UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI NATUROLOGIA RENATA FUZETI GONÇALVES NETTO RENATA SALLES DE FARIA EFEITO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS CEDRUS ATLANTICA E CITRUS PARADISI SOBRE A FREQUÊNCIA CARDÍACA E PRESSÃO ARTERIAL EM ADULTOS SADIOS São Paulo 2011 RENATA FUZETI GONÇALVES NETTO RENATA SALLES DE FARIA EFEITO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS CEDRUS ATLANTICA E CITRUS PARADISI SOBRE FREQUÊNCIA CARDÍACA E PRESSÃO ARTERIAL EM ADULTOS SADIOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Naturologia da Universidade Anhembi Morumbi Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marina Augusta de Oliveira Co-orientadora: Prof.ª Márcia Cristina Oliveira Fernandes São Paulo 2011 G627e Gonçalves Netto, Renata Fuzeti Efeito dos óleos essenciais Cedrus Atlantica e Citrus Paradisi sobre freqüência cardíaca e pressão arterial em adultos sadios / Renata Fuzeti Gonçalves Netto, Renata Salles de Faria 2011. 66 f.: il.; 30 cm. Orientador: Marina Augusta de Oliveira Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Naturologia) – Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2011. Bibliografia: f.59-62. 1. Naturologia. 2. Aromaterapia 2. Óleo essencial – uso terapêutico. 3. Citrus paradisi. 4 Cedrus atlântica. 5. Frequência cardíaca. I. Título. CDD 615.535 RENATA FUZETI GONÇALVES NETTO RENATA SALLES DE FARIA EFEITO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS CEDRUS ATLANTICA E CITRUS PARADISI SOBRE FREQUÊNCIA CARDÍACA E PRESSÃO ARTERIAL EM ADULTOS SADIOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Naturologia da Universidade Anhembi Morumbi Aprovado em: _____________________________________________ Prof.ª Dr.ª Marina Augusta de Oliveira _____________________________________________ Naturóloga: Vivian Angélica dos Santos Malva _____________________________________________ Prof.º Carlos Augusto Torro Dedicamos este trabalho a todos aqueles que, ao longo da história, contribuíram para evolução da Aromaterapia e a todos os Naturólogos que a utilizam. Agradecemos aos nossos professores, colegas, e familiares pela compreensão, paciência, e contribuição para a execução deste trabalho. “Embora a utilização dos aromas não constitua uma prática da medicina, o fato é que ela poderia ser muito proveitosa, pois alguns dos aromas são deprimentes, enquanto outros são inspiradores e revigorantes.” William Temple, Essay on health and long life, 1690 Fonte: PRICE, 2006 RESUMO A Aromaterapia vem sendo objeto de estudo desde a antiguidade até os dias de hoje. Com o avanço da tecnologia científica já são comprovadas diversas propriedades terapêuticas, mas que ainda necessitam de maiores esclarecimentos devido à banalização da técnica para fins curativos. Robert Tisserand define Aromaterapia como “o uso diligente de óleos essenciais para promover ou melhorar a saúde humana, higiene e bem-estar.” Para ele os óleos essenciais são encontrados tanto em cosméticos como em alimentos e medicações. Entende-se por óleos essenciais, substâncias lipossolúveis extraídas de plantas aromáticas encontradas em folhas, flores, raízes, cascas, frutos, bagas e sementes. Com o intuito de verificar o efeito dos óleos essenciais de Cedrus atlantica e Citrus paradisi, estes foram inalados e, por meio do aparelho esfigmomanômetro, foram aferidas a pressão arterial e a frequência cardíaca. A seleção dos óleos essenciais deste estudo foi feita através de sua composição química. Citrus paradisi, conhecido como Grapefruit, tem em sua composição alta quantidade de moléculas de monoterpene e é considerado um óleo essencial mais volátil. Enquanto que Cedrus atlantica, popularmente chamado de Cedro, apresenta quantidade elevada de sesquiterpene e pode ser considerado menos volátil. Foram selecionados trinta e três voluntários, de ambos os sexos entre vinte e trinta anos completos, que não apresentavam patologias endócrinas, cardíacas, respiratórias (agudas ou crônicas), neurológicas, imunológicas, psiquiátricas, não estavam gestantes, não estavam amamentando e que não tinham restrição medicamentosa. Os voluntários foram divididos em três (3) grupos de onze (11) pessoas. Cada grupo foi destinado a inalar um dos óleos essenciais ou a água destilada. Avaliaram-se inicialmente, através do aparelho esfigmomanômetro, a frequência cardíaca e a pressão arterial dos voluntários selecionados, sem que estes tivessem inalado a substância. Posteriormente, os voluntários receberam no laboratório, tiras de papel cartão com uma das pontas embebidas no óleo essencial ou na água destilada para a inalação e a segunda avaliação com o aparelho esfigmomanômetro. Os dados coletados foram decisivos para a verificação comparativa dos efeitos fisiológicos dos óleos essenciais Citrus paradisi e Cedrus atlantica, conhecidos pelos naturólogos, respectivamente, pelas características estimulante e calmante. Palavras-chave: Aromaterapia; Inalação; Citrus paradisi; Cedrus atlantica; Pressão Arterial; Frequência Cardíaca. ABSTRACT Aromatherapy has been studied since ancient times to present day. The therapeutic properties have been proven with the advancement of scientific technology, however, further explanations are necessary in view of the trivialization of this technique for healing purposes. Robert Tisserand defines aromatherapy as “the diligent use of essential oils to promote or improve human health, hygiene and well-being.” For him, the essential oils are found in cosmetics, food and medications. Essential oils are substances which are not soluble in water, extracted from aromatic plants found in leaves, flowers, roots, bark, fruit, berries and seeds. In order to verify the effect of both essential oils Cedrus atlantica and Citrus paradisi, volunteers inhaled them, and their blood pressure and heart rate were measured though the sphygmomanometer. The essential oils used in this study were chosen based on their chemical composition. Citrus paradisi, known as Grapefruit, has high amounts of monoterpene molecules in its composition, and is considered more volatile, while Cedrus atlantica, commonly called cedar, has high amounts of sesquiterpene and may be considered less volatile. The study was carried out on thirty three healthy volunteers between twenty and thirty years old of both sexes, who had no endocrine, cardiac, respiratory (acute or chronic), neurologic, immunologic, or psychiatric disorders and were not pregnant, lactating or had any drug restriction. The volunteers were divided into three (3) groups of eleven (11) people, and each group was assigned to inhale an essential oil or distilled water. Initially, the volunteers selected had their blood pressure and heart rate measured by a sphygmomanometer device without having inhaled any substance. Later, the volunteers received in the laboratory strips of cardboard with one end embedded in the essential oil or distilled water, and inhaled once again in order to undergo a second evaluation with the sphygmomanometer. The collected data was decisive for the verification of the comparative physiological effects of the essential oils Citrus paradisi and Cedrus atlantica, known as natureologists as well as for their stimulating and soothing characteristics. Keywords: Aromatherapy, Inhalation, Citrus paradisi, Cedrus atlantica, Blood Pressure, Heart Rate LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: EPITÉLIO OLFATÓRIO ......................................................................................................... 24 FIGURA 2: SISTEMA NERVOSO CENTRAL ............................................................................................. 25 FIGURA 3: ESTÍMULO DA MUCOSA NASAL POR MOLÉCULAS ODORÍFERAS ........................................... 27 FIGURA 4: BULBO OLFATÓRIO ............................................................................................................ 28 FIGURA 5: VIAS DE ESTÍMULO OLFATÓRIO NO SISTEMA NERVOS CENTRAL ....................................... 30 FIGURA 6: ESQUEMA DOS CAMINHOS PERCORRIDOS POR MOLÉCULAS ODORÍFERAS APÓS A INALAÇÃO E A SEQUENCIA DE ÁREAS ENCEFÁLICAS ATIVADAS A PARTIR DAS CÉLULAS RECEPTORAS DA MUCOSA OLFATÓRIA. .......................................................................................................................................................................... 30 FIGURA 7: ÁRVORE CEDRUS ATLANTICA............................................................................................... 31 FIGURA 8: GRÁFICO DE COMPONENTES QUÍMICOS CEDRUS ATLANTICA ............................................... 33 FIGURA 9: DESTILAÇÃO A VAPOR ....................................................................................................... 34 FIGURA 10: FRUTO CITRUS PARADISI.................................................................................................... 35 FIGURA 11: GRÁFICO DE COMPONENTES QUÍMICOS CITRUS PARADISI ................................................. 36 FIGURA 12: APARELHO ESFIGMOMANÔMETRO ................................................................................... 40 FIGURA 13: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS VALORES MÉDIOS DE IDADE DOS VOLUNTÁRIOS ............. 41 FIGURA 14: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA E MÉDIA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO GRAPEFRUIT ................................................................... 42 FIGURA 15: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA DIFERENÇA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA E MÉDIA DA DIFERENÇA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO GRAPEFRUIT ...................... 43 FIGURA 16: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA E MÉDIA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO CEDRO............................................................................ 44 FIGURA 17: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE DIFERENÇA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA E MÉDIA DA DIFERENÇA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO CEDRO .................................... 45 FIGURA 18: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA E MÉDIA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO ÁGUA DESTILADA. ......................................................... 46 FIGURA 19: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE DIFERENÇA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA E MÉDIA DA DIFERENÇA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO ÁGUA DESTILADA. ................. 46 FIGURA 20: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA E MÉDIA DA PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO GRAPEFRUIT. ............................................................... 47 FIGURA 21: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE DIFERENÇA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA E MÉDIA DA DIFERENÇA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO GRAPEFRUIT. .......................... 48 A FIGURA 22 DEMONSTRA GRAFICAMENTE OS VALORES OBTIDOS DAS PRESSÕES ARTERIAIS ANTES E DEPOIS DA INALAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL CEDRUS ATLANTICA DE CADA VOLUNTÁRIO PERTENCENTE AO GRUPO CEDRO E A MÉDIA ARITMÉTICA DESSES VALORES. OS VALORES MÉDIOS OBTIDOS FORAM DE 68,81 MMHG ANTES E 68,90 MMHG APÓS A INALAÇÃO. .................................................................................................................... 48 FIGURA 22: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA E MÉDIA DA PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO CEDRO. ........................................................................ 49 FIGURA 23: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE DIFERENÇA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA E MÉDIA DA DIFERENÇA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO CEDRO. ................................... 49 FIGURA 24: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA E MÉDIA DA PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO ÁGUA DESTILADA. ...................................................... 50 FIGURA 25: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE DIFERENÇA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA E MÉDIA DA DIFERENÇA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO ÁGUA DESTILADA. ................. 51 FIGURA 26: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE FREQUÊNCIA CARDÍACA E MÉDIA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO GRAPEFRUIT. .................................................................................. 52 FIGURA 27: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE DIFERENÇA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E MÉDIA DA DIFERENÇA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO GRAPEFRUIT. .................................... 52 FIGURA 28: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE FREQUÊNCIA CARDÍACA E MÉDIA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO CEDRO. ........................................................................................... 53 FIGURA 29: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE DIFERENÇA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E MÉDIA DA DIFERENÇA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO CEDRO. ............................................. 54 FIGURA 30: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE FREQUÊNCIA CARDÍACA E MÉDIA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO ÁGUA DESTILADA........................................................................... 55 FIGURA 31: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE DIFERENÇA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E MÉDIA DA DIFERENÇA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA DOS VOLUNTÁRIOS DO GRUPO ÁGUA DESTILADA. ............................ 55 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14 1.1 OBJETIVOS ................................................................................................................................. 15 1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 15 1.1.2 Objetivo Específico ......................................................................................................... 16 2. NATUROLOGIA ............................................................................................... 17 3. FISIOLOGIA ...................................................................................................... 19 3.1 SISTEMA CIRCULATÓRIO ........................................................................................................... 19 3.1.1 Coração ........................................................................................................................... 19 3.1.2 Sangue ............................................................................................................................. 21 3.1.3 Pressão Arterial .............................................................................................................. 21 3.1.4 Frequência Cardíaca ...................................................................................................... 21 3.2 SISTEMA RESPIRATÓRIO ............................................................................................................ 22 3.2.1 3.3 Epitélio Olfativo .............................................................................................................. 23 SISTEMA NERVOSO .................................................................................................................... 24 3.3.1 Sistema Nervoso Central ................................................................................................. 24 3.3.1.1 Sistema Nervoso Autônomo ............................................................................................ 25 3.3.1.2 Sistema Límbico.............................................................................................................. 26 4. AROMATERAPIA............................................................................................. 27 4.1 RELAÇÃO INALAÇÃO X SISTEMAS FISIOLÓGICOS ...................................................................... 27 4.2 ÓLEOS ESSENCIAIS .................................................................................................................... 31 4.2.1 Óleo Essencial Cedrus atlantica ..................................................................................... 31 4.2.2 Óleo Essencial Citrus paradisi........................................................................................ 34 4.2.3 Composição Química dos Óleos Essenciais .................................................................... 36 5. MATERIAL ........................................................................................................ 38 6. MÉTODO ............................................................................................................ 39 6.1 VOLUNTÁRIOS ........................................................................................................................... 39 6.2 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO TRABALHO...................................................................................... 39 6.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................................................... 39 6.3.1 Técnica Utilizada ............................................................................................................ 40 6.3.1 Análise Estatística dos Dados ......................................................................................... 40 7. RESULTADOS ................................................................................................... 41 7.1 MÉDIA DE IDADE ....................................................................................................................... 41 7.2 RESULTADOS PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA ........................................................................... 41 13 7.3 RESULTADOS PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA ........................................................................ 47 7.4 RESULTADOS FREQUÊNCIA CARDÍACA ...................................................................................... 51 DISCUSSÃO ............................................................................................................... 56 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 59 APÊNDICE A.............................................................................................................. 63 APÊNDICE B .............................................................................................................. 65 APÊNDICE C.............................................................................................................. 66 14 1. INTRODUÇÃO Desde os primórdios o homem fazia uso de ervas aromáticas tanto em situações ritualísticas como para fins medicinais. Entende-se que as terapias naturais eram ações praticadas no intuito de um alcance curativo tanto físico como espiritual. Sacerdotes eram tanto médicos como pessoas ligadas ao mundo espiritual (SAAD, 2009). Nessa época a medicina tinha uma visão integral do ser humano e pode-se dizer que hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS/2009) resgata essa visão quando considera saúde um bem-estar biopsico-social. Ao longo da história temos exemplos como o de Hipócrates, que descreveu os efeitos de 300 plantas medicinais e aconselhava como profilaxia tomar banho aromático e fazer massagens aromáticas todos os dias. Durante este período um perfume bem conhecido dos gregos, chamado Megalion, tinha o duplo objetivo de curar feridas, com redução da inflamação, e perfumar (SAAD, 2009). Avicena (980 d.C. a 1037 d.C) um árabe estudioso em diversas áreas como Medicina, Filosofia, Química, Teologia Islâmica, Física, Matemática e Poesia, se inspirou em Hipócrates em suas pesquisas sobre ervas e plantas medicinais. Conhecido também como Ib'n Sina, aprimorou o processo de destilação com a invenção da serpentina de refrigeração, o que tornou possível destilar óleos essenciais e águas florais (hidrolatos) com maior sucesso, entre eles, o óleo essencial de rosa (Rosa damascena). Embora, a destilação, na prática, seja uma invenção anterior a de Avicena, foi a bobina refrigerada que melhorou o processo de destilação e trouxe qualidade e reconhecimento a estes produtos árabes. A rosa foi reverenciada no mundo árabe antigo e, consequentemente, se tornou uma das primeiras flores que Avicena destilou com a bobina refrigerada (CORAZZA, 2004). Hoje Avicena tem uma grande influência sobre a medicina moderna e a medicina das plantas medicinais e é possível estudar as tradições de cura deste famoso médico do Oriente Médio nas práticas medicinais. “Um traço característico das medicinas da antiguidade, seja na China, na Índia ou no Egito, era a relação indissociável das práticas espirituais com a terapêutica” (SAAD, 2009, p. 3). O termo “Aromaterapia” surgiu com René Maurice Gattefossé, e foi consolidada como uma prática terapêutica há muito tempo utilizada, porém só foi classificada como uma técnica medicinal no século XX. Devido à evolução do pensamento cartesiano, o Ocidente 15 desenvolveu uma profundidade nas ciências, e uma fragmentação das diversas especialidades (TISSERAND, 1993). A Aromaterapia é uma prática que se utiliza de óleos essenciais com o intuito de promover um bem-estar físico, mental e emocional (DAVIS, 1996). Por ser uma técnica que acrescenta qualidade de vida, promovendo um maior equilíbrio físico, emocional e mental, a Aromaterapia tem o potencial de beneficiar o homem que busca se integrar de forma saudável no estilo de vida moderna. É possível praticar Aromaterapia no dia-a-dia. Sabe-se que a utilização do óleo essencial de Tea Tree (Melaleuca alternifólia) tem ação contra infecções e pode ser encontrado em cosméticos anti-acnêicos, de combate à oleosidade tópica; outro exemplo conhecido é a utilização de compressas do chá de Camomila (Chamaemelum nobile) para irritação da pele e melhora de eczemas, sendo o próprio chá uma bebida bastante popular contra insônia. Hoje existe um crescente uso de óleos essenciais que agregam valores às técnicas de estética, aos produtos industrializados e aos produtos naturais (SILVA, 2006). A Naturologia tem como uma das ferramentas a Aromaterapia. Através deste trabalho busca-se valorizar a eficácia do uso de óleos essenciais como instrumento terapêutico para o Naturólogo. Ter o conhecimento da capacidade dos óleos essenciais é válido para uma utilização mais cautelosa e consciente de acordo com a função e propriedade de cada óleo. Com o intuito de verificar o efeito fisiológico dos óleos essenciais de Cedrus atlantica e Citrus paradisi, foi escolhido o aparelho esfigmomanômetro, criado para aferição de pressão arterial e batimentos cardíacos. 1.1 Objetivos 1.1.1 Objetivo Geral Verificar o efeito da aromaterapia sobre parâmetros fisiológicos de indivíduos adultos sadios. 16 1.1.2 Objetivo Específico Verificar, por meio do aparelho esfigmomanômetro, alterações na freqüência cardíaca e pressão arterial de indivíduos adultos sadios após a inalação dos óleos essenciais Citrus paradisi e Cedrus atlantica. 17 2. NATUROLOGIA Naturologia se situa na área da saúde e tem como atuação a aplicação de técnicas das terapias complementares, tais como: terapia floral, aromaterapia, hidroterapia, fitoterapia, cromoterapia, arteterapia, meditação, práticas de consciência corporal, massoterapia, iridologia; com o objetivo de recuperação, manutenção e promoção da saúde e qualidade de vida. Segundo Paschuino (2007) a Naturologia se fundamenta em quatro pilares: • Terapias Ocidentais Naturais. • Medicina Tradicional Chinesa. • Medicina Antroposófica. • Medicina Ayurvédica. “A Naturologia é um conhecimento transdisciplinar que atua em um campo igualmente transdisciplinar. Caracteriza-se por uma abordagem integral na área da saúde pela relação de interagência do ser humano consigo, com o próximo e com o meio ambiente, com o objetivo de promoção, manutenção e recuperação da saúde e da qualidade de vida” (APANAT, 2011). A Naturologia traz à área da saúde inovação e agregação de tradições medicinais, pois consolida conhecimentos antigos, como a Medicina Tradicional Chinesa, com as práticas atuais da saúde. Desde os povos antigos a humanidade sempre procurou na natureza um referencial de cura para seus males do corpo e da alma. Mas no decorrer da história, o conceito de saúde e de doença foi se modificando e a visão integral do ser humano foi ganhando aspectos mais especialistas do que abrangentes (GASPARINI, 2010). As pessoas que buscarem o atendimento na Naturologia vão encontrar um profissional com entendimento teórico e prático de uma visão integral do indivíduo. Ou seja, o Naturólogo não dissocia corpo, mente e espírito. A Naturologia visa, ainda, identificar os problemas de saúde suscetíveis às práticas das terapias naturais e selecionar os métodos e terapias complementares mais adequados a cada tipo de situação, sempre resguardando a livre escolha e integridade física e psíquica das pessoas, bem como sempre interagindo com as equipes de saúde, a fim de promover, prevenir 18 e manter o estado de saúde, melhorando a qualidade de vida entre o ser e o meio em que vive (GASPARINI, 2010). “O Naturólogo é um profissional que, inserido na saúde, está capacitado para agir na promoção e prevenção de saúde, podendo atuar em clínicas, consultórios particulares, SPAs, hospitais, empresas, academias ou escolas. Em breve, as pessoas poderão ter seu Naturólogo Personal, garantindo assim um projeto de vida mais saudável” (FERNANDES, 2005, p.24). 19 3. FISIOLOGIA 3.1 Sistema Circulatório O sangue, que circula através da imensamente longa e complexa rede de artérias, veias e vasos capilares do corpo, assegura que todas as células recebam suprimentos de comida, oxigênio e nutrientes essenciais à vida. Quem possibilita tudo isso é o coração, que trabalha incessantemente para bombear o sangue para as partes mais remotas do corpo (HOARE, 2010). 3.1.1 Coração O coração é o principal componente do Sistema Circulatório e sua função é bombear o sangue para os pulmões e para os órgãos periféricos. É composto por três principais tipos de músculos, o atrial, o ventricular, e as fibras especializadas excitatórias e condutoras; possui duas valvas, conhecidas como valva mitral e valva aórtica. “Os tipos atrial e ventricular de músculo contraem-se quase como os músculos esqueléticos, mas com duração muito maior da contração. Por outro lado, as fibras excitatórias e de condução só se contraem fracamente, por conterem poucas fibras contráteis, mas apresentam descargas elétricas rítmicas automáticas, na forma de potenciais de ação, ou fazem a condução desses potenciais de ação pelo coração, representando o sistema excitatório que controla os batimentos rítmicos” (GUYTON, 2006, p. 103). O bombeamento cardíaco gera uma pressão responsável pelo alcance do sangue nas artérias mais distantes deste órgão tendo também capacidade de bombear sangue contra a gravidade chegando até as artérias cerebrais. Esses bombeamentos são divididos em duas fases chamadas sístole e diástole. A sístole é o momento em que o coração se contrai, ocorrendo uma maior ejeção do sangue nas artérias definindo a pressão arterial sistólica. A diástole é o momento em que o coração relaxa, dando 20 vazão ao sangue que retorna ao coração e provoca uma diminuição da pressão nas artérias, determinando a pressão arterial diastólica. Para que este processo ocorra é necessário que todas as valvas do coração estejam funcionando em conjunto. “Essas valvas se abrem e se fecham passivamente, isto é, elas se fecham quando um gradiente de pressão retrógrado força o sangue de volta e se abre quando um gradiente de pressão para diante leva o sangue a frente” (GUYTON, 2006, p. 109). “A eficácia do bombeamento cardíaco é, também, controlada pelos nervos simpáticos e parassimpáticos (vagos) que inervam, de forma abundante, o coração. Para determinados níveis de pressão de afluxo atrial, a quantidade de sangue bombeada a cada minuto (o débito cardíaco), com frequência pode ser aumentada, por mais de 100%, pelo estímulo simpático. E por outro lado, o débito pode ser diminuído até zero, ou quase zero, por estímulo vagal (parassimpático)” (GUYTON, 2006, p.112). Guyton (2006) relata que os estímulos simpáticos podem aumentar a FC em pessoas jovens adultas, desde o valor normal de 70 batimentos por minuto até de 180 a 200 batimentos por minuto; também aumentam a força de contração cardíaca, podendo dobrar, o que gera um aumento do volume de sangue bombeado e aumento da pressão de sua ejeção. Porém, pode ocorrer uma ação de inibição da descarga das fibras nervosas simpáticas do coração, que em padrões normais têm uma descarga contínua, o que resulta em uma diminuição do bombeamento. “(...) quando a atividade do sistema nervoso simpático é deprimida até valores abaixo do normal, ocorre a diminuição da frequência cardíaca e da força de contração muscular ventricular, diminuindo, dessa forma, o bombeamento cardíaco por até 30% abaixo do normal.” (GUYTON, 2006, p.113). Guyton (2006) revela mais. “A forte estimulação das fibras nervosas parassimpáticas dos nervos vagos do coração pode chegar a parar os batimentos por alguns segundos, mas, então, o coração usualmente “escapa” e volta a bater entre 20 a 40 vezes por minuto, enquanto o estímulo parassimpático continuar.”. As fibras do sistema parassimpático se encontram dispersas, a maioria são encontradas nos átrios e muito pouco nos ventrículos, onde ocorre realmente a geração da força de contração, o que nos leva a entender o fato da estimulação vagal reduzir a frequência cardíaca e não diminuir, de modo acentuado, a força de contração. Mesmo assim, a combinação dos 21 efeitos de redução da frequência com leve diminuição da força de contração, pode diminuir o bombeamento sanguíneo em 50% (GUYTON, 2006). Através de seu ritmo, o coração é capaz de responder instantaneamente às solicitações fisiológicas e/ou psicológicas; é ele que comanda nossa capacidade física de adaptação às reações interiores e exteriores. 3.1.2 Sangue O sangue é o principal veículo de transporte de gases, nutrientes e produtos do metabolismo, enzimas, neurotransmissores, fatores imunes para células e hormônios; participa da distribuição de calor e da coagulação do sangue. O sangue é composto de plasma, líquido aquoso que contém bilhões de glóbulos vermelhos (eritrócitos), glóbulos brancos (leucócitos), e fragmentos de células (plaquetas) (HOARE, 2010). 3.1.3 Pressão Arterial A pressão arterial é definida pela força que o sangue exerce sobre os vasos. Esta é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) e é apresentada com dois valores: o sistólico seguido pelo diastólico. Em um indivíduo saudável a Pressão Arterial Sistólica (PAS) deve ser de até 120 mmHg, Já a Pressão Arterial Diastólica (PAD) deve ser em torno de 80 mmHg. A diferença entre as pressões Sistólica e a Diastólica deve ser de 40 mmHg (GUYTON, 2006). Segundo Guyton (2006) a pressão arterial é influenciada por fatores ambientais, alimentação, ingestão de bebidas alcoólicas, tabagismo, estresse, dislipidemia, diabetes mellitus, fatores genéticos e obesidade, entre outros. 3.1.4 Frequência Cardíaca Os músculos cardíacos contêm miofibrilas específicas, com filamentos de actina e miosina. As miofibrilas se apresentam paralelamente deslizando unidas durante as contrações. A forma de agrupamento das células do músculo do miocárdio permite uma interconexão 22 entre as mesmas, permitindo uma propagação rápida no momento da contração, ou seja, o músculo cardíaco possui uma velocidade contrátil gerando uma resposta que origina a frequência cardíaca (GUYTON, 2006). Os batimentos cardíacos determinam a frequência cardíaca (FC): número de contrações por minuto (bpm). O produto da FC pelo volume de ejeção a cada sístole (volume sistólico) é chamado débito cardíaco (DC) e expressa o quanto de sangue o coração ejeta a cada minuto. Em média quando se está em repouso os batimentos variam entre 70 e 80 bpm. Já quando se trata de uma taquicardia, crônica ou não (após um exercício, por exemplo), os batimentos podem chegar a 200 por minuto. Ao contrário da taquicardia, a braquicardia é uma diminuição da frequência cardíaca, ou seja, uma brusca redução do número de batimentos por minuto, podendo ser crônica, ou não (GASPARINI, 2010). Fibras do Sistema Nervoso Autônomo Simpático inervam os vasos sanguíneos e o coração. Dessa forma a estimulação simpática acarretará no aumento da atividade cardíaca tanto pelo aumento da força e do volume de seu bombeamento quanto pela freqüência cardíaca (GUYTON, 2006). 3.2 Sistema Respiratório São os pulmões e as vias respiratórias que sustentam a troca de oxigênio e dióxido de carbono que nos mantêm vivos. O sistema respiratório também está envolvido na detecção do odor, da fala e na regulação do pH (HOARE, 2010). A respiração apresenta dois momentos, a inspiração e a expiração. A respiração se inicia pelo nariz. Na inspiração as narinas filtram, umedecem e aquecem o ar devido a um revestimento epitelial com minúsculos cílios (pelos) que capturam as bactérias e a poeira. O epitélio secreta um muco que contém um líquido protetor que impede a poeira e as bactérias de entrar na garganta e nos pulmões. Após passar pelo nariz, o ar avança em direção à nasofaringe, a parte superior das fossas nasais, que são revestidas por mucosas. Seguindo, tem-se a laringe que contém as pregas vocais e é responsável pela ligação entre traqueia e faringe. A traqueia desce através do tórax e se liga aos brônquios que entram nos pulmões. Os brônquios vão se dividindo formando estruturas cada vez menores chamadas de bronquíolos que se subdividem formando os alvéolos pulmonares. Os pulmões são ricamente vascularizados. Os alvéolos são envolvidos por uma extensa rede de capilares. A membrana respiratória, formada pelas paredes alveolar e 23 capilar, é uma fina película permeável entre o ar e o sangue, permitindo que o oxigênio e o dióxido de carbono atravessem por ela. Após a hematose nos alvéolos, ocorre a fase da expiração, quando o ar percorre o caminho inverso da inspiração, sendo levado para o exterior do corpo. Na Aromaterapia o sistema respiratório é importante, pois ao inalarmos uma substância aromática, esta terá ação tanto na estimulação dos receptores no epitélio olfativo, localizado na parte superior do nariz, quanto nos pulmões, onde pode sofrer absorção pelo epitélio alveolar (HOARE, 2010). 3.2.1 Epitélio Olfativo “O epitélio olfativo reveste o teto da cavidade nasal, que, por sua vez se situa na face inferior da lâmina cribiforme do osso etmóide, e se estende lateralmente, recobrindo a maior parte da cavidade nasal superior e parcialmente do septo nasal” (WOLFFENBÜTTEL, 2010, p. 48). O epitélio olfativo é composto por três tipos de células (Figura 1): • Células receptoras olfativas/ neurônio sensorial olfatório – célula nervosa bipolar que possui um dendrito que se expande na extremidade em forma de um bulbo, de onde cílios se projetam para a superfície epitelial. Os cílios olfativos são ricos em receptores para odores. No lado inverso, o axônio deste neurônio se agrupa com o axônio de outras células receptoras, formando os dois nervos olfativos que atravessam a lâmina cribiforme do osso etmoide da base do crânio para chegar ao bulbo olfatório. • Células de sustentação – se encontram entre as células receptoras e sua função é dar suporte mecânico a estas e secretar muco; não se reproduzem. • Células basilares – se encontram na base do epitélio olfativo. Têm a função de, até a idade adulta, reproduzir as células receptoras olfativas. • Glândulas Olfativas (ou Bowman) – se localizam sob o epitélio. Possuem células serosas e mucosas, o que lhes confere uma função fundamental na percepção dos odores. A partir da produção de secreção, ocorre o umedecimento do epitélio olfativo, facilitando a dissolução das substâncias gasosas e a estimulação neural, o que significa a melhor captação das 24 moléculas odorantes pelas células receptoras e a diminuição das substâncias odorantes presentes neste local. Figura 1: Epitélio Olfatório Fonte: KANDEL, 2003, p. 626 3.3 Sistema Nervoso O Sistema Nervoso é dividido anatomicamente por Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico. Funcionalmente, o Sistema Nervoso é dividido primariamente em Sistema Sensorial e Sistema Motor. O Sistema Sensorial é responsável pelas diferentes percepções dos estímulos sensoriais (tato, dor, temperatura, visão, olfação audição, etc.). O Sistema Motor é dividido funcionalmente no Sistema Motor Somático, que controla voluntariamente a contração do músculo esquelético, e no Sistema Motor Visceral, também chamado de Sistema Nervoso Autônomo, que controla involuntariamente a contração dos músculos liso e cardíaco, e as secreções de glândulas endócrinas e exócrinas, sendo subdividido em Simpático, Parassimpático e Entérico. 3.3.1 Sistema Nervoso Central O sistema nervoso central (Figura 2) é uma estrutura bilateral e essencialmente simétrica com sete partes principais: medula espinal (coluna cervical, torácica, lombar e sacral), 25 cerebelo (localizado atrás da ponte e ligado ao tronco encefálico), bulbo, ponte (localizada acima do bulbo entre o cerebelo e o mesencéfalo), mesencéfalo, diencéfalo, e os hemisférios cerebrais (que possuem camadas exteriores bastante pregueadas) (KANDEL, 2003). Figura 2: Sistema Nervoso Central Fonte: KANDEL, 2003, p.8 3.3.1.1 Sistema Nervoso Autônomo O sistema nervoso autônomo tem três principais divisões: simpático, parassimpático e entérico. As divisões simpática e parassimpática inervam a musculatura cardíaca, musculatura lisa e tecidos glandulares, além de mediar uma variedade de reflexos viscerais. Segundo o fisiologista americano Walter B. Cannon, os sistemas simpático e parassimpático possuem funções distintas. Ele argumenta que o Parassimpático é responsável pelo repouso e digestão, mantendo a frequência cardíaca basal, respiração e metabolismo sob condições normais. Já o sistema Simpático dirige situações de emergência ou de resposta súbita nos ambientes interno e externos. Entretanto, a relação entre as vias simpática e parassimpática são tonicamente ativas e operam em conjunto uma com a outra e com o sistema motor somático para regular a maioria dos comportamentos, sejam eles normais ou emergenciais. Embora várias funções viscerais sejam controladas predominantemente por uma ou outra divisão, e embora as divisões 26 simpática e parassimpática muitas vezes exerçam efeitos contrários sobre os tecidos-alvos inervados, é um balanço da atividade entre as duas que mantêm uma estabilidade do meio interno em face das mudanças das condições externas (KANDEL, 2003). 3.3.1.2 Sistema Límbico O termo “límbico” significa “borda”, e foi usado inicialmente para descrever as estruturas da borda ao redor das regiões basais do prosencéfalo; porém o Sistema Límbico teve seu significado ampliado para tratar de todo o circuito neural que controla o comportamento emocional e as forças motivacionais. O Sistema Límbico é composto pelas seguintes estruturas: amígdala, tálamo, hipotálamo, glândulas pituitária e pineal, e o hipocampo. A mais importante estrutura deste sistema é o hipotálamo. Sua função engloba controle comportamental de muitas condições internas do corpo, como por exemplo, temperatura corporal, osmolalidade dos fluidos corporais e os desejos de comer e beber, assim como o controle do peso corporal. (GUYTON, 2006). Os diferentes mecanismos hipotalâmicos para o controle das múltiplas funções do corpo são muito importantes, como a da regulação da pressão arterial, a sede, a conservação da água, e o controle endócrino. A estimulação de diferentes áreas do hipotálamo pode causar todo tipo de efeito neurogênico conhecido do Sistema Cardiovascular, incluindo aumento ou diminuição da pressão arterial, aumento ou diminuição da freqüência cardíaca. (GUYTON, 2006). 27 4. AROMATERAPIA 4.1 Relação Inalação x Sistemas Fisiológicos Em muitos mamíferos, o sentido do olfato apresenta um papel adicional, gerando respostas fisiológicas e comportamentais nos indivíduos da mesma espécie. Os humanos e outros mamíferos são capazes de discriminar uma grande variedade de odores. Apesar de a capacidade olfatória humana ser algo um tanto limitada comparada com aquela de alguns outros mamíferos, nós somos capazes de perceber milhares de diferentes moléculas odoríferas (agentes odoríferos). Perfumistas, que são altamente treinados para discriminar agentes odoríferos, dizem que são capazes de distinguir até 5.000 tipos diferentes de agentes odoríferos (KANDEL, 2003). A olfação se inicia com a entrada das moléculas olfativas (sendo estas voláteis, hidrossolúveis ou lipossolúveis) de óleos vaporizados, perfumes, aromas e odores que entram na cavidade nasal (Figura 3). Figura 3: Estímulo da mucosa nasal por moléculas odoríferas Fonte: HOARE, 2010 p.33 28 A cavidade nasal é formada por dois tubos separados pelo septo nasal e apresenta três funções: respiração, fonação e olfação. Sua forma influencia a formação de duas correntes de ar durante a inspiração. Nas fossas nasais inferiores, recobertas por mucosa rica em vasos sanguíneos, a corrente de ar é direcionada para respiração pulmonar, enquanto a outra corrente acima desta, é direcionada para a região olfativa, o que desencadeia o processo olfativo. O ar que entra pelo nariz é aquecido e qualquer molécula odorífera se dissolve no muco que cobre a mucosa das fossas nasais. Agentes odoríferos voláteis que entram na cavidade nasal e dissolvem-se no muco, são detectados por receptores odoríferos presentes nos cílios dos neurônios olfatórios. Estes cílios são especializados na detecção de odores; apresentam proteínas receptoras específicas para cada molécula odorífera, assim como a capacidade de transdução do estímulo e a geração de potenciais de ação no axônio deste neurônio, que serão conduzidos para o bulbo olfatório, de onde a informação dos sinais será enviada ao córtex olfatório (HOARE, 2010). Os neurônios olfatórios nasais estão diretamente ligados ao bulbo olfatório (Figura 4), localizado no interior do crânio, na base do encéfalo. Figura 4: Bulbo Olfatório Fonte: KANDEL, 2003, p. 626 Os bulbos olfatórios se localizam acima e atrás das cavidades nasais e apresentam neurônios de segunda ordem que recebem sinais dos neurônios sensoriais olfatórios. Os axônios destes últimos atravessam a placa cribiforme chegando ao bulbo olfatório onde 29 formam sinapse com dendritos de neurônios de segunda ordem conhecidos como Células Mitrais e Células em Tufo. As estruturas formadas com estas sinapses são chamadas de glomérulos. Este aspecto característico é observado porque ocorre uma convergência de informações olfativas, ou seja, vários neurônios olfatórios sensoriais comunicam-se com apenas um neurônio de segunda ordem do bulbo olfatório. Os axônios dos neurônios mitrais e em tufo seguem, então, para o córtex olfatório (KANDEL, 2003). O córtex olfatório é uma porção do córtex que recebe a projeção direta do bulbo olfatório. O córtex olfatório é divido em cinco áreas principais: • Núcleo Olfatório Anterior – inerva o bulbo olfatório contralateral; • Tubérculo Olfatório – envia informação para o tálamo e córtex frontal; • Córtex Piriforme – direciona a informação ao tálamo e também ao córtex frontal; • Partes da Amígdala – envia a informação ao tálamo, córtex frontal e hipotálamo; • Córtex Entorrinal – leva informação para o tálamo, para o córtex frontal e para o hipocampo. Das últimas quatro áreas, a informação é retransmitida ao córtex orbitofrontal via tálamo; no entanto, o córtex olfatório também faz contatos diretos com o córtex frontal. Além disso, a informação olfatória é transmitida da amígdala ao hipotálamo e da área entorrinal ao hipocampo. As vias olfatórias que chegam à amígdala e ao hipotálamo parecem mediar os aspectos motivacionais do olfato, bem como muitos dos efeitos comportamentais e fisiológicos dos odores (KANDEL, 2003). Deste ponto em diante os estímulos direcionados às estruturas do cérebro pertencentes ao Sistema Límbico, como amígdalas e o hipotálamo, liberam substâncias químicas que influenciam o comportamento ou a fisiologia do corpo (Ver Figuras 5 e 6). 30 Figura 5: Vias de Estímulo Olfatório no Sistema Nervos Central Fonte: GUYTON, 2006, p. 69 Figura 6: Esquema dos caminhos percorridos por moléculas odoríferas após a inalação e a sequencia de áreas encefálicas ativadas a partir das células receptoras da mucosa olfatória. Fonte: PRICE, 2006, p.59 31 4.2 Óleos Essenciais 4.2.1 Óleo Essencial Cedrus atlantica O óleo essencial Cedrus atlantica é extraído dos troncos e ramos de uma árvore da família das Pinaceae (Figura 7). Esta árvore cresce a uma altura de 40 (quarenta) a 50 (cinquenta) metros, segundo Mojay (1997). Suas folhas são pontiagudas de coloração verde, organizadas em grupos ou em ramos ao redor do caule, os cones são de formato cilíndrico e coloração marrom, com comprimento aproximadamente de oito centímetros. Esta árvore é nativa da Argélia, no Marrocos e é parente próximo da árvore bíblica Cedro de Líbano (Cedrus libani) (MOJAY, 1997). Figura 7: Árvore Cedrus atlantica Fonte: MOJAY, 1997, p. 159 Templos, navios e palácios, foram construídos, em todo o Oriente Médio, com a extração da Madeira do Cedro Libanês. Sua madeira era popular por conter óleo essencial responsável por repelir insetos e fungos, e, como a madeira do sândalo, resistente à degeneração (MOJAY, 1997). 32 Na antiguidade Egípcia seu óleo era empregado no processo de mumificação e utilizado também como incenso em rituais, cosméticos e perfumes. O Cedro aparece repetidamente na Bíblia e foi usado na construção do templo de Salomão. Tornou-se um símbolo de abundância, fertilidade e força espiritual. O nome Cedro é originário de uma palavra árabe, kedron, que significa “poder”. Na França é considerado abortivo e neurotóxico. Normalmente não é usado em crianças e gestantes. Dentro da visão em Medicina Tradicional Chinesa, o óleo essencial de Cedro tem propriedade fortificante e é um tônico para a energia “Qi” (energia vital) do corpo. Tonifica os rins e o baço-pâncreas. Pode ser usado para letargias em geral, debilidades nervosas, lombalgias, e déficit de atenção. Ao mesmo tempo é considerado um óleo descongestionante e potencializador do Sistema Linfático; também estimula o metabolismo, tem ação um pouco diurética, e é utilizado no tratamento contra edema. Como remédio adstringente, ajuda a drenar a “umidade fria”, podendo ser usado para distensão abdominal com diarréia recorrente. O óleo essencial de Cedro caracteriza-se ainda por ser bactericida, mucolítico, antiinfeccioso, anti-seborréico, regenerador arterial, adstringente, sedativo, cicatrizante, lipolítico, descongestionante linfático, e tônico geral. No nível emocional confere firmeza em situações de falta de confiança e força moral, libera a raiva, contribui para pensamentos e sentimentos positivos, minimiza as condições de estresse mental e emocional, oferece alivio para o padrão que sofre com a ansiedade crônica. É capaz de despertar o desejo do indivíduo de transformação em um ser melhor, principalmente em situações de dor e sofrimento. Espiritualmente, auxilia na confiança do poder divino. Este óleo é conhecido pelos aromaterapeutas para tratar de problemas como cistite, gonorréia, celulite, bronquite e problemas pulmonares crônicos, como a tuberculose, sinusite, endurecimento das artérias. Segundo Caddy (1997), o óleo essencial de Cedro tem um aroma amadeirado, doce e balsâmico e levemente canforado, com fragrância cálida. É considerado um óleo essencial de baixa volatilidade. Sua extração é feita a vapor de sua madeira e serragem. Este óleo apresenta quase 100 % de sesquiterpenes em sua composição, sendo 50% de hidrocarbonetos, 29% de álcool sesquiterpenol, 19% cetonas sesquiterpenones (Figura 8). 33 Figura 8: Gráfico de Componentes Químicos Cedrus atlantica Fonte: CADDY, 1997, p. 15 4.2.1.1 Destilação a Vapor Segundo Wolffenbüttel (2010) este é um método tradicional de produção de óleos essenciais, incluindo o de Cedro. A destilação a vapor (Figura 9) envolve o aquecimento da planta por vapor d’água. A água é aquecida em uma caldeira, de modo que se obtém vapor. Por tubulação este é levado para o recipiente chamado extrator. No extrator se encontra a parte da planta a ser destilada, sobre uma grade ou grelha que se encontra no fundo e nas laterais deste recipiente. Podem ser usados galhos, folhas, bagas, pétalas e outras partes da planta. O vapor em contato com a planta rompe a parede das células especializadas, onde se encontram os óleos essenciais armazenados. Essas são conhecidas como tricomas secretores, ou “bolsas”. O vapor aromatizado é direcionado para a parte superior do extrator saindo por um tubo que se conecta ao condensador. O condensador é um recipiente onde se encontra a serpentina emergida em água fria, que é a continuação do tubo vindo do extrator. A água fria deverá estar em constante fluxo, pois sua temperatura será responsável pela condensação do estado gasoso para o estado líquido. Este líquido é direcionado para fora da serpentina e despejado 34 do condensador em um quarto recipiente, chamado de separador, que é responsável pela separação do líquido onde se encontra o óleo essencial e a água. Normalmente, o óleo essencial apresenta densidade menor que a água. Quando ocorre a separação entre as duas fases, o óleo permanecerá na parte superior e a água, agora denominada hidrolato (líquido contendo substâncias químicas da planta solúveis em água, além de uma pequenina quantidade de constituintes do óleo essencial), estará na parte inferior do recipiente. Figura 9: Destilação a Vapor Fonte: WOLFFENBÜTTEL, 2010, p. 16 4.2.2 Óleo Essencial Citrus paradisi O óleo essencial Citrus paradisi é extraído da casca de sua fruta, chamada popularmente de Grapefruit (Figura 10). Esta árvore, pertencente à família Rutaceae, é um híbrido de Citrus maxima e Citrus sinensis. Ela pode crescer até dez metros de altura, dando frutos grandes na cor amarela, que se formam e crescem juntos em pequenos grupos, lembrando cachos de uva; possui folhas verdes, grandes, ovaladas e lustrosas, e flores brancas em formato de estrela. 35 Figura 10: Fruto Citrus paradisi. Fonte: Google image, 2011 A árvore é encontrada em abundância nos Estados Unidos (Flórida e Califórnia), Israel, e Chipre. Esta planta, de origem incerta, pode ter sido desenvolvida no Oeste da Índia no séc. XVIII. A fruta foi trazida da Ásia Tropical para a Espanha por comerciantes árabes no séc. XII. Pela Medicina Tradicional Chinesa, quando existe calor ou estagnação no fígado, pode ocorrer distensão abdominal, constipação e náuseas, além de uma sensação de irritabilidade e gosto amargo na boca. Este óleo essencial ajudará a trazer alívio para estes sintomas pela sua atuação descongestionante e refrescante (MOJAY, 1997). O óleo essencial de Grapefruit tem características refrescantes, descongestionantes, sendo considerado benéfico para o Sistema Linfático e Fígado. No nível emocional atua como equilibrador de estresse, irritabilidade, traz bom humor, eleva estado de ânimo, tem a capacidade de proporcionar uma sensação de acolhimento e integração, desperta o amor pela vida, confere bondade no coração (qualidade de alma nobre e generosa). Este óleo é utilizado por aromaterapeutas para auxílio no tratamento de: dores reumáticas, depressão, pele acnéica e oleosa, retenção hídrica, indigestão, desordens hepáticas, obesidade e enxaqueca. Também utilizado como aromatizante em culinária e cosméticos. Segundo Mojay (1997), o aroma deste óleo se caracteriza por ser cítrico, leve, fresco, e doce. Seu óleo pode apresentar-se na cor amarela ou um tanto quanto esverdeada. É considerado um óleo essencial de volatilidade alta. Sua extração é feita a expressão a frio da casca de seus frutos. Segundo Caddy (1997), este óleo apresenta 96% de monoterpenos (limonene), 1,5% de aldeído, 1% de álcool monoterpenol, 0,5% ésteres, 0,5% de laquitones e cumarinas, e quantidades mínimas de sesquiterpenos e cetonas, em sua composição (Figura 11). 36 Figura 11: Gráfico de Componentes Químicos Citrus paradisi Fonte: CADDY, 1997, p. 35 4.2.2.1 Expressão a Frio Esse método também conhecido como “Extração por Extrusão” ou “Prensagem”, consiste em espremer as cascas dos frutos, sem aquecimento, na temperatura ambiente e com isso obtendo o óleo essencial. Quimicamente, a prensagem elimina a possibilidade dos constituintes químicos de estrutura ácida e altamente reativos presentes nas cascas das frutas, executarem reações catalíticas de rearranjos. Isto poderia ocorrer caso fosse empregado o método de extração a vapor, devido à elevada temperatura, o que acarretaria em alteração química e, por consequência, alteração do aroma do óleo essencial (WOLFFENBÜTTEL, 2010). 4.2.3 Composição Química dos Óleos Essenciais Quase todas as moléculas encontradas nos óleos essenciais são formadas por carbono, hidrogênio e oxigênio. Existem duas classes principais de compostos dos óleos essenciais: os 37 terpenos formados apenas por carbono e hidrogênio, classificados de acordo com o número de unidades de carbono e de hidrogênio; e os compostos oxigenados que incluem oxigênio e também o carbono e hidrogênio, estes são classificados de acordo com seu grupo funcional (aldeídos, cetonas, álcoois, ácidos, esteres, fenóis, óxidos, lactonas e cumarinas, entre outros) (CADDY, 1997). 38 5. MATERIAL 2 aparelhos esfigmomanômetros – tipo: automático – marca: Omron 10 mL de óleo essencial Citrus paradisi – marca: Penny Price 10 mL de óleo essência Cedrus atlantica – marca: Penny Price 50 mL de água destilada 2 cubetas de porcelana brancas 1 bloco de papel vergé branco 1 tesoura 4 macas 1 bloco de folha de papel sulfite 2 canetas Formulário de Avaliação Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 39 6. MÉTODO 6.1 Voluntários Trina e três (33) pessoas de ambos os sexos, entre vinte (20) e trinta (30) anos. 6.1.1 Inclusão e Exclusão Foram selecionados trinta e três (33) voluntários adultos de ambos os sexos, na faixa etária de vinte a trinta anos completos, que não apresentassem patologias endócrinas, cardíacas, respiratórias (agudas ou crônicas), neurológicas, imunológicas, psiquiátricas, não estivessem gestantes, não estivessem amamentando e que não tivessem restrição medicamentosa. Os voluntários se dispuseram a realizar um encontro na Universidade Anhembi Morumbi. 6.2 Local de realização do trabalho Universidade Anhembi Morumbi, Campus Centro – Rua Dr. Almeida Lima, 1134, Mooca. 6.3 Procedimento Experimental Os voluntários receberam previamente para preenchimento duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A). Neste mesmo dia foi preenchido o Formulário de Avaliação (APÊNDICE B). Os indivíduos foram divididos em três (3) grupos de onze (11) pessoas. Para cada grupo foi dado um aroma. O experimento foi realizado nos três grupos em uma mesma data, de forma que para cada grupo foi reservado um horário. Os voluntários de cada grupo foram avaliados através do aparelho esfigmomanômetro para a verificação da freqüência cardíaca e da pressão arterial, sem que estes tenham inalado o óleo essencial. Depois, foi entregue para os mesmos uma tira de papel vergé embebida em óleo essencial de Citrus paradisi (Grupo 1), 40 em óleo essencial de Cedrus atlantica (Grupo 2) e em água destilada (Grupo 3). Três (3) minutos após a inalação, a freqüência cardíaca e a pressão arterial foram aferidas novamente. As aferições foram realizadas a cada dois voluntários. Para o registro dos dados foi utilizada uma tabela (APÊNDICE C), de forma que se pôde coletar de cada voluntário o nome, a idade, a data do experimento, e os valores referentes à frequência cardíaca e pressão arterial antes e após a inalação. 6.3.1 Técnica Utilizada Aferição de pressão arterial e frequência cardíaca utilizando esfigmomanômetro de braço digital automático (Figura 12). Figura 12: Aparelho Esfigmomanômetro Fonte: Google image, 2011 6.3.1 Análise Estatística dos Dados Os dados coletados foram analisados através do teste t de Student pareado. o aparelho 41 7. RESULTADOS 7.1 Média de Idade Todos os voluntários tinham idade entre 20 e 30 anos. A Figura 13 representa os valores médios de idade para cada grupo de voluntários e a média de idade de todos os voluntários que participaram desta pesquisa. Os voluntários pertencentes ao grupo Grapefruit, assim nomeado por terem inalados o óleo essencial Citrus paradisi, apresentam uma média de idade de 22,36 anos. O grupo Cedro, assim chamado por caracterizar os participantes que inalaram o óleo essencial Cedrus atlantica, apresenta um valor médio de idade de 23,36 anos. O grupo dos voluntários que inalaram água destilada, chamado de grupo Água, tem um valor médio de idade de 25,36 anos. Considerando todos os participantes temos o valor médio de idade total de 23,69 anos. Média Idade Total 26 25,5 25 24,5 24 Média Idade Grupo Grapefruit 23,5 Média Idade Grupo Cedro 23 Média Idade Grupo Água 22,5 Média Idade Total 22 21,5 21 20,5 Figura 13: Representação gráfica dos valores médios de idade dos voluntários 7.2 Resultados Pressão Arterial Sistólica A figura 14 mostra os valores das pressões arteriais sistólicas de cada voluntário antes e depois de inalarem o óleo essencial Citrus paradisi, e a média aritmética desses valores. O 42 grupo apresentou os valores médios de 117,45 mmHg antes e 113,72 mmHg após a inalação do óleo essencial de Grapefruit. Figura 14: Representação Gráfica de Pressão Arterial Sistólica e Média da Pressão Arterial Sistólica dos Voluntários do Grupo Grapefruit A figura 15 mostra visualmente a diferença da pressão arterial sistólica de cada voluntário do grupo Grapefruit antes e após a inalação, e a média aritmética das diferenças (3,72mmHg). A análise de dados através do teste t pareado não indicou diferença estatisticamente significativa entre os resultados obtidos antes e após o tratamento. 43 Figura 15: Representação Gráfica da Diferença da Pressão Arterial Sistólica e Média da Diferença da Pressão Arterial Sistólica dos Voluntários do Grupo Grapefruit A figura 16 mostra os valores das pressões arteriais sistólicas de cada voluntário antes e depois de inalarem o óleo essencial Cedrus atlantica, e a média aritmética desses valores. O grupo apresentou os valores médios de 114,09 mmHg antes e 112,90 mmHg após a inalação do óleo essencial de Cedro. 44 Figura 16: Representação Gráfica de Pressão Arterial Sistólica e Média da Pressão Arterial Sistólica dos Voluntários do Grupo Cedro A figura 17 mostra visualmente a diferença da pressão arterial sistólica de cada voluntário do grupo Grapefruit antes e após a inalação, e a média aritmética das diferenças (1,18 mmHg). A análise de dados através do teste t pareado não indicou diferença estatisticamente significativa entre os resultados obtidos antes e após o tratamento. 45 Figura 17: Representação Gráfica de Diferença da Pressão Arterial Sistólica e Média da Diferença da Pressão Arterial Sistólica dos Voluntários do Grupo Cedro A figura 18 mostra os valores das pressões arteriais sistólicas de cada voluntário antes e depois da inalação de papel embebido em água destilada, e a média aritmética desses valores. O grupo apresentou os valores médios de 109,45 mmHg antes e 107,27 mmHg após a inalação da água destilada. Na figura 19 visualizamos a diferença da pressão arterial sistólica de cada participante do grupo água antes e após a inalação, e a média aritmética das diferenças (2,18 mmHg). A análise de dados através do teste t pareado não indicou diferença estatisticamente significativa entre os resultados obtidos antes e após o tratamento. 46 Figura 18: Representação Gráfica de Pressão Arterial Sistólica e Média da Pressão Arterial Sistólica dos Voluntários do Grupo Água Destilada. Figura 19: Representação Gráfica de Diferença da Pressão Arterial Sistólica e Média da Diferença da Pressão Arterial Sistólica dos Voluntários do Grupo Água Destilada. 47 7.3 Resultados Pressão Arterial Diastólica A figura 20 retrata visualmente os valores obtidos nas aferições da pressão arterial diastólica de cada voluntário antes e após a inalação do óleo essencial Citrus paradisi, ou Grapefruit, e a média aritmética desses valores. O valor médio da pressão arterial diastólica antes da inalação foi de 64,45 mmHg enquanto que o segundo valor foi de 71,27 mmHg. Figura 20: Representação Gráfica de Pressão Arterial Diastólica e Média da Pressão Arterial Diastólica dos Voluntários do Grupo Grapefruit. A figura 21 mostra a diferença da pressão arterial diastólica de cada participante do grupo Grapefruit antes e após a inalação, e a média aritmética das diferenças (-1,81mmHg). A análise de dados através do teste t pareado não indicou diferença estatisticamente significativa entre os resultados obtidos antes e após o tratamento. 48 Figura 21: Representação Gráfica de Diferença da Pressão Arterial Sistólica e Média da Diferença da Pressão Arterial Sistólica dos Voluntários do Grupo Grapefruit. A figura 22 demonstra graficamente os valores obtidos das pressões arteriais antes e depois da inalação do óleo essencial Cedrus atlantica de cada voluntário pertencente ao grupo Cedro e a média aritmética desses valores. Os valores médios obtidos foram de 68,81 mmHg antes e 68,90 mmHg após a inalação. A figura 23 mostra visualmente a diferença obtida entre as pressões arteriais diastólicas antes e após a inalação, do óleo essencial Cedrus atlântica de cada voluntário deste grupo e a média aritmética das diferenças (-0,09mmHg). A análise de dados através do teste t pareado não indicou diferença estatisticamente significativa entre os resultados obtidos antes e após o tratamento. 49 Figura 22: Representação Gráfica de Pressão Arterial Diastólica e Média da Pressão Arterial Diastólica dos Voluntários do Grupo Cedro. Figura 23: Representação Gráfica de Diferença da Pressão Arterial Sistólica e Média da Diferença da Pressão Arterial Sistólica dos Voluntários do Grupo Cedro. 50 A figura 24 retrata os valores obtidos nas aferições da pressão arterial diastólica de cada voluntário antes e após a inalação da água destilada e a média aritmética desses valores. O valor médio da pressão arterial diastólica antes da inalação foi de 65,45 mmHg enquanto que, após a inalação, foi de 63,45 mmHg. Figura 24: Representação Gráfica de Pressão Arterial Diastólica e Média da Pressão Arterial Diastólica dos Voluntários do Grupo Água Destilada. A figura 25 mostra a diferença obtida entre as pressões arteriais diastólicas anterior e posterior a inalação da água destilada de cada voluntário deste grupo e a média aritmética das diferenças (2mmHg). A análise de dados através do teste t pareado não indicou diferença estatisticamente significativa entre os resultados obtidos antes e após o tratamento. 51 Figura 25: Representação Gráfica de Diferença da Pressão Arterial Sistólica e Média da Diferença da Pressão Arterial Sistólica dos Voluntários do Grupo Água Destilada. 7.4 Resultados Frequência Cardíaca A figura 26 representa graficamente os valores de frequência cardíaca obtidos antes e após a inalação do óleo essencial Citrus paradisi e a média aritmética desses valores. A média da frequência cardíaca antes da inalação do óleo essencial Grapefruit é de aproximadamente 68,36 bpm enquanto que o valor médio da FC depois da inalação é de aproximadamente 69,54 bpm. A figura 27 mostra a diferença da frequência cardíaca de cada participante do grupo Grapefruit e a média aritmética das diferenças (-1,18bpm). A análise de dados através do teste t pareado não indicou diferença estatisticamente significativa entre os resultados obtidos antes e após o tratamento. 52 Figura 26: Representação Gráfica de Frequência Cardíaca e Média da Frequência Cardíaca dos Voluntários do Grupo Grapefruit. Figura 27: Representação Gráfica de Diferença da Frequência Cardíaca e Média da Diferença da Frequência Cardíaca dos Voluntários do Grupo Grapefruit. 53 A figura 28 mostra os valores de frequência cardíaca obtidos antes e após a inalação do óleo essencial Cedrus atlantica e a média aritmética desses valores. A média da frequência cardíaca antes da inalação do óleo essencial Cedro é de aproximadamente 65,90 bpm enquanto que o valor médio da FC depois da inalação é de aproximadamente 69,90 bpm. Figura 28: Representação Gráfica de Frequência Cardíaca e Média da Frequência Cardíaca dos Voluntários do Grupo Cedro. A figura 29 mostra a diferença da frequência cardíaca dos voluntários do grupo Cedro e a média aritmética das diferenças (-4,18). A análise de dados através do teste t pareado indicou que houve diferença estatisticamente significante (p<0,05) entre os resultados obtidos antes e após o tratamento. 54 Figura 29: Representação Gráfica de Diferença da Frequência Cardíaca e Média da Diferença da Frequência Cardíaca dos Voluntários do Grupo Cedro. A figura 30 mostra os valores de frequências cardíacas obtidos antes e depois da inalação da água destilada e a média aritmética desses valores. A média da frequência cardíaca antes e depois da inalação da água destilada é de aproximadamente 69,81 bpm. A figura 31 mostra a diferença da frequência cardíaca dos voluntários do grupo Água e a média aritmética das diferenças (zero bpm). A análise de dados através do teste t pareado não indicou diferença estatisticamente significativa entre os resultados obtidos antes e após o tratamento. 55 Figura 30: Representação Gráfica de Frequência Cardíaca e Média da Frequência Cardíaca dos Voluntários do Grupo Água Destilada. Figura 31: Representação Gráfica de Diferença da Frequência Cardíaca e Média da Diferença da Frequência Cardíaca dos Voluntários do Grupo Água Destilada. 56 DISCUSSÃO Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito dos óleos essenciais Cedrus atlantica e Citrus paradisi sobre a pressão arterial e a frequência cardíaca de indivíduos sadios com idade entre vinte e trinta anos. Os óleos essências Cedrus atlantica e Citrus paradisi são considerados pelos praticantes da aromaterapia calmante e estimulante, respectivamente, pois apresentam em sua composição química valores equivalentes de substâncias terpênicas com atividades opostas (CADDY, 2000). O componente químico monoterpene, presente em 96% da composição do óleo essencial Citrus paradisi, possui volatilidade alta. Já o componente químico sesquiterpene, presente em quase 100% da composição do óleo essencial Cedrus atlantica, possui volatilidade baixa (MOJAY, 1997). O óleo essencial de Cedro tem como composição química representativa sesquiterpenes, álcoois (sesquiterpenol) e cetonas (sesquipenones), que lhe conferem propriedades tonificantes e estimulantes (MOJAY, 1997). Segundo autores consultados para este estudo (CADDY, 2000; CLARKE, 2008; HOARE, 2010; MOJAY, 1997; PRICE, 2011) o óleo essencial Cedrus atlantica, é um óleo que coloca os sistemas do corpo em ação quando necessitado e, por outro lado, oferece ao Sistema Nervoso efeito calmante, ou melhor, harmonizador. O óleo essencial de Citrus paradisi tem como composição química representativa monoterpenes, aldeído, álcool monoterpenol, ésteres, laquitones e cumarinas, e quantidades mínimas de sesquiterpenos e cetonas; este óleo, segundo alguns autores da área de Aromaterapia, pode proporcionar beneficio para o Sistema Linfático melhorando a retenção hídrica; e o Fígado harmonizando desordens hepáticas, alterações com o Sistema Digestório (CADDY, 2000; CLARKE, 2008; HOARE, 2010; MOJAY, 1997; PRICE, 2011). No estudo da química dos óleos essenciais, as moléculas sesquiterpenes possuem propriedades antinflamatórias, calmantes e levemente hipotensoras, enquanto que moléculas monoterpenes possuem propriedades analgésicas, expectorante, estimulante, bactericida e antiséptica (PRICE, 2011). Os resultados obtidos mostraram que os óleos essenciais não produziram alterações significativas nos valores de pressão arterial (teste t de Student pareado). Em relação à frequência cardíaca houve uma diferença estatisticamente significativa (teste t de Student pareado, p<0,05) apenas no grupo de voluntários que inalou o óleo essencial Cedrus atlantica 57 (Cedro). Neste grupo, a média da frequência cardíaca aumentou após a inalação do óleo essencial. Ao entrarem na cavidade nasal, as moléculas volatizadas dos óleos essenciais são detectadas no epitélio olfativo, provocando a geração de um impulso eletroquímico que é direcionado pelos nervos olfatórios para as regiões do cérebro envolvidas no reconhecimento destes estímulos e consequente geração de uma resposta. As estruturas cerebrais do sistema límbico (amígdala, tálamo, hipotálamo, hipocampo, pineal) e córtex olfatório formam uma rede de conexões altamente complexas que modulam as ações do sistema nervoso autônomo, tanto o simpático como o parassimpático, mas também participam de respostas que envolvem a ativação do sistema endócrino, controlando os tecidos e órgãos do corpo. (CLARKE, 2008). Desta forma, o resultado obtido com o óleo essencial Cedrus atlântica parece ter promovido uma discreta ativação do sistema nervoso autônomo simpático, aumentando a FC. Como dados da literatura indicam que este óleo essencial apresenta propriedades relaxantes e calmantes, poderíamos supor que o SNA simpático possa ter sido ativado por mecanismos reflexos. Sabemos que mecanismos reflexos são ativados para manter a pressão arterial dentro de valores normais. Estes mecanismos envolvem a ativação do SNA simpático em resposta à redução momentânea da pressão arterial. Lembrando ainda que o óleo essencial é composto de muitos componentes químicos e as interações destes entre si e com o sistema fisiológico humano (não considerando a singularidades de cada indivíduo) dão a cada óleo essencial suas propriedades específicas, o que torna a aromaterapia muito mais do que uma aplicação de óleos essenciais. Por esta pesquisa entende-se que há segurança na utilização terapêutica do óleo essencial de Citrus paradisi em indivíduos que possuem alterações na Pressão Arterial e/ou Frequência Cardíaca. Já o óleo essencial de Cedrus atlantica deve ser utilizado com cuidado em indivíduos com distúrbios cardiovasculares. 58 CONCLUSÃO Os resultados obtidos indicam que a inalação dos óleos essenciais de Citrus paradisi e de Cedrus atlantica não promoveram alterações na Pressão Arterial. O grupo que inalou o óleo essencial Cedrus atlântica apresentou uma alteração significativa na Frequência Cardíaca, resultado que não foi observado para o grupo que inalou o óleo essencial de Citrus paradisi. Conclui-se que óleo essencial de Citrus paradisi pode ser utilizado com segurança em indivíduos que possuam alterações em Pressão Arterial e Frequência Cardíaca. O óleo essencial de Cedrus atlantica deve ser utilizado com mais cautela em indivíduos com alterações cardiovasculares. 59 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APANAT (Brasil). Naturologia. Disponível em: <http://www.apanat.org.br/site/naturologia/>. Acesso em: 01 ago. 2011. CADDY, Rosemary. 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Mente & Cérebro, São Paulo, n. 163, p.28-31, ago. 2006. 63 APÊNDICE A TCLE – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO EFEITO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS CEDRUS ATLANTICA E CITRUS PARADISI SOBRE A FREQUÊNCIA CARDÍACA E A PRESSÃO ARTERIAL DE ADULTOS SADIOS O objetivo deste estudo é verificar os efeitos fisiológicos de dois óleos essenciais no corpo humano. Após a entrega deste termo, será preenchida uma Ficha de Anamnese de cada voluntário, para que possamos colher dados clínicos para que não os prejudique futuramente por uma possível contra-indicação dos óleos essenciais a serem inalados. Após a seleção dos voluntários será feita a primeira avaliação dos efeitos fisiológicos através de aferição de freqüência cardíaca e pressão arterial com o uso de esfigmomanômetro digital, sem que estes tenham inalado o óleo essencial. Depois, no laboratório, no momento da segunda avaliação, serão entregues aos voluntários tiras de papel cartão com uma das pontas embebidas no óleo essencial a ser verificado. Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. A pesquisadora Marina Augusta de Oliveira, que pode ser encontrada no endereço Rua Dr. Almeida Lima, 1134, Brás. SP/SP. Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – R. Casa do Ator, 294, 7º andar – fone (11) 3847-3033 – email: [email protected] Os voluntários deverão se apresentar em três encontros previamente agendados pelas investigadoras. É garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu tratamento na Instituição. As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros pacientes, não sendo divulgada a identificação de nenhum paciente; você tem o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas, quando em estudos abertos, ou de resultados que sejam do conhecimento dos pesquisadores. Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa. O procedimento não oferece riscos aos participantes. 64 Pessoas alérgicas a óleos essenciais não farão parte da pesquisa. Os pesquisadores se comprometem a utilizar os dados e o material coletado somente para esta pesquisa. Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo “Efeitos dos óleos essenciais Cedrus atlantica e Citrus paradisi sobre frequencia cardiaca e pressão arterial em adultos sadios”. Eu discuti com as Sras. Renata Fuzeti Gonçalves Netto e Renata Salles de Faria sobre a minha decisão em participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço. ____________________________________________________ Data: Assinatura do paciente/representante legal ____________________________________________________ Data: Assinatura da testemunha 65 APÊNDICE B Formulário de Avaliação Data:___/___/___ Nome: ___________________________________________________________________________ Sexo: ______________________ Idade: ________________ Data de Nascimento: ____/____/_____ Email:____________________________________________________________________________ Endereço: _______________________________________________Bairro: ____________________ Cidade:____________________________________________________Cep: ___________________ Telefone (celular/residencial): _________________________________________________________ Ocupação: ______________________ Profissão:_________________________________________ Grau de Escolaridade: _______________________________________________________________ Dados Clínicos Possui alguma alteração: Endócrina ( ) Especificação:______________________________________________________ Neurológica ( ) Especificação: ____________________________________________________ Psiquiátrica ( ) Especificação: ____________________________________________________ Psicológico ( ) Especificação: ____________________________________________________ Circulatória( ) Especificação: ____________________________________________________ Cardíaca ( ) Especificação: ______________________________________________________ Respiratória ( ) Especificação: ____________________________________________________ Gastro-Intestinal ( ) Especificação:_________________________________________________ Renal/Urinária ( ) Especificação:___________________________________________________ Reprodutor ( ) Especificação: _____________________________________________________ Possui algum tipo de alergia?_____________________________________________________ Está fazendo algum tratamento médico?____________________________________________ Está tomando algum medicamento?_______________________________________________ Fez alguma cirurgia recentemente (de um ano pra cá)?________________________________ Está gestante/ há quanto tempo?_________________________________________________ Está amamentando/ há quanto tempo?_____________________________________________ Reposição Hormonal ( )Sim ( )Não Fumante ( )Sim ( )Não Ingere bebida alcoólica: ( )Sim ( )Não Frequência:______________________ Pratica atividade física? ( )Sim ( )Não Frequência:______________________ Quanto ingere de água por dia?___________________________________________________ ( ) Marca-passo ( ) Fibra de aço ( ) Placa ( ) Pino Há alguma informação adicional? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Declaro que todas as informações obtidas nesta avaliação são verdadeiras, não cabendo à investigadora a responsabilidade por dados falsos e/ou omitidos. ______________________ Voluntário (a) _______________________ Investigador (a) 66 APÊNDICE C