HISTÓRIA PRÉ-VESTIBULAR LIVRO DO PROFESSOR Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br © 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. — Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor] 696 p. ISBN: 978-85-387-0574-1 1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título. CDD 370.71 Disciplinas Autores Língua Portuguesa Literatura Matemática Física Química Biologia História Geografia Francis Madeira da S. Sales Márcio F. Santiago Calixto Rita de Fátima Bezerra Fábio D’Ávila Danton Pedro dos Santos Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba Costa Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. Saquette Edson Costa P. da Cruz Fernanda Barbosa Fernando Pimentel Hélio Apostolo Rogério Fernandes Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogério de Sousa Gonçalves Vanessa Silva Duarte A. R. Vieira Enilson F. Venâncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer Produção Projeto e Desenvolvimento Pedagógico Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br A Revolução de 1930 e a Era Vargas Os movimentos operário e tenentista demonstraram que o pacto político das oligarquias, não mais conseguia abranger todas as forças sociais mais importantes do país. As oligarquias não passaram inertes pela crise de 1929 e o desgaste econômico facilitou a derrubada do governo de Washington Luis pela Revolução de 1930 que deu origem a Era Vargas. Neste módulo, analisaremos as duas primeiras fases da Era Vargas – o Governo Provisório (1930-1934) e o Governo Constitucional (1934-1937) e como Vargas procurou contemplar os interesses das principais forças políticas do país. EM_V_HIS_035 A Revolução de 1930 Para entendermos a Revolução de 1930 e seus desdobramentos, temos que analisar com atenção os últimos momentos da República Oligárquica no governo de Washington Luís (1926-1930). A crise de 1929 afetou profundamente a economia brasileira, pois o crédito estrangeiro destinado para a manutenção dos estoques foi cessado, assim como se retraiu o consumo do café no mercado internacional. O resultado foi a falência de muitos cafeicultores e o desgaste da política de valorização do café instituída pelo Convênio de Taubaté de 1906. Diante da crise internacional, Washington Luis, representante da oligarquia paulista, resolveu romper com a política do café-com-leite, indicando Júlio Prestes, também paulista, como seu sucessor ao invés do governador de Minas Gerais Antônio Carlos Ribeiro de Andrada. Washington Luis acreditava que somente um presidente paulista poderia zelar pela valorização do café após a crise de 1929. Antônio Carlos resolveu articular uma coalizão que contou com o apoio de oligarquias dissidentes como o Rio Grande do Sul do então governador Getúlio Vargas que virou candidato à presidente da Aliança Liberal, nome dado à coalizão que recebeu ainda o apoio da Paraíba, do candidato à vice-presidência João Pessoa. A classe média também se integrou à Aliança Liberal por meio do Partido Democrático e do jornal O Estado de São Paulo. Apesar da participação de representantes das antigas oligarquias, as propostas da Aliança Liberal defendiam a instituição do voto secreto, anistia política aos presos políticos e leis trabalhistas, fazendo com que a Aliança Liberal recebesse ainda a adesão da massa popular e dos tenentes, com exceção de Prestes. Este, já aproximado aos ideais comunistas, denunciava a presença de vários membros do governo oligárquico na aliança Liberal, a exemplo de Epitácio Pessoa, entre outros. Apesar da grande mobilização, a vitória nas eleições foi de Júlio Prestes, deixando indignados políticos como Getúlio Vargas, Lindolfo Collor, Oswaldo Aranha, Góis Monteiro e Borges de Medeiros. Em meio às insatisfações, João Pessoa, então governador da Paraíba foi assassinado. João Pessoa sofria forte oposição de coronéis do interior apoiados pelos paulistas, mas foi assassinado por Luis Dantas numa confeitaria em Recife, no dia 26 de julho de 1930. O assassinato de João Pessoa, frequentemente noticiado nos meios de comunicação, acabou servindo de bandeira de luta do grupo que, no dia 3 de outubro de 1930, marchou do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de Janeiro sob o comando do tenentecoronel Góis Monteiro. No dia 24 de outubro, os Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 1 Quem foi Getúlio Vargas (1882-1954)? Nascido em uma família rica de fazendeiros de São Borja (RS), Vargas estudou Direito e, pelas mãos de Borges de Medeiros, chefe da oligarquia gaúcha, ingressou na vida política em 1909 como deputado estadual. Depois de seguidos mandatos, foi eleito, em 1922, deputado federal. Foi Ministro da Fazenda no governo Washington Luís (1926-1930), por indicação de Borges Medeiros. Em 1927 elegeu-se governador do Rio Grande do Sul. Derrotado nas eleições presidenciais de 1930, deixou o governo federal para dirigir o levante que o conduziria ao poder. A Revolução Constitucionalista de 1932 Estes tenentes interventores eram escolhidos por Getúlio Vargas e nem sempre eram nativos do estado que lhes eram determinados. Um exemplo disso ocorreu no estado de São Paulo, com a nomeação do interventor João Alberto que era tenente pernambucano. Os paulistas exigiam um interventor civil e paulista para o estado. Aliado a esta conjuntura, temos a perda da hegemonia política de São Paulo, antes garantida pela política do café-com-leite, a cobrança dos paulistas pelo direito de nomear seus próprios representantes e ainda as reivindicações devido à ausência de Constituição, pois ao assumir o poder, uma das medidas tomadas por Vargas foi a suspensão da Constituição de 1891. Dessa forma passou a governar através de decretos-leis o que não agradou as lideranças paulistas. Diante desta conjuntura eclodiu no Brasil, a Revolta Constitucionalista de 1932 , em São Paulo. O governo provisório de Vargas (1930-1934) 2 Após a conjuntura que levou à famosa Revolução de 1930, que mudaria o quadro político brasileiro, representando a ruptura com a política do café-com-leite, Vargas se viu em um quadro que envolvia vários grupos políticos. As oligarquias tradicionais foram alijadas do poder e, por isso, reivindicavam a constitucionalização do Brasil e o retorno da democracia, ambicionando a vitória nas eleições; os oficiais integralistas, que influenciados pelo fascismo defendiam a formação de um governo fortemente centralizador Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_035 Vargas chegando ao poder. com medidas econômicas nacionalistas (nacionalização de bancos estrangeiros e de riquezas minerais) por meio do Clube Três de Outubro; e os militares legalistas, que defendiam a manutenção da ordem, dentre outros conflitos ideológicos surgidos. É neste contexto que Vargas se destaca como o “conciliador”, tomando atitudes que procuraram de alguma maneira conciliar todas as classes envolvidas nessa problemática como a nomeação de interventores em diversos estados em substituição aos antigos governadores, vinculados à política oligárquica. Os interventores, na maioria, eram nomeados entre os tenentes, os quais já tinham promovido movimentos de questionamento à República Velha - os chamados “Movimentos Tenentistas” como a Revolta do Forte de Copacabana de 1922 e a Coluna Prestes. Domínio público. Domínio público. generais Mena Barreto e Tasso Fragoso derrubaram Washington Luis: era a Revolução de 1930. Getúlio Vargas assumia a chefia do Governo Provisório. Para tentar resolver esta questão provocada por pressões dos paulistas, Vargas fez várias concessões como a nomeação de Pedro de Toledo (paulista civil) para interventor, em 1.o de março de 1932, a publicação em 24 de fevereiro do mesmo ano do novo Código Eleitoral e o anteprojeto de Constituição, marcando as eleições da Assembleia Constituinte para 3 de maio de 1933. Oswaldo Aranha foi enviado a São Paulo para realizar a formação de um novo secretariado para governo estadual. No dia seguinte, 23 de maio, estudantes protestaram na rua contra a presença de Aranha e 4 deles, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, foram assassinados tornando-se símbolos do movimento. As iniciais de seus nomes foram tomadas como sigla pela organização civil que encabeçaria a resistência ao governo central (MMDC). E apesar das concessões, o Partido Republicano Paulista uniu-se ao Partido Democrático formando a Frente Única Paulista (FUP) iniciando a revolução em 9 de julho de 1932, sob o comando de Isidoro Dias Lopes. Porém, esta praticamente não contou com a adesão de outros estados e foi esmagado por Vargas. Para tentar pacificar o estado de São Paulo e consolidar as bases de seu poder, Vargas fez amplas concessões no terreno financeiro, abstendo-se de indicar tenentes para o governo Estadual e, não menos importante, confirmando a data de 3 de maio de 1933 para as eleições à Assembleia Constituinte. Apesar da força que havia adquirido, Vargas não conseguiu fazer com que a Assembleia Constituinte invertesse a ordem dos trabalhos para realizar logo de início as eleições presidenciais. Uma proposta nesse sentido, em fevereiro de 1934, foi interpretada como tentativa de domesticar a Assembleia e devidamente arquivada. Diante desta conjuntura foi promulgada, em 16 de julho, a Constituição de 1934 que tinha as principais características: •• manutenção do regime federativo, presidencialista e dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário); EM_V_HIS_035 •• extinção do cargo de vice-presidente; •• voto secreto e eleições diretas para os poderes Executivo e Legislativo da União, Estados e Municípios; •• deputados classistas (representantes de classes sindicais); •• voto feminino; •• criação do Ministério do Trabalho; •• presença de leis trabalhistas (proibição de diferenças salariais de acordo com o sexo, idade, nacionalidade ou estado civil; salário mínimo; jornada de trabalho de oito horas diárias; descanso semanal; indenização do trabalhador demitido sem justa causa, proibição para o trabalho de menores de 14 anos etc.); •• ensino primário obrigatório e gratuito; •• previa nacionalização dos bancos e empresas de seguro. No dia seguinte, a promulgação da Constituição realizou-se uma eleição na qual Vargas foi eleito pelo voto indireto da Câmara para um mandato até 3 de maio de 1938, sem direito a reeleição. O governo constitucional de Vargas (1934-1937) Faz-se necessária, neste momento, uma referência à História Geral, no tocante à conjuntura europeia, palco do fervilhão de ideologias que acabaram por disputar seus espaços de influência também no Brasil. Em 1933 chega ao poder na Alemanha Adolf Hitler criador de uma ideologia que se difundiu pelo mundo – o Nazismo. Além de Hitler, temos Benito Mussolini na Itália, um dos grandes responsáveis pela criação e difusão do Fascismo, já na década de 1920. Ao lado destes governos, temos em 1917 a realização da Revolução Russa um exemplo de nação com o governo de orientação comunista. Essas ideologias tiveram grande campo após a 1.o Guerra Mundial, pois a Europa se encontrava em grande parte destruída após o conflito e qualquer ideologia que inflamasse o nacionalismo e reformas sociais nestas nações, teria agora um bom campo para se desenvolver. No Brasil, vemos estas ideologias traduzidas e adaptadas em duas frentes conhecidas como a Ação Integralista Brasileira (AIB), de inspiração fascista, que foi organizada em 1932, por Plínio Salgado e teve grande apoio dos setores conservadores (oligarquias tradicionais, empresários, membros do alto clero e da alta hierarquia militar). Era anticomunista e defendia no Manifesto à Nação Brasileira, a formação de um regime ditatorial nacionalista e unipartidário, além da manutenção da propriedade privada (“Deus, Pátria e Família”). Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 3 Já a Aliança Nacional Libertadora (ANL), sob a liderança do Partido Comunista Brasileiro e de Luis Carlos Prestes, foi fundada como oposição ao integralismo e tinha como base de apoio o movimento comunista, operários, membros da classe média e liberais-democratas. Defendia a reforma agrária, cancelamento da dívida externa, nacionalização de empresas estrangeiras e a formação de um governo popular-democrático. Porém, esta foi declarada ilegal em 1935. Temos como grande destaque do movimento de base comunista no Brasil, a Intentona Comunista (1935), que tinha em sua composição militares e elementos populares em Natal, Recife e Rio de Janeiro que se insurgiram sob a liderança de Luis Carlos Prestes, mas foram rapidamente sufocados pelo governo federal, que decretou estado de sítio no Brasil. 4 Vargas procurou tirar proveito diante desta radicalização ideológica. Segundo a eleição que Vargas se submeteu, não poderia mais se reeleger. A manutenção do poder só poderia vir a partir de um golpe, mas para que se justificasse tal atitude o Brasil teria que estar passando por uma situação de ameaça na qual, para sua contenção, seria necessário um líder de punho forte. Neste momento, um dos grandes vilões se encontrava personalizado A descoberta do Plano Cohen foi divulgada pela “Hora do Brasil” , tal “descoberta” provocou uma torrente de apoio a Getúlio Vargas, com manifestações do clero, empresariado, intelectuias e estudantes. No dia 1.o de novembro, Plínio Salgado promoveu no Rio de Janeiro um enorme desfile integralista em homenagem ao chefe do governo e retirou sua candidatura a presidência. Logo em seguida, a imprensa noticiou uma estranha missão que acabava de ser cumprida pelo deputado Negrão de Lima junto aos governadores do Norte e do Nordeste (menos os de Pernambuco e da Bahia). Esse emissário fora incumbido de dar ciência do que preparava os governadores, e de obter a colaboração dos mesmos. Estado Novo (1937-1945) Após o Plano Cohen e o golpe de 1937, Vargas governou o país num sistema ditatorial, extremamente repressivo e restritivo quanto às liberdades individuais. Estado de sítio e censura aos meios de comunicação eram meios de silenciar a oposição de maneira violenta, vitimando figuras importantes, Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_035 Domínio público. Plínio Salgado: líder do Integralismo Brasileiro. na figura do comunismo, pois tinha como ideologia o fim da propriedade privada, o que não agradava nem os latifundiários, nem os burgueses. Além disto o comunismo é contrário às religiões, sendo a Igreja outro adversário que tinha pela frente. Enfim, a conjuntura era perfeita para a realização de um golpe na manutenção dos interesses dos grupos diretamente afetados pelo comunismo. Diante da Intentona Comunista, a ameaça comunista se tornou muito clara. Diante desta conjuntura, Vargas simulou um suposto plano comunista para tomar o poder no Brasil, isto é, seria um plano feito pela ANL para dominar o Brasil, que na verdade foi redigido por Olímpio Mourão (integralista) a mando de Vargas, plano este que prolongaria o estado de sítio devido à ameaça socialista. “Seria necessário” um líder capaz de sufocar tal ameaça, um líder personalizado na figura de Getúlio Vargas. Este fator facilitou a formação do Golpe de 1937, que prolongou o poder nas mãos de Vargas. Este plano ficou conhecido como Plano Cohen (1937). O novo ou o prolongamento do Governo de Vargas ficou conhecido como Estado Novo. como a judia Olga Benário, esposa de Luis Carlos Prestes, presa pela polícia secreta de Vargas e enviada para um campo de concentração europeu. Neste período a industrialização brasileira avançou a passos largos por meio de uma política estatal de geração de indústrias de base. A eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e o estímulo a substituição de importações também contribuiram para a industrialização, mas lançaram a sociedade brasileira numa campanha em prol da redemocratização do Brasil, desgastando o Estado Novo e contribuindo para o fim da Era Vargas. Frente à conjuntura do Plano Cohen e com apoio de vários setores sociais brasileiros, assim como dos generais Eurico Gaspar Dutra e Góis Monteiro, e de vários governadores, Vargas determinou o fechamento do Congresso Nacional e dos legislativos estaduais e municipais. O golpe de 1937 suspendeu as eleições presidenciais, extinguiu os partidos políticos, revogou a Constituição de 1934 e implantou a Constituição de 1937, baseada na carta fascista da Polônia (Constituição Polaca) e redigida por Francisco Campos. Entre os princípios da Constituição de 1937 podemos citar: •• controle do Executivo sobre os demais poderes e sobre os estados; •• criação do estado de emergência – o presidente poderia suspender as imunidades parlamentares, prender e exilar; •• instalação da pena de morte; •• proibição de greves; •• instalação da censura aos meios de comunicação; EM_V_HIS_035 •• criação do Conselho de Economia Nacional, composto por representantes das classes sindicais e patronais, determinando a racionalização econômica e desenvolvimento técnico (intervenção do estado na economia). Diante das atitudes de Vargas em relação à ameaça comunista, como a colocação da ANL na ilegalidade após a supressão da Intentona Comunista e a elaboração de uma Constituição de base fascista, os integrantes da AIB (Ação Integralista Brasileira) acreditavam que o governo de Vargas apoiava suas reivindicações. Porém, em 1937, Vargas, pouco disposto a compartilhar o poder, declarou o fechamento da AIB, gerando um movimento conhecido como Intentona Integralista de 1938, onde os integralistas invadiram o Palácio do Catete, sede do governo no Rio de Janeiro, tentando derrubar o presidente Vargas. Entretanto, foram reprimidos pelas tropas governamentais. Esse período do governo de Vargas é identificado por muitos como um período ditatorial, pois nele se encontram as atitudes características de uma ditadura como a atuação da censura, como a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável pela fiscalização das matérias e notícias que iriam ser divulgadas, exercendo um controle ideológico a partir de restrições aos meios de comunicação. Através da censura e da criação de programas, Vargas se utilizou dos veículos de comunicação em massa para construir sua própria imagem, por intermédio da difusão de uma ideia sempre positiva de seu governo, promovida pela campanha radiofônica obrigatória (A Hora do Brasil). Um dos elementos da cultura brasileira mais perseguidos foram os ”malandros” e muitas músicas que falavam sobre a “malandragem”, principalmente no Rio de Janeiro, eram censuradas. As músicas deveriam exaltar o Brasil e valorizar o trabalho. O Bonde São Januário (Samba\Carnaval) Quem trabalha é quem não tem razão Eu digo e não tenho medo de errar O bonde São Januário Leva mais um operário Sou eu quem vou trabalhar Antigamente eu não tinha juízo Mas resolvi garantir meu futuro Vejam vocês: Sou feliz, vivo muito bem A boemia não dá camisa a ninguém É, digo bem (Wilson Batista e Ataufo Alves, 1941.) Encontra-se ainda situada neste momento a Polícia Secreta liderada por Filinto Müller que se especializou em torturas e assassinatos de indivíduos considerados nocivos à ordem pública. Outra Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 5 O controle dos trabalhadores e a CLT Uma frase que definiria bem Vargas e seu governo seria: “Vargas foi pai dos pobres e mãe dos ricos”, pois conseguiu trazer para junto de si o apoio das mais variadas classes sociais devido às suas ações. Entre elas, a que mais se destacou foi a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) inspirada na Carta del Lavoro (fascismo italiano), a qual contou com a compilação de leis trabalhistas presentes na Constituição de 1934. A CLT regula as relações entre patrões e empregados, além de permitir o controle do Estado sobre os sindicatos por meio de normas como: •• os sindicatos tornaram-se apenas assistencialistas (assistência médica, jurídica); •• somente o Ministério do Trabalho poderia reconhecer oficialmente um sindicato; •• os funcionários públicos não poderiam se filiar a sindicatos; •• o governo poderia intervir nos sindicatos, sempre que achassem conveniente. O controle dos sindicatos trabalhistas (inspiração do Estado Corporativista do fascismo italiano) vai na contra-mão do ideal socialista de luta de classes, sendo que nos sindicatos eram infiltrados agentes do governo conhecidos como “pelegos”, que procuravam defender os interesses do Estado tentando desarticular as tentativas de greve e levantes trabalhistas. “Não pode ser noticiada a morte de um operário no restaurante do SAPS quando almoçava.” “Proibida quaisquer alusões ao regime brasileiro anterior a 10 de novembro de 1937, sem prejuízo de referências à democracia, pois o regime atual é também uma democracia.” “Nada sobre a União Nacional dos Estudantes.” “Não divulgar nenhuma nota do serviço de segurança da polícia sobre grave incidente entre civis e militares em Marechal Hermes (subúrbio do Rio)”. 6 “Nenhuma notícia sobre escassez de peixe no país.” “Proibida a divulgação das aspirações das classes trabalhista de Porto Alegre, enviadas ao chefe do governo.” “Nada sobre passeatas de estudantes paulistas.” “Não podem ser divulgadas notícias sobre os desfalques na Caixa Econômica de Niterói.” (Lista de temas proibidos pelo DIP. Citado por Nosso Século, 1930-1945. São Paulo; Abril Cultura, 1980. v. 3, p. 196.) Por meio do discurso, Vargas procurava construir sua imagem como aquele que defendeu os interesses dos trabalhadores humildes por intermédio da CLT e, portanto os trabalhadores não precisariam realizar greves nem agitações, pois o presidente cuidava de seus interesses. Esta prática procurava controlar o movimento sindical brasileiro, reduzindo as manifestações contrárias aos patrões, que continuavam multiplicando seus lucros sem maiores incômodos. Daí a explicação da frase que afirmava que “Vargas foi pai dos pobres e mãe dos ricos”. Apesar da ação ideológica, as greves que haviam eram reprimidas com extrema violência durante o Estado Novo. A industrialização e a intervenção do Estado na economia É característica desta fase do governo de Vargas a economia sob intervenção estatal, exemplificada com a criação do Conselho Nacional do Café (CNC). A reedição da política de valorização do café, implantada inicialmente na República Oligárquica, gerou divisas para o Estado brasileiro, que passou a ser o responsável pela venda do café no mercado internacional. Com estas divisas, o Estado pôde realizar alguns de seus projetos na área industrial. Se no início o CNC conseguiu resultados positivos, com o tempo, os estoque de café chegaram a níveis superiores à capacidade de consumo mundial, fazendo com que o Estado tivesse que queimar grande quantidade do produto. Outra característica da política varguista é a intervenção no processo de industrialização, política estimulada pela substituição de importações com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A produção europeia estava voltada à manutenção do conflito Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_035 característica das Polícias Secretas é criar medo entre a população, tornando-a, indiretamente, agente do governo quando as pessoas passam a se denunciar mutuamente. e à produção bélica, fazendo com que empresários brasileiros se dedicassem à produção industrial com reduzida concorrência internacional. Além disso, o Estado Novo acumulou divisas por meio da venda de produtos para a Europa em guerra, principalmente minerais e bens primários. O Estado Novo promoveu a instalação de indústrias de base estatais, fundamentais ao desenvolvimento econômico brasileiro. Temos abaixo alguns exemplos destas indústrias: •• Companhia Siderúrgica Nacional (CSN1941), instalada com auxílio do capital norte-americano. •• Companhia Vale do Rio Doce (1942), criada com o objetivo de obter matéria-prima destinada à indústria pesada. •• Conselho Nacional do Petróleo (1938) - criado para controlar a exploração e fornecimento de petróleo e derivados. O CNP foi responsável pela perfuração do primeiro poço de petróleo no Brasil, em 1939. •• Modernização da estrada de ferro Central do Brasil. Vargas criou ainda o Departamento de Administração do Serviço Público (DASP), em 1938, para racionalizar a administração pública modernizando a burocracia estatal. EM_V_HIS_035 A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial Apesar da aparente simpatia de Vargas pelos governos de base fascista, este entrou na Segunda Guerra ao lado dos Aliados, diante das pressões americanas, em 1942. Após dezembro de 1930, o afundamento de navios brasileiros, supostamente realizado pelos Alemães, o Brasil declarou guerra a Alemanha de Adolf Hitler. Neste momento da guerra, Vargas enviou uma esquadrilha da Força Aérea Brasileira (FAB) e soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB), integrada ao V Exército norte-americano, valendo ressaltar que os soldados brasileiros alcançaram vitórias consideráveis na Itália, em regiões como Monte Castelo, Castelnuevo e Montese. Em troca da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos concederam um empréstimo na ordem de 20 milhões de dólares ao Brasil, que foram utilizados para a construção da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Com isso, os Estados Unidos ganharam o direito de estabelecer uma base área em Natal, que ficou conhecida como Trampolim da Vitória. Porém, a participação na Segunda Guerra Mundial acabou gerando um grave problema para a sustentação política do Estado Novo. Vargas, governante ditatorial, entrou na Segunda Guerra Mundial ao lado da democracia e do liberalismo dos Aliados, contrários às ditaduras nazi-fascistas. Esta contradição foi percebida pela sociedade brasileira, que passou a exigir a redemocratização do Brasil. A partir desta indisposição criada, devido ao apoio de Vargas ao governo democrático americano, em outubro de 1943 políticos e empresários de Minas Gerais lançaram o Manifesto dos Mineiros, exigindo a redemocratização do Brasil. A redemocratização Devido às pressões surgidas, Vargas permitiu o retorno dos exilados (entre eles Luis Carlos Prestes), libertou os presos políticos, estabeleceu eleições gerais para 2 de dezembro de 1945 e autorizou a formação de partidos políticos descritos abaixo: •• UDN (União Democrática Nacional): formada por industriais, banqueiros, grandes proprietários de terra, classe média e imprensa, sob a liderança de Armando Salles e Assis Chateaubriand. Era contrária à política econômica intervencionista de Vargas, além das restrições políticas, defendendo uma nova constituição. Lançou como candidato à presidência Eduardo Gomes. •• PSD (Partido Social Democrático): formado por industriais, banqueiros e grandes proprietários que apoiavam Vargas. •• PTB (Partido Trabalhista Brasileiro): formado por setores do movimento sindical ligado a Getúlio Vargas. Uma coligação entre PTB e PSD foi realizada para apoiar a candidatura do Ministro da Guerra do Estado Novo Eurico Gaspar Dutra. •• PCB (Partido Comunista Brasileiro): retirado da ilegalidade, agregava os movimentos de esquerda, apresentando como candidato Yedo Fiúza. Como não poderia se candidatar, Vargas utilizou-se do DIP e de sua máquina de propaganda tão desenvolvida durante seu governo, e promoveu um movimento conhecido como “Queremismo” que apoiava a sua continuidade como líder do Brasil democrático. A campanha, que tinha como lema “Queremos Getúlio Presidente!”, contou com a adesão de setores trabalhistas e do Partido Comunista Brasileiro, que deveria apoiar movimentos anti-imperialistas e de frente popular, de acordo com determinações Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 7 da União Soviética. Isto explica o apoio de Prestes a Vargas, mesmo após o presidente ter enviado sua esposa Olga Benário para um campo de concentração na Europa. O apoio comunista a Getúlio Vargas pode ser explicado parcialmente pela ideia de “etapismo”. “Etapismo” é a crença de que o Brasil precisava primeiro se tornar um estado burguês para possibilitar o comunismo. Porém, devido ao temor de um novo golpe de estado em 1945 por Vargas, os udenistas e as Forças Armadas lideradas pelos generais Góes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra cercaram o Palácio do Catete, exigindo a renúncia de Vargas. Com a renúncia de Vargas, a presidência foi exercida pelo ministro do Supremo Tribunal Eleitoral José Linhares, que garantiu as eleições vencidas por Eurico Gaspar Dutra, Ministro da Guerra de Vargas e oficial do Exército brasileiro que atuou na Segunda Guerra Mundial. Finalizou-se o Estado Novo, mas a figura de Vargas estava longe de se desvincular da vida política brasileira. 2. (Unesp) Getúlio Vargas, depois de outorgar a Constituição de 1934, ampliou sua política intervencionista de modo a ter pleno controle sobre a sociedade e, assim, impor seu plano político. Discorra sobre três características importantes deste governo e indique como terminou. `` Período dito constitucional, polarizado entre AIB e ANL. Teve seu desfecho em 1937, com um golpe de estado, após o suposto Plano Cohen. 3. (Fuvest) Em 10 de novembro de 1937, para justificar o golpe que instaurava o Estado Novo, Getúlio Vargas discursava: “Colocada entre as ameaças caudilhescas e o perigo das formações partidárias sistematicamente agressivas, a Nação, embora tenha por si o patriotismo da maioria absoluta dos brasileiros e o amparo decisivo e vigilante das forças armadas não dispõe de meios defensivos eficazes dentro dos quadros legais, vendo-se obrigada a lançar mão das medidas excepcionais que caracterizam o estado de risco iminente da soberania nacional e da agressão externa.” Baseando-se no texto anterior, pode-se entender que: a) Vargas fala em nome da Nação, considerando-se o intérprete de seus anseios e necessidades. 1. (Fuvest) “Vitoriosa a revolução, abre-se uma espécie de vazio de poder por força do colapso político da burguesia do café e da incapacidade das demais frações de classe para assumí-lo, em caráter exclusivo. O Estado de Compromisso é a resposta para esta situação. Embora os limites da ação do Estado sejam ampliados para além da consciência e das intenções de seus agentes, sob o impacto da crise econômica, o novo governo representa mais uma transação no interior das classes dominantes, tão bem expressa na intocabilidade sagrada das relações sociais no campo”. b) a defesa da Nação está exclusivamente nas mãos do Exército e do patriotismo dos brasileiros. (FAUSTO, Boris. A Revolução de 1930: Historiografia e História.) a) Explicite o que o autor apresenta como “Estado de Compromisso”. c) Vargas delega às forças armadas o poder de lançar mão de medidas excepcionais. b) Qual a relação entre “O Estado de Compromisso” e a “intocabilidade sagrada das relações sociais no campo”? e) Vargas estabelece uma oposição entre o patriotismo dos brasileiros e a ação da forças armadas. Solução: a) “Compromisso” entre a classe dominante, agregando setores sociais e econômicos e o proletariado urbano em torno das propostas populistas de Getúlio Vargas, para a manutenção dos status quo vigente. b) O “Estado de compromisso” não abrange o homem do campo no que concerne aos direitos trabalhistas. 8 d) as medidas excepcionais tomadas estão na relação direta da falta de formações políticas atuantes. `` Solução: A 4. (Unesp) O Estado Novo (1937-1945) foi marcado pelo seu caráter centralizador, intervencionista e autoritário. As forças opositoras ao regime valiam-se dessas características para denunciar a “ação fascista” do governo. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_035 `` Solução: És terra de toda gente E orgulho dos filhos teus No processo de crise desse Estado, cujo desfecho foi a deposição de Vargas, avalie a importância da participação do Brasil na Guerra em oposição ao nazi-fascismo. `` O destino que te traz Liberdade, amor e paz No progresso em que te agitas Torrão de viva beleza De fartura e de riqueza E de mil coisas bonitas Solução: O Brasil criou a FEB e a FAB, patrulhou o atlântico Sul e enviou tropas para a Itália, ao lado dos aliados. 5. (Unicamp) Diferenças significativas distinguem o sindicalismo operário brasileiro das primeiras décadas do século XX, do sindicalismo criado após 1930 pela legislação trabalhista do governo Vargas. Quais são essas diferenças? `` E por que tu tens de tudo Por que te conservas mudo Na tua modéstia imerso Meu Brasil, Eu que te amo Neste samba te proclamo Majestade do universo Solução: Antes o operariado e o sindicalismo era tratado como caso de polícia. Com Vargas houve a incorporação dos sindicatos ao Estado (corporativismo). 6. (Unicamp) Ao estudar o Estado Novo, o historiador Alcir Lenharo (1946-1996) destacava o papel desempenhado pelo rádio: A partir da letra deste samba, gravado por Francisco Alves e Dalva de Oliveira, em agosto de 1939, percebemos a construção de uma imagem para o Brasil que não correspondia totalmente às características da sociedade brasileira nas décadas de 1930 e 1940. Dentre essas características, aquela que se relaciona à conjuntura da época é: a) liberalismo como base da política nacional. “(...) o rádio servia, eficazmente, para se espalhar a imagem onipresente de Vargas por todo o país (...). Pelo rádio, o poder se faz presente e pessoaliza a relação política com cada cidadão”. (Sacralização da Política, Campinas: Papirus/ Unicamp, 1986, p. 42.) `` a) Por que era importante para o Estado Novo que cada cidadão se considerasse próximo de Vargas? b) reforma agrária como solução para os problemas econômicos. b) Cite duas práticas utilizadas pelo Estado Novo, além do uso dos meios de comunicação de massa, para assegurar o poder de Vargas. c) política assimilacionista como forma de integração do indígena. d) crescimento econômico como decorrência da política industrialista. Solução: a) Para dar legitimidade à ditadura varguista. `` Solução: D b)O desenvolvimento do nacionalismo e da legislação trabalhista. 7. (UERJ) Brasil! Benedito Lacerda/Aldo Cabral EM_V_HIS_035 Brasil, És o teu berço dourado O índio civilizado E abençoado por Deus Brasil, Gigante de um continente 1. (Cesgranrio) Com relação à Revolução de 1930, do ponto de vista econômico-social, é possível afirmar que ela: a) assinala o início da primazia política das classes médias sobre o Estado. b) representa a derrota da burguesia mercantil diante das pressões conjuntas do campesinato e operariado urbano. c) traduz a vitória do tenentismo, das camadas médias e dos segmentos industriais sobre os setores agroexportadores. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 9 e) significa o início do desenvolvimentismo e a decadência da agricultura de exportação. 2. (Cesgranrio) A Revolução de 1930 pode ser relacionada às várias transformações da sociedade brasileira, entre as quais não podemos incluir: a) o abandono dos setores agrícolas pelo governo, que privilegiou a industrialização. b) a insatisfação dos setores médios urbanos com o domínio do processo político pelas oligarquias agrárias. c) a crescente organização e mobilização da classe operária, surgida com o processo de industrialização. d) a mobilização de setores militares, principalmente dos oficiais mais jovens, contra o regime. e) as dissidências oligárquicas, materializadas na formação da Aliança Liberal. 3. (Unirio) A Revolução de 1930 marcou o fim da República Velha e inaugurou uma nova forma de atuação do Estado frente às transformações da sociedade brasileira, como exemplifica o: a) atendimento de demandas de diferentes setores sociais, como operários e empresários. b) afastamento do Estado da gestão da economia. c) abandono dos setores produtores agrícolas tradicionais. d) controle da alta hierarquia militar sobre os principais órgãos estatais. e) apoio às oligarquias dominantes nos Estados. 4. (UFRJ) “Falo na qualidade de membro e dirigente do único partido verdadeiramente nacional... “Foi em 1930 que à frente da Revolução Getúlio Vargas assumiu a Presidência do Brasil. Era um tempo novo que se abria o desenvolvimento industrial as leis trabalhistas ele cria é a Previdência Social Era anos de conquista e de grande agitação pelo poder de 32 a 37, aquele estadista reprimiu os paulistas comunistas e integralistas. Mas não há quem esconda seu valor de idealista, basta falar em Volta Redonda, (...)” (GOMES, Dias; GULLAR, Ferreira. Dr. Getúlio: sua vida e sua glória. São Paulo: Civilização Brasileira, 1968. p.10-11.) Indique duas características do governo de Getúlio Vargas, no período entre 1930 e 1937. 6. (Cesgranrio) A crise da dominação oligárquica, que culminou com a Revolução de 1930, resultou de um processo crescente de transformações vividas pelo país dentre os quais se destaca: Nós, comunistas, que vivemos sempre na ilegalidade, sentimos bem o quanto difere esta nova época daqueles tempos de antes da guerra, em que vivíamos perseguidos, insultados e vilmente caluniados. Mas dez anos de guerra e perseguições contra o comunismo fizeram do nosso povo o mais comunista da América (...) Comunista para o nosso povo é aquele que de maneira mais firme e consequente luta contra o estado de coisas intoleráveis e injustas predominantes em nossa terra; comunista é o que quer a negação disso que aí temos, a negação da miséria e da fome, a negação do atraso e do analfabetismo... “ a) a lenta politização dos trabalhadores rurais, após a Abolição, contestando o domínio dos “coronéis”. (Discurso de Luiz Carlos Prestes, em 22 de maio de 1945, no e) a crescente insatisfação dos Estados mais pobres contra o domínio do eixo “café-com-leite”, expressa em rebeliões como as “guerras” do Cariri e de Princesa, ocorridas no Nordeste. Estádio do Vasco da Gama, São Januário, Rio de Janeiro.) 10 Após passar nove anos e três meses preso e incomunicável durante a ditadura do Estado Novo, Prestes retoma, com a redemocratização, as suas atividades políticas. Cite dois movimentos políticos de repercussão nacional dos quais Prestes tenha participado com destacada liderança. 5. (UFRJ) b) a emergência de uma classe operária ligada à industrialização, que assumiu na década de 1920 formas políticas mais organizadas, como o BOC (Bloco Operário Camponês). c) o Movimento Tenentista, disputa política no interior do Estado, sem ligação com as classes da sociedade. d) o caráter modernizante dos setores oligárquicos, cada vez mais ligados aos empreendimentos urbano-industriais. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_035 d) identifica a passagem para a dominação burguesa no Brasil, com a vitória dos grupos industriais. 7. (UERJ) “Não nos enganemos. Somos governados por uma minoria que, proprietária das fazendas e latifúndios, senhora dos meios de produção e apoiada nos imperialismos estrangeiros que nos exploram e nos dividem, só será dominada pela verdadeira insurreição generalizada, pelo levantamento consciente das mais vastas massas das nossas populações dos sertões e das cidades (...).” 9. (UERJ) Podemos dizer que o Estado Novo (193745) apresentou inegáveis afinidades com o fascismo europeu, sem contudo deixar de apresentar algumas características peculiares ao regime brasileiro. Uma das características do regime brasileiro que não se identificam com o fascismo europeu é: (Luís Carlos Prestes. Manifesto de Maio - 1930. Citado por b) censura dos meios de comunicação, dirigidos para o fortalecimento e divulgação do regime. CARONE. O Tenentismo; São Paulo: Difel, 1975.) As palavras de Luís Carlos Prestes referem-se ao movimento que ficou conhecido como Revolução de 1930 e tinha o seguinte significado: a) movimento amplo de caráter militar, aliando tenentes e povo contra o domínio oligárquico. b) cisão na República do “café-com-leite”, levando à união entre as oligarquias paulista e gaúcha. c) ruptura parcial dos interesses oligárquicos, acarretando o fim da hegemonia política dos cafeicultores. d) vitória dos interesses da burguesia industrial, apoiando, o exército na luta contra os interesses oligárquicos. 8. (PUC-Campinas) Observe a caricatura. a) limitação da liberdade econômica com intervenção do Estado. c) repressão aos setores de esquerda, vistos como forte ameaça ao regime, com prisões e torturas. d) utilização do estado corporativo no tratamento com as entidades profissionais e sindicatos. e) ausência de um partido político forte e coeso que exprimia a coerência ideológica do regime. 10. (UERJ) A Carta de 1937 do Estado Novo representa um dos momentos de centralização autoritária no Brasil. Entre outras medidas características desse autoritarismo, tem-se a criação do: a) Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento. b) Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. c) Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. d) Departamento de Imprensa e Propaganda. e) Serviço Nacional de Informação. 11. (Cesgranrio) O regime político conhecido como Estado Novo implantado por golpe do próprio Presidente Getúlio Vargas, em 1937, pode ser associado à(ao): (SANTOS, Joel Rufino dos. História do Brasil. São Paulo: Marco Editorial, 1979. p. 196.) A caricatura revela um momento da chamada “Era de Vargas”, quando Getúlio preparava-se para: a) assumir a presidência da República, após a sua eleição indireta pela Assembleia Constituinte. b) liderar um golpe militar, instaurando um período histórico conhecido por Estado Novo. EM_V_HIS_035 c) disputar as eleições diretas para a presidência da República, no contexto da redemocratização do país. d) executar os princípios do Plano Cohen, visando impedir o avanço dos comunistas e dos integralistas ao poder. e) comandar uma revolução constitucionalista, contra a oligarquia do setor agroexportador. a) radicalização política do período representada pela Aliança Nacional Libertadora, de orientação comunista e a Ação Integralista Brasileira, de orientação fascista. b) modernização econômica do país e seu conflito com as principais potências capitalistas do mundo, que tentavam lhe barrar o desenvolvimento. c) ascensão dos militares à direção dos principais órgãos públicos, porque já se delineava o quadro da Segunda Guerra Mundial. d) democratização da sociedade brasileira em decorrência da ascensão de novos grupos sociais como os operários. e) retorno das oligarquias agrárias ao poder, restaurando-se a Federação nos mesmos moldes da República Velha. 12. (Cesgranrio) A redemocratização no Brasil, no final do Estado Novo, pode ser associada a diferentes transformações internas e externas do período, entre as quais se inclui a(o): Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 11 a) aproximação de Getúlio Vargas dos setores liberais em torno do projeto “queremista”. 15. (UERJ) b) resistência do empresariado à implantação da legislação trabalhista e previdenciária. c) recusa do governo em convocar eleições e permitir a recriação dos partidos políticos. d) vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial, fortalecendo os ideais democráticos contra os regimes totalitários. e) apoio dos movimentos sociais inspirados no ideário nazi-fascista como as Uniões dos Escritores e dos Estudantes. 13. (UERJ) Quem estiver com o rádio ligado, de segunda a sexta-feira das 19 às 20 horas, ouvirá acordes da famosa ópera de Carlos Gomes, O Guarani. É a abertura do programa oficial A Voz do Brasil, presente obrigatoriamente nas rádios brasileiras desde 1934 – obrigatoriedade que hoje é questionada por vários segmentos da sociedade. Este programa simbolizou uma determinada época da república no Brasil, o Estado Novo (1937-1945). A afirmativa que melhor explica a importância da Voz do Brasil durante o Estado Novo é: a) exaltação das ações do presidente da República. b) expansão do ensino básico para as camadas populares. c) conscientização do povo para o exercício da cidadania. d) elevação da cultura popular estigmatizada na República Velha. 14. (Cesgranrio) O envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial, a seguir dos países aliados, guarda relação com questões internas como a(o): a) importância crescente dos mercados alemães e japoneses para os produtos brasileiros. b) mobilização dos grupos de inspiração fascista, como os Integralistas, que apoiavam o Estado Novo. c) posição dos partidos majoritários no Congresso Nacional, favorável aos aliados. d) interesse do Brasil em se colocar como líder hegemônico dos países americanos. 12 As gravuras acima ressaltam aspectos da propaganda oficial sobre as prioridades políticas do primeiro período Vargas, principalmente do Estado Novo, que simbolizou o coroamento de um ideal de modernização. A característica econômica do período que pode ser identificada como predominante nas duas gravuras é a ênfase na: a) indústria de base. b) rede de transportes. c) agricultura de exportação. d) produção de combustíveis. 16. (Cesgranrio) A respeito da política desenvolvida no Brasil de 1937 a 1945, é incorreto afirmar que o Estado Novo: a) empreendeu uma política modernizadora e industrializante, que beneficiou os setores industriais e capitalistas, sobretudo através do investimento estatal na criação de indústrias de base. b) obteve a adesão dos setores agrários, que se beneficiaram com a intervenção reguladora do governo na criação de organismos de apoio e incentivo à agricultura e com a manutenção da estrutura agrária. c) exerceu uma política paternalista em relação à classe operária, promovendo a legislação trabalhista, enquanto permitia a representação das classes dominantes no Congresso através dos partidos políticos. d) reprimiu o pluralismo e a autonomia sindicais do operariado e criou uma estrutura corporativista de controle, intervenção e atrelamento dos sindicatos oficiais ao Ministério do Trabalho. e) centralizou e racionalizou a máquina administrativa através da criação do DASP (Departamento de Administração e Serviço Público) e exerceu forte controle e censura aos meios de comunicação através do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). EM_V_HIS_035 e) apoio dos Estados Unidos ao projeto de industrialização, simbolizado na construção da usina de Volta Redonda. (Retrato do Brasil. São Paulo: Três, 1984.) Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 1. (Unirio) “Um dos deveres do Estado é socorrer aqueles cidadãos que se virem vítimas de circunstâncias a tal ponto adversas que os deixem incapazes de satisfazer mesmo as mais simples necessidades sem amparo de outros. A esses desafortunados cidadãos deve-se estender o amparo do governo, não como caridade, mas como uma face do dever social”. d) Eclosão da Revolução Constitucionalista em São Paulo, oposição a um Governo Federal que exerceu o poder, todo o tempo, sob estado de sítio, ataque integralista ao Palácio do Catete. e) Aliança de Borges de Medeiros com João Neves da Fontoura para eleger Júlio Prestes, recusa de Washington Luís de criar nova política de valorização do café diante dos efeitos da crise de 1929, elaboração do Plano Cohen. 3. (UERJ) (Pronunciamento do governador Franklin Roosevelt na Assembleia Legislativa do Estado de Nova Iorque, em 21/08/1931. In: SHERWOOD, Robert E. Roosevelt e Hopkins. Tradução de Heitor Aquino Ferreira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira e Brasília/UNB, 1998, p. 47.) “A situação do café é a seguinte: a produção é maior do que o consumo. Procuramos iludir a situação, estabelecendo o escoamento de produção por doses fracionadas”. (Carta de Francisco Campos a Getúlio Vargas, (Apud VICENTINO, C.; DORIGO, G. História do Brasil. 23/12/1930. In: A Revolução de 30: textos e São Paulo: Scipione, 1997.) documentos. Brasília: UNB, 1982, p. 220.) A crise econômica que eclodiu nos Estados Unidos a partir da quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 24 de outubro de 1929, alcançou proporções mundiais, constituindo uma das mais profundas crises cíclicas do capitalismo. Em sua difusão, atingiu as economias capitalistas, provocando uma profunda recessão econômica, superada através de intervenções político-econômicas do governo norte-americano. Relacione uma ocorrência da crise de 1929 no Brasil. 2. (UFF) Assinale a opção que contém informações corretas acerca da Revolução de 30 no Brasil de seus antecedentes imediatos. a) Junção de colunas militares originadas no Rio Grande do Sul e em São Paulo, ataques de tropas federais ao forte de Copacabana, aliança de Getúlio Vargas com Júlio Prestes para impedir a eleição de Osvaldo Aranha. EM_V_HIS_035 b) Formação da Aliança Nacional Libertadora, união de grupos rivais para dar combate à Coluna Prestes, eclosão de movimento insurgentes em São Paulo. c) Assassinato de João Pessoa, formação de uma frente única entre os “tenentes” e certos políticos, eclosão de insurgências no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. Na caricatura, referente ao período 1934 –1937, vê-se o presidente Getúlio Vargas, em frente ao Palácio do Catete, espalhando cascas de banana, que podem ser interpretadas como armadilhas. Identifique um objetivo político de Vargas expresso nessa caricatura. 4. (UFF) “A Revolução de 1930 pôs fim à hegemonia do café, desenlace inscrito na própria forma de inserção do Brasil no sistema capitalista internacional”. (FAUSTO, Bóris. A Revolução de 30: Historiografia e História. São Paulo: Brasiliense, 1972, p.112.) a) Vários fatores sociais determinaram este processo revolucionário. Cite dois deles. b) Analise os desdobramentos da Revolução de 1930 na industrialização brasileira. 5. (UERJ) A Grande Depressão eclodiu num mundo otimista que parecia caminhar na direção de uma prosperidade permanente. Ela iniciou-se com o crack da bolsa de Nova Iorque em outubro de 1929, afetando todas as atividades econômicas dos Estados Unidos e se propagando através do mundo. a) Caracterize a Grande Depressão e indique o motivo pelo qual seus efeitos foram sentidos em diversas regiões do mundo. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 13 b) Indique e analise uma consequência da Grande Depressão para a economia brasileira. 6. (Cesgranrio) A crise social e política que abalou a estabilidade da República Velha (1889-1930) quebrou a hegemonia das oligarquias no poder e preparou o terreno para a Revolução de 1930 foi motivada pelo(a): a) aprofundamento das cisões oligárquicas, pelas rebeliões tenentistas, pela insatisfação das classes médias urbanas excluídas da representação política e pela pressão reivindicatória das classes operárias. b) aliança política entre a burguesia industrial, as classes médias urbanas e o operariado fabril contra o sistema liberal e democrático da República Velha, controlado pelas oligarquias agrárias. c) quebra do compromisso político entre as oligarquias agrárias e os trabalhadores rurais, o que, durante toda a República Velha, impediu o desenvolvimento dos setores industriais e a organização do movimento operário. d) fortalecimento da união entre as oligarquias paulistas e mineiras na indicação de Júlio Prestes à sucessão presidencial em 1930, o que desagradou as oposições constituídas pelas classes médias urbanas e operariado, defensores de Getúlio Vergas. e) descontentamento da burguesia industrial com o tratamento dado pelas oligarquias ao movimento operário – “caso de polícia” - e sua decisão de apoiar a Revolução de 30 e a legislação trabalhista. 7. (Unesp) “A fixação do ano de 1930 como um primeiro marco divisor da História do Brasil contemporâneo tem a artificialidade implícita em qualquer periodização, mas se justifica por razões que se situam além da história política ou da simples tradição.” Sintetize algumas razões dessa periodização historiográfica. 8. (UFV-MG) Observe atentamente as figuras abaixo. Elas reproduzem cartazes utilizados para motivar a participação popular na Revolução Constitucionalista de 1932. 9. (Enem) A figura de Getúlio Vargas, como personagem histórica, é bastante polêmica, devido à complexidade e à magnitude de suas ações como presidente do Brasil durante um longo período de quinze anos (1930-1945). Foram anos de grandes e importantes mudanças para o país e para o mundo. Pode-se perceber o destaque dado a Getúlio Vargas pelo simples fato de este período ser conhecido no Brasil como a “Era Vargas”. Entretanto, Vargas não é visto de forma favorável por todos. Se muitos o consideram como um fervoroso nacionalista, um progressista ativo e o “Pai dos Pobres”, existem outros tantos que o definem como ditador oportunista, um intervencionista e amigo das elites. Provavelmente você percebeu que as duas opiniões sobre Vargas são opostas, defendendo valores praticamente antagônicos. As diferentes interpretações do papel de uma personalidade histórica podem ser explicadas, conforme uma das opções a seguir. Assinale-a. a) Um dos grupos está totalmente errado, uma vez que a permanência no poder depende de ideias coerentes e de uma política contínua. b) O grupo que acusa Vargas de ser ditador está totalmente errado. Ele nunca teve uma orientação ideológica favorável aos regimes politicamente fechados e só tomou medidas duras forçado pelas circunstâncias. c) Os dois grupos estão certos. Cada um mostra Vargas da forma que serve melhor aos seus interesses, pois ele foi um governante apático e fraco – um verdadeiro marionete nas mãos das elites da época. d) O grupo que defende Vargas como um autêntico nacionalista está totalmente enganado. Poucas medidas nacionalizantes foram tomadas para iludir os brasileiros, devido à política populista do varguismo, e ele fazia tudo para agradar aos grupos estrangeiros. e) Os dois grupos estão errados, por assumirem características parciais, e às vezes conjunturais, como sendo posturas definitivas e absolutas. 10. (Unirio) Após a Revolução de 1930, no Brasil, os tenentes e as oligarquias tradicionais envolveram-se num debate que traduzia suas expectativas quanto a um novo modelo de Estado. A polêmica expressava a defesa, pelos tenentes e pelas oligarquias, respectivamente, dos princípios apresentados em uma das opções. Assinale-a. 14 Aponte os elementos da conjuntura política nacional que motivaram esse processo revolucionário, ressaltando algumas de suas características. b) Um Estado centralizador que promovesse uma ligação direta com os grandes centros do capital internacional e um Estado liberal protecionista. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_035 a) Um Estado democrático garantidor da vocação nacional identificada à agricultura e um Estado centralizador e industrializante. c) Um Estado centralizador no nível federal, mas com ampla autonomia dos poderes locais estaduais e um Estado liberal com participação política de base censitária. d) Uma completa centralização do poder e a retomada do modelo liberal, garantindo o retorno ao federalismo característico da República Velha. e) Ideais liberais que implicariam o estabelecimento de um Estado democrático e de direito e um modelo centralista que afastasse a participação popular. Os trechos dos documentos acima referem-se às diretrizes políticas gerais do Estado Novo brasileiro (1937-1945). Retire dos documentos duas proposições estadonovistas. Explique-as. 13. (UFF) Segundo alguns autores, a instauração no país, em novembro de 1937, do regime conhecido como Estado Novo representou um “redescobrimento do Brasil”. 11. (UFF) O Estado Novo (1937-1945) representou um dos regimes ditatoriais destacados pela História do Brasil Republicano. Em alguns aspectos é considerado como uma forma brasileira do fascismo europeu. a) Indique uma característica legal que dê suporte a tal comparação. b) Analise o Estado Novo, tomando como foco principal as conquistas efetivadas pelas legislações trabalhista e sindical por ele consagradas. 12. (UFRJ) “A tarefa de governar faz-se, a cada dia, mais complexa e difícil. Os clássicos postulados de manutenção e garantia dos pactos sociais sofreram profundas modificações. Já não basta assegurar a ordem e a continuidade administrativa. É preciso controlar as forças econômicas, corrigir as desigualdades de classe e obstar, por vigilância constante, a contaminação do organismo político pelas infiltrações ideológicas que apregoam o ódio e fomentam a desordem. Conduzir uma nação, em momento de tamanhas apreensões, só o pode e deve fazer quem seja capaz de tudo sacrificar pela felicidade comum”. (Discurso de Getúlio Vargas, proferido a 7 de setembro de 1938. Citado em: Getúlio Vargas, as diretrizes da nova política do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, s/d.) “Passou a época dos liberalismos imprevidentes, das democracias estéreis, dos personalismos inúteis e semeadores da desordem. À democracia política substitui a democracia econômica, em que o poder, emanado diretamente do povo e instituído para defesa do seu interesse, organiza o trabalho, fonte do engrandecimento nacional e não meio de fortunas privadas. Não há mais lugar para regimes fundados em privilégios e distinções; subsistem, somente, os que incorporam toda a Nação nos mesmos deveres e oferecem, equitativamente, justiça social e oportunidades na luta pela vida”. (MUNAKATA, Kazumi. A Legislação Trabalhista do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1981.) Assinale a opção que melhor apresenta o aspecto do Estado Novo ilustrado pela charge. a) A definição de uma nova cidadania baseada no trabalho organizado em sindicatos plurais, por categoria profissional. b) A definição de uma nova cidadania identificada ao trabalho organizado nos moldes do corporativismo autoritário estatal. c) O modo pelo qual o Estado Novo orientou sua política de trabalho, aprisionando os operários ao Estado por meio de um documento formal. d) A subordinação dos trabalhadores ao empresariado a partir da concessão da Carteira de Trabalho. e) A consolidação da democracia mediante um registro formal de cidadania. 14. (Unirio) “Inegavelmente a visão da indústria como alternativa para o desenvolvimento ganhou corpo ao longo dos anos 1930-1940. Esboçava-se um ‘projeto’ de industrialização pesada que, a despeito de limitado e inconcluso, foi a tônica de organização do próprio Estado. Entre 1930 e 1945, o Estado brasileiro avançou no seu processo de constituição enquanto nacional e capitalista, inscrevendo na materialidade de sua ossatura – pela multiplicação de órgãos e instituições – os diversos interesses sociais em jogo, metamorfoseados em interesse nacionais.” (Discurso de Getúlio Vargas, proferido a 11 de junho de 1940. EM_V_HIS_035 Citado em: Getúlio Vargas, as diretrizes da nova política do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, s/d.) (MENDONÇA, Sônia Regina de. As bases do desenvolvimento capitalista dependente: da industrialização restringida à internacionalização. In: LINHARES, Maria Yedda (Org.) História Geral do Brasil. 3 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1990, p. 243.) Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 15 a) Cite duas características desse processo de industrialização. a) Identifique o papel da propaganda no governo de Getúlio Vargas. b) Explique uma das características citadas. b) Indique duas características econômicas do período do Estado Novo. 15. (UFF) Segundo alguns especialistas, o populismo foi um fenômeno político ímpar na história recente do Brasil, sendo definido como manipulação das massas populares por líderes carismáticos. 17. (Cesgranrio) No entanto, há autores que consideram tal visão pouco elucidativa do fenômeno porque, em verdade: a) o populismo teve vida efêmera na história política do país no século atual. b) o populismo não deve ser visto como a manipulação das massas urbanas e rurais no Brasil recente. c) o populismo é um fenômeno político que permanece inalterado no processo eleitoral brasileiro. d) populismo e pacto social são um mesmo fenômeno político. e) o populismo implicou o reconhecimento da presença das massas no cenário político nacional. 16. (UERJ) A ilustração a seguir e a canção composta por Ataulfo Alves e Felisberto Martins foram importantes instrumentos da propaganda do governo Vargas. (O Globo, 1.º maio 1999, 1.ª página.) Durante o Estado Novo, no campo da política salarial, foi introduzida via decreto-lei uma importante inovação, que já constava da Constituição de 1934 – o salário mínimo – que representou um(a): a) ingresso salarial capaz de satisfazer as necessidades mínimas do trabalhador, mas acabou convertendo-se em importância irrisória e muito distante de suas finalidades expressas. b) significativo ganho para o trabalhador nacional, acompanhando sistematicamente as frequentes medidas inflacionárias decorrentes do processo industrial brasileiro. c) tentativa de eliminar os altos salários de operários industriais que aderiram aos sindicatos pelegos, vigentes desde início da República, e que priorizavam os interesses da agricultura. (Nosso Século: 1930-1945. São Paulo: Abril Cultural, 1980.) O Estado Novo veio Para nos orientar No Brasil nada falta Mas precisa trabalhar Tem café, petróleo e ouro Ninguém pode duvidar E quem for pai de quatro filhos O presidente manda premiar É negócio casar 16 e) grande perda salarial para o operário, uma vez que seus patamares eram baixíssimos e só regulavam os ingressos do trabalhador vinculado à indústria pesada. 18. (UFRRJ) “Foi em 1930 que à frente da Revolução Getúlio Vargas assumiu a Presidência do Brasil. EM_V_HIS_035 (PILETTI, N. História do Brasil. São Paulo: Ática, 1997.) d) medida de cooptação política, uma vez que o padrão de vida do operário e do camponês que apoiava o regime ditatorial teve uma extraordinária elevação e a maioria foi excluída. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Era um tempo novo que se abria o desenvolvimento industrial as leis trabalhistas ele cria é a Previdência Social Era anos de conquista e de grande agitação pelo poder de 32 a 37, aquele estadista reprimiu os paulistas comunistas e integralistas. Mas não há quem esconda seu valor de idealista, basta falar em Volta Redonda, (...) “ (GOMES, Dias; GULLAR, Ferreira. Dr. Getúlio: sua vida e sua glória. São Paulo: Civilização Brasileira, 1968. p.10-11.) que é isto não é uma simples mecânica de poder. É também uma alma ou um espírito, uma atmosfera, uma ambiência, um clima. (...) (...) Somos todos fundadores [da Nação]. Fundar é dedicar o pensamento, a vontade e o coração (...) Não haveria pátria, família, igreja, se não renovasse, pelo pensamento ou pelo espírito, o ato de sua fundação (...).” (CAMPOS, Francisco. O Estado Nacional. Rio de Janeiro: José Olympio, 1940. Discurso proferido em 10 de maio de 1938. Adaptado.) A partir dos textos de Affonso Celso – no período de consolidação da República oligárquica – e de Francisco de Campos – produzido durante o Estado Novo, diferencie os conceitos de “nação brasileira” de cada um dos autores. Explique uma característica do Estado Novo. 20. (UFBA) Na questão adiante escreva, no espaço apropriado, a soma dos itens corretos. 19. (UERJ) “Se de meus ensinamentos colherdes algum fruto, descansarei satisfeito de haver cumprido a minha missão. Entre esses ensinamentos, avulta o do patriotismo. Quero que consagreis sempre ilimitado amor à região onde nascestes, servindo-a com dedicação absoluta, destinando- lhe o melhor da vossa inteligência, os primores do vosso sentimento, o mais fecundo da vossa atividade, – dispostos a quaisquer sacrifícios por ela, inclusive o da vida. (...) Que a vossa geração exceda a minha e as precedentes, senão em semelhante amor, ao menos nas ocasiões de o comprovar. Quando disserdes: “Somos brasileiros!” levantai a cabeça, transbordantes de nobre ufania. Convencei-vos de que deveis agradecer quotidianamente a Deus o haver Ele vos outorgado por berço o Brasil.” (CELSO, Affonso (1900). Porque me Ufano do meu País. Rio de Janeiro: Briguiet, 1943.) EM_V_HIS_035 “Um chefe, um povo, uma nação: um Estado nacional e popular, isto é, um Estado em que o povo reconhece o seu Estado, um Estado em que a Nação identifica o instrumento da sua unidade e da sua soberania. Aí está o Novo Estado Brasileiro. Um Estado “(...) De março de 1931 a fevereiro de 1940, foram decretadas mais de 150 leis novas de proteção social e de regulamentação do trabalho em todos os seus setores. Não se tratava apenas de realizações em matéria de previdência e trabalho, mas a valorização deliberada do trabalhador nacional, relacionada às questões jurídicas seus aspectos sociais. A Constituição de 34 já refletia essa transformação no país. Coube, porém, ao Estado Novo resolver os conflitos entre o capital e o trabalho. O artigo 136 da Carta de 37 determina que o trabalho é um dever social, tendo direito à proteção especial do Estado. (...)” (BERCITO, p. 63.) Com base no texto anterior e nos conhecimentos sobre o assunto, indique aspectos do trabalhismo getulista. (01)Sindicalismo de resultados, em que as conquistas econômicas prevalecem sobre as políticas e ideológicas. (02) Oficialismo, como instrumento de manipulação das massas e montagem de um arcabouço institucional controlado pelo Estado. (04) Corporativismo, na medida em que propugna a união das classes produtoras em categorias profissionais, sob fiscalização estatal. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 17 (08)Assistencialismo, visando despolitizar os sindicatos, retirando-lhes o caráter de fórum representativo da classe trabalhadora. (16) Sindicalismo “pelego”, atrelado ao Estado, impedindo a livre organização dos trabalhadores na defesa dos seus interesses e direitos. (32) lnternacionalismo, na medida em que enfatiza os interesses comuns dos trabalhadores das diferentes nações. 18 ) EM_V_HIS_035 Soma ( Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 14. E 15. A 16. C 1. C 2. A 3. A 4. Coluna Prestes e “Intentona Comunista”. 5. A centralização do poder, a elaboração da constituição de 1934 onde são incorporados os direitos trabalhistas e o voto feminino); a promoção da desenvolvimento industrial. 6. B 7. C 8. A 9. E 10. D EM_V_HIS_035 11. A 12. D 1. O estímulo à industrialização brasileira decorre da diminuição dos ganhos com os produtos agroexportadores internos. A regulação da produção cafeeira, por meio de políticas de intervenção do Estado. A intervenção do Estado na produção e comércio dos estoques do café brasileiro, dentre outras, a queima dos estoques de café. A mudança na pauta de importações brasileiras, dentro do modelo de substituição de importações. A Revolução de 1930 e a ascensão dos setores médios urbanos. A ruptura do pacto oligárquico. 2. C 13. A Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 19 11. • obstruir o processo de sucessão presidencial; a) Constituição de 1937, também conhecida como a “Polaca”, inspirada na Carta Del Lavoro do fascismo italiano. • viabilizar sua permanência no poder. 4. b) O Estado Novo representou a consagração de alguns direitos trabalhistas importantes, tais como a instituição do salário-mínimo (1940), o estabelecimento da consolidação das Leis de Trabalho (CLT, 1943) e a cristalização das juntas de conciliação e julgamento do Ministério do Trabalho (1939). Também veio a consagrar o sindicato único por profissão (Lei Sindical de 1939), verticalizado, atrelado ao Estado e a ele totalmente subordinado, de modo a impedir qualquer outra modalidade de organização dos trabalhadores. a) O tenentismo e a Aliança Liberal (Minas Gerais, Rio Grande do Sul) criada para combater a oligarquia paulista. b) Com os efeitos negativos da crise de 29 sobre o preço do café, o que deixou evidente a situação precária do país em manter-se na dependência estrita da exportação de um só produto-chave, resultando a orientação do governo revolucionário em estimular o desenvolvimento das indústrias, fosse pelo favorecimento do câmbio alto, fosse pelo fato de o próprio Estado passar a investirem em indústrias de base, tais como siderúrgica, de álcalis, de motores, hidrelétricas etc. 12. •• “Os clássicos postulados de manutenção e garantia dos pactos sociais sofreram profundas modificações.” 5. •• “Já não basta assegurar a ordem e a continuidade administrativa.” a) A Grande Depressão foi a crise geral da economia, iniciada em 1929, possibilitada pelos efeitos da euforia e da recuperação econômica artificial dos Estados Unidos após a Primeira Grande Guerra, provocando o desabamento da produção econômica e dos preços, o marasmo na agricultura e o desequilíbrio do comércio mundial. •• Essas proposições assinalam o esgotamento do estado liberal-democrático. •• ”É preciso controlar as forças econômicas, conduzir as desigualdades de classe...” •• Essa proposição defende o intervencionismo econômico e social. Sua propagação pelo mundo deu-se ao fato de estarem as economias capitalistas funcionando de forma interdependente, devido à importância da capital norte-americano no pós-Primeira Guerra Mundial. b) Crise da economia cafeeira – a Grande Depressão –, ao provocar uma crise nos preços internacionais do café, afetou a já combalida economia cafeeira. 6. A 7. Foi o fim das velhas oligarquias, fim do café-com-leite, início da Era Vargas e com ele uma série de mudanças como o sistema eleitoral, partidos e industrialização, sindicatos etc. 8. A Revolução de 1930 levou ao poder Getúlio Vargas, representando o fim da hegemonia da oligarquia paulista no poder nacional. Em São Paulo, teve início o movimento constitucionalista questionando o Governo Provisório de Vargas, a convocação de uma Assembleia Constituinte e a nomeação de um interventor pernambucano para o governo do estado. Em 1932, eclodiu a Revolução Constitucionalista. Apesar da derrota paulista, foi convocada a Assembleia Constituinte. 9. E 10. D 20 •• “A democracia política substitui a democracia econômica, em que o poder, emanado diretamente do povo e instituído para defesa do seu interesse, organiza o trabalho, fonte do engrandecimento nacional e não meio de fortunas privadas”. •• Neste trecho do discurso, há a defesa de princípios corporativistas em que o Estado promove a intervenção direta na organização social e econômica. 13. B 14. a) Forte intervenção do Estado no processo de industrialização e a opção por privilegiar o desenvolvimento das indústrias de base (siderurgia/metalurgia). b) Intervenção do Estado: procurando superar o impasse, gerado por uma extrema dependência do país às exportações de gêneros primários (agudizado com a crise de 29), o Estado no pós-30 agia como um verdadeiro empresário, financiando diretamente o processo de industrialização e criando posições propícias para o empresariado nacional como, por exemplo, o estabelecimento de um maior controle sobre a força de trabalho, através da colocação em prática das leis trabalhistas. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_035 3. Um dentre os objetivos: 15. E 16. a) A propaganda foi uma importante chave para a consolidação da figura de Vargas como líder e responsável pelo crescimento do Brasil. b) A política econômica do Estado Novo teve como características: o planejamento da economia por iniciativa do Estado, o investimento do Estado na indústria de base, o desencadeamento da industrialização brasileira e a criação de órgãos públicos para promover fomento de atividades econômicas: Instituto do Açúcar e do Álcool, Instituto do Chá e do Mate, Conselho Nacional do Petróleo 17. A 18. A implantação da ditadura; a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP); a formação do Ministério do Trabalho e o controle do movimento sindical através da estrutura corporativista; a construção do trabalhismo enquanto modelo de atuação varguista, elevando Getúlio à condição de líder, guia, estadista e “pai dos pobres”. 19. No primeiro texto, observa-se a concepção de nação romântica, onde esta é anunciada como produto do patriotismo ufanista e do amor de cada brasileiro ao território onde nasceu. EM_V_HIS_035 No segundo, de perfil autoritário, a nação é produto do Estado e é concebida como o todo que relega o indivíduo a um segundo plano, cujo compromisso com a nação deve ser total, incluindo o pensamento e o espírito. 20. 40 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 21 EM_V_HIS_035 22 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_035 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 23 EM_V_HIS_035 24 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br O populismo brasileiro EM_V_HIS_036 O governo Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) Autor desconhecido/ABr. Após a Segunda Guerra Mundial surgiu um fenômeno político latino-americano conhecido com “Populismo”, que teve como seus principais expoentes Getúlio Vargas no Brasil e o presidente argentino Domingos Perón. O populismo é resultado da crise das políticas oligárquicas e do deslocamento do eixo econômico do campo para a cidade, graças ao desenvolvimento urbano das primeiras décadas do século XX, mesmo sem a intenção dos governos aristocratas. Desta maneira, o populismo agregou, pelo menos no discurso, os interesses destas classes atendendo-os em parte por meio de legislações de proteção ao trabalhador e políticas industrializantes. Na verdade, em muitos momentos estes dois grupos foram manipulados pela iniciativa dos presidentes populistas, consolidando a base política que sustentaria o regime por longos anos. A propaganda oficial do Estado assim como o carisma dos governantes faziam parte da política populista, com uma fachada democrática estimulada pela derrota do fascismo após a Segunda Guerra Mundial e a vitória do liberalismo. A principal característica do populismo é o apoio do líder político nas massas populares, vinculadas diretamente a ele, geralmente com laços de afetividade. Após a Segunda Guerra Mundial o mundo se encontra dividido em dois blocos, um constituído pelas nações capitalistas e outro pelas nações coligadas à União Soviética, e o mundo de uma maneira geral acabou se alinhando a uma dessas duas ideologias; é o período conhecido como Guerra Fria. Em linhas gerais, foi o conflito ideológico entre estas nações, e é neste contexto que o Brasil, por meio de um Tratado de Assistência Mútua de 1947, se vinculou aos EUA. Como consequência desta vinculação o Brasil rompeu ligações diplomáticas com a União Soviética (URSS) e decretou novamente ilegalidade do Partido Comunista Brasileiro, sendo que seus representantes, eleitos em 1946, perdem seus mandatos. Durante o governo de Eurico Gaspar Dutra uma nova constituição foi elaborada em 1946, em substituição a Constituição “Polaca” de 1937. A Constituição de 1946 retomava em partes as liberdades legadas pela constituição de 1934 e suprimidas pela de 1937; ela representa a vinculação do Brasil ao liberalismo vencedor da Segunda Guerra Mundial. Liberalismo que colocou o PCB na clandestinidade mais uma vez, considerado uma organização “estrangeira” implantada no Brasil e que se opunha à democracia ao defender a instalação da ditadura do proletariado. Eurico Gaspar Dutra. Entre as principais características da Constituição de 1946 podemos destacar: •• manutenção do federalismo e do presidencialismo, e do equilíbrio entre os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário); •• mandato presidencial de cinco anos; •• formação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), para investigar autoridades governistas; •• igualdade de todos perante a lei; •• fim da censura; Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 1 •• proibição de qualquer organização contrária à democracia; •• liberdade de manifestação de pensamento sem censura, a não ser em espetáculos e diversões públicas. No governo Dutra, implantou-se no Brasil uma política econômica liberal que se efetivou com a entrada maciça de capitais e bens de consumo não-duráveis estrangeiros, ou seja, uma completa abertura econômica que provocou déficit na balança comercial brasileira. Consequentemente o Brasil conheceu falências, desempregos, dívida externa e inflação. A intervenção do Estado na economia era restrita apenas aos setores considerados essenciais – saúde, alimentação, transporte e energia, concretizada no Plano SALTE de 1947. O plano apresentou, de concreto, a pavimentação da rodovia Rio-São Paulo, (atual Via Dutra), a abertura da rodovia Rio-Bahia e a instalação da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf). A abertura ao capital estrangeiro e aos bens de consumo importados quase esgotou as divisas brasileiras obtidas com o comércio durante a Segunda Guerra Mundial. Os anos após a Segunda Guerra Mundial foram marcados pelo crescimento da produção mundial (“capital internacional”) e expansão em direção de novos mercados, entre eles o Brasil. A economia brasileira, antes protegida pela intervenção do Estado, passa gradativamente a se inserir no mercado mundial. O governo democrático de Getúlio Vargas (1951-1954) Com o término do mandato do general Eurico Gaspar Dutra novas eleições foram convocadas, da qual Vargas sagrou-se vitorioso graças ao apoio dos trabalhadores. Diferentemente de seu antecessor, Vargas promoveu o nacionalismo econômico, que tinha como principais medidas a restrição às importações, limites aos investimentos estrangeiros e à remessa de divisas para o exterior. Uma das primeiras medidas deste projeto foi a criação do Banco de Desenvolvimento Econômico (BNDE) para incentivar a indústria nacional. Porém, a ação que mais chamou atenção no governo de Vargas foi a campanha “O Petróleo é Nosso” que resultou na criação da Petrobras, em 1953. Esta companhia estatal possuía o monopólio da extração e do refino do petróleo, para ampliar a rede energética brasileira. Autor desconhecido. •• liberdade religiosa; Refinaria da Petrobras em Duque de Caxias no Rio de Janeiro. PLANO SALTE Saúde Alimentação Transporte 2 EM_V_HIS_036 Energia João Goulart foi nomeado para o Ministério do Trabalho, aproximando-se dos movimentos trabalhistas por meio da duplicação do salário mínimo. Esta medida fez com que João Goulart, popularmente conhecido como Jango, fosse visto como o sucessor político de Vargas pelos trabalhadores. No entanto, esta atitude nacionalista não agradou a alguns setores tanto de dentro como fora do país. Neste período, os Estados Unidos cancelaram o acordo de desenvolvimento entre Brasil e os EUA, por intermédio do então presidente norte-americano Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Autor desconhecido. Dwight Eisenhower. Além da oposição das empresas estrangeiras e grupos petrolíferos contrários à Petrobras, Vargas contou ainda com a oposição de muitos oficiais das Forças Armadas, preocupados com a mobilização popular e com as medidas nacionalistas no Brasil. A UDN também foi um dos centros de oposição a Vargas, representando a voz da elite liberal brasileira, interessada na reabertura da economia. O comando da oposição udenista pertencia ao jornalista Carlos Lacerda, que com seu jornal Tribuna da Imprensa, lançava ofensas pessoais a Vargas, procurando desarticular um dos pilares da política varquista: a imagem. No dia 5 de agosto de 1954, ocorreu um atentado contra Carlos Lacerda que vitimou o major da Aeronáutica Rubens Vaz. Investigações posteriores apontaram o envolvimento do tenente Gregório Fortunato (o “Anjo Negro”), chefe da guarda pessoal de Vargas, acabando por incidir sobre Vargas não a autoria, mas o mandato pelo assassinato. Esse episódio ficou conhecido como o Atentado da Rua Toneleros. Carlos Lacerda e o Exército exigiram a renúncia de Vargas. Vargas se suicidou em 24 de agosto de 1954, após redigir sua “Carta Testamento”, gerando forte comoção nacional. Por todo o Brasil surgiam manifestações populares contra diretórios da UDN, jornais de oposição e a embaixada dos EUA no Brasil. A carta-testamento “Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam, não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo, principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. (...) A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. (...) Contra a justiça de revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencializarão das nossas riquezas através da Petrobras e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. (...) Tenho lutado mês a mês, dia-a-dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante (...). Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. (...). Eu vos dei a minha vida, agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.” Getúlio Vargas (CARONE, E . A Quarta República (1945-1964). São Paulo: Difel, 1980. p. 58-59.) O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) EM_V_HIS_036 Cenas de desespero popular no velório de Vargas. Após o suicídio de Vargas que tanto marcou e comoveu a população, o vice-presidente Café Filho assumiu o poder, garantindo eleições para o ano de Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 3 Juscelino Kubitschek. Visando esta modernização e crescimento econômico neste período percebemos a forte penetração de capitais estrangeiros e de empresas transna- 4 cionais, o que representou a adesão ao capitalismo internacional baseado na lógica do Tripé Econômico, ou seja, três formas distintas de investimento: o capital estatal que deveria investir em indústria de base e infraestrutura; o capital privado nacional que se responsabilizaria pela indústria de bens de consumo não-duráveis (têxteis, alimentos, bebidas) e o capital estrangeiro que representaria a indústria de bens de consumo duráveis (automobilística e de eletrodomésticos), além da indústria farmacêutica, garantindo dessa forma o desenvolvimento deste setor no país. Vale ressaltar, ainda, a construção das hidrelétricas de Furnas e Três Marias, a pavimentação de estradas e a criação da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste). Esta pretendia corrigir o desequilibrio no desenvolvimento das regiões, levando capitais para o Nordeste. Entretanto, um dos efeitos colaterais da política de JK foi a acentuação das distorções regionais, uma vez que a Sudene foi incapaz de zelar pelo desenvolvimento do Nordeste em equiparação com o Sudeste. Embora tenha sido extinta na década de 1990, recentemente o governo de Luiz Inácio Lula da Silva reativou a Sudene, numa nova tentativa de promoção do desenvolvimento na região. JK criou ainda o Geia (Grupo de Estudo da Indústria Automobilística) e construiu uma nova capital em Brasília, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e pelo urbanista Lúcio Costa e inaugurada em 21 de abril de 1960. A nova capital era uma das principais metas de seu plano econômico e seria um dos símbolos de um país que se desenvolvia. JK defendia que a nova capital deveria estar situada no interior do Brasil por uma questão de defesa de possíveis ataques estrangeiros, além da necessidade de ocupação do interior do Brasil. Apesar de ter contribuído muito para a ocupação do Centre-Oeste, a transferência da capital do Rio de janeiro para Brasília reduzia as pressões sobre o Governo Federal, uma vez que a sede da administração nacional passou a estar bem distante dos principais centros urbanos do país. Diante das transformações proporcionadas pela nova estruturação econômica do país percebemos como consequências da administração JK o desenvolvimento desigual do Brasil, devido a priorização do eixo Sul-Sudeste; a diversificação da atividade produtiva e a intensificação da industrialização brasileira, grande envio de recursos para o exterior, controle dos principais setores produtivos pelo capital estrangeiro, crise financeira provocada pelos inúmeros empréstimos no exterior e inflação. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_036 Autor desconhecido/ABr. 1955. Estas foram vencidas por Juscelino Kubitschek do PSD (presidente) e João Goulart do PTB (vice). Contudo, após as eleições e antes da posse dos eleitos, em 1955, Café Filho foi afastado por problemas de saúde, assumindo o presidente da Câmara, Carlos Luz adversário de Juscelino Kubitschek. Frente a esta situação, a UDN e setores da Marinha começaram a imaginar um golpe para impedir a posse dos candidatos eleitos. Contra os golpistas e a favor da garantia de cumprimento do determinado pelas eleições, Carlos Luz foi derrubado pelo Ministro da Guerra General Henrique Teixeira Lott, assumindo o presidente do Senado Nereu Ramos, que garantiu a posse de Juscelino. Este foi um governo de relativa estabilidade política devido à aliança PSD-PTB e o apoio das Forças Armadas, sob o comando do general Lott. No governo JK nasceu a ideologia do nacional-desenvolvimento, que representou uma fase de grande crescimento da economia, baseada na ordem do pós-guerra. Este projeto foi concretizado através do Plano de Metas que pretendia, em linhas gerais, fazer em 5 anos o que nenhum presidente havia feito em cinquenta anos. As áreas que JK pretendia atuar foram a energia, transporte, educação, indústria e alimentos. O governo de Jânio Quadros (31/01 até 25/08 de 1961) Autor desconhecido/ ABr. Juscelino Kubitschek conseguiu estabilizar o país politicamente, mas o entregou endividado a seu sucessor Jânio Quadros, que tomou posse em janeiro de 1961. Jânio Quadros, candidato da UDN, venceu o candidato indicado pela coligação PSD-PTB marechal Henrique Teixeira Lott, utilizando o populismo da campanha anticorrupção simbolizada por uma vassoura. Jânio Quadros. No campo econômico, para tentar sanear as combalidas contas do Estado, Jânio Quadros cortou subsídios estatais para a importação do trigo e do petróleo, porém só gerou mais inflação. EM_V_HIS_036 Num discurso populista e de certo tom moralista, Jânio apresentava-se como o “homem do tostão contra o milhão” que iria “sanear” a nação. Não bastasse o fato de Jânio ter conquistado o apoio maciço da classe média e de setores militares, Lott revelou-se um candidato desastroso que além de soar artificial em sua defesa do getulismo, era desprovido de oratória. Outras características do governo de Jânio merecem destaque como o seu conservadorismo cultural a partir da proibição das brigas de galo e do uso de biquínis no calçadão. Seu discurso de política externa “independente” era baseado num discurso autonomista em relação aos Estados Uni- dos que pregava o não-alinhamento automático e o restabelecimento de ligações diplomáticas com os países socialistas. O ponto alto desta política externa foi a condecoração do então Ministro da Economia cubana Ernesto Che Guevara com a Ordem do Cruzeiro, dentre outras medidas que tornavam sua forma de governar bem singular. Em tempos de Guerra Fria, as atitudes de Jânio deixaram as lideranças brasileiras assustadas com os rumos que o Brasil poderia tomar. Jânio governava sem base política: o PTB e o PSD dominavam o congresso, Lacerda passara para a oposição. Jânio não consultava a UDN e o país estava endividado. É neste contexto que no dia 25 de agosto de 1961, Jânio declarou sua renúncia, acreditando que vários setores sociais clamariam sua volta, afinal seu vice era ninguém mais, ninguém menos que João Goulart. Desde o governo de Vargas, Jango é considerado “líder da república sindicalista”, um comunista disfarçado de democrata e ainda por cima se encontrava numa visita oficial a China, comunista de Mao Tse-tung. Porém, os planos de Jânio deram errado e a sua renúncia foi aceita sem restrições. Jânio tinha acertado no tocante ao medo de certos setores sociais, como os militares, de que tomasse realmente posse e, desse modo, ministros militares tentaram impedir este acontecimento, declarando estado de sítio. É neste contexto que surgiu a Campanha da Legalidade, liderada pelo governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola, cunhado de Jango, com o apoio do 3.º Exército. Esta campanha correspondia à exigência do cumprimento da Constituição e comprometimento com a posse de Jango. A solução para o impasse foi a instituição do regime parlamentarista no Brasil através do Ato Adicional apresentado por Plínio Salgado, que teve seus poderes limitados. “(...) As forças armadas do Brasil (...) manifestam (...) a absoluta inconveniência, na atual, situação, do regresso ao país do vice-presidente, Sr. João Goulart. (...) Já ao tempo em que exercera o cargo de ministro do trabalho, o Sr. João Goulart demonstrava, bem às claras, sua tendências ideológicas, incentivando e mesmo promovendo agitações sucessivas e frequentes nos meios sindicais (...). E menos verdadeira foi a ampla infiltração (...) de ativos e conhecidos agente do comunismo internacional, além de incontáveis elementos esquerdistas. (...) Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 5 Na presidência da República, em regime que atribuiu ampla autoridade e poder pessoal ao chefe de governo, o Sr. João Goulart constituir-se-á, sem dúvida alguma, no mais evidente incentivo a todos aqueles que desejam ver o país mergulhado no caos, na anarquia, na luta civil. (...)”. (Manifestos dos ministros das três armas contra a posse de João Goulart, 30 de agosto 1961. CARONE, E. A Quarta República (1945-1964). São Paulo/Rio de Janeiro: Difel, 1980. p. 183- 184.) reformas de base vinham de grupos como as Ligas Camponesas lideradas por Francisco Julião, a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a CGT (Central Geral dos Trabalhadores), criada em 1962. Jango lançou em 1963 o Plano Trienal, que foi desenvolvido pelo economista Celso Furtado, Ministro do Planejamento, e tinha como principais características: •• controle da inflação por meio da criação da Sunab (Superintendência Nacional de Abastecimento); •• corte de gastos públicos; •• restrição ao crédito; O governo João Goulart (1961-1964) ABr/Autor desconhecido. O governo parlamentarista de Jango durou de 1961 até 1963. Durante este período, o Brasil teve como primeiros-ministros Tancredo Neves, Brochado da Rocha, ambos da UDN e Hermes Lima do PSB. Foi um período marcado por grande instabilidade política devido a greves e à pressão da população e de setores militares pelo retorno do presidencialismo e por reformas sociais urgentes. Por isso, em 1963 foi realizado um plebiscito que decidiu pela restauração do presidencialismo, após intensa campanha política liderada por João Goulart. João Goulart. 6 •• nacionalização de refinarias de petróleo; •• monopólio estatal sobre a importação de petróleo e seus derivados; •• restrição à emissão de lucros para o exterior; •• desapropriação de terras com mais de 100 hectares para reforma agrária. Essas reformas de base fizeram com que Jango sofresse forte oposição de industriais, militares, da classe média e do capital internacional, determinando sua aproximação aos movimentos de esquerda como as Ligas Camponesas, a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a CGT (Central Geral dos Trabalhadores). Neste prisma, convencido de que suas reformas de base não seriam aprovadas no Congresso, Jango organizou um comício no Rio de Janeiro, no dia 13 de março de 1964, onde agregou 200 mil pessoas, prometendo reforçar as reformas de base. Durante o comício entre milhares de bandeiras vermelhas e cartazes pedindo a legalização do PCB e urras de “Reforma Já”, Jango anunciou a assinatura de mais dois decretos. Um deles era quase simbólico e encampava em prol do Estado, refinarias de petróleo “particulares” que ainda não pertenciam à Petrobras. O segundo criava a Superintendência da Reforma Agrária (Supra), que desapropriava terras improdutivas localizadas à beira de estradas e ferrovias. EM_V_HIS_036 Após a restauração da forma presidencialista de governo, Jango conseguiu se manter pouco tempo no poder, pois vários foram os problemas enfrentados por ele, como a crise econômica provocada pela disparada da inflação. Pressões populares por •• congelamento de salários; Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Após Jango ter dito no comício de 13 de março que os “rosários da fé não podiam ser levantados contra o povo”, surgiu a 1.a manifestação da Marcha da Família com Deus e pela Liberdade realizado em 19 de março de 1964. Contando com cerca de 500 mil opositores (classe média, Igreja Católica, grandes proprietários e industriais) reunidos em São Paulo. 1. (UFMG) Observe esta figura: “O povo carioca atendeu ao chamado dos que pediam sua presença maciça nas praças públicas, na Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Um milhão, aproximadamente, de cariocas, fluminenses das cidades vizinhas e representações dos estados mais próximos (...) reuniram-se um dia após o término da grande crise nacional, numa das maiores demonstrações populares já vista no Rio. (...) Era a festa da vitória. (...) Grupos mais exaltados e tomados de fúria incendiaram o prédio da UNE, na praia do Flamengo (...). os mesmos grupos depredaram e incendiaram a Última Hora, Praça da Bandeira.” (TEIXEIRA, Francisco M. P. Brasil: História e Sociedade. São Paulo: Ática, 2000. p. 274.) Essa figura está relacionada: a) à campanha eleitoral de 1950, quando Getúlio se apresentou como um candidato democrático apoiado pela massa de trabalhadores. (O Cruzeiro, 10 abr. 1964.) b) à propaganda da Aliança Liberal, que defendia a coligação dos tenentes com a oligarquia gaúcha, tendo Getúlio Vargas como seu líder. c) ao culto do regionalismo político, que os órgãos de propaganda do Estado Novo alimentaram usando a origem gaúcha de Getúlio Vargas. d) ao movimento conhecido como queremismo, que, ao final do Estado Novo, uniu comunistas e trabalhistas na luta pela Constituinte com Getúlio. `` Solução: A 2. (PUC-SP) “1930: Vamos deixar como está para ver como fica. 1945: Vamos deixar como está para ver como eu fico.” (Máximas e Mínimas do Barão de Itararé. Rio de Janeiro: Record, 1987, p. 67.) As frases, atribuídas pelo humorista Barão de Itararé a Getúlio Vargas, são evidentemente uma brincadeira com o nome do presidente da República e com as EM_V_HIS_036 Entre 25 e 27 de março de 1964, o Motim dos Marinheiros representou a reunião de cerca de 1 200 marinheiros contra a punição dos diretores da Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais. O governo apoiou os marinheiros, o que acabou revoltando a alta cúpula militar. No dia 30 de março, em discurso no Automóvel Clube do Rio de Janeiro diante de 2 mil sargentos, Jango respondeu às críticas dos militares. Diante desta instabilidade política, o golpe foi iniciado em Minas Gerais no dia 31 de março de 1964, sob a liderança dos generais Olympio Mourão Filho e Carlos Luiz Guedes, contando logo com o apoio do governador de Minas Gerais Magalhães Pinto, da Guanabara Carlos Lacerda e de São Paulo Ademar de Barros, além de outras unidades militares em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Mediante a esta conjuntura, João Goulart partiu em 1.o de Abril de 1964 para Porto Alegre, refugiando-se no Uruguai. Ranieri Mazzili, presidente da Câmara dos Deputado, assumiu a presidência provisoriamente até a ascensão de Castelo Branco. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 7 diferenças políticas entre 1930 e 1945. As alusões à posição de Vargas em 1930 e em 1945 referem-se, respectivamente, à: a) ausência de uma proposta de reformulação constitucional e à tentativa de se manter na Presidência num contexto de redemocratização. b) aliança com a política café-com-leite e à candidatura presidencial, por via direta, de Vargas. 4. (UFMG) Nos governos latino-americanos caracterizados como populistas, “... os humilhados e ofendidos, os homens simples, ou LOS OLVIDADOS no sistema oligárquico, adquirem alguns direitos”. Esses direitos expressam o limite da participação política desses homens trabalhadores nas lutas relativas tanto aos problemas de classe quanto às questões nacionais. a) Defina Populismo. b) Identifique os direitos adquiridos pelos trabalhadores nos governos populistas latino-americanos. c) manutenção do modelo econômico de base agroexportadora e à política industrialista voltada à busca da autossuficiência nacional. d) reiteração da proposta federalista da Primeira República e à defesa de um Estado em que o poder estivesse centralizado nas mãos do presidente. e) dependência econômica em relação à Inglaterra e aos Estados Unidos e à tentativa de consolidar um Estado Nacional autônomo. `` a) Política estatal de manipulação das aspirações populares. b) A legislação trabalhista e a sindicalização. Solução: A c) Porque os sindicatos eram atrelados ao governo e a oposição reprimida. 3. (UERJ) Globalização e revisão das leis do trabalho “Engana-se quem vê na globalização apenas o obscuro mundo da mercantilização que leva a extremos despudorados na esfera das relações trabalhistas. É preciso reconhecer que há uma dinâmica social em andamento, da qual faz parte a busca de novas formas de diálogo entre empregados e empregadores. (...) É nesse quadro de referências (...) que se deve situar a preparação, pelo governo federal, de um projeto de lei de demissão temporária (lay off), na sequência de medidas anteriores destinadas a flexibilizar a legislação trabalhista – o contrato de trabalho por tempo determinado e o banco de horas. (...)” 5. (UFMG) Observe a charge. Nessa charge, faz-se referência: a) à política econômica do Governo Juscelino Kubitschek, responsável pelo ingresso do Brasil em uma nova fase da sua economia industrial e pela presença maciça de capital estrangeiro no país. (Folha de S.Paulo, 9 dez. 1998.) A base da legislação trabalhista que ainda hoje vigora, apesar da pressão de setores políticos e empresariais, como demonstra a matéria acima, foi fruto do seguinte momento da história brasileira: a) Redemocratização de 1946, quando se pôs abaixo a política sindicalista do Estado Novo. b) ao Plano Cruzado, adotado no Governo Sarney, responsável por uma relativa estabilidade de preços e pela escassez de produtos da cesta básica. c) à política econômica adotada por Getúlio Vargas no contexto do Estado Novo, responsável pela ampliação da oferta de produtos nacionais à população. b) República Velha, quando se instituiu a sindicalização de trabalhadores urbanos. c) Estado Novo, quando se implementou a Consolidação das Leis do Trabalho. d) ao Segundo PND, implementado no Governo Geisel, responsável pela construção de mega-estradas, como a Transamazônica, e outras obras faraônicas. d) Nova República, quando se garantiu a estabilidade por tempo de serviço. `` 8 Solução: C Solução: `` Solução: A Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_036 `` c) Explique por que, apesar dos direitos adquiridos, os trabalhadores encontraram limitações à sua participação política nos governos populistas. 6. (UERJ) Existem dois países, entre os quais é difícil distinguir o verdadeiro; na fazenda do interior, o homem do campo trabalha de enxada e transporta uma colheita insignificante em carroças rangentes (...); na cidade de São Paulo, a cada hora termina-se um prédio. (LAMBERT, Jacques. Os dois Brasis. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1984.) Meta de faminto 1. (UERJ) Na década de 1950, a onda nacionalista latino-americana foi contida pelo imperialismo norte-americano, estimulando golpes militares, articulando oligarquias ao grande capital. Dentre as medidas adotadas pela Aliança para o Progresso como forma de afastar o perigo vermelho, podemos citar: a) estimulo à industrialização capitaneada por um nacionalismo exacerbado. b) aproximação dos países da América Latina objetivando o combate ao comunismo. c) política de reformas econômicas e sociais estimulando os investimentos estrangeiros. d) fortalecimento da luta nacionalista em favor do progresso evitando qualquer intervenção do imperialismo. e) superação do estágio do subdesenvolvimento fomentando a criação de um estado revolucionário popular. 2. (Cesgranrio) Na década de 1950, durante o segundo governo de Getúlio Vargas (1950-1954), setores da sociedade brasileira se mobilizaram numa campanha: JK - Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em estradas pavimentadas com asfalto brasileiro, com gasolina brasileira. Que mais quer? JECA - Um prato de feijão brasileiro, seu doutô! (THÉO, 1960. In: LEMOS, Renato. Uma História do Brasil através da Caricatura. Rio de Janeiro: Bom Texto, Letras e Expressões, 2001.) O texto e a charge representam, de formas diferentes, um dos principais dilemas do desenvolvimentismo no governo Juscelino Kubitschek, durante a 2.a metade da década de 1950. A alternativa que melhor apresenta esse dilema é: a) os contrastes culturais e educacionais entre as elites paulistas e nortistas. b) a desigualdade política e ideológica entre as oligarquias nordestinas e sulistas. c) a defasagem histórica e tecnológica entre o setor petrolífero e o agroexportador. d) as disparidades econômicas e sociais entre os setores agrário e urbano-industrial. EM_V_HIS_036 `` Solução: D a) por uma política externa independente, que fez com que o Presidente criasse, sem a ajuda de capitais estrangeiros, a Companhia Siderúrgica Nacional. b) pela nacionalização da pesquisa, exploração e refino do petróleo, que culminou com a criação da Petrobras, símbolo do nacionalismo econômico. c) que exigia reformas de base, forçando o Congresso a votar leis que permitissem a reforma agrária o a nacionalização das empresas estrangeiras. d) pela entrada sem restrições do capital estrangeiro no país, que culminou com a formulação, por setores governamentais, do Plano de Metas. e) pela modernização tecnológica do país, que resultou no investimento estatal em novas fontes de energia e na criação de usinas nucleares. 3. (Cesgranrio) Tendo em vista o processo de democratização iniciado em 1946 no Brasil, pode-se afirmar que foi o resultado: a) das pressões populares, especialmente de setores médios, identificados com a ideia de um Estado centralizador. b) do ambiente internacional pós-Segunda Guerra Mundial, favorecendo o aparecimento de períodos de redemocratização oposto às formas autoritárias. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 9 c) da liberdade partidária, da economia de mercado e da industrialização – alguns dos fatores que favoreceram a redemocratização dirigidas por Getúlio Vargas. A charge da revista ilustra: a) os conflitos do governo de Getúlio Vargas com as companhias norte-americanas para nacionalizar a extração e produção de petróleo. d) da liberdade de imprensa, da autonomia sindical e das novas alianças políticas (UDN/PTB e PSD/ PCB), criando um clima propício para o processo de democratização brasileiro. b) a pressão de empresas internacionais contra o processo de nacionalização do petróleo brasileiro, intensificado após a Segunda Guerra Mundial. c) a crise de produção de petróleo, após a Segunda Guerra Mundial, que levou as “sete irmãs” a exigirem a desnacionalização da produção no Brasil. e) da reestruturação do Estado através da revisão de sua política industrial, associada à construção de uma capital federal (Brasília). d) o momento da criação da Petrobras, com o apoio das companhias de petróleo internacionais, interessadas em explorar o solo brasileiro. 4. (Unirio) A redemocratização do Brasil, em 1945, e o fim da Segunda Guerra Mundial consolidaram uma política externa, já esboçada durante o conflito Mundial, que pode ser caracterizada pelo(a): a) “pragmatismo responsável”, no qual os interesses econômicos prevaleceram sobre as posições políticas. b) alinhamento aos Estados Unidos e ao Bloco Capitalista no contexto da Guerra Fria. c) “política externa independente”, que priorizava a aproximação com as antigas colônias recém-independentes. d) valorização da integração e formação de blocos, dentro de uma concepção latino-americanista. e) aproximação com os países europeus, visando recuperar os mercados perdidos durante a Segunda Guerra. 5. (Unirio) A criação da Petrobras, empresa controlada pela União e administradora do monopólio do petróleo, foi representativa da política econômica adotada por Getúlio Vargas (1951-1954), que: a) atraiu capitais estrangeiros para acelerar o crescimento industrial. b) imprimiu ao país uma orientação nacionalista. c) priorizou o crédito ao setor agrícola através do BNDE. d) contou com amplo apoio do empresariado nacional e multinacional. e) sofreu severa oposição dos sindicatos contrários ao apoio dispensado ao empresariado. 6. (Fuvest) e) as dificuldades de extração de petróleo pela Petrobras que foi obrigada a recorrer ao capital e a técnicos estrangeiros. 7. (Fuvest) “Bota o retrato do velho outra vez Bota no mesmo lugar O sorriso do velhinho Faz a gente se animar, oi Eu já botei o meu E tu não vais botar? Já enfeitei o meu E tu vais enfeitar? O sorriso do velhinho Faz a gente trabalhar” (PINTO, Mário; LOBO, Haroldo. Retrato do Velho.) Esse samba, muito popular na época, foi utilizado como instrumento de propaganda pelo movimento político que visava ao retorno do seu líder. Identifique esse movimento e seu líder. a) Jacobinismo e Floriano Peixoto. b) Monarquismo e D. Pedro II. c) Janismo e Jânio Quadros. d) Queremismo e Getúlio Vargas. e) Tenentismo e Luís Carlos Prestes. 8. (Mackenzie) “O suicídio de Getúlio exprimia desespero pessoal, mas tinha também profundo significado político.” Assinale a alternativa que justifique a afirmação acima. a) Oferecer apoio moral à chamada República do Galeão. 10 (Careta, 18 nov. 1948.) b) Favorecer o golpe militar liderado pelos “purificadores da democracia”; Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_036 (Bóris Fausto) c) Possibilitar a ascensão das forças políticas lideradas por Carlos Lacerda; c) O agravamento do quadro econômico com a ascensão da inflação. d) Mobilizar as massas populares em defesa do populismo e inviabilizar os objetivos das forças de oposição; d) A politização crescente de vários movimentos sociais, como as Ligas Camponesas. e) Impedir a sucessão pela via legal, fortalecendo os comunistas. 9. (Cesgranrio) A famosa portaria 113 da Sumoc, Superintendência da Moeda e do Crédito, do Ministério da Fazenda, na gestão de Café Filho, foi uma das bases para a implantação dos “cinquenta anos em cinco” de JK porque: a) possibilitou a ampliação das exportações brasileiras para atrair divisas. b) atraiu investimentos estrangeiros para o setor agroindustrial, que precisava modernizar-se. c) inseriu o Brasil no mercado econômico internacional, por alterar as taxas cambiais. 12. (Cesgranrio) A política desenvolvimentista, associada ao governo Juscelino Kubistschek pode ser representada pela: a) mudança da capital para o interior como ação de integração econômica e política. b) criação do Estado do Acre e incentivo à construção de rodovias e crescimento da indústria automobilística. c) ampliação do poder do legislativo através da descentralização política com a criação do voto distrital. d) possibilitou a atração do capital estrangeiro associado ao capital nacional. d) modernização do interior do Brasil através da criação de incentivos ao desenvolvimento industrial e a integração dos mercados do sul através da construção de ferrovias. e) diminuiu a oferta de moedas e dificultou a concessão de empréstimos para conter a inflação. e) expansão do poder executivo, com a instauração das salvaguardas constitucionais. 10. (Cesgranrio) No governo de João Goulart, as chamadas reforma de base foram motivos de muitas discussões. Dentre elas, a mais polêmica foi a reforma agrária, que não estava intimamente ligada: 13. (Cesgranrio) Durante o governo do presidente Jânio Quadros foram alteradas as diretrizes da política externa. Essas alterações ficaram conhecidas como: a) à falta de correspondência entre desenvolvimento econômico e estrutura da propriedade da terra. a) política externa independente, com aproximação comercial e cultural dos países africanos, especialmente os de língua portuguesa. b) ao favorecimento do desenvolvimento capitalista nacional, com o aumento das áreas cultivadas no país e da diminização do mercado interno que daí resultaria. b) política externa independente, com aproximação cultural e econômica dos países da Europa Central e Ocidental. c) à redistribuição da propriedade da terra, compromisso assumido pelo governo com os trabalhadores rurais. c) política externa independente, com aproximação comercial e industrial, dos países comunistas. d) à justiça social no campo com a defesa dos interesses dos camponeses no acesso à propriedade de terras. e) à transformação dos camponeses em trabalhadores assalariados, com a consequente elevação da produtividade agrícola e dos investimentos no setor. 11. (Cesgranrio) O golpe que derrubou o Presidente João Goulart, em 1964, representou a culminância de uma crise iniciada no final da década anterior. Assinale a opção que não apresenta um elemento dessa crise. EM_V_HIS_036 e) Os movimentos de indisciplina militar de marinheiros e sargentos. a) O apoio da maioria conservadora do Congresso Nacional ao programa de reformas de base. b) As resistências à posse de João Goulart, quando da renúncia de Jânio Quadros. d) política externa dependente, com definição do pragmatismo econômico sob a direção americana. e) política externa dependente, com aproximação comercial e cultural dos países latino-americanos. 14. (Unirio) A preocupação desenvolvimentista da política econômica brasileira na década de 50 deste século pode ser corretamente relacionada à: a) restrição à entrada de capital estrangeiro adotada pela Sumoc durante o governo Café Filho. b) integração do território nacional através de ferrovias e ao favorecimento da pecuária, previstos no programa de Juscelino Kubitschek. c) abertura dos setores de infraestrutura ao capital privado. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 11 d) política de distribuição de renda, através de mecanismos de proteção aos trabalhadores como o FGTS e o PIS. e) criação de órgãos voltados para o desenvolvimento regional como a Sudene. 15. (Cesgranrio) A política de relações internacionais do Estado brasileiro contemporâneo teve entre seus marcos o(a): a) não-alinhamento à Guerra Fria, definido na Conferência do Rio de Janeiro, em 1947. b) afastamento dos Estados Unidos depois de 1964, quando os militares adotaram uma política terceiro-mundista. c) criação do Mercosul com a Argentina, tendo a integração dos países sido iniciada no contexto da Independência. d) valorização do Nafta como forma de integração continental, recebendo o Brasil apoio dos EUA à sua candidatura para a Conselho de Segurança da ONU. e) política externa independente a partir do início do governo Jânio Quadros, reaproximando o Brasil dos países do bloco socialista. 16. (UERJ) A política dos bilhetinhos é uma das características do governo Jânio Quadros (1961), que foi marcado por uma: Jânio e os bilhetinhos 1. (UERJ) Morte e Vida Severina João Cabral de Melo Neto E somos Severinos iguais em tudo na vida morremos de morte igual mesma morte Severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia. O canto das populações mais pobres, notadamente no campo, explica, em parte, o êxodo rural e a concentração urbana de meados do século XX na América Latina. Esse processo desenvolveu mudanças em vários níveis, dando origem ao que se convencionou denominar de populismo. A alternativa que caracteriza o populismo é: a) expressou a participação autônoma das classes trabalhadoras, tanto rurais quanto urbanas. b) rompeu com a histórica tradição da intervenção militar nos governos latino-americanos. c) recebeu forte apoio norte-americano, interessado na abertura que se realizou ao capital estrangeiro. d) contou com a liderança dos setores agroexportadores, como forma de se recuperar das consequências da crise de 1929. e) deu forma a um Estado administrador do conflito social, absorvendo e cooptando o trabalhador dentro de um projeto nacionalista. Jânio Quadros. São Paulo: Brasiliense, 1993.) a) forma descentralizada de governo, concretizada pela delegação de poderes. b) aliança com grupos de esquerda, exemplificada pela condecoração de Che Guevara. c) integração ao projeto populista de governo, apoiada pelos partidos getulistas PSD e PTB. a) os novos partidos surgiram dos movimentos de oposição reprimidos durante o Estado Novo. b) os partidos eram representativos apenas das populações e lideranças urbanas mais politizadas. c) o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) reuniu as principais lideranças do movimento operário sob a influência do socialismo soviético. d) ação moralizadora de combate à corrupção, acrescida do estilo personalista do presidente. 12 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_036 (BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. O Governo 2. (Unirio) O fim do Estado Novo e o processo de redemocratização do país criaram novas estruturas partidárias que não representavam, em sua totalidade, uma ruptura com a Era Vargas porque: d) o PSD (Partido Social Democrático) foi organizado com base nas administrações estaduais do próprio Estado Novo. 5. (UFSM) e) a UDN (União Democrática Nacional) agregou os diversos grupos políticos e sociais ligados a Getúlio Vargas. 3. (UERJ) O ano de 1946 traz de volta as eleições para o cenário político brasileiro, com o fim do Estado Novo. O governo Dutra (1946-1951), contudo, reflete sua participação nos quadros da Guerra Fria, caracterizada pela Doutrina Truman e pelo Plano Marshall. a) Explique o significado do Plano Marshall, relacionando-o ao surgimento da Guerra Fria. b) Cite dois acontecimentos ocorridos durante o governo Dutra que evidenciem a influência do contexto da Guerra Fria. 4. (UFES) Desastre no Paraná: 4 milhões de litros de óleo no ambiente “Até quando? Petrobras - Acidentes acontecem, mas a paciência tem limite!” (Superinteressante, n. 8, agosto, 2000, p. 26) O Espírito Santo na corrida do petróleo “Os novos desafios estão lançados. Na corrida do petróleo, a Petrobras procura definir sua linha de atuação no Estado.” (Talismã, edição 32, 2000, p. 11) As citações acima referem-se aos problemas que a Petrobras vem enfrentando e ao propósito de ampliar sua atuação no Espírito Santo. A Petrobras foi criada na década de 1950, no seguinte contexto: a) Estado Novo, decretado por Getúlio Vargas, com base no autoritarismo político e no nacionalismo econômico. (DOMINGUES, Joelza E.; FIUSA, Layla P. L. História: o Brasil em foco. São Paulo: FTD, p. 281.) No período que antecedeu o suicídio de Vargas, o jornal Tribuna da Imprensa, ostensivamente antigetulista, apresentava manchetes que refletiam o(a): a) crise do modelo agroexportador e o início de uma campanha pró-desenvolvimento industrial no país, com base exclusiva no capital nacional. b) pressão da oposição conservadora para pôr fim ao nacionalismo econômico em prol de uma política mais adequada aos interesses do capital oligopolista. c) descontentamento popular com a política nacionalista de Vargas. d) fim do pacto populista no Brasil, resultando na eleição de Juscelino Kubitschek pelas forças contrárias a Vargas. e) fim do acordo de Vargas com a União Democrática Nacional (UDN) e a sua aproximação com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). 6. (UFRJ) b) governo de João Figueiredo, cuja política populista previa a prospecção petrolífera em várias partes do Brasil. c) presidência de Getúlio Vargas, eleito pelo voto no seu segundo governo, com grande apelo nacionalista. EM_V_HIS_036 d) governo de Juscelino Kubitschek, marcado pelo antinacionalismo e voltado para os interesses norte-americanos no setor automobilístico. e) governo provisório de Getúlio Vargas, numa situação de colaboração ao esforço de guerra imposto pelos ingleses e americanos. Parlamentares comunistas protestam a cassação dos seus mandatos. Câmara dos Deputados - Rio de Janeiro - Foto DSP. “… últimas horas que me restam aqui, para abordar (…) o quadro (…) de misérias, de sofrimento das populações pobres do Brasil. (…) O Presidente da República entende que a solução dó problema da fome e da miséria, no Brasil, consiste, exclusivamente, em combater os comunistas, Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 13 (Gregório Bezerra (12 de janeiro de 1948). Nosso Século – 1845/1960.) 7. O discurso proferido por Gregório Bezerra é o último do PCB na Câmara dos Deputados, em virtude da cassação do partido e seus parlamentares no Governo Dutra (1946/51), no auge de uma ampla campanha anticomunista. Explique uma razão externa para a política anticomunista do Governo Dutra. (Mackenzie) Getúlio Vargas, dono de enorme carisma, era acusado de ditador pelos liberais, de representante do populismo latino-americano e ainda de último dos caudilhos. Em qualquer hipótese, Vargas marcou a história do século XX no Brasil porque: a) fez a transição do Brasil rural para o urbano através de uma política de defesa do Estado na vida econômica e a incorporação das massas urbanas no processo político. b) marcou sua longa trajetória por um estilo antinacionalista, antidemocrático e antipersonalista. c) eliminou drasticamente o coronelismo e a economia agrária. d) defendeu um Estado descentralizado e sem participação na economia, voltado para a industrialização. e) durante a Segunda Guerra, desde o início, manteve-se ao lado dos aliados, combatendo o fascismo. 8. (Cesgranrio) Durante a presidência de Harry Truman (1945-1953), criou-se a Doutrina de Segurança Nacional, cujo objetivo era conter o avanço do comunismo no mundo. Na Europa, adotou-se o Plano Marshall. Na América Latina, os Estados Unidos buscaram uma política de alianças, cuja expressão foi o(a): a) Pacto Andino. b) Tratado Interamericano de Assistência Recíproca. c) Tratado de Bryan-Chamorro. d) Tratado de Guadalupe-Hidalgo. e) Primeira Conferência Panamericana. 14 9. (UFRJ) “(…) Como é do conhecimento geral, foi hoje promulgada uma nova Constituição Federal, estatuto que os órgãos competentes na matéria consideram melhor atender às exigências do momento atual. Percebendo as lacunas e os defeitos do Estatuto de 1934 (Constituição), inspirado em princípios que colidem com a agitação mundial a que não podemos fugir, novos rumos são traçados ao nosso regime democrático, (agora) melhor aparelhado para a continuidade federativa. (…) Teremos força e coesão para cumprir as atribuições que nos são próprias em defesa da ordem interna, da integridade política, da soberania nacional. E esta a nossa missão”. Rio de Janeiro,10 de novembro de 1937 Eurico Gaspar Dutra, Ministro da Guerra. (CARONE, Edgard. A Segunda República (1930-1937). São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1973. p. 76-78.) O trecho acima foi extraído da proclamação do General Eurico Gaspar Dutra ao Exército e às Forças Armadas; procura explicar a situação vigente, em âmbito nacional e internacional, posicionando-se em face dela e do golpe de Estado que resultou na decretação da Constituição de 1937. O texto contém vários elementos ligados à crise da sociedade liberal do Mundo Ocidental Capitalista. Identifique e analise dois elementos do texto ligados à situação interna brasileira, articulando-os a dois outros vinculados à situação internacional, seja no continente americano, seja na Europa. 10. (Cesgranrio) O desenvolvimento foi um dos elementos de maior importância nos debates políticos e intelectuais ocorridos no Brasil, a partir da década de 40, sendo também a preocupação das políticas governamentais do período. Assinale a opção que não expressa uma política governamental no período. a) O segundo governo de Getúlio Vargas (1951-1954) imprimiu um caráter nacional ao desenvolvimentismo com restrições ao capital estrangeiro e criação de empresas estatais. b) Os “cinquenta anos em cinco”, slogan do Programa de Metas de JK, caracterizado por um rápido crescimento industrial, foi facilitado pela atração de capitais estrangeiros. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_036 cassando (-lhes) os mandatos (…). Nós, os deputados comunistas, aqui voltaremos. Saímos empurrados pela reação, mas voltaremos a este plenário, conduzidos nos braços do povo e do proletariado.” c) A política desenvolvimentista, em todas as suas etapas, foi acompanhada por crescente interferência do Estado no domínio econômico através da formulação de planos, criação de agências de financiamento e de empresas estatais. d) A abertura da economia brasileira ao capital estrangeiro, a partir do Estado Novo, com a participação dos Estados Unidos no desenvolvimento da siderurgia, foi o principal fator de estímulo ao desenvolvimento brasileiro. e) As empresas estatais de grande porte criadas no período, como a Vale do Rio Doce, a Petrobras e a Eletrobras, colocavam sob o controle do governo setores de base considerados estratégicos, que exigiam vultosos investimentos. 11. (UFRJ) “A ideologia do desenvolvimento tem necessariamente de ser um fenômeno de massas. (...) o processo de desenvolvimento é função da consciência das massas. (...) a ideologia do desenvolvimento tem de proceder da consciência das massas.” (PINTO, Álvaro Vieira. Consciência e Realidade Nacional. Rio: ISEB, 1960.) “... a revolução modernizadora de 1964 fundamenta toda a sua doutrina estratégica no binômio do desenvolvimento e da segurança, reconhecido desde logo que, em essência, o primeiro é dominante (...) para a nação brasileira (...).” (GEISEL, E. Discursos. Brasília: Assessoria de Imprensa da Presidência da República, 1976.) A ideia de desenvolvimento está presente nos dois textos acima, representativos de dois momentos históricos distintos, os dos governos João Goulart (1961-1964) e Ernesto Geisel (1974-1979), respectivamente. Em ambos, essa ideia refere-se a projetos políticos orientados por concepções bem definidas no que diz respeito aos compromissos sociais desses governos. a) Indique uma iniciativa do governo João Goulart que evidencie seu projeto de desenvolvimento. b) Compare as visões dos projetos de desenvolvimento expressas nos documentos apresentados. 12. (Unirio) A história brasileira no início dos anos 60, culminando com o Golpe de 1964, foi marcada por uma sucessão de problemas dentre os quais está a: EM_V_HIS_036 a) política de estabilização econômica adotada no governo João Goulart. b) manifestação militar a favor da renúncia de Jânio Quadros e pela posse de João Goulart. c) rápida tramitação no Congresso Nacional do programa de “Reformas de Base”. d) oposição dos setores conservadores, inclusive expressiva parcela das forças armadas, ao presidente João Goulart. e) opção parlamentarista de João Goulart, sustentada na aliança do governo federal com os governadores estaduais. 13. (PUC-Rio) “Em comparação com o governo Vargas e os meses que se seguiram ao suicídio do presidente, os anos JK podem ser considerados de estabilidade política. Mais do que isso, foram anos de otimismo, embalados por altos índices de crescimento econômico, pelo sonho realizado da construção de Brasília. Os “cinquenta anos em cinco” da propaganda oficial repercutiram em amplas camadas da população”. (FAUSTO, Bóris. História do Brasil.) Tendo como referência o texto anterior: a) identifique uma característica do jogo político que possibilitou a estabilidade dos anos JK. b) relacione o lema “cinquenta anos em cinco” ao Plano de Metas e à definição nacional-desenvolvimentista da política econômica, utilizando ao menos dois exemplos. 14. (PUC-Rio) O desenvolvimento econômico nacional foi um tema central dos debates políticos que, no início dos anos sessenta, mobilizaram diversos grupos sociais e os governos brasileiros da época. Particularmente, durante o governo João Goulart, esta temática figurou em projetos que a associaram à possibilidade de criação de uma ordem política democrática no Brasil. O movimento militar que ocasionou a deposição do presidente João Goulart, em 1964, por seu turno, acabou por implementar ações que redirecionaram tais perspectivas de desenvolvimento econômico. Identifique duas propostas do Governo João Goulart (1961-1964), relacionadas à associação entre desenvolvimento econômico e democracia. 15. (PUC-Rio) Os anos sessenta demarcaram, no cenário internacional, um período de contestação social e de manifestação de variadas utopias políticas. No Brasil, houve a emergência de um intenso debate entre projetos de ação reformista e revolucionária. Com relação a esses projetos, no Brasil, é correto afirmar que: a) o debate sobre a questão agrária intensificou-se durante o governo de João Goulart (1961-1964), cuja proposta de Reforma Agrária, inserida no programa de reformas de base, recebeu críticas tanto de setores de direita quanto de esquerda. b) as discussões sobre reforma universitária orientaram boa parte das ações da União Nacional dos Estudantes, contrária às propostas do governo João Goulart Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 15 c) as ações do movimento negro, inspiradas nas lutas de descolonização do continente africano, conduziram à organização de núcleos antirracistas, destinados à promoção de ações revolucionárias e terroristas. d) intelectuais e artistas, adeptos de manifestações culturais politicamente engajadas, tornaram-se, a partir do golpe militar de 1964, as principais lideranças da resistência armada contra o novo regime. e) os resultados positivos alcançados pela Política Externa Independente garantiram sua manutenção pelos governos militares, aprofundando o intercâmbio comercial com os países do Leste Europeu. 16. (Cesgranrio) “Tenho neste momento como razão de maior orgulho poder entregar a V. Ex. o governo da república em condições muito diversas daquelas em que o recebi, no tocante à estabilidade do regime. Está consolidada entre nós a democracia e estabelecida a paz...” (KUBITSCHEK, Juscelino. Meu Caminho para Brasília. Rio de Janeiro: Bloch, 1978. p. 451. v. 3.) No ano de 2002, o país comemorou o centenário de nascimento de Juscelino Kubitschek, o presidente em cujo mandato se mantiveram instituições estáveis e democráticas. O período imediatamente anterior à sua posse foi marcado por crises sucessivas, bem como o governo que o sucedeu. As condições de instabilidade a que o presidente se referia, no trecho acima, ocorreram no período em que: a) uma conspiração udenista, após a morte de Vargas e o governo de Café Filho, tentou impedir a posse dos eleitos, a qual acabou sendo garantida pelo então Ministro da Guerra. b) sua política desenvolvimentista, marcada pelo slogan “cinquenta anos em cinco”, levou a um processo inflacionário acelerado e ao seu consequente desprestígio. c) o presidente Jânio Quadros, eleito por esmagadora maioria, procurava aproximar-se dos países socialistas, em busca de empréstimos externos. d) o vice-presidente João Goulart, submetido ao sistema parlamentarista, então instituído, assumiu o governo, face à renúncia de Jânio Quadros. e) os governos militares, tentando implementar a indústria de base no Brasil, foram acusados de forte internacionalização da economia, pela entrada das multinacionais no mercado brasileiro. 16 17. (UERJ) Varre, varre, varre, varre, vassourinha. Varre, varre a bandalheira, Que o povo já está cansado De sofrer desta maneira. Jânio Quadros é a esperança deste povo abandonado. (Nosso Século. São Paulo: Abril Cultural, 1980.) Esse “jingle” acompanhou o candidato Jânio Quadros durante a sua campanha à presidência da República, em 1960. A letra sintetiza a seguinte política de resolução dos problemas da época: a) a austeridade do governo e o controle dos gastos públicos conteriam a inflação e a corrupção oficial. b) a disputa de mercados externos e a ideologia nacionalista aumentariam o superávit comercial e a geração de renda. c) o atendimento à economia popular e à produção de alimentos baixariam o custo de vida e os gastos do governo. d) a defesa dos interesses nacionais e a adoção de uma política externa independente gerariam emprego e novas possibilidades econômicas. 18. (UFF) Bossa-nova mesmo é ser presidente / Desta terra descoberta por Cabral / Para tanto basta ser tão simplesmente/ Simpático, risonho, original. / Depois, desfrutar da maravilha / De ser o presidente do Brasil / Voar da “velhacap” pra Brasília / Ver o Alvorada e voar de volta ao Rio. / Voar, voar, voar, / Voar, voar pra bem distante / Até Versailles, onde duas mineirinhas / Valsinhas, dançam como debutantes / Interessante. / Mandar parente a jato pro dentista / Almoçar com o tenista campeão / Também pode ser um bom artista / Exclusivista / Tomando, com Dilermando, umas aulinhas de violão. / Isso é viver como se aprova / É ser um presidente bossa-nova / Bossa-nova / Muito nova / Nova mesmo / Ultra nova. (CHAVES, Juca. Presidente Bossa-nova. In: História da Música Popular Brasileira. São Paulo: Abril Cultural, fascículo e LP n. 41.) Essa letra de música deixa transparecer uma crítica política ao presidente Juscelino Kubitschek, bem Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_036 de favorecer, além da extinção da cátedra, a privatização de estabelecimentos públicos de ensino. como o clima de inovação que marcou a história do Brasil a partir da segunda metade dos anos 50. Assinale a opção que faz alusão a movimentos culturais brasileiros deste período. a) A construção de Brasília representou a associação entre os ideais dos movimentos culturais brasileiros que tinham como inspiração a cultura americana do pós-guerra. b) A euforia promovida pelo Plano de Metas, que prometia um crescimento de nossa economia na base de “50 anos em 5”, favoreceu a emergência do movimento conhecido como “Jovem Guarda” liderado por Roberto Carlos. c) A década de 1950 abriu caminho para o desenvolvimento da música nordestina que se transformou, nos anos 1960, em referência nacional. d) O nacional-desenvolvimentismo deste período sepultou a cultura brasileira, mediante a imposição dos padrões culturais hollywoodianos. e) O nacional-desenvolvimentismo vigente neste período originou manifestações culturais como o cinema novo, a bossa-nova e o teatro político. 19. (UFF) Como decorrência do Plano de Metas da gestão JK, o país entrou, desde fins da década de 1950, num dos mais tumultuados momentos de sua história. Nesse contexto, inúmeros movimentos sociais ganharam fôlego, demonstrando a insatisfação com a situação vigente. a) Cite a principal forma de organização dos movimentos rurais verificados no período entre os anos 1950 e início dos anos 1960, no Brasil. EM_V_HIS_036 b) Explique o papel dos movimentos rurais de oposição e de que forma se articularam com os movimentos sociais urbanos, no processo que originou o Golpe Militar de 64. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 17 1. B 1. E 2. B 2. D 3. B 3. 5. B 6. B 7. D 8. D 9. D 10. E 11. A 12. A a) O Plano Marshall (1947) – ajuda financeira para a reconstrução das economias europeias – tinha como principal objetivo conter o avanço das ideias socialistas no território europeu. Com a Europa empobrecida após a destruição da Segunda Guerra Mundial, a possibilidade do crescimento dos partidos de esquerda e dos movimentos sociais de contestação era muito grande. A conjuntura internacional cada vez mais demonstrava que a disputa pelo poder estava bipolarizada ideologicamente entre os EUA e a URSS (Guerra Fria). b) Rompimento de relações diplomáticas com a URSS; 13. A Fechamento do Partido Comunista; 14. E Cassação de parlamentares do Partido Comunista. 15. E 18 16. D 4. C 5. B Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_036 4. B 6. O motivo foi o início da Guerra Fria, conflito ideológico entre o bloco capitalista (liderado pelos EUA) e o bloco socialista (liderado pela URSS). O governo brasileiro aderiu ao bloco capitalista, tomando medidas anticomunistas. 7. b) O Plano de Metas visava estimular o desenvolvimento brasileiro, através principalmente, do incentivo ao setor industrial. Para tanto, buscou conjugar capitais estatais, capitais privados nacionais e capitais estrangeiros, favorecendo a entrada destes últimos por meio de diversos mecanismos cambiais e tributários. Nesse sentido, o governo JK se diferenciou da perspectiva nacionalista característica do segundo governo Vargas, ao enfatizar o binômio ordem e desenvolvimento. No entender do presidente e de sua equipe; o atraso econômico poderia ser superado através de maciços investimentos em setores fundamentais, tais como o de infraestrutura (estradas, portos, hidrelétricas etc.), o de indústria de base (siderúrgicas, metalúrgicas) e de bens de consumo não duráveis (indústria automobilística, indústria eletroeletrônica etc). A 8. B 9. O texto critica (...) os defeitos do Estatuto de 1934 (Constituição) (...)â de base liberal que permitiu a formação da ANL (Aliança Nacional Libertadora) de base socialista e antifascista, responsável pela revolta conhecida como Intentona Comunista de 1935€. A reação do governo Vargas foi o Golpe do Estado Novo gerando um governo autoritário retratado na Constituição de 1937, conforme demonstrado no texto quando afirma que (...) novos rumos são traçados (...) Esta ação articula-se com o contexto internacional no qual a Crise de 1929 enfraqueceu o Liberalismo, verificando-se a ascensção das forças fascistas, na Italia e na Alemanha (conforme nossa Carta de 37) e socialistas, na URSS. 10. D 11. a) A formulação do Plano Trienal, regulamentação do Código Brasileiro de Telecomunicações (nacionalização dos serviços), criação da Eletrobras, concessão à Petrobras do monopólio de fornecimento de derivados de petróleo aos órgãos de governo, autarquias e estatais, proibição do registro de financiamento estrangeiro para a importação de máquinas e equipamentos que a indústria nacional pudesse fabricar, inauguração Usiminas e Cosipa. •• a Legalização dos sindicatos rurais; tolerância em relação à CGT (Comando Geral dos Trabalhadores); b) O projeto do governo João Goulart, expressa um momento de forte pressão dos mais diversos setores da sociedade por reformas, diante das transformações que ocorrem no Brasil a partir do governo JK. •• a Formulação do Plano Trienal (como um pacto para a viabilização das reformas). 15. A O projeto do governo Geisel fundamentado no binômio desenvolvimento e segurança, evidencia a estreita ligação entre o regime militar e o capital externo, sobretudo norte-americano. 12. D •• a Proposta das Reformas de Base: reforma agrária, reestruturação da universidade, reforma tributária (inversão na carga de impostos), reforma bancária (crédito para pequenos e médios proprietários), reforma eleitoral (voto para analfabetos); •• a Continuação da Política Externa Independente; 16. A 17. A 18. E 19. a) A criação das Ligas Camponesas. 13. a) Bancada no Congresso Nacional que dava sustentação aos projetos encaminhados pelo Executivo, a qual possuía no PSD e no PTB seus principais suportes. Política agrária favorável aos interesses dos grande proprietários à medida que não colocava em xeque os mecanismos de dominação sobre a massa trabalhadora rural. EM_V_HIS_036 14. A perspectiva do Governo João Goulart caracterizou-se, entre outros aspectos, por enfatizar propostas de desenvolvimento econômico capitalistas desconcentradoras de renda, valorizando e buscando legitimar a participação dos trabalhadores na conquista de novos patamares de bemestar social. São propostas do governo João Goulart: Capacidade demonstrada pelo presidente em operar conciliatoriamente as estratégias populistas, conferindo-lhes uma marca pessoal. b) O núcleo da resposta consiste em articular a ameaça representada pelas Ligas Camponesas, organizadas principalmente na zona rural nordestina, aos grandes proprietários de terra, ou latifundiários, que passaram a denunciar tais movimentos sociais como comunistas ou desordeiros, ou ainda perturbadores da ordem estabelecida. Em face dessa conjuntura, somada à eclosão de inúmeras greves de operários fabris na cidades reivindicando aumentos salariais -, bem como ao efetivo poder de pressão que muitos sindicatos detinham junto ao então presidente João Goulart. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 19 •• identificado pelas classes dominantes como de esquerda; •• efetivou-se o Golpe, ou revolução, de 64, para assegurar o retorno da ordem ao país. Também poderá ser analisada a relação entre as ameaças à burguesia agrária, aos empresários industriais e, mesmo, às classes médias, que tais movimentos – no campo e na cidade – representavam, gerando a insegurança geral e o temor do domínio dos comunistas, que pode ser identificado às Reformas de Base iniciadas pelo presidente Goulart. Visando à combater operários e camponeses, as elites conclamaram os militares a reinstaurar a ordem no Brasil. 20 EM_V_HIS_036 Outra possibilidade será o candidato relacionar as Ligas Camponesas. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br