirá-lo. Ficou muito melhor, diga-se. ANA PAOLA: ESTEIO COM PIMENTA Ana Paola Pimenta da Veiga ajuda intensivamente, 24 horas por dia, seu marido, João Pimenta da Veiga a se eleger governador Minas pelo PSDB e imensa coligação de partidos. Revelando seu extremo dinamismo - como é de seu feito, sabido por quem a conhece em Brasília, capaz de executar dez projetos simultaneamente - o casal compartilham uma estratégia bem mineira: Pimenta da Veiga vai para uma região do estado em campanha e Ana Paola para outro. Jornalista, filha de peixe: do saudoso jornalista mineiro Wilson Frade, que marcou época como o colunista de maior credibilidade e raio de amizades na imprensa de Minas. Até hoje. 33 POLÍTICA FÓRUM CO I T Í OL P DAS MULHERES LEILA DO VÔLEI QUER CÂMARA A mais carismática jogadora de vôlei que o a seleção brasileira feminina já teve, Leila, brasiliense da gema, é candidata a deputada distrital pelo PRB do Distrito Federal. O nome oficial da candidata é Leila do Vôlei. Bem a propósito. Ela encantou as plateias de todo o mundo pelos fundamentos técnicos nas quadras, mas sobretudo por sua esfuziante simpatia. Leila Gomes de Barros Rêgo - este o nome de batismo - pretende, na Câmara Legislativa do DF, transformar em letra viva um antigo projeto de associar a educação ao esporte. Uma boa sacada. Aliás, um ótimo saque. Um “ace”! ERUNDINA, EXPERIÊNCIA REQUISITADA Nos tristes acontecimentos que cercaram a morte trágica de Eduardo Campos lá estava ela, solidária, prestativa, silenciosa. Luiza Erundina, deputada federal, como uma boa paraibana, sabe respeitar a dor. Integrante da Executiva Nacional do PSB, foi primeiro as Santos cuidar das providências práticas com Marina Silva, Roberto Amaral e Beto Albuquerque. Depois, o grupo foi a Recife prestar solidariedade à viúva Renata Campos. Sempre foi uma voz que soprou o nome de Marina para quem ainda tinha dúvidas. Para surpresa de Luiza, acabou sendo a primeira escolha efetiva de Marina nessa campanha presidencial, para o cargo de coordenadora-geral. Pode dar muitos conselhos, uma vez que foi prefeita de São Paulo, então eleita pelo PT, além de queridíssima na Câmara dos Deputados e em todo o Congresso. 34 PODER O NOVO GOVERNO: MÁQUINA CALCULADORA NA MÃO E CORAGEM PARA DIZER O novo presidente da República chegará a seu gabinete no dia 2 de janeiro de 2015 com cenho franzido e pressa em se assenhorar dos dados do Tesouro. Sobretudo em era recessiva tecnicamente ou recessiva de fato, não haverá tempo a perder. Se o PIB revisto para 0,9% em 2014 for confirmado, o novo presidente (ou Dilma reeleita) terá pela frente os quatro anos mais minguados de recursos públicos para investir em infraestrutura dos últimos três mandatos do PT. Com baixa arrecadação, com o aumento dos dispêndios para rolar a dívida pública interna e o aperto necessário para cumprir a meta do superávit primário em 1,9% do PIB, o mandatário instalado no Palácio do Planalto será um sofredor. Claro que no seu discurso de posse jurará um solene engajamento com a manutenção das colunas mestras da macroeconomia, representadas nos princípios da estabilidade econômica que vigem no país desde a criação do Plano Real. São: 1) câmbio flutuante; 2) inflação no centro da meta; 3) compromisso com o superávit primário, e, 4) respeito à lei de responsabilidade fiscal. Outra aragem em favor do novo presidente será o efeito positivo que obtiver no mercado e na população com a apresentação de seu ministério e particularmente da equipe econômica. Meio caminho andado, a depender da receptividade e da junção entre os nomes e as promessas de mudanças. Nem Dilma, em um segundo mandato, nem Marina N Ã O ou Aécio poderá fazer mais do que isso: levar o carro à frente com velocidade moderada e nenhuma ousadia ao volante. Terão que lidar inicialmente com um orçamento que já está delineado para 2015 através da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso Nacional no último mês de agosto. Significa que se o novo presidente for da oposição, terá que lidar com um orçamento no qual não poderá mexer. É o orçamento de Dilma. O senador Renan Calheiros, presidente do Congresso, prometeu aprová-lo até dezembro. Marina ou Aécio não deverá fazer mais do que a manutenção, em 2015. Ficarão engessados. Se iniciarem novas obras de infraestrutura e flexibilizarem as que vêm sendo tocadas pelo PAC, acrescentarão graves distorções de caixa, uma vez que obra inacabada exige recursos mais polpudos para sua retomada. O drama desses dois eventuais presidentes será lidar com as vinculações obrigatórias desse orçamento e as transferências crescentes aos programas sociais que serão mantidos e até mesmo ampliados por qualquer um dos três candidatos. Esse item é sagrado e intocável, tipo Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida. Somente em 2016 o novo presidente, de fato, poderá respirar e governar de acordo om seu orçamento, seu programa de governo e suas metas. Se for oposicionista, passará todo o 2015 lidando com as contas e compromisso do governo atual. Se Dilma for a reeleita o impacto entre o governo e outro será bem menor, mas terá que mudar sua equipe econômica para angariar confiança do mercado e da população. Estarão os três condenados a serem presidentes do “não”. Ricardo Reis MAIS S NAR>>>>> SEM MUNIÇÃO HOMENS FORTES A revista “Veja” concedeu “Páginas Amarelas” aos candidatos a “todo-poderoso” da economia no eventual governo Aécio Neves, o economista Armínio Fraga. Supõe-se que ofereça também ao mago das finanças de um governo Marina Silva, o economista Eduardo Gianetti da Fonseca. E quem sabe ofereça a Dilma Rousseff ouvir suas ideias econômicas para um segundo mandato através de seu homem forte na economia. Os candidatos a senador, deputado federal e estadual, tanto da base governista federal como oposições, estão até este setembro a ver navios. Ou seja, a aguardarem em vão ajuda financeiros das direções nacionais. Os doadores estão ariscos, e quando aceitam doar, entregam somente uma parte, quando os tesoureiros vão buscar. A alegação é a recessão econômica. Acontece sobretudo com o PT. Considera-se fora da realidade o projeto “lulista” de eleger uma bancada federal de 10O deputados. BURRAS ABERTAS Numa outra ponta do problema da escassez de recursos para a campanha dos candidatos reside a expectativa de que neste setembro, após um trimestre de drástica contenção das liberações de recursos orçamentários - de junho a agosto - o governo federal venha a abrir suas burras. São as chamadas “chuvas de setembro”, para irrigar as eleições. BALAS ATIRADAS Aécio Neves está prevalecendo nas pesquisas no Rio para presidente, mas eleitores do tucano o advertem para abandonar a temática das comunidades pacificadas. Isto tira voto do cidadão carioca e fluminense. Não deve prometer ampliar os equipamentos das comunidades (escolas e postos de saúde) quando morre uma média de um policial por dia com balas perdidas e balas atiradas. MIL OLHOS Um problema a mais nesta campanha eleitoral de 2014: está complicado para as empresas entregar recursos de caixa 2 aos candidatos através de seus arrecadadores. Existe temor generalizado dos mil olhos da Polícia Federal. Hotéis são os maiores alvos. No Nordeste, a aflição é maior. CORRIDA AÉREA Em sua existência, nunca a ANAC foi tão solicitada quanto agora, após a tragédia com o Cessna Citation, para regularizar a situação jurídica dos jatinhos em operação em todo o país pelos candidatos às eleições em todo o país. 36 OS 7 PECADOS CAPITAIS DE MARINA Os admiradores de Marina Silva, embora apreciando seu desempenho na TV, emitem desagrado quando se se mencionam os pontos fracos da candidata presidencial do PSB, uma vez que ela demostra forte resistência a mudar seu estilo. Os pés de barros - seus 7 pecados capitais, são : 1. contradições de ideias e propostas; 2. excessivo messianismo (do tipo “eu sou a salvação e a força”); 3.incapacidade de sustentar debate sem irritação (sem malícia); 4. intratabilidade em conversas normais do político (teme o “o Brasil sempre foi assim”); 5. adere muito rápido a uma ideia nova ( do tipo “o PSB procurará o PT e o PSDB para governar”); 6. leve tendência ao deslumbramento (“síndrome de Marta Suplicy”); 7. ojeriza a todo e qualquer empresário (do tipo “todos são iguais, só querem lucro fácil e “mamar nas têtas” do estado”). EM EXTINÇÃO Um empresário que embarca todas as semanas em aviões da ponte-aérea Rio-São Paulo notou uma sensível mudança no comportamentalismo dos aeroportos: “A classe A está em extinção” - exclamou para si mesmo quando deparou a quantidade de passageiros emergentes - que hoje mandam no consumo brasileiro - nas filas de embarque envergando camisetas e chinelos. Daí entendeu as pesquisas eleitorais. CÍRCULO PERVERSO Os bancos estão fazendo uso da injeção do crédito de R$ 2O bilhões nos bancos para financiar carros novos aos consumidores, Porém, está ocorrendo retração da compra de carros pela alta inadimplência da classe média e dos emergentes.E nunca os bancos tomaram de volta tantos carros financiados por inadimplência. PRIMEIROS EXCLUÍDOS Depois dos primeiros enfrentamento dos debates na TV e da propaganda eleitoral gratuita nos estados, com reflexos as pesquisas, dá-se como definitivamente alijados do páreo os candidatos a governador pelo PT Lindbergh Farias (Rio), Alexandre Padilha (São Paulo) e Gleisi Hofmann (Paraná). Lindbergh e Gleisi têm o consolo de mais anos 37 POLIS Confidencial LIRA, O NINJA DE GETÚLIO VARGAS Os 60 anos de morte de Getúlio Vargas levaram ao pódio da venda de livros de não ficção no Brasil “O ‘’Getúlio 1945-1954” de Lira Neto (foto). O título da Companhia das Letras nem sequer estava ente os dez mais vendidos na semana anterior. O escritor cearense é considerado um ninja da pesquisa histórica pelo “detalhismo” com que se entrega à obra. ERMÍRIO, BILIONÁRIO DO TERNO DE BRIM Antônio Ermírio de Moraes foi agraciado cm o apelido de “Tonhão” nos meios do teatro paulistano por causa de suas três peças e o hábito de transitar a pé pelas movimentadas ruas do centro de São Paulo. Nessas andanças a pé era efusivamente cumprimentado pelos transeuntes comuns. “Tonhão!, Tonhão!” - cumprimentavam-lhe. Apreciava muito os contatos humanos e costuma a envergar um terno barato, geralmente de brim azul pálido, não muito refinado para o bilionário dono da Votorantim, primeira empresa do Brasil por mais de 3O anos. POLIS Confidencial HARLEY: TENTAÇÃO DE AGNELO E JEFFERSON Político adora certos símbolos do poder, todos identificados com a boa vida: viagens a Nova York ou Paris, primeira classe de voos internacionais bons restaurantes, carros de luxo, jatinhos - estão no primeiro grupo como objetos do desejo. Dois políticos, porém, desprezam tudo o mais e incorporam um novo fetiche: as potentíssimas e elegantes motos Harley-Davidson, as pontas de linha de duas rodas. Um está cumprindo pena numa penitenciária de Niterói, Rio de Janeiro: Roberto Jefferson, presidente licenciado do PTB, teve recentemente negado pelo STF seu recurso para prisão domiciliar. Adora sua Harley. Outro polít8ico disputa a reeleição para governador do Distrito Federal: Agnelo Queiroz também adora a sua Harley, mas há dias ela lhe pregou um susto. Seu proprietário escorregou quando a pilotava na Granja de Águas Claras, residência oficial, ela tombou sobre a perna e o obrigou a ir a um hospital (público) fazer curativo. “DIDI”, PREFERIDO E PRETERIDO Por um momento durante o longo período da atual crise economia o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine (foto), elogiado seu “incrementalismo” à frente da instituição, chegou a ser citado nos bastidores do governo como solução para o Ministério da Fazenda. O vento favorável a Bendine foi soprado graças à deferência com que a presidenta Dilma o trata, chamando-o de “Didi”, o apelido com que é conhecido da diretoria e alto escalão do banco, Mas, “Didi” não emplacou. Mas - dizem - somente por enquanto... SWING POLÍTICO II EDUARDO CAMPOS FOI SUCESSOR DO AVÔ NO DIA EM QUE PEGOU O BONÉ QUE ARRAES JOGOU PARA O ALTO A história (ou será lenda?) passou-se mais ou menos assim: Miguel Arraes, bem para lá de octogenário, no terceiro mandato como governador de Pernambuco, começou a emitir sinais de que preparava sua sucessão politica escolher quem levaria à frente a tocha do “arraizismo”. Eduardo Araújo era o presidente da Assembleia Legislativa e com intimidade suficiente para abordar o velho cacique sobre tema tão delicado. Sondou-o com muito cuidado, num dia bom. - “Dr. Arraes, quem o sr. está pensando em ser seu sucessor?” Arraes lançou o olhar de olhos verdes em direção ao amigo. Com solicitude respondeu, num aparente enigma: - “Vou jogar meu boné para cima. Quem pegar será meu sucessor.” Parecia uma brincadeira, mas não era. Mais uma vez o velho demiurgo dava mais uma lição de genialidade. Quem pegou o boné no alto, na queda, foi o que tinha maior altura entre os colaboradores mais íntimos de Arraes. Era seu neto, Eduardo, que iniciava a carreia política como deputado estadual. Valendo-se de sua estatura saltou mais alto e pegou o boné. Ninguém ficou chateado. Foi uma questão de altura. FHC ENFRENTOU BUCHADA DE BODE NO NORDESTE SÓ DEPOIS QUE LHE DISSERAM SER IGUARIA FRANCESA A propósito de campanha eleitoral e de suas orgias gastronômicas, Fernando Henrique Cardoso foi ao Nordeste pedir votos para sua candidatura presidencial. Tinha sido ministro da Fazenda de Itamar Franco, mas nunca tivera ganas para enfrentar o implacável sol do sertão nordestino. Um dia teria que ir lá. E foi. Mas somente na campanha. Reservaram para ele um jumento com sela nobre. Tinha que montar, ao contrário passaria vergonha. Montou, tirou fotos com um chapéu de vaqueiro. Até aí tudo ia bem. O jumento era amestrado. Foi almoçar. Ofereceram-lhe uma autêntica buchada de bode à nordestina, com todos os ingredientes. A buchada é preparada com os miúdos e tripas do bode, aproveitando-se sangue, cabeça e pés. O candidato fez cara de nojo, mas não podia voltar atrás: valia voto. Estava ainda hesitando quando um assessor chegou a seu ouvido e lhe sussurrou: - Coma, presidente, o Sr. vai gostar. Na França esta iguaria se chama “trip à la mode Caen”. Foi então que FHC se entregou ao prato como se estivesse entre estivadores de Caen, na França. Comeu e repetiu. 40 SWING POLÍTICO II GETÚLIO TEVE CORAGEM PARA MUDAR DE PERFIL MAS NÃO PARA ENTRAR NUMA BRIGA DE ÁRABE COM JUDEU E rnane Galvêas, economista, capixaba de Cachoeiro de Itapemirim, ex-ministro da Fazenda no governo Figueiredo, atualmente conselheiro do presidente da CNC Antônio de Oliveira Santos, cultiva histórias que engrandecem o gênio da brasilidade. A propósito do massacre na Faixa de Gaza, e o contraste que a generosa índole do povo brasileiro com a harmoniosa e pacífica convivência de árabes e judeus em nossa terra, Galvêas conta uma história deliciosa. No seu último governo, de 51 a 54, Getúlio Vargas tinha como ministro da Fazenda um descendente de judeus, o banqueiro Horácio Lafer. O presidente do Banco do Brasil era um descendente de árabes, Ricardo Jaffet. Os dois viviam às turras. Oswaldo Aranha, que como ministro das Relações Exteriores dera o voto de desempate na ONU para a criação do Estado de Israel, e que mais tarde ocupou a Fazenda, um belo dia, quando Lafer ainda era ministro, foi ao Palácio do Catete para reclamar com Getúlio: - Presidente, o Lafer e o Jaffet não o se entendem vivem brigando, é isso é muito rum para o governo! Vargas, com aquela pachorra de sempre, abre um sorriso malicioso, e responde: - Deixa pra lá. Se a raça deles está brigando há uns 4 mil anos, quem sou eu para conciliar os dois agora… MALUF COMETEU SACRILÉGIO POLITICO, PEDINDO A AURELIANO VOTO CONTRA TANCREDO A ureliano Chaves, vice-presidente da República de João Figueiredo, era um político seríssimo. Não admitia com ele conversas de miudezas ou que tangenciassem o interesse público. Paulo Maluf, candidato a presidente da República no colégio eleitoral indireto de 1984 contra Tancredo Neves, foi procurá-lo. Minas, sua terra, estava 1OO% fechada com Tancredo. Ao mesmo tempo, corria por todo o país a fama de Maluf de aliciador de votos, não medindo consequências na ousadia mercadejar apoio, a que muitos atribuam uma luzida cara de pau. - Aureliano, vim aqui para pedir se voto no colégio eleitoral. 41 O vice-presidente, filiado à Frente Liberal, egressa da cisão aberta pelo PDS com o governo, sufragava a candidatura Tancredo. - Maluf, não posso apoiá-lo. Estamos comprometidos com a candidatura que une Minas. - Mas me assegure pelo menos a certeza de que sou sua segunda opção... Aureliano e irritou-se com a impertinência. Mas os honestos e sérios também ser educados: mostrou a Maluf porta de saída. MEDICINA IMEB B IMPORTA EQUIPAMENTO DE ÚLTIMA GERAÇÃO rasília continua dando saltos em matéria de medicina de ponta. Cada dia são divulgadas novidades antes compartilhadas somente por centros mais tradicionais como São Paulo. A incorporação, neste ano, de três novos equipamentos de última geração de radiologia - um gama-câmara: GE Brivo NM 630; um gama-câmara Cardíaca de CZT (Discovery NM 530c), e um ecógrafo: GE Logiq S7 - fez do IMEB - Imagens Médicas de Brasília - um dos mais equipadas clínicas de medicina diagnóstica, por meio de aparelhos altamente sensíveis. Para quem começou em 1988 com um cintilógrafo Linear Pho-Dot, um aparelho de captação e um contador de poço, seus contemporâneos não reconheceriam o IMEB de hoje. Com oito unidades situadas em regiões estratégicas e de fácil acesso no Distrito Federal, o IMEB – Imagens Médicas de Brasília – comemorou em 2012, 24 anos de fundação. O IMEB é uma das principais clínicas de Medicina Nuclear e Radiologia do Centro-Oeste e atua com excelência na área de diagnóstico por imagem. Utiliza equipamentos modernos e de elevada sofisticação tecnológica. A constante atualização do parque tecnológico, aliada à qualidade profissional do corpo clínico – formado por médicos nucleares, radiologistas e cardiologistas – garante o atendimento humanizado e eficiente. As unidades do IMEB foram planejadas de forma a dar total atenção às demandas de médicos e pacientes e, principalmente, atender às áreas específicas de medicina diagnóstica. Hoje, quem busca os serviços do IMEB tem a comodidade de realizar consultas e exames em um único local, com a vantagem de ser atendido por especialistas das mais diversas áreas. 42 MEDICINA O MERCADO DA MEDICINA DIAGNÓSTCA SÓ TENDE A CRESCER mercado de Medicina Diagnóstica engloba exames de análises clínicas, Radiologia e diagnósticos por imagem. Até o início dos anos 90, os exames de análises clínicas eram conduzidos por médicos de uma forma não padronizada, nos seus consultórios ou em laboratórios de pequeno ou médio porte. O mercado era altamente fragmentado e dependente do reconhecimento de marcas locais. Desde meados dos anos 90, o mercado de análises clínicas tem sofrido mudanças significativas, como resultado da acele- ração do desenvolvimento tecnológico e da implementação de novas técnicas e serviços capazes de processar testes diagnósticos com alta precisão, eficiência e em volumes maiores. O uso dos recursos da robótica e da computação tem sido o diferencial nas estratégias competitivas. O nível de investimento necessário para a implementação de tais tecnologias aumentou a importância de se alcançar economias de escala, consequentemente conduzindo o movimento de integração do mercado. PORQUE CRESCE Atualmente, o segmento apresenta algumas tendências que são comuns entre os mercados globais e o brasileiro: O desenvolvimento do diagnóstico por imagem como uma ferramenta importante para a o mercado de medicina diagnóstica; O desenvolvimento de novas tecnologias para o desempenho das análises clínicas e o uso da robótica e de novas máquinas automatizadas capazes de processar exames em maior velocidade e precisão; atendimento, para a conveniência dos pacientes; Aumento de segurança e confiança pelos médicos nos testes diagnósticos, aumentando, assim, a demanda por estes exames e a receita gerada por eles; Envelhecimento da população e aumento da expectativa de vida; Aumento do conhecimento público sobre saúde em geral e medicina diagnóstica por causa da mídia e da Internet; Consolidação do mercado, através de estratégias para aquisições em novas regiões, seguidas de expansão orgânica; Criação de novos exames direcionados para detecção de doenças, consolidando o conceito de medicina preventiva; Oferecimento de serviços de apoio (serviços de laboratório-para-laboratório) para laboratórios de pequeno e médio porte, e mesmo para os grandes, em caso de exames raros; Constante desenvolvimento de novos medicamentos, gerando a demanda de pesquisa clínica para a sua aprovação; Convergência entre análises clínicas, Radiologia e diagnósticos por imagem - assim são feitos os dois tipos de exames na mesma unidade de Busca incessante por certificados de qualidade; Racionalização da administração. 43 Informe INFORME publicitário PUBLICITÁRIO Hemocentro em dia Captar e fidelizar é a meta do Hemocentro. A Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) desenvolve vários projetos para captar e fidelizar doadores voluntários de sangue, assegurando um atendimento humanizado, eficiente e de qualidade antes, durante e após a doação de sangue. Para cumprir essa missão, a Gerência do Ciclo do Doador desenvolve ações educativas voltadas para a conscientização pró doação de sangue. Uma destas ações consiste em trabalhar com os doadores do futuro, que são as crianças e adolescentes. “Com a ampliação da faixa etária para a doação de sangue, os adolescentes a partir dos 16 anos podem fazer sua primeira doação, sempre com o consentimento dos responsáveis legais. Para sensibilizarmos esses estudantes oferecemos palestras em escolas, onde repassamos a importância e as condições para se tornar um doador voluntário e oferecemos visitas ao Hemocentro (Hemotour) mostrando todas as etapas do nosso trabalho”, diz Rodolfo Firmino, Gerente do Ciclo do Doador. Para agendar uma palestra ou um Hemotour favor entrar em contato com o NCRO pelos telefones 3327-4413/4447 Doadores e usuários têm transporte gratuito para o hemocentro Desde 2013 a Fundação Hemocentro de Brasília(FHB) disponibiliza, para os doadores voluntários de sangue e pacientes do Ambulatório de Hemofilia uma linha de transporte gratuito que faz o percurso Rodoviária do Plano Piloto/Hemocentro/Rodoviária do Plano Piloto. Os ônibus ficam estacionados na plataforma inferior da Rodoviária do Plano Piloto, do lado Asa Sul e saem de lá a partir das 8h30, de meia em meia hora. Campanha interna traz parceiros para a FHB Este é um outro projeto do Hemocentro voltado para diversos segmentos da sociedade, com o objetivo de captar e fidelizar doadores. Podem ser nossos parceiros empresas, igrejas, órgãos públicos e privados, ONGs, entre outras instituições. Para isso, basta entrar em contato com a FHB pelos telefones 3327-4413/4447 e marcar um encontro com nossos profissionais que repassarão orientações sobre a doação de sangue, agendarão as coletas e, se necessário, disponibilizarão um transporte para trazer grupos de 15 a 70 pessoas. 44 CONTEÚDOS DA www.cartapolis.com.br JORNAL DE LEONARDO MOTA NETO 9 DE AGOSTO DOIS PRESENTES E UM ABACAXI EXPEDIENTE TRIPLO Roseana Sarney ganhará dois presentes em tempo próximo: 1) um livro de seu pai José Sarney, a ser intitulado: “Carta a Roseana”; 2) um neto. Mas não ganhará a eleição para o governo. Porém, ela não está nada preocupada com isso. A lei do Palácio dos Leões é: que o candidato a governador Lobão Filho cuide de suas próprias fraldas. Em vários retratos de campanha do candidato a govenador Pimenta da Veiga, em Minas, aparece o candidato a senador Antônio Anastásia observando atentamente. Como é chefe do dispositivo da eleição de Aécio Neves, a ilação é de que faz expediente triplo: 1) assessora o candidato presidencial tucano; 2) pode votos para ele próprio; 3) observa o comportamento de Pimenta para informar Aécio. PLEBE RUDE CONTRADIÇÃO PURA É revigorante, pela rude plebe dos políticos de hoje em dia, quando lemos um deles cometendo alguma citação literária. Pois, em O Globo de ontem, Aloysio Nunes Ferreira, vice do Aécio Neves, retirou do alforje o dito francês “tout bien dans votre peau” (“todos bem em sua pele”) para dizer que todos os tucanos vão bem em suas campanhas em São Paulo. É bom sentir a diferença, Monsieur Ferreira! Impressionante como Eduardo Campos sempre se impõe com o que extrai melhor vantagem de suas aparições em debates e sabatinas, pelo discurso afinado com o tom que os empresários querem ouvir. Porém, na hora da apuração das intenções de votos, pimba! - não sai dos 8 e 9%. Contradição das contradições. BRISA IDEOLÓGICA Em Brasília, as duas categorias profissionais mais informadas sobre as eleições locais e nacionais são sem dúvida, os garçons e os motoristas de táxi. Sabem tudo, de tudo e de todos. Antecipam as pesquisas de institutos locais e nacionais. Querem saber das tendências? Pegue um táxi, sente numa mesa de restaurante e converse com um deles... melhor que aguardar os próximos Ibope, Datafolha, etc. Acredita-se que Dilma Rousseff, se ganhar a reeleição, sinta-se fortalecida para não continuar empurrando Barack Obama para as cordas do ringue e resolver de vez visitar Washington. Poderão esclarecer pessoalmente no Salão Oval da Casa Branca as dúvidas no seu caminho. Países sérios (somos?) não se relacionam através de muxoxos. A alemã Angela Markel vai logo para o tudo ou nada. Ela não pode perder um dia no PIB alemão. Nós podemos. Abaixo do Rio Grande, todos os “Hermanos” vivemos de brisa ideológica. MIMETISMO FRENÉTICO O Aécio Neves está cada vez mais se comportando como o avô Tancredo Neves, o que lhe confere avançado grau de matreirice. Isso é bom em campanha. Deixa suas bases eleitorais asseguradas de que têm um político que pode ser presidente sem dizer muita coisa, ouvindo muito e sorrindo sempre. ALIÁS... Tancredo Neves mordia a ponta da gravata sempre que não estava gostando de algo, as vezes de uma conversa com um interlocutor daqueles chatos Aécio nessa campanha não foi visto mordendo a ponta de sua gravata. Logo, está gostando de tudo. GURUS AFIADOS DILMA RESPEITA Acho que a presidenta Dilma não aprovaria jamais uma sandice como essa de manipular os dados do Wikipédia de dois jornalistas. Nesse seu governo e até em contraposição a Lula, ela tem mostrado apreço pela imprensa - mesmo a econômica - não deixando de saudá-la em todas as suas aparições nas solenidades e ao fazer a nominata das presenças. Podem criticá-la por outras coisas, mas por essa não. APAGAR AS VELAS O eleitor fluminense vive dias tortuosos, tendo que escolher um governador entre Marcelo Crivella, Anthony Garotinho, Luiz Fernando Pezão e Lindbergh Farias. Tortura maior na Zona Sul do Rio; A elite intelectual, ensandecida, tem saudades do Fernando Gabeira. Este, brilha na Globonews em seu programa, e agora substitui Caetano Velloso na coluna semanal de O Globo. Rumo a 1916? (eleições para prefeito). Pode ser. Gabeira é um animal político. Antes que Sininho emplaque. 45 CONTEÚDOS DA www.cartapolis.com.br JORNAL DE LEONARDO MOTA NETO 17 DE AGOSTO FOTOGRAFIA DE EDUARDO CAMPOS FOI UM PRESSÁGIO DE ARES FECHADOS Como as fotos trazem presságios mal encobertos! Basta não apenas passar os olhos rapidamente sobre elas, mas visualizá-las, procurar enxergar os contornos nem sempre visíveis numa primeira mirada. Vejam a foto acima do velório de Ariano Suassuna no Palácio Campo das Princesas, em Recife, o mesmo local em que está sendo hoje velado o corpo de Eduardo Campos. Vejam bem à direita, lá por trás do primeiro e segundo naipe de compungidos visitantes do esquife, como se escondido estivesse, o então candidato Eduardo Campos. Das duas uma: 1) não queria aproximar-se de Dilma por razões de natureza política; 2) queria continuar sendo o que sempre foi: um homem que conhecia o seu lugar. ALCKMIN NÃO FOI UM PERDIDO EM SANTOS Gerado Alckmin ganhou a batalha da solidariedade humana, coordenando as providências para a liberação dos corpos da tragédia de Santos. Não há julgamento político nisso, apenas valoração do gesto, a dedicação e o interesse. Extraio um trecho de O Globo de ontem que diz tudo: ...o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que está em São Paulo, os trabalhos do IML já foram concluídos. O atestado de óbito deverá ser lavrado em Santos, no litoral paulista, e o governador Geraldo Alckmin disponibilizou um helicóptero para que seja providenciado o trâmite burocrático. - O governador esteve aqui várias vezes para acompanhar a identificação dos corpos. Não foi um apoio protocolar, foi um apoio de amigo - disse Delgado. Vejam só - agora comento eu: Alckmin esteve lá diversas vezes! E nem era preciso tanto! ANCHIETA DEFINE EDUARDO E LUIZ EDUARDO Dois políticos jovens, mortos na tenra idade dos que ainda descobriam o que o destino lhes reservaria no poder nacional, e ambos naturais opõem-se para serem presidentes da República em mais ou menos tempo se vivos estivessem: Luiz Eduardo Magalhães e Eduardo Campos. Parecidíssimos em atitudes, programas, estilos. Anchieta Hélcias foi amigo chegado dos dois. Chocadíssimo, ele assim resume o conhecimento que teve dos dois: -”Uma vez. disse para Eduardo ver nele o que via em Luiz Eduardo.” E perguntei-lhe o que era comum aos dois. Resposta; - “Força de vontade. Acreditar no que faz. Pensar que pode ser agente maior para operar mudanças.” Finalmente, se vai ao velório e enterro do amigo: - “Irei para a missa de 30º dia. Então visitarei Antônio, o irmão, Renata, a mulher, e Ana.” Quando as águas que caem pelo rosto estiverem apascentadas e a saudade virar sentimento calmo. BRIGADEIRO DO BEM E DO ZEM Sempre que o brigadeiro Juniti Saito estiver numa empreitada tenham a certeza que a coisa será resolvida dentro do maior profissionalismo. E mais: com a frieza levemente cartesiana do “japonês”. Pois, ele está agora em mais uma: a perícia de nosso controle aeronáutico dos registros dos equipamentos de gravação de sons na cabine do Cessna Citation que vitimou Eduardo Campos e sua comitiva. Saito anunciou que não havia registros de som. Estavam desligados! O jatinho pode ter decolado do Rio para Santos com uma criminosa irregularidade. Não vamos embarcar na teoria da conspiração, admitindo a hipótese de um atentado. Quem gostaria de liquidar o Eduardo? Um político que toda senhora de meia idade gostaria de ter como genro? Acreditar, eu não. Saito, o brigadeiro do bem, zen como seus antecedentes, lança, entretanto, uma intrigante indagação no ar. O ar é com ele. 46 CONTEÚDOS DA www.cartapolis.com.br JORNAL DE LEONARDO MOTA NETO 24 DE AGOSTO MUITO PERGUNTADEIRA Além de boa dona de casa, avó extremada, mãe diligente, boa cozinheira, cuidadora das plantas do Palácio da Alvorada, a presidente Dilma é “muito perguntadeira”. Esta última qualidade não foi revelada pelo filme bem feito da campanha eleitoral na TV, mas pelo brigadeiro Juniti Saito. O comandante da Aeronáutica declinou a qualidade da presidente depois de ido dar-lhe os informes sobre a queda do jatinho que vitimou Eduardo Campos. Foi aí que ela se revelou, segundo brigadeiro, “muito perguntadeira”. Para a Aeronáutica isto não é ruim de todo. Para o Exército talvez seria. BORNHAUSEN INDICOU O mercado especula qual seria o perfil do ministro da Fazenda de Marina Silva, a candidata do PSB herdou duas indicações que haviam sido feitas a Eduardo Campos por Jorge Bornhausen, seu aliado em Santa Catarina. Campo aceitou-as imediatamente e incorporou-os à sua equipe: os economistas André Lara Resende e Eduardo Gianetti da Fonseca. Dois pesos-pesados que sinalizam ao mercado que tudo irá bem se Marina se eleger presidente, sem precisar escrever uma “carta aos brasileiros” versão 2. PITONISA ERUNDINA Luiza-Erundina1Luiza Erundina, ainda no PT, protagonizou uma excelente gestão como prefeita de São Paulo. Na época respondeu aos questionamentos, por ser mulher e ainda por cima nordestina. “Como ela poderá administrar a maior cidade do Brasil”- diziam os ultraconservadores. Erundina administrou, e bem. Rebateu os argumentos preconceituosos com esse vaticínio: - “Um dia, São Paulo será dirigida por uma mulher, negra, favelada e desdentada”. Vamos aguardar para conferir. OLHEIRAS PROFUNDAS As olheiras de Aécio Neves em seus últimos programas eleitorais não se devem a noites perdidas de sono pelo candidato por causa da entrada de Marina Silva na corrida. Devem-se à perda recente de e um ponto nas pesquisas por Pimenta da Veiga, candidato a governador, e único tucano que não pode perder a eleição, pois será a desgraça do “aecismo”. “Não pode perder nenhum pontinho em Minas! – foi a ordem passada para os marqueteiros da campanha de Pimenta. Na terra da máxima – “o feio é perder” – a tal ordem foi mesmo implacável. E gerou olheiras em Aécio. TIRO MATUTINO O Museu da República, no Rio, no Palácio do Catete, que guarda as relíquias de Getúlio Vargas, tem estado asseado, em ótimo estado de conservação, nivelando-se aos melhores museus do mundo do gênero memorial de presidentes. O visitante encontra ali, fechado em prateleiras de madeira nobre, pijama que Getúlio Vargas envergava quando se deu o tiro no coração em 24 de agosto de 1954. Também o original de sua Carta-Testamento e o revólver que usou para se matar. O visitante, pagando um módico ingresso, também pode ter acesso o quarto de Getúlio mantido como na época em que ocorreu o suicídio. Há uma cafeteria no térreo com serviço expedito e bem servido. Um parque público, no antigo quintal do Catete, está aberto às famílias, este, gratuito. O único problema é que, de vez em quando, os funcionários do IPHAN, que administra o museu, entram em greve e passam semanas negociando a volta ao trabalho. Então se dá outro suicídio, o da memória cívica brasileira. PAPALÉGUAS ROUSSEFF Há meses, o famoso médico Roberto Khalil, do Hospital Sírio e Libanês, alertava a presidente Dilma que não podia viajar muito de avião, pois a despressurização poderia afetar-lhe a saúde. Sem dar bola para o Khalil – que aliás, encolheu-se na mídia – Dilma viaja como uma papa-léguas. Todos os dias pega o avião e visita obras pelo país para aparecer nos filmes da sua campanha na TV. Onde está o Khalil agora para dizer-lhe que não pode viajar? Dilma mostra-se firme, forte, e não liga para a tal de despressurização. 47 JUDICIÁRIO O JULGAMENTO DE CESARE BATTISTI (*) Capítulo inédito do livro de Leonardo Mota Neto CAPÍTULO XIV O aparelhamento N ão houve na história do Judiciário Brasileiro caso algum parecido com o ocorrido no final do governo do Presidente Luiz Ignácio Lula da Silva. Ao deixar de obedecer à Constituição, diante de uma insofismável decisão do Supremo Tribunal Federal – extraditar Cesare Battisti para a Itália – o primeiro magistrado da nação incorreu em solércia, determinando à Advocacia Geral da União que providenciasse um parecer que lhe permitisse manter Battisti no Brasil. A AGU, dirigida pelo advogado Luiz Adams, pressurosamente acedeu à voz de comando, e elaborou um parecer camaleônico em que alegou razões humanitárias para manter o prisioneiro no Brasil na condição de refugiado. E o fez no último dia de seu governo, em 31 de dezembro de 2010, como a deixar claro que havia permeado todos os recursos extralegais para satisfazer seu capricho. Desse mesmo capricho havia compartilhado o Ministro da Justiça, Tarso Genro, na época do julgamento do refúgio pelo CONARE, quando adotou uma oposição unilateral na esfera administrativa, ao passar por cima da decisão de seu próprio Conselho Nacional para os Refugiados. Lula não só desobedeceu a uma sentença expressa do STF, contida no Acórdão, lavrado cuidadosamente sobre os termos do julgamento do pedido de extradição, como, de fato, e capciosamente, aparelhou a corte suprema de Justiça do Brasil, com o estilo petista de agir para seus inconfessáveis desígnios. A Imprensa Brasileira e internacional, com a insistência em afirmar nas suas manchetes que o STF havia decidido por delegar a Lula a decisão final sobre Battisti (discricionalidade absoluta), caiu no logro do Presidente, ajudando a dissemi48 nar sua facciosa elaboração. Nada mais equivocado. Ao Poder Executivo – esse é o espírito correto da interpretação, expresso no Acórdão – cabe a tarefa executória do processo, para entregar o extraditando ao Estado requerente, no caso, Itália. Não foi reconhecida a submissão absoluta ou discricionalidade do Presidente da República. Essa opinião teve votos vencidos (quatro) contra a maioria que votou na “obrigação apenas de agir nos termos do Tratado celebrado com o Estado requerente” Eis o sumo da decisão, de acordo com a melhor tradição da Constituição Brasileira, do Direito Internacional, do Tratado de Extradição Brasil-Itália e da Convenção de Bruxelas do qual o Brasil é signatário. Não houve discricionalidade absoluta transferida a Lula, como a imprensa noticiou equivocadamente, porém, nos termos do Tratado que o limitava e o vinculava à decisão do julgamento. Daí Lula ter optado por aparelhar o Supremo, para garantir que sua decisão de manter Battisti, sustentada num parecer bem adequado da AGU, fosse mantida pelos Ministros da Corte, agora reforçada pelo décimo primeiro juiz, Luz Fux, nomeado em janeiro de 2011 para a vaga de Eros Grau pela Presidente Dilma Rousseff. Para efetivar o aparelhamento – tradução: uma Corte enquadrada pela vontade do então Presidente - Lula valeu-se de “emissários” que foram a São Bernardo do Campo, São Paulo, domicílio do ex-presidente, tramar com petistas locais a mudança de voto do Ministro Ricardo Lewandowski, um dos que havia votado originalmente com a maioria, como narrou o repórter do Estado de São Paulo Felipe Redondo, em matéria não desmentida até hoje. Mais fundo ainda foi a correspondente doII Fato Quotidiano, no Rio de Janeiro, Sofia Toscani, que especulou que não somente Lewandoswy era alvo dos aparelhadores, mas também a Ministra Ellen Gracie. Nos bastidores, correram suspeitas de que o próprio Luis Adams, chefe da AGU, havia sido o operador dos “emissários” a que Redondo se referiu. Por que Lula assim procedeu? Em confidências trocadas com pessoas de seu acesso íntimo ele sempre dava pistas de que suas duas maiores queixas ao longo dos dois mandatos foram as das derrotas sofridas nos poderes que não o Executivo: no Legislativo/Senado, a derrubada a CMPF (Contribuição Provisória para Movimentação Financeira), e no Judiciário/ Supremo, o julgamento de Cesare Battisti, que sentenciou a extradição contra sua decisão sobre o refúgio. Lula colocara em marcha plano vingativo contra essas duas ofensas à sua autoconsiderada pessoa. E engendrou maneira de obstruir a decisão do Supremo, valendo-se do parecer da aparelhada AGU, que lhe deu a chave para fechar a porta da legalidade e entrar na zona sombria da voluntariedade arbitrária. Já publicados os seguintes capítulos : Dezembro (Nº 1032) – Capítulo I e II O PROTEGIDO DO BRASIL Janeiro (Nº 1033) – Capítulo III – OS ANT ECEDENTES Fevereiro (Nº 1034) – Capítulo IV – OS ASSASSINATOS Março (Nº1035) – Capítulo V – A PRIS ÃO NO RIO DE JANEIRO Abril (Nº 1036) – Capítulo VI - O Palc o e Capítulo VII –OS DEFENSORES DA ITÁLIA Maio (Nº 1037) – Capítulo IX – OS JUL GARES e Capítulo X - O TRATADO DE EXTRADIÇÃ O Junho (N° 1038) – Capítulo XI – ER5OS RETIFICA SEU VOTO Julho (Nº 1039) – Capítulo XII - O ACÓ RDÃO Agosto (Nº 1040) - Capítulo XIII - Reaç ões na Itália. 49 PÁGINA AZUL ANTÔNIO AURELIANO “NÃO ACREDITO EM PRESIDENTE QUE NÃO TENHA DIÁLOGO COM O CONGRESSO” O novo senador da República é um mineiro de ideias claras, que não esconde o que pensa e vai direto ao ponto em suas conversas e conhecido que político e administrador ágil. Antônio Aureliano, PSDB, filho de presidente da República, nascido em Itajubá, assumiu a cadeira do senador Clésio Andrade, do PMDB que renunciou ao mandato. Antônio Aureliano foi deputado federal e secretário de Transportes nos governos de Minas e no Distrito Federal. Extremamente objetivo e simples, no seu discurso de estreia no plenário do Senado, falou concisamente, como é de seu estilo. O presidente da mesa deu-lhe mais tempo regimental. “Obrigado, Excelência, mas sempre digo o que preciso dizer em pouco tempo”. Vai marcar época num país que se perde tempo até para dizer “muito obrigado”. Nessa entrevista a Páginas Azuis, ele aborda o escândalo do momento, o da Petrobras, a que seu partido devota especial atenção no reclamo de esclarecimentos pelas denúncias. CARTA POLIS - A Petrobrás vai sobreviver desses escândalos em série? AA - Eu queria dizer que a Petrobrás nunca esteve em situação tão vulnerável quanto agora. Nunca um presidente da Petrobras teve questionamentos tão graves. Quando o Tribunal de Contas da União se coloca da maneira como se colocou de forma correta, é muito preocupante. A principal empresa brasileira está absolutamente combalida. A situação da Petrobras é a de uma empresa que tem uma presidente sub judice. A própria candidata a presidente 50 PÁGINA AZUL da República, a presidenta Dilma Rousseff, tem sua conduta como presidente do Conselho de Administração questionada. A minha visão, como a todos os brasileiros, é de não ter como uma presidenta de uma estatal do porte da Petrobrás continuar dirigindo a empresa sob um questionamento desta natureza. CARTA POLIS - A presidenta Graça Foster ainda tem condições de dirigir a Petrobras? AA - A pessoa pública tem o dever de ser e parecer honesta. Eu não estou dizendo que a Sra. Graça Foster Estou dizendo que a Presidente da Petrobras neste momento está sub judice. Para se ter mais lisura no processo de esclarecimento, acho que o Congresso Nacional deveria convocá-la para pedir explicações específicas sobre o assunto. CARTA POLIS - Os candidatos a presidente da República de oposição devem fazer da Petrobras sua agenda diária de cobrança ao governo? AA - Acho que cada candidato a presidente da República deve questionar porque a Petrobras é do Brasil e de todo o povo brasileiro. A empresa não é do presidente da República, deste ou daquele partido. O que se questiona nesse momento é que a condução da Petrobras não está adequada com as tradições republicanas, segundo as quais uma empresa de capital misto e com ações na bolsa deve ser fiscalizada pela CVM. O governo federal deve dar permanentemente exemplos de competência na gestão eficiente e honesta da empresa. CARTA POLIS - O Sr. como membro da bancada do PSDB no Senado ocupará a tribuna para levar esses posicionamentos ao povo brasileiro pelo Sistema de Comunicação do Senado? AA - Como senador da República devo dizer claramente que questiono. E temos a obrigação de mostrar ao povo brasileiro se essas acusações têm procedência ou não. Se a qualquer momento a presidente da Petrobras resolveu transferir imóveis pessoais a filhos ou parentes ela deve explicar se teve em mente uma ação eminentemente familiar e particular ou se na verdade ela tinha a intenção de desviar esse patrimônio apesar de estar sub judice ou se não tinha essa intenção. Não estou fazendo qualquer tipo de acusação antes da compro- vação. Mas é obrigação e dever que se faça uma devida apuração nesse caso. “QUEM RESPEITA O CONGRESSO NACIONAL RESPEITA O POVO BRASILEIRO” CARTA POLIS - O que cabe pessoalmente ao candidato de seu partido, o senador Aécio Neves, fazer nesse e nos demais temas de alto interesse público? AA - Quero dizer que o povo brasileiro sabe o que o Aécio Neves é capaz de fazer. Ele está nessa altura de sua vida absolutamente preparado. Porque o Aécio já fez como deputado federal, fez como presidente da Câmara dos Deputados, como senador da República, como governador de Minas em duas oportunidades, sempre com conduta honesta e transparente. O povo brasileiro, com certeza, tem convicção da eleição do nosso senador Aécio Neves para presidente. O Brasil merece um candidato que o povo tem convicção do que ele vai fazer. CARTA POLIS - Não haverá risco de governabilidade com Aécio ou outro candidato oposicionista que chegue a presidência na medida de suas relações com o Congresso? AA - Juscelino Kubitschek governou este país com a oposição mais competente que se tinha de que se tem história nesse país, e fez excelente governo, porque sempre respeitou o Legislativo. Não acredito em candidato ao Executivo que não respeite a harmonia entre os poderes. Mas, o Aécio teve sempre uma atuação de forma impecável no Legislativo e também no Executivo de uma maneira muito leve, muito transparente e muito correta. Então ele fez a simbiose, o equilíbrio entre os poderes. Tem absoluta capacidade de conviver com o Congresso, valorizando o Congresso Nacional. Quem respeita o Congresso Nacional, respeita o povo brasileiro. CARTA POLIS - Uma insistente questão que vem sendo apresentada pelo presidente nacional do PSDB e candidato Aécio Neves é a redução do número de atual de ministérios. Essa proposta é viável? AA - O povo brasileiro não sabe nem quem são os ministros. Antigamente você tinha referências de homens que davam o norte de cada ministério e o povo sabia quem eram. Hoje não se sabe nem quem é ministro de que, de que pasta, e o que está se fazendo. É preciso reduzir o número de ministérios. Temos que tornar o Estado cada vez mais leve, mais eficiente, mais competitivo. CARTA POLIS - O Sr. não teme que é pouco o seu tempo de mandato - até fevereiro de 2015 - para desenvolver sua agenda parlamentar? AA - O tempo é muito relativo. Quero ser agente catalisador das discussões em torno de três principais temas: pacto federativo, da reforma tributária e reforma político, seguindo essa ordem. Esses temas têm que ser colocados um a um, logo no início do governo do próximo presidente. 51 ÚLTIMO S Álvaro Campos NAR>>>>> MARINA BRANCALEONE Que os golpistas do Congresso Nacional - se houverem - não procurem aplicar um golpe branco em Marina caso eleita presidente. Não seria nem um pouco parecida com Fernando Collor - eleita por partido pequeno e com propostas de independência diante de grandes partidos e suas bancadas, somados à furiosa bancada rural. Marina teria, de saída, um mínimo de 24 deputados federais (sexta bancada) e 4 senadores do PSB (sexta bancada) como é atualmente, a brigar por ela. Não é exatamente um exército de Brancaleone. A HARPA DE LULA Lula recentemente fez uma comemoração curiosa quando conversava com um amigo a respeito de que jogava para o conjunto do companheiro ou é individualista. - “Existem os tocadores de harpa, que tocam para dentro, e os tocadores de viola, que tocam prá dentro, mas também prá fora, distribuindo”. Os tocadores de viola, é claro, são os preferidos de Lula. PRIMEIRO-MINISTRO Os meses em que Dilma Rousseff tem se entregado à campanha eleitoral têm servido de teste de fogo ao ministro da Casa Civil, Aloisio Mercadante para pretender alçar voos maiores no segundo eventual mandato. Nas longas ausências da presidente ele toca o governo como autêntico primeiro-ministro. PROPAGANDA ENGANOSA O ex-presidente Lula, numa de suas intervenções no programa eleitoral de Dilma, afirmou que no seu governo a carne abundava nas mesas dos brasileiros mais pobres. Naquele mesmo dia, o Jornal Nacional que antecedeu a propaganda do PT exibiu uma reportagem sobre donas de casa se queixando dos preços da carne. Uma delas, de classe média, anunciou que desistira de comprar qualquer tipo de carne de segunda pelos preços abusivos. XÔ POLÍTICOS! As doações eleitorais via Internet parecem definitivamente condenadas no Brasil: somos uma sociedade que abomina doar a políticos. Numa pesquisa recente da norte-americana MacKinsey, o Brasil foi identificado como quarto país do mundo em solidariedade de sua população via doações. Entretanto, o destino delas nada tem de políticas: * igrejas - 5O% * esmolas - 4O% * associações beneficentes - 1O% * políticos - O% REUNIÃO JAMAIS Uma nova lógica está surgindo da atual campanha eleitoral, inédita nos tratados políticos: não se deve conclamar eleitores para ouvirem longas reuniões longas exposições dos candidatos com ajuda de “table tops” e outros modelos de visualizações. - “Reunião não ganha eleição”. A lição é de uma raposa mineira de Leopoldina. SEM CREDENCIAIS O Itamaraty continua com birra do regime da Líbia, embora o ditador Muamar Kadafi tenha sido deposto e morto há anos. Com um novo embaixador em Brasília, indicado há meses pelo novo regime de Trípoli, reconhecido pelas grandes potências, o Itamaraty ainda não adotou a praxe internacional de agendar a entrega de suas credenciais à presidente Dilma. DIRCEU JANTA José Dirceu (foto) tem direito a duas saídas da prisão por mês, para o fim de semana em casa, obrigatoriamente em Brasília, se guardar o bom comportamento. Passa-os em sua casa do Lago Sul, onde mora sua mulher. Nessas ocasiões, o casal recebe pouquíssimos e discretos amigos para jantar. Dirceu mantém uma postura silenciosa para não atiçar as autoridades penitenciárias e os adversários. No escritório em que trabalha não recebe ninguém, nem fala ao telefone. “No trabalho se trabalha”, disse recentemente a um amigo. Trabalha, sim, mas sabe de tudo o que se passa. 53 EDITORIAL PORQUE DEVEMOS INSISTIR NO BRASIL * O Brasil é considerado, em âmbito internacional, uma superpotência emergente, Desde 2001, com a criação dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o país passou a ser um importante ator no cenário mundial, canalizando investimentos. Em Fortaleza, após a Copa, foi criado o Banco de Desenvolvimento do BRICs. *O Brasil é a sexta maior economia do mundo por PIB nominal (U$ 4,8 trilhões em maio de 2014, IBGE) e a sétima por paridade de compra. *Brasil é o sexto maior mercado consumidor do mundo. Somente a classe C representa sozinha o 18º maior mercado consumidor do mundo. * É o maior exportador mundial de carne bovina. * O Brasil é o maior detentor de bacias de águas doce do mundo. * Possui a 9ª maior reserva de petróleo do mundo após a confirmação em novembro de 2007, na bacia de Santos, do estoque do pré-sal que vem sendo estudado desde os anos 1980. * O potencial hidrelétrico do Brasil é de 260 gigawatts (GW); é o quarto do mundo, atrás do da China, da Rússia e dos Estados Unidos. * O Brasil é o país que possui o maior estoque de terras agricultáveis, um clima favorável à produção agrícola. Dispõe de 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, dos quais 90 milhões ainda não foram explorados. * É o terceiro país na lista de prioridades dos planos de investimentos das grandes empresas multinacionais que controlam os mercados de alimentos e agroenergia. * O Brasil é o país mais avançado, do ponto de vista tecnológico, na produção e no uso do etanol como combustível, seguido pelos EUA A produção mundial de álcool aproxima-se dos 40 bilhões de litros, dos quais se presume que até 25 bilhões de litros sejam utilizados para fins energéticos. O Brasil responde por 15 bilhões de litros deste total. O álcool é utilizado em mistura com gasolina no Brasil, EUA, União Europeia, México, Índia, Argentina, Colômbia e, mais recentemente, no Japão. O uso exclusivo de álcool como combustível está concentrado no Brasil. * No ranking dos maiores produtores de aço do mundo o Brasil está na nona posição, e teve uma produção de 32,9 milhões de toneladas. 54 OPINIÃO 300 MIL CARENTES AGRADECEM: OBRIGADO PELOS ESFORÇOS, PARCEIROS! G Ellen Barbosa (*) ostaria de tornar conhecidos alguns movimentos de pessoas que têm trabalhado juntas em busca de promover uma melhoria nas condições em que muitas famílias brasileiras vivem, e que têm beneficiado muita gente no nosso país. Sempre me identifiquei muito com essa frase que ouvi na minha infância: “A grandeza de um homem é determinada pela causa pela qual ele vive e pelo preço que ele está disposto a pagar para alcançar esta causa”. Isso me acompanha até hoje. Alegra-me a oportunidade de divulgar o que essas pessoas que tenham pensamentos semelhantes, fazem levá-los à prática. Que não vivam esperando que apenas os governos e autoridades deem soluções aos problemas de um país. Significa olhar para o mundo com olhos de esperança, para que dias melhores nos presenteiem com frutos das nossas ações nos dias de hoje. Embora, em 2010, o direito à alimentação tenha sido incluído na Constituição, 13,6 milhões de brasileiros continuam passando fome. A fome no Brasil tem endereço certo: onde há pobreza e falta de acesso a direitos básicos. Embora os 30,2% dos lares brasileiros onde não há alimentos em quantidade e qualidade suficiente espalhado por todo o país, a fome é mais aguda nas regiões Norte e Nordeste, atingindo, respectivamente 40,3% e 41,6% dos domicílios. A fome no Brasil não está relacionada à escassez de comida, mas à falta de acesso das pessoas pobres à renda para consumir e aos meios para produzir e comercializar alimentos. Para fazer esse direito valer, vou citar um só exemplo de instituição comprometida com essa causa. A ActionAid investe em capacitação no meio rural, produção de conhecimento e mobilização pública. ActionAid é uma organização sem fins lucrativos, cujo trabalho atinge cerca de 20 milhões de pessoas em 45 países. Está no Brasil desde 1999. Com uma atuação que já envolve 25 organizações parceiras em 13 estados, beneficiando mais de 300 mil pessoas em cerca de 1.300 comunidades. Ela tem como missão: “A ActionAid é um movimento global de pessoas que trabalham juntas para promover os direitos humanos e vencer a pobreza.” Perfeito. O Brasil já comporta 205 milhões de habitantes. A ActionAid já atingiu 3OO mil brasileiros com suas ações. E nós, quantos alcançamos? (*) Ellen Barbosa é diretora da POLIS. COM e da CARTA POLIS Agência de Comunicação Integrada Consultoria de comunicação Agência de comunicação integrada e estratégica: marketing, presta serviços a clientes dos · Assessoria de âmbitos público e privado, com assessorias Imprensa de imprensa, corporativa e de relacionamento · Auditoria de Imagem · Produção e institucional. 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