UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA
INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
FÁTIMA LÚCIA AGOSTINI
MAPEAMENTO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA DE BRIGADISTAS
DE UMA PETROQUÍMICA DO INTERIOR PAULISTA
São José dos Campos
2010
FÁTIMA LÚCIA AGOSTINI
MAPEAMENTO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA DE BRIGADISTAS
DE UMA PETROQUÍMICA DO INTERIOR PAULISTA
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de Engenharia Biomédica da Universidade do
Vale do Paraíba, como complementação dos
créditos necessários para obtenção do título de
Mestre em Engenharia Biomédica
Orientadora: Profa. Dra. Maria Belén Salazar
Posso
São José dos Campos
2010
FATIMA LUCIA AGOSTINI
..MAPEAMENTO DÀ CAPACIDADE CARDIORNSPIRATÓRIÀ DE BRIGADISTAS DE UMA
PETROQUiMICA DO INTERIOR PAULISTÀ,,
Dissertaçãoaprovadacomo requisito parcial à obtençãodo grau de Mestre em Engenìaria
em EngeúariaBiomédica,do Institutode Pesquisa
Biomédica,do Programade Pós-Graduação
SãoJosédosCampoqSP,pçla seguint€
do Vale do Paraíba,
da Universidade
e Desenvolvimento
bancaexaminadoÍa:
Prcf DI. ALDERICO RODRIGUESDE PAULA JUNIOR (TINIVAP)
Prof. Dra.MARIA BELEN SALAZAR POSSO(UNTVAP)
PTOtDT.OSCAR CÉSAR PIRES (LINITAU)
da Costa
Prof. Dra. SandraMariaFonseca
Diretor do IP&D
UniVap
SãoJosédosCampos,25 dejuúo de 2010.
Dedico este trabalho à minha filha Lara, pelo
estímulo e confiança depositados em mim. Aos
meus queridos pais Benedito e Tereza, pelo
exemplo de amor e dedicação à família.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela oportunidade do desafio e crescimento pessoal;
Ao Prof. Dr. Baptista Gargione Filho, magnífico reitor da Universidade do Vale do Paraíba pela
oportunidade de cursar a Pós-graduação de Engenharia Biomédica;
A Profa Dra. Sandra Maria Fonseca da Costa, Diretora do IP&D, pelo apoio referente aos
assuntos internos e a indicação da minha honorável orientadora;
A minha orientadora Profa. Dra. Maria Belén Salazar Posso, pelo apoio incondicional
demonstrado no desenvolvimento do nosso trabalho;
Ao gerente da UN-REVAP Antonio Roberto Sanches, pelo apoio na realização deste estudo;
A Educadora Física Elaine Cristina Bergamaschi Fernandez e aos demais funcionários da UNREVAP que colaboraram neste estudo.
A coragem é a primeira qualidade humana, pois
garante todas as outras.
(Aristóteles)
MAPEAMENTO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA DE BRIGADISTAS
DE UMA PETROQUÍMICA DO INTERIOR PAULISTA
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi mapear a capacidade cardiorrespiratória de 40 funcionários da
empresa petroquímica, em uma cidade do interior do estado de São Paulo. Todos eram do gênero
masculino e faziam parte da Brigada de Emergência da empresa, que combatia as emergências. A
pesquisa foi descritivo-exploratória, transversal e retrospectiva, com abordagem quantitativa. Os
dados da pesquisa foram coletados de prontuários médicos da empresa. Os 40 trabalhadores, com
idades entre 21 e 60, foram divididos em dois grupos: 20 brigadistas, que praticaram atividade
física (grupo A), e 20 brigadistas, que não eram fisicamente ativos (grupo B). Os indicadores
analisados foram VO2, Frequência Cardíaca (FC), Pressão Arterial (PA), e Índice de Massa
Corporal (IMC). Os dados dos trabalhadores foram avaliados através de análise de software JMP,
versão 8.0 - SAS Institute. As avaliações dos valores médios entre os grupos A e B foram: VO2
máx (41,60 ± 9,50 ml/Kg/min e 33 ± 7,73 ml/Kg/min), FC antes do teste de esforço (73,7 ± 11,6
bpm e 81,1 ± 11,2 bpm), FC após o teste de esforço (100,3 ± 14,94 bpm e 114,8 ±2,60 bpm),
Pressão Arterial Sistólica antes do teste de esforço (116,5 ± 7,45 mmHg e 123,0 ± 8,01 mmHg),
Pressão Arterial Diastólica antes do teste de esforço (71,0 ± 5,52 mmHg e 76,5 ± 8,12 mmHg),
Pressão Arterial Sistólica depois do teste de esforço (122,0 ± 6,15 mmHg e 135,0 ± 12,3
mmHg) e Pressão Arterial Diastólica depois do teste de esforço (86,5 ± 6,7 mmHg e 93,0 ± 8,01
mmHg), respectivamente, com diferenças estatisticamente significativas. Os dados em geral
mostraram correlações dos valores médios identificados na faixa etária de <30 e 40-50 anos,
respectivamente, onde o VO2máx foi maior (42,83 ± 7,88 ml/Kg/min e 38,27 ± 10,42
ml/Kg/min) do que para outras idades. A FC máxima foi menor nas idades 40-50 anos (155.9 ±
15,7 bpm). O VO2máx para as classificações de índice de massa corporal normal, sobrepeso e
obesidade (43,02 ± 9,68 ml/Kg/min, 36,03 ± 8,09 ml/Kg/min e 31 ± 6,13 ml/Kg/min),
respectivamente, foram estatisticamente significativas. As relações entre o VO2máx, FC e PA
apresentaram diferenças significativas entre os dois grupos. No Grupo A, os valores médios
estavam mais próximos dos indicadores normais em relação ao grupo B, mostrando os diferentes
níveis de condicionamento cardiorrespiratório, especialmente na faixa etária de 40-50 anos. A
melhoria da aptidão física permite que um brigadista proporcione uma melhor assistência à
Empresa em caso de emergência e preserve a sua resistência física.
Palavras-chave: Brigadista. Aptidão física. Frequência cardíaca. Consumo de oxigênio.
Enfermagem.
MAPPING OF CARDIORESPIRATORY CONDITIONS OF FIREFIGHTERS FROM A
PETROCHEMICAL COMPANY IN SÃO PAULO STATE
ABSTRACT
The objective of the present study was to examine the cardiorespiratory capacity of 40
petrochemical company employees in a city in the interior of São Paulo state. All were male and
part of the company’s firefighter brigade, which combats emergencies. The research was
descriptive, explanatory, transversal, and retrospective, with a quantitative approach. The
research data were gathered from medical records of the company. The 40 workers, between the
ages of 21 and 60, were divided into 2 groups: 20 firefighters, who did physical activity (group
A), and 20 firefighters, who were not physically active (group B). The indicators analyzed were
VO2, Heart Rate (HR), Arterial Pressure (AP), and Body Mass Index (BMI). The data from the
workers were evaluated through analysis software JMP, version 8.0 – SAS Institute. The
evaluations of average values between group A and B the were: VO2 max (41.60 ± 9.50
ml/Kg/min and 33.93 ± 7.73 ml/Kg/min), HR before test of fitness (73.7 ± 11.6 bpm and 81.1 ±
11.2 bpm), HR after test of fitness (100.3 ± 14.94 bpm and 114.8 ± 2.60 bpm), Systolic Arterial
Pressure before test of fitness (116.5 ± 7.45 mmHg and 123,0 ± 8,01 mmHg), Diastolic Arterial
Pressure before test of fitness (71.0 ± 5.52 mmHg and 76.5 ± 8.12 mmHg), Systolic Arterial
Pressure after test of fitness (122.0 ± 6.15 mmHg and 135.0 ± 12.3 mmHg), and Diastolic
Arterial Pressure after test of fitness (86.5 ± 6.7 mmHg and 93.0 ± 8.01 mmHg), respectively,
with significant differences. The data generally showed correlations because average values
could be identified for in the ages of < 30 and 40-50 years, respectively where the VO2max was
higher (42.83 ± 7.88 ml/Kg/min and 38.27 ± 10.42 ml/Kg/min) than for other ages. The
maximum HR was lower in ages 40-50 years (155.9 ± 15.7 bpm). The VO2max for Body Mass
Index classifications of normal, overweight, and obese (43.02 ± 9.68 ml/Kg/min, 36.03 ± 8.09
ml/Kg/min and 31.78 ± 6.13 ml/Kg/min) respectively, were statistically significant. The relations
between the VO2max, HR, and AP showed significant differences between the two groups. In
Group A, the average values were closer to normal indicators in relation to group B, thus showed
different levels of cardiorespiratory conditioning, especially in the age group of 40-50 years. The
improvement of physical fitness enables a firefighter to provide better assistance to the Company
in emergencies and preserves their physical soundness.
Keywords: Firefighters. Physical fitness. Heart rate. Oxygen uptake. Nursing.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Caracterização sóciodemográfica dos brigadistas, São José dos Campos, 2010......... 53
Tabela 2 – Caracterização dos brigadistas, segundo seus hábitos diários e sinais e sintomas. São
José dos Campos, 2010. (n=40)................................................................................... 54
Tabela 3 – Distribuição da modalidade de atividade física adotada pelo grupo A, São José dos
Campos, 2010. (n=40) ................................................................................................. 54
Tabela 4 – Classificação da condição cardiorrespiratória dos brigadistas do Grupo A e B, de
acordo com a avaliação física. São José dos Campos, 2010. Protocolo de Balke e
Pollock (n=40) ............................................................................................................. 55
Tabela 5 – Classificação da condição cardiorrespiratória dos brigadistas por faixa etária, de
acordo com a avaliação física.São José dos Campos, 2010. Protocolo de Balke e
Pollock. n=40............................................................................................................... 55
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Adução - Lance de mangueira e montagem de linha de expedição ............................. 24
Figura 2 – Brigadistas em linha de ataque de combate ao fogo .................................................... 25
Figura 3 – Treinamento de combate a incêndio por brigadistas, realizado no centro de
treinamento da empresa ............................................................................................... 25
Figura 4 – Combate a incêndio por brigadistas, no centro de treinamento da empresa................ 26
Figura 5 – Transporte manual de vítimas por brigadistas com uso de uniforme antichamas,
capacete e rádio de comunicação................................................................................. 27
Figura 6 – Resgate de vítima dentro de equipamento, com acesso pela boca de visita; maca a ser
utilizada no transporte da vítima e brigadista utilizando cilindro de oxigênio............ 28
Figura 7 – Equipamento de emergência - máscara com ar respirável usado por brigadista no
combate a emergência no cenário com ambiente inerte de oxigênio .......................... 28
Figura 8 – Empresas Petroquímicas no Brasil............................................................................... 45
Figura 9 – Exemplo gráfico dos percentis, médias e medianas..................................................... 50
Figura 10 – Exemplos de intervalos de confiança, médias e diferenças entre os grupos.............. 51
Figura 11– Modelo de gráfico de dispersão de diferença das médias, antes e depois (Teste
pareado) ....................................................................................................................... 51
Figura 12 – Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: VO2máx
(ml/Kg/min), onde VO2máx significa o volume máximo de O2 consumido, obtido
durante o teste de esforço e N = não pratica atividade física e S= pratica atividade
física , para ambos os grupos, onde "N" representa o grupo B e “S” o grupo A......... 57
Figura 13 – Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: VO2máx.previsto
(ml/Kg/min), onde VO2máx.previsto significa o volume de O2 previsto obtido durante
o teste de esforço e N = não pratica atividade física e S= pratica atividade física , para
ambos os grupos, onde "N" representa o grupo B e “S” o grupo A ........................... 57
Figura 14 – Níveis de VO2máx, entre os 40 brigadistas com relação às faixas etárias................. 58
Figura 15 – Níveis de VO2previsto, entre os 40 brigadistas com relação às faixas etárias........... 59
Figura 16 – Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: VO2máx
(ml/Kg/min), onde VO2máx significa o volume máximo de O2 consumido, obtido
durante o teste de esforço e a classificação do IMC , onde N = Normal, S= Sobrepeso
e O=Obesidade. ........................................................................................................... 60
Figura 17 – Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada CMax(watts),
onde CMax significa a carga máxima em watts, obtida durante o teste de esforço e N
= não pratica atividade física (grupo B) e S= pratica atividade física (grupo A) ....... 61
Figura 18 – Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada FCan(bpm), onde
FCan significa a FC, obtida em batimentos por minuto, antes do teste de esforço, e N
= não pratica atividade física e S= pratica atividade física , para ambos os grupos,
onde "N" representa o grupo B e “S” o grupo A ......................................................... 61
Figura 19 – Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: FCpos (bpm),
onde FCpos significa a FC, obtida em batimentos por minuto, após o 1º minuto do
teste de esforço, e N = não pratica atividade física e S = pratica atividade física , para
ambos os grupos, onde "N" representa o grupo B e “S” o grupo A ............................ 62
Figura 20 – Demonstração gráfica dos níveis de FC em batimentos por minuto, FCpos(bpm))
após o 1º minuto do teste de esforço, por faixa etária dos 40 brigadistas ................... 63
Figura 21 – Demonstração gráfica dos níveis de FC em batimentos por minuto, FCpos(bpm))
após o 1º minuto do teste de esforço, por faixa etária do grupo B .............................. 64
Figura 22 – Demonstração gráfica dos níveis de FC máxima, em batimentos por minuto,
FCmax(bpm)) obtida durante o teste de esforço, por faixa etária dos 40 brigadistas . 64
Figura 23 – Demonstração gráfica dos níveis de FC máxima em batimentos por minuto,
(FCmax(bpm)) obtida durante o teste de esforço, por faixa etária do grupo B de
brigadistas.................................................................................................................... 65
Figura 24 – Demonstração gráfica dos níveis de FC em batimentos por minuto, FCmax(bpm)
obtida durante o teste de esforço, por carga máxima aplicada em watts (CMax= Carga
Máxima) no grupo A ................................................................................................... 66
Figura 25 – Demonstração gráfica da diferença da FC dos 40 brigadistas, nos diferentes estados
(antes e depois) do teste onde a escala em “bpm” representa batimentos por minuto 67
Figura 26 – Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: PASAn(mmHg),
onde PASAn significa a pressão arterial sistólica obtida antes do teste de esforço, em
unidade de milímetros de mercúrio por atividade física, onde N = não pratica
atividade física e S= pratica atividade física , para ambos os grupos, onde "N"
representa o grupo B e “S” o grupo A ......................................................................... 68
Figura 27 – Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada PASpos(mmHg),
onde PASpos significa a pressão arterial sistólica obtida após o teste de esforço, em
unidade de milímetros de mercúrio e N = não pratica atividade física e S= pratica
atividade física , para ambos os grupos, por atividade física, onde "N" representa o
grupo B e “S” o grupo A ............................................................................................. 69
Figura 28 – Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: PADAn(mmHg),
onde PADAn significa a pressão arterial diastólica obtida antes do teste de esforço,
em unidade de milímetros de mercúrio, por atividade física, onde N = não pratica
atividade física e S= pratica atividade física , para ambos os grupos, onde "N"
representa o grupo B e “S” o grupo A. ........................................................................ 70
Figura 29 – Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada:
PADpos(mmHg), onde PADpos significa a pressão arterial diastólica obtida após o
teste de esforço, em unidade de milímetros de mercúrio por atividade física, onde N =
não pratica atividade física e S= pratica atividade física , para ambos os grupos, onde
"N" representa o grupo B e “S” o grupo A.................................................................. 70
Figura 30 – Demonstração gráfica da diferença entre as médias, denominada: PADAn(mmHg),
onde PADAn significa a pressão arterial diastólica obtida antes do teste de esforço,
em unidade de milímetros de mercúrio, por classificação da faixa etária................... 71
Figura 31 – Demonstração gráfica da diferença entre três médias, denominada: PASAn(mmHg),
onde PASAn significa a pressão arterial sistólica obtida antes do teste de esforço, em
unidade de milímetros de mercúrio e a classificação do IMC em N = Normal e S=
Sobrepeso e O= Obesidade.......................................................................................... 72
Figura 32 – Demonstração gráfica da diferença entre três médias de IMC, denominada:
PASpos(mmHg), onde PASpos significa a pressão arterial sistólica obtida após o teste
de esforço, em unidade de milímetros de mercúrio e a classificação do IMC em N =
Normal e S= Sobrepeso e O= Obesidade ................................................................... 72
Figura 33 – Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada:
PADpos(mmHg), onde PADpos significa a pressão arterial diastólica obtida após o
teste de esforço, em unidade de milímetros de mercúrio e a classificação do IMC,
onde N = Normal e S= Sobrepeso e O= Obesidade .................................................. 73
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AAC
American Association of Cardiology
ACSM
Colégio Americano de Medicina Esportiva
AF
Atividade física
APH
Atendimento pré-hospitalar
CDC
Centro de Controle e Prevenção de Doença
CELAFISCS
Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano
do Sul
DAF
Déficit Aeróbico Funcional
FC
Frequência cardíaca
FIMS
Federação Internacional de Medicina Esportiva
FR
Freqüência respiratória
HbO2
Oxihemoglobina
ICSSPE
Conselho Internacional de Ciências do Esporte e Educação Física
IMC
Índice de Massa Corporal
NR7
Norma Regulamentadora 7- Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional
PLSSMA
Projeto Liderança em Saúde, Segurança e Meio Ambiente
PCO2
Pressão parcial de dióxido de carbono no sangue
PO2
Pressão parcial de oxigênio de carbono no sangue
RPM
Rotação por minuto
SBME
Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte
UN-REVAP
Unidade de Negócios Refinaria Henrique Lage
VO2máx
Consumo máximo de oxigênio
VS
Volume Sistólico
W
Watts
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 17
1.1
JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 18
2
OBJETIVO ...................................................................................................................... 19
3
REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................... 20
3.1
SAÚDE OCUPACIONAL ................................................................................................ 20
3.2
CONDIÇÕES FÍSICAS RECOMENDADAS PARA OS BRIGADISTAS..................... 22
3.2.1
Tipo de treinamento dos brigadistas.................................................................................. 22
3.2.2
Higidez do brigadista e agravos potenciais da atividade de brigada ................................. 23
3.3
ATIVIDADES DO BRIGADISTA ................................................................................... 24
3.4
PROGRAMA DE CONDICIONAMENTO FÍSICO DO BRIGADISTA DA EMPRESA
EM ESTUDO .................................................................................................................... 29
3.4.1
Relação entre atividade física e saúde ............................................................................... 30
3.4.2
Fatores de risco.................................................................................................................. 34
3.4.3
Hipertensão arterial............................................................................................................ 35
3.4.4
Obesidade .......................................................................................................................... 35
3.4.5
Aptidão Cardiorrespiratória............................................................................................... 36
3.4.6
Consumo máximo de Oxigênio (VO2máx)....................................................................... 37
3.5
FISIOLOGIA CARDIOPULMONAR .............................................................................. 38
3.5.1
Funções gerais do sangue .................................................................................................. 38
3.5.2
Transporte de oxigênio pelo sangue .................................................................................. 39
3.6
PRESSÃO ARTERIAL MÁXIMA E MÍNIMA............................................................... 40
3.6.1
Pressão sistêmica no homem ............................................................................................. 41
3.7
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO MUSCULAR ................................................................ 42
3.7.1
Consumo de oxigênio no exercício muscular.................................................................... 42
3.8
AVALIAÇÃO FÍSICA E PADRÃO DE RESULTADO POR IDADE E SEXO............. 43
4
MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 44
4.1
TIPO DA PESQUISA ....................................................................................................... 44
4.2
POPULAÇÃO ................................................................................................................... 44
4.3
CAMPO DA PESQUISA .................................................................................................. 44
4.3.1
Caracterização da petroquímica......................................................................................... 45
4.4
COLETA DE DADOS E CRITÉRIO DE SELEÇÃO ...................................................... 46
4.4.1
Instrumento de Coleta........................................................................................................ 46
4.4.2
Protocolos utilizados da Petroquímica .............................................................................. 47
4.4.3 Aspectos Éticos do Estudo ................................................................................................ 48
4.4.4
Delineamento e tratamento estatístico............................................................................... 48
5
RESULTADOS ................................................................................................................ 53
5.1
CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E HÁBITOS DIÁRIOS DA POPULAÇÃO DE
AMOSTRA........................................................................................................................ 53
5.2
VO2MÁX .......................................................................................................................... 56
5.3
FREQUÊNCIA CARDÍACA ANTES (FCAN) E DEPOIS (FCPOS) E DURANTE
(FCMÁX.) ......................................................................................................................... 61
5.4
PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA ANTES (PASAN) E DEPOIS (PASPOS) E
PRESSÃO ARTERIA DIASTÓLICA ANTES (PADAN) E DEPOIS (PADPOS) ......... 68
6
DISCUSSÃO .................................................................................................................... 74
7
CONCLUSÃO.................................................................................................................. 84
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 85
APÊNDICE A – Termo de Consentimento livre e esclarecido.................................... 92
APÊNDICE B – Formulário........................................................................................... 94
APÊNDICE C – Conclusão dos Testes .......................................................................... 96
APÊNDICE D – Anamnese............................................................................................. 97
ANEXO A – Solicitação para a Empresa e Resposta ................................................... 98
ANEXO B – Formulário Comitê de Ética ..................................................................... 99
17
1 INTRODUÇÃO
Após a conclusão do curso de graduação em Enfermagem, especializei-me em Saúde
Pública e em seguida, em Enfermagem do Trabalho. Comecei a trabalhar em um Posto de Saúde
na Secretaria de Saúde do município de Guaratinguetá, região do Vale do Paraíba no Estado de
São Paulo e há cerca de 25 anos desenvolvo atividades de Enfermagem na Coordenadoria de
Saúde em uma Empresa Petroquímica de um município do Interior Paulista.
Dentre muitas atividades de gestão desenvolvidas na área de Saúde Ocupacional da
Empresa, em 2006 participei da implantação do Projeto Liderança em Saúde, Segurança e Meio
Ambiente – PLSSMA – atividade física, que se refere à promoção da saúde dos funcionários, por
meio do incentivo e sensibilização para a adoção de estilo saudável de vida mediante a prática de
atividade física, visando melhorar a qualidade de vida.
Embora o projeto estivesse disponível para todos os recursos humanos da Empresa em
desenvolvimento contínuo, tive um interesse especial pela equipe de funcionários brigadistas,
justamente, por atuarem na linha de frente das emergências da empresa, desempenhando uma
atividade ocupacional diferenciada, exigindo-lhes a necessidade de aptidão física, cuja eficácia no
desempenho depende além dos fatores técnicos, do físico e psicossocial.
Esses brigadistas recebem treinamento técnico interno de forma continuada e é
disponibilizado a todos, a participação de atividade física em academias da região, de forma não
obrigatória. O procedimento interno previa a realização de avaliação física inicial pela academia
escolhida e observei que os protocolos aplicados eram diferentes nas diversas academias, o que
inviabilizava uma análise coletiva e uniforme do acompanhamento dos resultados da equipe.
Dentro desse contexto, a equipe local de saúde do PLSSMA decidiu realizar a avaliação física
interna de todos os brigadistas, iniciada em 2008 utilizando protocolos padronizados e realizado
com o mesmo rigor técnico.
O meu interesse em traçar um perfil inicial e atual da equipe para conhecimento de suas
reais aptidões físicas, tem como premissa básica a educação em saúde, sensibilizando-a para a
importância do projeto, incentivando-a à adoção e manutenção da prática da atividade física, sua
importância na atuação profissional de controle das emergências, combate ao sedentarismo,
desenvolvimento de uma mentalidade prevencionista, como consequência a melhoria da
qualidade de vida.
18
O aperfeiçoamento da aptidão física habilita o brigadista a prestar melhor assistência à
Empresa nas emergências e previne os danos ocupacionais decorrentes da sua atividade, a qual
necessita de cuidados intensivos com o propósito de preservar a sua integridade física.
Das inúmeras atividades que exerço na trajetória de Saúde Ocupacional, permito-me
considerar a educativa como um grande marco na minha história profissional, atuando na
promoção da saúde, e principalmente, em se tratando da equipe de brigadista que tem a função de
preservar a segurança da unidade produtiva e dos demais funcionários da Empresa.
Nesta dissertação, pretendeu-se mapear e conhecer o perfil da capacidade cardiorespiratória dos brigadistas, que praticaram atividade física regularmente e aqueles que não a
praticaram, e as possíveis interferências na realização de suas atividades.
1.1 JUSTIFICATIVA
Neste contexto, este estudo se justificou, pois a identificação do perfil da capacidade
cardiorrespiratória dos brigadistas é primariamente importante conhecer as diferenças dos que
praticaram atividade física regularmente e aqueles que não a praticaram, e o que podiam influir
em suas atividades.
Desta forma, esta pesquisa buscou estudar o perfil de um grupo de brigadistas na área de
Saúde Ocupacional, com responsabilidade social e valorização humana, para o diagnóstico
precoce e educação para a saúde preventiva, promovendo a qualidade e preservação da vida.
Assim, teve-se a pretensão de contribuir para a redução efetiva de absenteísmo, de custos com
prevenção secundária e terciária, evitando tratamentos, internações hospitalares e reabilitações.
19
2 OBJETIVO
O objetivo do presente estudo foi mapear a capacidade cardiorrespiratória de dois grupos
de brigadistas, os praticantes (GA - grupo A) e os não praticantes de atividade física regular (GB
- grupo B).
20
3 REVISÃO DA LITERATURA
O Brasil vem buscando novas tecnologias e conceitos que permitam o aprimoramento
dos processos produtivos enfrentando uma economia cada vez mais competitiva. Dentro deste
contexto, as empresas que procuram desenvolver ações pioneiras mostram-se melhor preparadas
para enfrentar tal disputa.
Atualmente, a preocupação com a saúde ocupacional plena de seus funcionários já é
uma realidade em muitos setores produtivos e administrativos, pelo interesse crescente na
qualidade de vida das pessoas, pela importância da minimização do sofrimento, da diminuição da
morbidade, comorbidade e mortalidade provocados por doenças e acidentes, ao mesmo tempo em
que são gerados benefícios reais à empresa (FERREIRA JUNIOR, 2000).
3.1 SAÚDE OCUPACIONAL
Em especial na área da saúde, seja na assistencial, seja na ocupacional, têm-se contado
com sofisticado avanço tecnológico, não se restringindo aos programas e ações de qualidade de
vida no trabalho para atender somente as obrigações legais; as empresas reconhecem que para sua
subsistência, é necessário que os outros também subsistam; a responsabilidade social é uma
questão de visão, estratégia e sobrevivência. (FERREIRA JUNIOR, 2000).
Atualmente, setores de gestão empresarial têm voltado sua atenção para as políticas de
gestão empresarial e recursos humanos mais dinâmicas, alicerçadas em leis mais adequadas aos
tempos atuais, como a NR7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (BRASIL,
1998).
As empresas voltadas para políticas de gestão empresarial e recursos humanos observam
no meio ocupacional uma preocupação progressiva para a ampla visão e abordagem assistencial
de doença, promoção da saúde e prevenção de acidentes, enfatizando-as, de forma integrada, em
todos os níveis, pois, na atenção à saúde dos trabalhadores, essas são indissociáveis, além das
ações de assistência e reabilitação.
21
Essa abordagem preventiva mais ampla e ativa, fundamenta-se no conceito de saúde do
trabalhador como um estado de bem-estar físico, psíquico e social adaptados às suas necessidades
em cada momento de sua vida (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998). Saúde, segundo
Buss (2000) “é um direito inalienável, essencial e constitucional do homem, adotado como
recurso primo para a promoção do homem social, econômica e pessoalmente, aliado à qualidade
de vida.”
Estas duas abordagens são indissociáveis no cotidiano da vida do homem e não podem
se reduzir à mera e estrita questão biológica, considerando que o indivíduo é um ser gregário e,
portanto, insere-se em uma família e em uma comunidade interagindo e influenciando-se
mutuamente, pelas relações interculturais, interpessoais, intergrupais (ASSUMPÇÃO; MORAIS;
FONTOURA, 2002).
Por outro lado, a maioria dos indivíduos associa doenças aos costumes e modos de
utilização de seu corpo quando em estado normal segundo sua inserção sócio-cultural. Portanto,
essa fase do ciclo da vida, “estar doente”, necessariamente, sugere alguma alteração na sua
qualidade de vida, interferindo no padrão do sono/vigília, do trabalho, entre outras atividades,
sejam elas profissionais e/ou sociais realizadas cotidianamente (ALVES; MINAYO, 1994).
Neste contexto, pode-se considerar que a promoção da saúde é um processo de
intervenção e de meios disponíveis ao indivíduo, à família e à comunidade para que possam
promover, manter ou recuperar o estado de sua saúde e sua qualidade de vida (SECRETARIA
DE POLÍTICAS DE SAÚDE, 2001; BRASIL, 2005).
Esta Secretaria também enfoca esse processo como:
[...] uma forma moderna e eficaz de enfrentar os desafios referentes à saúde e
qualidade de vida, oferecendo condições e instrumentos para uma ação integrada
e multidisciplinar que inclui as diferentes dimensões da experiência humana que
pode ser expressa pelos diferentes campos do conhecimento [...] (SECRETARIA
DE POLÍTICAS DE SAÚDE, 2001).
Observa-se que saúde e qualidade de vida são fenômenos complexos que interagem
entre si e com as múltiplas dimensões do ser humano, fulcro de estudos das Ciências Humanas e
Biológicas, como enfatiza Fleck et al. 1999 “[...] uma preocupação com o conceito de qualidade
de vida, no sentido de valorizar parâmetros mais amplos que o controle de sintomas, diminuição
da mortalidade ou o aumento da expectativa de vida [...]”.
22
Assim, a World Health Organization (1998) definiu qualidade de vida como: “a
percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores
nos quais ele vive, considerando seus objetivos, expectativas, padrões e preocupação”.
Obviamente esta definição também se aplica à atividade do brigadista, além da sua higidez física
e mental, objetivo deste estudo.
3.2 CONDIÇÕES FÍSICAS RECOMENDADAS PARA OS BRIGADISTAS
São considerados brigadistas funcionários próprios da empresa, voluntários e apoiados
pela gerência imediata, preparados para atendimento e controle de emergências, atendendo ao
plano de treinamento da Estrutura Organizacional de Resposta a Emergências. Os critérios
estabelecidos de treinamento visam o dimensionamento e composição das brigadas de
emergência para atuarem nas instalações da empresa e se aplicam para funcionários próprios que
trabalham em regime de turno e administrativo (PLANO..., 2009).
3.2.1 Tipo de treinamento dos brigadistas
O treinamento técnico é realizado anualmente por 30 horas, de forma teórica e prática,
com seguinte conteúdo:
a) Proteção Respiratória (Aplicação do Programa de Proteção Respiratória) – 04 horas;
b) Treinamento Tático e Prático com equipamentos de controle de emergência ambiental
(barreiras de contenção, recolhedores de óleo, reconhecimento dos pontos sensíveis – 04
horas);
c) Treinamento teórico e prático com equipamentos de combate a incêndio, Estrutura
Organizacional de Resposta, composição das brigadas, mangueiras e acessórios, viaturas e
extintores – 04 horas;
d) Teoria e prática de APH (atendimento pré-hospitalar) – 08 horas;
23
e) Treinamento Teórico e Prático de Combate a Incêndio com mangueiras e acessórios - 04
horas;
f) Teoria e prática de Salvamento e Resgate – 05 horas.
Além dessas atividades, existe um cronograma de 25 simulados de emergência anuais
que são realizados em períodos pré-definidos pela empresa, com cenários diversificados.
3.2.2 Higidez do brigadista e agravos potenciais da atividade de brigada
É de suma importância para a eficácia do desempenho profissional do controle e
combate às situações de contingência operacional, a higidez física e mental do brigadista, para o
atendimento das ocorrências, visando, além de sua saúde, a das pessoas às quais está protegendo
(EGLIN; COLEST; TIPTON, 2004).
Os brigadistas podem estar expostos a temperaturas elevadas e consequente alteração
metabólica durante sua atividade própria de Brigada. O natural esforço das tarefas de combate ao
fogo somada aos efeitos do calor podem alterar seu metabolismo, inclusive elevando a FC e
temperatura interna do corpo em brigadistas encarregados do treinamento de combate ao fogo,
como registram Eglin, Colest e Tipton (2004).
O protocolo interno da empresa que versa sobre as condições físicas do brigadistas,
considera como cenário a ser resguardado, a pressuposta sobrecarga física, mental e emocional
durante o combate à emergência; a incapacidade de atendimento à emergência e o risco de
complicação das condições médicas pré-existentes (descompensação ou desencadeamento) e a
faixa etária de 19 a 55 anos, para ambos os sexos, sem exigência de altura mínima (PLANO...,
2009).
Dessa forma, foi estabelecido nesse protocolo interno, as restrições ósteo-musculares,
como: a hérnia discal, lesões vertebrais e lesões ligamentares com instabilidade articular de
ombros, joelhos e tornozelos. Já nas restrições cardiovasculares, a hipertensão arterial sem
tratamento ou descompensada; sedentarismo com resposta hipertensiva ao teste ergométrico;
doença coronariana clinicamente manifesta; pós-intervenção coronariana com exame de fluxo
alterado ou duvidoso e insuficiência arterial periférica (EMERGÊNCIA..., 2008).
24
No campo das alterações neuro-sensoriais e comportamentais, considera-se o uso de
medicamentos psicoativos em fases de adaptação e ajuste, distúrbios do sono e vigília
interferindo na condição de atenção e resposta, fases manifestas de síndrome do pânico,
síndromes convulsivas e distúrbio do equilíbrio. Para intervenções e restrições por massa
corporal, considera-se o IMC máximo de 35 Kg/m2 (EMERGÊNCIA..., 2008).
3.3 ATIVIDADES DO BRIGADISTA
Os cenários de emergência são muito variados na empresa e sua atividade é adequada a
cada tipo de emergência, sendo o combate ao fogo uma das principais tarefas. De maneira geral,
pode-se citar as atividades mais comuns do brigadista segundo a SINPEP-REVAP (2008), como:
a) Dirige e opera todos os equipamentos da viatura de emergência;
b) Ajuda na montagem da viatura no local da emergência, como adução, canhões, linhas de
ataque, linhas de injeção de espuma e outros.
Figura 1 – Adução - Lance de mangueira e montagem de linha de expedição
Fonte: A autora, (2010).
25
Figura 2 – Brigadistas em linha de ataque de combate ao fogo
Fonte: A autora, (2010).
Lançamento de barreiras de contenção em caso de vazamento de produto.
Combate ao incêndio.
Figura 3 – Treinamento de combate a incêndio por brigadistas, realizado no centro de treinamento da
empresa
Fonte: A autora, (2010).
26
Figura 4 - Combate a incêndio por brigadistas, no centro de treinamento da empresa
Fonte: A autora, (2010).
Realização do resgate de vítimas em situações de altura elevada, equipado com cinto e
capacete tipo alpinista e portar acessórios para esse tipo de resgate em maca “off-shore”, cordas,
mosquetão.
Levantamento de maca acima do guarda-corpo e transporte da vítima até a ambulância
próxima ao local.
27
Figura 5 - Transporte manual de vítimas por brigadistas com uso de uniforme antichamas, capacete e rádio
de comunicação
Fonte: A autora, (2010).
Inspeção de material e equipamento, recolhimento e acondicionamento para novo uso.
Realização de resgate de vítima em espaço confinado, cuja equipe deve estar equipada
com EPI- Equipamento de Proteção Individual como cinto de segurança e capacete tipo alpinista,
luvas de resgate, luvas de procedimento, óculos ampla visão, detector de gás e lanternas;
Quando necessário, utiliza conjunto autônomo de ar respirável modelo PSS-100, com
peso aproximado de 12 Kg.
Em todas as situações, todos os brigadistas devem se equipar com as capas de proteção e
capacetes, além de utilizar luvas de vaquetas, portando rádios de comunicação.
28
Figura 6 - Resgate de vítima dentro de equipamento, com acesso pela boca de visita; maca a ser utilizada
no transporte da vítima e brigadista utilizando cilindro de oxigênio
Fonte: A autora, (2010).
Figura 6 - Equipamento de emergência - máscara com ar respirável usado por brigadista no combate a
emergência no cenário com ambiente inerte de oxigênio
Fonte: A autora, (2010).
29
3.4 PROGRAMA DE CONDICIONAMENTO FÍSICO DO BRIGADISTA DA EMPRESA EM
ESTUDO
A forma de seleção de brigadista utilizada pela empresa se baseia, fundamentalmente, no
voluntariado, por período mínimo de um ano e aprovação pelo gerente do mesmo. Após a
seleção, o funcionário brigadista faz parte do programa interno de treinamento técnico anual nas
diversos cenários de contingência. A aprovação para composição de brigada deve ser da gerência
imediata, dando ênfase no voluntariado. A nomeação dos integrantes da brigada deverá ser
precedida de critérios específicos e avaliação da área médica da Coordenadoria de Saúde da
Empresa, contemplando exames psicológicos e avaliação física.
Além do treinamento técnico, foi criado em 2004 um Programa de Condicionamento
Físico oferecido aos funcionários brigadistas, de forma não obrigatória, visando prevenir
problemas de saúde causados, dentro ou fora da empresa, que possam interferir na rotina diária de
trabalho, além de prepará-los para possíveis emergências.
Este programa é composto por ações motivacionais à adoção de hábitos saudáveis e
incentivo mediante reembolso financeiro de atividades físicas selecionadas pelo próprio
brigadista (natação, hidroginástica, ginástica, condicionamento físico, artes marciais, dança,
pilates, tênis e outras) realizadas em centros de atividade física da região onde está inserida a
empresa, previamente cadastrados, de acordo com fatores que garantam a segurança do
participante que além das qualidades dos resultados esperados, haja qualidade na manutenção dos
equipamentos, do ambiente, dos profissionais que os acompanham, devendo ser cadastrados no
seu respectivo conselho de classe (Educador Físico, Fisioterapeuta) habilitados e capacitados
(PLANO..., 2009).
Uma ação importante desse programa é a Avaliação Física que tem o objetivo de
identificar um conjunto de dados sobre sua condição física, conscientizando os funcionários sobre
a prevenção de doenças e a promoção da saúde, além despertar o interesse para adoção de hábitos
saudáveis, como a prática da atividade física.
O sistema de Avaliação Física permite:
a) Caracterizar o estilo de atividade física dos funcionários;
30
b) Identificar as pessoas mais sujeitas a riscos, mesmo sem sintomas e sinais;
c) Acompanhar as orientações recomendadas;
d) Avaliar periodicamente os fatores de risco;
e) Prevenir patologias ligadas ao trabalho;
f) Prescrever atividades físicas que permitam melhorar o condicionamento físico
dos colaboradores.
O Programa de Atividade Física foi criado pela área de Saúde Corporativa da Empresa.
Nesta unidade da petroquímica, o Programa foi implementado pela gerência de Segurança, Meio
Ambiente e Saúde, pela equipe da Coordenadoria de Saúde, sendo a enfermeira, neste caso esta
pesquisadora, como elemento da equipe responsável pela criação do procedimento interno desta
atividade, com todas as ações do programa, implantação, acompanhamento e controle do mesmo.
A equipe de saúde da Empresa é composta por uma Enfermeira do Trabalho, oito
Técnicos de Enfermagem do Trabalho, dois Médicos do Trabalho, uma Nutricionista, uma
Educadora Física, uma Fisioterapeuta e uma Fonoaudióloga, sob a coordenação administrativa de
uma Técnica de Administração, todos empenhados na promoção da saúde dos funcionários.
Nesse contexto, o interesse em conceitos como “Atividade Física”, “Estilo de vida” e
“Qualidade de vida” vem adquirindo relevância, ensejando a produção de vários trabalhos
científicos e constituindo um movimento no sentido de valorizar ações voltadas para a
determinação e operacionalização de variáveis que possam contribuir para a melhoria do bemestar do colaborador por meio do incremento do seu nível de atividade física habitual.
3.4.1 Relação entre atividade física e saúde
Da análise às propostas de implementação de programas de atividade física, depreendese que o principal argumento teórico utilizado está fundamentado no paradigma contemporâneo
do estilo de vida ativa, o qual tem sido apontado, como um dos fatores mais importantes na
elaboração das propostas de promoção de saúde e da qualidade de vida. Este entendimento
fundamenta-se em pressupostos elaborados dentro de um referencial teórico que associa o estilo
31
de vida saudável ao hábito da prática de atividades físicas e, consequentemente, aos melhores
padrões de saúde e qualidade de vida (FERNANDES FILHO, 2003).
O pressuposto sustenta a necessidade de se proporcionar um maior conhecimento, por
parte dos colaboradores, sobre os benefícios da atividade física e de se aumentar o seu
envolvimento com atividades que resultem em gasto energético acima do repouso, tornando os
indivíduos mais ativos. Neste cenário, entende-se que o incremento do nível de atividade física
constitui um fator fundamental de melhoria da saúde estabelecendo-se uma relação entre a prática
da atividade física e a conduta saudável encontram ressonância em estudos do Americam College
of Sports and Medicine (EXERCISE..., 1996), McArdle, Katch e Katch (1998) e Farinatti (2003).
Nesta linha, Matsudo e Matsudo (2000) afirmam que os principais benefícios à saúde
advindos
da
prática
de
atividade
física
referem-se
aos
aspectos
antropométricos,
neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Os efeitos metabólicos apontados pelos autores são
o aumento do volume sistólico; o aumento da potência aeróbica; o aumento da ventilação
pulmonar; a melhora do perfil lipídico; a diminuição da PA; a melhora da sensibilidade à insulina
e a diminuição da FC em repouso e no trabalho submáximo. Com relação aos efeitos
antropométricos e neuromusculares ocorre, segundo esses autores, a diminuição da gordura
corporal, o incremento da força e da massa muscular, da densidade óssea e da flexibilidade,
aspectos esses que são imprescindíveis aos brigadistas.
E, na dimensão psicológica, afirmam Matsudo e Matsudo (2000) que a atividade física
atua na melhoria da auto-estima, do auto conceito, da imagem corporal, das funções cognitivas e
de socialização, na diminuição do estresse e da ansiedade e na diminuição do consumo de
medicamentos. Guedes e Guedes (1995), por sua vez, afirmam que a prática de exercícios físicos
habituais, além de promover a saúde, influencia na reabilitação de determinadas patologias
associadas ao aumento dos índices de morbidade e da mortalidade. Defendem a interrelação entre
a atividade física, aptidão física e saúde, as quais se influenciam reciprocamente. Segundo eles, a
prática da atividade física influencia e é influenciada pelos índices de aptidão física, as quais
determinam e são determinados pelo estado de saúde.
Para a melhor compreensão deste modelo definem-se as variáveis que o compõem:
Atividade Física: definida, segundo Caspersen, Powell e Christherson (1985) como
qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulta em gasto
energético maior do que os níveis de repouso.
32
Saúde: conceituada por Bouchard et al. (1990), como uma condição humana com
dimensões física, social e psicológica, cada uma caracterizada por um continuum com pólos
positivos e negativos. A saúde positiva estaria associada à capacidade de apreciar a vida e resistir
aos desafios do cotidiano e a saúde negativa associaria-se à morbidade e, no extremo, à
mortalidade.
Para a Aptidão Física, adota-se também a definição de Bouchard et al. (1990) como um
estado dinâmico de energia e vitalidade que permita a cada um, funcionando no pico de sua
capacidade intelectual, realizar as tarefas do cotidiano, ocupar ativamente as horas de lazer,
enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, sentir uma alegria de viver e evitar o
aparecimento das disfunções hipocinéticas. Nesta definição distinguem a aptidão física
relacionada à saúde da aptidão física relacionada à capacidade esportiva. A primeira reúne os
aspectos bio-fisiológicos responsáveis pela promoção da saúde; a segunda refere-se aos aspectos
promotores do rendimento esportivo.
Para Marques (1999), esta perspectiva contemporânea de relacionar aptidão física à
saúde representa um estado multifacetado de bem-estar resultante da participação na atividade
física. Supera a tradicional perspectiva do “fitness”, preconizada nos anos 70 e 80 - centrada no
desenvolvimento da capacidade cardiorrespiratória - procurando interrelacionar as variáveis
associadas à promoção da saúde. Remete, pois, segundo Barros Neto (1999) a um novo conceito
de exercício saudável, no qual os benefícios ao organismo derivariam do aumento do
metabolismo (maior produção de energia diária) promovido pela prática de atividades moderadas
e agradáveis.
Entidades ligadas à Educação Física e às Ciências do Esporte como a Organização
Mundial de Saúde (OMS), o Conselho Internacional de Ciências do Esporte e Educação Física
(ICSSPE), o Centro de Controle e Prevenção de Doença - USA (CDC), o Americam College off
Sports and Medicine (ACSM), a Federação Internacional de Medicina Esportiva (FIMS), a
American Association of Cardiology (AAC) e o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão
Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS) preconizam, segundo Matsudo e Matsudo (1999)
que sessões de trinta minutos de atividades físicas por dia, na maior parte dos dias da semana,
desenvolvidas continuamente ou mesmo em períodos cumulativos de 10 a 15 minutos, em
intensidade moderada, já são suficientes para a promoção da saúde. Nesta mesma direção,
encontram-se numerosos trabalhos de abordagem epidemiológica assegurando que o baixo nível
33
de atividade física intervém decisivamente nos processos de desenvolvimento de doenças
degenerativas (POWELL; BLAIR, 1994).
Estudos experimentais sugerem que a prática de atividades de intensidade moderada atua
na redução de taxas de mortalidade e de risco de desenvolvimento de doenças degenerativas
como as enfermidades cardiovasculares, hipertensão, osteoporose, diabetes, enfermidades
respiratórias, dentre outras. São relatados, ainda, efeitos positivos da atividade física no processo
de envelhecimento, no aumento da longevidade, no controle da obesidade e em alguns tipos de
câncer (POWELL; BLAIR, 1994; GONÇALVES, 1997; MATSUDO; MATSUDO, 2000).
Vários autores e entidades ligados à Educação Física ratificam este entendimento:
Katch e McArdle (1998) preconizam a prática de exercícios físicos regulares como fator
determinante no aumento da expectativa de vida das pessoas. A Sociedade Brasileira de Medicina
do Esporte – SBME, em posicionamento oficial, sustenta que a saúde e qualidade de vida do
homem podem ser preservadas e aprimoradas pela prática regular de atividade física, como citam
Matsudo e Matsudo (1999, 2000), que reiteram a prescrição de atividade física enquanto fator de
prevenção de doença e melhoria da qualidade de vida; Lima (1999) afirma que a Atividade Física
tem, cada vez mais, representado um fator de qualidade de vida dos seres humanos,
possibilitando-lhes uma maior produtividade e melhor bem-estar; Guedes e Guedes (1995)
reconhecem as vantagens da prática de atividade física regular na melhoria da qualidade de vida;
Nahas (2001) admite a relação entre a atividade física e qualidade de vida. Citando Blair Falls e
Paie (1983) e Pate (1995), os autores identificaram, nas sociedades industrializadas, a atividade
física enquanto fator de qualidade de vida, quer seja em termos gerais, quer seja relacionada à
saúde; Silva (1999), ao distinguir a qualidade de vida em sentido geral (aplicada ao indivíduo
saudável) da qualidade de vida relacionada à saúde (aplicada ao indivíduo sabidamente doente)
vincula à prática de atividade física a obtenção e preservação da qualidade de vida; Dantas
(1999), buscando responder em que medida a atividade física proporcionaria uma desejável
qualidade de vida, sugere que programas de atividade física bem organizados podem suprir as
diversas necessidades individuais, multiplicando as oportunidades de se obter prazer e,
consequentemente , otimizar a qualidade de vida; Lopes e Alterthum (1999) escrevem que a
prática da caminhada contribui para a promoção da saúde de forma preventiva e consciente.
Vêem na atividade física um importante instrumento de busca de melhor qualidade de vida;
34
O “Manifesto de São Paulo para a promoção de Atividades Físicas nas Américas”
(2000) destaca a necessidade de inclusão da prática de atividade física no cotidiano das pessoas
de modo a promover estilos de vida saudáveis rumo a melhoria da qualidade de vida.
Destas constatações evidencia-se que a realização sistemática de atividades fisicas para
os brigadistas é fator determinante na promoção da saúde e da qualidade de vida, deixando-os
aptos ao exercício de suas funções que exige um perfeito condicionamento físico.
Conforme Gonçalves e Vilarta (2004) a vida requer movimento para se expressar. A
influência do movimento está sobre todos os processos vitais e pode decidir a qualidade de vida
como um de seus componentes básicos. O estudo da qualidade de vida está vinculado às teorias e
práticas da promoção da atividade física, complementando as idealizações da mente sadia.
3.4.2 Fatores de risco
No estudo realizado por Souza et al. (2001) sobre padronização e análise das
informações relativas ao registro de acidentes de trabalho na atividade petroquímica, na
tipificação dos acidentes classificam-se explosões, incêndios e emissões, choques elétricos,
quedas e rompimento de material. Segundo Ferreira e Iguti (1996), a atividade dos petroleiros
apresenta características complexas, contínuas, perigosas e coletivas. Estão presentes os acidentes
triviais, bem como, acidentes com materiais tóxicos, explosivos e inflamáveis, podendo causar
múltiplas conseqüências ao meio ambiente, às comunidades e aos trabalhadores.
Constatou-se que existem duas variáveis distintas na ocorrência de acidentes: riscos
catastróficos específicos da indústria de petróleo como explosões, vazamentos, emissões e
incêndio, bem como riscos simples, com acidentes mais comuns como quedas de nível, acidentes
com máquinas, ferramentas e choque elétrico, tendo como resultado a predominância de
acidentes deste tipo, principalmente para trabalhadores terceirizados, sendo a atividade de
manutenção como a que mais expõe os trabalhadores ao risco de lesões (FERREIRA; IGUTI,
1996).
Com relação aos fatores de risco não ocupacionais há a preocupação dos estudiosos em
investigar a prevalência desses fatores, com o propósito de que medidas de prevenção e
promoção a saúde possam ser efetivamente implantadas, destacando como fatores de risco para
35
doenças crônicas, a prevalência de hipertensão arterial sistêmica, sedentarismo, hábito de fumar,
hipercolesterolemia e Diabetes mellitus (JESUS et. al. 2009).
O interesse em analisar a condição cardiorrespiratória de funcionários da indústria
petroquímica, surgiu ao se observar nos resultados dos exames periódicos um crescente aumento
dos índices de hipertensão arterial, dislipidemias e IMC elevado. Na atividade do brigadista,
analisar a sua performance física e hábitos de prática de atividade física, como prevenção de
doenças crônicas e acidentes de trabalho, é de essencial importância.
3.4.3 Hipertensão arterial
A Hipertensão Arterial é considerada um importante problema de saúde pública no
Brasil, pois tem alta prevalência, apresenta complicações agudas e crônicas, associadas às
doenças cardiovasculares; promovem elevadas taxas de mortalidade, morbidade, comorbidade;
ônus social e econômico decorrentes do uso de serviços de saúde, absenteísmo, aposentadoria
precoce e incapacidade para o trabalho (MARTINEZ; LATORRE, 2006).
3.4.4 Obesidade
Caracterizada como o distúrbio nutricional mais significativo do mundo desenvolvido, a
obesidade tem prevalência (IMC > 30kg/m2) em homens, e no Brasil, segundo dados do
inquérito nacional de 1997, a prevalência está em torno 7,0%. Quando se inclui os casos de
sobrepeso (IMC > 25 Kg/m2) estes valores elevam-se para 38,5%. Para o controle desta
ocorrência, há necessidade de adoção de medidas de prevenção, pelo aumento do gasto calórico
ou diminuição na ingestão calórica (REPETTO; RIZZOLLI; BONATTO, 2003).
A atividade física pode ser considerada como um poderoso desafio fisiológico para a
saúde do corpo humano. O corpo humano necessita de ajuste metabólico para aumentar o
suprimento de O2 e combustível na realização do trabalho muscular, causando aumentos
significativos de energia acima dos valores em repouso (SARIS, 1995).
36
A prevenção da obesidade é realizada pelas mudanças no estilo de vida, como
reeducação alimentar e inclusão da prática de exercícios físicos. No estudo de Hauser, Benetti e
Rebelo (2004), foram abordadas tipo de exercícios e estratégias mais eficientes para otimizar a
perda de peso. Observaram que exercícios de resistência muscular associados ao exercício
aeróbico são mais eficientes, auxiliam no aumento da taxa metabólica de repouso, aumenta a
massa muscular e otimiza índices de mobilização e utilização de gordura durante o
emagrecimento. O maior êxito na obtenção do emagrecimento incluem exercícios de resistência,
aeróbios que utilizem um alto fluxo de energia (70% do VO2máx), proporcionando maior gasto
calórico total durante o exercício e pós exercício, pois provoca aumento no consumo de O2,
sendo a gordura utilizada neste período.
3.4.5 Aptidão Cardiorrespiratória
A aptidão cardiorrespiratória é considerada o componente da aptidão física que descreve
a capacidade dos sistemas cardiovascular e respiratório de fornecer oxigênio durante uma
atividade física contínua e depende da boa capacidade respiratória celular e bom fluxo sanguíneo
periférico. Refere-se à capacidade funcional de seus sistemas de absorção, transporte, entrega e
utilização do oxigênio pelo tecido. À medida que aumenta a intensidade do exercício, aumenta a
necessidade de oxigênio dos músculos trabalhados. Quanto maior o VO2máx, maior a sua
capacidade energética de sustentar esforços por períodos prolongados.
O
conceito
empregado
por
Fernandes
Filho
(2003)
sobre
a
capacidade
cardiorrespiratória é como uma habilidade de realizar atividades físicas de caráter dinâmico que
envolvam grande massa muscular por períodos prolongados e que depende do estado funcional
dos sistemas respiratório, cardiovascular, muscular e de suas relações fisiológico-metabólicas.
37
3.4.6 Consumo máximo de Oxigênio (VO2máx)
O VO2máx pode ser definido como o maior volume de O2 por unidade de tempo que
um indivíduo consegue captar, respirando ar atmosférico durante o exercício. É alcançado
quando se atingem níveis máximos de débito cardíaco e de extração periférica de O2 e não é
ultrapassado mesmo com incremento na carga de trabalho muscular (LEAL JUNIOR et al., 2006)
Outra definição dessa variável metabólica é dada por McArdle, Katch e Katch (1995),
que afirmam que a região onde a captação de O2 alcança um platô e não mostra qualquer
aumento adicional ou aumenta apenas ligeiramente com uma carga de trabalho adicional é
denominada a captação máxima de O2, consumo máximo de O2, potência aeróbia máxima ou
simplesmente VO2máx.
O VO2máx é considerado um dos parâmetros de grande importância para mensurar a
performance, pois, em um indivíduo a capacidade de realização dos exercícios de longa e média
duração depende principalmente do metabolismo aeróbio, sendo assim, é um referencial muito
empregado para classificação da capacidade funcional cardiorrespiratória, sobretudo em atletas
(BARROS NETO; TEBEXRENI; TAMBEIRO, 2001).
É um parâmetro ergométrico utilizado em Medicina do Trabalho para a avaliação da
capacidade de trabalho do homem, em diferentes atividades ocupacionais. Para a mensuração da
atividade física, pode ser utilizado um instrumento denominado ergômetro ou teste de pista. Os
testes ergométricos podem ser máximos, aquele onde o esforço ultrapassa 90% da FCmáx,
alcançando o maior nível de metabolismo, ou submáximos, onde o atleta atua com esforços entre
75% e 90% da FCmáx. Como indicador em termos percentuais, o Déficit Aeróbico Funcional,
indica quanto o avaliado está acima ou abaixo do VO2máx.previsto. O indicador negativo indica
que o indivíduo está bem condicionado, o seu VO2máx. está acima do VO2máx.previsto
(FERNANDES FILHO, 2003).
38
3.5 FISIOLOGIA CARDIOPULMONAR
3.5.1 Funções gerais do sangue
Função respiratória – transporta O2 nos etritrócitos por combinação com a hemoglobina,
formando reversivelmente HbO2, mas também dissolvido no plasma (0,3% volume à pressão
atmosférica de 760 mmHg); transporta CO2 dissolvido no plasma, em forma de bicabornato e
formando complexos como hemoglobina (carbamina hemoglobina).
As hemoglobinas são originadas nos eritroblastos, formam proteína conjugada composta
de duas partes (heme e globina). A hemoglobina tem grande afinidade pelo oxigênio, se ligando
ao mesmo, formando a oxihemoglobina, que depende da pressão de oxigênio, pH e temperatura
(DOUGLAS, 2000; GUYTON; HALL, 2006). No sangue existem aproximadamente 840g de
hemoglobina, havendo uma concentração em torno de 15g/dl. A quantidade hemoglobina
depende da formação de hemácias e sua destruição. A meia vida de eritrócitos é de 120 dias,
igual da hemoglobina. A principal função da hemácia é o transporte do O2 em forma de HbO2.
O número de hemácias varia em torno de 5.000.000/mm3 de sangue, produzida a partir
do eritroblasto na medula óssea.
Fisiologia da mecânica ventilatória – A principal função do processo respiratório é de
fornecer O2 necessário às células do organismo e eliminar o CO2, gases estes transportados pelo
sangue circulante (DOUGLAS, 2000; GUYTON; HALL, 2006). O sistema condutor que leva o
ar para um sistema aonde tem difusão gasosa nos alvéolos pulmonares. Este se renova pela ação
da musculatura respiratória e torácica. O sangue venoso impulsionado pelo ventrículo direito,
atinge capilares pulmonares, sendo renovado no suprimento de oxigênio, enquanto perde o
excesso de CO2, voltando para lado esquerdo do coração e a circulação sistêmica.
Difusão gasosa do pulmão – Os gases respiratórios como o O2, CO2 e nitrogênio (N)
obedecem a leis físicas gerais que regem estes elementos, como as leis de Boyle, Dalton, Henry e
Graham (DOUGLAS, 2000).
A passagem de O2 e CO2 pela membrana do alvéolo capilar acontece por difusão
simples, depende de fatores como peso molecular, temperatura do gás e coeficiente de
solubilidade tornando o CO2 cerca de 20 vezes com mais difusibilidade que o O2 (DOUGLAS,
39
2000; GUYTON; HALL, 2006). A difusão do gás pela membrana alvéolo capilar depende da
diferença de pressão parcial do gás no alvéolo e plasma. Na respiração normal o sangue venoso
dos capilares pulmonares apresentam PO2 de 40 mmHg e PCO2 de 46 mmHg. Em contato com
alvéolo pulmonar, cujo gás possui PO2 de 104 mmHg e PCO2 de 40 mmHg, a barreira sangue
gás é de 3 µm de espessura, ocorre um gradiente de difusão que facilita a difusão do O2 do
alvéolo para o eritrócito e deste para o alvéolo na difusão do CO2.
O tempo normal de permanência do eritrócito no capilar alveolar é de 0,75 s quando a
difusão acontece. Se o PO2 e PCO2 no sangue capilar são 40 e 104 mmHg respectivamente,
demonstram que as reservas do pulmão são enormes.
A difusão gasosa e o fluxo sanguíneo capilar são determinantes da pressão parcial desse
gás no sangue.
3.5.2 Transporte de oxigênio pelo sangue
O sangue pode transportar gases em solução, variando a quantidade que pode ser
dissolvida; essa variação depende da pressão parcial do gás e da sua solubilidade em água.
A maior parte do O2 é transportada pela hemoglobina, que representa 65 vezes maior
que a quantidade dissolvida, ou seja, cerca de 95% do O2 total transportado estão ligados a
molécula de hemoglobina (DOUGLAS, 2000; GUYTON e HALL, 2006).
A hemoglobina se combina de forma reversível com o O2, formando HbO2; cada
molécula de hemoglobina se combina quimicamente com 4 moléculas de O2. A concentração
total de O2 no sangue é de 20,61%. Quanto ao transporte e difusão do O2 pelo organismo, este
pode estar dissolvido no plasma e no líquido intraeritrocitário e pela baixa solubilidade em água,
é transportado quase que totalmente unido à hemoglobina. Quando o sangue venoso passa pelo
capilar alveolar é oxigenado, atingindo a PO2 igual à do alveolar, 104 mmHg.
O fato é que nem todo sangue passa pelos alvéolos bem arejados e certa quantidade de
sangue que flui por curto- circuito arterio-venoso, não passa pelo alvéolo ventilado, diminui a
PO2 do sangue quando sai do pulmão. Então se o indivíduo estiver hiperventilado, aumenta a
PO2 alveolar, aumenta a PO2 arterial e quase não altera a saturação da hemoglobina. O sangue
chega aos capilares teciduais em torno da PO2 de 100 mmHg, encontrando uma PO2 ao redor de
40
40 mmHg no indivíduo em repouso. Significa que O2 se difundirá no tecido diminuindo a PO2 a
nível tecidual. Se a hemoglobina tem menor PO2, causa a dissociação do O2 que passa ao tecido.
Quanto maior atividade metabólica tecidual como no exercício, menor será a PO2 e mais O2 se
dissociará da Hb. A elevação da temperatura tem efeito semelhante. Tecidos com maior atividade
apresenta maior PCO2, menor pH e maior temperatura e facilita a dissociação HbO2
(DOUGLAS, 2000; GUYTON; HALL, 2006).
Resumindo, o sangue circulante é submetido a alteraçoes substanciais de PO2, PCO2,
pH, temperatura e mudanças metabólicas, favorecendo a liberação de O2 em zonas de
metabolismo elevado. A mesma hemoglobina serve de transporte de CO2 seguindo os princípios
de afinidade de acordo com a presença de oxigênio, havendo troca de íons do meio intra e
extracelulares. Os gases respiratórios no sangue determinam uma pressão gasosa dependente da
quantidade de gás dissolvido no plasma. Esse é o processo de hematose, por meio do qual o O2
do ar alveolar passa para o sangue, fundamentalmente pela diferença de pressão entre o ar
alveolar (95 mmHg) e pressão do gás no sangue venoso (40 mmHg). Para o CO2 ocorre o
inverso, a pressão sanguínea venosa é de 46 mmHg e no ar alveolar de 40 mmHg, diferença
suficiente para gerar a troca, pois o CO2 é altamente solúvel em água (DOUGLAS, 2000;
GUYTON; HALL, 2006).
3.6 PRESSÃO ARTERIAL MÁXIMA E MÍNIMA
A PA flutua de acordo com as modificações do ciclo cardíaco, tendo duas pressões
diferentes: máxima ou sistólica e pressão mínima ou diastólica (DOUGLAS, 2000; GUYTON;
HALL, 2006). Na sístole ocorre a ejeção do sangue pelo ventrículo, o Volume Sistólico (VS).
Quando o VS se agrega ao volume de sangue preexistente, o volume total no compartimento
arterial é o maior do ciclo cardíaco. Na diástole não há saída de sangue do ventrículo e não há
acréscimo do VS, descendo a pressão arterial até chegar a pressão mínima ou diastólica,
dependente da condutância periférica total. Assim, as modificações de PA devem ser
interpretadas pela variação dos fatores determinantes: se diminiu a PA máxima, o volume
sistólico está reduzido, se aumenta a PA mínima, houve diminuição da condutância periférica
total.
41
3.6.1 Pressão sistêmica no homem
É expressa em mmHg, indicando a máxima primeiro e logo depois a mínima. Em geral a
PA é menor na infância, aumenta um tanto na vida adulta e eleva-se após 50 anos de idade. No
adulto em torno de 34-40 anos, apresenta PA média de 95 a 100 mmHg, sendo a máxima de 130
e a mínima de 80 mmHg. No idoso, em torno de 70 anos, a média é de 110 mmHg, pode ser de
160 e a mínima 90 mmHg. Na criança, a PA média em torno de 75-80 mmHg, a máxima de 90
mmHg e a mínima de 50-55 mmHg (DOUGLAS, 2000; GUYTON; HALL, 2006). No jovem de
20 anos, a média é de 90 (máxima 110 e mínima de 60 mmHg).
A faixa etária é importante para avaliar e classificar as modificações da PA sistêmica,
conhecendo-se os valores de referência. A idade, sexo e fatores raciais influem na variação da
PA. Fatores adicionais como emoção, postura e exercício muscular também alteram.
PA média – representa uma pressão arterial teórica, mantida constante durante o ciclo
cardíaco. A pressão arterial média é importante porque indica a pressão de perfusão do sistema
vascular. A PA média mantém-se constante no tempo, fundamental para os fins fisiológicos, da
qual depende o fluxo sanguíneo tecidual (DOUGLAS, 2000; GUYTON; HALL, 2006).
Pulso arterial – pulso é a expansão e a retração rítmica do vaso sanguíneo, como
consequência das variações da pressão interna do vaso, existindo o pulso arterial e venoso. O
pulso arterial é identificado nas artérias maiores e diminui à medida que se afasta do coração. O
pulso arterial se deve à pressão diferencial, que é a diferença de pressão gerada no ciclo cardíaco.
Cada ciclo gera uma onda de pulso arterial de distensão e retração. A FC do adulto em repouso
varia em torno de 70-90 bpm, sendo fisiologicamente aumentada durante AF.
Mensuração do pulso arterial – o pulso pode ser medido em qualquer artéria, como
carótida ou femural ou artéria radial. A artéria radial é mais utilizada pelo seu fácil acesso e a
verificação dispensa uso de aparelho. Sua utilidade está na indicação dos aspectos funcionais
cardiovasculares. Na avaliação do pulso arterial se verifica a FC, a amplitude, porque determina a
onda do pulso. Verifica-se a dureza, avaliada pelo grau de força aplicada pelos dedos para sentir
o pulso e a duração da onda.
42
3.7 FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO MUSCULAR
O esforço físico requer a participação de vários grupos musculares esqueléticos de
acordo com a modalidade do exercício (DOUGLAS, 2000; FARINATTI, 2003; GUYTON e
HALL, 2006).
A complexidade da participação muscular depende do tipo de esforço realizado como na
corrida, todos os tipos de contrações estão presentes e há vários grupos musculares envolvidos.
Há dois tipos de esforço físico: dinâmico e estático, sendo o primeiro com contrações fásicas e
rápidas e a estática se caracteriza pelo predomínio de contrações isométricas. O esforço físico e a
intervenção de grupos musculares diversos necessita do controle do sistema nervoso central,
através do sistema motor (DOUGLAS, 2000).
O esforço físico gera uma modificação metabólica, segundo o tipo, extensão e duração
do trabalho muscular, que necessita do fornecimento adequado de metabólitos. Nessa adaptação
circulatória e respiratória, o músculo necessita do O2, da glicose, ácidos graxos e aminoácidos
necessários para o trabalho muscular eficiente. O trabalho muscular libera energia como trabalho
mecânico (20%) e energia calórica (88%). O exercício muscular é considerado uma fonte calórica
importante, exige controle da temperatura por mecanismos termorregulatórios. Essa adaptação é a
resposta orgânica a sobrecarga.
3.7.1 Consumo de oxigênio no exercício muscular
Em repouso, o consumo de oxigênio do organismo é de 250 ml/min e no exercício
muscular o consumo aumenta de acordo com a magnitude do esforço, podendo atingir até 20
vezes o valor basal de 5 l/min em atletas (DOUGLAS, 2000; GUYTON; HALL, 2006).
Origem dos nutrientes do liquido extracelular – no sistema respiratório, cada vez que o
sangue passa no organismo, passa nos pulmões. Nos alvéolos, o sangue capta o oxigênio
necessário para células. A membrana que separa os alvéolos do lúmen dos capilares pulmonares
tem espessura de 0,4 a 2,0 µm e o O2 se difunde por movimento molecular através dessa
membrana para o sangue. A regulação das concentrações de O2 e CO2 no líquido extracelular é
43
realizada pelo mecanismo de controle de concentração de O2 nesse líquido dependendo das
características químicas da hemoglobina ao combinar-se com o O2 à medida que o sangue passa
pelos pulmões. Quando o sangue passa pelos capilares teciduais, a hemoglobina não libera O2 no
tecido se sua quantidade for elevada. Se a concentração for baixa, ela libera quantidade suficiente
de O2 para restabelecer a concentração tecidual adequada. Essa regulação é chamada de função
tamponadora do O2 da hemoglobina.
Já para o CO2, principal produto final das relações oxidativas das células sua regulação
é diferente. Como não é permitido o acúmulo de CO2 no liquido tecidual, sua alta concentração
excita o centro respiratório, aumentando e aprofundando as inspirações e aumentando a expiração
do CO2 e remoção do sangue e líquido extracelular.
3.8 AVALIAÇÃO FÍSICA E PADRÃO DE RESULTADO POR IDADE E SEXO
A aplicação do teste de esforço pela técnica de Balke é escalonada máxima, sem
intervalos. Inicia-se o teste com carga de 25 watts para sedentários e 50 watts para indivíduos
treinados, velocidade de 50 rpm, a cada dois segundos, aumentando-se mais 25 a 30 watts, até
atingir a FC máxima do indivíduo ou outro critério de interrupção, obtendo-se o VO2máx.
O padrão de resultado de avaliação física, considera as variáveis de idade e sexo,
segundo o protocolo de Pollock, com a classificação de níveis de Excelente a Muito Ruim
(FERNANDES FILHO, 2003).
44
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 TIPO DA PESQUISA
A pesquisa foi do tipo descritivo-exploratória, transversal, retrospectiva, com abordagem
quantitativa, oferecendo subsídios à obtenção e aos objetivos propostos e favorecer o
aprofundamento dos conhecimentos sobre a temática, além de contribuir para a identificação de
fatores determinantes dos fenômenos ou eventos, sua freqüência e distribuição em um período e
local específicos (CERVO; BERVIAN, 2002).
4.2 POPULAÇÃO
A amostra foi composta de 40 funcionários, de 21 a 60 anos de idade, do gênero
masculino, que faziam parte das 142 pessoas que compunham a equipe de Brigada de
Emergência da empresa em estudo. Os mesmos assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (APÊNDICE A).
4.3 CAMPO DA PESQUISA
Os dados da pesquisa foram colhidos do prontuário médico da Coordenadoria de Saúde
da empresa em estudo (ANEXO A).
45
4.3.1 Caracterização da petroquímica
A indústria petroquímica iniciou suas atividades em março de 1980, organização de
economia mista e capital aberto e está localizada em São José dos Campos, no Vale do Paraíba,
numa distância de 140 Km da cidade de São Paulo. Destaca-se pela baixa complexidade, baixo
custo de operação e alta produtividade, com acesso fácil para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas
Gerais e ao Porto de São Sebastião, litoral norte Paulista, principais centros consumidores,
tornando os custos logísticos mais baixos.
Figura 7 – Empresas Petroquímicas no Brasil
Fonte: Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes, (2004).
Neste ano, a petroquímica completou 30 anos de existência. Atualmente abriga 932
funcionários, destes, 142 são brigadistas sendo que 40 fizeram parte da amostra por conveniência.
46
4.4 COLETA DE DADOS E CRITÉRIO DE SELEÇÃO
O critério de seleção dos brigadistas foi aleatório. A coleta de dados foi efetuada no
período de Junho a Julho de 2009, após a aprovação da Comissão de Ética da Univap. Para a
coleta de dados, foram separados os prontuários com a primeira avaliação física dos brigadistas,
divididos em dois grupos: 20 participantes que compuseram o Grupo A: aqueles que praticavam
atividade física regularmente de qualquer tipo e 20 participantes do Grupo B: brigadistas que não
praticavam atividade física.
4.4.1 Instrumento de Coleta
O instrumento de coleta foi dividido em 3 partes. A primeira parte composta dos itens 1
a 1.8, constando dados de identificação do participante, como idade, sexo, peso, altura, IMC e
nível de escolaridade (APÊNDICE B). Para a avaliação antropométrica foram utilizados os
equipamentos da Saúde Ocupacional da petroquímica, quais sejam: Trena antropométrica Sanny
e Balança Digital Filizola devidamente aferida.
A segunda parte, composta dos itens 2 a 2.5 e refere-se aos dados de atividade física e
tabagismo (APÊNDICE B). A terceira parte consta dos itens 3 a 3.12 e refere-se aos dados da
avaliação da capacidade cardiorrespiratória, realizado pelo Protocolo Máximo de Balke
Cicloergométrico, utilizado o equipamento cicloergômetro para a verificação da FC em contagem
de número de batimentos por minutos e a verificação da PA com o aparelho Esfigmomanômetro
Marca BD e software Physical Test 6.1 da Terra Azul, Frequencímetro, marca Oregon, modelo
HR10, com relógio de pulso e uma faixa com sensor.
47
4.4.2 Protocolos utilizados da Petroquímica
Anamnese - questionário sobre hábitos de vida atuais, com identificação do funcionário,
sedentarismo ou prática de atividade física, hábitos, verificação dos sinais vitais e aplicação do
teste de capacidade cardiorespiratória (APÊNDICE D).
Medida da Pressão Arterial – verificação para o conhecimento e controle da pressão
sistólica e diastólica. Medida da qual se pode perceber a potencialidade do risco para a prática da
atividade física e para o desenvolvimento da avaliação física (se o participante apresentar PA
alterada, a avaliação física não será realizada e o brigadista é, então, encaminhado ao médico do
trabalho).
Avaliação Antropométrica – avalia-se a estatura e peso. Pelo cálculo do IMC que é
representado pela fórmula: Peso (Kg) dividido pela Altura2 (m), ou seja:
IMC = Peso / Altura2
O resultado identifica os níveis de normalidade, sobrepeso e obesidade dos avaliados
pelo percentual de gordura ideal preconizado para a idade e sexo. (FERNANDES FILHO, 2003).
Avaliação Cardiorrespiratória – o protocolo utilizado foi Máximo de Balke em
cicloergômetro. O mesmo tem por objetivo a mensuração da potência aeróbia mediante o cálculo
do consumo máximo de O2 - VO2 máx (ml/Kg/min). O VO2 máx foi medido utilizando-se uma
bicicleta ergométrica modelo BM 3.500 pró, marca Moviment, com Painel de bordo: Watts,
Cronômetro, RPM, Km.
Foram monitoradas as freqüências cardíacas antes, durante e depois do teste de esforço.
A PA foi verificada antes e depois do teste. A variável do VO2máx é expresso em ml/Kg/min.
O exame seria interrompido se houvesse queda da PA sistólica relativa ao repouso,
sinais de baixa perfusão (cianose e palidez) e sintomas relacionados ao sistema nervoso central
(ataxia, tontura, pré-síncope) câimbras, e exaustão física entre outras (ELLESTAD, 1984).
O tempo necessário para alcançar a FC máxima teórica (220-idade) foi utilizado para as
estimativas do consumo máximo de oxigênio. Para aqueles avaliados que não foram capazes de
alcançar sua FC máxima teórica foi empregada, como referencial, a duração do teste de esforço.
A velocidade é sempre constante, entre 50 e 60 rpm. Os sinais do equipamento foram
devidamente anotados, processados e analisados por meio de software Physical Test 6.1 da Terra
Azul, fornecendo os valores de consumo de oxigênio, VO2máx previsto e o VO2máx obtido,
48
bem como o DAF (Déficit Aeróbico Funcional) cujo cálculo é VO2máx previsto - VO2máx
obtido/ VO2máx previsto x 100% = valor em %. O resultado=0 (possui a capacidade predita);
resultado=negativo (capacidade acima do predita). A média aritmética e o desvio padrão foram
calculados para todas as variáveis estudadas. Para as comparações entre grupos foi utilizada
ANOVA com aplicação complementar do teste t-Student. Em todas as análises foi adotado o
coeficiente de significância estatística <0,05.
4.4.3 Aspectos Éticos do Estudo
O presente estudo foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa – CEP da
Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP, e está de acordo com os Princípios Éticos, seguindo
as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos, conforme
Resolução no 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, recebendo aprovação pelo parecer
H057CEP/2009 (ANEXO B).
4.4.4 Delineamento e tratamento estatístico
O delineamento matemático e estatístico da pesquisa foi efetuado com orientação de um
estatístico. Foi realizado o tratamento e análise estatística dos dados após a coleta, quando esses
foram organizados e armazenados em uma planilha eletrônica, no programa EXCEL, para que,
posteriormente, fossem analisados eletronicamente no programa JMP (versão 8.0).
Para o tratamento e análise dos resultados, foram utilizados testes paramétricos e não
paramétricos, levando-se em conta a natureza das distribuições dos valores, e/ou a variabilidade
das medidas efetuadas.
A análise dos dados foi feita sobre os dados dos dois grupos, analisando-se
comparativamente as variáveis “prática de atividade física” e seu efeito nas condições
cardiorrespiratória dos indivíduos estudados. Para análise das inferências, adotaram-se os
seguintes testes estatísticos:
49
Teste de hipótese - t-Student – comparação de duas médias, utilizando-o principalmente
na comparação entre os grupos que praticam e não praticam atividade física.
ANOVA e a estatística F - Análise de variância, utilizada para comparar várias médias
simultaneamente. Considera-se que a variância dentro de cada grupo é atribuída somente a
variações aleatórias e a variância entre os grupos é atribuída a diferença entre eles, ou seja, entre
as médias dos grupos. O teste F é empregado neste caso, para comparar várias médias, mas, pelas
variâncias calculadas de modos diferentes. Para que o teste F seja válido, os grupos devem
possuir a mesma variância. Quanto maior for a estatística F (razão F), maior será a diferença
entre os grupos, logo maior a probabilidade de rejeitar a hipótese nula e aceitar a hipótese
experimental.
Tabela de contingência/teste qui-quadrado – é utilizada para avaliar a associação
existente entre variáveis qualitativas (dados do tipo categórico). O princípio básico deste método
não paramétrico é comparar as divergências entre as freqüências observadas e as esperadas. De
maneira geral, pode se dizer que dois grupos se comportam de forma semelhante se as diferenças
entre as freqüências observadas e esperadas em cada categoria forem muito pequenas, próximas
a zero.
Teste de Wilcoxon / Kruskal – Wallis e Mediana: são testes não paramétricos utilizados
quando a quantidade de dados é muito pequena, evitando erros com aproximação dos dados para
a Distribuição Normal. O teste de Kruskal – Wallis não paramétrico faz uma análise de variância
quando há mais de dois grupos. Mediana é um teste de comparação de duas ou mais medianas, de
acordo com a quantidade de grupos envolvidos.
Teste pareado – compara um resultado antes e depois do mesmo indivíduo.
Para representação da variação dos dados utilizou-se:
Gráfico Box Plot – foi utilizado este gráfico para representar a variação do conjunto de
dados (grupo estudado). Esse gráfico permite visualizar a distribuição dos dados pelos quantiles.
O retângulo começa no quantil 25% e termina no 75%. O traço central é a Mediana (quantil
50%). As linhas acima e abaixo representam os demais 50% da distribuição, sendo
respectivamente os Quantis 0% (abaixo) 100% (acima). Pontos extremos, considerados
“outliers”, são identificados com pontos (podem ser acima ou baixo). A linha cinza representa a
média geral, considerando todos os níveis do fator (no exemplo: “female e male”). É possível
visualizar o comportamento da variável.
50
Foi adotado em todos os testes nível de significância de 5% (α = 0,05). Em todas as
análises, foi calculado o valor de p associado à Hipótese de Nulidade (Ho), adotado a cada teste.
O valor de p mede a evidência a favor de Ho, desta maneira, um alto valor de p, corresponde a
uma grande evidência a favor de Ho. Neste estudo, toda diferença, cujo valor de p foi inferior a
0,05, foi considerada estatisticamente significativa (nível de significância 5%) como se verificam
nas figuras 9, 10 e 11 que servem para exemplificar:
Figura 8 – Exemplo gráfico dos percentis, médias e medianas
Fonte: Programa JMP (versão 8.0).
Os losangos representam o Intervalo de Confiança da Média com 95% de confiança. O
traço do meio é a própria média e os pequenos traços nas extremidades, o ponto onde cada grupo
se sobrepõe ao outro grupo, fazendo um teste de comparação 2 a 2. Quando um losango se
sobrepõe ao outro, não existe diferença significativa entre eles, considerando nível de
significância de 5%. (95% de confiança). Exemplo:
51
Figura 9 – Exemplos de intervalos de confiança, médias e diferenças entre os grupos
Fonte: Programa JMP (versão 8.0).
A média da diferença é mostrada como linha horizontal, com 95% de intervalo de
confiança, abaixo e acima dela. A linha horizontal próxima do zero mostra que a média não é
significativamente diferente no nível 0,05. A linha vertical é a média das médias. Exemplo:
Figura 10- Modelo de gráfico de dispersão de diferença das médias, antes e depois (Teste pareado)
Fonte: Programa JMP (versão 8.0).
Parâmetros utilizados para pesquisa
52
IMC - Índice de massa corporal
FCAn - FC antes do teste de esforço
PASAn- Pressão arterial sistólica antes do teste de esforço
PADAn - Pressão arterial diastólica antes do teste de esforço
FCmax - FC máxima durante o teste de esforço
TE TEST-Tempo do teste de esforço
Cmax – Carga máxima aplicada no teste de esforço
FCpos - FC após o esforço
PASpos- Pressão arterial após o teste de esforço
PADpos - Pressão arterial diastólica após o teste de esforço
VO2máx- Consumo máximo de oxigênio durante o teste de esforço
VO2máx.previsto - Consumo máximo de oxigênio previsto durante o teste de esforço
DAF – Déficit aeróbico funcional
Class CCR – Classificação de Condicionamento Cardiorrespiratório.
Esses parâmetros foram analisados comparativamente com os demais abaixo, com o
objetivo de identificar a significância estatística dos mesmos:
a) Faixa etária;
b) Classificação de IMC;
c) Atividade Física;
d) Modalidade;
e) Freqüência Semanal.
53
5 RESULTADOS
5.1 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E HÁBITOS DIÁRIOS DA POPULAÇÃO DE
AMOSTRA
Conforme a relação do homem com o trabalho deve ser encarada em um processo
interativo no âmbito psicobiológico, psicosssocial, econômico, legal, emocional, espiritual, entre
outros (POSSO; COSTA, 1998), exercendo influência direta em sua qualidade de vida, seguindo
diretrizes para uma harmonia corporal e a interrelação entre estes campos. Nessa linha de
pensamento traçou-se o perfil apresentado na Tabela 1 e 2 com as características biológicas e
hábitos da amostra da população estudada.
Tabela 1 - Caracterização sóciodemográfica dos brigadistas, São José dos Campos, 2010.
CARACTERÍSTICAS
SÓCIODEMOGRÁFICAS
MASCULINO
GÊNERO
FEMININO
<30 ANOS
IDADE
30-40 ANOS
40-50 ANOS
> 50 ANOS
18 A 25
IMC
26 A 30
31 OU MAIS
BRANCA
COR DA PELE
PARDA
NEGRA
MEDIO COMPLETO
NIVEL
ESCOLARIDADE
SUPERIOR
INCOMPLETO
SUPERIOR
COMPLETO
NÚMERO
PERCENTUAL
40
00
11
09
17
03
16
10
14
36
03
01
35
02
100,0
0,0
27,5
22,5
42,5
7,5
40,0
24,0
35,0
90,0
7,5
2,5
87,5
5,0
03
7,5
Fonte: A autora, (2010).
Com relação às características demográficas, todos eram do gênero masculino e a
maioria dos brigadistas encontrava-se entre 40 e 50 anos de idade (42,5%), sendo a média geral
54
de 38,07 (± 9,14) anos. Quanto ao IMC, 40% apresentaram Normal, 24,0% sobrepeso e 35,0%
obesidade; a cor da pele prevalente foi a branca (90,0%). O nível de escolaridade predominante
foi o médio completo (87,5%) e 7,5% tinham nível superior.
Tabela 2 - Caracterização dos brigadistas, segundo seus hábitos diários e sinais e sintomas. São José dos
Campos, 2010. (n=40)
HÁBITOS DIÁRIOS E SINAIS E
SINTOMAS
SIM
ALERGIAS
NÃO
SIM
FUMANTE
NAO
SIM
USO MEDICAÇÃO
NAO
SIM
DORES NO CORPO
NAO
SIM
LESAO
OSTEOMUSCULAR
NAO
NÚMERO
PERCENTUAL
07
33
00
40
04
36
11
29
09
31
17,5
82,5
0,0
100,0
10,0
90,0
27,5
72,5
22,5
77,5
Fonte: A autora, (2010).
Os dados da Tabela 2 mostram que 100,0% dos brigadistas não possuíam o hábito de
fumar, 17,5% deles referiu ter algum tipo de alergia e 10,0% faziam uso de medicação. Quanto
às dores no corpo e lesões osteomusculares 27,5% apresentaram algum tipo de dor e 22,5%
queixaram-se de lesões ligadas ao sistema músculo-esquelético.
Tabela 3 - Distribuição da modalidade de atividade física adotada pelo grupo A, São José dos Campos,
2010. (n=40)
MODALIDADE
BIKE
CAMINHADA
CORRIDA
FUTEBOL
GINASTICA
NATAÇÃO
TOTAL
FREQUÊNCIA
02
02
05
03
04
04
20
PERCENTUAL
10,0
10,0
25,0
15,0
20,0
20,0
100,0
Fonte: A autora, (2010).
Observando a Tabela 3, identificou-se que todas as modalidades são aeróbias, sendo a
distribuição por tipo apresentada de forma equitativa. A corrida foi a de maior freqüência
(25,0%), enquanto que a bike e caminhada com 10,0% foram as menos freqüentes.
55
Tabela 4 - Classificação da condição cardiorrespiratória dos brigadistas do Grupo A e B, de acordo com a
avaliação física. São José dos Campos, 2010. Protocolo de Balke e Pollock (n=40)
CLASSIFICAÇÃO
FREQUÊNCIA
A
B
T
05
00
05
08
05
13
07
10
17
00
05
05
20
20
40
EXCELENTE
BOM
MEDIO
MODERADO
TOTAL
PERCENTUAL
12,5
32,5
42,5
12,5
100,0
Fonte: A autora, (2010).
Verifica-se na Tabela 4 que o grupo A demonstrou desempenho superior na condição
cardiorrespiratória, em relação ao grupo B. O grupo B obteve desempenho inversamente
proporcional ao grupo A, de acordo com a frequência na classificação Médio, Moderado e Bom.
No geral do grupo, obteve-se classificação superior para a classificação Médio (42,5%) e a
inferior para a Excelente (12,5%).
Tabela 5 - Classificação da condição cardiorrespiratória dos brigadistas por faixa etária, de acordo com a
avaliação física.São José dos Campos, 2010. Protocolo de Balke e Pollock. n=40
CLASSIFICAÇÃO
CARDIORESPIRATÓRIA
EXCELENTE
BOM
MÉDIO
MODERADO
TOTAL
A
01
02
03
00
06
<30
B T
FAIXA ETÁRIA
30-40
40-50
A B T A B T
A
>50
B T
00
02
00
02
04
00
01
02
00
03
00
01
00
00
01
00
00
01
01
02
01
04
03
02
10
00
01
05
01
07
00
02
07
01
10
04
04
03
00
11
00
02
03
01
06
04
06
06
01
17
00
01
01
01
03
TOTAL
05
13
17
05
40
Fonte: A autora, (2010).
Na tabela 5, observa-se que o grupo A obteve desempenho superior ao grupo B nas
faixas etárias 40-50 anos nas classificações Excelente e Bom. Na faixa etária <30 anos, obteve-se
desempenho superior do grupo A nas classificações Excelente, Bom e Médio. Na classificação
Bom, obteve-se melhor desempenho da faixa etária 40-50anos (6), seguida da faixa etária <30 (3)
e faixa etária >50 (1). Na classificação Médio, o melhor desempenho foi da faixa etária 30-40
anos (07), seguida da faixa etária 40-50 anos (6), faixa <30 anos (3) e faixa >50 anos (1). Na
classificação Moderado, na faixa etária <30(2) e as demais (1) cada.
56
Comparando os 2 grupos, somente o grupo A obteve-se a classificação Excelente, sendo
na faixa etária de 40-50anos (4) e <30 (1). Na classificação Bom, o melhor resultado foi do
grupo A na faixa de 40-50 anos (4), seguido da faixa etária < 30(2) e nas faixas 30-40 e >50 anos
(1). Na classificação Médio, o resultado do grupo B, foi superior ao grupo A, nas faixas etárias
30-40 anos (5) e 40-50 anos manteve-se igual nos 2 grupos (3). Na faixa etária <30 anos, o grupo
A obteve resultado (3) e Grupo B zero, sendo o resultado de B na faixa >50 anos (1). Na
classificação Moderado, o grupo A obteve resultado zero e no grupo B, nas faixas <30 anos (2) e
30-40, 40-50 e > 50 anos (1).
Os resultados referentes a relação entre os parâmetros Faixa Etária, IMC e Atividade
Física foram considerados significativos como se vê na conclusão dos testes (APÊNDICE C):
a) Faixa etária com PADan, FCmáx, VO2máx, VO2previsto;
b) Classificação de IMC com PASAn, PASpos, PADpos,VO2máx;
c) Atividade Física com FCAn, PASAn, PADAn, Cmax, FCpos, PASpos, PADpos,
VO2máx, VO2 máx.previsto.
Os demais parâmetros não apresentaram resultados significativos, sejam porque não
existe diferença entre as médias ao nível de p<0,05 de significância (95% de confiança) ou
porque as quantidades de dados foram insuficientes, determinando testes não conclusivos.
5.2 VO2MÁX
57
GRUPO
A
B
NÚMERO
20
20
MÉDIA
41,60
33,93
DESVIO PADRÃO
9,50
7,73
Figura 11 - Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: VO2máx (ml/Kg/min),
onde VO2máx significa o volume máximo de O2 consumido, obtido durante o teste de esforço e N = não
pratica atividade física e S= pratica atividade física , para ambos os grupos, onde "N" representa o grupo B
e “S” o grupo A. São José dos Campos, 2010.
De acordo com o teste aplicado em 40 pessoas, a média do VO2máx apresentado pelo
grupo A foi de 41,60 ml/Kg/min e pelo grupo B a média foi de VO2máx de 33,93 ml/Kg/min. O
VO2máx no grupo A variou de 25,3 a 55,52 ml/Kg/min (= 41,60 ± 9,50 ml/Kg/min).
No grupo B o VO2máx variou de 23,6 a 41,44 (ml/Kg/min). O tempo de teste (TE TES)
em minutos, foi de 7:27 a 13:41 minutos no grupo A e no grupo B foi de 6:19 a 15:21 minutos.
Quanto ao indicador VO2máx, os valores médios encontrados apontaram diferenças
estatísticas superiores no grupo A em comparação ao grupo B, ou seja, o VO2máx de brigadistas
que habitualmente faziam atividade física (AF) é maior do que o de brigadistas que não faziam.
GRUPO
A
NÚMERO
20
MÉDIA
46,02
DESVIO PADRÃO
5,84
B
20
41,70
3,94
Figura 12 - Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: VO2máx.previsto
(ml/Kg/min), onde VO2máx.previsto significa o volume de O2 previsto obtido durante o teste de esforço e
N = não pratica atividade física e S= pratica atividade física , para ambos os grupos, onde "N" representa o
grupo B e “S” o grupo A. São José dos Campos, 2010
58
De acordo com o teste aplicado nos grupos A e B, a média das 40 pessoas, o resultado
apresentado no grupo A foi de 46,02 ml/Kg/min e no grupo B a média foi de VO2máx.previsto
de 41,47 ml/Kg/min. Quanto ao indicador VO2máx.previsto, os valores médios encontrados
apontaram diferenças estatísticas superiores no grupo A em comparação ao grupo B, ou seja, o
VO2máx.previsto de brigadistas que habitualmente fazem atividade física (AF) é maior do que o
de brigadistas que não faziam, corroborando com o resultado do VO2máx obtido. O valor de
p=0,0034.
CLASSIFICAÇÃO
<30 ANOS
30-40 ANOS
40-50 ANOS
>50 ANOS
NÚMERO BRIG
A
B
T
06 05 11
02 07 09
12 05 17
00 03 03
MÉDIA
DESVIO PADRÃO
42,83
33,76
38,27
28,34
7,88
3,85
10,42
11,45
Figura 13 - Níveis de VO2máx, entre os 40 brigadistas com relação às faixas etárias. São José dos
Campos, 2010
Com relação aos valores obtidos de VO2máx por faixa etária, identificou-se a maior
média foi de brigadistas na faixa etária de <30 anos ( 42,83 l/kg/min), e a menor foi a média de
28,34 ml/Kg/min para os brigadistas com idade > 50 anos.
Os resultados apontam que a faixa etária de 40-50 anos apresentaram o segundo melhor
resultado de consumo de oxigênio (38,27%). Vide na Figura 12, que a média do grupo B foi
inferior no resultado do VO2máx, em relação ao grupo A. Na análise de variância, resultado
prob>F =0,0001.
59
CLASSIFICAÇÃO
<30 ANOS
30-40 ANOS
40-50 ANOS
>50 ANOS
NÚMERO
11
09
17
03
MÉDIA
50,35
43,57
40,9
26,14
DESVIO PADRÃO
4,13
2,97
2,56
2,59
Figura 14 - Níveis de VO2previsto, entre os 40 brigadistas com relação às faixas etárias. São José dos
Campos, 2010
Com relação aos valores obtidos de VO2máx.previsto por faixa etária, identificou-se
que a faixa etária < 30 anos apresentou média de 50,35 ml/Kg/min, enquanto a de 30-40 anos
apresentou a média de 43,57ml/Kg/min, a de 40-50 anos apresentou média 40,90 ml/Kg/min e a
faixa etária >50 anos apresentou média de 36,14ml/Kg/min. Os resultados apontaram que
nenhuma das faixas etárias analisadas atingiu o resultado de VO2máx.previsto. A faixa etária que
obteve menor diferença entre o VO2máx.previsto e o VO2máx obtidos foi nas faixas etárias de
40-50 e >50 anos, estas apresentaram o melhor resultado das respectivas faixas. Na análise de
variância, resultado prob>F =0001.
60
CLASSIFICAÇÃO
NÚMERO
A B
T
09 07 16
09 05 14
02 08 10
NORMAL
SOBREPESO
OBESIDADE
MÉDIA
43,02
36,03
31,78
DESVIO PADRÃO
9,68
8,09
6,13
Figura 15 - Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: VO2máx (ml/Kg/min),
onde VO2máx significa o volume máximo de O2 consumido, obtido durante o teste de esforço e a
classificação do IMC , onde N = Normal, S= Sobrepeso e O=Obesidade. São José dos Campos, 2010
Os resultados observados mediante a classificação de IMC (N-normal S-sobrepeso e OObesidade) e a variável VO2máx obtidos, demonstraram que a classificação N-normal (até 25)
que tem VO2máx na média de 43,02 ml/Kg/min. Na classificação S-sobrepeso, obteve-se o
resultado de 36,03 ml/Kg/min
de consumo de oxigênio e na classificação O-obesidade o
consumo de oxigênio foi de 31,74 ml/Kg/min. O valor VO2máx obtido nas 3 classificações foi
proporcional ao consumo de oxigênio do maior para o menor valor. Em valores estatísticos, na
amostragem estudada, as variações do IMC para sobrepeso e obesidade evidenciou o substancial
impacto desta variável nos níveis de VO2máx, que são inferiores nos brigadistas de IMC normal.
O brigadistas com IMC normal tiveram consumo máximo de oxigênio superior aos brigadistas
com IMC sobrepeso e obesidade.
GRUPO
A
B
NÚMERO
20
20
MÉDIA
237,4
204,1
DESVIO PADRÃO
10,6
10,2
61
Figura 16 - Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada CMax(watts), onde CMax
significa a carga máxima em watts, obtida durante o teste de esforço e N = não pratica atividade física
(grupo B) e S= pratica atividade física (grupo A). São José dos Campos, 2010
De acordo com o teste aplicado em 40 brigadistas, o resultado apresentado no grupo A, a
média foi de 237,40 watts e no grupo B a média foi de 204,15 watts.
Quanto ao indicador, os valores médios encontrados apontaram diferenças estatísticas
superiores no grupo A em comparação ao grupo B, ou seja, a carga máxima aplicada no grupo de
brigadistas que habitualmente faziam atividade física (AF) é maior do que o de brigadistas que
não faziam, corroborando com o resultado do VO2máx obtidos no grupo A, com maior
desempenho e aptidão cardiorrespiratória. O valor de p=0,0304.
5.3 FREQUÊNCIA CARDÍACA ANTES (FCAN) E DEPOIS (FCPOS) E DURANTE
(FCMÁX.)
GRUPO
A
B
NÚMERO
20
20
MÉDIA
73,7
81,1
DESVIO PADRÃO
11,6
11,2
Figura 17 - Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada FCan(bpm), onde FCan
significa a FC, obtida em batimentos por minuto, antes do teste de esforço, e N = não pratica atividade
física e S= pratica atividade física , para ambos os grupos, onde "N" representa o grupo B e “S” o grupo
A. São José dos Campos, 2010
62
Com relação aos valores obtidos da FC antes do teste, identifica-se que o grupo A
apresentou média de 73,70 bpm, enquanto o grupo B apresentou a média de 81,10 bpm. O teste
(t) apresentou resultado de p=0,048, com diferença de 6,4 batimentos por minuto a menos no
grupo A, embora ambos os resultados se aproximaram do considerado normal na literatura, que é
de 80 bpm adulto em repouso. O grupo B apresentou valor superior em relação ao grupo A.
GRUPO
A
B
NÚMERO
20
20
MÉDIA
100,3
114,8
DESVIO PADRÃO
14,94
2,60
Figura 18 - Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: FCpos (bpm), onde FCpos
significa a FC, obtida em batimentos por minuto, após o 1º minuto do teste de esforço, e N = não pratica
atividade física e S = pratica atividade física , para ambos os grupos, onde "N" representa o grupo B e “S”
o grupo A. São José dos Campos, 2010
De acordo com o teste aplicado em 40 brigadistas, o resultado apresentado no grupo A, a
média foi de 100,3 bpm e no grupo B a média foi de 114,8 bpm. Quanto ao indicador, os valores
médios encontrados apontaram diferenças estatísticas superiores no grupo A em comparação ao
grupo B, ou seja, a obtenção da FC mais próxima do valor de referência dos brigadistas que
habitualmente faziam atividade física é melhor que brigadistas que não faziam. O valor de
p=0,0015.
63
CLASSIFICAÇÃO
<30 ANOS
30-40 ANOS
40-50 ANOS
NÚMERO
A B
06 05
02 07
12 08
MÉDIA
T
11 112,8
09 114,8
20 101,4
DESVIO PADRÃO
18,57
13,96
11,18
Figura 19 - Demonstração gráfica dos níveis de FC em batimentos por minuto, FCpos(bpm)) após o 1º
minuto do teste de esforço, por faixa etária dos 40 brigadistas. São José dos Campos, 2010.
De acordo com o teste aplicado em 40 brigadistas, o resultado apresentado na faixa
etária de 30-40 anos foi que a média encontrada é 114,8 bpm ; na faixa etária < 30 anos a média
foi de 112,8 bpm; na faixa etária de 40-50 anos a média foi de 101,4 bpm. Quanto ao indicador,
os valores médios encontrados apontaram diferenças estatísticas favoráveis superiores na faixa
etária e 40-50 anos, ou seja, nesta faixa etária houve obtenção da FC mais próxima do valor de
referência. Valor Prob >F = 0,0297.
64
CLASSIFICAÇÃO
<30 ANOS
30-40 ANOS
40-50 ANOS
NÚMERO
5
7
8
MÉDIA
120,6
120,7
106,1
DESVIO PADRÃO
9,91
7,20
11,05
Figura 20 - Demonstração gráfica dos níveis de FC em batimentos por minuto, FCpos(bpm)) após o 1º
minuto do teste de esforço, por faixa etária do grupo B. São José dos Campos, 2010
De acordo com o teste aplicado em 20 brigadistas do grupo B, a média encontrada na
faixa etária de 30-40 anos foi de 120,7 bpm ; na faixa etária < 30 anos a média foi de 120,6 bpm;
na faixa etária de 40-50 anos a média foi de 106,1 bpm. Quanto ao indicador, os valores médios
encontrados apontaram diferenças estatísticas na faixa etária de 40-50 anos, ou seja, nesta faixa
etária obteve-se FC mais próxima do valor de referência. Comparando o grupo B com o total da
amostra (Figura 20) obteve-se valores médios estatísticos superiores no grupo B, com valor de
FC está mais distante do valor de referência.
CLASSIFICAÇÃO
<30 ANOS
30-40 ANOS
40-50 ANOS
NÚMERO
A B T
06 05 11
02 07 09
12 08 20
MÉDIA
DESVIO PADRÃO
176,1
173
155,9
12,97
9,66
15,7
Figura 21 - Demonstração gráfica dos níveis de FC máxima, em batimentos por minuto, FCmax(bpm))
obtida durante o teste de esforço, por faixa etária dos 40 brigadistas. São José dos Campos, 2010
65
De acordo com o teste aplicado em 40 brigadistas, a média encontrada na faixa etária
<30 anos foi de 176,1 bpm; na faixa etária 30-40 anos a média foi de 173 bpm; na faixa etária
40-50 anos a média foi de 155,9 bpm. Quanto ao indicador, os valores médios encontrados
apontaram diferenças estatísticas na faixa etária de 40-50 anos, ou seja, nesta faixa etária obtevese FC mais próxima do valor de referência, pois quanto menor é melhor.
CLASSIFICAÇÃO
<30 ANOS
30-40 ANOS
40-50 ANOS
NÚMERO
5
7
8
MÉDIA
182,0
176,7
155,1
DESVIO PADRÃO
6,97
7,13
19,51
Figura 22 - Demonstração gráfica dos níveis de FC máxima em batimentos por minuto, (FCmax(bpm))
obtida durante o teste de esforço, por faixa etária do grupo B de brigadistas. São José dos Campos, 2010
De acordo com o teste aplicado, o grupo B, a média encontrada na faixa etária de < 30
anos foi de 182,8 bpm; na faixa etária de 30-40 anos a média foi de 176,7 bpm; na faixa etária de
40-50 anos a média foi de 155,1 bpm. Quanto ao indicador, os valores médios encontrados
apontaram diferenças estatísticas superiores na faixa etária de 40-50 anos, ou seja, nesta faixa
etária obteve-se FC mais próxima do valor de referência, pois quanto menor é melhor.
Comparando o grupo B com o total da amostra (Figura 22) obteve-se valores médios estatísticos
superiores no grupo B, indicando condição desfavorável, pois a FC em todas as faixas etárias está
mais distante do valor de referência.
66
CLASSIFICAÇÃO
150-200 watts
200-250 watts
250-300 watts
NÚMERO
4
7
8
MÉDIA
146,5
168,7
161,7
DESVIO PADRÃO
12,87
11,55
14,03
Figura 23 - Demonstração gráfica dos níveis de FC em batimentos por minuto, FCmax(bpm) obtida
durante o teste de esforço, por carga máxima aplicada em watts (CMax= Carga Máxima) no grupo A. São
José dos Campos, 2010
De acordo com o teste aplicado, a média no Grupo A, na faixa de 150-200, a média da
FC foi 146,5 bpm e na faixa de 200 -250 watts a média foi de 168,7 bpm. Na faixa de 250-300
watts a média foi de 161,7 bpm. Quanto ao indicador, os valores médios encontrados apontaram
diferenças estatísticas onde a FCmáx obtida é mais baixa com Cmáx na faixa de 150-200 watts,
com 95% de confiança.
a
b
67
c
Figura 24 - Demonstração gráfica da diferença da FC dos 40 brigadistas, nos diferentes estados (antes e
depois) do teste onde a escala em “bpm” representa batimentos por minuto. São José dos Campos, 2010
De acordo com o teste aplicado em 40 brigadistas, a diferença estatisticamente
significativa encontrada entre a FCmáx e a FCAn (Figura 25a) foi de 87,9 bpm, indicando o valor
que aumenta a FC durante o teste; e entre a FCpós teste e FCmáx (Figura 25b) foi de 57,75 bpm,
indicando que o valor diminui após o teste, porém, não no mesmo valor ou na mesma proporção
que a FCAn do teste.
De acordo com o teste aplicado em 40 brigadistas, a diferença estatisticamente
significativa (p<0,05) encontrada entre a FCpós e FCAn (Figura 25c) do teste foi de 30,1 bpm,
indicando que não há redução no mesmo valor ou mesma proporção que a FCAn do teste.
68
5.4 PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA ANTES (PASAN) E DEPOIS (PASPOS) E PRESSÃO
ARTERIA DIASTÓLICA ANTES (PADAN) E DEPOIS (PADPOS)
CLASSIFICAÇÃO
A
B
NÚMERO
20
20
MÉDIA
116,5
123,0
DESVIO PADRÃO
7,45
8,01
Figura 25 - Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: PASAn(mmHg), onde
PASAn significa a pressão arterial sistólica obtida antes do teste de esforço, em unidade de milímetros de
mercúrio por atividade física, onde N = não pratica atividade física e S= pratica atividade física , para
ambos os grupos, onde "N" representa o grupo B e “S” o grupo A. São José dos Campos, 2010
De acordo com o teste aplicado em 40 brigadistas, a média da PASAn encontrada no
grupo A foi de 116,5 mmHg e no grupo B a média foi de 123,0 mmHg. Quanto ao indicador, os
valores médios encontrados apontaram diferenças estatísticas inferiores no grupo A em
comparação ao grupo B, ou seja, a pressão sistólica no grupo de brigadistas que habitualmente
praticavam atividade física, antes do teste, é mais baixa que o brigadistas que não faziam ,
indicando que este valor está mais próximo da referência. O valor de p=0,0115.
69
CLASSIFICAÇÃO
A
B
NÚMERO
20
20
MÉDIA
122,0
135,0
DESVIO PADRÃO
6,15
12,3
Figura 26 - Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada PASpos(mmHg), onde
PASpos significa a pressão arterial sistólica obtida após o teste de esforço, em unidade de milímetros de
mercúrio e N = não pratica atividade física e S= pratica atividade física , para ambos os grupos, por
atividade física, onde "N" representa o grupo B e “S” o grupo A. São José dos Campos, 2010
De acordo com o teste aplicado em 40 brigadistas, a média da PASpos no grupo A foi de
122,0 mmHg e no grupo B a média foi de 135,0 mmHg. Quanto ao indicador, os valores médios
encontrados apontaram diferenças estatísticas inferiores no grupo A em comparação ao grupo B,
ou seja, a pressão sistólica no grupo A após a aplicação do teste, foi mais baixa do grupo B,
indicando que este valor está mais próximo da referência. O valor de p=0,0002.
70
CLASSIFICAÇÃO
A
B
NÚMERO
20
20
MÉDIA
71,0
76,5
DESVIO PADRÃO
5,52
8,12
Figura 27 - Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: PADAn(mmHg), onde
PADAn significa a pressão arterial diastólica obtida antes do teste de esforço, em unidade de milímetros
de mercúrio, por atividade física, onde N = não pratica atividade física e S= pratica atividade física , para
ambos os grupos, onde "N" representa o grupo B e “S” o grupo A. São José dos Campos, 2010
De acordo com o teste aplicado em 40 brigadistas, a média encontrada no grupo A foi de
71 mmHg e no grupo B a média foi de 76,5 mmHg. Quanto ao indicador, os valores médios
encontrados apontaram diferenças estatísticas inferiores no grupo A em comparação ao grupo B
ou seja, a pressão diastólica no grupo A, antes do teste, foi mais baixa do que o grupo B,
indicando que este valor está mais próximo da referência. O valor de p=0,0174.
CLASSIFICAÇÃO
A
B
NÚMERO
20
20
MÉDIA
86,5
93,0
DESVIO PADRÃO
6,7
8,01
Figura 28 - Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: PADpos(mmHg), onde
PADpos significa a pressão arterial diastólica obtida após o teste de esforço, em unidade de milímetros de
mercúrio por atividade física, onde N = não pratica atividade física e S= pratica atividade física , para
ambos os grupos, onde "N" representa o grupo B e “S” o grupo A. São José dos Campos, 2010
De acordo com o teste aplicado em 40 brigadistas, a média do grupo A foi de 86,5
mmHg e no grupo B a média foi de 93,0 mmHg. Quanto ao indicador, os valores médios
encontrados apontaram diferenças estatísticas inferiores no grupo A em comparação ao grupo B,
71
ou seja, a pressão diastólica no grupo de A, após o teste, foi mais baixa do que o grupo B,
indicando que este valor está mais próximo da referência. O valor de p=0,0085.
CLASSIFICAÇÃO
<30 ANOS
30-40 ANOS
40-50 ANOS
>50 ANOS
NÚMERO
11
09
17
03
MÉDIA
71,81
74,4
72,3
86,6
DESVIO PADRÃO
4,04
7,26
7,52
5,77
Figura 29 - Demonstração gráfica da diferença entre as médias, denominada: PADAn(mmHg), onde
PADAn significa a pressão arterial diastólica obtida antes do teste de esforço, em unidade de milímetros
de mercúrio, por classificação da faixa etária. São José dos Campos, 2010
A média na faixa etária <30 anos foi de 71,81 bpm; na faixa etária 30-40 anos a média
foi de 74,44 bpm; na faixa etária 40-50 anos a média foi de 72,35 bpm. Na análise de variância,
resultado prob>F =0,0092.
72
CLASSIFICAÇÃO
NORMAL
SOBREPESO
OBESIDADE
NÚMERO
16
14
10
MÉDIA
115,6
120,0
126,0
DESVIO PADRÃO
5,12
7,84
9,77
Figura 30 - Demonstração gráfica da diferença entre três médias, denominada: PASAn(mmHg), onde
PASAn significa a pressão arterial sistólica obtida antes do teste de esforço, em unidade de milímetros de
mercúrio e a classificação do IMC em N = Normal e S= Sobrepeso e O= Obesidade. São José dos
Campos, 2010
Os resultados observados da pressão sistólica antes do teste, mediante a classificação de
IMC (N- normal S- sobrepeso e O-obesidade), a média na classificação N-normal (até 25) foi de
115,6 mmHg. Na classificação S-sobrepeso, obteve-se a média de 120 mmHg e na classificação
O-obesidade, a média foi de 126 mmHg. Na análise de variância, resultado prob>F =0,0092
CLASSIFICAÇÃO
NORMAL
SOBREPESO
OBESIDADE
NÚMERO
16
14
10
MÉDIA
121,8
127,8
140,0
DESVIO PADRÃO
7,50
8,92
12,47
Figura 31 - Demonstração gráfica da diferença entre três médias de IMC, denominada: PASpos(mmHg),
onde PASpos significa a pressão arterial sistólica obtida após o teste de esforço, em unidade de milímetros
de mercúrio e a classificação do IMC em N = Normal e S= Sobrepeso e O= Obesidade. São José dos
Campos, 2010
Os resultados observados da pressão sistólica pós teste mediante a classificação de IMC
(N- normal S- sobrepeso e O-obesidade), a média na classificação N-Normal (até 25) foi de 121,8
mmHg. Na classificação S-Sobrepeso, obteve-se a média de 127,8 mmHg, e na classificação O Obesidade a média foi de 140 mmHg. Obteve-se resultado significativo, pois quanto mais
elevado o IMC, maior é a pressão sistólica.Na análise de variância , resultado prob>F =0,0001.
73
CLASSIFICAÇÃO
NORMAL
SOBREPESO
OBESIDADE
NÚMERO
16
14
10
MÉDIA
87,5
88,57
95,0
DESVIO PADRÃO
5,77
8,64
2,68
Figura 32 - Demonstração gráfica da diferença entre duas médias, denominada: PADpos(mmHg), onde
PADpos significa a pressão arterial diastólica obtida após o teste de esforço, em unidade de milímetros de
mercúrio e a classificação do IMC, onde N = Normal e S= Sobrepeso e O= Obesidade. São José dos
Campos, 2010
Os resultados observados da pressão diastólica pós teste mediante a classificação de
IMC (N-Normal S-Sobrepeso e O-Obesidade), a média obtida na classificação N-Normal (até 25)
foi 87,5 mmHg. Na classificação S-Sobrepeso, obteve-se a média de 88,5 mmHg e na
classificação O-Obesidade a média foi de 95,0 mmHg. Obteve-se resultado significativo, pois
quanto mais elevado o IMC, maior foi a pressão diastólica.
74
6 DISCUSSÃO
Acredita-se seja prudente e oportuno relatar neste capítulo as dificuldades relacionadas
para a operacionalização da metodologia deste estudo, que foram: restringir a realização da coleta
a uma única Empresa Petroquímica, pois, teria sido uma contribuição mais efetiva se houvesse a
comparação em mais de um ambiente desse tipo de Empresa, ainda que as características de
treinamento da prática de formação de brigada sigam os mesmos princípios e a essência
educativa a mesma, as condições físicas dos brigadistas seriam diferentes. Talvez possa ser
justificado pelas distâncias entre as quatro unidades no estado de São Paulo. Aliado a tal
problemática, é importante ressaltar que, no decorrer do levantamento bibliográfico efetuado,
constatou-se o baixo número de trabalhos sobre as condições de saúde dos brigadistas deste tipo
de Empresa. Desta forma, na discussão a seguir são feitas referências também a trabalhos
abordando a saúde do trabalhador. De qualquer modo, a escassez de trabalhos que poderiam
contribuir como comparativo aos resultados encontrados neste estudo tornou-se mais um desafio
para a realização desta pesquisa.
Com a Revolução Industrial, Engels (1977) já estudava os efeitos da carga horária
excessiva de trabalho, as exigências de alta produção, o estresse e o desgaste da classe
trabalhadora, resultando conseqüentemente, em queda nas suas condições de saúde e vinte anos
depois. Miranda, Oliveira e Pena (1998) diziam ser imperativo que se atente para a segurança e
saúde do trabalhador tanto por parte da área clínica como da epidemiológica. Seguiram-se muitos
outros estudos não só pelo avanço tecnológico e científico nas áreas da saúde e da tecnologia,
como da biossegurança, “das engenharias, da toxicologia, da saúde ocupacional, da ergonomia,
incorporando definitivamente o modelo da saúde do trabalhador, em consonância à saúde pública
e à saúde coletiva” (SANTANA, 2006). A partir daí muitas pesquisas incrementaram a taxa da
produção científica que se disseminou por todas as regiões do Brasil sobre o tema da saúde do
trabalhador, evidenciando a preocupação com as condições de saúde, ambientais e de risco em
que as mais diversas atividades do trabalhador se processa (SANTANA, 2006).
A Empresa campo do estudo acredita na valorização do ser humano e assegura em seu
“Plano Estratégico” o desenvolvimento do potencial de seus recursos humanos e na ambiência
motivadora das pessoas que ali desempenham suas atividades profissionais, estimulando-as se
comprometerem com a qualidade de seu desempenho e, por conseguinte com os resultados
75
organizacionais. Para tanto, investe na valorização humana oferecendo subsídios para a
progressão da carreira, benefícios educacionais entre outros incentivos. Também garante a busca
nas questões de saúde, segurança e meio ambiente. E especificamente os brigadistas, recebem
formação e treinamento altamente qualificado para atuarem em situações de emergência sempre
dentro do compromisso com o princípio da segurança, saúde e preservação da qualidade e da
excelente ambiência, fazendo simulados periódicos.
Na atividade de brigadista, o combate a incêndio é uma atividade notoriamente
desgastante, pois trabalham em locais de difícil acesso e locomoção, em ambientes com
temperaturas elevadas, com equipamentos de segurança pesados, com desgaste físico intenso, que
podem comprometer os níveis de saúde e segurança dos mesmos. Isto pode acarretar acidentes do
trabalho, surgimento de doenças relacionadas ao trabalho, insatisfação, baixa qualidade e
produtividade dos serviços. Segundo Barros Neto e Guerra (2004) para atingir um nível desejável
de treinamento, além do conhecimento das técnicas e métodos de combate, treinamento de
primeiros socorros, uma brigada deve buscar essencialmente o condicionamento físico dos
componentes.
O trabalho em refinarias de petróleo como atividade contínua, coletiva e perigosa,
destaca-se a coexistência de acidentes triviais (ex: quedas, choques elétricos) e ampliados (ex:
explosivos e inflamáveis) podendo ter conseqüências graves aos próprios trabalhadores,
comunidade e meio ambiente. Porém, no estudo de Souza et al. (2001) sobre perfil de acidentes
de trabalho em refinarias de petróleo, constataram que existe predominância de acidentes triviais
em atividades de operação normal, concentrando-se em geral nas atividades de manutenção.
Na empresa campo da pesquisa, em outro momento, levantaram-se dados de ocorrência
com brigadistas no exercício de sua função num período 10 anos, entre 2000 e 2009, e obteve-se
baixa incidência de ocorrências. Foram constatadas apenas três ocorrências, sendo uma queda de
equipamento sobre o membro inferior do brigadista, causando fratura e duas ocorrências relativas
à mal súbito, desmaios por hipoglicemia e desidratação leve. Vários autores têm estudado o
desempenho cognitivo e o condicionamento físico, questionando a respeito dessa correlação.
Embora haja várias pesquisas, não há consenso definido a respeito de quais aspectos do processo
cognitivo tem efeitos confiáveis de um melhor nível de condicionamento físico, como exemplo o
tempo para respostas, memória, raciocínio, grau de atenção, tomada de decisão e concentração.
76
No estudo de Cardoso e Zuse (2009) em uma Unidade do Corpo de Bombeiros da
Brigada Militar no Rio Grande do Sul, sobre o auto cuidado com a saúde, na prevenção de
doenças, detectaram que a população masculina pouco adere aos programas de saúde. Ressaltam
a necessidade de realização de educação em saúde nos locais de trabalho, pois contribui para as
mudanças que geram qualidade de vida.
Os brigadistas são predominantemente do sexo masculino, não é comum presença de
mulheres nesta atividade na empresa campo do estudo. Na caracterização sóciodemográfica dos
brigadistas, conforme Tabela 1, a amostragem apresenta as faixas etárias de 25 a 53 anos. Como a
petroquímica já adota essa prática de formação de brigadas há mais de 20 anos, na amostragem
existem funcionários que exercem a função em torno desse tempo, bem como àqueles que a estão
exercendo pela primeira vez.
Estes dados encontram ressonância no estudo de Rangel (1993) que estudando a saúde
do trabalhador, sua identidade e representações dos riscos a saúde na indústria petroquímica
verificou um “contingente operário do sexo masculino, com idade máxima de 58 anos e mínima
de 18 anos; 48% são maiores de 30 anos e 6,6% têm mais de 20 anos”. Ainda, essa autora mostra
que 37% dos operadores iniciaram a vida laborativa entre 10 e 14 anos de idade, 12,5% entre 15 e
17 anos e 50% com mais de 18 anos, sendo que 18,75% de sua amostra, os funcionários tiveram
seu primeiro emprego na empresa estudada, enquanto 43,75% são provenientes do setor de
comércio e 37,5% do setor industrial, vindo corroborar os resultados deste trabalho.
O nível de escolaridade predominante é o nível médio completo, com 87,5% da
amostragem (Tabela 1). A cor da pele (Tabela 1) é caracterizada na pesquisa, principalmente pela
cor branca, com 90,0% de prevalência, corroborados pelos dados estatísticos do IBGE (2005) que
considera cinco tipos de cor de pele ou raça, sendo a branca predominante no território nacional.
Os brancos representam 49,9%, os pardos 43,2%, os negros 6,3%, amarelos 0,5% e os índios
0,4% da população, que ratificam os resultados desta pesquisa (IBGE, 2005).
O IMC é um indicador biológico adotado, expresso em kg/m2, é uma medida biológica
somática de proporção do corpo, caracterizado pela divisão do peso corporal pelo quadrado da
estatura. De acordo com a WHO (1995) o IMC abaixo de 18,5 é considerado baixo peso,
adequado está entre 18,5 a 24,9 Kg/m2; entre 25 e 29,9 Kg/m2 é considerado sobrepeso e índices
maiores que 30 Kg/m2, considerado obesidade e acima de 40 Kg/m2 obesidade mórbida. A
amostra dos brigadistas representada na tabela 1, observa-se 40,0% no índice de normalidade e
77
59,0% já com alteração de peso, prevalecendo a obesidade (IMC 31 +). Powers e Howley (2000)
chamam a atenção para um aspecto limitante do IMC, pois o resultado indica o excesso de peso,
mas não indica sobre a composição do peso em termos de massa gorda e de massa magra.
Relacionada à obesidade, a inatividade física caracterizada no grupo B, provoca
diminuição do VO2máx do indivíduo. Pode-se verificar no IMC, aumento do percentual em
relação ao grupo A e a variação do VO2máx, sendo este inferior no grupo B em relação ao A. A
diferença do resultado do teste e VO2máx foi significativa conforme estudo de Dalquano, Nardo
Júnior e Dalquano (2001) sobre a influência do ganho de peso corporal sobre o declínio do
VO2máx, indica que o aumento da massa corporal com a idade é um fator importante no declínio
da capacidade cardiorrespiratória e a atividade física regular ajuda a manter as funções
fisiológicas com o passar do tempo.
Na Tabela 2, identifica-se que não há fumantes no grupo, o que pode estar relacionado
com a ampla divulgação e participação dos funcionários no Programa de Tabagismo que a
empresa desenvolve há aproximadamente 12 anos, de tal forma que aqueles fossem atendidos no
mesmo, bem como o incentivo na participação do
Programa de Condicionamento Físico.
Contudo, empresa possui espaço físico destinado aos fumantes e promove campanhas anuais de
combate ao tabagismo, o que contribui para manter os baixos índices de fumantes, e manter um
ambiente livre de fumaça. Ainda nesta mesma tabela observa-se que a grande maioria (82,5%)
dos brigadistas não apresentou alergias, dores, lesão osteomuscular (72,5%), no momento da
avaliação física.
De acordo com o resultado da Figura 14 o nível de VO2máx é mais elevado na faixa <30
anos (42,83) e mais baixo para faixa etária >50 anos (28,34), ratificados pelos dados de McArdle,
Katch e Katch (1998), ao afirmarem a existência de declínio do VO2máx após os 25 anos e
Savioli Neto, Ghorayeb e Carvalho Luiz (1999) asseveram que o declínio começa antes da
terceira idade com queda de 1% ao ano em indivíduos sedentários e 0,5 % nos atletas, concluindo
que a capacidade aeróbica é um fenômeno atenuado, mas não evitado pelo treinamento físico.
Para Dalquano, Nardo Júnior e Dalquano (2001) o VO2máx diminui aproximadamente
1% por ano em adulto, porém para homens sedentários ocorrem reduções do VO2máx de 9% a
cada 10 anos e àqueles fisicamente ativos apresentam declínio de 5%. Os brigadistas do grupo A
realizam atividade aeróbia com freqüência de 2 a 5 vezes por semana, variando nas seguintes
78
modalidades: futebol, ginástica, natação, corrida, bike e caminhada. A ginástica e a natação são
as modalidades de maior prevalência da equipe, conforme Tabela 3.
Na Tabela 4, pode-se observar que 45,0% da amostra dos brigadistas classificam-se na
condição cardiorrespiratória entre as categorias “Excelente” e “Bom” e 55,0% nas categorias
“Média” e “Moderada”. Na tabela 5, as faixas etárias que apresentam melhor condicionamento
físico (Excelente e Bom) são as faixas etárias > 30 e 40-50 anos, com predomínio desta última.
Denota-se prevalência neste resultado do grupo A em relação ao B, principalmente na
classificação “Excelente” quando encontrou-se somente brigadistas do grupo A. Quanto à
classificação “Média”, vale ressaltar que o grupo B, foi superior ao grupo A, nas faixas etárias
30-40 anos e na de 40-50 anos manteve-se igual nos 2 grupos. Na faixa etária <30 anos, o grupo
A obteve resultado superior ao Grupo B, porém este grupo é superior na faixa >50 anos.
Na Tabela 4, observou-se que a classificação “Médio” tem predomínio do grupo B; na
tabela 5, na classificação “Moderado”, o grupo A obteve resultado superior ao do grupo B, nas
faixas etárias 30-40 e 40-50 anos , sendo inferior nas faixas etárias <30 e >50 anos.
A análise da capacidade aeróbia é um dos meios mais utilizados para fazer a medição da
capacidade cardiorrespiratória de um indivíduo, possibilitando aos que apresentam condição
aeróbia satisfatória, sustentarem esforços físicos por períodos prolongados (DALQUANO;
NARDO JÚNIOR; DALQUANO, 2001). Esta faixa etária de 40-50 anos do grupo A (Figura 14)
apresenta resultado superior em nível de VO2máx em relação faixas etárias 30-40 e >50anos,
demonstrando a importância da atividade física (2 a 5 vezes por semana) sendo aeróbia e
aneróbia, na manutenção de uma boa condição cardiorrespiratória em qualquer faixa etária. No
estudo deste autor, sobre influência da atividade física no processo de envelhecimento e aptidão
física de bombeiros de Maringá, a diferença do nível de VO2máx entre 1995 e 2002 foi
significativa para faixa etária de 30-39 anos.
Há que se evidenciar ainda neste grupo A, a característica de tempo médio de prática de
atividade física de 10 anos, tendo em vista que são funcionários da petroquímica por mais de 20
anos e são reincidentes na atividade. Observa-se também que há vários funcionários que vieram
da área militar, já tendo previamente uma cultura de realização de prática diária de atividade
física. Destaca-se também o trabalho contínuo da equipe de saúde ocupacional da petroquímica
quanto à orientação formal e individual ocorrida durante a prática dos programas de Saúde,
principalmente, no exame médico periódico anual, momento este de sensibilização para a adoção
79
de hábitos saudáveis, ressaltando a importância da atividade física e os impactos positivos na sua
qualidade de vida.
No estudo de Lee, Blair e Jackson (1998) sobre aptidão cardiorrespiratória, gordura
corporal e causas de mortalidade por doença cardiovascular em homens, avaliaram os benefícios
da magreza e o risco da obesidade. Considerando a aptidão cardiorrespiratória, observaram que
homem magro com baixo nível de capacidade cardiorrespiratória tem risco mais alto de todas as
causas de mortalidade, incluindo as doenças cardiovasculares, comparados com homens que eram
aptos fisicamente e obesos. Concluíram que os benefícios da magreza são limitados para homens
com baixa aptidão cardiorrespiratória e sendo aptos, podem reduzir o perigo da obesidade. Os
achados deste estudo evidenciaram que a classificação “Obesidade” tem VO2máx reduzido frente
as demais classificações (Figura 16).
Quanto à potência aeróbia, o consumo máximo de oxigênio é considerado uma
habilidade de captação do oxigênio do ar atmosférico, pelo indivíduo, transportando-o e
utilizando-o ao nível muscular, envolvendo categoricamente os sistemas respiratório,
cardiovascular e muscular, visando a produção de energia. Nesse metabolismo, pode-se afirmar
que quanto maior a eficiência do sistema cardiovascular, melhor a capacidade funcional
(STEGEMANN, 1979). Fatores como a idade, sexo e composição corporal impactam na
capacidade aeróbia do indivíduo.
O teste de esforço utilizado na pesquisa para se medir a VO2máx é considerado método
indireto e máximo, onde a técnica é escalonada máxima, sem intervalos. O VO2máx é medido
de acordo com a carga constante de trabalho , velocidade de 50 a 60 rpm, exigindo de 90 a 100%
da FC máxima (ASTRAND; RODHAL, 1987).
Analisando dados das Figuras 12,18 e 19, observou-se VO2máx e a FC são favoráveis
ao grupo A em relação ao B; existe uma relação quase linear entre a captação máxima de
oxigênio e a FC durante o trabalho de esforço. Ellestad (1984), relaciona a boa forma física com
o transporte de O2, quando compara pessoas com capacidade física inferior, porém, com a
mesma quantidade VO2máx com menor FC.
Há que se observar ainda, que o resultado do VO2máx é inferior ao VO2máx.previsto
tanto no grupo A como no B, (Figuras 12 e 13). Mediante o cálculo do VO2máx.previsto cria-se
um subsídio informativo sobre as condições em que se apresenta o avaliado, obtendo assim
parâmetros de melhora a ser alcançado. O Déficit Aeróbico Funcional (DAF) atua como um
80
indicador em termos de percentuais do quanto o avaliado está acima ou abaixo de seu VO2máx.
previsto sendo mais fácil demonstrar ao avaliado o grau de sua condição física. Embora não tenha
sido considerado estatisticamente significativo, analisando a base de dados, observou-se valor
negativo do DAF no grupo A (6 resultados na faixa etária de 40-50) e no grupo B (3 resultados
em <30 anos), ou seja, apresentaram resultado superior ao VO2máx.previsto demonstrando o
excelente condicionamento físico, permitindo “sobra” de capacidade aeróbia .
Ainda segundo este autor, existe preocupação em aplicar a prova de esforço máximo na
população em geral, pelo risco de causar lesão cardíaca ao músculo esquelético, como taquicardia
ventricular ou supraventricular, podendo ocorrer entre 90 e 100% da FCmáx.
Segundo Astrand e Rodhal (1987) a mensuração do VO2máx pelo tipo ergômetro, a
bicicleta ergométrica é o instrumento preferível para estudos de rotina da capacidade de trabalho
físico, devido a técnica simples, a possibilidade da captação de O2 ser prevista com maior
exatidão em relação a outro tipo de exercício, a carga inicial de trabalho é escolhida conforme a
condição do indivíduo (estágios múltiplos iniciando de zero W com incremento de cargas de 25
W para sedentário e 50W para indivíduo condicionado a cada 2 minutos até chegar a FCmáx). O
custo do equipamento é mais baixo, transporte fácil, não depende de corrente elétrica e mais
confortável ao paciente que caminhar em esteira movida com automatismos.
Cientificamente o teste máximo por ergocicloespirometria é o mais aceito pelo seu grau
de exatidão (ARAÚJO, 1994), porém, Astrand e Rodhal (1987) consideram o teste de alto custo,
demorado, não prático, pois depende de procedimentos laboratoriais e grau elevado de
colaboração do avaliado, tornando-a inapropriada.
A FC expressa em batimentos por minuto é considerada o parâmetro cardiovascular de
maior interação no exercício físico, de fácil mensuração, com frequência média em repouso de
indivíduos sedentários entre 70 e 90 bpm para homens, em pessoas fisicamente ativas a FC tende
a diminuir (GONÇALVES; VILARTA, 2004), conforme resultados encontrados na pesquisa. Nas
Figuras 18 e 19, bem como 23 e 24 comparando-se os grupos A e B, os dados demonstraram que
a FC do grupo A é menor em relação ao grupo B, dados esses corroborados por Gonçalves e
Vilarta (2004). Se o débito cardíaco aumenta, também aumenta a capacidade aeróbia. O aumento
da capacidade máxima de absorção de oxigênio ocorre pelo aumento da sua distribuição aos
músculos, que depende de um maior débito cardíaco e do aumento da extração de oxigênio do
sangue pelas células musculares (MATEUS; FOX, 1986).
81
Segundo estudo de Bertolotti, Sakane e Uehara (2007) a FC de uma pessoa é variável,
apresentando valores acima ou abaixo de um valor médio, de acordo com a condição fisiológica,
como na postura ortostática, em repouso e em relação a ortostática em exercício,
onde a
resistência sistêmica diminui, a FC e o débito cardíaco aumenta com o tempo.
No exercício físico, a resposta da FC tem proporção direta com a intensidade do esforço,
sendo a linearidade dessa relação válida para a faixa de 120 a 170 bpm, entre 60 a 85% da FC
máxima, conforme dados da Figura 24 e da carga máxima aplicada em watts, Figura 17. Observase a carga máxima aplicada ao grupo B em relação ao grupo A, e como resposta, o grupo B
apresenta faixa de bpm acima de 170 bpm, corroborado pelo resultado de VO2máx obtidos no
grupo B, ou seja, menor desempenho e aptidão física comparado ao grupo A, Figura 14. A Figura
24 expressa essa relação mais claramente, quanto maior a intensidade do esforço, tende a
aumentar a FCmáx.
Na Figura 25a, b e c, obteve-se redução da FCpós em relação a FCmáx, cuja diferença é
de 57 bpm no primeiro minuto, conforme indica Araujo (1987), que após exercício físico ocorre
rápido declínio nos 3 primeiros minutos para 70% dos valores alcançados, sendo que nos
exercícios físicos mais intensos, o declínio para valor basal é mais lento. A recuperação é mais
rápida em indivíduos fisicamente ativos, quanto melhor a capacidade funcional, mais
rapidamente ocorre o retorno da FC aos valores de repouso, como se observa na Figura 19. O
resultado do grupo A está mais próximo do indicador que o grupo B. O resultado da FC pósesforço pode ser observado na Figura 25b.
Estes dados são corroborados pela literatura, que indica que a FC após o exercício, decai
pelo retorno da atividade vagal e também pela diminuição da atividade metabólica muscular, e
conseqüente diminuição da ação simpática (BERTOLOTTI; SAKANE; UEHARA, 2007).
Segundo Leite (1986), é enorme a importância da FC em Fisiologia do Exercício e Ergometria,
considerada recurso de fácil medida nos testes ergométricos , sendo, ainda o mais aplicado para
mensuração do consumo máximo de O2.
A PA é o segundo parâmetro cardiovascular mais freqüentemente medido nos testes de
capacidade aeróbia. Nos achados das aferições dos níveis de pressão arterial, tanto pressão
arterial sistólica antes (PASan) como pressão arterial sistólica após (PASpos), comparando os
grupos A e B, verificou-se que em média os valores da PA no grupo A são melhores em relação
ao grupo B (Figuras 26 e 27). As médias do grupo A estão mais próximos do valor de referência
82
conforme o American College of Sports and Medicine, afirmando que em condições normais, a
contração ventricular corresponde a PA sistólica (PAS), aumenta até 120 mmHg e o valor cai
cerca de 80 mmHg, gerando a PA diastólica (PAD), na descontração ventricular e a resistência
periférica.
A PA média (PAM) é a média da PAS e PAD durante o ciclo cardíaco completo. Ela
reflete a intensidade média do fluxo sanguíneo pelo sistema circulatório e é regulada pelos
mecanismos que envolvem os sistemas nervoso, renal e endócrino. A PAS parece aumentar na
direta proporção da intensidade do esforço dinâmico, e a PAD em menor proporção, conforme
demonstrados nas Figuras 27 e 29 observa-se as respectivas médias.
Existe uma relação muito estreita entre o VO2máx e o débito cardíaco, que é o produto
da FC pelo VS, podendo ser aumentado de quatro a seis vezes, ou seja, podendo passar dos 5
l/min em repouso para valores até 30l/min (MCARDLE; KATCH; KATCH, 1998). O exercício
físico aumenta o DC e promove a diminuição da resistência periférica ao fluxo sanguíneo. O
aumento da PAS e do DC é fundamental para maior obtenção do VO2máx, com menor pressão
no interior dos vasos e maior fluxo sanguíneo suprindo células musculares com maior eficiência.
Na Figura 30, observa-se os resultados das médias PADan nas faixas etárias <30, 30-40
e 40-50 anos com valores compatíveis ao indicador de referência, já a faixa >50 apresenta valor
médio mais elevado. Há uma relação importante entre fluxo, pressão e resistência na circulação
humana, evitando que a vasodilatação sistêmica provoque queda acentuada na PA. Nas Figuras
31,32 e 33, observa-se a relação entre PAS e PAD e a classificação de IMC Obesidade. Os
valores médios estão aumentados, distanciando-se dos indicadores de referência. A obesidade
promove aumento da resistência periférica ao fluxo sanguíneo, aumentando a PA. Na
classificação de IMC Normal e Sobrepeso, a média da PA manteve-se próxima dos indicadores
de referência.
A concentração de gordura abdominal podem interferir nos níveis de PA e de lipídios lipoproteinas plasmáticas. Estudos demonstram que indivíduos submetidos a programas regulares
de exercícios físicos aeróbios, apresentam efeitos positivos na redução dos níveis de PA e de
lipídos-lipoproteínas plasmáticas, minimizando os eventuais distúrbios relacionados a
mobilização da gordura
concentrada na região abdominal, principalmente nos homens. O
excesso da gordura abdominal traz esses dois grandes fatores de risco que predispõem a doenças
cardiovasculares (GUEDES; GUEDES, 1998).
83
Pela relevância do tema, sugere-se que se invista ainda mais na promoção da Saúde, em
especial no condicionamento físico do brigadista, tornando a atividade física condição
indispensável como parte do programa de treinamento do mesmo e ainda que, como este estudo
restringiu-se a uma única unidade da empresa, sugere-se que sejam realizadas outras pesquisas
sobre o tema, especialmente, no ambiente petroquímico para melhor compreensão do assunto e
melhor seguimento das condições da saúde do brigadista. Vale salientar que na Empresa em
estudo, este ano, novas avaliações já estão sendo executadas, o que como perspectiva futura,
pretende-se comparar essas avaliações.
Assim conclui-se que a contribuição efetiva de seu estudo, considerando o impacto sobre
a saúde e o meio ambiente dos acidentes no setor de petróleo, fornece subsídios para ações de
vigilância na saúde dos trabalhadores e ações preventivas na indústria petroquímica.
84
7 CONCLUSÃO
Analisando os resultados apresentados nesta pesquisa, pode-se concluir que:
a) O grupo A apresentou melhores indicadores de aptidão física associada à capacidade
cardiorrespiratória do que o B;
b) Na amostragem estudada, a média do VO2máx foi superior na faixa etária <30 e 40-50
anos em relação as demais;
c) Na amostragem estudada, a média do VO2máx obtido foi inferior a média do
VO2máx.previsto. O grupo A apresentou menor diferença entre os dois indicadores.
d) Na amostragem estudada, o VO2máx para as classificações de IMC foram
estatisticamente significativas, sendo que a classificação “Normal” apresentou maior
média de VO2máx.
e) Os níveis de PAS e PAD revelaram diferenças estatísticas significativas, favoráveis ao
grupo A em relação ao B.
Quanto ao VO2máx, houve diferenças estatisticamente significativas entre o grupo A e
B, sendo que o grupo A apresentou valores médios superiores em relação ao grupo B, denotando
nível diferenciado de condicionamento aeróbio, especialmente, na faixa etária de 40-50 anos,
provavelmente devido aos diversos fatores, como o tempo na atividade de brigadista, tempo de
adoção da prática de atividade física e maior nível de conscientização.
Os valores médios da FC, da amostragem total, com faixa etária de 40-50 anos
apresentaram resultados mais próximos dos valores de referência da literatura.
A melhoria da aptidão física permite que o brigadista proporcione uma melhor
assistência à Empresa em caso de emergência e preserve a sua resistência física.
85
REFERÊNCIAS
ALVES, P. C.; MINAYO, M. C. S. (Orgs.). Saúde e doença: um olhar antropológico. Rio de
Janeiro: Fiocruz, 1994.
ARAÚJO, C. G. S. Manual de teste de esforço. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1994.
______. Medida e avaliação da flexibilidade teoria e prática. Tese (Doutorado)-Instituto de
Biofísica Carlos Chagas Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1987.
ASSUMPÇÃO, L. O. T.; MORAIS, P. P.; FONTOURA, H. Relação entre atividade física, saúde
e qualidade de vida: notas introdutórias. EFDeportes.com: Revista Digital, Buenos Aires, n. 52,
2002. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd52/saude.htm>. Acesso em: 10 maio 2009.
ASTRAND, P. O.; RODHAL, K. Tratado de fisiologia do exercício. Rio de Janeiro:
Guanabara, 1987.
BARROS NETO, T. L. Atividade física e qualidade de vida. In: CONGRESSO CENTROOESTE DE EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER, 1., 1999, Brasília. Anais... [S.l.: s.n.],
1999.
BARROS NETO, T. L., GUERRA, I. Ciência do futebol. São Paulo: Manole, 2004.
BARROS NETO, T. L.; TEBEXRENI A. S.; TAMBEIRO, V. L., Aplicações práticas da
ergoespirometria no atleta. Revista Social de Cardiologia. São Paulo, v. 11, n. 3, p. 695-705,
2001.
BERTOLOTTI, S. A.; SAKANE, J. K.; UEHARA, M. Postura ortostática e grandezas
hemodinâmicas. Revista Univap, [S.l.], v. 14, n. 26, 2007.
BLAIR, S. N.; FALLS, H. B.; PAIE, R. R. A new physical fitness test. The physical and
Sportmed, n. 11, p. 87-96, 1983.
86
BOUCHARD, C. et al. Exercise, fitness and health: a consensus of current knowledge.
Champaign: Human Kinetics, 1990.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de
Situação em Saúde. Saúde Brasil 2005: uma análise da situação de saúde no Brasil. Brasília:
Ministério da Saúde, 2005.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Secretaria de Segurança e Saúde no trabalho. Portaria nº 19, de
9 de abril de 1998 altera a NR 7- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Diário
Oficial da União, de 22 de abril de 1998. Brasília: Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho,
1998. Seção 1, p. 64-66.
BUSS, P. M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro, v. 5, n. 1, p.163-177, 2000.
CARDOSO, G. S.; ZUSE, C. L. O Conhecimento do homem a respeito do auto-cuidado:
potencializando estratégias de prevenção de doenças e agravos à saúde. Vivências: Revista
Eletrônica de Extensão da URI, v. 5, n. 8, p. 72-52, out. 2009. Disponível em:
<http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_008/artigos/artigos_vivencias_08/artigo_30.htm#
_ftn1>. Acesso em: 29 Abr. 2010.
CASPERSEN, C. J., POWELL, K. E., CHRISTERSON, G. M. Physical Activity, Exercise and
Physical Fitness: Definitions and Distinctions for Health-Related Research. Public Health
Reports, [S.l.], v. 100, n. 2, p. 126-131, 1985.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
DALQUANO, C. H.; NARDO JÚNIOR, N.; DALQUANO, A. B. A influência do ganho de peso
corporal sobre o declínio do VO2máx e da capacidade anaeróbica de bombeiros em 5 anos. Rev.
da Educação Física/UEM, Maringá, v. 12, n. 1, p. 35-40, 1 sem. 2001.
DANTAS, E. H. M. Flexibilidade, alongamento e flexionamento. Rio de Janeiro: Shape, 1999.
DOUGLAS, C. R. Tratado de fisiologia: aplicada à ciência da saúde. 4 ed. São Paulo: Robe,
2000.
87
EGLIN, C. M.; COLES, S.; TIPTON, M. J. Physiological responses of fire-fighter instructors
during training exercises. Ergonomics, [S.l.], v. 47, n. 5, p. 483-489, 2004.
ELLESTAD, M. A. Prova de esforço. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1984.
ENGELS, F. The condition of the working class in England. 3th ed. Moscou: Progress
Publishers, 1977.
EMERGÊNCIA com Resgate de Vítima: PE-5AV-001239. Rio de Janeiro: PETROBRAS, 2009.
EXERCISE and fluid replacement. Medicine & Science in Sports Exercise, [S.l.], v. 28, no. 1,
p. i-vii, 1996.
FARINATTI, P. Apresentação de uma versão em português do compêndio de atividades físicas:
uma contribuição aos pesquisadores e profissionais de fisiologia do exercício. Revista Brasileira
de Fisiologia do Exercício, Rio de Janeiro, v. 2, p. 177-208, 2003.
FERNANDES FILHO, J. A prática da avaliação física. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
FERREIRA JUNIOR, M. Saúde no trabalho: temas básicos para o profissional que cuida da
saúde dos trabalhadores. São Paulo: ROCA, 2000.
FERREIRA, L. L.; IGUTI. A. M. O trabalho dos petroleiros: perigoso, complexo, contínuo e
coletivo. São Paulo: Scritta, 1996.
FLECK, M. P. A. et al. Desenvolvimento da versão em português do intrumento de avaliação de
qualidade de vida da OMS (WHOQOL-100). Revista Brasileira de Psiquiatria, [S.l.], v. 21, n.
1, p. 19-28. 1999.
GONÇALVES, A. Saúde coletiva e urgência em educação física. Campinas: Papirus, 1997.
GONÇALVES, A.; VILARTA, R. Qualidade de vida e atividade física. São Paulo: Manole,
2004.
88
GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Distribuição de gordura corporal, pressão arterial e níveis
de lipídios-lipoproteínas plasmáticos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, [S.l.], v. 70, n. 2, p.
93-98, 1998.
______. Exercício físico na promoção da saúde. Londrina: Midiograf, 1995.
GUYTON, A. C.; Hall, J. E. Tratado de fisiologia médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2006.
HAUSER, C.; BENETTI, M.; REBELO, F. P. V. Estratégias para o emagrecimento. Rev. Bras.
de Cineantropometria & Desempenho Humano, [S.l.], v. 6, n. 1, p. 72-81, 2004.
IBGE. Censo 2005. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/censo2010/censo2010_amostra.pdf>. Acesso em 17 abr. 2010.
JESUS, I. A. C. et al.Fatores de risco não ocupacionais em trabalhadores de uma indústria
petroquímica. Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de Estudos de Enfermagem e
Nutrição, [S.l.], v. 1, n. 3, p. 1-18, jan./jul. 2009. Disponível em:
<http//www.ceen.com.br/revistaletronica>. Acesso em: 28 fevereiro 2010.
KATCH, F. I.; MCARDLE, W. D. Nutrição, exercício e saúde. 4. ed. Rio de Janeiro: Medsi,
1998.
LEAL JUNIOR, E. P. et al. Estudo comparativo do consumo de oxigênio e limiar anaeróbio em
um teste de esforço progressivo entre atletas profissionais de futebol e futsal. Revista Brasileira
de Medicina do Esporte, [S.l.], v. 12, n. 6, nov./dez. 2006.
LEE, C. D.; BLAIR, S. N.; JACKSON, A. S. Cardiorespiratory fitness, body composition, and
all-cause and cardiovascular disease mortality in men. American Journal of Clinical Nutrition.,
[S.l.], no. 69, p. 373-380, 1998.
LEITE, P. F. Aptidão física: esporte e saúde. Belo Horizonte: Santa Edwiges, 1986. 280 p.
LIMA, A. M. J.; GOMES SILVA, D. V.; SOARES , A. O. S. Correlação entre as medidas direta
e indireta do VO2max em atletas de futsal. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, [S.l.], v.
11, n. 3, maio/jun. 2005.
89
LIMA, D. G. Atividade física e qualidade de vida no trabalho. In: CONGRESSO CENTROOESTE DE EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER, 1., 1999, Brasília. Anais... [S.l.: s.n.],
1999.
LOPES, F. J. G.; ALTERTHUM, C. C. Caminhar em busca da qualidade de vida. Revista
Brasileira de Ciências do Esporte, [S.l.], v. 21, n. 1, p. 861-866, set. 1999.
MANIFESTO de São Paulo para promoção da atividade física nas américas. Revista Brasileira
Ciência e Movimento, Brasília, v. 8, n. 1, jan. 2000.
MARQUES, M. B. Cross-validation of body composition equations for Brazilian women
using dual-energy X-ray absoptiometry. Dissertation (Doctor of Philosophy)-The University of
New Mexico, Albuquerque, 1999.
MARTINEZ, M. C.; LATORRE, M. R. D. O. Fatores de risco para hipertensão arterial e diabetes
melito em trabalhadores de empresa metalúrgica e siderúrgica. Arquivos Brasileiros de
Cardiologia, [S.l.], v. 87, p. 471-479, 2006.
MATEUS, D. K.; FOX, E. L. Bases Fisiológicas da educação física. 3. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara, 1986.
MATSUDO, S. M.; MATSUDO, V. K. R. Prescrição e benefícios da atividade física na terceira
idade. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, [S.l.], v. 6, n. 4, p. 19-30, out. 1999.
MATSUDO, S. M.; MATSUDO, V. K. R.; NETO, T. L. B. Efeitos benéficos da atividade física
na aptidão física e saúde mental durante o processo de envelhecimento. Revista Brasileira de
Atividade Física & Saúde, [S.l.], v. 5, n. 2, p. 60-76, 2000.
MATSUDO, V. K. R. Vida ativa para o novo milênio. Revista Oxidologia, [S.l.], p. 18-24,
set./out. 1999.
MCCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: ergometria,
nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Interamericana, 1995.
______. ______. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
90
MIRANDA, C. R. et al. Benzenismo no Complexo Petroquímico de Camaçari, Bahia. Revista
Brasileira de Saúde Ocupacional, [S.l.], v. 89/90, n. 24, p. 87-91, 1998.
NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida. Londrina: Midiograf, 2001.
PATE, R. R. Recent statements and iniciatives on physical activity and health. Champaign
Quest, [S.l.], v. 47, p. 304-310, 1995.
PLANO de Emergência Local: PG-4AV-00041. Rio de Janeiro: PETROBRAS, 2009.
POSSO, M. B. S.; COSTA, D. S. P. Riscos potenciais que envolvem o trabalho no ambiente
hospitalar. Âmbito Hospitalar, São Paulo, v. 12, n. 117, p. 13-8, 1998.
POWELL, K. E.; BLAIR, S. N. The public health burdens of sedentary living habits: theoretical
but realistic estimates. Medicine and Science of Sports and exercise, [S.l.], v. 26, n. 7, p. 85156, 1994.
POWERS, S. D.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício e aplicação ao condicionamento e
ao desempenho. 3. ed. São Paulo: Manole, 2000.
RANGEL, M. L. Saúde do trabalhador: identidade dos sujeitos e representações dos riscos a
saúde na indústria petroquímica Revista de Saúde Pública, [S.l.], v. 9, n. 3, p 21-3, 1993.
REPETTO, G.; RIZZOLLI, J.; BONATTO, C. Prevalência, riscos e soluções na obesidade e
sobrepeso: Here, There, and Everywhere. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia &
Metabologia, São Paulo, v. 47, n.6, dez. 2003.
SANTANA, V. S. Saúde do trabalhador no Brasil: pesquisa na pós-graduação. Revista de Saúde
Pública,, v. 40, p. 15, 2006.
SARIS, W. H. M. Exercise whit or without dietary restriction and obesit treatment. International
Journal of Obesity, [S.l.], no. 19, p. 113S-116S, 1995.
91
SAVIOLI NETO, F.; GHORAYEB, N.; CARVALHO LUIZ, C.C. Atleta idoso. 1999. In:
POWERS, S. D.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício e aplicação ao condicionamento e
ao desempenho. 3. ed. São Paulo: Manole, 2000.
SECRETARIA DE POLITICAS DE SAÚDE. O que é promoção da saúde? [S.l.], 2001.
Disponível em: <http://www.saude.gov.br/sps/areastecnicos/promoção>. Acesso em: 5 janeiro
2010.
SILVA, M. A. D. Exercício e qualidade de vida. In: GHORAYEB, N.; BARROS, T. O
Exercício. São Paulo: Athene, 1999.
SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS DISTRIBUIDORAS DE COMBUSTÍVEIS E DE
LUBRIFICANTES. Empresas Petroquímicas no Brasil.[S.l.], 2004. Disponível em:
<http://www.sindicom.com.br/pub_sind/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=22>. Acesso em 5 jan.
2010.
SOUZA, C. A. V. et al. Acidentes de trabalho em plataformas de petróleo da bacia de Campos,
Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, n. 17, p. 117-130, 2001.
STEGEMANN, J. Fisiologia do esforço. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1979.
UCHARA, M., SAKANE, K. K., BERTOLOTTI, S. A. Relação entre débito cardíaco e consumo
de oxigênio durante exercício físico. Revista Univap, [S.l.], v. 14, n. 26, p. 31-37, 2007.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Health promotion glossary. Geneva, 1998.
______. Position paper from the World Health Organization. Social Science & Medicine, [S.l.],
n. 41, p. 1403-1409, 1995.
92
APÊNDICE A – Termo de Consentimento livre e esclarecido
Eu______________________________________, Matrícula____________________ declaro,
por meio deste termo, que concordei na utilização dos meus dados da Avaliação Física, assim
colaborando como participante da pesquisa “Mapeamento da capacidade Cardiorrespiratória de
brigadistas de uma petroquímica do interior paulista”, desenvolvida por Fátima Lúcia Agostini,
por ocasião da realização do curso de pós graduação, Mestrado em Engenharia BiomédicaUniversidade Vale do Paraíba (UNIVAP).
Fui informado, ainda, de que a pesquisa é orientada pela Profa. Maria Belén Salazar Posso, a
quem poderei contatar a qualquer momento que julgar necessário, através do telefone 3947-1087
ou email [email protected].
Afirmo que aceitei participar por minha própria vontade, sem receber qualquer incentivo
financeiro ou ter qualquer ônus e com a finalidade exclusiva de colaborar para o sucesso da
pesquisa. Fui informado dos objetivos estritamente acadêmicos do estudo, que, em linhas gerais é
conhecer o perfil das condições cardiorrespiratória dos brigadistas para a execução dessa
atividade, traçando um paralelo entre aqueles que praticam atividade física regularmente e os que
não praticam, determinando as variáveis por meio da predominância, freqüência e atributos
mensuráveis dos dados.
Fui também esclarecido de que o uso das informações por mim oferecidas está submetido às
normas éticas destinadas à pesquisa envolvendo seres humanos, da Comissão Nacional de Ética
em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde.
Minha colaboração se fará de forma anônima, por meio de análise da Avaliação Física no meu
prontuário, que se encontra arquivada na Coordenadoria de Saúde, avaliadas pela equipe de
Saúde Ocupacional, da qual a pesquisadora fez e faz parte. O acesso e a análise de dados
coletados se farão apenas pela pesquisadora ou sua orientadora.
Fui ainda informado de que posso me retirar dessa pesquisa a qualquer momento, sem prejuízo
para meu acompanhamento ou sofrer quaisquer sanções ou constrangimentos.
Atesto recebimento de uma cópia assinada deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
conforme recomendações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
93
São José dos Campos, ____ de ___________________ de 2009.
Assinatura do participante:__________________________________________
Assinatura da pesquisadora:_________________________________________
Assinatura da testemunha:__________________________________________
94
APÊNDICE B – Formulário
Início:
.....min.
Término:
.....min.
1
Caracterização do indivíduo
Voluntário No.______
Idade:_______
1.3
Sexo: M ( ) F ( )
1.4
Altura:___________m
1.5
Peso__________Kg______
1.6
IMC_________
1.7
Baixo peso ( ) Normal ( ) Sobrepeso ( ) Obesidade ( ) Obesidade
mórbida ( )
1.8
Escolaridade: Médio Completo ( ) Incompleto ( )
Superior Completo
( ) Incompleto ( )
2
Dados da pesquisa de atividade física e tabagismo:
2.1
Prática de Atividade Física: Sim ( ) Não ( )
2.2 Tipo de Modalidade : Ginástica ( ) Hidroginástica ( ) Natação ( ) Tênis ( ) Dança ( )
Corrida ( ) Caminhada ( ) outro ( ) Qual? ________________________
2.3 Freqüência: ( ) 2 vezes/semana ( ) 3 vezes/semana ( ) 4 ou + vezes/semana ( )
2.4 Tempo de prática: ( ) 1 a 4 meses ( ) 5 a 8 meses ( ) 9 a 12 meses ( ) acima de 12 meses
2.5 Fumante: Sim ( ) Não ( )
3
Avaliação da capacidade Cardiorrespiratória antes, durante e após o
teste de esforço:
3.1 FC antes do teste_______________bpm
3.2 Pressão arterial antes do teste___________________mmHg
3.3 FC máxima durante o teste_______bpm
3.4 Tempo total de duração do teste_________________mm:ss
95
3.5 Carga máxima_______________________________watts
3.6 FC após o esforço______________bpm
3.7 Pressão arterial após o esforço__________________mmHg
3.8 Consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.)_________ml/Kg/min
3.9 Consumo equivalente _________________________METS
3.10 VO2 máx. previsto__________________________ml/Kg/min.
3.11 Déficit aeróbico funcional______________________%
3.12 Classificação: fraco ( ) moderado ( ) médio ( ) bom ( ) excelente ( )
96
APÊNDICE C – Conclusão dos Testes
FAIXA ETARIA
Resultado
Página
CLAS IMC
Resultado
Página
IMC
AF
Resultado
Página
ND
14
FCAn
ND
23
ND
44
D
1
PASAn
ND
26
D
45
D
2
PADAn
D
27
ND
46
D
3
FCMax
D
24
ND
47
ND
TE TES
ND
28
ND
48
Cmax
ND
29
ND
Fcpos
ND
25
PASpos
ND
PADpos
MODAL
Resultado
Página
FR SEM
Resultado
Página
ND *
15
ND
20
4
ND *
16
ND
22
ND
5
ND *
19
49
D
6
ND *
18
ND
50
D
7
ND *
17
ND
21
30
D
51
D
8
ND
31
D
52
D
9
VO2max
D
32
D
53
D
10
METS
D
33
D
54
D
11
VO2p
D
34
ND
55
D
12
DAF
ND
35
ND
56
ND
13
D*
57
D*
58
D*
59
CLAS CCR
Legenda:
ND
Não existe diferença significativa entre as médias ao nível de 0,05 de significância (95% de confiança)
D
Existe diferença significativa entre as médias ao nível de 0,05 de significância (95% de confiança)
D * / ND * Idem acima, porém quantidade de dados insuficiente - teste não conclusivo
97
APÊNDICE D – Anamnese
98
ANEXO A – Solicitação para a Empresa e Resposta
99
ANEXO B – Formulário Comitê de Ética
Download

universidade do vale do paraíba instituto de