ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental VI - 007 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL DA RODOVIA VIA PARQUE Paulo José Aragão(1) Graduado em Engenharia Sanitária e Ambiental, Bacharel em Direito, pela UFSC, em 1983 e 1990 respectivamente. É sócio Gerente da Empresa MPB Saneamento, desde 1984 com sede em Florianópolis SC, onde tem participado de diversos Estudos Ambientais e Projetos de Engenharia FOTO Sanitária. Professor Substituto do Curso de Eng. Sanitária e Eng. Civil da UFSC. Bertoldo Silva Costa Graduado em Engenharia Sanitária e Ambiental e Pós Graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho, pela UFSC, em 1983 e 1989 respectivamente. É sócio Gerente da Empresa de Consultoria MPB Saneamento, desde 1984 com sede em Florianópolis SC, onde tem participado de diversos Estudos Ambientais e Projetos de Engenharia Sanitária. Consultor do PNUD, desde 1995. Endereço(1): Rua Artista Bittencourt, 176 - sala 201 - Centro - Florianópolis - SC - CEP: 88020-060 - Brasil. RESUMO Este Trabalho tem como objetivo apresenta a síntese do procedimento metodológico utilizada pela empresa MPB na elaboração, dos Estudos de Impacto Ambiental e Respectivo RIMA da Rodovia Via Parque. A MPB elaborou um CD -ROOM em multi mídia com todo o detalhamento técnico dos Estudos, podendo ser adquirido através da ABES. Os estudos tiveram duração de um ano e foram executados a partir das plantas, aerofotografias, dados da região de intervenção existentes e vistorias de campo. Todos os parâmetros, entretanto, foram condicionados pela geologia, pedologia, hidrografia, climatologia, biologia, atividades antrópicas, potencialidades, gerando sete alternativas locacionais. Foram estudadas a 7 alternativas locacionais, inclusive a não implantação. Para cada uma das alternativas selecionadas, foi elaborado o diagrama - síntese, permitindo uma avaliação em termos de características do meio e localização dos impactos potenciais sobre a diretriz. Desta forma, foi possível realizar a identificação e avaliação do potencial de ocorrência de impactos para cada um dos traçados identificados. PALAVRA-CHAVE: Meio Ambiente, EIA/RIMA, Rodovia, Via Parque. 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2251 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental VI - 007 INTRODUÇÃO A região do Campeche, onde estará localizada a Via Parque, é descrita como uma área de Expansão Urbana Preferencial, por sua proximidade com o centro da capital (cerca de 20 Km), pelas características fisiográficas (Planície Baixa, Arenosa, etc.) e ainda por ser uma região de beleza cênica ímpar, que possui vários ecossistemas complexos como campos de dunas, lagoas, riachos e outros. Com o intuito de proteção e respeito ao ambiente, o Governo do Estado de Santa Catarina decidiu promover Estudos e Projetos pertinentes às diretrizes da Rodovia SC-406 (Trecho Via Parque), através da elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e Respectivo RIMA. As fases de caracterização estudadas foram as correspondentes ao Planejamento, Implantação e Operação do Plano / Programa para a Via Parque. Fase de Planejamento; Corresponde à elaboração dos estudos ambientais, anteprojetos e projetos básico e executivos. Fase de Implantação ou Construção: corresponde ao desenvolvimento de todas as atividades necessárias à implantação do empreendimento, desde a desapropriação, instalação do canteiro de obras e desmobilização, desmatamento e limpeza do terreno, terraplanagem, exploração de materiais de construção, pavimentação até implantação do Projeto Integração Rodovia Meio Ambiente . Fase de Conservação e Restauração: corresponde às atividades de controle de erosões, da vegetação que forma os taludes e invade a rodovia, na manutenção do pavimento e das obras de drenagem. Área de Influência do Projeto É importante registrar que o atributo “distribuição” dos impactos das rodovias tem características muito mais amplas do que os impactos dos outros meios de transporte. Com efeito, os veículos rodoviários se diferem dos outros (ferroviários e hidroviários) pela grande flexibilidade de deslocamento, bastando que os caminhos lhe dêem passagem para que sejam trilhados. Por estas razões as áreas de estudo propostas não foram determinadas somente pelos elementos que constituirão o empreendimento, ou pela bacia hidrográfica que constitui a área ou, simplesmente, o limite geográfico do município. Foram utilizados mecanismos de discussão envolvendo todas as áreas envolvidas no estudo, resultando, com isto, uma síntese das variáveis decorrentes das manifestações de atividades transformadoras, quando da implantação e operação da rodovia. As variáveis que influenciaram na definição das ‘áreas de Estudo foram as relativas aos meios físicos, biológicos e antrópicos 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2252 VI - 007 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental DIAGNÓSTICO Meio Antrópico A região da AI do projeto foi até cerca de 30 anos atrás, ocupada por pequenas comunidades de pescadores e agricultores e sofreu um rápido processo de urbanização, sendo ocupada inicialmente por veranistas e depois por moradores fixos, tipicamente urbanos, como: professores universitários, funcionários públicos e outros segmentos bastante diferenciados de sua população originária que estava basicamente vinculada ao setor primário da economia. A especulação imobiliária, decorrente dessa rápida e desordenada ocupação, levou à desagregação cultural e espacial da população nativa, acompanhada pelo declínio da pesca artesanal e da atividade agrícola, o que será melhor analisado no capítulo referente à economia. Na AI, em 1994, tivemos uma média diária de cerca de 34.000 pessoas entre residentes fixos, turistas e veranistas locais, devendo esse número chegar a cerca de 101.000 em 2014. Para o conjunto de Florianópolis, os dados são de cerca de 295.000 pessoas em 1994, de 503.000 pessoas no ano 2014. Tabela1: Temporada de Verão período 1994 - 2014 na AI 250.000 Residentes Fixos (A) 200.000 Média Diária de Turistas (B) Média Diária de Veranistas Locais (C) Média Diária de Ocupantes (D) 150.000 Total de Turistas na Temporada 100.000 POPULAÇÃO (HAB) 50.000 0 1994 2000 2010 2014 ANO Na área de influência da via encontramos sitos turísticos, sítios arqueológicos, igrejas, núcleos históricos, festas e costumes principalmente a pesca e atividades relacionadas ao mar. Meio Físico A morfologia e a feição típica, características da área, são de Planície Litorânea de sedimentação costeira com pontos de variação de cota-ondulações. Destacam-se nesta área plana, ainda, feições como as Lagoas Costeiras, Sistemas de Dunas, Cordões arenosos e terrenos pantanosos. A planície costeira é formada por um campo de dunas móveis e estabilizadas, por praias, terraços e várzeas lacustres e fluviais e por rampas de dissipação que se estendem das encostas de morros cristalinos em direção ao campo de dunas. O relevo desse ambiente resume -se a uma planície arenosa baixa, com elevações inferiores a 30 metros. Deve-se salientar que as 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2253 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental VI - 007 dunas estabilizadas apresentam-se recobertas por vegetação e sua migração acha-se interrompida, mas pode ser reativada pela eliminação da cobertura vegetal. As unidades estratigráficas, que compõem os diversos segmentos desta faixa litorânea e que estarão influenciando diretamente a implantação da SC-406, são os depósito s marinhos praiais, eólicos, paludiais/turfeiras, transicionais lagunares, de encostas, e os solos de alteração dos granitóides acima referidos. Destaca-se, em proporção, as exposições dos terrenos marinhos praiais e eólicos. Estas variações litológicas podem ser claramente observadas. Na área de influência direta os recursos Hídricos caracterizam-se por formações lacustres, situadas na faixa litorânea, bacias hidrográfica, represas e poços, dentre os quais citamos: a Lagoa da Conceição, Lagoa do Peri, La goinha Pequena e Lagoinha da Chica. Meio Biótico Para a coleta de dados sobre a mastofauna, ornitofauna, herpetofauna e ictiofauna foram escolhidos 7 pontos de coleta a fim de se obter uma maior representatividade das espécies destes grupos no mosaico ambiental existente na AID: Mata do Areal, Lagoa da Chica, Morro de dentro, Riacho da Igreja, Lagoa pequena, Dunas da Joaquina, Riacho do Canto da Lagoa. Foram identificados os tipos fundamentais de vegetação, classificados segundo Waechter, (1985) e 7 tipos fundamentais agrupadas em vegetação pioneira (halófila; dunas e banhados salinos), limnófila (banhados, rios e lagoas), psamófila (dunas marítimas e lacustres), litófila (rochedos e pedras), vegetação campestre (campos arenosos secos, campos arenosos úmidos), vegetação savânica (parque dos butiás) e vegetação florestal (arenosas turfosas). ANÁLISE DE IMPACTOS AMBIENTAIS O método utilizado para a análise dos impactos ambientais significativos potenciais permite a obtenção de dois produtos interdependentes: a compartimentação da área de interesse em unidades geoambientais homogêneas e a identificação preliminar dos compartimentos críticos com relação aos IAS. Com base nestes dois grupos, é possível a interpretação do diagrama síntese dos dados básicos, extraídos do diagnóstico ambiental e identificação dos IAS potenciais. Desta forma foi possível elaborarmos a análise de convergência dos fatores impactantes da Via Parque. Foram identificadas 7 (sete) alternativas locacionais, contemplando-se quatro das propostas já existente e três com apoio nos estudos ambientais, ver mapa folha 31. Cada proposta locacional foi colocada em matrizes ambientais, para que possam ser avaliadas as alternativas contempladas, estando assim denominadas: 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2254 VI - 007 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental Alternativa 1 - opção de traçado proposto pelo Projeto de lei Municipal N.º 6027/94 e INCEPI - Instituto Catarinense de Estudos e Pesquisas Integradas, Alternativa 2 - opção de traçado proposto pelo Projeto do Plano Diretor do IPUF, denominada Via Parque; Alternativa 3 - opção de traçado proposto pelo Projeto do Plano Diretor do IPUF, identificada como Via Costeira,; Alternativa 4 - opção de traçado proposta no mapa Rodoviário Estadual e sugerida pela Associação de moradores da Praia das Areias do Morro das Pedras e Campeche,; Alternativa 5, 6 e 7 - opções de traçado propostas pela equipe dos estudos ambientais para análise. Metodologia O método aplicado para a obtenção dos Impactos Ambientais Significativos se baseou na compartimentação da área em estudo em sete alternativas locacionais, que foram exaustivamente estudadas pelos diversos setores e que resultou numa carta temática, contendo um diagrama síntese com um “Diagnóstico Ambiental” dos meios, físico, biológico e antrópico. De posse do diagnóstico ambiental, foi possível detectar os possíveis “Impactos Ambientais Significativos” que, pela sua magnitude, foram classificados da seguinte maneira: Requer atenção - Impacto Médio Crítico - Impacto Alto Sem Restrição - Impacto muito baixo ou inexistente Quanto à magnitude dos impactos, foram utilizadas interações do diagnóstico ambiental para se chegar ao resultado final caracterização do impacto. Para a obtenção destes resultados, foram utilizados quadros como ferramenta de trabalho e que resultaram na análise dos impactos ambientais, que fizeram partedo estudo: Quadro1 - Impacto Ambiental Significativo: ESCORREGAMENTO/DESLIZAMENTO. Diagnóstico Ambiental Impacto Baixo (Sem Preferencia Impacto Médio (Requer Atenção) Impacto Alto (Crítico) Estabilidade dos Grau de Maciços Alteração Alto Médio Baixo Muito Pouco Alter. Alter. Afloramento Muito Pouco 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Declividade Nenhum Baixa Média Alta 2255 VI - 007 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental Quadro 2 - Impacto Ambiental Significativo EROSÕES/RAVINAMENTO. Diagnóstico Ambiental Impacto Baixo (Sem Preferencia) Impacto Médio (Requer Atenção) Impacto Alto (Crítico) Suscetibilidad Solo Energia de e a Erosão “Estado de Conservação” Drenagem Natural Alta Baixa Bem Mal Alta Média Baixa conservado conservado Precipitação mm /24 horas 100 a 150 100 a 150 100 a 150 Quadro 3 - Impacto Ambiental Significativo: ASSOREAMENTO. Diagnóstico Ambiental Impacto Baixo (Sem Preferencia Impacto Médio (Requer Atenção) Impacto Alto (Crítico) Solo Est de Conservação Bem Mal Conservado conservado Energia de Dren. Natural Alta Média Baixa Declividade Trans .Média Alta Média Baixa 20º-30º 10º - 20º 0º - 10º Quadro 4 - Impacto Ambiental Significativo: RECALQUES E FUNDAÇÕES. Diagnóstico Ambiental Impacto Baixo (Sem Preferencia) Impacto Médio (Requer Atenção) Impacto Alto (Crítico) Abundante SOLOS HIDROMÓRFICOS Presente/Possível 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Ausente 2256 VI - 007 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental Quadro 5: Impacto Ambiental Significativo: INTERFERÊNCIA EM ÁREAS URBANAS/NÚCLEOS URBANOS. Diagnóstico Ambiental Interseçõe Escolas, Igrejas, Sítios se Postos de Saúde (100 Arqueológicos Acessos m faixa de domínio) (100 m faixa de domínio) Residências atingidas na faixa de domínio Núcleos Urbanos Interferência com projeto colocalizados Impacto Baixo (Sem Preferencia) Impacto Médio (Requer Atenção) Impacto Alto (Crítico) Obs.: Impacto Baixo sem nenhum destes itens Impacto médio apenas 1 item assinalado Impacto alto 2 destes itens já o caracteriza Quadro 6 - Impacto Ambiental Significativo :ÁREA DE INTERESSE AMBIENTAL. Área Protegida demarcada por Lei Municipal Diagnóstico Ambiental Impacto Baixo (sem Preferencia Impacto Médio (Requer Atenção) Impacto Alto (Crítico) Distante Próximo Área protegida por Lei Identificada Vegetação expressiva, dunas restinga etc. Corta Distante Próximo Corta O método aplicado, pela equipe de estudo, permitiu detectar os possíveis “Impactos Ambientais Significativos”, para cada alternativa locacional. A seguir procuramos descrever uma síntese conclusiva dos “Impactos Ambientais mais Significativos”, previstos para cada alternativa locacional: Alternativa locacional 1 - proposta pelo Projeto de Lei Municipal nº6027/94, esta alternativa desenvolve-se em diversos pontos de conflitos ambientais, onde podemos citar intercessão com vegetação de restinga, dunas, vegetação de encosta, segregação de núcleos urbanos. Alternativa locacional 2 - proposta pelo projeto do Plano de Desenvolvimento do Campeche elaborado pelo IPUF, desenvolve -se em áreas de vegetação de restinga (Mata do Areal), vegetação de encosta, sendo um traçado que apresenta conflito constante com núcleos urbanos, problemas de contenção de encosta, erosão/ravinamentos e assoreamentos bem identificados. Alternativa locacional 3 - proposta pelo Projeto do Plano Diretor de Desenvolvimento do Campeche, possui um traçado que se desenvolve nas proximidades da orla, possuindo intercessões com dunas e vegetações de restinga, no trecho onde poderão apresentar 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2257 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental VI - 007 problemas geométricos devido a formação geológica ao longo do traçado. Apresenta grandes conflitos urbanos devido a grande quantidade de desapropriações e intercessões nos acessos atuais. Alternativa locacional 4 - desenvolve-se no traçado atual proposto no mapa Rodoviário Estadual, desenvolve-se sob leito existente, apresentando intenso conflito antrópico, devido a grande quantidade de desapropriações e intercessões com acessos atuais, além de problemas constantes de erosão/ravinamento, assoreamento e recalque. Alternativa locacional 5 - proposta em função de justaposição das diversas cartas temáticas, apresenta em alguns trechos conflitos no meio antrópico, quanto à desapropriação e intercessões e segregação urbana. No meio antrópico causa corte pequeno no trecho com vegetação de restinga. Alternativa locacional 6 - proposta em função da justaposição das diversas cartas temáticas, sem maior impacto, é relativa a intercessões com áreas de preservação formadoras de floresta de restinga. Alternativa locacional 7 - proposta pela equipe do EIA, visando menor impacto ambiental, esta alternativa possui conflito no meio biótico, onde o trecho corta uma pequena área de vegetação de restinga, com remoção parcial. Após levantamento dos impactos e análise com apoio do diagrama síntese, conclui-se que a alternativa locacional de menor impacto ambiental é a n.º 7. Alternativa Locacional 7 Escorregamento / Deslizamento Da estaca 260 a 280, localizado próximo ao Morro do Campeche, o trecho desenvolve -se em áreas com alta estabilidade de maciços, litologia constituída de Riolito Cambirela, com rocha pouco alterada, alta energia de drenagem, alta declividade transversal. Como conseqüência é de se esperar que a ocorrência de impactos do tipo Escorregamento/Deslizamento seja “médio”. Nos demais segmentos o trecho desenvolve-se em áreas onde o potencial de impacto tipo escorregamento/deslizamento é “Baixo”. Erosões / Ravinamento Da estaca 160 a 175, localizado a aproximadamente, um quilômetro ao sul do Campeche, o trecho desenvolve-se em área de alta suscetibilidade a erosão, solo mal conservado e baixa energia de drenagem natural, associados a chuva em torno de 100 a 150 mm em 24 horas. Como conseqüência é de se esperar que a ocorrência de impactos do tipo Erosão/Ravinamento seja “médio”. 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2258 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental VI - 007 Da estaca 320 a 355, nas proximidades do Morro do Campeche , o trecho desenvolve -se em área de alta suscetibilidade a erosão, solo bem conservado e média energia de drenagem natural, associados a chuva em torno de 100 a 150 mm em 24 horas. Como conseqüência e de se esperar que a ocorrência de impactos do tipo Erosão/Ravinamento seja “médio”. Nos demais segmentos o trecho desenvolve-se em área onde o potencial de impactos do tipo Erosão/Ravinamento é “baixo”. Assoreamento Da estaca 260 a 280, localizado próximo ao Morro do Campeche, o trecho desenvolve -se em área com solo bem conservado, alta energia de drenagem e alta declividade transversal. Como conseqüência é de se esperar que a ocorrência de Impactos do tipo assoreamento seja “médio”. Nos demais segmentos o trecho desenvolve-se em área onde o potencial de impactos do tipo assoreamento é “baixo”. Recalques e Fundações Da estaca 160 a 175, localizado a aproximadamente, um quilometro ao sul da estrada do Campeche, o trecho desenvolve-se em áreas com a presença de solos hidromórficos, o que indica problemas de Fundação no segmento. Da estaca 475 a 485, não foi detectada a presença de solos hidromórficos. Como conseqüência não haverá problemas de Fundação nestes segmentos. Da estaca 485 a495 foi detectada a presença de solos hidromórficos, que indica problemas de Fundação no segmento. Da estaca 495 a 510 não foi detectada a presença de solos hidromórficos. Como conseqüência não haverá problemas de Fundação neste segmento Da estaca 510 a 545, foi detectada a presença de solos hidromórficos em abundância o que caracteriza um “alto potencial” de problemas de Fundação nestes segmentos. Interferência em Áreas Urbanas / Núcleos Urbanos ? Foram considerados como “críticos” os seguintes segmentos: - - Estaca - OPP - a 01, localizado no Morro das Pedras, com presença de Núcleos Urbanos, Escolas e/ou Igrejas e/ou Postos de Saúde a menos de cem metros da faixa de domínio e interseções e acessos. Estaca - 10 a 12, localizado no Morro das Pedras, com presença de Núcleos Urbanos e residências atingidas na faixa de domínio. Estaca - 50 a 51, localizado nas proximidades do Morro das Pedras, com presença de interseções e acessos. 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2259 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - VI - 007 Estaca - 213 a 215, próximo a estrada do Campeche, com presença de Núcleos Urbanos, interferência com projetos colocalizados e interseções e acessos. Estaca - 264 a 267, próximo ao Morro do Campeche, com presença de Núcleos Urbanos e residências atingidas na faixa de domínio. Estaca - 280, próximo ao Morro do Campeche, com presença de Núcleos Urbanos e interseções e acessos. Estaca - 355 a 370, próximo à Lagoinha Pequena, com presença de núcleos urbanos, residências atingidas na faixa de domínio e interseções e acessos. Estaca - 380, próximo à Lagoinha Pequena, com presença de núcleos urbanos e sitio arqueológico. Estaca - 402 a 404, próximo à Lagoinha Pequena, com presença de núcleos urbanos e interseções e acessos. Estaca - 513 a 519, próximo ao Canto da Lagoa, com presença de residências atingidas na faixa de domínio. ? Foram considerados como “requer atenç ão” os seguintes segmentos: - Estaca - 160 a 170, a, aproximadamente, 1 Km ao sul da estrada do Campeche, com presença de Núcleos Urbanos. Estaca - 205 a 213, próximo à estrada do Campeche, com presença de Núcleos Urbanos. Estaca - 215 a 225, localizado nas proximidades do Morro do Campeche, com presença de Núcleos Urbanos. Estaca - 238 a 243, próximo ao Morro do Campeche, com a presença de Núcleos Urbanos. Estaca - 255 a 264, próximo ao Morro do Campeche, com a presença de Núcleos Urbanos. Estaca - 267 a 279, próximo ao Morro do Campeche, com presença de Núcleos Urbanos. Estaca - 281 a 295, próximo ao Morro do Campeche, com presença de Núcleos Urbanos. Estaca - 325 a 334, próximo à Lagoinha Pequena, com presença de interseções e acessos. Estaca - 340 a 345, próximo à Lagoinha Pequena, com presença de núcleos urbanos. Estaca - 370 a 379, próximo à Lagoinha Pequena, com presença de núcleos urbanos. Estaca - 381 a 400, próximo à Lagoinha Pequena, com presença de núcleos urbanos. Estaca - 450 a 470, nas proximidades do Canto da Lagoa, com presença de núcleos urbanos. Estaca - 525 a 530, próximo ao Canto da lagoa, com presença de núcleos urbanos. - Unidade de Conservação ? Foram considerados como “críticos” os seguintes segmentos: Estaca - 425 a 445; 475 a 485, nas proximidades da localidade do Rio Tavares. Neste segmento o trecho desenvolve-se em áreas com vegetação arbustiva fechada com porte de até 3 metros de altura, denominada Ticket arbustivo (Thb), com formação vegetal denominada floresta de restinga. 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2260 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental VI - 007 Estaca - 540 a 545, nas proximidades do Canto da Lagoa. Neste segmento o trecho desenvolve-se em áreas com vegetação arbustiva fechada, com porte de 3 a 6 metros de altura, denominada Ticket arbóreo (Tha), com formação vegetal denominada de floresta de restinga. ? Foram considerados como “requer atenção” os seguintes segmentos: Estaca - OPP a 45, próximo ao Morro das Pedras. Neste segmento o trecho desenvolve se em áreas próxima a vegetação arbustiva fechada de porte de até 3 metros de altura denominada de Ticket arbustivo (Tha) e extrato arbustivo arbóreo com árvores de 3 a 10 metros de altura denominada de Floresta de restinga (Fr), da Mata do Areal. Estaca - 145 a 215, nas proximidades da Estrada do Campeche. Neste segmento o trecho desenvolve-se em áreas próximas a uma grande variedade de espécies vegetais. ? 1º segmento (Estaca - 145/150) Com presença de vegetação arbustiva fechada com porte de 3 a 6 metros denominada de Ticket arbóreo (Tha). ? 2º segmento (Estaca - 150/165) Com presença de vegetação arbustiva fechada com porte de 3 metros de altura, denominada de Ticket arbóreo (Thb). ? 3º segmento (Estaca - 165/175) Com presença de pastagens e vegetações esparsas. ? 4º segmento (Estaca 175/215) Com presença de vegetação arbustiva fechada com porte de 3 metros de altura denominada de Ticket arbóreo (Thb). Estaca - 225 a 240, nas proximidades do Morro do Campeche. Neste segmento o trecho desenvolve-se próximo a áreas com vegetação em estágio inicial de recuperação denominada capoeirinha e reflorestamento de eucalipto. Estaca - 260 a 290, próximo ao Morro do Campeche. Neste segmento o trecho desenvolve-se em áreas próximas a vegetação em estágio inicial de recuperação denominada de Capoeirinha (Ci) e vegetação que requer mais sombra e fertilidade constituídas de plantas arbustivas e arbóreas que formam o capoeirão (Co). Estaca 365 a 390, próximo à Lagoinha Pequena. Neste segmento o trecho desenvolve -se em áreas próximas a vegetação arbustiva fechada de porte de até 3 metros de altura denominada de Ticket arbustivo (Thb) e pastagens. Estaca - 510 a 540, próximo ao Canto da Lagoa. Neste segmento o trecho desenvolve -se em áreas próximas à vegetação arbustiva fechada com porte de até 3 metros de altura, denominada de Ticket arbustivo (Thb). Remoção de Vegetação Expressiva 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2261 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental VI - 007 ? Foram considerados como “críticos” os seguintes segmentos: Estaca - 425 a 445, nas proximidades do Canto da Lagoa, com remoção de vegetação arbustiva fechada, denominada de Ticket arbustivo (Thb), numa área aproximada de 10.000 m2 Estaca - 475 a 485, nas proximidades do Canto da Lagoa, com remoção de vegetação arbustiva fechada denominada de Ticket arbustivo (Thb), numa área aproximada de 5.000 m2. Estaca - 540 a 545, próximo ao Canto da Lagoa, com remoção de vegetação arbustiva fechada denominada de Ticket arbóreo (Tha), numa área aproximada de 2.500 m2. ? Foram considerados como “requer atenção” os seguintes segmentos: Estes segmentos, por estarem próximos ou muito próximos a vegetações expressivas, necessitam de cuidados na fase de construção da rodovia, para evitar desmatamentos desnecessários, ou seja, além do “off set” delimitado no projeto do empreendimento e que são: Estacas: 145 a 215, 225 a 240, 255 a 270, 325 a 350, 365 a 370, 325 a 350, 365 a 370, 400 a 425, 445 a 474, 510 a 540. Medidas Mitigadoras Após a análise dos Impactos Ambientais, decorrentes do processo de Implantação e Operação da Via Parque - SC 406, passamos a definição e proposição de medidas que visam atenuar seus efeitos negativos e otimizar os positivos, ou seja, mitigar, abrandar, suavizar ou aliviar os efeitos descritos anteriormente. As medidas foram divididas em dois grupos distintos, uma de ordem geral e outra de ordem específica. As de ordem geral são as que dizem respeito a qualquer empreendimento rodoviário. As de ordem específica dizem respeito ao empreendimento da Via Parque, reportada à implantação da alternativa locacional de menor impacto, a de N.º 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BELLIZ, VÍTOR E BIDONE D. EDSON Rodovias Naturais em Meio Ambiente. Niterói (RJ), EDUF/DNER,1992 2. MPB Saneamento SC Ltda., Estudo de Impacto Ambiental EIA - Via Parque. Trecho Morro das Pedras - Lagoa da Conceição . 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2262 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental VI - 007 ANEXO 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2263