Acta Scientiae Veterinariae . 36(Supl 1): s137-s142, 2008.
ISSN 1678-0345 (Print)
ISSN 1679-9216 (Online)
Quarto Sítio seria a melhor solução para incorporação de matrizes de
reposição em um rebanho suíno?
Is the fourth site the best solution to incorporate replacement gilts in pig
herds?
Guilherme Brandt
INTRODUÇÃO
O modelo de produção da Suinocultura Moderna valoriza ou exige ações estratégicas que podem classificar a atividade como Suinocultura de Precisão. Os desafios relacionados às exigências de mercado levam à
necessidade de otimizar pontos considerados fundamentais (genética-sanidade-nutrição-manejo) e aumentar o rigor
nas ações que possam garantir a linearidade da produção. Dentro dessas, é crescente a utilização de técnicas
diferenciadas como Manejo em Bandas, a utilização diferentes processos de reposição como o Quarto Sítio e
adequação de instalações/manejo frente às exigências sanitárias, tendo como maior alteração nesta última década
os aspectos relacionados principalmente ao Circovirus Suíno e Doenças Associadas (PCVAD) [2-4].
A grande evolução da suinocultura nos últimos 20 anos proporcionou alternativas com diferenciação e
especialização de atividades por categoria animal. Nesse sentido um maior rigor na categorização do rebanho de
fêmeas e rebanho de leitões pode aumentar os ganhos de produtividade [2].
A infertilidade estacional está bem presente nos rebanhos suínos do Brasil [6]. A inconstância reprodutiva
em função da sazonalidade pode comprometer os níveis de produção de duas formas distintas. Primeiramente
através de perdas diretas relacionadas às lacunas de produção decorrentes das falhas reprodutivas propriamente
ditas. Essas perdas são evidenciadas claramente pela redução do número de leitões vendidos. Em segundo plano
encontra-se um efeito reverso, visto em granjas com maior controle de produção. Nessas granjas a experiência de
perdas anteriores leva à tomada de decisão e planos de ação para minimizar lacunas decorrentes das falhas
reprodutivas – e que podem levar até a um excesso momentâneo na produção. Esse aumento pode ser primeiro pela
reação direta às falhas e em segundo lugar pelo aumento nas coberturas nestas fases críticas.
O risco de perda é real, no primeiro caso pela simples queda decorrente do menor número de fêmeas
parindo e no segundo caso pelo aumento momentâneo e desorganizado na produção de leitões pela resposta de
perdas anteriores. Isso pode levar a um estrangulamento de instalações, descompasso na produção e risco sanitário
principalmente pelas questões relacionadas ao fluxo de produção, limpeza/desinfecção, vazio sanitário e densidade.
As diferenças são maiores em granjas menores (200 fêmeas com lotes semanais, por exemplo) onde a simples
perda de tão somente uma fêmea pode representar 10% a menos de faturamento. O mesmo indicador de perda de
10% num lote semanal de uma granja de 1000 fêmeas estaria refletido na necessidade de cinco fêmeas. Eis aí o
risco da análise minimalista de indicadores de produção. Os números percentualmente são iguais, porém as possibilidades de perdas são diferentes.
Com as taxas de reposição anuais da suinocultura tecnificada em até 50%, as leitoas assumem um papel
de destaque, representando o maior percentual no grupo de parição (16 a 18%), sendo responsáveis por aproximadamente 13% dos leitões nascidos [1].
Uma das alternativas para conviver com estes desafios de produtividade e busca de uma maior constância na produção é o Sistema de Produção do Quarto Sítio. Um dos seus grandes diferenciais e uma das suas
vantagens diretas é a possibilidade de readequação dos lotes de produção principalmente nas perdas reprodutivas
ocorridas até a sexta semana de produção (maior percentual).
Perdigão Agroindustrial S.A.,Videira, SC/Brasil. CORRESPONDÊNCIA: G. Brandt [[email protected]].
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Brandt G. 2008. Quarto Sítio seria a melhor solução para incorporação de matrizes de reposição em um rebanho suíno?
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I - MODELOS DE REPOSIÇÃO
A suinocultura moderna trabalha basicamente com duas modalidades de reposição: a compra direta de
leitoas pré-púberes e a auto-reposição. Ambas apresentam vantagens e desvantagens que podem estar associadas
ao tamanho das granjas, grau de profissionalismo, sanidade e possibilidade de produção.
1 - Ingresso de leitoas pré-púberes
A compra de leitoas pré-púberes, modelo mais conservador, pode ter como desvantagem a perda ou o não
aproveitamento do volume de animais requeridos no seu momento exato de necessidade, além de representar risco
sanitário e, talvez o que seja a maior desvantagem, a não realização das atividades básicas e nos momentos
exatos, pelo fato deste grupo ser o minoritário nas granjas.
Tomando como rebanho base uma granja de 200 matrizes com taxa de reposição próxima a 45%, teríamos ingresso mensal de aproximadamente oito leitoas, que, numa ocupação semanal representaria a ocupação de
até duas leitoas por grupo. Com este volume de animais, será possível garantir todo rigor das questões sanitárias
(quarentena, adaptação à microbiota da granja, vacinações e medicações), indução de puberdade, momento exato
de cobertura, nutrição diferenciada e todo manejo exigido?
Para granjas maiores (plantéis superiores a 500 matrizes) este modelo pode ser melhor aproveitado, porém
ainda persistem as possibilidades de perdas ou não aproveitamento dos animais no momento exato da sua necessidade. Além disso, os fatores que levam às quedas reprodutivas ou mesmo perdas diretas de matrizes por abortos,
descarte ou mortalidade, as inconstâncias sazonais e as perdas relacionadas à sanidade não podem ser corrigidas
(ou são mais difíceis) com esse modelo de reposição.
2 - Auto-reposição
A auto-reposição é um modelo interessante de reposição para rebanhos maiores, sendo mais fácil e
seguro seu uso em plantéis superiores a 1000 matrizes. Exige um plantel mínimo de avós em torno de 10% na
mesma unidade de produção comercial. Somente esse fato já é seletivo para muitas granjas por se tratar de
gerenciamento diferenciado (tem-se mais de um rebanho no mesmo plantel), necessitar garantia de rotinas, instalações extras para recria, manejo altamente especializado com leitões a partir do seu nascimento, além de ter como
produto também os machos filhos de avós que não são exatamente o produto idealizado para este tipo de atividade.
Porém nestas granjas maiores, a possibilidade de se trabalhar com rebanhos mais “fechados” permite uma maior
biosseguridade e garantia de fluxo de produção nos momentos chave por se tratar de gerenciamento interno, não
contando com as adversidades do mercado.
II - ALTERNATIVAS PARA REPOSIÇÃO DE PLANTÉIS
1 - Quarto Sítio
O Quarto Sítio trata-se de um modelo de produção com local especializado na preparação de leitoas
considerando toda a fase de indução de puberdade, manejos sanitários específicos, diferenciação de nutrição e
manejo reprodutivo e entrega de matrizes cobertas por demanda colabora com a manutenção de produtividade
principalmente em granjas pequenas [2,3]. A reposição de matrizes via Quarto Sítio permite a adoção de modelos de
produção mais arrojados como o sistema em lotes com mais garantia de uniformização do produto.
O Quarto Sítio é um modelo de produção estratégico que tem se mostrado muito eficiente para rebanhos
até 1000 matrizes. Traz como grande diferencial a garantia do fluxo de produção estável pelo ingresso de matrizes já
gestantes e na idade desejada. Além desse maior benefício, este novo sistema pode beneficiar indiretamente os
índices de produtividade ao considerar os seguintes aspectos:
- Ingresso do número exato de animais conforme necessidade de lotes: Baseado no requerimento de
reposição conforme as taxas anuais da granja e associado às perdas reprodutivas específicas de cada lote. A
garantia de reposição de matrizes cobertas ao redor da 6ª semana de gestação permite um melhor gerenciamento de
lotes dentro das unidades de produção. Nos sistemas tradicionais de reposição de compra de leitoas pré-púberes há
um risco evidente relacionado às perdas pré-coberturas, em função do diferente status sanitário das granjas, estra-
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tégia de adaptação, manejo de lotes pequenos de animais ingressos que podem variar de 2,5% até 6%, e outras
perdas que podem levar ao não aproveitamento no momento exato requerido pelos lotes de produção. Por outro lado,
mesmo após um bom trabalho de reposição e adequação das leitoas aos plantéis, podem ocorrer perdas normais
nos lotes de cobertura que normalmente são compensados através de um maior número de animais cobertos
considerando para isto a taxa de parto média das granjas. Para granjas pequenas, a perda de poucas fêmeas pode
representar um grande percentual nos indicadores de produção. A tabela 1 indica em números absolutos e relativos
a situação reprodutiva de um rebanho de 160 matrizes. Percebe-se primeiramente o efeito deletério que as perdas de
poucos animais representam nos indicadores e em segundo lugar a flutuação de produção durante o ano.
Tabela 1. Número de coberturas (N cob), partos (N partos), taxa de parição (% partos) e leitões vendidos (Vendas) ao longo
do ano em um rebanho estável de 160 matrizes (considerados 13 períodos de 28 dias)
Período
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
média
N cob
27
34
33
37
37
35
35
37
32
36
40
45
31
35,31
N partos
25
28
24
32
34
32
32
34
29
30
30
36
26
30,15
% partos
96,2
82,4
72,7
86,5
91,9
91,4
91,4
91,9
90,6
83,3
75,0
80,0
83,9
85,66
Vendas
280
328
325
325
297
287
289
362
258
325
301
264
302
303
Como as exigências sanitárias estão cada vez maiores em função de desafios de enfermidades como o
PCVAD, a regularidade dos lotes torna-se fator essencial. Porém, em função da flutuação nos indicadores de produção causada por fatores sazonais (infertilidade estacional), fatores diretos de qualidade de mão-de-obra, desafios
sanitários, perdas inespecíficas por abortos ou mortes, mesmo em lotes bem calculados através de indicadores
estáveis de percentual de parto podem ser alterados, levando a lacunas de produção com ausência de fêmeas nas
maternidades. Neste sentido, o ingresso de animais cobertos e com idade conhecida e desejada pode amenizar o
risco onde as perdas reprodutivas são mais freqüentes (até os 40 dias de gestação).
Tabela 2. Número de coberturas e ingressos de fêmeas gestantes via Quarto Sítio (N cob + 4ºS), partos (N partos), taxa de
parição (% partos) e leitões vendidos (Vendas) ao longo do ano em um rebanho estável de 150 matrizes cliente do Quarto Sítio
(considerados 13 períodos de 28 dias
Período
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
média
N cob +4°S
30
33
31
34
32
34
31
32
32
30
34
33
30
32,00
N Partos
28
28
30
30
30
32
28
30
30
27
32
30
30
29,62
% partos
93,3
84,8
96,8
88,2
93,8
94,1
90,3
93,8
93,8
90,0
94,1
90,9
100,0
92,61
Vendas
344
340
311
348
236
311
300
296
300
245
397
234
311
306
A Tabela 2 demonstra claramente a possibilidade de estabilizar a produção através do ingresso de matrizes cobertas como reposição e eventual arranjo de falhas reprodutivas até a 6ª semana. Além disto, permite uma
taxa de parto elevada e estável graças ao melhor aproveitamento das fêmeas cobertas (elite do desmame) e
ingresso de fêmeas com gestação comprovada.
As comparações de produtividade entre as tabelas 1 e 2 são evidentes. Além da estabilidade de ocupação
de instalações na maternidade e conseqüentemente na creche, os números físicos de produção das duas granjas
são praticamente os mesmos (303 x 306 leitões), porém com muito maior linearidade e um plantel quase 7% menor
na granja 2.
- Garantia de ações específicas na sanidade visando um efeito direto na primeira gestação e manutenção da maior viabilidade da futura matriz: Por se tratar de uma granja específica para produção de matrizes
cobertas, o Quarto Sítio trabalha com grandes plantéis em lotes que possibilitam os manejos para esta categoria. A
realidade encontrada em granjas comerciais são ações de manejo muito direcionadas à produtividade, porém com
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uma menor atenção ao grupo de leitoas de reposição, não por não ser importante, mas por sua representatividade no
rebanho. Por se tratar de um subgrupo minoritário na granja, nem sempre as ações ocorrem nos momentos e com a
dedicação específica. Neste aspecto, todos os procedimentos de reavaliações zootécnicas das leitoas recebidas,
calendário de vacinações, ajuste de pré-imunizações, controles nutricionais como flushing e todas atividades relacionadas à indução da puberdade de momento correto de cobertura são melhor realizadas. Uma consideração importante é que a capacidade de integração do grupo de matrizes gestantes à realidade da microbiota das granjas de
destino é muito melhor quando comparada ao ingresso direto de leitoas nos plantéis tradicionais.
- Redução significativa do plantel: Quando comparado com o sistema tradicional de compra de leitoas
pré-púberes, existe uma diferença de necessidade de espaços variável com a realidade das granjas. Deve-se levar
em consideração o tempo de alojamento até a primeira cobertura, este momento até a 6ª semana e uma diminuição
de espaços de fêmeas com dias-não-produtivos. Esta redução de espaços pode chegar até 10% do inventário de
fêmeas que pode ser melhor arranjado ou até mesmo expandindo, levando-se em conta aí uma maior necessidade
de espaços de maternidade e creche.
- Melhora na taxa de parição: Por tratar o plantel reprodutivo de maneira diferenciada na sexta semana,
o Sistema Quarto Sítio permite uma melhor análise e rigor das fêmeas no momento da cobertura. Considerando-se
a maternidade como o melhor local de análise de descarte (a ser efetuado logo após o desmame), muitas granjas
tradicionais sinalizam fêmeas candidatas ao descarte, porém, no momento da cobertura as utilizam por lacunas no
suprimento de leitoas, perdas de outras matrizes ou outras necessidades. Isto pode levar à manutenção de fêmeas
não desejadas no plantel, porém que permanecem pela necessidade de formar lotes homogêneos de cobertura. Às
vezes podem ocorrer perdas duplas ao se utilizar deste manejo: a não eliminação de fêmeas problema e, o que é
mais grave, a eventual não confirmação do parto desta categoria de animal.
- Melhores índices de produtividade: Pelo mesmo argumento citado acima, o Sistema Quarto Sítio
permite uma maior liberdade na cobertura de lotes de desmame. As granjas podem determinar seu limites mínimos
de exigência levando em conta indicadores zootécnicos que permitem a formação de rebanhos de elite. Nesse
sentido, tendo-se a garantia de reposição de fêmeas cobertas à sexta semana de gestação, pode-se trabalhar com
mais liberdade a questão de descarte por produtividade, além da tradicional eliminação somente de animais problema ou mais velhos.
Figura 1. Indicador de produtividade representando o Número de Leitões Vendidos por Fêmea por ano nos anos
2002 a 2007 (considerando 13 períodos de 28 dias).
A Figura 1 indica a sazonalidade de produção ocorrida em um Sistema de Produção de Leitões com mais
de 150 mil matrizes no Brasil. Independente dos números de produção e do ano em questão percebe-se claramente
um decréscimo no volume de leitões produzidos, fruto de perdas reprodutivas consistentemente entre os meses de
verão. O Modelo de Produção Quarto Sítio permite uma melhor gestão destas perdas por ofertar animais gestantes
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de acordo com a demanda.
- Possibilidade de trabalhar com lotes diferenciados (Manejo em Bandas): Com o advento de maiores
desafios sanitários como o PCVAD e pela necessidade de otimizar a logística de produção não somente da granja
mas da cadeia de suinocultura, a utilização de manejos diferenciados é cada vez mais comum nos rebanhos
brasileiros. O Sistema Quarto Sítio permite uma maior flexibilização na formação de lotes que saem do sistema
tradicional de uma semana, permitindo a formação de lotes a cada 15, 21 ou até 28 dias. A garantia de entrega de
matrizes cobertas conforme a demanda permite esta flexibilização que, quando necessária e utilizada no modelo
tradicional de reposição pode ser mais dispendiosa e muitas vezes desastrosa.
A adoção do Sistema Quarto Sítio leva a um aumento na produtividade ao redor de 10% pela maximização
das taxas de parto, garantia de uma maior produtividade de um grupo de grande representatividade na granja e com
histórico de problemas, além de redução da possibilidade de aumentar o plantel produtivo [3].
Este modelo de produção exige primeiramente um compromisso mínimo de demanda para evitar que o
excesso de produção comprometa o sistema. Grandes rebanhos podem ser controlados, garantindo a manutenção
de produção pela estabilidade do número de partos nos rebanhos.
2 - Produção por Partos Segregados (Quinto Sítio)
A associação das vantagens do Quarto Sítio com a produção através de Partos Segregados leva a
possibilidade de se trabalhar com um novo modelo de produção, o Quinto Sítio [2]. No Quinto Sítio se aliam as
vantagens reprodutivas das matrizes com os ganhos sanitários do produto na creche, recria e terminação.
A diferença de produtividade de leitões filhos de primíparas também leva a uma possibilidade de
categorização de granjas de recria por Ordem de Parto. A criação de granjas com partos segregados permite a
manutenção de dois status sanitários distintos nos rebanhos, um mais sensível e por isso mais exigente, originado
dos filhos de primíparas e outro mais resistente, procedente de leitões originados por fêmeas de Ordem de Parto dois
ou mais. Com esta segregação passa-se a trabalhar com cinco categorias diferentes de animais, ou seja plantel de
leitoas (4º Sítio), plantel de fêmeas com ordem de parto 1 (gestação, parição e nova gestação), plantel de fêmeas
com ordem de parto superior a 2 (gestação e parição), e respectivas produções de leitões dos dois plantéis.
O modelo de Partos Segregados tem como vantagens a maior especialização de leitoas, programa nutricional
definido por categoria (crescimento, níveis mais densos na lactação de primíparas), formação de lotes específicos
por categorias (grupos de gestação, lactação e intervalo desmame-cio de leitoas, ordem de parto 1 e superior),
programa diferenciado de inseminação por grupo, maior gestão sanitária dos lotes “sensíveis de leitões”, desenho
diferenciado de granjas (tamanho de baias de primíparas), dentre outras [5].
Da mesma forma que o modelo de produção de Quarto Sítio, o Quinto Sítio necessita logística, mercado
específico e garantido para manutenção da cadeia através da entrega ou suprimento de animais por demanda. São
sistemas mais especializados, porém que visam, além das vantagens reprodutivas, a qualidade sanitária dos rebanhos. Estes sistemas requerem grande planejamento e comprometimento de produção por representarem uma parte
da operação fora dos Sítios tradicionais de produção, além de reduzir a flexibilidade do sistema e aumentar o número
de movimentação de animais (custo de transporte). Eventuais perdas ou falhas destes sistemas podem acarretar
comprometimento financeiro de toda cadeia [2].
Este sistema ainda não está consagrado no Brasil. A experiência americana num período de dois anos
revelou melhoras tanto zootécnicas como econômicas com a adoção deste modelo [5]. Apesar de realidades diferentes, alguns aspectos são semelhantes na realidade brasileira e merecem estudo próprio.
CONCLUSÃO
A suinocultura industrial é uma atividade de grande desafio econômico. A superação dos tradicionais
desafios de produtividade e sanidade não é suficiente para garantir o sucesso da operação. Além de exigir excelência
em resultados, a suinocultura necessita constante criatividade e adequação de técnicas no objetivo de maximizar
resultados.
O modelo de reposição dos plantéis deve ser muito bem avaliado antes do início da operação das granjas.
Tem uma dependência direta das ofertas do mercado e pode ser melhor gerido ao se levar em conta o tamanho das
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granjas, status sanitário requerido, garantia de suprimento, nível técnico operacional dos recursos humanos disponíveis, grau de precisão na formação e manutenção de lotes, além do nível de desempenho zootécnico requerido no
plantel próprio da granja e da sua progênie.
O Modelo de Produção de Quarto Sítio é recomendado para plantéis até 1000 matrizes, que exigem maior
precisão e rigor na formação e manutenção de lotes. Permite uma oportunidade maior para o aumento da produtividade e, por se tratar de suprimento por demanda, pode, também, ser alternativa para eventuais desequilíbrios de
produção ocorridos com freqüência nos casos de infertilidade sazonal. Através desse sistema pode-se obter uma
maior estabilidade na produção e venda de suínos terminados, além de ser opção segura para suprimento de animais
gestantes nos casos de adoção do Manejo em Lotes Diferenciados (Manejo em Bandas).
Finalmente, pode ser melhor administrado ou explorado ao se associar com Sistemas mais avançados de
produção como é o caso de se trabalhar com a Produção em Partos Segregados (5º Sítio).
REFERÊNCIAS
1 Bortolozzo F.P. & Wentz I. 1999. Manejo reprodutivo da fêmea de reposição. A Hora Veterinária. 110: 35-40.
2 Brandt G. 2007. Logística na produção de suínos: ameaça ou oportunidade. In: Resumos do 13º Congresso Brasileiro de Veterinários
Especialistas em Suínos - ABRAVES (Florianópolis, Brasil). pp.87-94.
3 Brandt G. & Lima I. 2005. Novidades no manejo reprodutivo da leitoa: experiência do 4o sítio. In: Resumos do 4º Seminário Internacional
de Aves e Suínos - AVESUI (Florianópolis, Brasil). pp.68-71.
4 Madec F. & Waddilove J. 2002. Control of PCV2 or control other factors, several approaches to a complex problem. In: Proceedings of
the 17th International Pig Veterinary Society Congress (Ames, U.S.A). pp.45-53.
5 Moore C. 2005. Parity segregation. In: Proceedings of the 5th London Swine Conference (London, Canada). pp.61-67.
6 Silveira P.R., Brandt G. & Mendes A.S. 2006. Infertilidade Estacional: O que há de novo e qual sua importância nos rebanhos suínos de
hemisfério sul? In: Resumos do 3º Congresso Latino Americano de Suinocultura - Pork Expo (Foz do Iguaçu, Brasil). pp.375-387.
Supl 1
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